Buscar

O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

Prévia do material em texto

Temática: Os conselhos municipais de educação e o exercício da gestão democrática
	10
	9
	Local: Núcleo de Educação, Tec. e Cultura (NETEC) da UFSCar-Sorocaba – 27 a 29 de maio de 2020
Comunicação oral: Eixo XX
O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
	João Lattes da Capes – UFSCar/Sorocaba[footnoteRef:1] [1: Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos – (UFSCar-Sorocaba). E-mail: dacapes@gmail.com (Arial – fonte 9)] 
Maria Cnpq da Silva - UFSCar/Sorocaba[footnoteRef:2] [2: Doutora em Educação. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos – (UFSCar-Sorocaba). E-mail: cnpqsilva@gmail.com (Arial – fonte 9)] 
Resumo: O processo de inclusão no ensino da matemática é dotado de desafios, principalmente pelos alunos com deficiência apresentarem necessidades específicas e individuais no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem, diferindo dos demais alunos. Assim, esse estudo tem como objetivo através da revisão de literatura abordar o ensino da matemática para os alunos com deficiência. A inclusão dos alunos com deficiência no ensino da matemática deve ser realizado através da quebra do paradigma da matemática tradicional, do ensino mecanizado que baseia-se em decoração de fórmulas e conceitos e não no aprendizado do conteúdo. Assim, podem ser utilizados diversos recursos para favorecer o processo ensino-aprendizagem das crianças com necessidades especiais, o professor de matemática deve incluir situações de seu cotidiano para facilitar a compreensão além de, também ser viável a utilização do lúdico, como os jogos que podem auxiliar nesse processo.
Palavras-chave: Educação Inclusiva. Matemática. Deficiência.
Introdução
A inclusão se apresenta como uma temática cada vez mais abordada no âmbito escolar, havendo leis e diretrizes voltadas a inclusão do aluno público, alvo da educação especial, tais como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, os regulamentos e normas sobre a implantação do Atendimentos Educacional Especializado e das Salas de Recursos Multifuncionais e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (MATURANA, 2017).
De acordo com a lei nº 13.148/2015 a deficiência pode ser definida pela legislação como, pessoa que possui um impedimento em longo prazo podendo ser ela física, mental, intelectual ou sensorial, que possua uma interação com uma ou mais barreiras, podendo impedir sua participação pela e efetiva de forma igualitária dentro da sociedade quando comparados a outras pessoas (BRASIL, 2015).
Para que os alunos com deficiência sejam incluídas em escolas de ensino regular, torna-se necessário a construção de uma nova conduta, na qual considera-se todos os indivíduos de forma homogênea. Para que esse processo seja realizado de forma efetiva devem ser construídos meios educacionais modificados que baseia-se na individualidade e capacidade singular de cada aluno (ALMEIDA, 2014).
Uma das disciplinas que causam maior dificuldade nos alunos é a matemática, considerada uma matéria excludente e seletiva, que possui um alto índice de reprovação e de evasão escolar. Essa dificuldade surge devido a matemática possuir uma linguagem, símbolos, regras e vocabulário próprio e para que o aluno possa compreendê-los de forma efetiva, é necessário conhecer seus significados (TERNOWSKI, 2013).
A partir da denominada Matemática Moderna iniciou-se um questionamento em relação a sua metodologia de ensino e aprendizagem, provocando modificações curriculares e a forma de ser ensinada. Assim, também foram estabelecidos movimentos que favoreciam uma matemática inclusiva, envolvendo os alunos com deficiência e garantindo que os conteúdos da disciplinas fossem assimilados considerando os seus limites e capacidades de forma individual (CEOLIN, 2009).
Assim, esse estudo tem como objetivo através da revisão de literatura abordar o ensino da matemática para os alunos com deficiência. 
Inclusão Escolar
A inclusão se define por introduzir pessoas com necessidades especiais na sociedade de modo a conviver e respeitar as diversidades. A inclusão não exige apenas reestruturação relativas a condições físicas mas, a adaptação da sociedade para que esse indivíduo possa participar de forma igualitária e ser reconhecida como um cidadão igual a todos (AMARAL, 2014).
