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AD2 2020 1 - Mundo Helenístico - 4º período - disciplina optativa - enviada 20-05-2020

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Fichamento: GUILHERME, Ronaldo Gurgel Pereira. 
“HELENIZAÇÃO”, “EGIPCIANIZAÇÃO” E A “RE-CONSTRUÇÃO DA 
IDENTIDADE”: Estudo das interações Culturais entre Estrangeiros e Nativos 
na chóra Ptolomaica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, PPGHC UFRJ, 
2005, pp. 86-117 
MARQUES, Juliana Bastos. Mundo Helenístico v. 1. / Juliana Bastos Marques, 
Mônica Selvatici. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2012. 
Aluno: Paulo de Morais Oliveira de Resende. Matrícula 18216090094 
 
1. Tema: A temática da dissertação de Guilherme Pereira tem como propositura 
aviltrar diferenciados assuntos relacionados a miscigenação de culturas, 
religiosidades, casamentos e etc., entre os colonos gregos e os nativos, quando 
do estabelecimento daqueles em diversas regiões do Egito. Esse trans 
culturalismo congruentemente transcorreu paulatinamente, no decurso da 
coexistência quotidiana e permuta sociocultural no inter-relacionamento de 
gregos e egípcios. Guilherme Pereira apresenta informações variegadas no 
decurso das quais particulariza que esse inter-relacionamento de gregos e 
egípcios, teve como consequência direta o engendramento de uma nova 
identidade destes dois povos. Essa nova identidade é fruto da desconstrução da 
identidade nacional e individual, provinda do amalgamento cultural, religioso, 
social e etc., entre ambos. Essa nova identidade reverbaria basilarmente na nova 
geração concebida a partir de então. 
2. Tese central: Guilherme Pereira fornece uma enorme riqueza de pormenores 
sobre o local onde os gregos se instalaram em grande número no Egito. O lugar 
é denominado de Chóra Egípcia. Ele apresenta uma descrição minuciosa sobre 
o quotidiano de gregos e egípcios e, as consequentes mudanças, aquelas 
experenciadas pelos egípcios, mas, também aquelas vivenciadas pelos gregos. 
As informações descritas pelo autor sinalizam o acurado zelo em despender-se 
em seus esquadrinhamentos pessoais no enricamento de sua tese de mestrado 
primorosamente bosquejada. Guilherme Pereira ressalta a miscigenação da 
cultura grega com a egípcia, evidenciando a helenização do Egito. Os nativos 
experenciaram a influência cultural helênica quando foram conquistados pelos 
gregos. 
 
