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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ENTENDER OS DESAFIOS DO PROFESSOR DIANTE DO MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Oriane Raquel dos Santos Pisoni Prof. Orientador(a) Edilene dos Santos Bernardes Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Pedagogia (PED1608) – Trabalho de Graduação 07/04/2020 RESUMO Ao nos referirmos a alfabetização não dispomos de uma maneira insólita a se trabalhar, não encontramos uma forma especifica de desenvolver o aprendizado do educando, encontramos autores, estudos e uma trajetória que ocasionou influências significativas durante o período cronológico da educação em nosso país. Alguns autores acreditam que a importância de vivência dos educandos é de admirável valor para o seu desenvolvimento na aprendizagem, entendendo ser necessário todo professor considerar o que a criança trás de aprendizado consigo, tendo muitas vezes um histórico familiar que o impeça de ter um acréscimo considerável na educação. Soares (2003) mostra também uma ideia de alfabetização sem separar o letramento, podendo cada educando adquirir incentivo que os façam meditar no seu conhecimento, estando este inserido na sua maneira de viver, facilitando assim maior desejo pela aprendizagem. Cada professor deve encontrar dentro de suas possibilidades maneiras que facilite o aprendizado e do educando e o mesmo consiga usar na sua vida, formando assim alguém consciente, crítico e de mensurável valor. Palavra-chave: Letramento, alfabetização, aprendizagem. 1 INTRODUÇÃO O seguinte trabalho terá como destaque Alfabetização e Letramento e seu conceito nas séries iniciais, assim sendo o problema referir-se-á aos desafios que os professores encontram durante o processo de alfabetização. Dentro de uma sala de aula existem várias crianças com níveis cognitivos variados, por esse motivo meu propósito é compreender os desafios lançados ao professor nesses momentos. Este trabalho de graduação terá a área de concentração voltada para a metodologia do Ensino, buscando centralizá-lo na alfabetização e letramento. Através deste assunto, adentramos na 2 área que não possui uma solução pronta, diante do mesmo buscarei um auxílio para prática docente, encontrando entre conceituados autores seguimentos de alfabetização, onde é possível auxiliar educandos para um melhor desenvolvimento. Justifico que o interesse deste assunto foi que através de análises consiga me inteirar dos métodos de alfabetização e letramento que vem sendo usado no âmbito escolar. Enfatizando que existem várias maneiras de alfabetização, e dentre elas existe um incentivo preciso pela prática do professor, que quando vai elaborar a aula, lembra do seu aluno como um fator importante no seu processo e aceita as diferenças e tempo de cada aluno. Na continuação do mesmo propõe-se reflexão sobre a maneira de compreender alguns métodos de alfabetização, apresentando as principais características, com intuito de compreender os desafios dos professores ao utilizarem os métodos, para haver esse processo, sendo destinado ao professor a incumbência de aplicar dentro da realidade de cada educando. Tendo em vista o objetivo de auxílio na prática educativa e aumentar meus conhecimentos nas áreas de alfabetização e letramento na qual já atuei e pretendo voltar a atuar, então decidi escolher este tema para o desenvolvimento deste trabalho. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Precisamos ter objetivos, um foco, para conseguirmos idealizar nossos projetos e os mesmos terão mais oportunidades de se desenvolverem e darem mais significado a vida. Para se dedicar a área pedagógica é necessário muito empenho, mas é preciso estar convicto de ter vocação para o mesmo. Ao falarmos em realizações, sonhos, é possível ver muitas formas de realizá-los, mas ao ingressar na graduação de licenciatura em pedagogia, pude perceber a realização de um deles. Obtive experiências com crianças de várias idades, e em um desses momentos tive a oportunidade de trabalhar com uma turma de 3 ano – series iniciais, tendo eles em torno de 8 anos, cada um com sua maneira de aprender e a professora buscando encontrar a melhor forma de aprendizado para cada um. Foi através desse momento que fiquei convicta do significado de um pedagogo com capacidade para trabalhar o desenvolvimento de cada criança, entendendo que não é apenas um preparo ou uma graduação, mas uma procura incessante de adaptação e capacitação. É necessário que o educador tenha capacidade para compreender que a alfabetização se torna confusa na mente das crianças, por isso é necessário desenvolver métodos práticos ao entendimento do aluno. 