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CIÊNCIA E CONHECIMENTO • CIÊNCIA É uma palavra que deriva do termo latino "scientia" cujo significado é conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da prática, baseado em princípios certos. Em sentido amplo e diversificado, ciência refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através da pesquisa. • ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA Enquanto as investigações empíricas do mundo natural foram descritas desde a antiguidade clássica (Thales, Aristóteles e outros), e o método científico ter sido usado desde a Idade Média, o surgimento da ciência moderna é traçado como Revolução Científica que aconteceu nos séculos XVI e XVII na Europa. Em tempos pré-históricos, conselhos e conhecimentos eram passados de geração em geração em uma tradição oral. O desenvolvimento da escrita permitiu que o conhecimento fosse armazenado e comunicado através das gerações com mais fidelidade. Combinado com o desenvolvimento da agricultura, que permitiu um aumento na reserva de comida, tornou possível que as civilizações antigas se desenvolvessem, porque foi possível dedicar mais tempo a outras tarefas que não fossem a sobrevivência. Muitas civilizações antigas coletavam informações astronômicas de maneira sistemática através da simples observação. Apesar de eles não terem um conhecimento da verdadeira estrutura física dos planetas e estrelas, muitas explicações teóricas foram propostas. Fatos básicos sobre fisiologia humana já eram de conhecimento em alguns lugares, e a alquimia era praticada por várias civilizações. Observações consideráveis sobre flora e fauna macrobióticas também foram realizadas. • CIÊNCIA NO ANTIGO ORIENTE MÉDIO Desde o seu início na Suméria (no atual Iraque) por volta de 3500 a.C., as pessoas da Mesopotâmia começaram a tentar gravar algumas observações do mundo com dados numéricos. Na astronomia da Babilônia, as várias anotações sobre os movimentos das estrelas, planetas, e a Lua foram escritas em milhares de tábuas de argila criadas por escribas. Usando essas informações, eles desenvolveram métodos aritméticos para computar a mudança no comprimento da luz solar durante o curso do ano e para predizer a aparição ou o desaparecimento da Lua e planetas, e eclipses do Sol e da Lua. • CIÊNCIA DO ANTIGO EGITO Avanços significativos do Egito Antigo incluem astronomia, matemática e medicina. A geometria foi necessária para a engenharia geográfica para preservar o layout e manter o dono das terras de fazendas, que eram inundadas anualmente pelo rio Nilo. O triângulo reto e outras regras serviam para representar estruturas retilíneas, e para a arquitetura do Egito. O Egito foi também o centro da pesquisa de alquimia por grande parte do Mediterrâneo. • CIÊNCIA NO MUNDO GRECO-ROMANO O pensamento científico surgiu na Grécia Antiga aproximadamente no século VI a.C. com os pensadores pré-socráticos que foram chamados de "Filósofos da Natureza" e "Pré cientistas". Foi na época de Sócrates e seus contemporâneos, que o pensamento científico se consolidou, principalmente com o surgimento do conceito de "prova científica", ou repetição do fato observado na natureza. • CIÊNCIA NA ÍNDIA O astrônomo e matemático indiano Aryabhata (476-550), trabalhou em um preciso modelo heliocêntrico da gravitação, incluindo órbitas elípticas, a circunferência da Terra e a longitude dos planetas ao redor do Sol. Ele também introduziu várias funções trigonométricas (incluindo seno, seno verso e cosseno), tabelas trigonométricas, e técnicas e algoritmos de álgebra. O uso do zero como uma variável, assim como o sistema numérico hindu atualmente usado pelo mundo. Entre os séculos XIV e XVI, a escola Kerala de astronomia e matemática fez significantes avanços na astronomia e especialmente na matemática, incluindo campos como trigonometria e cálculo. • CIÊNCIA NA CHINA Impressão, pólvora e bússola: esses três mudaram todo o estado das coisas através do mundo: o primeiro na literatura, o segundo na guerra, e o terceiro na navegação; e ainda assim receberam inúmeras modificações, tanto que nenhum império, nenhum setor, parece ter exercido maior poder e influência nos