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10/19/12 Fichamento Do Liv ro Geograf ia e Modernidade
1/33www.trabalhosf eitos.com/imprimir/Fichamento-Do-Liv ro-Geograf ia-e-Modernidade/128248
Página Parágrafo INTRODUÇÃO
09 01 Há aproximadamente três anos, um debate sobre a reforma do ensino secundário francês relançou
uma antiga discussão em torno do papel e da importância da manutenção da geografia no currículo do ensino
básico. (...) A geografia nunca teria produzido resultados suficientes para fazê-la figurar ao lado das
disciplinas “verdadeiramente” científicas; ela pretende integrar quase todos os ramos do saber, mas na
verdade não ultrapassa o patamar das relações banais entre natureza e cultura; jamais teria se libertado dos
estreitos limites de uma tautologia empirista; e se satisfaz com análises simplistas de relações superficiais. (...)
09 e 10 02 Os geógrafos sublinharam os progressos relativos aos diversos domínios relacionados pelos
críticos. (...) A resposta enfatizou, portanto, os aspectos relacionados à modernização de seus métodos, a
nova perspectiva prospectiva e, sobretudo, a ruptura que foi operada com aquilo que se identifica como
sendo a “velha” geografia. (...)
10 03 Geografia e modernidade, eis o eixo principal da questão. (...) Geografia tem justamente como
principal tarefa apresentar uma imagem renovada do mundo, parece evidente que a geografia e a
modernidade estejam intimamente ligadas. (...) Ela tem por meta apresentar uma visão global e coerente do
mundo. (...)
10 e 11 04 (...) A geografia é o domínio do saber que procura integrar natureza e cultura dentro de um
mesmo campo de interações. (...) 
11 05 (...) A análise da modernidade geográfica deve, talvez, primeiramente passar pelo estudo das
diferentes significações do conceito mesmo de moderno.
11 06 Nessa via, este discurso se obriga a anunciar algo de novo, uma solução substitutiva que, em princípio,
poderá preencher as lacunas associadas ao diagnóstico mesmo da crise.
11 e 12 07 Em outros termos, a constatação de uma ciência insuficiente, limitada, pretensiosa e frágil é
objeto de um verdadeiro consenso e os argumentos avançados são aceitos sem muitos protestos ou
controvérsias.(...)
12 08 A ciência condenada, algumas vezes caricaturalmente, é a “ciência moderna”, nascida do projeto
iluminista e institucionalizada dentro de uma vertente positivista e normativa. (...)
12 09 (...) A modernidade fundou uma “ciência nova” (como dizia Bacon), e esta ciência constitui o mesmo
espírito mesmo daquilo que se denomina modernidade. (...)
12 e 13 10 É natural que, no momento em que se anuncia o esgotamento das idéias que nutriam o projeto da
modernidade, a ciência seja um dos alvos privilegiados e que as condições de superação façam
necessariamente menção à redefinição de seu papel, de sua importância e de seus limites.
12 e 13 11 Há alguns anos, a idéia segundo a qual estaríamos no fim da modernidade ganha terreno e, nesta
via, se afirma a emergência de um novo período, a pós-modernidade. (...) É certo que a natureza e a rápida
difusão desta dominação tornam difícil a diferenciação entre o que seria um simples efeito de moda superficial
e o que revelaria uma verdadeira transformação de fundo na sociedade.(...) 
13 12 (...) O questionamento da ciência, de seus métodos, de seu poder hegemônico é imediato, e a
refutação deste modelo é vista como a primeira condição para a superação que conduz do moderno ao pós-
moderno. 
13 e 14 13 (...) Desde os anos setenta, uma corrente “humanista” exerce uma influencia considerável sobre o
pensamento geográfico. Esta endereça à ciência como um certo número de questões e de críticas
aparentadas às que são levantadas pelo debate da pós-modernidade. (...) 
14 14 (...) A geografia, que tem seus objetivos acadêmicos inscritos no projeto da modernidade, sente
naturalmente interpelada pelo questionamento do qual ela é simultaneamente o objeto e o sujeito, se
preocupa, portanto, em buscar as possibilidades, dos meios e os limites de um novo quadro contextual e
conceitual. 
14 15 (...) Uma geografia pós-moderna é obrigatoriamente tributária de seu passado e, em uma certa
medida, reafirma sua tradição, sem a qual as noções de continuidade e de transformações nos escapariam.
(...) 
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14 16 A identidade geográfica foi muitas vezes procurada através da tentativa de definição de seu objeto
cientifico. Outras vezes, foi no método ou no “espírito geográfico” que se acreditava estar situada a
especificidade desta disciplina. (...) 
14 e 15 17 A definição progressiva do objeto da geografia, assim como as transformações metodológicas
que contribuíram em sua constituição, são desta forma os objetos privilegiados nessa análise. (...)
15 18 (...) É necessário mostrar em que medida a geografia se integra a este projeto moderno, buscando
definir como as influências epistemológicas mais gerais foram traduzidas no vocabulário específico desta
disciplina. 
15 19 Assim, a primeira parte dessa discussão se consagra à identificação dos eixos morais que presidiram
os principais debates metodológicos na ciência moderna, ou seja, seus pólos epistemológicos. (...)
15 20 A segunda e a terceira partes debruçam sobre certas questões recorrentes no seio da geografia e para
as quais foram concebidas diferentes respostas, desenhando-se o contorno de diversas correntes nesta
disciplina. (...) As idéias filosóficas que contribuíram para forjar o contexto intelectual geral, no interior do
qual a geografia evoluiu. 
CAPÍTULO I
OS DOIS POLOS EPISTEMOLÓGICOS DA MODERNIDADE
Página Parágrafo A atualidade do debate e suas raízes
19 01 (...) A implosão deste conjunto significou também o desmoronamento de uma série de proposições
que davam sustentação a este tipo de programa arquitetônico. 
20 02 (...) Neste momento, o trinômio ciência/tecnologia/arte parecia funcionar em estreita comunhão e
harmonia. 
20 03 Se Paris foi, nos uniformes e funcionais bulevares da reforma Haussmann, o grande teatro da
modernidade, celebrada por Baudelaire. (...)
20 e 21 04 Esta nova maneira de pensar a arquitetura não abandona o monumentalismo e não rompe de
maneira radical com as técnicas ou com os materiais característicos do modernismo.
21 05 (...) O pós-modernismo nega o universalismo, a generalização, qualidades e procedimentos básicos no
modernismo.
21 06 (...) Nas artes gráficas e no design pós-modernos, por exemplo, apesar do mesmo retorno aos anos
50/60, os resultados incorporam, muitas vezes, uma dimensão deliberadamente anárquica. 
22 07 Dois cineastas são considerados como figuras de proa da pós-modernidade do cinema, David Lynch
e Pedro Almodóvar. 
23 08 (...) Há entretanto, transformações análogas em outras esferas que revelam todo um clima social, um
espírito do tempo, no qual pode-se sentir a influência pós-modernista. 
23 09 (...) O mito e a razão devem, pois, manter relações de reciprocidade no seio de uma epistemologia
anarquista.
23 e 24 10 Seus argumentos coincidem largamente com os enunciados pelas novas tendências pós-
modernas.
24 11 (...) Esta abordagem preconiza uma análise fina de cada uma das etapas sucessivas da descoberta
científica. (...)
24 12 (...) O essencial, porém, é poder reconhecer de maneira sintética estas novas atitudes que tentam
lançar as bases de um saber alternativo à ciência racional 
25 13 Para concluir esse breve quadro, é fundamental notar que ao lado de uma concepção da pós-
modernidade tida como radical novidade e como o fim da modernidade, uma outra interpretação começa a
ser vislumbrada.(...)
25 14 (...) A razão é a fonte de toda generalização, da forma do direito e da verdade.
25 15 Se compararmos, em grandes traços, os valores estabelecidos por este verdadeiro culto à razão e as
posições atestadas pelo movimento pós-moderno. (...)
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25 e 26 16 (...) A racionalidade que examinamos é, ao contrário, obrigatoriamente localizada historicamente
e se situa no período conhecido como modernidade.
26 17 Neste período, diversas “contracorrentes” desafiaram o poder hegemônico da razão, propondo outros
sistemas de organização do pensamento.
26 e 27 18 (...) Somos levados a conceber este período como um verdadeiro campo de tensões, com
conflitos periódicos em torno do tema da legitimidade da atividade intelectual e de sua organização.
27 19 (...) Na geografia, o hipermodernismo nos é apresentado nos é apresentado por A. Pred, que se opõe
à apreciação feita por Curry de sua obra de uma geografia pós-moderna.
27 e 28 20 A ciência, como elemento fundador da modernidade, está assim comprometida em sua base por
esta deiscussão sobre a legitimidade e os limites da razão. (...)
28 21 (...) Assim, a historicidade deste período não é um tema central nessa análise; o mais importante é a
identificação dos traços característicos dessa mudança de valores que caracteriza esse período.
28 22 Nesta via, um dos traços mais marcantes dessa época foi o novo lugar conferido à ciência.
29 23 A análise das modificações dos valores durante a modernidade retém a hipótese de que a base destes
valores modernos há um duplo fundamento formado pelo par novo/tradicional. (...)
29 24 (...) Este dois pólos se opõem, são concorrentes e simétricos, e formam um conjunto, um todo, por
suas características definidas como diferenças, de um em relação ao outro. (...)
29 25 (...) O importante a ressaltar é a dinâmica de justificação e o programa metodológico projetados por
estas duas orientações.
29 26 Se é verdade que a ciência moderna se legitima pelo método, é então através das diferenças
metodológicas que estes dois pólos constroem suas individualidades epistemológicas.
30 27 O primeiro pólo epistemológico é oriundo do projeto de ciência fundado no século das luzes. (...)