3 Precisa-se programar os estudos, de modo que os alunos consigam entender a alfabetização junto com a compreensão de letramento, o escritor Soares (2001), nos apresenta a seguinte afirmação: [...] implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos para informar ou informar-se, para interagir com os outros, para imergir no mundo imaginário, no estético, para ampliar conhecimentos, para seduzir ou induzir, para divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para catar-se...: habilidades de interpretar e produzir diferentes tipos e gêneros de textos, habilidade de orientar-se pelos protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mão desses protocolos, ao escrever: atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita, tendo interesse, informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma diferenciada, segundo as circunstâncias, os objetivos [...] (Soares, 2001 p.92) O professor precisa ter completa dedicação e responsabilidade, pois o aprendizado que o aluno precisa, está com ele. Há também a necessidade da convicção que cada aluno aprende de uma maneira, e o educador precisa observar, respeitar e encontrar a forma ideal que cada um consegue, considerando suas limitações. 3 ALFABETIZAÇÃO E SEU CAMINHO Entendemos que alfabetizar envolve aprender e escrever, mas para isso é necessária muita dedicação, desenvolvendo formas que ajudem no aprendizado do aluno, segundo Soares (2003), alfabetizar é a maneira de ensinar o indivíduo a ler e escrever, mas para uma boa alfabetização, apenas efetuar práticas não é o suficiente. De acordo com Carvalho (2005), em 1920 chegou ao Brasil uma inovação na teoria educacional, a “Escola Nova,” promovida por educadores importantes como, Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meirelles e vários outros, trazendo uma reforma educacional em vários estados do Brasil. A partir daí surge a possibilidade de definir convívio entre vida social e escola, ainda o escritor Carvalho (2005, p.63) nos esclarece um pouco sobre a nova pratica; “Conhecer e respeitar as necessidades e os interesses da criança, partindo da realidade do aluno, são diretrizes do pensamento escolanovista”. Advindo desse pensamento, entendemos que para começar uma alfabetização, seguindo os princípios escolanovista, devemos considerar alguns detalhes, analisar a realidade do aluno, é de tamanha importância, um dos métodos mais satisfatórios que o educando encontra é a liberdade de participar juntamente com o educador do seu planejamento. Há muitos meios que ajudam na evolução do aluno, de acordo com Carvalho (2005), quanto mais convicto estiver o educador no processo de adquirir conhecimento e seus progressos, tanto emocionais como sociais, mais facilidade terá de conduzir esse educando de maneira agradável a aprendizagem. 4 Portanto o pensamento lógico e o sentimental são profundamente interligados, assim influenciando justamente a evolução do educando. Entendemos como uma maneira de alfabetização, prevendo que a criança se habitue com a escrita por meio da escrita, estando ligada a textos, desenhando, fazendo tentativas de escrita ou ouvindo histórias, através das tentativas de leitura que ele aprende a ler,assim como aprende a escrever no experimento da escrita. Através daí, descobrimos algo que é de suma importância que ande junto com a alfabetização, o Letramento, Soares (1998, p. 47) diz que, “O ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo alfabetizado e letrado”. Jung (2012 p.78) alega que: “não é o método de alfabetização que determina o sucesso ou fracasso escolar”. Como encontrarmos a direção que de certeza ao aluno de um sucesso escolar? Por meio de alguns estudiosos dedicados, chegou-se à concordância de que cada criança tem seus períodos de aprendizagem. FERRERO E TEBEROSKY (1999) apud Jung (2012, p.67) expõem os períodos da aprendizagem; Nível I e II; pré-silábico, hipótese central: No nível I a criança produza traços da escrita representando palavras. No nível II a criança atribui significados nas formas de escrita Nível III; Silábico, hipótese central: Nesse nível a criança faz tentativa de dar um valor sonoro, que ela julga ser a maneira correta da escrita, mas na verdade as letras tem o som que formam a sílaba, deduzindo assim a forma de escrever determinada palavra. Nível IV; Silábico Alfabético, hipótese central: nesse nível a criança já relaciona a existência de sons e escrita, mas ainda mistura fonemas e grafemas na escrita das palavras. Nível V; Alfabético, hipótese central: Nesse nível a criança compreende a dimensão dos fonemas e que cada um corresponde com o grafema das letras. Dentro de uma sala de aula existem vários níveis, cada nível não está ligado a idade cronológica do educando e nem a uma fase cognitiva, então o educador precisa