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Apostila eHO-101 - ALUNO - 2020 (1)

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
ESCOLA POLITÉCNICA DA USP 
 
 
 
 
LACASEMIN – LABORATÓRIO DE CONTROLE 
AMBIENTAL, HIGIENE E SEGURANÇA NA 
MINERAÇÃO 
 
EAD – ENSINO E APRENDIZADO À DISTÂNCIA 
 
 
eHO-101 
 
INTRODUÇÃO À HIGIENE OCUPACIONAL E LEGISLAÇÃO 
OCUPACIONAL 
 
 
 
ALUNO 
 
 
SÃO PAULO, 2020 
 
 
 EPUSP/LACASEMIN 
 
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM HIGIENE OCUPACIONAL 
 
EDIÇÃO/ANO: 1/2020 
 
CRÉDITOS: 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP 
DIRETORA: LIEDI LEGI BARIANI BERNUCCI 
 
Programa de Educação Continuada - PECE 
COORDENADOR GERAL: LUCAS ANTÔNIO MOSCATO 
 
Laboratório de Controle Ambiental, Higiene e Segurança na Mineração - LACASEMIN 
COORDENADOR: SÉRGIO MÉDICI DE ESTON 
VICE – COORDENADOR: WILSON SHIGUEMASA IRAMINA 
ASSESSORIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA: MARIA RENATA MACHADO STELLIN 
 
PP – PROFESSOR PRESENCIAL 
- SÉRGIO MÉDICI DE ESTON 
- LEÔNIDAS PANDAGGIS 
- CRISTIANE QUEIRÓZ B. LIMA 
 
Equipe Técnica 
 
Conversores Presencial para distância (CPD) 
 - CAROLINA COSTA BATISTA 
 - LUCAS BICUDO TING 
 - KARLA JULIANE DE CARVALHO 
 
Filmagem e Edição (FE) 
 - THALITA SANTIAGO DO NASCIMENTO 
 
Instrutores Multimídia à distância - IMAD (TUTORIA) 
 - DIEGO DIEGUES FRANCISCA 
 - FELIPE BAFFI DE CARVALHO 
 - RENATA JULIANA LEMOS MARINHO 
 
Equipe Administrativa 
 - NEUSA GRASSI DE FRANCESCO 
 - CRISTIANE FIDELIS SOARES RIOS 
 - FERNANDA GABRIELA DE CAMARGO LOPES 
 - RAFAEL DA SILVA CRUZ 
 
ASSESSORIA DE NOVOS PROJETOS EDUCACIONAIS: VICENTE TUCCI FILHO 
Equipe Financeira 
 - GUSTAVO SIQUEIRA DO NASCIMENTO ANTONIO 
 - MADALENA EIKO HASEGAWA 
Equipe de Divulgação 
 - NATALIA FIRMINO GUCCIONI 
 