30 28 O conhecimento, como uma argumentação, se deve se submeter à prova pública da demonstração,
seguindo uma prática que começou no curso do Século das luzes. (...) 
30 e 31 29 (...) A crise é o anúncio de uma modificação, é também o signo da confrontação entre dois níveis
de compreensão, o antigo e o novo. (...) 
31 30 Através desta dinâmica da confrontação, o racionalismo faz da crítica o seu princípio fundador.
31 31 (...) O método racional é assim, considerado como o único meio de oferecer todas as garantias lógicas
da relação entre pensamento e realidade.
31 32 (...) A explicação é, portanto, o resultado de uma análise dos aspectos regulares de um dado
fenômeno.
32 33 O pensamento científico racionalista é, assim, sempre normativo, pois ele opera através de conceitos
gerais. (...)
32 34 (...) Existe um grande ponto de convergência de todos estes movimentos contra a primazia da razão e
do saber.
32 35 (...) A razão humana não é universal, ou pelo menos ela não possui sempre a mesma natureza, as
mesmas manifestações e a mesma forma. 
32 e 33 36 (...) Todo fato ou fenômeno contém, portanto, um componente irredutível à generalização e
impossível de ser reproduzido completamente por uma pura abstração conceitual.
33 37 (...) O saber é uma função da sensibilidade da interpretação, e não propriamente da forma para
conseguir isso.
33 38 A concepção racionalista, que permitiu integrar o homem e a natureza exterior sob o primado de leis
gerais, é contestada, pois a comunhão entre homem e natureza não se restringe apenas ao aspecto exterior.
(...)
34 39 (...) A história é aquilo que deveria ser: trata-se de um devir sem ordem regular ou lógica. 
34 40 Finalmente, para estas correntes, a subjetividade é um elemento incontornável na aquisição do
conhecimento.
34 41 Em suma, estas correntes contestatórias do racionalismo aceitam várias vias para a constituição do
saber, inclusive a concepção racionalista. (...)
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34 e 35 42 Legros, estudando a idéia de humanidade no cursos dos tempos modernos, chega a conclusões
bastantes similares. (...)
36 43 (...) Do ponto de vista de Legros, ele chegou a conclusões gerais bastante próximas das que são
enunciadas aqui para a geografia.
36 44 Os termos do debate animado por este conflito da modernidade na ciência são múltiplos.
37 45 Se o omitíssemos a referência a física, poder-se-ia facilmente crer que esta afirmação provém do
debate que abalou a geografia no começo deste século.
37 46 (...) É importante, toda via, compreender que este debate não era exclusivo da física, ligado a uma
insuficiência interna à própria disciplina, mas que ele se inscrevia em um contexto bem mais amplo.
38 47 (...) As ciências, em geral, viveram à mesma natureza.
38 48 A epistemologia constitui o núcleo para onde converge o conjunto dessas discussões gerais da ciência.
38 e 39 49 (...) Diante desta pluralidade de posições, é sempre tentador optar por uma ou por outra
perspectiva, ou mesmo ousar propor uma nova via. 
39 50 (...) Cada manifestação histórica desses pólos foi acompanhada de outros elementos e argumentos
que não são examinados em nossa resumida descrição.
39 e 40 51 Desta maneira, a meta é focalizar um aspecto dado na evolução do pensamento científico. (...)
40 52 A inspiração metodológica destes pólos é diretamente tributária da concepção weberiana dos “tipos-
ideais”.
40 53 (...) O tipo ideal força voluntariamente certos traços, para induzir o aparecimento de uma dada leitura.
40 e 41 54 (...) Desta forma, a polaridade dual apresentada precedentemente serve para construir duas
hipóteses sobre o desenvolvimento da geografia. 
41 55 (...) Análise e os modelos mais comumente utilizados na interpretação da evolução epistemológica da
geografia.
41 56 (...) Estimamos que exista uma estrutura comum nas “revoluções” da geografia moderna, mas a
interpretação da natureza destes movimentos se faz sob uma outra ótica.
41 e 42 57 (...) A modernidade epistemológica do ponto de vista das ciências humanas, segundo Foucault, é
portanto compostas de três modelos, que seguem as três “positividades” da modernidade: a vida, o trabalho
e a linguagem, que formam juntas o discurso científico da modernidade. 
42 58 (...) Elas constituem, portanto, a interface de todo o conhecimento moderno.
42 e 43 59 No que se refere aos estudos epistemológicos históricos, é necessário dizer, antes de mais nada,
que a abordagem apresentada aqui não se pretende absolutamente histórica.
43 60 (...) Neste sentido, a história das idéias nos serve de baliza para estabelecer o sentido tomado pela a
evolução da geografia.
44 61 (...) Os textos e outros autores analisados são bastante conhecidos e a interpretação procurada não se
fundamenta em seus contextos históricos imediatos. 
45 62 (...) Alguns geógrafos participaram ativamente destas discussões sucessivas da ciência.
45 63 Os debates dizem respeito à natureza do conhecimento geográfico, seus métodos, sua finalidade e sua
legitimidade científica são, pois, o objeto primeiro de nossa análise. 
46 64 (...) A identificação de alguns momentos da história desta disciplina, onde esses debates foram mais
fortemente vividos ou caracterizam momentos de mudança na orientação do discurso predominante da
geografia. 
46 65 (...) No discurso dos fundadores, a dualidade é valorizada e faz parte de um quadro filosófico que
justifica a geografia.
46 e 47 66 A escolha dos autores e das obras está, portanto, relacionada à expressão desta dualidade a
cada momento do desenvolvimento do pensamento geográfico.
47 67 Fica, portanto, claro que esta proposta não pretende acompanhar as mudanças nas perspectivas dos
autores citados.
47 68 (...) A escolha dos autores para caracterizar o ponto de vista de cada corrente da geografia moderna
não pressupõe que eles sejam os únicos representativos para ilustrar estas correntes.
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47 69 (...) Esta dinâmica, como veremos, é constante nas correntes da geografia modera e representada de
uma certa maneira o movimento mesmo da modernidade em suas formas mais míticas.
COMENTÁRIO DO I CAPÍTULO
 Neste capítulo vimos os campos em que a modernidade tem o papel relevante em relação aos termos
abordados. Esses termos começam com a arquitetura, que nos mostra como essa vem se transformando ao
longo de tempo, tirando uma das obras mais importantes do Brasil na modernidade que se faz na construção
de Brasília pelo famoso arquiteto internacionalmente conhecido Oscar Niemeyer.
 Também vimos transformações nas artes gráficas e no designe pós-moderno; na literatura com Joice,
Bicktt, prous e Kayk, e foram ocorridos, também transformações na cinematografia com David Lynch e
Pedro Almédovam; as inovações nas ciências ocorrem principalmente com Feyerberd que elaborou a teoria
científica anarquista (entre outras teorias).
 Paulo César da Costa Gomes, também expor neste capítulo algo que se convencionou chamar de pós-
modernidade, ou seja, em algumas áreas estão sendo feitos os projetos que já superam as características,
teses, argumentos e projetos que ocorrem na modernidade.
 A parte principal deste capítulo gira em torno das definições e das diferenciações dos dois pólos
epistemológicos da modernidade, ou seja, o novo e o tradicional, o texto fala também quais foram os
caminhos usados para se chegar a essas definições. 
CAPÍTULO II
OS ELEMENTOS DA ESTRUTURA DO MITO DA MODERNIDADE
Página Parágrafo Os elementos da estrutura do mito da modernidade
48 01 (...) É necessário reconhecer alguns elementos característicos que dão sentido e identidade ao grande
leque de movimentos considerados modernos nos diversos campos da criação social.
48 02 Três elementos fundamentais são recorrentes no discurso que apresenta o fato moderno: o caráter de
ruptura, a imposição do novo e a pretensão de alcançar a totalidade. 
48 e 49 03 (...) O moderno possui uma ligação intrínseca com a contemporaneidade: substitui alguma coisa
do passado, defasada ou, simplesmente, alguma coisa que não encontra mais justificativa no tempo presente.
 
49 04 (...) Assim, falar do moderno é também renovar continuamente um conflito, um debate. (...)
49 05 (...) Não se trata de setores específicos a transformar, mas de toda uma lógica a redefinir.
49 06 Para compreender essa estrutura repetitiva que cerca sempre a eclosão do “fato moderno”, podemos
aproximá-la da estrutura do mito. 
49 e 50 07 Desta maneira, pode-se dizer que a modernidade se renova, como um mito, a cada vez que o
combate entre o novo e o tradicional se constitui em um discurso sobre a realidade.
50 08 (...) A dinâmica do novo, que se alimenta desse discurso, necessita da existência de um outro modelo
sobre o qual ela vem periodicamente restabelecer a luta e rejeitar os princípios do mito que o sustenta. 
50 09 É sentido que nos é permitido refletir sobre um modelo de modernidade dual, onde a continuidade é
rompida pelo confronto recorrente do “novo” e do “tradicional”. (...)
50 e 51 10 (...) Seria possível associar, para cada momento da história e dentro de contextos geográficos
bastante diversos, atitudes “modernas”. (...)
51 11 (...) Desde então, a noção de moderno é sempre retomada para indicar uma substituição.
51 12 (...) Foi apenas no fim do séc. XVIII que se manifestou mais claramente uma idéia de modernidade
independente do modelo da antiguidade.
52 13 (...) No entanto, apesar desta variedade, este movimento apresenta laços de identidade e
características comuns facilmente observáveis.
52 14 (...) Dependendo do campo específico que se examina, o início da modernidade pode variar
enormemente.
53 15 (...) A despeito de mudanças substanciais, o projeto fundamental em vigor ainda é o eco dos ideais
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nascidos no Século das luzes. (...)