Em contrapartida a isto, a própria sociedade grega experienciou alternâncias 
culturais e sociais, respectivas ao contato com as novas civilizações. Esse foi um 
elemento causativo de mudanças de cunho cultural no mundo macedônico, 
também persuadido ao acolhimento de costumes egípcios. Guilherme Pereira 
faz uma exposição dessa intercorrência de modo suficientemente sobrelevado, 
porém, insisti na inclusão da chóra ptolomaica. Indubitavelmente isso nos 
destina a influência da dinastia ptolemaica que governou o Egito após a morte 
de Alexandre. Não obstante, nos desdobramentos de sua dissertação arrazoa 
sobre a colonização helenística do Fayum, uma região especifica localizada ao 
sul da cidade de Mênfis. No Fayum similarmente intercorre uma notável 
interculturalidade no amago das duas sociedades. Já em concordância com a 
aula de número observa-se que a expansão grega em direção ao Oriente, mais 
precisamente quando das conquistas realizadas por Alexandre, o alvo era 
metodização de uma cultura unificada, que agrega a si entre elementos 
integrantes das culturas gregas e orientais. (p. 15). Contudo, quando a dinastia 
ptolemaica se instalou no Egito implantou uma política unissonante com as 
práticas mágico-religiosas egípcias. Os reis ptolomeus eram vistos como 
detentores de poderes divinos e, que, portanto, agiam livremente, sem 
necessidade de consultar as assembleias. Destarte, subsistia uma monarquia 
assentida como sendo divina egípcia. Em relação as rainhas logo ao morrerem 
eram divinizadas e merecedoras do recebimento de oferendas, inclusive das 
mãos dos próprios Faraós. Estes, porém, eram deificados ainda em vida (p. 123). 
O autor salienta que a estratégia imperial da dominação helenística optou por 
utilizar-se da mediação de uma instituição local com capacidade suficiente de 
auxiliar na legitimação da conquista grega sobre os nativos locais. Segundo 
Guilherme Pereira as particularidades nas quais o nómos aparece diretamente 
ajoujada as permutas ascendentes das culturas helênicas e a classe elitista 
egípcia, notadamente por causa nos aspectos moral e político, em face da forte 
influência exercida pelos templos religiosos sobre a população comum. Um fator 
secundário que corrobora com este primeiro considera que as instituições 
responsáveis pela administração das províncias locais (nómos) maiormente 
pertenciam as capitais localizadas nas regiões do Delta e Médio Egito. Portanto, 
as questões religiosas no contexto sociocultural egípcio aparecem 
intrinsicamente entrelaçada aos templos. Porém, a monarquia helenística e as 
elites sacerdotais nativas, tinham necessariamente que adotar desse expediente 
para a instauração de afinidades diplomáticas. A influência exercida pela classe 
sacerdotal egípcia era um acontecimento recorrente desde os séculos 
anteriores. E, na busca do estabelecimento e consolidação do domínio 
helenístico nos nómos essas alianças eram utilíssimas. Doravante, esse pacto 
conchavou-se em um forte ponto de apoio ao processo de concretização da 
dominação grega no Egito. Guilherme Pereira, porém, faz uma de suas mais 
importantes observações nesse momento: ele trata sobejamente do 
transculturalísmo em face da junção dos dois povos, isto é, a partir dessa aliança 
entre as duas elites. Essa deliberação conjuntural provocará a exclusão sumária 
das camadas populares do Egito Helenístico. A essas camadas populares 
restará um recurso único, qual seja, a rendição compelida a mestiçagem entre 
gregos e nativos, bem como pessoas de outras nacionalidades. Exsurge a partir 
daí uma mestiçagem, espécie de multiculturalismo cosmopolita. Em razão da 
unificação entre governanças helênicas e a classe sacerdotal egípcia, ascende 
também uma elite social até então inexistente, cognominada de helenizados ou 
gregos. Desse modo inaugura-se uma verdadeira exclusão social - os não 
pertencentes a essa nova elite, são coagidos pela nova condição criada a 
deprimente posição de servilidade ignominiosa. De agora por diante seriam 
assemelhados aos bárbaros. Mas, o que deve se perguntar é: [...] até que ponto 
um determinismo de submissão e inferioridade social era aceito passivamente 
pelos egípcios nativos? (GUILHERME, 2005, p. 99). Essa foi uma controvérsia 
que gerou certamente uma enormidade de conflitos entre gregos helenísticos e 
egípcios. 
 
3. Trechos de destaque: 
 
1º - As relações existentes entre as comunidades egípcia nativa e helenística na 
chóra. O objetivo é compreender de que maneira o nómos grego primário foi 
incorporado aos valores tradicionais egípcios e ajustando-se a uma realidade 
simbólica oriunda das relações sociais existentes e de interações entre o 
helenismo e o egípcio. Dentro do contexto da aula de número um esclareça-se 
que antes da dominação grega estabelecer-se no Egito, inclusive, na região da 
Macedônia, já existiam relações previamente estabelecidas com o Egito. A 
cultura helenística concentrou-se gradualmente em vários centros urbanos 
centrais no Egito, não obstante, de forma continua. Por este modo ter-se-ia a 
agregação entre os elementos integrantes das culturas gregas e orientais, 
diretamente ligadas às [...] nuances espaciais [...] concentradas [...] em 
determinados centros urbanos e temporais, pois foi um processo contínuo.” (p. 
18). O processo de helenização das regiões conquistadas por Alexandre teria 
continuidade através de seus generais que dividiram o seu Império entre si. De 
acordo com a aula de número cinco foi o que aconteceu na cidade de Mênfis, no 
Egito, sobrepujada pela cidade de Alexandria (p. 128). 
 