 
 “Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou 
processo, sem a prévia autorização de todos aqueles que possuem os direitos autorais sobre este 
documento”. 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
i 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MUNDO OCUPACIONAL ......................................... 1 
1.1. PREVENÇÃO: HISTÓRICO E EVOLUÇÃO ............................................................ 2 
1.1.1. O INÍCIO ........................................................................................................... 2 
1.1.2. OS ANOS 60 ..................................................................................................... 5 
1.1.3. CONTRIBUIÇÕES DE ÁREAS EXÓGENAS À PREVENÇÃO OCUPACIONAL 6 
1.1.3.1. TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO: TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS 6 
1.1.4. ANÁLISE DE RISCOS E GERÊNCIA DE RISCOS ............................................ 7 
1.1.5. O PREVENCIONISMO NO BRASIL .................................................................. 8 
1.1.6. O “NASCIMENTO” DAS PROFISSÕES OCUPACIONAIS ................................ 9 
1.1.7. ALGUNS MARCOS HISTÓRICOS E LEGISLATIVOS NO BRASIL. 
LEGISLAÇÃO ATUAL E AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NRS) ...................12 
1.1.8. O PROFISSIONAL OCUPACIONAL E AS LEGISLAÇÕES A CONHECER .....12 
1.1.9. SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL 
(SGSSO) (BS 8800 E OHSAS 18001) ........................................................................13 
1.2. TESTES .................................................................................................................15 
CAPÍTULO 2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA HIGIENE OCUPACIONAL .................... 17 
2.1. HISTÓRIA E CONCEITO .......................................................................................18 
2.2. EVENTOS HISTÓRICOS EM SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL ..............19 
2.3. OUTROS PONTOS HISTÓRICOS DE DESENVOLVIMENTO DA HIGIENE 
INDUSTRIAL .................................................................................................................21 
2.4. DESENVOLVIMENTOS NA AVALIAÇÃO ..............................................................21 
2.5. PADRÕES E CRITÉRIOS ......................................................................................22 
2.6. CONTROLE ...........................................................................................................22 
2.7. OUTROS ASPECTOS ...........................................................................................23 
2.8. FORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E ASSOCIAÇÕES ......................................................23 
2.9. TESTES .................................................................................................................25 
CAPÍTULO 3. SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL .............................................. 27 
3.1. ESTABELECENDO CONCEITOS INICIAIS E DEFINIÇÕES .................................28 
3.1.1. CONCEITUAÇÃO GERAL ................................................................................28 
3.1.2. DETALHANDO ASPECTOS BÁSICOS ............................................................29 
3.1.2.1. Antecipar é... ...............................................................................................29 
3.1.2.2. Reconhecer é... ..........................................................................................30 
3.1.2.3. Avaliar é... ...................................................................................................30 
3.1.2.4. Controlar é... ...............................................................................................30 
3.2. ÁREAS DE INTERAÇÃO DA HIGIENE OCUPACIONAL .......................................31 
3.2.1. MEDICINA OCUPACIONAL .............................................................................31 
3.2.2. ÁREA DE GESTÃO AMBIENTAL .....................................................................31 
3.2.3. ERGONOMIA ...................................................................................................31 
3.3. POR QUE É FUNDAMENTAL AGIR SOBRE O AMBIENTE? ................................31 
3.4. CONCEITOS DA HIGIENE EM ALGUMAS REFERÊNCIAS ..................................32 
3.5. O CONCEITO DO LIMITE DE TOLERÂNCIA / LIMITE DE EXPOSIÇÃO ..............32 
3.5.1. EXERCÍCIO DE CONSTRUÇÃO DO CONCEITO ............................................32 
3.5.2. CATEGORIAS DOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ....................34 
3.6. INTRODUÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS# ............................................................34 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
ii 
3.7. MEDIDAS GENÉRICAS DE CONTROLE DE AGENTES AMBIENTAIS ................35 
3.7.1. MEDIDAS RELATIVAS AO AMBIENTE ...........................................................36 
3.7.1.1. Substituição do Produto Tóxico ou Nocivo ..................................................36 
3.7.1.2. Mudança ou Alteração do Processo ou Operação ......................................36 
3.7.1.3. Encerramento ou Enclausuramento da Operação ......................................36 
3.7.1.4. Segregação da Operação ou Processo ......................................................37 
3.7.1.5. Ventilação Geral Diluidora ..........................................................................37 
3.7.1.6. Ventilação Local Exaustora .........................................................................38 
3.7.1.7. Manutenção ................................................................................................38 
3.7.1.8. Ordem e Limpeza .......................................................................................39 
3.7.2. MEDIDAS RELATIVAS AO PESSOAL .............................................................39 
3.7.2.1. Equipamento de Proteção Individual (EPI) ..................................................39 
3.7.2.2. Educação e Treinamento ............................................................................39 
3.7.2.3. Controle Médico ..........................................................................................40 
3.7.2.4. Limitação da Exposição..............................................................................40 
3.8. ENTIDADES E ASSOCIAÇÕES DA ÁREA ............................................................40 
3.9. ATUAÇÃO DO HIGIENISTA OCUPACIONAL ........................................................41 
3.10. O HIGIENISTA E AS QUESTÕES TÉCNICO-LEGAIS .........................................41 
3.11. A HIGIENE OCUPACIONAL, SUAS “ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO” E AS 
FORMAÇÕES PROFISSIONAIS ..................................................................................41 
3.12. TEXTO COMPLEMENTAR ..................................................................................42 
3.13. TESTES ...............................................................................................................46 
CAPÍTULO 4. O CORPO HUMANO ............................................................................. 48 
4.1. A CIÊNCIA DO CORPO HUMANO ........................................................................49 
4.1.1. A CÉLULA ........................................................................................................49 
4.1.2. ROTAS DE ENTRADA .....................................................................................50 
4.1.2.1. Inalação ......................................................................................................51 
4.1.2.2. Absorção ....................................................................................................53 
4.1.2.3. Ingestão ......................................................................................................54 
4.1.2.4. Injeção ........................................................................................................54 
4.1.3. SISTEMAS INTERNOS ....................................................................................55 
4.1.3.1. Sistema Circulatório ....................................................................................55 
4.1.3.2. Sistema Nervoso ........................................................................................55 
4.1.3.3. Sistema Reprodutivo ...................................................................................56 
4.1.4. ROTAS DE SAÍDA ...........................................................................................56 
4.1.4.1. O Fígado .....................................................................................................56 
4.1.4.2. Os rins ........................................................................................................56 
4.2. TESTES (1) ............................................................................................................58 
4.3. A NATUREZA DO PROBLEMA .............................................................................62 
4.3.1. DANO CELULAR ..............................................................................................62 
4.3.1.1. Carcinogênicos ...........................................................................................62 
4.3.1.2. Mutagênicos e Teratogênicos .....................................................................62 
4.3.1.3. Rotas de entrada ........................................................................................62 
4.3.1.4. Inalação ......................................................................................................63 
4.3.1.5. Absorção ....................................................................................................63 
4.3.1.6. Ingestão ......................................................................................................64 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
iii 
4.3.1.7. Injeção ........................................................................................................64 
4.3.2. SISTEMAS INTERNOS ....................................................................................65 
4.3.2.1. Sistema Circulatório ....................................................................................65 
4.3.2.2. Sistema Nervoso ........................................................................................65 
4.3.2.3. Sistema Reprodutivo ...................................................................................66 
4.3.3. ROTAS DE SAÍDA ...........................................................................................66 
4.3.3.1. O Fígado .....................................................................................................66 
4.3.3.2. Rins e Bexiga ..............................................................................................67 
4.3.4. PERÍODO DE LATÊNCIA E DOENÇA OCUPACIONAL. ..................................68 
4.3.5. EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS ..................................................................68 
4.4. CASOS REAIS - O ACIDENTE DE BHOPAL .........................................................69 
4.5. TESTES (2) ............................................................................................................70 
4.6. LIMITES DE TOLERÂNCIA ....................................................................................71 
4.6.1. DETERMINAÇÃO DO RISCO ASSOCIADO A SUBSTÂNCIAS .......................71 
4.6.1.1. Testes em Animais .....................................................................................71 
4.6.1.2. Testes em Seres Humanos .........................................................................72 
4.6.1.3. Testes Mutagênicos ....................................................................................75 
4.6.2. FATORES INFLUENTES .................................................................................77 
4.6.2.1. Toxicidade ..................................................................................................77 
4.6.2.2. Concentração .............................................................................................78 
4.6.2.3. Tempo de Exposição ..................................................................................78 
4.6.2.4. Suscetibilidade Individual ............................................................................79 
4.6.3. TIPOS DE LIMITES DE TOLERÂNCIA ............................................................79 
4.6.3.1. Limites de Tolerância segundo a ACGIH ....................................................80 
4.6.3.2. TLV – TWA .................................................................................................80 
4.6.3.3. Limite TLV – STEL ......................................................................................80 
4.6.3.4. TLV - C .......................................................................................................82 
4.6.3.5. Distinção entre limite média ponderada (TLV – TWA) e limite nunca 
superável (TLV – C).................................................................................................83 
4.6.3.6. Limites Superáveis Condicionalmente (Limites de Digressão) ....................83 
4.6.3.7. Normas Canadenses ..................................................................................84 
4.6.3.8. Normas Brasileiras......................................................................................85 
4.6.3.9. Limite de Tolerância Valor Teto – LTvt........................................................86 
4.6.3.10. Limite de Tolerância Média Aritmética Ponderada - LTmap ......................86 
4.6.3.11 Comparação entre as normas brasileiras e as sugestões da ACGIH .........94 
4.7. METODOLOGIAS DE MEDIÇÃO ...........................................................................98 
4.7.1. MEDIÇÕES NO INDIVÍDUO .............................................................................98 
4.7.1.1. Espirometria................................................................................................99 
4.7.1.2. Raios X .......................................................................................................994.7.1.3. Excreções ...................................................................................................99 
4.7.1.4. Teste de Dosagem Corporal .......................................................................99 
4.7.1.5. Audiometria............................................................................................... 100 
4.7.2. RESUMO DOS MÉTODOS ............................................................................ 100 
4.8. AÇÕES CORRETIVAS ........................................................................................ 100 
4.9. ESTUDO DIRIGIDO ............................................................................................. 101 
4.10. TESTES (3) ........................................................................................................ 102 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
iv 
4.11. CASOS REAIS ................................................................................................... 104 
4.11.1. A CIÊNCIA DAS RESINAS ........................................................................... 104 
4.11.2. A NATUREZA DO PROBLEMA .................................................................... 106 
4.11.2.1. Componentes Epóxi (monômeros, oligômeros) ...................................... 106 
4.11.2.2. Componentes Amina .............................................................................. 106 
4.11.2.3. Solventes (grupos epóxi e amina) ........................................................... 107 
4.11.2.4. Outros Componentes da Resina Epóxi Aderente .................................... 107 
4.11.3. LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ................................................. 108 
4.11.4. METODOLOGIA DE MEDIÇÃO ................................................................... 109 
4.11.4.1. Resinas Epóxi ......................................................................................... 109 
4.11.4.2. Aminas .................................................................................................... 110 
4.11.4.3. Solventes ................................................................................................ 110 
4.13.4.4. Metais ..................................................................................................... 110 
4.11.5. RESULTADOS ............................................................................................. 110 
4.11.6. AÇÕES CORRETIVAS ................................................................................. 111 
4.12. TESTES (4) ........................................................................................................ 112 
CAPÍTULO 5. CONCEITOS BÁSICOS DE ESTATÍSTICA EM HIGIENE ................... 113 
5.1. A CIÊNCIA DO TRATAMENTO DE DADOS ........................................................ 114 
5.1.1. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL .......................................................... 114 
5.1.1.1. Média ........................................................................................................ 114 
5.1.1.2. Mediana .................................................................................................... 116 
5.1.1.3. Moda ........................................................................................................ 116 
5.1.1.4. Outras médias .......................................................................................... 118 
5.1.2. DISPERSÃO .................................................................................................. 119 
5.1.2.1. Amplitude (domínio de variação) ............................................................... 119 
5.1.2.2. Variância ................................................................................................... 119 
5.1.2.3. Desvio padrão ........................................................................................... 121 
5.1.2.4. Quartis e percentis .................................................................................... 121 
5.1.2.5. Agrupamento de dados ............................................................................. 122 
5.1.2.6. Gráficos de barras e distribuições de frequência ...................................... 124 
5.1.2.7. Formas de curvas ..................................................................................... 124 
5.2. TESTES (1) .......................................................................................................... 129 
5.3. A NATUREZA DO PROBLEMA ........................................................................... 133 
5.3.1. VALORES MEDIDOS ..................................................................................... 133 
5.3.2. ERROS .......................................................................................................... 134 
5.3.3. PARÂMETROS OPERACIONAIS .................................................................. 135 
5.3.3.1. Exatidão (“accuracy”) ................................................................................ 136 
5.3.3.2. Ajuste (“calibration”) .................................................................................. 136 
5.3.3.3. Calibração ................................................................................................ 136 
5.3.3.4. Interferência (“interference”) ..................................................................... 136 
5.3.3.5. Ruído (“noise”) .......................................................................................... 137 
5.3.3.6. Precisão (“precision”) ................................................................................ 137 
5.3.3.7. Domínio (“range”) ..................................................................................... 139 
5.3.3.8. Confiabilidade (“reliability”) ........................................................................ 139 
5.3.3.9. Estabilidade (“stability”) ............................................................................. 139 
5.3.3.10. Tempo de resposta (“response time”) ..................................................... 139 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
v 
5.3.3.11. Sensibilidade (“sensitivity”) ..................................................................... 139 
5.3.3.12. Alteração de origem da escala (“zero drift”) ............................................ 139 
5.3.4. ESPECIFICAÇÕES DE DESEMPENHO ........................................................ 140 
5.4. CASOS REAIS E EXEMPLOS ............................................................................. 140 
5.4.1. DISTRIBUIÇÃO LOG NORMAL ..................................................................... 140 
5.4.2. EXEMPLO OCUPACIONAL 1 – SILICOSE EM MINAS DE OURO ................ 141 
5.4.3. EXEMPLO OCUPACIONAL 2 – SILICOSE EM PEDREIRAS ......................... 143 
5.4.4. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA MÉDIA GEOMÉTRICA ................................ 145 
5.4.5. EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA MÉDIA HARMÔNICA .................................. 145 
5.5. LIMITES ADMISSÍVEIS ....................................................................................... 146 
5.5.1. O QUE SIGNIFICAM OS VALORES NUMÉRICOS ........................................ 146 
5.5.2. EXEMPLO DE CÁLCULO DA EXPOSIÇÃO MÉDIA ....................................... 146 
5.5.3. EXEMPLO DE EFEITOS ADITIVOS ............................................................... 148 
5.6. METODOLOGIAS DE MEDIÇÃO ......................................................................... 148 
5.6.1. SELEÇÃO DO LOCAL DE AMOSTRAGEM ................................................... 149 
5.6.2. ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM ................................................................ 149 
5.6.2.1. Amostragem não aleatória ........................................................................150 
5.6.2.2. Amostragem aleatória ............................................................................... 150 
5.6.3. METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM ............................................................ 152 
5.6.4. FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM................................................................ 152 
5.6.5. EXECUÇÃO DA AMOSTRAGEM ................................................................... 152 
5.6.6. TRANSPORTE E CUIDADOS COM AS AMOSTRAS .................................... 153 
5.6.7. PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS.................................................................. 153 
5.6.8. ANÁLISE DAS AMOSTRAS ........................................................................... 153 
5.6.9. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ................................................................... 154 
5.6.10. APRESENTAÇÃO CUIDADOSA DOS RESULTADOS ................................. 155 
5.6.11. DISTINÇÃO ENTRE PARÂMETROS DA AMOSTRA E DA POPULAÇÃO ... 156 
5.7. TESTES (2) .......................................................................................................... 157 
CAPÍTULO 6. CONCEITUAÇÃO E DISPOSITIVOS LEGAIS REFERENTES À 
HIGIENE OCUPACIONAL .......................................................................................... 162 
6.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 163 
6.2. A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DA ORGANIZAÇÃO 
DAS NAÇÕES UNIDAS E O TRABALHO ................................................................... 165 
6.3. DEFINIÇÕES ....................................................................................................... 165 
6.3.1. DIREITO ......................................................................................................... 165 
6.3.2. LEI .................................................................................................................. 165 
6.3.3. A HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS ................................................. 166 
6.4. A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O TRABALHO
.................................................................................................................................... 166 
6.5. A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO E A SEGURANÇA E SAÚDE DOS 
TRABALHADORES .................................................................................................... 178 
6.6. ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DO ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO E DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ............................... 191 
6.7. A REGULAMENTAÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO .............. 195 
6.9. TESTES ............................................................................................................... 205 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
vi 
CAPÍTULO 7. RESPONSABILIDADES CIVIL E CRIMINAL / ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL EM HIGIENE OCUPACIONAL ........................................................ 208 
7.1. A RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL PELO ACIDENTE DO TRABALHO
.................................................................................................................................... 209 
7.1.1. A AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ............................................................. 209 
7.1.2. A RESPONSABILIDADE CIVIL ...................................................................... 210 
7.1.3. RESPONSABILIDADE PENAL ....................................................................... 215 
7.1.4. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................ 218 
7.1.4.1. Legítima Defesa ........................................................................................ 218 
7.2. ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM HIGIENE OCUPACIONAL ................................ 221 
7.3. TESTES ............................................................................................................... 224 
CAPÍTULO 8. CONVENÇÕES DA OIT, LEGISLAÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DO 
TRABALHADOR, DISPOSIÇÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................. 227 
8.1. PRINCIPAIS CONVENÇÕES DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO 
TRABALHO – OIT QUE ENVOLVEM A HIGIENE OCUPACIONAL RATIFICADAS 
PELO BRASIL ............................................................................................................. 228 
8.1.1. CONVENÇÃO Nº. 174 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES MAIORES, 1993 ... 229 
8.1.2. CONVENÇÃO Nº. 170 – SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS 
QUÍMICOS, 1990 ..................................................................................................... 231 
8.1.3. CONVENÇÃO Nº. 162 – CONVENÇÃO SOBRE O ASBESTO, 1986 ............ 232 
8.1.4. CONVENÇÃO Nº. 155 – SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES, 
1981. ........................................................................................................................ 234 
8.1.5. CONVENÇÃO Nº. 148 – MEIO AMBIENTE DE TRABALHO (CONTAMINAÇÃO 
DO AR, RUÍDO E VIBRAÇÕES), 1977 .................................................................... 236 
8.1.6. CONVENÇÃO Nº. 139 – CÂNCER PROFISSIONAL, 1974 ............................ 237 
8.1.7. CONVENÇÃO Nº. 136 – BENZENO, 1971 ..................................................... 237 
8.1.8 CONVENÇÃO Nº. 115 – PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÕES, 1960 ............. 238 
8.2. CONVENÇÃO Nº. 148 - CONVENÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO DOS 
TRABALHADORES CONTRA OS RISCOS PROFISSIONAIS DEVIDOS À 
CONTAMINAÇÃO DO AR, AO RUÍDO E ÀS VIBRAÇÕES NO LOCAL DE TRABALHO
.................................................................................................................................... 239 
8.3. LEGISLAÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR ................................... 246 
8.4. DISPOSIÇÕES DA PREVIDENCIA SOCIAL ........................................................ 255 
8.4.1 BENEFÍCIOS CONCEDIDOS PELA PREVIDENCIA SOCIAL ........................ 257 
8.4.2 ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇA PROFISSIONAL OU DO TRABALHO
 ................................................................................................................................. 258 
8.4.2.1. Comunicação de acidente de trabalho e da doença profissional ou do 
trabalho ................................................................................................................. 259 
8.4.3. AUXÍLIO-DOENÇA ......................................................................................... 260 
8.4.4. AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO ................................................................ 261 
8.4.5. AUXÍLIO-ACIDENTE ...................................................................................... 261 
8.4.6. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ............................................................. 262 
8.4.7. APOSENTADORIA ESPECIAL ...................................................................... 262 
8.5. TESTES ............................................................................................................... 264 
CAPÍTULO 9. NORMAS REGULAMENTADORAS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO 
RELACIONADAS À HIGIENE OCUPACIONAL: NR 04; NR 05 ................................. 268 
 
