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CITAÇÕES DO LIVRO “LOGÍSTICA – UM ENFOQUE PRÁTICO” ● ORGANIZAÇÃO DA LOGÍSTICA NA EMPRESA Podemos comparar a logística ao lubrificante nas engrenagens de uma máquina, de cuja importância acabamos nos esquecendo, pois a máquina está lá desenvolvendo o seu trabalho, porém só a notamos quando nos esquecemos de alimentá-la com mais lubrificante, fazendo-a parar totalmente. A logística, assim como o lubrificante, também interrompe qualquer fase ou etapa de seus processos se não alimentarmos e o mercadão percebe isso a medida que a demanda e o consumo de bens e serviços aumentam proporcionalmente ao número de habitante em nosso planeta. Não podemos esquecer que os recursos e inovações estão á disposição e de que precisamos de líderes conhecedores de estratégias velozes e flexíveis prontos para qualquer mudança no cenário, garantindo, assim, a continuidade do processo com qualidade e competência logística que assegurem o valor agregado ao cliente. (Página 2 e 3). ● 1.1 Origem e definição Segundo o Council of Logistics Management – uma entidade que detém milhares de associados e especialistas nos Estados Unidades e em todo o mundo, dedicados aos estudos sobre logística -, a palavra logística pode definida como sendo: O processo de planejar, implementar e controlar eficientemente o custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos acabados, e a as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos do cliente. (Página 3). Para Bowersox e colaboradores (2007, p. 24), a logística refere-se á responsabilidade de projetar e administrar sistema para controlar o transporte e localização geográfica dos estoques e materiais, produtos inacabados e produtos acabados pelo menor custo total. (Página 3) A estratégia operacional da logística é desenvolvida por três atividades: Armazenar, Transportar e Distribuir. A soma dessas três atividades básicas e distintas necessita de uma grande gestão integrada que forme o conjunto denominado logística. A integração das fases ocorrerá em momentos em que deverão ser sincronizados, nos quais uma ruptura ou desencontro de informações entre elas ocasionará problemas para toda a operação. (Página 4). ● 1.2.1 Mestres da logística Cada um em sua época, mas ambos com destaque, o francês Napoleão Bonaparte e o macedônio Alexandre, o Grande, marcaram a história da humanidade e com certeza mudaram os rumos em seus tempos, demonstrando grandes avanços e aprimoramento em suas estratégias militares e utilizando as mais diferentes técnicas de logísticas em suas estratégias de batalhas. (Página 6). ● 1.2.2 Logística e operações como estratégia empresarial Segundo Dormier e colaboradores (2000, p. 82-83), a tendência rumo à economia mundial integrada e á arena competitiva global está forçando as empresas a projetar produtos para um mercado global e a racionalizar seus processos produtivos de forma a maximizar os recursos corporativos. As empresas devem coordenar suas atividades funcionais dentro de uma estratégia coerente que considere a natureza global de seus negócios. (Página 8). As empresas cada vez mais percebem que a logística permite que materiais fluam para a capacidade produtiva que seu produto e/ou negócio podem ter. O recente crescimento do mercado global expandiu a capacidade e complexidade das operações logísticas. A logística pode não ser o core business de todas as empresas, mas ela sem dúvida vai agregar valor ao produto, deixando os consumidores satisfeitos. (Página 8). ● 1.2.3 A importância do serviço Para a logística ser considerada eficiente, ela deve ser capaz de disponibilizar bens e recursos, comprovando, assim que consegue alcançar com efetividade os resultados pretendidos pela empresa. Porém, não basta apenas realizar a Aquisição seguida de Armazenagem e posterior Entrega, o resultado que se espera é que, em todas as etapas, se comprove a eficácia da logística ao realizar suas tarefas. Tudo isso sempre com segurança, pontualidade e qualidade. O consumidor não quer simplesmente receber seu produto, ele quer na hora marcada e sem avarias ou defeitos. (Página 9) Segundo Kotler (1986, p. 31), “um produto é tudo aquilo capaz de satisfazer um desejo”. ● 1.3 O desenvolvimento dos critérios do produto (Página 11) Quando um consumidor ou um comprador (representando organizações) buscam adquirir um produto, o que eles esperam