Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Isabella Carvalho Lopes (201821008) Isomeria em compostos de coordenação Disciplina: GQI 115- Química Inorgânica II Prf.: Walclee de Carvalho Melo LAVRAS-MG 2020 Isabella Carvalho Lopes Isomeria em compostos de coordenação Trabalho apresentado no curso de graduação em Química da Universidade Federal de Lavras. LAVRAS-MG 2020 SÚMARIO Introdução ……………………………………………....……………………………...4 Desenvolvimento……………………………………………....………………………..4 Conclusão……………………………………………………………………………....11 Referências………………………………………………………………………….....12 INTRODUÇÃO Os compostos de coordenação, também denominados de complexos, caracterizam-se por apresentar um íon metálico central, ligado a moléculas neutras ou ânions, denominados ligantes. O íon metálico atua como ácido de Lewis e os ligantes como bases de Lewis. A primeira teoria sobre esses compostos foi publicada em 1893, por Alfred Werner, que a partir de então forneceu as bases para toda a química de coordenação moderna. Esses compostos apresentam características espectrais peculiares, com bandas internas do ligante, bandas d-d e bandas de transferência de carga. Assim como, apresentam propriedades magnéticas características, com espécies diamagnéticas e paramagnéticas, dependendo do estado de oxidação do metal e da força do campo ligante, formando complexos de alto spin ou baixo spin. (2) Igualmente, os complexos possuem diversas possibilidades de isomeria (geométrica, de ligação, óptica) (2). Dessa forma, se torna necessário compreender suas funções e aplicações nas mais diversas áreas da Química. Portanto, entender a isomeria em compostos de coordenação é fundamental para o conhecimento químico da atualidade. DESENVOLVIMENTO Isomeria em compostos de coordenação. Os compostos de coordenação são moléculas constituídas por um ou vários ácidos de Lewis ligados a uma ou várias bases de Lewis. Esses compostos podem apresentar a mesma composição, mas diferentes estruturas espaciais, na qual recebe o nome de isomerismo. O isomerismo é um aspecto característico tanto de compostos orgânicos quanto de inorgânicos. Compostos que possuem a mesma fórmula molecular, mas diferentes arranjos estruturais são chamados de isômeros. Vários tipos de isomerias ocorrem entre os compostos de coordenação. Quando, além disto, os agregados possuem as mesmas ligações, mas diferem no arranjo espacial destas ligações, são chamados de estereoisômeros. Apesar de os isômeros serem compostos do mesmo agrupamento de quatro átomos, eles geralmente diferem em uma ou mais propriedades físicas e químicas, como a cor, a solubilidade, a velocidade de reação em uma reação específica, entre outras. Algumas definições são importantes para o estudo da isomeria em compostos de coordenação, tais como, o número de coordenação, que consiste no número de grupos, moléculas, átomos ou íon que rodeiam um dado átomo ou íon num complexo ou cristal. Por exemplo, num complexo quadrado planar, o íon central possui um número de coordenação quatro. Bem como, os fatores que afetam o número de coordenação. Dessa forma, os tipos mais comuns de isomeria são as isomerias: geométrica (ou esteroisomeria), a isomeria óptica, a isomeria de constituição, a isomeria de ligação e a de coordenação. (1) ISOMERIA GEOMÉTRICA Isomeria Geométrica é o tipo de isomeria espacial, também conhecida como estereoisomeria, que se caracteriza por apresentar uma dupla de isômeros com dimensões tridimensionais diferentes. Isso acontece em decorrência da presença de ligantes diferentes. A partir de um número de coordenação de um complexo é possível prever sua geometria. Dessa forma, pode- se estudar em especial a geometria octaédrica, uma vez que ela é o arranjo mais comum e estável, podendo a partir dela entender as outras geometrias. O arranjo molecular octaédrico