SUMÁRIO 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
vii 
9.1. NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM 
MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) ......................................................................... 269 
9.2. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA ..................... 277 
9.3. NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ..................... 278 
9.4. TESTES ............................................................................................................... 315 
CAPÍTULO 10. NORMAS REGULAMENTADORAS RELATIVAS À SEGURANÇA E 
SAÚDE NO TRABALHO: NR 07, NR 09, E NR 15 .....................................................318 
10.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 319 
10.2. NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL – 
PCMSO ....................................................................................................................... 320 
10.3. NR 09 – AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS A 
AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS ..................................................... 323 
10.4. NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ...................................... 326 
10.5. TESTES ............................................................................................................. 333 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 335 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
1 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO MUNDO OCUPACIONAL 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO 
 
A higiene ocupacional, juntamente com a segurança e a medicina ocupacional, faz 
parte das disciplinas chamadas do núcleo prevencionista e está inserida num contexto 
maior, que é o da preservação da saúde no mundo do trabalho. 
Este capítulo dá um histórico sintético da evolução da prevenção através dos 
tempos, até os dias de hoje, incluindo aspectos históricos e marcos legislativos do Brasil. 
Ainda procura situar a pessoa não inserida no meio ocupacional, que pode ter sido 
atraída para o curso diretamente de uma área não necessariamente correlata, e que tem 
todo um contexto a conhecer. 
 