são soluções para os seus problemas, o que indica um aumento significativo no nível de exigência dos clientes expondo o produto a critérios competitivos. Paiva e colaboradores (2004, p. 44-45) afirmam que existem cinco critérios competitivos na área de operações que se relacionam à estratégia de negócios: Custo: quando a principal decisão se refere a produzir com margens de lucro maiores ou produzir grandes volumes com margens reduzidas. Qualidade: dos produtos oferecidos, ou de forma que seus produtos tenham desempenho superior ao de seus competidores. Desempenho de entrega: isto é, a relação estabelecida entre fornecedor e cliente. Uma das formas para a empresa competir com base em desempenho de entrega é ser capaz de mobilizar recursos para garantir o trabalho prometido, entregar dentro do prazo e corrigir rapidamente alguma eventual falha ocorrida [...] Flexibilidade: [...] a empresa que compete com flexibilidade deve ser capaz de absorver rapidamente mudança em lotes de produção não padronizados, bem como mudanças no tipo de produto a produzir. [...] Inovação: critério tradicionalmente definido como a habilidade da empresa em lançar novos produtos e/ou serviços em curto espaço de tempo. Trade-off: análise ou troca compensatória, na sua forma básica. O resultado incorre em um aumento de custos em determinada área com o intuito de obter uma grande vantagem em relação às outras (em termos de aumento de rendimento e lucro). Uma relação de incompatibilidade, em que a melhoria de uma atividade necessariamente leva uma perda em outra. (Página 12). ● 1.5 Logística nas empresas A logística avança nas empresas com a necessidade de não ser mais classificada como um departamento que apaga os incêndios, mas sim de caminhar para uma estratégia empresarial integrada, na qual o seu principal objetivo é apoiar as necessidades operacionais de compras, produção e atendimento às expectativas do cliente. A administração deve ser como um esforço integrado para atingir a satisfação do cliente pelo menor custo total. A logística realizada dessa maneira gera valor. (Página 15) ● Conceito de qualidade “Qualidade é um conjunto de características de desempenho de um produto ou serviço que, em conformidade com as especificações, atende e, por vezes, supera as expectativas e os anseios do consumidor (cliente)” (Barros, 1996) (Página 91). Para Deming (1990), apenas o cliente pode definir a qualidade de um serviço ou produto; dessa forma, ela passa a ser um termo relativo que muda conforme a evolução das necessidades do consumidor. Assim, os gestores precisam estar aptos a perceber a importância das pesquisas juntos aos consumidores, as teorias e aplicações dos métodos estatísticos aos processos. (Página 91). ● Qualidade em serviços Las Casas (1999) conclui que as organizações precisam priorizar as necessidades, atingir as expectativas, sanar dúvidas, resolver problemas, auxiliar e beneficiar os seus proprietários, colaboradores, clientes e todos que com elas se relacionam. (Página 93). ● 4.4 Nível de serviço logístico O nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma. É o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. O nível de serviço logístico é fator-chave do conjunto de valores logísticos que as empresas oferecem a seus clientes para assegurar a qualidade. (Página 94).● 4.5 Indicadores de desempenho (Página 95) Conforme Hijar (2005, p.10), a atividade logística, como qualquer sistema, deve ter o seu desempenho monitorado, pois com um bom gerenciamento logístico o resultado será: ● diminuição dos prazos de entrega; ● aumento da confiabilidade (prazos e quantidades) na entrega; ● redução dos níveis de estoque; ● redução dos problemas com qualidade; ● redução dos preços dos produtos. ● 4.6.1 Indicadores de desempenho logístico As empresas têm se conscientizado, cada vez mais, de que não é possível atender às exigências de serviços dos clientes e, simultaneamente, cumprir com os objetivos de custo da empresa, sem trabalhar de forma coordenada com os outros participantes da cadeia de suprimentos (Fleury, 2000) (Página 97). Sharma e colaboradores (1995, p.12) acreditam que a satisfação dos clientes é fundamental para o sucesso da empresa, pois o nível de satisfação determina se o cliente fará novos negócios com ela ou a indicará para outros. Nesse caso, o desempenho do produto é destacado pelos autores como um fator