Buscar

FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIB-IBIRAPUERA
Adicleia Santos
Antônio F. dos Santos
Caroline M. Carvalho
Gleisa C. dos Santos
Natália Amaro
Nathalie F. Gomes
Nattany C. Gomieri
Patrícia T. de Araújo 
Pedro Campos
William F. dos Santos
	
FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA
SÃO PAULO
2019
FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA
Com a Reforma Trabalhista os sindicalistas sofreram mudanças importantes e relevantes, tendo uma clara diferença entre a lei anterior e a lei atual. Na antiga lei os sindicatos tinham uma segurança, pois uma vez ao ano todos os trabalhadores tinham que contribuir, após a implementação da nova lei já não é obrigatório, tornou-se algo facultativo, dando claros poderes de escolha ao trabalhador.
Entretanto, ao tornar opcional a contribuição, causou uma queda em massa na arrecadação, o que, consequentemente, tem trazido prejuízos aos sindicatos, como, por exemplo: corte de funcionários.
Pois este tem a função de garantir interesse econômico, profissional, social e político, de todos aqueles que são associados; sendo este também o responsável pelas manifestações, organização de greve e tudo que diz respeito a categoria, ficando impossibilitado de fazê-lo com a arrecadação diminuída. 
Uma arrecadação menor comprometeu totalmente o setor financeiro das entidades. Ocorrendo muitas baixas, forçando os sindicais a demostrar com mais nitidez seus benefícios, com a finalidade de manter o recolhimento e recuperar seu prestígio. 
A alteração da lei 13.467/17 tornou-se polêmica no mundo jurídico. Alguns juristas têm se baseado na Lei N°5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966, alegando que a contribuição sindical é uma espécie de tributo de natureza obrigatória, por outro lado, outros defendem o direito de não descontar o valor de forma obrigatória, baseando-se no princípio da liberdade sindical, que no art. 8° da CF diz:
“Art.8° É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
V- ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; ” 
Mesmo diante da Reforma Trabalhista, alguns sindicatos conseguiram uma liminar na Justiça do Trabalho obrigando o desconto da contribuição sindical, mediante cláusula coletiva aprovada em assembleia geral, contrariando o próprio texto legal estabelecido pela Lei 13.467/2017.
CONCEITO
Conhecida também como imposto sindical, a contribuição sindical é o recolhimento de um valor pago pelos trabalhadores para financiar gastos com atividades feitas pelas entidades sindicais. De acordo com a Constituição Federal (CF/88), e com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a contribuição sindical não é obrigatória, devido a Reforma Trabalhista, que, após a Lei n. 13.467/17 alterou os arts. 545, 578, 579 da CLT, só poderá ocorrer o desconto com a breve autorização do empregado.
O art. 511 da CLT, conceitua o sindicato como sendo, “...associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. ”
Ressaltando que o sindicato tem como função/dever de proteger os interesses e direitos de cada categoria sindical.
ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRA 
A estrutura sindical brasileira é constituída de forma piramidal, onde se encontram os Sindicatos, Federações, Confederações e Centrais Sindicais. Os sindicatos são os órgãos que representam a categoria nos Municípios/Cidades, na qual tem como função proteger os direitos dos trabalhadores de uma determinada categoria.[footnoteRef:1] [1: *Em números são: 15.892 sindicatos, 549 federações, 43 confederações e 7 centrais sindicais, totalizando 16.491 organizações que representam empregadores (5.251) e trabalhadores (11.240).] 
 As Federações são os órgãos que representam a categoria por Estado. São associações criadas para defender interesses comuns aos sindicatos que as compõe e só podem ser criadas se reunirem o mínimo de cinco sindicatos de um mesmo setor; já as Confederações, são os órgãos que representam a categoria a nível nacional, formada pela reunião de pelo menos três Federações que representem um mesmo segmento.
As Centrais Sindicais são órgãos que representam os interesses de Sindicatos de diferentes segmentos, possuem abrangência em todo território. São constituídas e funcionam segundo a legislação do país.
Pelo princípio da Unicidade Sindical, o qual determina que só pode existir uma única organização sindical representativa para determinada categoria profissional em uma mesma base territorial, ou seja, um só sindicato na mesma base territorial como representante de cada categoria profissional, conforme disposto no Art. 8° da CF/88.