53 16 (...) Os novos tempos nutriram-se sobretudo da atmosfera dos grandes centros urbanos: Paris,
Londres, e Amsterdã.
53 e 54 17 Esta nova ordem não se difunde uniformemente em todo o território da Europa Ocidental, mas as
novas idéias circulam rapidamente.
54 18 (...) Todavia, somente aos mais civilizados é dado o poder de reconhecer dentro da diversidade uma
natureza comum.
55 19 (...) Para além das fronteiras tradicionais dos Estados nacionais da época, vê-se surgir com força a
idéia da Europa enquanto uma nova base de identidade.
55 20 A busca de um idioma para a comunicação fez-se necessário pelos contatos cada vez mais freqüentes
e pela constituição. 
56 21 (...) Uma nova idéia de centralidade surge do cosmopolitismo, fundamentalmente associada aos
pontos do espaço onde nasciam as novas idéias.
56 22 (...) A nova produtividade exigia controles mais precisos e novas unidades cronológicas para alcançar
uma maior eficiência.
57 23 A modernidade funda também, neste momento, uma nova idéia de sociedade, distanciada dos códigos
da honra e tradição que constituíam o sustentáculo da estrutura medieval.
57 e58 24 A base social desta nova organização foi dada sem dúvida pela constituição do Estado moderno.
58 25 A imagem do Estado deixa gradualmente de ser representada por um personagem físico para tornar-
se aquela de território.
58 26 A criação de uma esfera pública é muito bem descrita por Habermas.
58 e 59 27 (...) De uma certa maneira, o modelo que aparece nos anos trinta do Sec. XX , baseado nas
idéias de Keynes, é a conclusão lógica desta evolução que se inicia com a revolução Francesa.
59 28 (...) Todos estes princípios repousam na premissa de uma racionalidade intrínseca, que constitui
realmente o eixo mais importante daquela época.
59 29 (...) A força da razão, do progresso se impôs aquela de antigos hábitos e da história.
59 e 60 30 (...) Todas estas revoluções procuram estabelecer as bases de uma nova sociedade, radicalmente
diferente da antiga, marcando o nascimento de uma civilização superior.
60 31 (...) A utopia projeta um mundo plausível, confortável e feliz, construído justamente pela inversão do
mundo conhecido e convivido. 
60 32 (...) As características fundamentais as utopias são: a padronização e a igualdade; a segregação, ou
cada coisa em seu lugar, e a geometrização do espaço.
60 e 61 33 (...) A cidade é vista como uma totalidade, passível de ser reconhecida em todas as suas funções
e dinâmicas.
61 34 (...) O universo urbano é o ambiente privilegiado para ilustrar os poderes, desta vez negativos, da
razão.
61 e 62 35 (...) Para quem a tradição e o antigo estão ligados de uma forma intrínseca ao mundo rural e o
fenômeno urbano é maior da modernidade. 
62 36 A reorientação dos percursos de viagem é uma outra manifestação desta mudanças de mentalidade.
63 37 (...) Voltaire, também ele, um outro símbolo do Século das luzes, viajou apenas pelos países do
Norte.
63 38 (...) O Século das luzes, é o Século da crítica.
64 39 Ao nível das realizações artísticas, esta discussão faz nascer um duplo modelo. 
64 e 65 40 O pós-modernismo se referem justamente ao outro pólo, aquele dos sentimentos, do coração.
65 41 Gombrich se refere à modernidade estética como a uma “revolução em permanência”.
65 42 Escolhemos estas características entre muitas outras que também marcaram a eclosão da
modernidade.
66 43 A ciência figura sem dúvida no cume da retribuição de horizontes à qual a modernidade está
associada. 
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COMENTÁRIO DO II CAPÍTULO
 O início deste capítulo fala da modernidade enquanto base para a discussão entre o novo e o tradicional,
aqui são apresentados referências positivas e negativas de cada um desses temas. Expõem-setambém, e
algo que convencionam-se chamar de modernidade dual, que sempre é marcada por o confronto entre o
tradicional e o novo.
 Fala-se sobre o projeto progressista do iluminismo para se chegar a uma sociedade melhor, e uma
oposição a cima, os contra-iluminista argumentam sobre as conseqüências da racionalização na
modernidade.
 Em certa parte deste capítulo, Paulo César Da Costa Gomes fala das monarquias absolutistas e da
revolução francesa citação de Keymer dizendo que: a revolução francesa foi o início de uma evolução para
um racionalismo moderno.
 Fala-se também nos idealizadores do iluminismo e expôs as formas utópicos da época como na literatura,
arquitetura, organização urbana e os anti-utópicos que vencem uma idealização contínua dos itens expostos
anteriormente, o capítulo termina com um comentário sobre a revolução do porto que segundo Ferry coloca
em jogo a racionalidade.
CAPÍTULO III
A EVOLUÇÃO DO RACIONALISMO MODERNO E O PENSAMENTO DA NATUREZA
Página Parágrafo A evolução do racionalismo moderno e o pensamento da natureza
67 01 Não se trata aqui de refazer a história da ciência a partir daquilo que chamamos modernidade.
67 02 Uma das marcas fundamentais da ciência racionalista reside na natureza do saber.
67 03 A revolução epistemológica do Séc. XVIII busca uma história para a ciência.
68 04 Até o fim do Séc. XVIII, a predominância e o prestígio das ciências eram concedidos às disciplinas
ditas literárias. 
68 e 69 05 Para que ciência pudesse ser fundada sobre a excelência do método, uma outra condição deveria
ser realizada. 
69 06 (...) O saber assim concebido, com suas origens lógicas e racionais.
69 07 O novo racionalismo e a ciência moderna nascem no Século das luzes e nada é imediato. 
69 e 70 08 (...) O conceito ou a idéia existiam há muito tempo, no entanto, o corte entre a consciência
conhecedora e o objeto a conhecer conferiu um novo papel. (...)
70 09 (...) Os mistérios da história da terra passam pelo crivo da geologia nascente.
70 10 (...) A relação homem-natureza, a conexão de fenômenos naturais na superfície do globo. (...)
71 11 (...) Convém agora apresentar brevemente as tendências mais representativas da reflexão sobre a
natureza que concernem à geografia.
71 12 (...) O sistema cartesiano foi o primeiro grande modelo de ruptura.
72 13 (...) a grande contestação que foi feita a ele concerne à manutenção da caução divina como única
prova final.
73 14 (...) A natureza é geométrica e, pela primeira vez, aparece claramente uma noção abstrata do espaço.
73 15 O modelo cartesiano da ciência teve um grande impacto e marcou uma franca ruptura com o
pensamento tradicional. (...) 
73 16 (...) A lei da gravitação universal, por exemplo, mostrou que a razão, seguindo este caminho, podia
explicar todo o mecanismo do movimento celeste.
74 17 São forças, no sentido físico, que movem a natureza.
74 18 O êxito do modelo newtoniano assegurava a continuidade de uma tradição. (...)
74 19 (...) Contra as idéias inatas, ele acreditava que todo o conhecimento vem das sensações.
75 20 (...) É preciso ter em mente a mudança que sofreu na época.
75 21 (...) O importante é reconhecer que o homem é natureza dentro da natureza. (...)
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76 22 A grande diferença no sistema de Spinoza é que a ciência e a natureza não devem buscar uma
finalidade na ordem teleológica.
76 23 (...) O princípio da natureza é a ordem, mas a razão não está sempre em condições de compreender
esta ordem.
77 24 A ciência adquire uma nova importância nesta época.
77 25 (...) O recurso a um encaminhamento pedagógico devia iniciar o leitor nos pontos de vista mais
recentes. (...)
77 26 (...) O tema da natureza e da sociedade é também, nesta obra, central.
78 27 Esta concepção da natureza parte de uma visão materialista que afirma a unidade de todos os
fenômenos observáveis.
78 28 (...) A natureza é um plano encadeado e necessário de fenômenos onde cada um pode ser deduzido
do outro.
78 29 A valorização de um plano natural total ocupou o lugar reservado a uma finalidade externa ao mundo
até então atribuída aos desígnios divinos. 
79 30 (...) É verdade que o livre arbítrio conservava sempre seu lugar enquanto valor.
79 e 80 31 (...) Orientação filosófica é, pois, o estabelecimento de uma noção de natureza composta de
fenômenos imbricados em uma cadeia de ligações necessárias.
80 32 (...) A relação entre os diversos climas e os gêneros de civilizações constituía uma parte fundamental
desta reflexão.
80 33 A geografia confere a mostesquieu uma grande importância.
80 e 81 34 (...) Ser crítico significa ter concepções refletidas, romper com o tradicional pelo recurso à razão.
81 35 (...) A razão tem limites que são dados pela possibilidade da experimentação. 
 81 36 No momento em que estabelece os limites entre as coisas em si e o objeto possível do
conhecimento ele funda uma revolução bem descrita por Ferry em sua apresentação de Crítica da razão
pura. 
82 37 (...) É preciso limitar-se as coisas “na medida em que esta natureza é determinada seguindo leis
universais”.
83 38 É este ponto que divide as concepções distintas entre a filosofia natural e a filosofia da natureza. (...)
83 e 84 39 Sobre a questão do espaço, Kant foi o iniciador de uma reflexão nova.
84 40 Deve-se mesmo a ele a descoberta do mecanismo dos ventos alísios e das monções.
84 41 (...) Preparou as mudanças necessárias para o prosseguimento do espírito iluminista no século
seguinte.
85 42 O positivismo é sem dúvida o herdeiro legítimo da ciência do Século das luzes.
86 43 Se por um lado a História tinha o papel de evidenciar o progresso científico no Séc. XIX, este período
é, por outro lado, também marcado pelo prestígio de teorias evolucionistas e positivistas. 
86 44 O positivismo não deve ser visto somente como uma teoria da ciência.