A construção de uma sociedade inclusiva se constituí como um processo extremamente relevante na composição de um Estado democrático. A inclusão pode ser compreendida como um direito comum a todos. As comunidades devem ser influenciadas a aceitar a diversidade humana e as diferenças de cada um e realizar um esforço coletivo para que as oportunidades de crescimento sejam uniformizadas, com qualidade, em todas as áreas da vida (CORREIA, 2014). 
No que concerne a legislação, a inclusão é garantida pela Lei 13.146/2015 que instituí a Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiencia:
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania (BRASIL, 2015).
A declaração das Organizações das Nações Unidas em 1975, começou a considerar questões específicas dos deficientes para elaborarem os projetos económicos-sociais, contribuido para que emergisse os movimentos que defendem as pessoas portadoras de deficiencia. Esse movimiento vai além de busca da melhora da qualidade de vida dessas pessoas, como também reduzir o estigma e preconceito presente em discursos anteriores e lutam pela efetivação da inclusão e participação social desse grupo na sociedade (PAIVA, 2017).
A inclusão social está íntimamente ligada a pessoas que não possuem as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Se constituí como uma questão de abertura e gestão: na questão da abertura é necessário possuir a sensibilidade para identificar e comprender as manifestações das insatisfações sociais, para reconhecer a diversidade social e cultural. A gestão é compreendida como uma crença no caráter quantitativo, operacionalizável, de tais demandas e questionamentos, que são administrados por questões gerenciais e de dependencia de recursos e das políticas públicas (WALLERIUS, 2015).
De acordo com Santos (2015):
Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com deficiência (além de outras) e, simultaneamente, prepará-las para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos. Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com deficiência (além de outras) e, simultaneamente, prepará-las para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos (SANTOS, 2015, p.48).
A inclusão deve ser encarada como um processo histórico e ao mesmo tempo dialético com um olhar crítico e multidisciplinar, considerando diversos aspectos condicionantes (sociais, econômicos, geográficos, culturais, dentre outros), os intrísecos e extrínsecos que determinam a vida social e a exclusão e posteriormente a inclusão do indivíduo. O proceso de inclusão é um dos indicativos de progresso da sociedade, significa a expansão da inclusão dos indivíduos na sociedade. A mesma acontece quando um maior número de pessoas participam da vida social (MOTA, 2010).
Existem diversas condições para que as pessoas portadoras de deficiência sejam incluídas dentroda sociedade. Para que ese proceso ocorra geralmente considera-se diversas variáveis: acessibilidade física, educação especial, preparação e adaptação para o trabalho, dentre outras. A inclusão respeita a diversidade, construindo uma sociedade mais justa e equilibrada. Diz respeito a ideia de que ninguém deve ser excluído , dando a sociedade o dever de facilitar que as necessidades de cada um sejam atendidas e que possibilitem seu acesso aos espaços sociais comuns (DOVAL, 2006).
Inclusão Escolar
O movimento em prol da inclusão dos alunos com deficiência na classe comum, que ocorreu a partir da última década do século XX, vem levantando debates no âmbito escolar, assim como modificações nas políticas e nas práticas dos professores, frente ao aluno com deficiência, entre os quais aqueles que apresentam deficiência intelectual (SANTOS, 2015).
A educação inclusiva é resultado de uma educação plural e democrática pois, a mesma cria uma crise na identidade escolar e dos professores e faz com que ela receba um novo significado para a identidade do aluno. Nesse sentido, a educação inclusiva possui como finalidade abranger todas as crianças independente de apresentar uma deficiência seja física ou mental, assim como deve ser baseada nos valores como ética, justiça e direito ao conhecimento e a formação. A inclusão se constituí como uma metodologia responsável por proporcionar o direito e a igualdade de oportunidade (ZOLIN, 2012).
No que diz respeito a legislação, pode ser citada a lei Nº 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Esta, estabelece um conceito importante, o de educação especial: “a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” .Ainda dentro da lei, destaca-se o inciso III do artigo 59 que afirma que as escolas comuns devem ter: ”professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns (BRASIL, 1996).