importante para que a satisfação seja atingida. (Página 97). Segundo Gianesi e Côrrea (1996), os clientes avaliam um serviço pela comparação entre sua expectativa e sua percepção em relação ao serviço realizado. (Página 97). (Página 98) [...] aqui, os indicadores de desempenho logístico interno, segundo Ângelo (2005), compreendem quatro áreas-chave: ● atendimento do Pedido ao Cliente; ● gestão de Estoques; ● armazenagem; ● gestão de Transportes. (Página 99) Quadro 4.1 Principais indicadores em operações de serviço (resumo de autores). INDICADOR DEFINIÇÃO NA LITERATURA DE OPERAÇÕES EM SERVIÇOS Quantidade Essa dimensão tem uma definição muito ampla, podendo representar diversas medidas, como volume, peças, receitas (Thompson, 2002). Qualidade Qualidade é o hiato entre a expectativa do cliente e sua percepção do serviço prestado (Parasumaran, Zeithaml e Berry, 1998), o que exige a definição de atributos da qualidade. Eficácia Definida como “fazer a coisa certa”, expressa de forma quantitativa o alcance de uma meta ou objetivo do negócio (Vuorinen et al., 1998). Costuma ser medida comparando o resultado alcançado contra uma meta de resultado estabelecida, sem levar em conta o consumo de recursos. Nível de Serviço Planejamento quantitativo (ou objetivo) da qualidade que indica uma meta (Slack e Lewis, 2001). É um tipo específico de eficácia. Exemplo: percentual de atendimentos realizados dentro de uma média de tempo. Eficiência Definida como “fazer certa a coisa”, expressa de forma quantitativa quanto uma atividade consome de insumos para gerar data quantidade de produto (Vuorinen et al., 1998). Costuma ser medida comparando o consumo de insumos para obter determinada saída contra um padrão de consumo estabelecida para aquela saída. Produtividade Expressa uma relação quantitativa entre fatores de produção (entradas do processo de transformação) e produtos (saídas do processo de transformação) (Gupta, 1995; Looy et al., 1998). Costuma ser medida como uma taxa da saída do processo (numerador) pela entrada do processo (denominador). Pode ser dimensional (reais por empregado ou produtos por minuto) ou adimensional (reais por reais). Fonte: Gomes, 2004, p. 122. ● 5.1 Canais de distribuição Os canais de distribuição representam a transferência de posse das mercadorias que ocorre do fabricante, passando pelos varejistas e/ou atacadistas até chegar ao consumidor final. (Página 114). (Página 115) Browersox, Closs e Cooper (2006) afirmam que o canal de distribuição pode ser definido como uma rede de organizações e instituições que, em combinação, desempenham todas as funções exigidas para ligar fabricantes a clientes finais, a fim de realizar a tarefa de marketing. Dessa forma, os canais de destruição envolvem: ● Fabricantes: que são responsáveis pela produção dos produtos acabados. ● Atacadistas: que atuam como intermediários para que os fabricantes possam alcançar mercados em que há menor acesso de distribuição. ● Distribuidores: que representam os fabricantes nos diversos mercados para a distribuição dos produtos. ● Varejistas: que revendem os produtos da cadeia de destruição (lojistas). ● Assistência técnica: que prestam serviços de pós-venda. ● GESTÃO DE TRANSPORTES Gestão, no Dicionário Aurélio, é o ato de gerir ou gerenciar, ou seja, administrar com o objetivo de atingir resultados. Sendo assim, o gestor é aquele que detém o poder de mandar e para isso necessita dos procedimentos que são utilizados nas diversas áreas ou mesmo criá-los, para controlar e cobrar os resultados. Logo percebemos que aquele que manda deve, ou deveria pelo menos, deter o amplo conhecimento de como se faz, para depois poder mandar. Isso é fundamental no setor de transportes, que é muito competitivo e que ainda tem muito espaço para crescer e absorver novas tecnologias. Hoje, e num breve futuro, as cabines dos caminhões passar a ser verdadeiros escritórios móveis. (Página 194). Transportes, por definição, é o meio de translação de pessoas ou bens de um lugar para outro e depende de todos os meios e infraestrutura implicados nos movimentos de pessoas e bens. (Página 195). No Brasil os transportes têm participação de mais de 3,4% no PIB, num investimento anual de mais de R$ 10 bilhões e faturamento médio de US$ 25 bilhões. Possui frota nacional superior a 1,65 milhão de caminhões e com aquisição de mais de 50 mil novas unidades por ano. Seu