86 45 (...) Esta substituição não é sem importância para o desenvolvimento das ciências sociais.
87 46 As questões sobre a relação homem e da natureza, a importância do meio físico no desenvolvimento
social, a natureza biológica como a norma e o modelo. 
87 e 88 47 (...) É de fato verdade que a história da ciência serviu como um elemento de relativização dos
determinado do positivismo clássico.
88 48 (...) A filosofia neopositivista foi buscar a validade do conhecimento no estabelecimento de uma
linguagem lógica, geral e uniforme. 
88 49 As propriedades da estrutura não se confundem com as propriedades de cada termo.
89 50 (...) A relação entre cultura e natureza é também encarada a partir desta estrutura e esta relação se
traduz por manifestações estruturadas em um discurso que é justamente o objeto da psicanálise.
90 51 (...) A interdição do incesto, interpretada anteriormente como um fenômeno natural ou funcional. 
91 52 (...) A concepção mecânica e orgânica da relação entre natureza e cultura é substituída pela
perspectiva de um sistema de interações.
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92 53 (...) A geografia interessa-se certamente pelo conjunto destas discussões, visto que estes temas estão
no âmago de suas preocupações. 
RESUMO DO CAPÍTULO III
 Nesta parte do livro o autor nos mostra algumas marcas no desenvolvimento das ciências e em especifico
a geografia, que se passam ao longo da modernidade. Um dos principais marcos foi a revolução cientifica 
que substituiu as disciplinas literárias pelas cientificas, um de seus fundadores foi Frances Bacon. A obra dos
filósofos iluministas também difundiram novos pontos de vista em relação à ciência.
 A natureza aqui é vista de diversas formas: Descartes a vê como sistemas de leis matemáticos
estabelecidos por Deus, já Newton diz que a natureza é um conjunto de forças inteligíveis, houve outros
diversos pontos devista em relação à natureza.
 A ciência como cadeia explicativa, era o instrumento usado para explicar diversos fenômenos como: a
natureza, a matemática, a física e a metafísica e etc. Aqui se ouve sobre o ponto de vista de muitos
pensadores como: Descartes, Newton, Bacon, John Lock, Kant e muitos outros.
 O século XIX foi marcado pelo positivismo, que com Augusto Conte se desenvolveu, a biologia positiva
explica a natureza como um organismo vivo derrubando assim, a teoria metafísica e opondo-se as teorias
mecanicistas.
 As ciências sociais e as ciências humanas estão nesse período muito próximas, ainda que haja diferenças,
mas, seu objeto de estudo é o mesmo, porém, quando o método as ciências sociais buscam inspiração nas
ciências exatas e naturais. 
CAPÍTULO IV
AS CONTRACORRENTES
Página Parágrafo As contracorrentes
93 01 É fundamental, o conjunto, questionar o lugar reservado às ciências humanas dentro deste quadro.
93 02 (...) Trata-se de traduzir, em uma linguagem clara, objetiva e geral, o movimento do real.
94 03 O tempo e o espaço são categorias abstratas.
94 04 (...) a explicação é então normativa, visto que ela faz da realidade uma representação com rigor e
força de verdade.
94 05 (...) Estas críticas, no entanto, as vezes sugeriram verdadeiros sistemas alternativos para a produção
do saber.
95 06 (...) Por um lado, certos personagens-chave são identificados como tendo feito parte de mais de uma
destas tradições.
95 07 (...) “A razão não é uma faculdade, um instrumento, ela não se utiliza, de uma maneira geral não há
uma razão que nós possuíamos. (...)
95 e 96 08 (...) A natureza é “um todo que regula a ação das forças opostas que tendem à mútua destruição.
96 09 (...) Todas as partes do conhecimento devem ser reenviadas à consciência.
96 10 A natureza é, no sistema de Schelling, e “a face da Terra esconde a verdade tão bem quanto a revela”.
 
97 11 (...) Estas idéias mantêm ligações estreitas com o desenvolvimento da ciência da época.
97 12 (...) O princípio e a finalidade de todas as coisas, em suma, a totalidade.
97 e 98 13 (...) O organismo é a síntese superior da atividade e da coesão, “onde o ideal encontra o real”.
98 14 A operacionalização deste saber se faz pela observação direta.
98 15 O método da filosofia da natureza é a rejeição da análise como meio de alcançar um verdadeiro
conhecimento.
99 16 Durante os anos seguintes, o sistema de Schelling foi se orientando cada vez mais em direção a um
plano teológico e, segundo Bréhier.
99 e 100 17 (...) Este fato não é sem imporância, pois a biologia no Séc. XIX substitui em grande parte o
papel exemplar da física como modelo da ciência. 
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100 18 (...) Os diversos elementos da natureza são importantes para a experiência da alteridade, mas sua
percepção é somente uma exteriorização da idéia.
101 19 Trata-se de uma concepção que encontrará eco nas diversas obras geográficas do Séc. XIX e do
início do Séc. XX.
101 20 (...) Romantismo, a análise é mais controvertida, sobretudo quando se trata de definir os limites e a
importância deste movimento. 
101 e 102 21 É sempre difícil estabelecer os traços fundamentais do romantismo e um lugar-comum entre
comentadores é dizer que há tantos romantismos, quando românticos.
102 22 Há aí uma exaltação do gênio, personagem que sintetiza o talento da expressão e da singularidade.
102 e 103 23 (...) Toda a influência da concepção romântica da história a Edgar Quinet.
103 24 (...) O mundo é então composto de aglomerados geoculturais, integrados a grandes comunidades.
103 25 (...) Levado ao extremo, este tipo de nacionalismo pode desembocar em um messianismo idealista,
agressivo e perigoso.
104 e 105 26 Os ecos desta concepção na geografia são também visíveis e vieram seja diretamente pela
influência de Herder.
105 27 O tempo é visto como uma rede de inter-relações que é necessário compreender e interpretar. 
105 e 106 28 A análise e a interpretação de um fato devem sempre considerá-lo dentro da rede de inter-
relações no centro da qual ele evolui.
106 29 Estas significações não são, portanto jamais absolutas. 
106 30 Junto com a história, a natureza constitui um tema de predileção romântica.
106 e 107 31 A história, impregnada de relativismo, faz do homem um ser livre. 
107 32 “ O homem fala – O universo fala também – Tudo fala – Linguagens infinitas”.
107 33 A idéia de uma natureza dividida em duas ordens, orgânica e inorgânica, lhes parecia definitivamente
caduca: a natureza devia ser concebida como um só organismo. 
107 e 108 34 O culto da natureza, enquanto elemento da atmosfera romântica, também impregnou certas
obras literárias da época.
108 35 A reflexão romântica se desdobrou sobre os outros planos que são importantes de assinalar
rapidamente.
108 e 109 36 A ciência destas formas é dada pelo conhecimento de suas expressões particulares. 
109 37 O romantismo e a filosofia da natureza constituem, assim, uma outra maneira de conceber a ciência e
se diferenciam das correntes racionalistas pelo método, os temas e a finalidade do conhecimento.
109 38 Para construir essa concepção de ciência, tais correntes apelaram para uma razão total que confere
um lugar à divindade, à contemplação mística, à poesia e à religião.
109 e 110 39 A característica fundamental deste pólo epistemológico é seu caráter de oposição e de
simetria em relação às correntes racionalistas.
110 40 A origem da hermenêutica se situa na Antiguidade, inspirada na mitologia grega de Hermes, Deus da
comunicação, encarregado de trazer as mensagens do Olimpo.
110 e 111 41 (...) Houve um conflito com os talmudistas a respeito das mensagens da revelação, entre o
Novo e o Velho Testamento.
111 42 (...) A interpretação permitiria liberar a mensagem contida em um texto que é impenetrável e obscura
ao profano. 
11 e 112 43 A dimensão religiosa da hermenêutica não é acessória.
112 44 Mais tarde, a hermenêutica se constitui em método.
112 45 (...) A natureza não se pode jamais ser definida por sua exterioridade.
112 e 113 46 “É do maior interesse científico saber como o homem chega a operar constituindo e utilizando
a linguagem”.
113 47 A compreensão foi, então, promovida a nível de instrumento epistemológico.
113 e 114 48 (...) Compreender é o ato de encontrar nos fatos a intenção dos outros, de se colocar em
comunicação com eles.
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114 49 É preciso notar que a compreensão é o instrumento de um novo pólo da produção do saber. 
114 50 (...) Modelo clássico de um saber sistemático, a hermenêutica representou uma oposição radical. 
114 e 115 51 Os fatos são experiências vividas e as totalidades são compostas pelo que expresso no
contato com a vida.
115 52 O estudo da linguagem é fundamental, pois é a partir da comunicação, do diálogo, que se trocam
significações e que a expressividade pode ser entendida. 
115 53 (...) O ser humano tem um projeto de compreensão inerente que substitui a universalidade da 
racionalidade.
115 e 116 54 Esta cadeia está longe de ser interrompida, pois , nos tempos atuais em que o pós-
modernismo se estabelece com uma nova corrente de pensamento. (...)
116 55 A importância e o verdadeiro sentido da fenomenologia no pensamento filosófico são objeto de
grandes discussões.
116 56 (...) O conhecimento é, portanto função da intuição sensível e das categorias gerais do conhecimento
frente à diversidade fenomenal. 
117 57 (...) A fenomenologia é o caminho científico construído pela consciência, de acordo com o próprio
subtítulo de sua obra A fenomenologia do espírito. 
117 58 (...) A fenomenologia de Husserl se define pela intuição pura, capaz de identificar a essência das
coisas através de reduções fenomenológicas. (...)
117 59 A racionalidade é, para Husserl, um elemento fundamentalda ciência.
117 e 118 60 Assim, a descrição dos fenômenos substitui a pretensão explicativa do racionalismo.