O trabalho de educação inclusiva tem sido visto como desafio, já que se tem conhecimentos ainda escassos sobre métodos de estimulação em meio ás necessidades educativas apresentadas e a falta de recursos aos professores e alunos, sendo verificada um distanciamento entre crenças, atitudes e práticas pedagógicas. Existem alguns obstáculos que podem ser citados em relação a expansão da educação inclusiva, falta de materiais, dificuldade de adaptação do ambiente e recursos, dificuldades na efetividade das Políticas educacionais, problemas de organização e falhas na formação acadêmica (SILVEIRA, 2012).
Um marco para a educação inclusiva foi o acontecimento da Conferência Mundial de Educação Especial que ocorreu nos dias 7 e 10 de junho em 199, em Salamanca na Espanha. Compareceram 88 representantes de governo e 25 organizações internacionais. A conferência tinha como finalidade discutir a educação de forma que fosse inclusiva para todos e disseminá-la no âmbito mundial. A respeito da inclusão das crianças com deficiência no ensino regular, a Declaração de Salamanca traz objetivos para educação como o direito de frequentar a escola independente das condições de cada aluno. As crianças que apresentam dificuldade de aprendizado deve ser tratada com “necessidades educativas especiais” e o processo ensino-aprendizagem deve ser adaptado a essas crianças e não ao contrário, com o objetivo de construir uma escola inclusiva (SANTANA, 2016).
No Brasil, a educação inclusiva é garantida pela Lei 12.796 de 13 de abril de 2013:
atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 2013).
A inclusão na escola se constituí como um processo complexo pois, não concerne apenas na transferências dos alunos com necessidades especiais de uma escola especializada para uma escola do ensino regular. Esse processo obriga a escolar a passar por um processo de transformação e adaptação a esses novos alunos que deverá ser bastante diversificada para que possa aumentar as oportunidades de aprendizagem dos alunos portadores de necessidades especiais (CÔRREA, 2010).
A inclusão escolar e social das pessoas com deficiência vieram para igualar as diferenças, tendo em vista que todos possuem diferenças quando comparados uns aos outros, mas perante a lei somos todos iguais e tem-se garantidos os direitos por ela. A formação do indivíduo através da educação especial tem como objetivo capacitar a pessoa com suas habilidades e competências para ser capaz de conseguir realizar atividades cotidianas (SILVA, 2013).
Formação dos professores de matemática na perspectiva inclusiva
Com a chegada de alunos com necessidades especiais, os grupos que participam da sala de aula se tornaram mais heterogêneos, o que para alguns professores pode gerar um certo desconforto, justificadas pelas novas exigências em relação da forma na qual ele vai ensinar a todos. A insegurança de como ensinar pode ter bases no modelo anterior de ensino, que costumavam ter salas de aulas mais homogêneas.  Esta nova condição, salas de aula com alunos que possuem diferentes ritmos e níveis de aprendizagem, deveria ser percebida pelos professores como modo de favorecer o processo de ensino -aprendizagem (TOLEDO, 2012).
Quanto a formação desses profissionais, as instituições de ensino superior tem realizado modificações na matriz curricular, afim de garantir a formação de professores para a educação dos alunos de instituição pública alvos da educação especial. Acredita-se que a formação de professores do ensino regular há uma necessidade de ser reavaliada para que possa atender de forma integral aos princípios inclusivos, não significando dizer que deverá ser incluídas outras disciplinas nos cursos de formação de professores (PORTA, 2015).
A formação desses profissionais devem ser estruturadas da forma que possam: 
[...] toná-los capazes de desenvolver uma educação inclusiva, o curso de formação de professores de ensino regular tem de estar inteiramente voltado para práticas que acompanham a evolução das ciências da educação e que não excluem qualquer aluno. O conhecimento teórico dos avanços científicos em Educação é fundamental para que esses professores possam inovar a maneira de ensinar alunos com ou sem deficiência, nas salas de aula de ensino regular (BRASIL, 2006).
Diante disso, um professor bem formado através das práticas pedagógicas é capaz de planejar, refletir e conduzir a sua aula de uma forma dinâmica, buscando transformar os conteúdos em conhecimento e será capaz de proporcionar um ensino diversificado. Essa formação é fundamental para que tenha-se uma prática pedagógica comprometida com a inclusão escolar em que todos os educandos são considerados com habilidades de aprendizado (PORTA, 2015).