mercado tem espaço para crescer pois necessita de uma renovação da frota de caminhões que têm idade média de 15,5 anos (Revistas da NTC, 2003) (Página 195) ● 9.2 Modais de transporte Na escolha do meio mais adequado ao transporte, é necessário estudar todas as rotas possíveis, estudando os modais mais vantajosos em cada percurso. Deve-se levar em conta critérios como menor custo, capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade, segurança e rapidez. (Página 198). ● 9.2.1 Transporte rodoviário O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre – firmado entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, na cidade de Santiago, em 1989. Esse convênio regulamenta os direitos e as obrigações no tráfego regular de caminhões em viagens entre os países consignatários. No Brasil, algumas rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, o que aumenta os custos com manutenção dos veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a roubo de cargas. (Página 199). ● Conhecimento de embarque rodoviário O transporte rodoviário internacional de cargas é contratado por meio de um Conhecimento Rodoviário de Transporte (CRT). É de emissão obrigatória, em três vias originais, sendo a primeira via negociável e destinada ao exportador. O CRT funciona como contrato de transporte rodoviário, como recibo de entrega da carga e como título de crédito. O conhecimento deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu representante e a mercadoria deve ser vistoriada por ocasião do embarque. Havendo avaria, ela deve ser notificada no documento, sendo, então, conhecimento sujo. (unclean) (Página 200). O frete no transporte rodoviário é calculado sobre o peso (tonelada) ou por volume (metro cúbico), mas o mais comum em cargas completas é que seja estipulado um preço fechado por veículo. Podem ser cobradas também taxas adicionais, como a ad valorem, para mercadorias de alto valor, taxa de expediente, para cobrir despesas com emissão de documentos e o custo do seguro rodoviário obrigatório. (Página 200). ● 9.2.2 Transporte ferroviário ○ Características O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado e em grandes quantidades, como produtos agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes,entre outros. Este modal não é tão frágil como o rodoviário no acesso às cargas, uma vez que elas têm que ser levadas aos terminais ferroviários para embarque. (Página 201). ● Conhecimento de embarque ferroviário O conhecimento de embarque ferroviário, também chamado de Carta de Porte Internacional, é o principal documento do transporte ferroviário e tem as mesmas funções básicas dos conhecimentos de embarque marítimos e rodoviários. É emitido em três vias originais, sendo a primeira delas negociável, e quantas cópias forem necessárias. Cabe ressaltar que, quando o transporte de uma mercadoria ocorre por mais de uma ferrovia, aquela que emitiu a Carta de Porte Ferroviário pelo trajeto total é a responsável, perante todas as partes envolvidas, por todo o percurso, desde a origem até a entrega. (Página 201). ● Composição do frete ferroviário Dois fatores influenciam no cálculo do frete ferroviário: distância percorrida (TKU, tonelada por quilômetro útil) e o peso da mercadoria. Assim, o cálculo pode ser feito pela multiplicação da tarifa ferroviária por tonelada ou metro cúbico, prevalecendo o que aferir maior receita. É bastante comum que o frete seja cobrado por vagão, taxa de estadia do vagão, cobrada por dia. Há um frete mínimo para o caso de embarque de cargas leves que completam o vagão sem chegar a um peso adequado. (Página 201). ● 9.2.3 Transporte aéreo ○ Características É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. As empresas e agentes de todo o mundo formam uma associação de caráter comercial que é a Internacional Air Transport Association (IATA), o principal órgão regulador do transporte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador é a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Comando da Aeronáutica. (Página 202). ● Conhecimento de embarque aéreo O conhecimento de embarque aéreo é denominado Air Way Bill (AWB). É composto de três vias originais, não negociáveis: a primeira, assinada pelo expedidor, fica com o transportador; a segunda, assinada por ambos, acompanha a mercadoria; e a terceira, assinada pelo transportador, fica com o expedidor. (Página 