2º - O Papiro foi o instrumento de conservação e transmissão das informações 
importantes sobre o período helenístico egípcio dahistória, inclusive do registro 
da língua falada (koiné). Portanto, o papiro é assunto importante para a 
contribuição dos estudos do mundo helenístico. O autor, porém, informa que os 
papiros raramente fornecem informações sobre o exato período no qual os 
gregos iniciaram sua dominação sobre a terra do Egito. Em contrapartida, 
contudo, graças a esses mesmos papiros chegou ao nosso conhecimento o 
grande número de informações sobre aquilo que hoje é denominado de Egito 
Helenístico. Sem os papiros muitas das permutas culturais ocorridas entre os 
gregos/helenizados e egípcios nativos, jamais teriam chegado ao nosso 
conhecimento. Certamente os papiros constituem fontes documentais 
imprescindíveis ao estudo e compreensão do mundo helenístico antigo. Não 
fossem essas fontes, como saberíamos sobre as práticas sociais surgidas em 
face dessas chamadas trocas culturais. É um contraste com o conteúdo da aula 
de número 01 quando se diz que: [...] os textos literários produzidos na época 
helenística sobreviveram em pequeno número e geralmente sob a forma de 
fragmentos” (p. 13). Graças aos papiros conseguiu-se a preservação de 
importantes [...] documentos e textos no Egito.” (p. 49). Dentre esses 
documentos encontrados estão inclusos partes importantes de peças escritas 
por conceituados autores gregos como Menandro e Euripides, e até uma obra 
atribuída ao filosofo Aristóteles, denominada A Constituição de Atenas. 
Conjuntamente se faz referências a outros documentos, além destes citados 
aqui. Entretanto, o papiro era material extremamente frágil e de pouca duração, 
porque era extraído de uma planta aquática. Não obstante, contudo, é importante 
destacar as fontes documentais mais duradoras, isto é, a numismática, que 
registrou informações importantes sobre aquele período, os artefatos 
arqueológicos, que se mostraram capazes de fornecer as mais diversas 
informações e a epigrafia. Esta através de suas escritas funerárias, forneceram 
dados sobre idade, informações sobre famílias, nomes, posição social e etc., de 
extrema importância sobre este período importante do mundo helenístico. Estas 
outras fontes esclarecedoras corroboraram maiormente com os relatos 
providenciados pela papirologia adindo o entendimento sobre o período de 
dominação helenística no Egito. 
 
3º - Resumidamente deve-se entender que chóra era o espaço onde se 
realizavam as trocas culturais, local de grandes aglomerados de pessoas, o lugar 
de acolhimento do outro, território onde ocorriam as mediações do mundo 
civilizado de Alexandria. A chóra era o exato sítio onde as pessoas podiam 
conviver e estabelecer relações sociais diversas, agregando em seu interior 
pessoas de diferentes nacionalidades. Entretanto, os gregos que dominavam 
bem a língua egípcia conseguiam sobressair-se sobre os demais, isto é, se 
apropriavam das práticas comuns e dos saberes da vida cotidiana egípcia. Os 
outros permaneciam como uma espécie de excluídos sociais. Já o Fayum é 
descrito como uma área fronteiriça e cultural situada entre os dois domínios que 
distinguiam o habitat helenístico e o habitat nativo. A seu tempo os agroikos era 
o nome que se dava aos moradores das terras rurais. 
 