118 61 (...) A partir de experiências parciais, um sentido universal que só pode ser contestado por outras
experiências.
118 62 O problema metodológico é para ele, antes de tudo, ontológico. 
118 e 119 63 O rigor buscado por Husserl não se prende, portanto, à atitude objetiva recomendada pelo
positivismo.
119 64 (...) O grande debate da época se situava entre uma posição cientificista.
119 65 (...) Husserl nos responde que a consciência é intencional e que visa um objeto sem recorrer à
subjetividade.
119 e 120 66 A diferença fundamental é consciência se constitui por a sua relação com o mundo.
120 67 A intencionalidade consiste então em visar alguma coisa, uma intenção em direção em a um
fenômeno.
120 68 A consciência é sempre consciência de alguma coisa, e como visa um objeto. (...)
120 e 121 69 Em primeiro lugar, o subjetivismo confunde o sujeito do conhecimento e o sujeito psicológico.
121 70 O segundo argumento de Husserl baseia-se no fato de que a consciência se orienta em um mundo de
experiências vividas. 
121 e 122 71 O mundo vivido é definido, portanto, pelas experiências fenomenais e pelas comunicações
intersubjetivas.
122 72 O vivido não é um sentimento, pois, segundo Husserl, esse último não oferece nenhuma garantia
contra o mundo imaginário. 
122 e 123 73 (...) Um dos combates fundamentais da fenomenologia foi dirigido justamente contra o
relativismo científico. (...)
123 74 (...) A questão sobre a significação resta sem resposta ou, simplesmente, é objeto de conjecturas
contingente.
123 e124 75 O mundo é constituído por uma troca de significações, por uma interação de mensagens, que
definem o ser em sociedade. 
COMENTÁRIO DO CAPÍTULO IV
 As contracorrentes, são no entanto, uma espécie de forma alternativa na produção do conhecimento. As
que serão estudados a seguir são: filosofia da natureza, romantismo, hermenêutica e fenomenologia. É difícil
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diferenciar entre correntes, mas, como elas tem seus pontos em comum, também tem seus pontos de
convergências.
 A primeira das contracorrentes é a filosofia da natureza, ela recebe em seu nome “filosofia” porque era
mais racional do que os outros (materialistas). Aqui, a natureza é vista como autônoma e independente, e
também como energia universal e como uma força viva. Na filosofia da natureza, todo, aqui também a evita
conceitos abstratos. Os pensadores mais importantes dessa corrente foram: Schelling, Fitchte, Hegel, entre
outros.
 O romantismo nasce normalmente , com a publicação de texto de Sturn Und Dragon, obra precisa deste
movimento além de ser muito exemplar e verdadeiro, o observador da natureza, aqui é visto como um artista,
esta corrente o mundo é visto como um aglomerado geocultural, nela também aparece algo chamado de
Elipse romântica que o sujeito e o objeto são os focos dessa elipse. O romantismo redefinia o conceito de
mundo meio ambiente , para eles, a natureza se reproduz de diversas formas, inclusive na forma humana, já a
ciência é construída a partir de uma razão que confere lugar a diversidade e contemplação mística. 
CAPÍTULO V
PARTE 2 A DINÂMICA DUAL NO CONTEXTO DA GEOGRAFIA CLÁSSICA 
Página Parágrafo OS FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA GEOGRAFIA CIENTÍFICA
127 01 (...) Uma das primeiras tarefas da geografia moderna foi a reutilização destes conhecimentos,
ajustando-os às exigências do discurso científico.
127 e 128 02 Rompendo com a ordem medieval, a renascença deu duas principais direções à geografia.
128 03 A retomada da geografia ptolomaica conduziu à emergência, na pesquisa geográfica, de um modelo
fundamental que perdurou até o advento da geografia científica.
128 04 A finalidade da geografia de Ptolomeu era a cartografia.
128 05 A imagem que o período ulterior à renascença reteve dele acentua esta preocupação de explicar a
terra no que ela tem de geral.
128 e 129 06 A conduta consistia em uma discussão sobre a criação do mundo, a forma da terra, os
círculos, as zonas climáticas e alguns temas relativos à física do globo.
129 07 Foi através delas que a geografia considerou que era sua tarefa de produzir imagens do mundo.
129 08 Se a geografia de Ptolomeu pôde ser considerada quase como um bíblia durante a renascença, uma
outra redescoberta imediatamente posterior veio se juntar à tradição geográfica: a de Estrabão.
129 e 130 09 Estrabão recorre a diferentes elementos econômicos, etnográficos, históricos e naturais, para
compor a imagem de cada região.
130 10 O gosto pela descrição de aventuras e de epopéias vividas em terras desconhecidas explica em
grande parte o interesse por essas narrativas.
130 11 O modelo de Estrabão é considerado como histórico descritivo em oposição àquele de Ptolomeu.
130 e 131 12 A análise do passado é, sem dúvida, influenciada pela percepção dos temas que nos são atuais
e que somos sempre tentados a justificar pelo recurso à história. 
131 13 O objeto científico homem-meio tornou possível o estabelecimento de relações de valor geral,
conservando a importância das descrições regionais particulares.
131 14 Muitos geógrafos modernos não hesitam em ver uma dicotomia entre esses dois modelos.
131 e 132 15 Os termos deste debate não se limitam exclusivamente à geografia.
132 16 Na ciência em geral, estes dois procedimentos receberam o nome de nomotético e idiográfico.
132 e 133 17 As tradições foram então reinterpretadas à luz da época, e é durante este período que foram
definidos os critérios que permitiam a transformação de um saber em ciência.
133 18 A questão de saber se estes personagens podem ser considerados como os verdadeiros fundadores
de uma geografia humana científica é o objeto mesmo de um debate entre historiadores.
133 19 (...) A relação homem natureza eram ainda de ordem muito geral e continham problemática muito
diferentes que, por sua diversidade, não permitiam reconhecer a especificidade do domínio disciplinar
geográfico.
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133 e 134 20 (...) O ponto de vista “moderno” da geografia, que considera o homem como um agente
transformador da natureza.
134 21 O debate que se desenvolveu no coração da geografia no fim co séc. XIX é interpretado como
sendo a retomada das concepções.
134 22 (...) Estes últimos valorizavam justamente sua tentativa de criar um conhecimento objetivo nas
ciências sociais.
135 23 O desenvolvimento da geografia, propriamente dita, no séc. XVIII foi também objeto de uma análise
similar feita pelos geógrafos.
135 24 O que há de mais notável é que, a despeito da evolução ligada às numerosas descobertas da época,
estas leis induziram a uma certa permanência na conduta dos geógrafos.
136 25 Encontra-se um ponto de vista similar em outros geógrafos.
136 26 Elas teriam também grandes ecos no pensamento de Humboldt e de Ritter.
136 27 Essa leitura não é específica dos geógrafos e concepções semelhantes aparecem em pensadores
estranhos à geografia. 
137 28 (...) Às teorias gerais, anunciavam, um século antes, o possibilismo da escola francesa de geografia.
137 29 É de fato verdade que Volney criticou o determinismo co Espírito das leis.
138 30 É fundamental sublinhar que a interpretação de todos estes autores se articula sempre em torno da
oposição binária que assinalamos precedentemente.
138 31 A importância de Kant para a geografia foi primeiro reconhecida na Alemanha por Hettner.
138 32 Uma primeira questão se impõe para saber se o papel de Kant na fundação da geografia modera.
139 33 A ciência empírica se referia somente a uma primazia da experiência, sem, no entanto, recusar a
utilização de conceitos e categorias advindas do raciocínio. 
140 34 (...) É, pois, necessário, para aprender corretamentea geografia de Kant, guarda bem a importância
recíproca destes dois ramos. 
140 35 A geografia, enquanto “sistema da natureza”, é simples objeto de uma conduta geral oposta à
singularidade do caso específico.
140 e 141 36 Com efeito, as ciências empíricas, da mesma forma que as ciências teóricas, recorrem a
conceitos pra organizar os dados sensíveis e por isso mesmo não estranhas à abstração.
141 37 O conceito é uma idéia pura, construída a partir de uma abstração que não corresponde a nenhum
objeto d mundo real.
141 e 142 38 A resposta de Kant para estes problemas se articula em torno da idéia de intuição.
142 39 A critica de Kant por Schaefer, que o vê como fundador do excepcionalismo na geografia, é deste
modo, ela também, contestável. 
142 40 Qualquer que seja a “verdadeira” herança de Kant, o que nos parece importante reconhecer são as
reinterpretações feitas pelos geógrafos.
142 e 143 41 Kant é freqüentemente apresentado como o primeiro pensador a construir um discurso
científico da geografia. 
143 42 (...) A história das idéias enquanto figura central da hermenêutica moderna e da ciência romântica. 
143 43 A importância do espaço é fundamental e só podemos nos admirar do esquecimento relativo do qual
este autor é objeto.
143 e 144 44 O sistema filosófico construído por Herder procurava ser um contraponto àquele dos
“filósofos” franceses do séc.XVIII. 
144 45 Devemos examinar mais de perto cada um desses três elementos que compõem esse todo orgânico
que é a nação.
144 46 O segundo elemento fundamental é construído pelos gêneros de vida.
145 47 Os gêneros de vida são, portanto, os meios específicos que cada nação encontra para se enraizar em
um dado território.
145 e 146 48 (...) Em outros termos, seu objetivo é examinar cada cultura enquanto individualidade, levando
em conta seus contextos geográficos.
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146 49 (...) Os comentadores de seus textos sublinhados freqüentemente a influência de Leibniz e a analogia
entre o conceito de mônada e o pensamento herderiano. 
146 e147 50 A palavra divina deve ser decifrada por um trabalho de leitura dentro da melhor tradição
hermenêutica.