ter competência para compreender os níveis de cada um, podendo então orientá-los e incentivá-los. Cada educador precisa estar atento a sua prática educacional, observando de que maneira cada um absorve o aprendizado, respeitando-o e se colocando como mediador. Quando o professor constrói hipóteses, estabelece palavras desordenadas com a própria gramática, está realizando o letramento, está edificando seu aprendizado, entendendo o porquê está na sociedade, pois a ideia transmitida a criança, manifesta-se do contexto social que a mesma está inserida. Junqueira Filho (2001, p. 143) diz que: 5 “É importante criar – e garantir –, na rotina do grupo, situações em que as crianças e sua professora ou o adulto responsável pelo grupo leiam e escrevam, explorando as relações entre a utilização da linguagem escrita com a organização do mundo em que vivem. Exemplos: confeccionar livros de histórias, com textos e ilustrações das crianças (a professora pode e deve participar como escriba, de acordo com a realidade do grupo, registrando o (texto no momento de sua criação)” De acordo com o autor, as influências atuam no andamento da aprendizagem e na obtenção da leitura e escrita. Encontra-se maneiras de motivar positivamente as crianças, de modo a se fortalecerem o convívio na sociedade. Não se tem dúvidas, que o envolvimento da família na educação e de suma importância, contribuindo para maiores oportunidades de um futuro de sucesso, o contato constante da criança com a leitura de livros infantis, aumenta seu pensamento sobre a escrita, ajudando no processo de decodificação da palavra escrita, mesmo muitas vezes a leitura sendo através de desenhos, ela consegue relacionar. É de grande significado que as crianças aprendam na rotina da vida familiar, vários tipos de leitura, pois contribui e facilita no desenvolvimento e na aprendizagem. 4 MÉTODOS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Ao falarmos em alfabetização e letramento estamos indo em busca da compreensão da maneira de viver de cada criança ou adulto, pois de acordo com o que estudamos podemos entender o significado de letramento da seguinte maneira: literacy vem do latim litera (letra), com sufixo – cy, que denota a qualidade, condição, fato de ser. Podemos entender como meios de alfabetização de acordo com Carvalho (2005, p.45) “um conjunto de princípios teórico- procedimentais que organizam o trabalho pedagógico em torno da alfabetização”. Entendemos que alguém letrado é alguém capaz de ler e escrever, com capacidade para aproveitar esse saber, compreendendo, não apenas codificando. Segundo Jung (2012, p.107) há dois métodos que podem ser usados de maneira separadas ou em conformidade, os sintéticos e analíticos, sendo bem diferentes um do outro. O método sintético é usado de maneira que o educando entenda das partes para o todo, recordando a história educacional em que as famílias silábicas era a forma que as crianças eram ensinadas para facilitar a aprendizagem, usava-se a repetição e a memorização de cantigas ou poemas. Repartindo-se em silábico, alfabético e 6 fônico, essa maneira possui críticas, como a exaustão do aluno, devido a necessidade da memorização sem ligação com sua maneira de viver. A forma analítica mostra uma aprendizagem que o aluno fica frente ao “todo” após coloca seu conhecimento para chegarem as “partes”, esse método veio para o Brasil influenciado por grandes autores; Declory, Montessori e Dewey, com olhares novos sobre a alfabetização, na época algumas escolas mesclaram seus conhecimentos, outras absorveram por completo a ideia e algumas não aderiram o método. Sabemos que alfabetizar é o resultado de ensinar a ler e escrever. Mas aplicar práticas não é o que basta, também é necessário ter a capacidade de onde o aluno se encontra no processo de alfabetização. É necessário dedicação para atuar nessa área. Diante de tantas informações que o aluno adquire no período escolar, parece fácil ensinar a ler e escrever, mas a questão está em conseguir ensinar a compreender o que se está lendo, este sim, talvez seja um dos grandes desafios, tanto quanto decifrar as letras e ainda conseguir usá-las de forma adequada. Hoje é necessário que a alfabetização e o letramento andem juntos, mais do que saber usar as letras e os códigos, ser letrado exige compreensão e conhecimento para resolver suas particularidades diante da sociedade. 