Ao terminar o capítulo você estará apto a: 
• Identificar aspectos evolutivos da questão ocupacional; 
• Entender o contexto onde se insere o higienista ocupacional; 
• Identificar as modernas escolas de prevenção; 
• Reconhecer os principais marcos históricos, profissionais e legislativos 
ocupacionais no Brasil. 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
2 
1.1. PREVENÇÃO: HISTÓRICO E EVOLUÇÃO 
1.1.1. O INÍCIO 
O problema dos acidentes e doenças ocupacionais não é um problema recente; 
pelo contrário, tem acompanhado o desenvolvimento das atividades do homem através 
dos séculos. Assim, o homem primitivo teve sua integridade física ameaçada e sua 
capacidade produtiva diminuída pelos acidentes próprios da caça, da pesca e da guerra, 
atividades que eram as mais importantes de sua época. 
Mais tarde, o caçador que habitava as cavernas, transformou-se em artesão e 
passou a trabalhar em minas e com os metais, gerando as primeiras doenças do 
trabalho, provocadas pelos próprios materiais utilizados na sua atividade laboral. 
As primeiras referências escritas, relacionadas com estes problemas, encontram-se 
num papiro Egípcio, que data de 2360 a.C., o chamado Papiro Seller II, e que dizem: 
“Eu jamais vi ferreiros em embaixadas e fundidores em missões. O que eu vejo 
sempre é o operário em seu trabalho; ele se consome nas goelas de seus fornos. O 
pedreiro exposto a todos os ventos, enquanto a doença à espreita, constrói sem 
agasalho, seus dois braços se gastam no trabalho; seus alimentos vivem misturados com 
os detritos, ele se come a si mesmo, porque só tem como pão os seus dedos. O barbeiro 
cansa os seus braços para encher o ventre. O tecelão vive encolhido, joelho ao 
estômago, ele não respira. As lavadeiras sobre as bordas do rio são vizinhas do 
crocodilo. O tintureiro fede a morrinha do peixe; seus olhos são abatidos de fadiga, suas 
mãos não param e suas vestes vivem em desalinho”. 
Em 460 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, também fala dos 
acidentes e doenças do trabalho. 
Quatro séculos mais tarde, Plínio (23-79 d.C.), após visitar alguns locais de 
trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto dos 
trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e às poeiras. Menciona então a iniciativa 
dos escravos em utilizarem à frente do rosto, à guisa de máscaras, panos ou membranas 
(de bexiga de carneiro) para atenuar a inalação de poeiras. 
Em 1556, um ano após a sua morte, Georg Bauer, mais conhecido pelo seu nome 
latino de Georgius Agrícola, publica em latim seu livro De Re Metallica. Após estudar 
diversos aspectos relacionados à extração de metais argentíferos e auríferos e à sua 
fundição, dedica o último capítulo aos acidentes do trabalho e às doenças mais comuns 
entre os mineiros. Agrícola dá destaque especial à chamada “asma dos mineiros”, 
provocada por poeiras que descreveu como “corrosivas”. A descrição dos sintomas e a 
evolução da doença fazem lembrar a silicose. Segundo as observações de Agrícola, em 
algumas regiões extrativas, as mulheres chegavam a casar sete vezes, roubadas que 
eram de seus maridos, pela morte prematura encontrada na ocupação que exerciam. 
Onze anos mais tarde, surge a publicação de Paracelso (Aureolus Theophrastus 
Bombastus von Hohenheim): “Dos Ofícios e das Doenças da Montanha”. Seu autor 
nasceu e viveu durante muitos anos em um centro mineiro da Boêmia, e são numerosas 
as suas observações relacionando métodos de trabalho ou substâncias manuseadas com 
doenças, sendo de destacar-se, por exemplo, que, em relação à intoxicação pelo 
mercúrio, os principais sintomas dessa doença profissional encontram-se ali assinalados, 
bem como da silicose. 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
3 
Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição do livro De Morbis 
Artificum Diatriba, escrito pelo médico Bernadino Ramazzini (1633 - 1714). Nesta obra 
fundamental que lhe valeu o epíteto de “Pai da Medicina do Trabalho”, Ramazzini 
descreve com rara sensibilidade e grande erudição literária, doenças que ocorrem em 
trabalhadores de mais de cinquenta ocupações. Às perguntas Hipócraticas, fundamentais 
na anamnese, propõe Ramazzini que se acrescente mais uma: QUAL É A SUA 
OCUPAÇÃO? 
A partir do séc. XVIII, profundas alterações tecnológicas são iniciadas pela 
humanidade, e sua importância é de tal magnitude que foi chamada de Revolução 
Industrial. São inventados a máquina a vapor (James Watts - 1781) e o regulador 
automático de velocidade (1785), inventos estes que deram ao homem a independência 
das fontes localizadas de energia (rios) e o uso de uma nova forma controlável (de 
energia), de baixo custo e abundante. 
A organização das primeiras indústrias foi uma tragédia para as classes 
trabalhadoras, dadas as condições sub-humanas nas quais desenvolviam-se as 
atividades fabris. Os acidentes do trabalho e as doenças provocadas pelas substâncias e 
ambientes do trabalho geravam grande número de doentes e mutilados. 
As primitivas máquinas de fiação e tecelagem necessitavam de força motriz para 
acioná-las, e esta foi encontrada na energia hidráulica; daí o nome de “mill”, pelo qual, 
até hoje, são conhecidas as fiações nos países de língua inglesa. A descoberta da 
máquina a vapor, porém, veio permitir a instalação de fábricas em quaisquer lugares e, 
muito naturalmente, as grandes cidades, onde era abundante a mão de obra. Assim, 
galpões, estábulos, velhos armazéns eram rapidamente transformados em "fábricas", 
colocando-se, no seu interior, o maior número possível de máquinas de fiação e 
tecelagem. 
Como mulheres e crianças podiam cuidar das máquinas e receber menos que os 
homens, deram-lhes trabalho, enquanto o homem ficava em casa, frequentemente sem 
poder trabalhar. A princípio, os donos de fábricas compravam o trabalho das crianças 
pobres, nos orfanatos; mais tarde, como os salários do pai operário e da mãe operária 
não eram suficientes para manter a família, também as crianças que tinham casa foram 
obrigadas a trabalhar nas fábricas e minas.Intermediários inescrupulosos percorriam as 
grandes cidades inglesas, arrebanhando crianças, que lhes eram vendidas por pais 
miseráveis, e revendidas a £ 5 (Libras Esterlinas) por cabeça, aos empregadores que, 
ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão-de-obra barata, se comprometiam 
a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias. 
A improvisação das fábricas e a mão-de-obra constituída principalmente por 
crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. Os 
acidentes do trabalho eram numerosos, provocados por máquinas sem qualquer 
proteção, movidas por correias expostas, e as mortes, principalmente de crianças, eram 
muito frequentes. Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e crianças 
iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair da noite; 
em muitos casos continuava mesmo durante a noite, em fábricas parcamente iluminadas 
por bicos de gás. As atividades profissionais eram executadas em ambientes fechados, 
onde a ventilação era precaríssima. Não é, pois, de estranhar-se que doenças de toda a 
ordem disseminassem entre os trabalhadores, especialmente entre as crianças 
(principalmente as infectocontagiosas, como o tifo europeu, que era chamado de “febre 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
4 
das fábricas”, cuja disseminação era facilitada pelas más condições do ambiente de 
trabalho e pela grande concentração e promiscuidade dos trabalhadores). 
Tal dramática situação dos trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião 
pública, e por essa razão criou-se, no parlamento britânico, sob direção de sir Robert 
Peel, uma comissão de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que em 1802 
fosse aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos 
Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho 
noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano, 
e tornava obrigatória a ventilação destas. 
Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se mostravam 
péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, o proprietário de uma fábrica 
inglesa, que se sentia perturbado diante das péssimas condições de trabalho dos seus 
pequenos trabalhadores, procurou Robert Baker, famoso médico inglês, pedindo-lhe 
conselhos sobre a melhor forma de proteger a saúde dos mesmos. Baker dedicava parte 
do seu tempo a visitar fábricas e tomar conhecimento das relações entre trabalho e 
doença, o que levou o governo britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor 
Médico de Fábricas. Assim, diante do pedido do empregador inglês, aconselhou-o a 
contratar um médico da localidade em que funcionava a fábrica de modo a visitar 
diariamente o local de trabalho e estudar a sua possível influência sobre a saúde dos 
pequenos operários, que deveriam ser afastados de suas atividades profissionais tão 
logo fosse notado que estas estivessem prejudicando a sua saúde. Surgia, assim, o 
primeiro serviço médico industrial em todo o mundo. 
Em 1831, uma comissão parlamentar de inquérito, sob a chefia de Michael Saddler, 
elaborou um cuidadoso relatório, que concluía da seguinte maneira: “Diante desta 
Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens e mulheres, meninos e 
meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana, 
cada um deles era clara evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade 
do homem para com o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, 
quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade 
dos fortes”. O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, em 
1833, foi baixado o Factory Act, que deve ser considerada como a primeira legislação 
realmente eficiente no campo da proteção ao trabalhador. Aplicava-se a todas as 
empresas têxteis onde se usasse força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno 
aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho destes, a 12 por dia e 69 por 
semana; as fábricas precisavam ter escolas, que deviam ser frequentadas por todos os 
trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e um 
médico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondesse à sua 
idade cronológica. 
Até a primeira guerra mundial, perdurou esta situação com alguns intentos isolados 
para controlar os acidentes e doenças ocupacionais, sendo que a conflagração marcou o 
início dos primeiros intentos científicos de proteção ao trabalhador, estudando-se as 
doenças dos trabalhadores, as condições ambientais, a distribuição assim como o 
desenho das máquinas e equipamentos, as proteções necessárias para evitar acidentes 
e incapacidades, etc. 
Este movimento prevencionista consegue a sua maturidade durante a segunda 
guerra mundial, quando os países em luta compreenderam que o vencedor seria aquele 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
5 
que tivesse uma melhor capacidade industrial, e para isto, conseguisse manter um maior 
número de trabalhadores em produção ativa. 
Como pudemos ver, o prevencionismo evoluiu lentamente através dos tempos, 
caracterizando-se, inicialmente, por ações eminentemente médicas. Mesmo quando as 
primeiras leis de amparo à infortunística foram decretadas, o seu objetivo foi restrito à 
reparação dos danos causados pelo trabalho; surgiu toda uma legislação social de 
“reparação” de danos (lesões). Dessa forma, o seguro social (Previdência Social) 
realizava e realiza ações assegurando o risco de acidentes, ou melhor dizendo, o risco de 
lesões. 
Por outro lado, já no nosso século, iniciaram-se as ações complementares e 
necessariamente básicas do prevencionismo, ou seja, era óbvio, como ainda hoje nos é, 
que além de se reparar os danos causados pelos acidentes, era necessário evitar a sua 
ocorrência. 
 