4º - Os helênicos se apropriaram de elementos da religiosidade egípcia e 
também de sua cultura, como por exemplo [...] a prática de casamento entre 
irmãos [..] – (GUILHERME, 2005, p. 95) prática comum nos moldes culturais e 
sociais egípcios. Essa provavelmente tenha sido a maior de todas as 
aquiescências permitidas pelo helenismo em relação aos costumes e práticas 
socioculturais egípcias. Esse comportamento, contudo, causou espanto ao povo 
romano, que proibiu através de leis próprias a sua efetivação entre os seus 
cidadãos. Entretanto, estes casamentos realizados entre irmãos receberam a 
chancela oficial dos monarcas da dinastia ptolemaica, que não apenas fizeram-
na valer no seio da própria família real, bem como permitiram-na ser praticada 
pelos seus súditos, fossem eles helênicos ou nativos. Ao abraçar tal prática 
egípcia os helênicos deixaram notadamente de considerá-la um costume 
bárbaro. Um aspecto diferente do casamento entre irmãos era o casamento 
misto. Em face do crescimento destes as diferenças originais existentes entre 
egípcios e helênicos sofreram notória minoração. Gregos e egípcios encurtaram 
a grande distância cultural existente entre si. Das práticas desses casamentos 
mistos surgiriam a interessante duplicidade de nomes, quer dizer, as pessoas 
portavam nomes que fossem sincronicamente gregos e egípcios. No 
entendimento de Crawford esses nomes ficaram enleados as questões de 
ascensão a melhores condições sociais por parte daqueles que os possuíam. 
 
5º - Inusitadamente, o Egito ptolomaico manteve duas cortes distintas para julgar 
questões gregas e nativas. Os procedimentos judiciais não possuíam uma 
jurisprudência unificada. Eles eram bastante mudadiços em províncias egípcias. 
Os cidadãos usufruíam de total liberdade de procurarem os tribunais que mais 
lhes conviessem e que correspondessem mais significativamente as suas 
expectativas. Notadamente a mulher se lhe era oferecida uma autonomia maior 
em relação aos tribunais. Ela poderia procurar um tribunal grego, caso não 
quisesse comparecer a um tribunal egípcio. Esse comportamento democrático 
relacionado as mulheres era para os padrões da época coisa singularmente 
interessante. Nesses tribunais registravam-se contratos de compras e vendas, 
contratos de casamentos e etc., enfim, faziam parte do cotidiano de gregos e 
egípcios. 
 
6º - A função do nómos era a de estabelecer uma linha consensual que 
relacionava a vida comportamental dos helênicos. O que se queria era evitar a 
barbarização dos gregos, ou seja, um grego adaptar-se a uma conduta estranha 
a sua. Se bem que inicialmente bárbaro seria uma referência a qualquer um que 
não conseguia fazer-se compreender pelos gregos. A suplantação enraizada 
pelos gregos sobre os povos capturados estribava-se no aletramento do idioma 
grego. Contudo, o nómos sofre uma justaposição em seu universo simbólico para 
redefinir um conceito particular de comportamento que pudesse ser considerado 
corretamente grego para a sociedade helenística do Egito. 
 
7º - O nómos serviu de instrumentação também aos alicerces sobre os quais 
haveria de estruturar-se todas as conjunturas políticas necessárias ao 
suprimento das necessidades inerentes a sociedade helenística. Servia como 
elemento regulador das trocas culturais e funcionava como uma ferramenta 
necessária a boa administração das províncias, gerindo uma política 
administrativa que mantinha sob controle todo o universo helenístico. Era um 
elemento não apenas responsável por administrar as finanças, mas, também 
conduzir os gregos na adoração e busca da proteção dos deuses egípcios e 
gregos. 
 
8º - Dentre as famosas poleis gregas três delas recebem um ressalto especial: 
Alexandria, Antioquia e Pérgamo. No interior das três não se viabilizava uma 
unificação cultural que fosse exclusiva, porque estas eram dessemelhantes as 
tantas outras cidades menores e menos influentes. Nelas grassava o 
cosmopolitismo, o movimento exaltado de pessoas de diversas nacionalidades, 
isto é, um verdadeiro frenesi humano. Portanto, diversas culturas convergiam 
para o interior das três. Entretanto, as poleis fundadas ao longo dos séculos 
foram perdendo a sua influência, principalmente nos aspectos políticos e 
culturais. A morte de Alexandre que fundara diversas dessas cidades mudaria 
também o curso das mesmas com os adventos das mudanças políticas ao redor 
do Mediterrâneo. Outro fator importante foi o domínio que os novos governantes, 
especialmente os integrantes das dinastias ptolemaicas passaram a exercer 
sobre estas cidades. Esse quadro teria um desdobramento mais radical quando 
os romanos futuros senhores do mundo e construtores de um impérioque 
sobrepujaria o Império grego estabeleceram finalmente a denominada pax 
romana no primeiro século a.C., A partir de então surgiram novas cidades com 
traços diferentes das famosas poleis gregas. 
 