4.1 O QUE É ALFABETIZAR E LETRAR? Ao dizermos que a criança é alfabetizada, não significa que ela sabe compreender ou interpretar um texto, talvez não saiba se expressar de maneira correta. O educando pode conhecer as letras e os sons, portanto muitas vezes não possui uma compreensão do que está lendo, por tempos a alfabetização por livros ou cartilhas instruía o educando a decifrar as letras, porém ficavam sem a compreensão precisa para fazer uma atividade sem ajuda do professor. Segundo Soares (2009, p.31) “Alfabetizar é tornar um indivíduo capaz de ler e escrever, é a ação de alfabetizar” o ser que é alfabetizado relaciona-se em atividade de leitura e escrita, formando assim alguém capaz de envolver-se tanto socialmente como culturalmente. Diferenciando letramento Soares (2009, p.48), nos remete uma pergunta importante, onde com suas pesquisas encontrou sua dúvida; como diferenciar alfabetizado do letrado? “é difícil resposta a essa pergunta, porque letramento envolve dois fenômenos bastante diferentes, a leitura e a escrita, cada um deles muito complexo, pois constituídos de uma multiplicidade de habilidades, comportamentos, conhecimentos.” 7 Entendemos que ler vai muito além de entender as letras e seus códigos, é um conjunto de habilidades, escrever não deve ser diferente, é a junção de comportamento, conhecimento e habilidades, um processo contínuo. Para que a criança possa iniciar o processo de leitura, é preciso saber letras, identificar os números e sinais gráficos. É necessário haver estímulo desse objetivo, além de estruturar formas para entender o alfabeto, que o significado não seja apenas uma imagem, pois inúmeras vezes os alunos decoram formando analogias como A deAbelha, podendo o A ser de muitas coisas, acredita-se que pode sim ser benéfico, desde que não seja apenas esse o estímulo passado a criança. Quando a criança inicia na alfabetização ela já carrega consigo muitas experiências e capacidades, ela já é capaz de se comunicar, pois já é um ser falante, e capacitado a refletir sobre a língua falada. Se ela precisa de ajuda para se alimentar, ajuda para amarrar os tênis, para comunicar sua vontade, usa facilmente sua fala. Ao ingressar nas séries iniciais o aluno tem o desafio de entender a língua escrita, conseguindo então passar para o papel seus sentimentos e vontades, é nessa etapa que aparece mais um grande desafio, onde o educador encontra crianças que ficaram tempo em escolinhas, por isso são familiarizadas com o ambiente alfabetizador, mas também chegam as que ficam em casa e nunca tiveram contato com papel, lápis, nem viram o responsável ler uma revista, jornal, nada relativo a isso, e quando vai para escola sabe que encontrará tudo isso lá, mas se demonstra de maneira muito diferente do aluno que já está no meio alfabetizador, então está nas mãos do professor a forma de recepcioná-lo, definindo se terá facilidades ou até mesmo desapontamento. Vai muito além de um instigador de aprendizado a relação do professor com a turma, por isso é preciso que o professor tenha cuidado em relação as particularidades do educando, é necessário que saiba no mínimo o essencial desta criança, exemplo: se ficava com os pais ou responsáveis, onde e há quanto tempo ela frequentava outra escola, isso traz um auxílio para poder ter um caminho mais fácil para a alfabetização, no caso de não haver interesse do professor sobre as experiências dos alunos, pode ocasionar grandes desilusões, atrapalhando assim o desenvolvimento do educando. Muitas vezes a escola trás maneiras de passar o conhecimento ao aluno sem refletir no entendimento, sua fala e a fala da turma, parte de uma cartilha e de uma infantilizada maneira, que muitos alunos não necessitam começar deste princípio a alfabetização, pois já possuem algumas informações obtidas em suas vivências. Após o aluno ter iniciado sua jornada, tanto na pré-escola, quanto no primeiro ano do fundamental, vimos que o mesmo já é capaz de criar hipóteses comparando a fala com a escrita, muitas vezes consegue ainda de sua maneira escrever palavras com significados, mesmo que a 8 escrita ainda não seja a mais correta. De acordo com Soares (2009, p.34) “letramento não é pura e simplesmente um conjunto de habilidades individuais; é o conjunto de práticas sociais ligados a leitura e a escrita em que os indivíduos se envolvem em seu contexto social”. 4.2 METODOLOGIA Por meio de uma observação de pesquisa esclarecedora, com o objetivo de considerar todo e qualquer acontecimento sucedido no decorrer da pesquisa, que de acordo com André (1983) apud Alves e Silva cita as vantagens desta pesquisa, “ela visa aprender o caráter multidimensional dos fenômenos em sua manifestação natural, bem como captar os diferentes significados de uma experiência vivida, auxiliando a compreensão do indivíduo no seu contexto”. Através dessa condição, esse presente trabalho foi realizado com o auxílio de um questionário explicativo, tendo em vista as informações da entrevista de três pedagogas. Segundo Severino (2007, p.123) “é aquela que além de registrar e analisar os fenômenos estudados, busca identificar duas causas, seja através da aplicação do método experimental/matemático, seja através da interpretação possibilitada pelos métodos”. Foi realizada a entrevista em forma de questionário, a mesma para duas pedagogas diferentes, mas na mesma atuação, cada uma passando um pouco de suas experiências nos desafios encontrados na alfabetização. Todas já com alguns anos de práticas em sala de aula, porem cada uma com suas especializações, mas todas voltadas a área educacional. Através das respostas pude ter a certeza de que cada um se dedica de sua maneira, pois mesmo atuando na mesma área e na mesma escola, mostraram desafios diferentes no que se refere a alfabetização e letramento. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Encontramos grandes desafios na área da educação, a alfabetização desde seu início foi motivo de grandes pesquisas e curiosidades. O caminho de um educador que procura desempenho de qualidade é encontrar métodos eficazes para o desenvolvimento dos seus educandos. Com o decorrer do tempo observamos métodos diferentes e vários processos sobre esse assunto, Magda Soares (2003) mostra o encanto no processo da alfabetização, através de suas experiencias educacionais pode enxergar e aprender a considerar a grandiosidade do 9 desenvolvimento infantil. Entendemos que a criança carrega consigo uma soma de informações de mundo, de experiencias, leitura, tendo o professor que apreciar as diferenças de cada aluno. A valorização da tentativa da escrita foi apresentada por Cagliari (2009), também por Soares (2003), trazendo uma interpretação de letramento como resultado da escrita e o uso dela. Ao se sentir com poder sobre o aprendizado a criança tem por natureza mostrar que além de decifrar os sinais, pode utilizá-los. Separar o letramento da alfabetização é o mesmo que separar códigos para não haver decifração. Toda criança tem seu direito assegurado no estatuto da criança e do adolescente ECA, amparada por lei que tenha oportunidade de obter ensino de qualidade, e quando a mesma descobre que sabe ler e escrever, veja um novo mundo ao seu alcance. Ao professor que tem a preocupação em planejar um ensino de qualidade, é visto que ele entende que além de uma profissão, ele é um propagador de seres, podendo esses serem sociáveis críticos, criativos, importantes profissionais, professores, médicos, dentre muitas outras, o educador carrega consigo a responsabilidade de estimular seu educando através da maneira que está transmitindo os saberes a ele e é nesse momento que necessita de muita atenção, pois seu modo de ser influencia tanto positiva como negativamente. Segundo as duas pesquisas realizadas, pude observar que cada uma com sua forma de se expressar, talvez com alguns detalhes a mais ou a menos, todas tem um mesmo nível de visão sobre desafios, métodos de trabalhos e a importância do letramento na alfabetização. Na 1ª entrevista a professora veja como um dos desafios a falta de incentivo da família para a alfabetização, ela entende que não é possível trabalhar com um método, pois cada um tem suas necessidades individuais e a mesma considera o que cada criança traz consigo de suas vivencias, concluindo que o letramento e a alfabetização deve andar juntos. Já a 2ª professora entrevistada, que atua na mesma escola, encontra como principal desafio alcançar a todos, com atividades que todos consigam progredir, não podendo usar um método específico, pois nem todos tem a mesma percepção, assim ela vai alternando sua maneira de trabalhar para conseguir que todos tenham o alcance esperado, concordando que o letramento veio de maneira produtiva trazendo mais sentido as aulas. Nós como educadores de alfabetização devemos estar continuamente buscando agregar nossa formação, aprimorando essa prática temos o dever de receber cada educando como alguém com competência de aprendizado. De acordo com Cagliari (2010, p.69) Um professor que acompanha de perto o trabalho de seus alunos na sala de aula acaba percebendo o que eles sabem e o que não sabem, aluno por aluno. Este acompanhamento é a melhor forma de avaliação, e a mais honesta. [...] Essas informações são cruciais para o professor planejar adequadamente suas aulas e dirigir os trabalhos do aluno para que ele progrida. (CAGLIARI, 2010, p.69). 10 Ao realizar a pesquisa, lendo os ensinos de vários autores, cada um mostrando que é necessário desenvolver seus ensinos de acordo com as vivências decada aluno, percebi que nunca destacaram um método específico, mas sim um acesso de melhor desenvolvimento, compreendendo melhor, analisando o aluno, tendo como principal objetivo, estar capacitado para identificar em que fase cada criança se encontra e ter a competência de disponibilizar incentivos adequados que norteiem seu melhor desenvolvimento. 