assuntos humanos que essas descobertas mecânicas. Criação do atlas celestial dos mapas estrelares, tratados farmacêuticos sobre assuntos relacionados com botânica, zoologia. Entre os avanços tecnológicos da China estão, os primeiros detectores sismológicos (no século II), as invenções independentes do sistema decimal, dique seco, paquímetros deslizantes, o pistão do motor de dupla ação, ferro fundido, o alto-forno, semeadeiras multitubos, o carrinho de mão, a ponte suspensa, o ventilador giratório, o paraquedas, gás natural como combustível, a hélice, o foguete, o arreio, assim como contribuições na lógica, astronomia, medicina, e outros campos. • CIÊNCIA NA IDADE MÉDIA Os físicos muçulmanos colocaram mais ênfase em experimentos do que os gregos. Isso levou ao desenvolvimento de um método científico inicial no mundo muçulmano, no qual o progresso foi feito na metodologia, começando com os experimentos na ótica no ano 1000. O desenvolvimento mais importante do método científico foi no uso de experimentos para distinguir entre um conjunto de teorias científicas concorrentes geralmente com uma orientação empírica. • CIÊNCIA NA EUROPA MEDIEVAL A educação e o aparecimento da ciência na Europa: No século VIII o surgimento das escolas que eram monarcas (anexas a uma Abadia), episcopais (anexas às catedrais) e palatinas (anexas à corte). Essa última no final do século VIII foi bastante significativa, pois nela o ensino era público e se ensinavam as sete artes liberais: o trívio (gramática, retórica e dialética) e o quadrívio (aritmética, geometria, astronomia e música). Oficialmente a ciência tal qual a conhecemos começa com Galileu, pois seu método é o de geometrizar a natureza. Ciência não é apenas técnica, não é apenas experiência, mas é segundo o método de Galileu: é matematizar a experiência. Os livros de história da filosofia e história da ciência são unânimes em atribuir a sua pessoa a honra de ser o pai da ciência moderna. • RELIGIÃO E CIÊNCIA Durante toda a Idade Média, houve uma luta pelo poder entre a Igreja Católica e os pensadores da natureza. A Igreja queria impor que ela era a instituição que definiria o que é verdade sobre todos os assuntos, inclusive sobre a natureza. Essa atitude impedia a liberdade investigativa da natureza. A Igreja Católica concentrava-se em si mesma a autoridade para assuntos religiosos e da natureza, autoridade a qual todos deviam se submeter, sob ameaças de terríveis punições. No século XVI, Galileu Galilei (1564-1642) lutava pela autoridade da ciência: “à ciência cabe dizer como vai o céu, e à religião como se vai ao céu”. Galileu foi pressionado a se retratar diante do tribunal da Inquisição, dizendo que era falsa a ideia de que a Terra girava em torno do seu eixo e em torno do Sol. • CIÊNCIA MODERNA Galileu Galilei (1564 – 1642) é o fundador da ciência moderna e o teórico do método científico e da autonomia da pesquisa científica. A partir de Galileu, a ciência não busca mais a essência ou a substância das coisas, mas sim a função. A pergunta não é mais “o que é?”; mas “como é?”. Nas universidades medievais o estudo da natureza tinha uma abordagem diferente da de Aristóteles: a ciência ainda era mais especulativa do que experimental, mas já havia a união entre teoria e prática mesmo que não fosse algo comum. Entretanto, com Galileu tem-se o método claro, objetivo e explícito: para a ciência dar resultados é necessário geometrizar a natureza. •REVOLUÇÃO CIENTÍFICA A Revolução Científica estabeleceu a ciência como a origem de todo o crescimento do conhecimento. Durante o século XIX, a prática da ciência se tornou profissional e institucionalizada de modo que continuou a ser usado no século XX. A história da ciência é marcada por uma cadeia de avanços na tecnologia e no conhecimento, que sempre complementaram um ao outro. Inovações tecnológicas trouxeram novas descobertas e levam a outras descobertas por inspirar novas possibilidades e aproximações em questões científicas antigas. A ciência, em geral, comporta vários conjuntos de saberes nos quais são elaboradas as suas teorias baseadas nos seus próprios métodos científicos. • MÉTODO CIENTÍFICO A palavra método vem do grego méthodos, que