202). ● Preferência para a bandeira brasileira O Decreto n. 152, de 08 de junho de 1994, menciona que os órgãos e entidades da administração pública federal têm que dar preferência à empresa de bandeira brasileira para o transporte aéreo de seus servidores, empregados ou dirigentes, bem como para o transporte de malas diplomáticas e cargas aéreas. No caso de impossibilidade de a transportadora nacional atender a determinada rota e/ou data, pode ser concedida liberação da carga (concessão de waiver) (Página 203). ● 9.2.5 Transporte marítimo ○ Característicos O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. No Brasil, responde por mais de 90% do transporte internacional. Possibilita; navegação interior através de rios e lagos. Os portos desempenham um papel importante como elo entre os modais terrestres e marítimos. Tem uma função adicional de amortecer o impacto do fluxo de cargas no sistema viário local por meio da armazenagem e da distribuição física. (Página 204). ● Conhecimento de embarque marítimo (Página 204) O conhecimento de Embarque B/L (Bill of Lading) é o documento de maior importância na contratação de transporte marítimo. Suas funções básicas são: ● servir como recibo de entrega da carga ao transportador; ● evidenciar um contrato de transporte entre a companhia marítima e o usuário; ● representar um título de propriedade da mercadoria (transferível e negociável). ● Transporte fluvial/lacustre Considerado o potencial de suas bacias hidrográficas, o transporte fluvial tem ainda uma utilização muito pequena no Brasil. É um modal bastante competitivo, já que apresenta grande capacidade de transporte, baixo consumo de combustível e é menos poluente do qual o modal rodoviário. O grande volume de mercadorias transportadas por este modal é de produtos agrícolas, fertilizantes, minérios, derivados de petróleo e álcool. (Página 206). ● 10.1 Definições Os operadores logísticos basicamente representam as empresas que cuidam, entre outros, da movimentação, armazenagem, transporte, processamento de pedidos e controle de estoques de seus clientes. Podem trabalhar para várias empresas, inclusive clientes concorrentes, mantendo acordos preestabelecidos e contratos de confidencialidade, mas na busca incessante pela sinergia operacional, que é gerenciada pelo operador. (Página 222) ● 14.1 Introdução Para que possamos nos posicionar, o custo logístico brasileiro é relativamente alto perante os países de mesmo porte e padrão econômico, girando em torno de 12% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto países como os Estados Unidos têm esse mesmo número na casa dos 8%. Questões como a distribuição dos modos de transporte, custo do Brasil e aspectos relacionados á infraestrutura tanto das vias como de ordem portuária e aeroportuária colocam nosso país em condições delicadas quanto á distribuição desses custos na matriz competitiva mundial. (Página 289). (Página 289) Gráfico 14.2 Custos logísticos Brasil x EUA % CUSTOS LOGÍSTICOS EM RELAÇÃO AO PIB BRASIL X EUA EM 2004 ● Considerando os mesmos itens de custo. ● Considerando somente custos de transporte doméstico. Fonte: Lima, 2006. Os segmentos de negócio no Brasil ainda amargam custos de transporte elevadíssimos com relação à receita líquida das organizações, comprometendo a capacidade das empresas de disputar em condições de igualdade com o produto produzido em outros mercados. (Página 290) ● 14.6 O cenário do transporte O primeiro fator a ser apresentado aponta a disposição dos modais de transporte praticados no mundo, dos quais, no Brasil, temos a predominância do aspecto rodoviário, principalmente decorrente de decisões políticas tomadas no passado. A seguir é possível observar os principais aspectos relacionados às distribuições dos modais no Brasil e em outras economias. (Página 300). O tipo de modal influencia diretamente os custos de distribuição de produtos. A relação entre um modal e seu custo é decorrente, principalmente, de sua capacidade e de sua eficiência energética. O Brasil tem feito um grande esforço político e econômico no sentido de minimizar a participação do modal rodoviário e permitir a ampliação dos demais, principalmente no que se refere á utilização racional dos mesmos. Entre 1996 e 2005 é possível perceber uma transferência do modal rodoviário para o ferroviário, uma escolha muito mais barata e racional em um país de dimensões