No contexto da perspectiva inclusiva a formação do professor de matemática envolve um processo contínuo que está intrínseco a sua trajetória de vida pois, está associada a suas práticas sociais e culturais que formaram suas concepções através das suas experiências, adquiridas desde a fase de estudante até a profissional (LUCION, 2014).
Segundo Torisue (2016):
Compreende-se que os primeiros momentos de formação do aluno-professor de Matemática devem proporcionar as bases, as ferramentas com as quais o mesmo irá dar início ao seu modo de aprender a ensinar os estudantes, independente das suas condições físicas e sensoriais e, ao mesmo tempo, de solidificar a sua prática pedagógica Segundo o autor o como fazer (uma compreensão restrita da Didática) e o para quem fazer (subsidiado por conhecimentos do campo da Psicologia) foram, durante muito tempo, os principais questionamentos na condução dos processos de inclusão. Entretanto, o porquê fazer tem sido poucoconsiderado nesse debate (TORISUE, 2016, p.273).
De acordo com a necessidade do aluno o professor deve buscar um mediador para que o aluno possam adquirir os conhecimentos necessários na matemática e potencializar seus conhecimentos e não sua deficiência. Assim, o professor de matemática deve conduzir a dificuldade como uma diferença e não como uma deficiência, para que o seu aprendizado possa ser estimulado (RAMOS, 2015).
Ensino da matemática para alunos com deficiência
A formação dos professores que atuam na matemática ainda são bastante incipientes no que concerne a formação inicial e que compromete a educação dos alunos. No âmbito da deficiência, esses problemas ainda são mais agravantes causando inevitavelmente frustração, fazendo -se necessária uma formação continuada e adequada que possam suprir as necessidades dos alunos com deficiência (SANTOS, 2016).
Segundo Moraes (2015):
No processo da educação inclusiva o alicerce e ambiguidade da matemática perdem sua camuflagem, sua roupagem de homogeneidade e rigidez, confronta-se com a gritante voz da diversidade e adaptação da escola, em todas as suas particularidades, as singularidades dos alunos que compõem a sala de aula, uma reorganização estrutural da escola, de todos os elementos da prática pedagógica, considerando o dado do múltiplo, da diversidade, e não mais o padrão, o universal. Inevitavelmente, o saber matemático perde sua hegemonia classificatória e seletiva, não sendo ele quem dita as regras da aprendizagem, mas sim as necessidades dos alunos. A importância de se entender a complexidade do trabalho docente, a heterogeneidade da sala de aula, funde-se em identificar também a relevância da matemática em sua diversidade relacional com a contextualização e capacidade dos alunos. Portanto, o aluno é o ponto de partida para a aprendizagem matemática, o professor consequentemente, precisa conhecer esse aluno e a própria instituição escolar, em seu contexto social (MORAES, 2015, p.7).
O ensino da matemática na perspectiva inclusiva além de abordar os conteúdos de uma forma diferenciada para os alunos com necessidades especiais, também devem ser realizadas de forma que estimulem a sua autonomia. Para que isso ocorra, deve ser quebrado os paradigmas anteriormente estabelecidos e que possa alcançar novos métodos de ensino para que o conhecimento seja adquirido por essas crianças (LANUTI, 2015). 
Assim, Moraes (2017) afirma:
A negação do que vem a ser uma aula planejada para inclusão perpassa pela enraizada concepção de linearidade e universalidade matemática, bem como a necessária abstração para sua aprendizagem, não dando ênfase aos recursos facilitadores e novas abordagens para a aprendizagem, acarretando um conformismo do professor de matemática perante o processo de inclusão. Consequentemente perpetua-se a ideologia não qual se acredita que cabe ao aluno se adaptar ao saber matemático, construindo ele próprio seu processo de abstração subordinado por uma mecanização de procedimentos para a resolução descontextualizada de atividades matemática (MORAES, 2017, p.40).
Para que a matemática seja inserida no âmbito da educação especial o professor deve estimular o aprendizado de forma a representar situações cotidianas vivenciadas por esses alunos e abandonar o uso do ensino mecânico de conceitos e fórmulas da disciplina. Apesar da matemática ensinada aos alunos do ensino regular ser a mesma aplicada aos alunos com necessidades especiais, há uma diferença na forma em que são transmitidos os conteúdos, no qual podem ser utilizados métodos como a inserção do lúdico para favorecer a aprendizagem dessas crianças (CONCEIÇÃO, 2016).