1.1.2. OS ANOS 60 
A preocupação com todos os tipos de acidentes e as considerações 
econômicas. 
Até então, a preocupação era limitada à prevenção dos acidentes-tipo, ou acidentes 
pessoais, ou simplesmente acidentes, pois não havendo lesão, não existia o conceito (do 
ponto de vista legal, também não existe o acidente sem acidentado). 
Surgiram então, teorias que foram e ainda são importantes, mostrando que ao se 
fechar os olhos para os acidentes sem lesão (apenas com danos materiais), perde-se em 
prevenção, pois o que é realmente aleatório deste fato chamado acidente é o seu 
resultado (só lesão, só dano material, só dano econômico ou qualquer combinação 
destes). 
O acidente não é aleatório na sua chance de ocorrer, pois persistindo riscos, ele 
ocorrerá. 
O acidente é, porém, aleatório no momento de sua ocorrência e na tipologia dos 
danos consequentes. 
A vantagem em se estudar todos os tipos de acidentes era justamente poder 
detectar um maior espectro de riscos, e assim aperfeiçoar a prevenção. 
As teorias buscavam também, com razão, atrair o empresário para a prevenção, 
mostrando que as perdas materiais e econômicas dos acidentes eram muito maiores do 
que se imaginava e que sua redução era possível. Mais ainda, tal redução passava pela 
tecnologia da Engenharia de Segurança, aliada à nova visão que as teorias planejavam 
adicionar. 
As duas principais teorias surgidas na década foram: 
• Controle de Danos: Em 1966, o norte americano Frank Bird Jr. concluiu um 
estudo de 90.000 acidentes (75.000 com danos à propriedade), ocorridos em 
uma empresa metalúrgica durante 7 anos, e que serviram de base para sua 
teoria chamada “Controle de Danos”. Um programa de Controle de Danos 
requer a identificação, registro e análise de todos os acidentes comdanos à 
propriedade, cujos custos devem ser determinados e cuja análise deve 
desencadear ações preventivas. O programa tinha uma vertente forte na 
mudança de cultura (ou seja, acidentes sem lesionados passariam a ser 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
6 
considerados acidentes), além de provisões para o levantamento dos custos 
(essencialmente, os custos de manutenção e reparos causados por acidentes, 
normalmente diluídos e irreconhecíveis na contabilidade das empresas). Como 
não havia a informatização, os controles eram feitos por etiquetas apostas aos 
itens a sofrer manutenção, ou através do uso da letra “A” nas ordens de serviço, 
para posterior controle (manual) dos custos. Pode agora parecer simples ou até 
bisonho, mas foi uma revolução para os pensamentos da época. É claro que o 
programa previa todas as outras ferramentas da prevenção tradicional. 
• Controle Total de Perdas: Partindo também da premissa de que os acidentes 
que resultam em danos às instalações, equipamentos e materiais têm as 
mesmas causas básicas que aqueles que resultaram em lesões, o canadense 
John A. Fletcher propôs, em 1970, o estabelecimento de “Programas de 
Controle Total de Perdas”. Desde já se observa que permanece grande o apelo 
desta denominação e de seus objetivos nos dias de hoje. Esta teoria, que deve 
ser mostrada com detalhe nos cursos de engenharia de segurança, pode ser 
resumida como segue: Segundo a proposta de Fletcher, o PCP deve ser 
idealizado de modo a eliminar todas as fontes de interrupção de um processo de 
produção, querem elas resultem de lesão, dano à propriedade, incêndio, 
explosão, roubo, vandalismo, sabotagem, poluição ambiental, doença 
ocupacional ou defeito do produto. Trata-se de uma visão mais abrangente do 
conceito de “perda” de Bird. Os passos de implementação previam: o 
levantamento do perfil dos programas de prevenção existentes, a definição de 
prioridades e a elaboração de planos de ação (usando-se as ferramentas 
tradicionais da prevenção). Particularmente interessante é o levantamento dos 
perfis de prevenção, baseado em perguntas chave, com um sistema de pontos. 
Tratava-se do embrião dos sistemas de auditoria de segurança, levantando 
deficiências a serem sanadas nos planos de ação. 
 
1.1.3. CONTRIBUIÇÕES DE ÁREAS EXÓGENAS À PREVENÇÃO OCUPACIONAL 
1.1.3.1. TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO: TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS 
As técnicas estruturadas de análise de riscos, ou "Técnicas de Análise de Riscos”, 
como agora as conhecemos, têm sua origem em duas grandes vertentes: a área de 
processos (indústrias de processo) e a militar/bélico/aeroespacial (onde se configurou a 
disciplina "Engenharia de Segurança de Sistemas"). 
Ao final da segunda grande guerra, nascia uma indústria de armas mais 
sofisticadas, os mísseis. Em todas as áreas militares norte-americanas (aeronáutica, 
marinha, exército) já surgiam técnicas embrionárias de análise de riscos, visando reduzir 
a ocorrência de acidentes operacionais catastróficos, por uma ação antes dos mesmos, 
ou seja, preventiva. Essas técnicas foram se fortalecendo e se desenvolvendo dentro da 
indústria de mísseis, de forma a serem desenvolvidos sistemas mais seguros, com 
menos falhas e riscos de operação. Esse movimento foi se configurando numa disciplina 
que se consolidou com a corrida aeroespacial (que tinha a necessidade de alta 
confiabilidade, erro “zero”), chamada Engenharia de Segurança de Sistemas. A maioria 
das técnicas atuais provém desta área. Muitas delas surgiram como resposta a riscos 
inadmissíveis no desenvolvimento de sistemas, ou a catástrofes concretas. A APR 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
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(Análise Preliminar de Riscos), por exemplo, foi desenvolvida e tornada obrigatória após 
os acidentes com o sistema de mísseis Atlas. As árvores de falhas, pelos riscos de um 
lançamento não autorizado dos mísseis Minuteman. 
Na área de processos, a busca por plantas mais seguras foi alavancada e 
consolidada por acidentes sérios, como Flixborough, Seveso, Bhopal. As técnicas mais 
importantes, que daí surgiram, foram o HAZOP (Estudo de riscos e operabilidade) e o 
What If (Técnica E SE...). 
É importante observar que as técnicas, especialmente as de segurança de 
sistemas, foram gradualmente passando para a área “civil” de riscos já nos anos 
sessenta. Os primeiros artigos em revistas de segurança do trabalho foram 
provavelmente os de Recht, em 1966, na “National Safety News” norte-americana. A 
forma mais técnica e estruturada de se analisar riscos, a maior objetividade e 
sistematização eram um fato novo no mundo prevencionista, e, aos poucos, as técnicas 
se disseminaram nas empresas. Elas também geraram variantes mais simples ou 
adaptações que podem ser identificadas em estudos ocupacionais, como a ART (análise 
de riscos no trabalho) e a própria “Árvore de Causas”, uma aplicação ocupacional da 
técnica SR (Série de Riscos). 
Observe-se que na Segurança de Sistemas há mais de 20 técnicas disponíveis, 
algumas muito específicas (ver referências bibliográficas, Willie Hammer). 
Em 1979, Mario Fantazzini e Francesco De Cicco lançaram pela Fundacentro a 
primeira obra em língua portuguesa no Brasil sobre Segurança de Sistemas, com as 
ferramentas de Análise de Riscos supracitadas e outros conceitos. 
 