é bastante simétrico, sendo o ponto de partida para entender outros arranjos deste grupo, que não passam de distorções desse octaedro, em função de fatores resultantes de uma compressão ou alongamento ao longo dos eixos de ordem dois, três ou quatro, como mostrado na Figura 1. Estas distorções podem ser tetragonais, as quais são mais simples, de forma que os ligantes sobre o eixo diferem dos outros quatro restantes, para mais ou para menos, ou ainda pode haver distorções rômbicas, nas quais um ligante trans está mais próximo do átomo central, enquanto o outro está mais afastado. Estas distorções produzem uma grande e ramificada família de isômeros geométricos, que podem variar do simples e estável octaedro a um prisma trigonal (D3h). Os compostos com número de coordenação 6, octaédricos, permitem uma variedade de estereoisômeros. Partindo-se do fato de que os seis vértices de um octaedro são equivalentes entre si, apenas uma estrutura torna-se possível para complexos dos tipos MA6 e MA5B. Entretanto, quando se tem dois ligantes diferentes dos demais, os quais podem ser iguais um do outro, como o de fórmula genérica MA4B2, podem então serem possíveis isômeros cis e trans. No caso do isômero cis, os dois ligantes B ocupam os vértices adjacentes do octaedro; no caso do isômero trans, estes estão em vértices opostos, como pode ser visto na Figura 2. Já para os complexos contendo dois ligantes diferentes entre si por duas duplas de ligantes contendo cada uma o mesmo número, como o tipo MA3B3, também são possíveis dois isômeros, denominados então facial (fac) e meridional (mer), conforme pode ser visto também na Figura 2. Caso o número de ligantes aumente ainda mais, ou, então, caso se considere ligantes polidentados, mais casos de isomerismos geométricos podem ser possíveis, mas estes continuam a serem relacionados pelos prefixos cis, trans, mer, fac, utilizando de uma numeração para explicar a natureza dos casos. Dessa forma, os complexos com número de coordenação seis, os mais comuns, podem ser explicados basicamente por alguns tipos diferentes de isomerias. ISOMERIA ÓPTICA A isomeria óptica estuda os compostos (isômeros) opticamente ativos que possuem mesma fórmula molecular, mas que se diferenciam pelo tipo de desvio do plano de luz polarizada. Esta isomeria é um caso particular da isomeria espacial que só ocorre em moléculas quirais. O termo quiral se refere a ausência de simetria ou seja, assimétrico. Um objeto quiral não é idêntico a sua imagem especular, a imagem e o objeto não são superponíveis. Exemplo disso; Para ocorrer a quiralidade em uma molécula ela deve ter um ou mais carbonos assimétricos ou também, possuir assimetria molecular devido a algum fator estrutural. Assim, existem duas classes de isômeros ópticos: enantiômeros e diastereômeros. O primeiro, estereoisômeros em que são imagens especulares um do outro, que não se superpõe. Logo, o segundo são estereoisômeros que não são imagens especulares um do outro e não se superpõe. Muitas vezes o termo enantiômero é substituído por enantiomorfos e diastereômeros por, diastereoisômeros. Os enantiômeros ou enantiômeros possuem propriedades físicas como, ponto de ebulição, ponto de fusão, densidade, índice de refração etc, idênticas. Dessa forma, uma mistura de enantiômeros é difícil de ser separada e sua separação (resolução) podem ser feitas por métodos químicos ou biológicos. Diante disso, apesar de ser parecidos os enantiômeros apresentam várias propriedades como, cheiro, sabor e propriedades químicas e biológicas, completamente diferentes. Destaca-se que os enantiomorfos só exibem comportamento diferente quando interagem com outras substâncias quirais ou com a luz polarizada. Exemplo de enantiômeros de diferentes propriedades abaixo: Figura 4. Enantiômeros de diferentes propriedadesFonte: UFPR Os diastereômeros ou diastereoisômeros possuem propriedades físicas e químicas diferentes, portanto podem ser facilmente separados por métodos físicos tradicionais. Quanto a visualização da representação utiliza-se a projeção de Fischer, com linhas verticais que representam ligações projetadas atrás do plano do papel e linhas horizontais com ligações projetadas fora do papel. Luz polarizada é uma luz natural de uma onda eletromagnética que possui infinitos planos de vibração, e a luz polarizada possui um único plano de vibração. Uma das principais características de uma molécula quiral é a capacidade de desviar o plano de propagação da luz polarizada. Os enantiômeros desviam o plano da luz polarizada com o mesmo desvio angular, mas em sentidos opostos. ISOMERIA DE CONSTITUIÇÃO OU ESTRUTURAL A isomeria constitucional ou plana pode ser percebida observando a fórmula estrutural plana dos compostos. Eles (isômeros constitucionais) diferem na maneira com que seus átomos estão conectados. Algumas das formas desta isomeria são a de ligação, de ionização, de hidratação e a de coordenação. Uma fórmula molecular frequentemente não fornece informação informações suficientes para identificar um composto sem ambiguidade. A existência de ligantes ambidentados dá origem à possibilidade de isomeria de ligação, na qual o mesmo ligante pode se ligar através de diferentes átomos. Este tipo de isomeria explica a existência dos isômeros vermelho e amarelo de fórmula [Co(NO2 )(NH3 ) 5 ] 2+ . O composto vermelho tem uma ligação nitrito, Co-O; o isômero amarelo, que se forma com o tempo a partir da forma vermelha instável, tem uma ligação nitro, Co-N, como pode-se ver na imagem: Figura 8. Ligante nitrito e Ligante nitro. Fonte: UFPR A isomeria de ionização ocorre quando um ligante e um contra-íon trocam de posição em um composto, sendo um exemplo o [Pt(NH3 ) 4Cl2 ]Br2 e [Pt(NH3 ) 4Br2 ]Cl2 . Se o compostos são solúveis, os dois isômeros se apresentam como espécies iônicas diferentes em solução.(6) Uma isomeria muito parecida com a da ionização é a isomeria de hidratação, que se origina quando um dos ligantes é a H2O; por exemplo, há três isômeros de hidratação de cores diferentes diferentes para o composto com fórmula molecular CrCl 6H2O: [Cr(H2O)6 ]Cl3 , [Cr(H2O)5Cl]Cl2 .H2O, [Cr(H2O)4Cl2 • ]Cl.2H2O.: A isomeria de coordenação se origina quando há íons complexos diferentes que podem se formar a partir da mesma fórmula molecular, como no [Co(NH3 ) 6 ] [Cr(CN)6 ] e [Cr(NH3 ) 6 ][Co(CN)6 ].(6) CONCLUSÃO Portanto, isomeria em compostos de coordenação, permite o estudo acerca de diferentes formas de compreender a química de um complexo. Sendo satisfatório e importante o aprendizado. Ainda mais, pode-se destacar que uma fórmula molecular não é suficiente para identificar um composto de coordenação, pois pode haver vários tipos de isomeria para os complexos. REFERENCIAS 1. ESTEREOQUÍMICA E ISOMERIA DE COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO. Disponível em: < http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/09125204042014Qui mica_Inorganica_II_Aula_4.pdf> Acesso em: 29 de Agosto de 2020. 2. FERREIRA, A.M.C.. Compostos de coordenação. Instituto de Química, Universidade de São Paulo. Disponível em:< http://www2.iq.usp.br/docente/amdcferr/disciplinas/QFL2129/Aula_10_-_Com p_Coordenacao.pdf. >. Acesso em: 29 de Agosto de 2020. 3. SILVA, A. L.S.. Estereoquímica e isomeria em compostos de coordenação com NC 6. Info Escola. Disponível em:< https://www.infoescola.com/quimica/estereoquimica-e- isomeria-em-compostosde-coordenacao-com-nc-6> . Acesso em: 29 de Agosto de 2020. 4. Bagatin,I.A.. Química de coordenação. Universidade Federal de São Paulo. 5. Maia, A.S.. Princípios de química inorgânica, Geometria e Isomeria. Universidade Federal da Paraíba.
Compartilhar