147 51 É preciso também notar que o relativismo está na origem do humanismo moderno.
147 52 O caráter atual do pensamento de Herder é reconhecido, por exemplo, por L. Dumont. Este último
vê aí uma das vertentes fundamentais da ideologia moderna.
147 53 É inegável que a obra de Herder apresenta um interesse certo para o pensamento geográfico.
147 e 148 54 O modelo desta dupla filiação intervém de forma recorrente no discurso dos geógrafos.
148 55 É, pois, legítimo interrogar sobre os efeitos desta dualidade no desenvolvimento ulterior da geografia.
COMENTÁRIO DO CAPÍTULO V
 Atribui-se a emergência da geografia científica às obras de Carl Ritter e Alexandre Von Rumboltd. A
renascença deu dois rumos à geografia: primeiramente ela faz nascer a necessidade de um novo modelo
cosmológico, e em segundo lugar, ela adota a geografia clássica como fonte primordial de toda inspiração. A
renovação da geografia desse época caracterizou-se pela descoberta de Ptolomeu e Estrabão.
 Sendo a terra a unidade central do discurso de Ptolomeu, à representação da mesma classe o nome
cartografia.
 O modelo de Estrabão é considerado científico como histórico descritivo, e o de Ptolomeu era tido como
matemático-cartográfico. Muitos geógrafos não hesitaram de ver uma dicotomia entre estes dois modelos.
 A aflição da geografia científica é atribuída a Kant e a Herder, entorno e entre eles gera-se um debate que
em seu seio é discutido inúmeros temas relacionados à geografia, que vão desde à gênese da geografia
moderna até as definições de conceitos.
 
CAPÍTULO VI
A EMERGÊNGIA DA DUALIDADE NO DISCURSO DOS FUNDADORES DA GEOGRAFIA
MODERNA
Página Parágrafo A emergência da dualidade no discurso dos fundadores da geografia moderna.
149 01 Os primeiros anos da modernidade são marcados pela produção de uma enorme quantidade de
dados e de informações. 
149 02 A geografia era ainda muito ligada às narrativas de viagens e não possuía, portanto, um corpo de
interpretação individualizado, capaz de lhe dar uma clara identidade.
150 03 (...) A geografia experimentou a necessidade de estabelecer um método legítimo do ponto de vista
científico. 
150 04 A geografia, conhecida na época como “física do mundo”, colocou sob suas relações possíveis a
interpretação da dinâmica da natureza e de suas relações possíveis com a marcha histórica.
151 05 (...) Os adjetivos científico e moderno são freqüentemente aqueles empregados para distinguir a
especificidade de um conhecimento que procede de uma nova preocupação metodológica. 
151 06 (...) Humboldt soube, graças à sua grande cultura, reconduzir essas tradições a um novo modelo
científico e atualizá-las levando em conta as principais descobertas da época.
151 e 152 07 Ele era, sem dúvida alguma, um personagem clássico do momento que vivia a Europa.
152 08 Contudo, é importante notar que Humboldt foi também contemporâneo de um movimento de ruptura
com o iluminismo. 
152 09 Os laços que uniam Humboldt a seus contemporâneos românticos foram às vezes estreitos e
carregados de discussões a propósito da ciência. 
153 10 (...) Um dos eixos fundamentais desta corrente é justamente a filosofia da natureza.
153 e 154 11 A concepção que J. Ritter tinha do universo era a de um organismo impregnado de um mesmo
fluido vital.
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154 12 (...) O objeto fundamental era construir uma ciência abertamente associada a um projeto filosófico.
154 13 O espírito eclético de Humboldt lhe permitiu combinar com criatividade as idéias recebidas do
materialismo racionalista com as proposições do idealismo alemão e do romantismo filosófico.
154 e 155 14 A título de exemplo, quando Humboldt fazia estudos de botânica, no fim do séc. XVIII, ele se
mostrou bastante hesitante sobre a questão da análise das fibras nervosas. 
155 15 (...) Humboldt procurou introduzir o vocabulário científico da época na linguagem do pensamento
geográfico.
155 16 (...) A segunda fonte de gozo estaria ao prazer intelectual de compreender as leis da natureza.
156 17 O recurso à dualidade como modelo se inscreve na perspectiva engajada por nossa análise.
157 18 (...) A obra de Humboldt apresenta-se atravessada ao mesmo tempo por uma concepção inspirada
pela narturphilosophie, em que a natureza é susceptível de entrar em ressonância com o sentimento objetivo
daquele que a contempla.
157 e 158 19 A leitura da obra de Humboldt nos mostra claramente sua intenção de escrever algo de novo
ou, menos, de uma forma nova.
158 e 159 20 A organização do cosmos é um exemplo desta Nova atitude científica.
159 21 É preciso observar a natureza, utilizando as ferramentas que nos oferece a ciência moderna.
160 22 “ Meu ensaio o cosmos é a contemplação do universo fundada sobre um empirismo analítico, isto é,
sobre o conjunto de fato registrados pela ciência e submetido às operações do conhecimento que compara e
combina”.
160 23 Humboldt nos explica, assim, que as ciências “ trazem nelas mesmas um germe de destruição” e que
toda certeza não é senão um momento passageiro do saber. 
160 e 161 24 São aí sublinhados sempre s momentos de ruptura, assim como a luta constante entre as
tradições e o novo.
161 25 Humboldt começa seus primeiros volumes da “física do mundo” por uma exposição do que é a
concepção científica moderna da natureza apreendida em seu conjunto.
162 26 A geografia proposta por Humboldt engloba, portanto, uma reflexão sobre o homem e uma reflexão
sobre a natureza. 
162 e 163 27 Carl Ritter, ao lado de Humboldt, figura também como fundador da geografia moderna e
científica.
163 28 Ritter, tal como Humboldt, pretendia estabeleceras novas bases de um saber organizado e
metodologicamente rigoroso.
163 29 O interesse central de Ritter em estudara natureza jamais eclipsou seu gosto pela filosofia, e isso
desde sua juventude.
163 e 164 30 (...) Se considerarmos o fato de que Schelling era, na virada do séc. XVIII, intelectual mais
popular da Alemanha universitária.
164 31 A filologia se transforma em ciência dos fatos.
165 32 Não insistiremos sobre a concepção do todo, presente em toda a obra de Ritter.
165 33 (...) A tarefa fundamental da ciência é a de resgatar uma coerência metafísica a partir da organização
geral da natureza.
165 34 As leis dessa harmonia geral constituem objeto fundamental da geografia.
165 e 166 35 “ A simetria e a aparência informe das obras da natureza desaparecem diante de um exame em
profundidade”.
166 36 Os continentes, verdadeiros indivíduos da natureza, constituem o objeto primordial do estudo
geográfico.
166 e 167 37 Toda matéria e constituída de proporções entre esses elementos.
167 38 Na cosmologia pitagórica, todas as coisas são números.
167 e 168 39 Para Nicolas Obadia, a mística dos algarismos é paradoxalmente o aspecto mais moderno na
obra de Ritter.
168 e 169 40 O tipo de determinismo desenvolvido na obra de Ritter é um exemplo de sua conduta
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metafísica.
169 41 Estamos efetivamente distantes do determinismo das leis gerais, experimentais e necessárias da forma
ratzeliana.
169 42 A explicação científica em Ritter, ou as leis às quais ele se refere em seu discurso não exprimem uma
racionalidade aplicada à observação da natureza.
170 43 (...) A atividade cognitiva, contrariamente ao modelo Kantiano, não repousa sobre categorias e
representações.
170 44 (...) O pensamento de Ritter não se deixa caracterizar unicamente pelo rótulo de teológico que lhe é
freqüentemente aplicado.
170 e 171 45 (...) A matemática não é considerada unicamente como um meio de representar fenômenos,
mas como sendo ela mesma a expresão de uma lógica viva.
171 46 (...) O pensamento de Ritter não reside somente na ambigüidade que resulta da união entre um
irracionalismo romântico e uma metafísica cartesiana. 
171 47 “ A geografia demonstra-se capaz de elaborar uma ciência geral dos produtos, ela chegará a
evidenciar todas as relações espaciais necessárias a seu desenvolvimento e, dando a seu objetivo a forma
científica que tanto lhe faltou até aqui, acenderá ao estatuto de geografia científica”.
172 48 (...) Encontramos em suas obras a dualidade característica da modernidade, a qual se define pela
presença simultânea de posições racionalistas e de posições que lhes opõem.
172 49 (...) Essa dualidade no discurso destes fundadores é a concepção de uma ciência que seja ao mesmo
tempo cosmológica e regional.
173 50 (...) Nomes de geografia geral ou sistemática e de geografia regional.
173 51 O geógrafo era um observador da natureza que experimentava ao mesmo tempo um prazer estético,
mas também um prazer intelectual de compreender as leis naturais.
174 52 A hipótese, segundo a qual existe uma ordem escondida ou invisível que só se desvela ao olhar
atento do intérprete. 
174 53 (...) É preciso sublinhar que, nos casos de Humboldt e de Ritter, os pólos epistemológicos se
misturam em proporções variáveis, sem aparência contraditória.
COMENTÁRIO DO CAPÍTULO VI
 Estes capítulo vem por em relevo as dualidades presentes, principalmente nas obras de Alexandre Von
Humboldt e de Carl ritter, dos discursos que atuaram nos processos de sistematização da geografia.
 Alexandre Von Humboldt é considerado uma cosmogonha da modernidade, foi ele um dos principais
atuantes no processo de sistematização da geografia, Humboldt foi muito influenciado pelos idéias
iluministas francesas e por pensadores como:Herder e Alexandre se encaixava em uma corrente chamada de
romantismo.