1.1.4. ANÁLISE DE RISCOS E GERÊNCIA DE RISCOS 
É necessário relatar que a gerência de riscos não possui uma conceituação 
universalmente aceita. Sem alongar demasiadamente o tema, observamos 
essencialmente que a linha que temos seguido é a da consideração ampla dos vários 
processos da gerência de riscos, como abaixo descritos, devidamente municiados pelas 
técnicas de análise de riscos. Os processos básicos são: 
• Identificação de riscos; 
• Análise de riscos; 
• Avaliação de riscos; 
• Tratamento de riscos. 
• Prevenção • eliminação 
 • redução 
• Financiamento • retenção (auto adoção ou autosseguro) 
 • transferência (através ou não de seguro) 
 
As técnicas subsidiam todos os processos, pois em forma geral não só identificam 
os riscos, analisam suas causas e efeitos, avaliam quantitativamente os mesmos, como 
também geram medidas de prevenção e controle e permitem (nas técnicas quantitativas) 
estabelecer estudos de custo-benefício quanto a investimentos de controle e de 
financiamento (discussão de taxas de seguro frente à probabilidade de ocorrência dos 
danos, por exemplo). 
 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
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1.1.5. O PREVENCIONISMO NO BRASIL 
Embora em menores proporções, não seria despropósito afirmar que o período 
vivido pelo Brasil, basicamente Rio de Janeiro e São Paulo, de 1880 a 1920, guarda 
grande similitude com o período da “Revolução Industrial” da Inglaterra de cem anos 
antes. Nos seus aspectos positivos, mas também na repetição dos problemas 
desencadeados pela industrialização. 
De acordo com o relatório de Dean, as condições de trabalho eram duríssimas: 
muitas estruturas que abrigavam as máquinas não haviam sido originalmente destinadas 
a essa finalidade, além de mal iluminadas e mal ventiladas, não dispunham de 
instalações sanitárias. As máquinas se amontoavam ao lado umas das outras e suas 
correias e engrenagens giravam sem proteção alguma. Os acidentes se amiudavam 
porque os trabalhadores cansados, que trabalhavam às vezes, além do horário sem 
aumento de salário ou trabalhavam aos domingos, eram multados por indolência ou pelos 
erros cometidos, se fossem adultos, ou surrados, se fossem crianças. 
Cita-se exemplo de cardadores da indústria têxtil que trabalhavam 16 horas por dia, 
das 5 às 22 horas, com uma hora para a refeição,e nos domingos, até as 15 horas. 
Os primeiros passos do prevencionismo brasileiro tiveram origens reais nos 
primeiros anos da década de 1930, depois da criação do ministério do trabalho. Desta 
década datam as primeiras tentativas para despertar os responsáveis pelo 
desenvolvimento industrial do Brasil, autoridades, empresários e trabalhadores, para a 
prevenção dos acidentes e doenças do trabalho. 
O país contava desde 1919 com uma lei de acidentes do trabalho, a qual foi 
reformulada em 1934, mas apesar da reformulação, ambas leis foram deficientes no 
aspecto prevencionista, preocupando-se de preferência com a compensação ao 
acidentado, ou seja, atuava uma vez que o acidente acontecia. 
Surge nessa época, através da Lei 185, de 14 de janeiro de 1936, o adicional de 
insalubridade, experiência abandonada depois de comprovadamente ruim na revolução 
industrial inglesa. A partir de então, o trabalhador brasileiro, exposto aos riscos 
ambientais, tinha direito a um acréscimo salarial de até 50%. Posteriormente, essa lei foi 
regulamentada pela Portaria SMC 51, de 13/04/1939, do Ministério da Indústria, 
Comércio e Trabalho, criando os “quadros das indústrias insalubres”. Essa prática 
perversa de comprar a saúde dos trabalhadores tem se perpetuado até a presente data, 
completando em 2006, setenta anos de existência. 
Em abril de 1938, foi apresentado um projeto de lei, para modificar a parte que se 
referia aos acidentes do trabalho do Decreto nº. 22.872, de criação do Instituto dos 
Marítimos. Nesse anteprojeto, posteriormente transformado no Decreto lei nº. 3.700 de 9 
de outubro de 1941, foi incluído um capítulo dedicado à prevenção de acidentes do 
trabalho. 
Em 1940, os adicionais de insalubridade foram subdivididos em percentuais de 40, 
20 e 10% para três níveis de insalubridade, máximo, médio e mínimo. No Governo 
Getúlio Vargas foi implantada a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – em 1943, 
com um capítulo (V) para a segurança e higiene do trabalho. Foi também prevista a 
eliminação da insalubridade através de medidas de controle e por consequência o não 
pagamento dos respectivos adicionais. 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
9 
Neste mesmo ano, o Governo resolveu estender às outras classes operárias as 
medidas de proteção ao trabalho. Nesse ano, o ministro do trabalho, Sr. Marcondes Filho, 
lançou as bases da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, que 
até hoje vem se desenvolvendo. 
Junto com o desenvolvimento progressivo da legislação foram aparecendo diversas 
entidades, algumas de origem privada e outras de caráter oficial, tendo por objetivo o 
ensino, divulgação e pesquisas no âmbito da segurança, higiene e medicina do trabalho. 
A primeira destas entidades no nosso meio foi a ABPA (Associação Brasileira para 
a Prevenção de Acidentes) fundada em 21 de maio de 1941, constituindo-se numa das 
primeiras organizações desse tipo na América do Sul. 
A entidade nacional de maior importância e responsabilidade na área é a 
FUNDACENTRO, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do 
Trabalho. 
 
1.1.6. O “NASCIMENTO” DAS PROFISSÕES OCUPACIONAIS 
O fim dos anos 60 e início da década de 70 foram marcados por grande 
crescimento industrial e econômico. Falava-se no “milagre brasileiro”, e as taxas de 
crescimento eram de até 10% ao ano. 
Isto, naturalmente, quer dizer também que não havia formação profissional que 
suprisse adequadamente trabalhadores devidamente treinados, não só para as tarefas 
requeridas, mas também para a prevenção. Somando isso a um crescimento 
relativamente desordenado das empresas, o resultado só poderia ser um: muitos 
acidentes. A evolução dos índices oficiais pode ser observada na Tabela 1.1. 
 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
10 
Tabela 1.1. Evolução dos índices oficiais de % de acidentados. 
Ano* Trabalhadores 
Acidentes 
Doenças 
Total 
% 
Típico Trajeto Acidentes 
1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 1.220.111 16,75 
1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 1.330.523 17,61 
1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 1.504.723 18,47 
1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 1.632.696 14,90 
1974 11.537.024 1.756.649 38.273 1.839 1.796.761 15,57 
1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 1.916.187 14,74 
1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 1.743.825 11,67 
1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 1.614.750 9,73 
1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 1.551.461 9,32 
1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 1.444.627 8,19 
Média 
Anos 70 
12.428.828 1.535.843 36.497 3.227 1.575.566 12,68 
1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 1.464.211 7,84 
1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 1.270.465 6,62 
1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 1.178.472 6,05 
1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 1.003.115 5,10 
1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 961.575 4,89 
1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 1.077.861 5,10 
1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 1.207.859 5,45 
1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 1.137.124 5,03 
1988 23.661.579 926.354 60.202 5.025 991.581 4,19 
1989 24.486.553 825.081 58.524 4.838 888.443 3,63 
Média 
Anos 80 
21.077.804 1.053.909 59.937 4.220 1.118.071 5,30 
1990 23.198.656 632.012 56.343 5.217 693.572 2,99 
1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 632.322 2,75 
1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 535.514 2,40 
1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 412.293 1,78 
1994 23.667.241 350.210 22.824 15.270 388.304 1,64 
1995 23.755.736 374.700 28.791 20.646 424.137 1,79 
1996 23.830.312 325.870 34.696 34.889 395.455 1,66 
1997 24.104.428 347.482 37.213 36.648 421.343 1,75 
1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 414.341 1,69 
1999 24.993.265 326.404 37.513 23.903 387.820 1,55 
Média 
Anos 90 
23.648.341 414.886 35.618 19.706 470.210 1,99 
2000* 26.228.629 304.963 39.300 19.605 363.868 1,39 
2001* 27.189.614 282.965 38.799 18.487 340.251 1,25 
2002* 28.683.913 323.879 46.881 22.311 393.071 1,37 
2003* 29.544.927 325.577 49.642 23.858 399.077 1,35 
 (*) São dados preliminares e não incluem todos os Estados da Federação 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
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Observação: considerando-se apenas os números oficiais do INSS que engloba 
apenas trabalhadores com carteira profissional assinada. 
 