Apesar de o art. 8º caput da CF/88 dispor sobre a liberdade sindical, tem a Convenção nº87 da Organização Internacional do Trabalho, onde dispõe sobre a liberdade de Associação Sindical e a proteção do direito sindical, que adota também o princípio da pluralidade sindical.
O princípio da Pluralidade Sindical consiste na autorização de várias entidades na mesma base territorial, que exercerem como representantes da mesma categoria. Neste caso, o trabalhador ou empresário não está obrigado a se filiar a determinado sindicato, podendo se filiar a outro sindicato representativo da mesma categoria profissional ou econômica.
DAS FONTES DE CUSTEIO DAS ENTIDADES SINDICAIS
Por ser uma organização, no cenário capitalista em que vivemos, para seu funcionamento regular necessita de receitas para arcar com as suas despesas.
Após a promulgação da CF/88, em seu art.8º onde versa sobre a liberdade sindical, as entidades sindicais em seus estatutos puderam prever outras fontes de receitas, pois anterior a isso a arrecadação era realizada por meio de contribuição dos associados, doações, multas e outras rendas eventuais. Atualmente, em nosso sistema, temos 05 fontes de receitas dos sindicatos, são elas:
1- Contribuição sindical- a qual era compulsória e deveria ser paga por todos que faziam parte de uma categoria econômica ou profissional em favor do sindicato. Com a reforma da Lei 13.467/17 que alterou alguns dispositivos da CLT, a contribuição sindical passou a ser facultativa, podendo ser cobrada apenas com autorização expressa do funcionário.
2- Mensalidades (ou Anuidades) dos associados - Contribuição devida exclusivamente por todos os associados dos seus respectivos sindicatos.
O valor da mensalidade sindical deverá ser livremente definido pelos sócios do Sindicato, em Assembleia Geral ou em seu Estatuto Sindical. Mediante o pagamento da mensalidade sindical; o filiado pode usufruir de alguns benefícios fornecidos pelo sindicato, tais como: colônia de férias, assistência médico-hospitalar, direito de votar e se candidatar aos cargos de direção e administração, dentre outros.
3 - Contribuição Confederativa - O valor acordado em assembleia geral, será descontado em folha para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva. A contribuição, deve ser destinada a todas as entidades que compõe a estrutura sindical, da respectiva categoria. Face ao entendimento do TST e STF, é considerada voluntária, sendo estipulada para pagamento apenas pelos filiados ao sindicato.
4-Contribuição assistencial - É estabelecida por meio de cláusulas normativas vindo de convenções ou acordos coletivos celebrados entre os sindicatos profissionais e os empregadores ou representantes da categoria econômica. O entendimento jurisprudência atual e dominante no âmbito do TST e STF, a contribuição assistencial pode ser estipulada para pagamento pelos filiados aos sindicatos.
5- Outras fontes de receitas - Além das contribuições, não há empecilhos para o sindicato ter outras fontes de renda, sendo elas doações, multas ou aplicações financeiras, dentre outros previstos no seu estatuto.
ALTERAÇÕES DA LEI PÓS REFORMA TRABALHISTA
Antes da Lei 13.467/17 existia a obrigatoriedade para que o empregador descontasse da remuneraçãode seus empregados o equivalente a um dia de salário por ano, destinado ao sindicato de sua categoria à título de contribuição sindical. No entanto, com as alterações em diversos artigos da CLT, destacamos os art. 545, 578, 579 e 582, onde veda tal desconto sem a devida autorização prévia e expressa do membro da categoria.
Anterior a reforma trabalhista, o desconto não era condicionado ao prévio consentimento do empregado, assim sendo, o empregador obrigatoriamente recolhia a contribuição sindical descontada em folha de pagamento do empregado sem autorização.
Desta forma, a nova redação dos respectivos artigos põe fim ao desconto automático sem autorização do funcionário, tornando-a facultativa sob pena de cometimento de ato ilícito.
BREVE COMENTÁRIOS SOBRE AS ALTERAÇÕES
Art. 545 da CLT - com a alteração do artigo, agora está englobado todas as devidas contribuições ao sindicato, uma forma de diminuir as restrições e facilitar a vida entre sindicato e empregado, sendo essa a única mudança.