 A geografia proposta por Humboldt engloba reflexões sobre os homens e a natureza. Por este programa
de Alexandre começa a construir as bases de uma nova ciência e rica em climas, um dos principais papéis da
geografia moderna essa de produzir um discurso e uma imagem coerente do mundo.
 Carl Ritter, assim como Humboldt, também ajudou a estabelecer as bases para o processo de
sistematização da geografia. Ritter propunham a geografia uma conduta moderna visando generalização e o
estabelecimento de leis. Esse discurso era de acordo como o pensamento racionalista. Uma característica
marcante de Ritter foi sua diferenciação com o determinismo e suas argumentações baseadas na matemática
e na lógica.
 Nos casos de Ritter e de Humboldt, os pólos epistemológicos se misturam em proporções variáveis, sem
opiniões contraditórias. O principal legado desses autores foi a posterior sistematização da geografia como
ciência. 
CAPÍTULO VII
RACIONALISMO E LEGITIMIDADE CIENTÍFICA: O CASO DO DETERMINISMO
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Página Parágrafo Racionalismo e Legitimidade científica: O caso do determinismo
175 01 O determinismo é talvez tão antigo quanto à faculdade de refletir.
175 e 176 02 A ciência, em sua forma predominante desde o séc. XVIII, criou uma forte identidade entre o
pensamento científico e a dedução determinista.
176 03 O sujeito conhecedor opera ordenados os fatos, criando cadeias lógicas e um modelo racional.
176 e 177 04 (...) A conduta determinista pretende dar conta dos fatos em toda sua diversidade.
177 05 A ciência em sua forma determinista se propõe a tudo explicar sobre uma lógica e o que não pode
ainda figurar nesse plano explicativo.
177 e 178 06 (...) Durand afirma que a geografia se encontrará de novo com os estudos particulares.
178 07 (...) Ao antecipar os resultados, o determinismo permite uma ação no mundo.
178 08 Estas duas características do determinismo nascem da associação entre o conhecimento positivo e a
ciência normativa.
178 e 179 09 (...) É verdade que na ciência contemporânea não se trata mais de um determinismo
mecanicista. 
179 10 A tendência atual é de graduar os efeitos da verificação e de explorar a relativização das condições
da experimentação.
179 11 (...) Os discursos alternativos não são capazes de preservar o papel, a importância e as instituições
do mundo dito científico.
179 12 A crítica do modelo determinista mesológico pode ser interpretada como sendo refutação a todo e
qualquer gênero de determinismo.
180 13 As posições expostas não dão nenhum sinal de um consenso possível.
180 14 A filosofia possui uma enorme tradição em relação a essa temática. 
180 e 181 15 (...) A análise da bibliografia mostra, no entanto, que um certo ponto de vista foi privilegiado: a
oposição entre o determinismo e o possibilismo.
181 16 Nosso objetivo é mostrar que existem outras vias na afirmação do determinismo em geografia, sem
que elas estejam necessariamente ligadas à questão homem-meio.
181 17 Segundo Claval, a tradição determinista na geografia conheceu três grandes momentos na história: a
tradição médica hipocrática, a leitura teológica da natureza, e a retomada no séc. XVIII pelos naturalistas e
filósofos.
181 e 182 18 A primeira tradição atribui uma importância fundamental aos elementos naturais na constituição
da filosofia humana.
182 19 É preciso notar bem Montesquieu queria, antes de tudo, determinar as fontes objetivas dos diferentes
tipos de constituições políticas.
182 e 183 20 O determinismo teológico de Herder se dirige antes para uma leitura próxima do não
racionalismo.
183 21 A posteridade deste modelo, estranho à sociedade racionalista, foi assegurada na geografia de Ritter
e, depois, por E. Reclus.
183 22 Neste domínio, não há intervenção divina e o método capaz de produzir um conhecimento é a ciência
objetiva.
183 e 184 23 O terceiro tipo de determinismo geográfico encontrou sua inspiração nasidéias do
evolucionismo.
184 24 (...) Essa disciplina era considerada como um longo inventário de dados e informações sem nenhuma
preocupação de sistematização.
184 e 185 25 Desta forma, o pensamento de Ratzel teve um papel de mudança paradigmática nas
concepções geográficas.
185 26 Ratzel pretendeu demonstrar a necessidade das relações enre os diversos gêneros de comunidades
concebidas como organismo.
185 e 186 27 A análise de Ratzel descrevia vários gêneros de dinâmicas territoriais, tentando traçar um
quadro geral ou um modelo para essas dinâmicas. 
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186 28 (...) O determinismo geográfico tem forte conexão com o problema filosófico que opõe necessidade
e liberdade. 
186 e 187 29 No fim do séc. XIX, a biologia foi considerada como um novo paradigma para as outras
ciências em razão do sucesso da teoria evolucionista. 
187 e 188 30 O discurso ratzeliano recoloca a geografia na modernidade científica.
188 31 “ Se o determinismo foi tomado para significar que a natureza está submetida às leis, não permitindo
nenhuma exceção, então isto é apenas o senso comum de toda a ciência moderna”.
188 32 Todas as vezes que o tema da objetividade, do modelo racionalista ou da ciência positiva é
abordado.
188 e 189 33 (...) O determinismo enquanto método jamais é questionado.
189 34 O método materialista histórico é único a poder proporcionar “ o entendimento científico em termos
das contradições inerentes de uma sociedade histórica particular”. 
190 35 Este é o caso se julgarmos os comentários críticos dos marxistas e dos geógrafos da nova geografia.
190 36 A outra perspectiva crítica se inscreve na tradição que se opõe ao racionalismo.
COMENTÁRIO DO CAPÍTULO VII
 Neste capítulo vimos as bases do determinismo e os argumentos para a sua legitimação, como forma de
justificativa para os fenômenos estudados por quase todas as ciências.
 O determinismo é, sem dúvida, uma noção central para a ciência racionalista, mas seus limites,
importância, conteúdos e seus objetivos são sempre centrais em grandes debates. A abordagem determinista
considera que todos os acontecimentos são produtos diretos das causas externas atraentes.
 O determinismo pretende das contas dos fatos em to da sua diversidade. Podemos coloar uma evidencia
os princípios metodológicos do determinismo: a verificabilidade, a generalidade, apositividade e a
objetividade.
 Nas ciências contemporâneas não tratam de um determinismo mecanicista, ao critérios feitos ao
determinismo são responsáveis pelo abrandamento do modelo inicial.
 No determinismo houve uma enorme bibliografia sobre ele, mas, sua maioria, o ponto de vista privilegiado
foi a oposição entre o determinismo e o positivismo.O objetivo dos autores aqui é: é mostrar outras vias de
afirmação da geografia no determinismo.
 Para Claval, o determinismo conhecem três grandes momentos: a tradição médico, hipocrática retomada
pelo naturalismo, a leitura teológica da natureza de inspiração herdeliana e a nascida de evolucionismo de
Darwin. 
CAPÍTULO VIII
VIDAL: UM CRUZAMENTO DE INFLUÊNCIAS
Página Parágrafo Vidal: Um cruzamento de influências
192 01 (...) A geografia vidaliana nutriu tantas discussões e críticas, que pode parecer temerário pretender
propor-lhe uma nova leitura. 
192 e 193 02 A primeira tarefa que se impõe neste percurso é talvez o reconhecimento.
193 03 (...) Essas reações beberam em fontes variadas, notadamente em autores como Hegel, Schelling,
Aristóteles e, sobretudo, Kant.
193 04 (...) O relativismo científico do criticismo ensina que toda certeza ou conhecimento está inscrita nos
dados de uma experiência relativa a um fenômeno.
193 e 194 05 (...) Correntes filosóficas do final do séc. XIX terminou por conduzir a, nas nenhuma
conciliação.
194 06 Os pares de temas recorrentes: liberdade/necessidade, probabilidade/determinismo.
194 07 Esta denominação faz referência ao fato de, por um lado, eles tentarem renovar o espiritualismo
eclético.
195 08 (...) O hábito é um ato inteligente, mas sem consciência.
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195 09 Nota-se que o dualismo continua, apesar da distância em relação às idéias primordiais de Kant.
195 10 A contingência é, no entanto, um dado irredutível que recoloca em questão o saber estruturado
exclusivamente sobre suas regularidades.
196 11 O encontro da ciência e da religião é um traço característico desses autores.
196 12 (...) O aspecto quantitativo não deve fundir os eventos distintos em uma só progressão uniforme.
196 13 Esta dualidade é a mesma que o faz distinguir sociedades estáveis e fechadas.
196 e 197 14 (...) Um movimento geral de crítica se manifestou no seio das disciplinas contra o modelo
dominante científico/positivista. 
197 15 Trabalhava-se com a idéia de causalidade, pois não haveria outros meios e estabelecer relações sem
cair em um subjetivismo e, portanto, em uma relatividade absoluta.
197 16 A diversidade destas posições traduz bem a atmosfera dos últimos anos do séc. XIX e do início do
séc. XX.
197 17 A existência recorrente de um conjunto de atitudes de recusa ao racionalismo como um movimento
claramente identificável. 
198 18 A análise destas categorias e de seu papel pode, pois, revelar certos aspectos negligenciados da
epistemologia vidaliana. 
198 19 (...) Nem a escala, nem o tipo de fenômeno era importantes; quer ele fosse essencialmente natural
(paisagem não humanizada), quer fosse humano poderia sempre ser considerado como um organismo.
198 20 O recurso à noção de organismo, emerge uma certa concepção que não parece necessitar de outras
explicações.
199 21 O organismo possui uma causalidade que, em última instância, é sua realização enquanto ser. 
199 22 O organismo, por ser gerador de energia, dá assim garantias de continuidade e de unidade.
199 23 Na verdade, a physis é um movimento de vir a ser, a forma reunindo a matéria e a finalidade em um
conjunto sintético e total.