continentais, conforme demonstrado a seguir. (Página 301). (Página 301) Tabela 14.2 Distribuição dos modais entre o Brasil e demais países MODAL CENTUAL DA CARGA (TKU BRASIL (1) EUA (2) AÉREO 0,1% 0,4% DUTOVIÁRIO 4,4% 19,9% AQUAVIÁRIO 13,5% 13,9% RODOVIÁRIO 58,5% 29,0% FERROVIA 23,5% 36,8% Fonte: Figueiredo e Riras, 2007/Passos. Tabela 14.7 Distribuição dos modais em seis períodos no Brasil MODO % 1996 1997 1998 1999 2000 2005 AÉREO 0,33 0,26 0,31 0,31 0,33 0,40 AQUAVIÁRIO 11,47 11,56 12,69 13,19 13,86 13,0 DUTOVIÁRIO 3,78 4,55 4,44 4,61 4,46 3,60 FERROVIÁRIO 20,74 20,72 19,99 19,6 20,86 25,00 RODOVIÁRIO 63,68 62,91 62,57 62,29 60,49 58,00 TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: Viana, 2007 ● 14.6.5 Transporte rodoviário Propositalmente foram deixadas para fim desta explanação as questões relacionadas ao transporte rodoviário, principalmente pela sua extensão e representatividade na matriz brasileira. Sua importância é indiscutível, porém a sua ampla utilização é a condição mais delicada de nossa produtividade. (Página 309). O Brasil apresenta uma frota de 1.784.249 veículos destinados ao transporte de cargas, com aproximadamente 5 milhões de empregos diretos e um consumo de 32,7 milhõesde metros cúbicos de diesel em 2007. Em 2008, segundo a ANTT, a idade média da frota brasileira era de 16,7 anos, o que compromete a confiabilidade dos sistemas de transporte. (Página 309) O Brasil é o quarto maior país em extensão de rodovias, com 1.634.100 km, perdendo apenas para Estados Unidos, Índia e China, com 6.433.272 km, 3.383.344 km e 1.870.661 km, respectivamente – embora Brasil seja o 13º no mundo em rodovias pavimentadas, pois apresenta apenas 12,2% dessa malha pavimentada, conforme pode ser identificado a seguir: (Página 310). (Página 310) Tabela 14.11 Transportadores e frotas de veículos no Brasil TRANSPORTADORAS E FROTAS DE VEÍCULOS TIPO DO TRANSPORTADOR REGISTROS EMITIDOS VEÍCULOS VEÍCULOS/ TRANSPORTADOR Autônomo 811.433 1.031.370 13 Empresa 153.300 745.079 48 Cooperativa 730 6.800 93 TOTAIS 969.453 1.784.249 18 Fonte: ANTT, 2008. Tabela 14.12 Rodovias pavimentadas no mundo PAÍSES % ESTRADAS PAVIMENTADA S (Km) EXTENSÃO RODOVIÁRIA TOTAL (Km) PAVIMENTADA S (Km) NÃO PAVIMENTADAS ( Km) 1 ALEMANHA 100,0 644,400 - 644,400 2 FRANÇA 100,0 951,220 - 951,220 3 ITÁLIA 100,0 484,688 - 4848,688 4 REINO UNIDO 100,0 387,674 - 387,674 5 SUÍÇA 100,0 71,214 - 71,214 6 HOLANDA 100,0 126,100 - 126,100 7 ESPANHA 100,0 659,629 6.663 666.292 8 COREIA DO SUL 100,0 87,002 13.227 100.270 9 RÚSSIA 86,8 738.000 133.000 871.000 10 CHINA 84,7 1.515.797 354.864 1.870.661 11 BÉLGICA 81,0 117.442 33.125 150.567 12 JAPÃO 78,0 914.745 262.533 1.177.278 13 ESTADOS UNIDOS 77,7 4.149.460 2.283.812 6.433.272 14 MÉXICO 64,5 116.751 118.919 235.670 15 ÍNDIA 49,5 1.603.705 1.779.639 3.383.344 16 TURQUIA 47,4 177.550 249.356 426.906 17 AUSTRÁLIA 41,6 336.962 473.670 810.641 18 CANADÁ 41,6 561.728 847.172 1.408.900 19 SUÉCIA 30,5 129.651 295.296 424.947 20 BRASIL 12,2 196.095 1.413.986 1.610.081 Fonte: Viana, 2007. Um fator crítico no Brasil refere-se ao estado das rodovias, das quais 70% apresentam condições precárias para o tráfego. O Brasil, atualmente, investe apenas 0,22% do PIB em suas rodovias, ao passo que, na década de 1970, esse valor atingia 1,48% do PIB. (Página 312) Essa condição amplia os custos do transporte brasileiro, retirando de nosso produto a competitividade necessária para participar de outros mercados mais distantes do ponto de produção. Em média, o custo brasileiro do transporte rodoviário é ampliado em 28% devido à (má) qualidade da malha, variando de acordo com a região pesquisada. Outro problema apresentado pelo transporte de cargas no Brasil é a incidência de roubos, que atingiu 11.699 ocorrências, em 2007, totalizando um prejuízo da ordem de R$735 milhões, também apresentando variações decorrentes da região. (Página 313). (Página 312 e 313) Quadro 14.5 Condições das rodovias brasileiras ESTADO EXTENSÃO TOTAL Km % ÓTIMO 12.053 0,26 BOM 15.660 11,56 REGULAR 40.335 4,55 RUIM 15.150 20,72 PÉSSIMO 6.354 7,1 TOTAL 89.552 100,0 ESTADO GERAL GESTÃO CONCEDIDA GESTÃO PÚBLICA Km % Km % ÓTIMO 6.055 42,6 5.998 0,31 BOM 4.813 33,9 10.847 13,19 REGULAR 3.083 21,7 37.252 4,61 RUIM 264 1,9 14.886 19,6 PÉSSIMO - - 6.354 8,4 TOTAL 14.215 100,0 100,0 100,0 Fonte: CNT, 2009.
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