9º - A cidade de Alexandria congênere de sua maior rival, isto é, a cidade de 
Atenas, era hereditariamente pertencente a comunidade grega. Grande 
quantidade de gregos e macedônios eram seus habitantes nativos. 
Notadamente, porém, entre os fascinados pela boa teologia é ressabido o 
conceito da existência em Alexandria de uma influente população judaica. O 
porto de Alexandria era um destaque à parte – por seu intermédio a cidade 
recebia continuamente a visita de pessoas de diferentes partes do mundo antigo. 
A cidade fundada por Alexandre, tornara-se rica e próspera. Sobrepujou em 
fama, poder e beleza, as cidades de Mênfis e Tebas. Alexandria sediava a maior 
de todas as bibliotecas da antiguidade e exportava o seu conhecimento para o 
mundo então conhecido. Alexandria certamente constitui-se um dos grandes 
monumentos pertencentes a humanidade. Ela é um dos mais portentosos 
baluartes produzidos na antiguidade e que serve de recordação as civilizações 
atuais de que em um passado distante nasceu, cresceu e floresceu uma cultura 
que haveria de conquistar povos e terras e influenciar mentes e corações ao 
longo dos séculos, isto é, a cultura helênica. E, uma das grandes relíquias 
deixadas por esta civilização outrora tão influente e próspera é Alexandria, a 
cidade por excelência. 
 
9º - As relações entre os gregos e a Revolta dos Macabeus: É pertinente a 
menção da relação entre os gregos e os judeus na lição de número 10. O 
processo de Helenização na área de todo o mar Mediterrâneo haveria de 
influenciar também os judeus, tanto no que se relaciona a cultura quanto a 
língua, o koiné, o idioma falado no cotidiano. Os judeus defendiam a obediência 
irrestrita a Torá, o texto sagrado que lhes fora outorgado por Moisés. Porém, em 
167 a.C., Antíoco IV moveu enorme perseguição contra a religião judaica: aboliu 
o culto no templo de Jerusalém, furtou os seus tesouros e proibiu a observância 
da lei judaica. Porém, o maior sacrilégio cometido por Antioco IV, contra a religião 
judaica foi a profanação de seu templo, ao dedicá-lo ao Zeus Olimpo. Antioco IV, 
ofendeu seriamente os judeus porque para eles o templo era reverenciado como 
o seu maior símbolo de crença e nacionalidade. Consta em registros históricos 
diversos que por essa ocasião Antioco IV, similarmente conhecido por Antíloco 
Epifânio, imolou uma porca no interior do Templo. Essa profanação causou 
profunda revolta aos judeus. Daí o surgimento da famosa revolta dos Macabeus 
em 166 a.C. Os Macabeus era uma família composta de cinco irmãos, todos 
filhos de um sacerdote judeu de nome Matatias. O líder mais conhecido desse 
movimento foi Judas Macabeu. Depois de sangrentas batalhas e muitas mortes 
dos dois lados o culto judaico foi restabelecido no templo de Jerusalém, em 164 
a.C. Os conflitos, porém, durariam até o ano de 141 a.C. A Judeia passa a ser 
governada por uma linhagem de príncipes nativos de forma independente. A 
coragem proverbial de Judas Macabeu e a sua disposição em defender o povo 
judeu, findaram por torná-lo um exemplo a ser seguido pelos governantes judeus 
que lhe sucederam. Contudo, o processo de helenização não foi bem aceito por 
aqueles que compunham o segmento menos favorecido da população. Os 
hábitos e os valores helenísticos lograram maior êxito apenas entre as camadas 
mais abastadas da sociedade judaica. Após o período de governança dos 
nativos judeus, décadas depois, o grande historiador judeu Flávio Josefo fez 
menção aos três grupos religiosos existentes entre o povo judeu, quais sejam, 
os Fariseus, os Saduceus e os Essênios. Os fariseus defendiam um dualismo, 
isto é, parte das ações praticadas pelo homem pertencem exclusivamente ao 
homem, outras, porém pertencem ao próprio destino. Para os essênios o destino 
seria o governante supremo de todas as coisas. Os saduceus simplesmente 
negavam completamente o destino e rejeitavam que quaisquer ações 
provocadas pelos homens pudessem recair sobre eles. Entretanto, é bem 
provável que a maior influência helênica herdada pelos judeus tenha sido a 
adoção do Koiné. 
 