Em 1972, quase 1/5 da força de trabalho formal (inscrita na previdência) havia se 
acidentado e isso foi a pior marca na história acidentária do Brasil. Considerando-se 
ainda: 
• A grande quantidade de trabalho informal; 
• Que o índice é médio, ou seja, para as atividades de alto risco as cifras seriam 
ainda mais altas; 
• E a eventual subnotificação de acidentes. 
... pode-se perceber a quão calamitosa era a situação. 
Tratava-se não apenas de um grande holocausto de vítimas fatais, mutilados e 
alijados da sociedade produtiva, mas também uma sangria imensa do PIB, pelas horas 
não produtivas, perdas econômicas e recursos de previdência desviados 
necessariamente para fazer frente a indenizações e pensões. Um grande drama humano, 
mas também uma perda de riqueza do país, que poderia estar sendo dirigida a outras 
prioridades. 
Era necessário fazer-se algo, e depressa. Assim, foram virtualmente “criadas” 
novas categorias ocupacionais, para, em caráter emergencial, passar a atuar na reversão 
da situação. As novas profissões foram: 
• O Engenheiro de Segurança; 
• O Médico do Trabalho; 
• O Enfermeiro do Trabalho; 
• O Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; e 
• O Técnico de Segurança do Trabalho (então chamado Supervisor de 
Segurança do Trabalho). 
Observe-se que naqueles tempos, não havia formação de segurança no País. Os 
que a tinham, haviam estudado no exterior ou eramautodidatas. A preocupação com a 
segurança havia, mas era restrita às CIPAs. O Sistema SENAI também sempre teve 
preocupação de formar com segurança os aprendizes, e as empresas, especialmente as 
estrangeiras aqui radicadas, com honrosas exceções locais, também tinham cuidados 
oriundos das matrizes. 
A criação veio decretada, a partir da Portaria 3237, de 1972, dentro do que se 
chamou de PNVT – Plano Nacional de Valorização do Trabalhador. 
Tal era a urgência, que as profissões foram criadas no âmbito do Ministério do 
Trabalho, que outorgava a profissão, o que perdurou até os anos 80, quando passaram 
para a esfera do Ministério da Educação. O então “Supervisor de Segurança”, nos 
primeiros tempos, poderia formar-se apenas com o ginásio, atualmente conhecido como 
ensino fundamental, sendo exigido posteriormente o 2° grau (atualmente ensino médio). 
Vale salientar que já na CLT de 1943 aparecia a denominação “segurança e higiene 
do trabalho”. Na Constituição Brasileira de 1988 a higiene do trabalho ou ocupacional é 
um direito dos trabalhadores, conforme o artigo 7°. Na revisão do Capítulo V da CLT, em 
1977, criou-se o binômio Segurança e Medicina do Trabalho, desprezando a importância 
da disciplina que estuda os riscos ambientais. 
 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
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1.1.7. ALGUNS MARCOS HISTÓRICOS E LEGISLATIVOS NO BRASIL. 
LEGISLAÇÃO ATUAL E AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NRS) 
Os marcos históricos e legislativos podem ser apresentados cronologicamente da 
seguinte forma: 
• 1917 – Primeira greve geral operária em São Paulo; 
• 1919 – Primeira Lei de Seguros de Acidentes do Trabalho; 
• 1923 – Caixas de aposentadorias e pensões; 
• 1930 – Criação do Ministério do Trabalho (Getúlio Vargas); 
• 1933 – Transformação das caixas em Institutos (IAPC, IAPI, etc); 
• 1943 – Promulgação da CLT; 
• 1960 – Lei orgânica da previdência social (centralização dos institutos); 
• 1966 – INPS; 
• 1966 – Criação da Fundacentro, que só iria operar em 1969; 
• 1967 – estatização e monopólio do seguro acidentem de trabalho (SAT), que 
era privado. Havia a tarifação individual; 
• 1972 – Plano Nacional de Valorização do Trabalhador / SESMTs obrigatórios / 
criação dos profissionais ocupacionais; 
• 1976 – Taxação fixa do SAT (1, 2 ou 3% da folha de salários); 
• 1977 – Alteração do capítulo V, título II da CLT. (lei 6514); 
• 1978 – Regulamentação da Lei 6514 e criação das Normas Regulamentadoras 
– NRs. 
• 1994 – Fundação da ABHO – Associação Brasileira de Higienistas 
Ocupacionais. 
• 1994 – Obrigatoriedade de Programas Prevencionistas (PPRA, PCMSO, 
PCMAT, PPR, etc) 
• 2004 – Reformulação da legislação previdenciária, introduzindo a 
obrigatoriedade de normas técnicas da Fundacentro. 
As Normas Regulamentadoras foram criadas a partir das alterações da lei 6514 de 
22 de dezembro de 1977, com novidades conceituais (por exemplo, os Limites de 
Tolerância), e com o intuito de consolidar toda uma legislação fragmentada e esparsa, 
uma miríade de portarias, que existia até então. 
Houve um esforço de revisão e de ordenação, dentro de um formato que vem se 
mantendo até aqui. Atualmente existem 36 Normas Regulamentadoras básicas. 
As normas versam sobre todos os tópicos de segurança, higiene e medicina do 
trabalho. 
 
 
1.1.8. O PROFISSIONAL OCUPACIONAL E AS LEGISLAÇÕES A CONHECER 
O higienista se move num contexto técnico-legal. Deve conhecer várias legislações, 
com graus diferenciados de aprofundamento e especificidade: 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
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TRABALHISTA 
É a que mais deve saber. Essencialmente, as Normas Regulamentadoras, mas 
também na própria CLT há pontos que o dia - a - dia irá requerer atenção. As portarias da 
SSST (Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho), que alteram as NR’s, devem ser 
conhecidas na íntegra. Possui acesso pela Internet. 
 
PREVIDENCIÁRIA 
É a segunda mais importante, pois se relaciona (muitas vezes de forma negativa) 
com a trabalhista. Define os eventos resultantes dos acidentes, as prestações 
econômicas derivadas e, especialmente, a questão das aposentadorias especiais e dos 
laudos a serem emitidos para tal. Em alguns casos, pode ser uma das tarefas 
preponderantes do profissional. Deve-se esperar grandes necessidades de envolvimento. 
 
AMBIENTAL 
A legislação ambiental não pode passar despercebida, pois há vários pontos de 
interseção. Lembrar que o ruído da empresa, após ser um problema ocupacional, escapa 
aos limites da planta e vai ser um problema ambiental (por exemplo). 
NÍVEIS LEGISLATIVOS 
Em todos os campos, deve-se estar atento não apenas à legislação federal, mas 
também às estaduais e municipais. Atenção, por exemplo, em São Paulo, com a “lei do 
PSIU” – Programa de Silêncio Urbano”. 
 
1.1.9. SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL 
(SGSSO) (BS 8800 E OHSAS 18001) 
Os sistemas de gestão se mostraram forma eficiente de se implementar ideias, ou, 
melhor dizendo, novos valores culturais às culturas empresariais. 
Assim fazendo, permite-se que ações efetivas venham a ocorrer, mudanças se 
operem e o projeto corporativo enunciado se realize. 
Tal tem ocorrido com os sistemas de gestão da qualidade (sistema 9000) e, mais 
recentemente, com os sistemas de gestão da qualidade ambiental (sistema 14000). 
Assim, para realizar adequadamente a qualidade, que não é obrigação legal, mas 
sim fator de competitividade por requisitos mercadológicos e exigência de clientes, as 
empresas estabelecem sistemas de gestão. 
Eles permitem que todos na empresa possuam um repertório comum, atribuições, 
competências e responsabilidades, e que o novo valor cultural seja efetivamente 
incorporado. 
Um cliente que deseje um produto ou serviço de qualidade, não precisa vir visitar 
seu exportador, pois sabe que o mesmo possui um sistema verificável de gestão, 
normalizado, que avaliza as propriedades desejadas e garante seus requisitos. Assim, o 
cliente exige tal característica de seus fornecedores. Como resultado do sistema de 
gestão, a qualidade efetivamente se instala e permeia pela organização. 
Hoje, um passo além nessa cadeia de exigências de clientes (e o cliente é 
soberano), é a certificação ambiental. 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
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Assim, o cliente comprará meu produto, mas quer estar certo (os seus acionistas 
querem saber) de que meu sistema produtivo não agride o meio-ambiente; isto pode ser 
evidenciado porque eu possuo um sistema de gestão de qualidade ambiental. 
Assim, a venda de qualquer produto ou serviço pode estar sendo crescentemente 
condicionada a aspectos que inicialmente não aparentam ser essenciais à produção, 
como a gestão ambiental. Isto já é uma realidade. 
Um terceiro nível nesta questão é a demanda por Sistemas de Gestão de 
Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO). 
 
Os motivos que alicerçam a implementação estratégica dos SGSSO nas empresas, 
podem ser: 
• Atendimento a clientes importadores, que passarão a exigir o conhecimento de 
como seu fornecedor gerencia a saúde e segurança de seus trabalhadores; 
• Obter, no horizonte da privatização do seguro-acidente, indicadores de 
excelência que permitam negociar taxas mais favoráveis que as empresas 
“comuns” com os futuros operadores. Observar que neste caso, pela primeira 
vez de forma explícita, a prevenção “se paga” e a atividade prevencionista 
mostra evidente relação favorável de custo-benefício. Este pode ser um dos 
motivos mais fortes; 
• Por valorizar os sistemas de gestão, desejando agregar a questão ocupacional 
(o que se faz facilmente nas empresas que já possuem outros sistemas degestão); 
• Para melhorar o seu desempenho em segurança e saúde de forma eficiente e 
definitiva. 
 