199 24 A idéia de meio para Vidal tem a mesma característica sintética e circular.
200 25 Este campo de ação, o meio, que é o domínio epistemológicos da geografia, se define por sua
maneira de ser.
200 26 O estudo do meio era o ponto de partida da pesquisa geográfica.
200 27 (...) Como os outros elementos do meio, o homem age sobre seu meio ambiente ao mesmo tempo
que sofre sua ação.
200 e 201 28 (...) Ela tem o papel central na organização do meio.
201 29 (...) O discurso de Vidal se parece às vezes com uma descrição da luta aberta entre cultura e
natureza. 
201 30 As armas deste combate são dadas pela cultura e “a civilização se resume na luta contra estes
obstáculos [naturais]”.
202 31 É preciso, sem dúvida, abordar aqui a questão da relação entre o meio e a ação humana.
203 32 (...) “A natureza prepara os sítios, o homem cria o organismo”.
203 33 É nessa relação entre o gênero de vida e a obra de transformação humana, tomada globalmente, que
se situa a própria essência do objeto da geografia.
204 34 A matéria é, assim, o conjunto das condições que devem ser realizadas para que uma forma, o meio,
possa aparecer.
204 35 A geografia torna-se o inventário destas ações que, enquanto realizações concretas essenciais,
contêm toda explicabilidade.
205 36 Identificamos uma certa estrutura circular a respeito das noções de organismo e de meio.
205 e 206 37 É sem dúvida exagerado e mesmo apressado, à luz dos paralelos que estabelecemos entre o
discurso lablacheano e uma certa metafísica ou romantismo.
206 38 Talvez não exista filiação entre a geografia de Vidal e uma corrente filosófica precisa.
207 39 A sanção social era, portanto, um conceito arbitrário, útil à análise de um certo tema, ma sem valor
explicativo em si.
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20/33www.trabalhosf eitos.com/imprimir/Fichamento-Do-Liv ro-Geograf ia-e-Modernidade/128248207 40 (...) Durkheim visava a dar à ciência social instrumentos metodológicos capazes de torná-la tão
objetiva e positiva quanto às ciências empírico-formais.
207 41 (...) É importante para pensar a epistemologia vidaliana, pois seus principais adversários eram os
discípulos diretos de Durkheim que formaram a escola da morfologia social.
208 42 Sem dúvida alguma, suas críticas eram dirigidas contra a utilização que a escola francesa fazia de
conceitos como o de “região”.
208 e 209 43 (...) Não pensava em uma geografia identificada a um objeto ou a um campo determinado que,
por si mesmo, a individualizaria em relação às outras ciências.
209 44 A geografia deve integrar os fatos que as outras disciplinas estudam separadamente. 
209 45 (...) Como Vidal recusava todo sistema apriorista, essa observação devia se produzir pelo contato
direto com a realidade estudada.
210 46 (...) Para cada região, existe um movimento particular resultante das combinações múltiplas entre os
elementos que a compõem.
210 e 211 47 A descrição era o esclarecimento dos fatores responsáveis por cada paisagem.
211 48 (...) O papel da intuição era fundamental para a observação. Pelo contato direto com as regiões, os
geógrafos percebiam plano de sua estruturação.
211 49 A antiga hermenêutica não está muito longe o comportamento desses geógrafos, “leitores” eruditos
das paisagens e das regiões.
212 50 O comum está escondido atrás de cada fato individual, e o papel da analogia é, portanto, o de
revelá-lo. 
212 51 Ele insiste, também em afirmar que o objetivo final do processo científico era o de conduzir ao
estabelecimento de leis e de regularidade.
212 52 O geral deve se ligar aos estudos particulares, da mesma maneira que se deve sempre procurar nos
casos particulares indícios de regularidades.
213 53 Vidal vislumbrava a possibilidade e que a multiplicação das forças criativas das paisagens permitiria
um dia a enunciação de regularidades das leis.
213 54 É preciso ver que Vidal dava uma enorme importância ao método como fator definidor da geografia.
214 55 É parcialmente verdade que existe em Vidal um certo compromisso com o modelo científico-
positivista.
214 56 A influência da biologia evolucionista é marcante e freqüente ocupa um lugar de núcleo explicativo. 
214 e 215 57 (...) Quando se trabalha dentro de uma visão evolucionista, o diferente é sempre reduzido
semelhante.
215 58 (...) Um Vidal “positivo” que afirmava que a geografia era uma “ciência que analisa, classifica e
compara”.
215 e 216 59 (...) As sociedades não são semelhantes e produzem respostas diferentes e não-
hierarquizadas, como o esquema previsto no evolucionismo clássico.
216 60 As categorias sintéticas utilizadas no discurso de Vidal têm pouco poder explicativo, quando
integradas a esta visão hierarquizada.
216 e 217 61 (...) O desenvolvimento e as mudanças de dinâmica impuseram novas maneiras de ver, de
pensar e de organizar as regiões.
217 62 A indústria, o comércio e mesmo a agricultura são fenômenos que conheceram uma importância
crescente e causaram as transformações na maneira e conceber a administração e planificação da época. 
217 63 (...) Um novo contexto espacial regional, mais ou menos especializado em função da ação dos
centros urbanos, transformados nos novos pólos dinâmicos da vida econômica e social.
217 64 (...) A temática se parece com aquela que sará mais tarde retida como o objeto de uma geografia
moderna.
217 e 218 65 Vidal não faz nenhuma referência às categorias sintéticas descritas anteriormente. 
218 66 (...) A despeito destas condições, o modelo e a estrutura das “Régions françaises” são tão diferentes,
que somos levados a ver uma certa dualidade na obra e no pensamento de Vidal. 
218 e 219 67 (...) Há uma preocupação com a construção de um corpo científico pela observação de
causas regulares.
219 68 Vidal faz permanentemente uso da descrição de casos específicos em sua argumentação.
220 69 A primeira parte deste trabalho tentou mostrar que tais modelos são constitutivos da própria
modernidade.
220 70 É interessante ver que ele se refere, por exemplo, a Humboldt e a Ritter, retendo de cada um deles
um aspecto desta dualidade e encontrando na reunião dos dois o sentido global da geografia.
220 e 221 71 Para Vidal, estes modelos podem ser integrados, a posteridade teve a tendência a vê-lo como
posições antagônicas
221 72 Em conseqüência, o que entendemos hoje como “dualista” era talvez bem diferente nos tempos de
Vidal.
221 73 As bases da epistemologia vidaliana, à luz de suas influências diversas – espiritualistas, metafísicsa,
científicas, etc.
221 74 Vidal viveu uma época de grandes discussões sobre os limites de validade da ciência e sobre o
melhor método para produzi-la.
COMENTÁRIO DO CAPÍTULO VIII
 Neste capítulo, as idéias expostas faziam referencias às influências que Vidal de La blache foi
“submetido”, por assim dizer.
 A ausência relativa de referências explicita a de relações imediatas entre a obra e uma doutrina definida
não é a expressão de uma negligência teórica. Vidal não se restringe a realidade , e ele também cria
categorias, noções gerais interligados que compõem as noções de sua discussões teóricas.
 Na obra de Vidal, existem quatro idéias principais: organismo,meio, ação humana, e gênero de vida, a que
o autor define e diferencia cada um desses conceitos pondo em evidencia argumentos de vários autores.
 Neste capítulo, encontramos também, um dos principais problemas epistemológicos vidalianos: “como
conceber o fato de que o homem, por sua atividade, seja mestre do seu meio, se ele esta submetido a este?”
 Vidal viveu em uma época de grandes discussões sobre os limites de validade da ciência e sobre o melhor
método para produzi-la. De um lado, Vidal sempre manteve um discurso sobre a importância da busca da
generalização e de leis explicativas. De outro, aproveitou-se do renascimento da tradição metafísica e de
seus prolongamentos como a Filosofia da Natureza e o Romantismo. Talvez resida aí o classicismo da obra
de Vidal, nem moderna e nem tradicional. 
CAPÍTULO IX
A RENVAÇÃO CRÍTICA
Página Parágrafo A renovação crítica
223 01 O objetivo maior durante este período era, então, o de construir uma “geografia universal”,
demonstração final da excelência do método regional.
223 e 224 02 (...) No entanto, no conjunto, era a região, vista enquanto entidade real e evidente, que
concentrava quase todo interesse.
224 03 Este período é identificado como apogeu da influência da escola francesa de geografia.
224 04 (...) A menção das monografias regionais desperta, senão o desprezo dos geógrafos mais
racionalistas.
224 05 O contexto mais geral da crítica das monografias é bem conhecido agora.
224 e 225 06 A partir da virada do século, no entanto, o culto ao positivismo científico começou a ser
objeto de várias críticas.
225 07 (...) O único modo de conhecer, para as ciências o espírito, é a interpretação.
226 08 As críticas ao positivismo clássico deixaram, portanto, aparecer proposições que faziam apelo ao
poder da intuição. 
226 09 (...) Este quadro, todavia, foi, em grande parte, desenhado pelos anos ulteriores que, querendo
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retornar ao positivismo, buscavam valorizar justamente as “fraquezas” metodológicas desta geografia do
início do século, julgada como ultrapassada e pré-científica. 
226 10 (...) Os principais parâmetros sofreram redefinições, e, em lugar de falar de determinismo, o novo
racionalismo se exprimia pela probabilidade.
226 e 227 11 (...) A metafísica é, portanto, vista como o pior inimigo do método científico.
227 12 A bem da verdade, as idéias deste grupo só conseguiram se impor nas ciências sociais depois da
segunda guerra mundial.
227 13 A base de seu sistema é a vontade, uma vontade que é antes de tudo guiada pelo interesse de
utilidade.
228 14 Elas estão conscientes dos limites que é preciso impor à explicação científica e também

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