Afim de, viabilizar o processo da inclusão na matemática, os professores dessa disciplina devem buscar constantemente meios de educação continuada e cursos de atualização na área da educação especial. Porém, para que isso ocorra de forma efetiva é necessário mudança no ensino superior, criação e estímulo da escola para a participação dos professores em programas de educação continuada, planejamento de atividades que vão de encontro com os métodos tradicionais e realizar a avaliação do aluno de acordo com sua capacidade, sem compará-los com os outros (PEIXOTO, 2014).
Considerações finais
A escola de ensino comum possui como excelência um ambiente capaz de formar gerações que possam aceitar as diferenças. No que diz respeito a educação inclusiva apesar de inúmeros avanços conquistados, a inserção desses alunos no ensino regular ainda é insatisfatória o que está diretamente proporcional às dificuldades encontradas durante esse processo. 
Nesse contexto, destaca-se o professor que possui como desafio estar preparado para manter essas crianças que geralmente são excluídas dentro de sala de aula com os demais colegas. O profissional deve focar na preocupação não da criança aprender todo o currículo ensinado e sim buscar transmitir conhecimentos relacionados ao aprendizado de colaboração, autonomia, livre expressão de ideias e ser reconhecido e recompensado pelo seu esforço. Para que seja possibilitada a inclusão, as aulas necessitam ser mais lúdicas, repetitivas e um currículo mais flexível para que essa criança participe do processo de aprendizado plenamente. 
A inclusão dos alunos com deficiência no ensino da matemática deve ser realizado através da quebra do paradigma da matemática tradicional, do ensino mecanizado que baseia-se em decoração de fórmulas e conceitos e não no aprendizado do conteúdo. Assim, podem ser utilizados diversos recursos para favorecer o processo ensino-aprendizagem das crianças com necessidades especiais, o professor de matemática deve incluir situações de seu cotidiano para facilitar a compreensão além de, também ser viável a utilização do lúdico, como os jogos que podem auxiliar nesse processo.
Referências
ALMEIDA,M.F.A. et al. O ensino de matemática para alunos portadores de necessidades especiais: a inclusão a partir da ludicidade. IV Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia, Ponta Grossa-PR, 27 a 29 de novembro de 2014. 
AMARAL, M.B. Breve histórico da educação inclusiva e algumas políticas de inclusão: um olhar para as escolas em Juiz de Fora. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, n.16, 2014.
BRASIL. Lei nº 13.148/2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência Estatuto da pessoa com deficiência – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2015. 65 p.
BRASIL, Ministério da Educação. Educação Inclusiva: Atendimento Educacional Especializado para Deficiência Mental. Brasília : MEEC/SEESP, 2006.
BRASIL. Presidência da República; Casa Civil. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Brasília: Congresso Nacional, 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12796.htm>. Acessado em 24 fev. de 2020.
CEOLIN, T.; MACHADO, A.R.; NEHRING, C.M. O ENSINO DE MATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA – uma possibilidade de trabalho com alunos deficientes visuais. X Encontro Gaúcho de Educação Matemática Ijuí/RS, 02 a 05 de junho de 2009.
CONCEIÇÃO, C.C. A matemática no ensino fundamental com alunos portadores de deficiência intelectual: ênfase em jogos. 2016. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Matemática). Universidade Federal de São José dos Reis, São José Del Rei, 2016.
CORRÊA, M.H.C. A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. 2010. 28 f. Monografia (Especialização em educação especial). Universidade Federal de Santa Maria, Lagamar, Minas-Gerais, 2010.
CORREIA, C.S. O desafio da inclusão no ambiente escolar: um estudo no município de Nova Londrina, PR. 2014. 45 f. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Campus Medianeira, Medianeira, 2014.
DOLVAL, J.L.M. Inclusão das Pessoas Portadoras de Deficiência no Mercado de Trabalho: desafios e tendências. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
LANUTI, J.E.O.E. EducaçãoMatemática e Inclusão Escolar: a construção de estratégias para uma aprendizagem significativa. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2015.