Parte II 
 
 O autor quer demonstrar a condição de obtemperação e aviltamento social 
dos egípcios em combinação aos gregos a partir da unificação da monarquia 
helenística com a classe sacerdotal. Os excluídos dessa classe elitizada 
formaram desde então uma classe de condição social ínfera e subalternizada. 
Com o fragmento o autor quer mostrar o reflexo dos conflitos desgraciosos 
interligados aos gregos e aos nativos, isto é, os não-helenizados, designados 
como bárbaros. Bárbaro era todo aquele que não recebera a classificação oficial 
de ‘grego’ pela autoridade governamental. A ‘barbarização’ destes excluídos da 
pirâmide social foi o dispositivo responsável pela criação dessa classe social 
degradada. O autor utiliza-se, portanto, do fragmento para demonstrar as 
divergências correlacionadas aos gregos e egípcios. É uma demonstração de 
que os nativos ofereciam resistência a dependência serviçal forçada compelida 
e o repudio ao acatamento de pertencimento a uma classe social última. 
 Do mesmo modo o autor quer demonstrar que ocorreu uma adaptação do 
idioma Koiné agregado ao desenvolvimento da língua copta. Porém, esse não 
era um fator indicativo da corporificação plena dos costumes e valores étnicos 
gregos. Identicamente não quer dizer que os gregos dispusessem de autonomia 
integralizada sobre os egípcios, ainda que fossem os legítimos dominadores. 
 Por falar o grego o homem cogitou a possibilidade de auferir alguma 
vantagem em convencimento de que Zenon o ajudaria em sua empreitada a 
receber o pagamento. Mas, provavelmente estivesse usando de subtilezas, 
dissimulando sua insubmissão ao domínio dos gregos sobre o seu próprio povo. 
A invocação dos deuses gregos mostra o transculturalíssimo, isto é, o 
amalgamento de suas culturas e identidades, interligando-os 
(helênicos/egípcios) reciprocamente. 
 O autor para demonstrar os fatos acima descritos utilizou-se das 
informações extraídas de suas próprias pesquisas, mas, singularmente através 
de deduções inseridas nas entrelinhas do próprio fragmento. Guilherme Pereira, 
estabeleceu uma estreita interdependência daquilo que foi transcrito, com o que 
somente pode ser apreendido por meio das perquirições do próprio historiador, 
pesquisador ou arqueólogo. 
Comentário pessoal: 
 O homem (provavelmente egípcio) propositadamente redigiu a sua carta 
no grego Koiné, porém, o uso do prevalecimento da língua grega, não significava 
imperiosamente nem que ele obteria algum benefício adicional, e tão pouco a 
certeza de que Zenon dar-lhe-ia ouvidos. O egípcio aproveitou-se da (provável) 
injustiça sofrida, isto é, o não recebimento do trabalho realizado, para tencionar 
auferir alguma vantagem ao penejar propriamente ao seu protege dor Zenon. Na 
carta o homem discorre os episódios, todavia, não há como se saber se ele 
estava incondicionalmente certo ou se existiam dissensos de sua parte para com 
os helênicos. Fato é que ele se apropriou da língua para redigir a sua carta, em 
seu desvelo de sensibilizar Zenon. Contudo, a carta ortografada em Koiné é um 
fato comprobatório de que ele transcendera a barreira cultural e linguística. A 
sua aquiescência em prestar serviços aos helênicos, não reafirma 
absolutamente sua subserviência aos gregos. Poderia, por exemplo, ser o 
indicativo apenas de imprescindível obrigatoriedade de trabalhar. Por 
infelicidade, não há como se saber o desenredo dessa história. Inobstante, ela 
nos descobriu a permanência de enfrentamentos e hostilidades correspondentes 
a gregos e nativos, singularmente aos bárbaros. 
 
.

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