Os sistemas de gestão possuem características poderosas que irão permitir a 
efetiva implementação dos melhores padrões ocupacionais. 
 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
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1.2. TESTES 
1. Quando e onde foram escritas as primeiras referências relacionadas a 
problemática dos acidentes e doenças ocupacionais? 
a) 1720 a.C, Índia. 
b) 1230 a.C, China. 
c) 1450 a.C, Grécia. 
d) 2360 a.C, Egito. 
e) 2130 a.C, Prússia. 
Feedback: item 1.1.1. 
 
2. Quem é considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”? 
a) Hipócrates. 
b) Bernardino Ramazzini. 
c) Georgius Agrícola. 
d) Auredus Theophrastus Bombastus von Hohenheim. 
e) Plínio. 
Feedback: item 1.1.1. 
 
3. Qual o livro que delegou o título de “Pai da Medicina do Trabalho” ao seu autor? 
a) De Re Metallica. 
b) Papiro Seller II. 
c) Dos Ofícios e das Doenças das Montanhas. 
d) Acidentes e Doenças Ocupacionais. 
e) De Morbis Artificum Diatriba. 
Feedback: item 1.1.1. 
 
4. Qual item não se encontrava na primeira lei de proteção aos trabalhadores: “Lei 
de Saúde e Moral dos Aprendizes”? 
a) Proibição do trabalho para menores de 14 anos. 
b) Lavagem das paredes das fábricas duas vezes por ano. 
c) Limite de 12 horas de trabalho diário. 
d) Proibição do trabalho noturno. 
e) Obrigatória a ventilação das fábricas. 
Feedback: item 1.1.1. 
 
5. Qual item não se aplica ao “Factory Act” de 1833? 
a) Primeira legislação eficiente no campo da proteção ao trabalhador. 
b) Idade mínima para o trabalho de 9 anos. 
c) Existência de escolas nas próprias fábricas que deveriam ser frequentadas por 
todos trabalhadores menores de 13 anos. 
d) Limite de 10 horas de trabalho diário para menores de 18 anos. 
e) Proibição do trabalho noturno aos menores de 18 anos. 
Feedback: item 1.1.1. 
 
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional 
 
 
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6. As teorias “Controle Total de Perdas” e “Controle de Danos” surgiram em qual 
década do século XX? 
a) Na década de 30, durante a 1a Guerra Mundial. 
b) Na década de 40. 
b) Na década de 50, após 1a Guerra Mundial. 
d) Na década de 60. 
e) Na década de 80. 
Feedback: item 1.1.2. 
 
7. Considere as informações abaixo sobre as “Técnicas de Análise de Riscos”: 
I – Tem origem em duas grandes vertentes: área de processos e a 
militar/bélico/aeroespacial. 
II – A maioria das técnicas atuais provém da área chamada de “Engenharia de 
Segurança e de Sistemas”, consolidada com a corrida aeroespacial. 
III – Essas técnicas se intensificaram após a 1a Grande Guerra, com o surgimento 
das indústrias dos mísseis. 
IV – A busca por plantas mais seguras foi alavancada e consolidada por acidentes 
sérios, como Flixborough, Seveso e Bhopal. 
Com base nas informações acima, qual alternativa é a correta? 
a) Apenas I e III são verdadeiras. 
b) Apenas III é incorreta. 
c) Apenas I, IV são verdadeiras. 
d) Apenas II é incorreta. 
e) Apenas I, II e IV estão incorretas. 
Feedback: item 1.1.3. 
 
8. Qual é a legislação mais utilizada pelo Higienista no seu dia a dia? 
a) Ambiental. 
b) Judicial. 
c) Trabalhista. 
d) Previdenciária. 
e) Empresarial. 
Feedback: item 1.1.8. 
 
9. Quando foram criados os adicionais de insalubridade no Brasil? 
a) Em 1978, pela Portaria n°. 3214. 
b) Em 1977, pela lei n°. 6514. 
c) Em 1943, pela CLT. 
d) Em 1936, pela lei n°. 185. 
e) Em 2006, pela MP 231. 
Feedback: item 1.1.5. 
 
 
Capítulo 2. Aspectos Históricos da Higiene Ocupacional 
 
 
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CAPÍTULO 2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA HIGIENE OCUPACIONAL 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO 
 
Este capítulo situa a evolução da HO como disciplina ocupacional e dá sua 
conceituação básica. Reposiciona a evolução da prevenção dentro da visão da disciplina. 
Relata pontualmente a evolução dos meios de avaliação e controle dos riscos ambientais. 
Apresenta dados informativos complementares. 
Ao terminar este capítulo você deverá estar apto a: 
• Situar e descrever o surgimento da HO; 
• Enunciar e dar características básicas dos objetivos da HO; e 
• Enunciar o conceito de atuação da HO. 
 
 
 
 
Capítulo 2. Aspectos Históricos da Higiene Ocupacional 
 
 
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2.1. HISTÓRIA E CONCEITO 
Vamos deixar a conceituação da Higiene Ocupacional para o final. Deixemos que o 
leitor mesmo construa sua conceituação, a partir deste resumo do interessante texto de 
Vernon Rose, Capítulo I do White Book da AIHA. 
A identificação da origem da prática da higiene industrial é difícil, ou impossível. 
Como antigos cronistas de riscos ocupacionais e medidas de controle, que podem ser 
considerados fundadores, temos: 
 
• Agrícola, em 1556, descreveu as doenças e acidentes na mineração, fundição e 
refino de metais, com medidas de controle, incluindo ventilação; 
• Plinius Secundus (Plínio, o Velho), antes ainda, no século I, escreveu que os 
fundidores envolviam as faces com bexigas de animais, para não inalar as 
poeiras fatais; 
• Outros, que (apenas) identificaram os problemas, merecem menção, como 
Hipócrates (séc. IV a.C.), com as primeiras menções de doenças ocupacionais 
(intoxicações por chumbo); 
• Também deve ser lembrado o trabalho de Bernardino Ramazzini (1713), um 
tratado completo de doenças ocupacionais. 
 
Entretanto, o reconhecimento de um vínculo causal entre os riscos dos ambientes 
de trabalho e as doenças foi o passo fundamental no desenvolvimento da prática da 
Higiene Industrial. 
As observações médicas, de Hipócrates a Ramazzini e estendendo-se ao século 
XX, da relação entre trabalho e doença, são o fundamento da profissão. 
Mas, o reconhecimento de riscos sem a intervenção e o controle, isto é, sem a 
prevenção da doença, não qualifica um indivíduo como um higienista industrial. 
As leis reativas ao desastre ocupacional da revolução industrial trataram de tentar 
disciplinar o combate aos novos perigos ocupacionais. O Factory Act de 1864 requeria o 
uso de ventilação diluidora para reduzir os contaminantes, e o de 1878 especificava o uso 
de ventiladores para exaustão. 
O divisor de águas para higiene e a medicina industrial veio com o Factory Act 
britânico de 1901, que iniciou a regulamentação das ocupações perigosas. 
As regulamentações criaram ímpeto para a investigação dos riscos dos locais de 
trabalho e fiscalização de medidas de controle. 
Tem sido sugerido, também, que a higiene industrial não emergiu como um campo 
individualizado de atuação até que as avaliações quantitativas do ambiente se tornaram 
disponíveis. 
Nos Estados Unidos destaca-se em 1910 a Dra. Alice Hamilton, como pioneira no 
campo da doença ocupacional, campo que era totalmente inexplorado até então. O seu 
trabalho individual, que compreendia não só o reconhecimento da doença, mas a 
avaliação e o controle dos agentes causadores, deveria ser considerada como o início da 
prática da higiene industrial nos EUA. 
Deve ser observado que muitos dos praticantes iniciais de higiene industrial eram 
médicos, que não estavam interessados apenas na diagnose e tratamento da doença, 
mas também no controle dos riscos, para prevenir casos futuros. Esses médicos 
trabalhavam com engenheiros e outros cientistas interessados em saúde pública e riscos 
 
Capítulo 2. Aspectos Históricos da Higiene Ocupacional 
 
 
eHO – 101- Introdução à Higiene Ocupacional e Legislação Ocupacional / 1o ciclo de 2020. 
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ambientais. Dessa forma, iniciaram um processo incubado desde Hipócrates, visando 
deliberadamente modificar os ambientes de trabalho com o objetivo de prevenir

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