LUCION, P.; ROOS, L.T.W. A formação de professores que ensinam matemática no contexto da educação inclusiva. Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores. EdUECE- Livro 2.
MATURANA, A.P.P.M. MENDES, E.G. Inclusão e deficiência intelectual: escola especial e comum sob a óptica dos próprios alunos. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 66, p. 209-226, out./dez. 2017.
MORAES, M.C.V. Educação matemática e deficiência intelectual, para inclusão escolar além da deficiência: uma metanálise das dissertações e teses 1995 a 2015. 2016. 243 f. Dissertação (Mestre em Ensino e Aprendizagem de Ciências e Matemática). Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017.
MOTTA, L.A.; SANTOS, G.C.S. Inclusão social das pessoas com deficiência: aspectos históricos e filosóficos. Revista de Psicologia. v 4, n. 11, p. 61-71, 2010.
PAIVA, J.C.M.; BENDASSOLI, P.F. Políticas sociais de inclusão social para pessoas com deficiência. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 23, n. 1, p. 418-429, jan. 2017.
PEIXOTO, R.A.M.; RODRIGUES, C.K. Educação matemática inclusiva: uma análise quantitativa de investigações acadêmicas. Revista de Educação, Ciências e Matemática v.4 n.1 jan/abr 2014.
PORTA, W.C.S. Prática pedagógica aos educandos com deficiência intelectual numa escola de ensino fundamental com alto de IDEB. 184 f. Dissertação de pós-graduação. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos- SP, 2015.
RAMOS, L.C.S. Formando Professores de Matemática para uma Educação Matemática Inclusiva: (re) significando concepções sobre ensino e aprendizagem de geometria de alunos com deficiência. Disponível em: < http://www.ufjf.br/ebrapem2015/files/2015/10/gd13_Leiliane_Ramos.pdf>. Acesso em: 24 fev. de 2020.
SANTANA, M.Z. Políticas Públicas de educação inclusiva voltada para estudante com deficiência na educação superior: o caso da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 250 f. 2016. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife, 2016.
SANTOS, T.C.C. MARTINS, L.A.R. Práticas de Professores Frente ao Aluno com Deficiência Intelectual em Classe Regular. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 21, n. 3, p. 395-408, Jul.-Set., 2015. 
SILVA, F.A.B. O professor de biologia diante da inclusão de alunos com deficiência: desafios, limites e possibilidades, 2013. 50 f. Monografia – Curso de Biologia, Universidade Estadual do Ceará, Beberibe, Ceará, 2013.
SILVEIRA, K.A. ENUMO, S.R.F. ROSA, E.M. Concepções de Professores Sobre Inclusão Escolar e Interações em Ambiente Inclusivo: uma Revisão da Literatura. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 18, n. 4, p. 695-708, Out.-Dez., 2012.
TERNOWSK, E.; FILLOS, L.M. EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E INCLUSÃO: Construindo estratégias para superação de dificuldades de aprendizagem de conceitos matemáticos básicos. Cadernos PDE, Volume I, Secretaria do Estado do Paraná, 2013.
TOLEDO, E. H. de. Formação de professores em serviço por meio de pesquisa colaborativa visando à inclusão de alunos com deficiência intelectual. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Londrina, Centro 47 de Educação, Comunicação e Artes, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2011.
TORISUE.M.; SILVA, M.M. A formação do professor de matemática para a educação inclusiva: um relato de experiência no curso de matemática de uma universidade federal brasileira. RPEM, Campo Mourão, Pr, v.5, n.9, p.270-285, jul.-dez. 2016.
WALLERIUS, K.; BISSANI, N. A inclusão dos portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho. UCEFF, v. 2, n.1., p. 1-20, 2015.
ZOLIN, A.C.R. A educação inclusiva no ensino regular. 2012. 28f. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Campus Medianeira, Medianeira, 2012.
	
	Anais do I Colóquios de Política e Gestão da Educação - n.1, 2020, p.x-xx
	ISSN:2674-8630
	
	Anais do I Colóquios de Política e Gestão da Educação - n.1, 2020, p.X-XX
	ISSN:XXXX-XXXX
	
	Anais do I Colóquios de Política e Gestão da Educação - n.1, 2020, p.X-XX
	ISSN:XXXX-XXXX

Mais conteúdos dessa disciplina