Art. 578 da CLT – houve uma alteração notória, a qual demostra que havia um “certo” lado abusivo do sindicado, já que antes da reforma da CLT o artigo não questionava a vontade do empregado. Ocorrendo a mudança do termo “imposto sindical” para “contribuição sindical”.
Art.579 da CLT – antes era imposto a todos que contribuíssem ao sindicato, agora com a reforma tornou-se facultativo e este artigo deixa claro que, para ocorrer o desconto somente com a prévia e expressa autorização do empregado.
De uma maneira geral, as mudanças foram em torno da força hierárquica que o sindicato tinha sobre os membros e empregados, a reforma da CLT alterou as contribuições ao sindicato bem como, tornou a participação e a contribuição opcional.
O QUANTO A ALTERAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA AFETOU O ORÇAMENTO SINDICAL
A chamada Lei da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), entre outras importantes inovações no mundo do trabalho, alterou substancialmente a fonte de receita das entidades sindicais, que eram oriundas das contribuições.
A contribuição sindical, e outras contribuições que surgiram posteriormente, como: mensalidade sindical, contribuição confederativa e contribuição assistencial, deixaram de ser obrigatório, virou uma grande preocupação as entidades sindicais, pois o custeio das entidades era essencialmente composta das contribuições descontada em folha, ou seja, era uma receita garantida e a principal fonte de renda para manutenção das atividades do sindicato.
Com a reforma trabalhista, surgiu a obrigatoriedade da autorização expressa para as empresas concederem o desconto em folha, assim ficou facultativo o desconto da contribuição sindical e com isso ocorreu uma perda acentuada na receita sindical que despencou cerca de 85%, proporcionando um grande impacto financeiros e afetando consideravelmente as classes sindicais.
As consequências ocasionaram o enfraquecimento das entidades e impactou diretamente na redução da representatividade, bem como, na redução do quadro de funcionários e redução em benefícios oferecidos. Contudo, obrigou os sindicatos a serem mais atuantes na defesa dos interesses dos trabalhadores, a fim de recuperar o prestígio junto a eles.
Em consulta a alguns sindicatos, a fim de sabermos como a classe está lindando para superar a redução na receita, descobriu-se que estão fazendo novas parcerias e ofertando mais benefícios para atrair novos associados, como, por exemplo:
Parceria com convenio odontológico, médico, seguro de vida, consultoria jurídica, cursos, treinamentos, promovendo eventos e palestras voltada a classe de trabalhadores.
Assim com uma gama de atrativo, vem a conquista de novos associados e as mensalidades associativas vem a ser a principal fonte de renda e gradativamente aumentando o faturamento e consequentemente conseguindo superar a crise do pôs reforma trabalhista.
Vale ressaltar que a lei mudou apenas a obrigatoriedade na contribuição, não alterou os valores à serem cobrados, dispostos no Art. 579, § 2° da CLT. 
CONCLUSÃO
A Reforma Trabalhista afetou diretamente os sindicatos, com alterações em alguns artigos e, principalmente, quando tirou a obrigatoriedade da contribuição sindical. É notória a queda na arrecadação que chegou a cerca de 85% do faturamento total que detinha. 
Contudo, deve-se esclarecer que, o sindicato prestava assistência tanto administrativa quanto jurisdicional, e ao contrário de outras entidades, o sindicato não representa só os associados, ele representa todos os membros da categoria. Portanto, as pessoas que não contribuírem para a manutenção do sindicato, ainda assim serão beneficiadas pelas conquistas e vantagens obtidas, terão apenas o bônus. 
Ficou claro que as entidades estão numa situação financeira delicada e que para se manterem precisaram inovar e demostrar o quão importante é a sua funcionalidade. 
Bibliografia
Horta, D. A. et al. Direito do Trabalho e Processo do Trabalho – Reforma Trabalhista - Principais Alterações. 1 ed. São Paulo: LTr, 2018. 
Brasil. Decreto-lei n° 5.452, de 1 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.
Contribuição sindical <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/contribuicoessindicais.htm>. Acesso em: 30/08/19.

Continue navegando