quer dizer “caminho para chegar a um fim”. O método científico é definido como um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. • CONHECIMENTO É tudo que se adquire e absorve pelas maneiras de aprendizagem, estes podem ser adquiridos ao decorrer da vida ou através de estudos específicos. O conhecimento também é um conjunto de informações armazenadas mediante a experiência e a aprendizagem, ou através da introspecção. O conhecimento é uma reunião de informações reunidas na mente humana. • SENSO CRÍTICO A palavra “crítica” vem do Grego “kritikos”, que significa “a capacidade de fazer julgamentos”. No sentido filosófico, o senso crítico prende-se com o desenvolvimento de uma consciência reflexiva baseada no “eu” (autocrítica) e no mundo. Senso crítico significa a capacidade de questionar e analisar de forma racional e inteligente. Através do senso crítico, o homem aprende a buscar a verdade questionando e refletindo profundamente sobre cada assunto. • SENSO COMUM Senso comum é um conjunto de opiniões, crenças, tradições e modos de viver que se desenvolvem em uma sociedade e faz parte da herança cultural de cada povo. São as tradições que passam de geração em geração e são aceitas como verdades, sem questionamentos. O senso comum está mais vinculado à população em geral do que o senso crítico, pois no senso comum existem muitas questões sobre a vida que são simplesmente irrefletidas e que levam à alienação. Ele acaba por permear as classes menos abastadas, uma vez que está ligada com a educação recebida e com a manipulação pelos meios de comunicação. Senso Comum Senso crítico Tem origem na experiência e no que se vivencia no dia a dia; É um conhecimento que advém principalmente dos sentidos. É um conhecimento racional; Baseia-se na observação de fatos; o cientista constrói teorias baseado nestes fatos; É das teorias construídas pelos cientistas que a ciência é feita. TIPOS DE CONHECIMENTOS • CONHECIMENTO POPULAR (VULGAR, SENSO COMUM OU EMPÍRICO) É o conhecimento passado através das pessoas, frutos do dia-dia, não precisa da ciência para dizer o que é verdadeiro ou não para determinado grupo que a toma com verdade. Não se deve menosprezá-lo, pois pode ser base para o conhecimento científico. Exemplos: A dor no calo do pé significa que vai chover. Tomar banho após a refeição causa morte. Chuva no dia de São José significa chuva o ano todo. As verduras crescem mais quando plantadas sob lua cheia. • CONHECIMENTO FILOSÓFICO Como a ciência não sacia todos os anseios do homem em relação ao universo já que todos os fatos e perguntas tem que ser provados, o homem busca respostas na filosofia que o leva a fazer meditações (reflexão) sobre os fatos gerais do princípio de sua existência. Exemplos: Qual o sentido do homem e da vida? Há liberdade? Todavia, o campo de reflexão ampliou-se muito atualmente. Hoje, os filósofos, além das interrogações tradicionais, formulam novas questões, por exemplo: O progresso técnico é um benefício para a humanidade? Quando chegará a vez do combate contra a fome e a miséria? Portanto, a filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. • CONHECIMENTO RELIGIOSO (OU TEOLÓGICO) Provem da fé humana tendo um ou mais deus para reverenciar. Em meio aos cultos as divindades revelam imagens misteriosas que são passadas por pessoas “iluminadas” através da escrita ou oralmente no decorrer da história, se tornando uma verdade satisfatória baseada pela fé proveniente de uma divindade. Exemplos: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; Acreditar em reencarnação, espírito, água benta; acreditar em métodos advinhatórios, tais como: cartas de tarô, búzios, horóscopos, entre outros. • CONHECIMENTO CIENTÍFICO Este tem como finalidade estudar a realidade de maneira exata, assim difundindo o conhecimento sobre determinado assunto ou espécie, se tornando lei universal até que novas descobertas por meios científicos prove o contrário. REFERÊNCIAS: LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de A. Metodologia do Trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1991. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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