6 CONCLUSÃO Através desta pesquisa foi possível entender alguns métodos utilizados por professores na sua prática, por meio de entrevistas como profissionais na área, já com alguns anos de experiência como alfabetizadoras, foi então com este questionário e de busca contínua a autores renomados que fazem a diferença na educação, pude assim agregar saberes em meus consideráveis conhecimentos. Alfabetização e Letramento de acordo com os autores citados, visam uma união, sendo preciso que cada professor trabalhe harmoniosamente, não separando o incentivo de leitura e escrita, que cada passo dado com objetivo de alfabetizar, tenha atenção necessária a significância de cada educando. Autores e pesquisadores trabalharam em busca de diferentes métodos na educação e foi então que o Brasil recebeu grandes influências, os professores usavam cartilhas e ensinavam por meio de repetição ao invés de assimilação. Com esse estudo pode-se entender que as crianças necessitam que a aprendizagem esteja envolvida com suas vivências. O educando desenvolve um melhor raciocínio lógico e crítico quando o aprendizado faz sentido com o seu modo de vida. Por meio das pesquisas e desenvolvimento do presente trabalho, obtive uma maior clareza sobre a alfabetização se dar por desenvolvimento cronológico do educando, entendo que cada aluno terá seu desenvolvimento influenciado por suas vivências obtidas até ali, pois quando o mesmo chega a escola, com histórico de uma família que tem por hábito a leitura em seu cotidiano, o seu desenvolvimento terá um tipo de influência, já os que se encontram em famílias, digamos iletradas, sem muito estímulo que os ajudem no processo da aprendizagem, podem encontrar mais dificuldades, sabendo-se que isso não é uma regra, mas acontece facilmente, quando a criança desde cedo é incentivada, adquire maiores chances de ter um aprendizado adequado. Sabendo que a partir de seu ingresso na escola, a história do aluno pode não ser de ter tido boas influências, mas se o professor for dedicado ao caso do aluno, pode torná-lo alguém de interesse e sucesso, por isso um dos grandes motivos do real interesse que o educador precisa ter. 11 REFERÊNCIAS http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:dCLF3uAsDh8J:www.univates.br/revistas/ index.php/signos/article/view/715/705+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br, acesso em 07 de abril de 2020. ANDRÉ, Μ. Ε. D. Α. (1983). Texto, contexto e significado: algumas questões na análise de dados qualitativos. Cadernos de Pesquisa, (45): 66-71. http://www.scielo.br/pdf/paideia/n2/07.pdf CAGLIARI, Luiz Carlos; Alfabetização e linguística, pensamento e ação na sala de aula. São Paulo: Sciepione, 2009. https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40140/1/01d16t05.pdf, acesso em 07 de abril de 2020. CARVALHO, Marlene. 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A questão do letramento tem sido significativamente introduzida na escola, qual foram as melhorias diante desse novo olhar?Acredito que sim, pois alfabetização e letramento precisam caminhar juntos, lado a lado. Um dos avanços que considero é que as crianças na maioria das vezes já trazem consigo uma bagagem de conhecimentos trazida na Educação Infantil ou da própria família. Tudo isto facilita muito o processo da leitura e escrita. Entrevista 2 Formação: Educação Física. Especialização: Gestão Educacional e Supervisão Educacional Tempo de serviço na área que está atuando: 19 anos Já trabalhou em diferentes escolas na sua área? Sim, em escolas de educação infantil, escolas de “apenas” ensino fundamental e escolas de ensino fundamental e médio. Quais os desafios da alfabetização? O principal desafio é procurar alcançar a todos os alunos. Cada um aprende de um jeito. E a função de professor e atingir a todos, proporcionar atividades, explicações que cada um consiga progredir. Quais são os desafios dos métodos de alfabetização? Alguns métodos são facilmente captados por alguns alunos, já consegui com outro, não fazem sentido. Você usa um determinado método de alfabetização? Quais os benefícios de usar esse método na sua prática? Não utilizo um único método. Vou mesclando, tentando despertar o 15 interesse em toda a turma. Alguns momentos trabalhando com sílabas, outros com textos, daqui a pouco utilizo apenas poesias, histórias. Muito eclético, para ser mais abrangente. A questão do letramento tem sido significativamente introduzida na escola, qual foram as melhorias diante desse novo olhar? O letramento vem contribuir muito para o que se era trabalhado anteriormente. O conceito de letramento, faz com que as aulas tenham mais sentido, significado.
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