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Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos quatro ligamentos do joelho, ele mantém o joelho unido a partir da porção anterior. Esse ligamento geralmente é lesionado em esportes em que há muitas mudanças de direção e possibilitando o impacto. A lesão LCA é uma das lesões ligamentares do joelho mais comuns, daí a reconstrução do LCA ser uma das cirurgias mais frequentemente realizadas (WALKER, 2010., PINHEIRO, 2015) Fonte: Domínio público Anatomia O joelho é uma articulação complexa, sendo estabilizado por ligamentos, músculos e pela cápsula articular; Os ligamentos conectam os ossos, contribuindo assim para a estabilidade do joelho; (PINHEIRO, 2015) Fonte: Domínio público Fisiopatologia A lesão do LCA ocorre quando o ligamento é forçado além da sua aptidão elástica, podendo ocorrer uma ruptura parcial ou total; Na lesão de grau I existe uma lesão ligamentar ligeira, um estiramento, mantendo-se a estabilidade da articulação; As lesões ligamentares podem classificar-se em grau I, II e III: Na lesão de grau II ocorre já uma ruptura parcial das fibras do ligamento, originando um ligamento frouxo; Por último, as lesões de grau III caracterizam-se por uma ruptura total do ligamento, causando assim instabilidade articular; (PINHEIRO, 2015) Estas lesões ocorrem maioritariamente por trauma indireto e podem ocorrer através de vários mecanismos: rotação externa, abdução e forças anteriores aplicadas na tíbia, rotação interna do fémur sobre a tíbia e hiperextensão do joelho; (PINHEIRO, 2015) Fonte: Domínio público O mecanismo de lesão por trauma direto ocorre habitualmente num traumatismo em que o fémur é puxado posteriormente quando o joelho se encontra a 90 graus de flexão e a tíbia está fixa; Por sua vez, a lesão por trauma indireto acontece perante paragem brusca e saltos sem qualquer contato físico, provocando lesões isoladas do LCA seguidas de hemartrose; A hiperflexão forçada do joelho, flexão forçada, extensão completa do joelho e hiperextensão forçada do joelho são os mecanismos mais comuns nas lesões isoladas do LCA. (PINHEIRO, 2015) Paciente portador de lesão do LCA costuma apresentar: Dor Edema Sensação de instabilidade no joelho Sensibilidade ao longo da interlinha articular Desconforto ao caminhar Perda da amplitude de movimento (PINHEIRO, 2015) A suspeita de lesão no LCA deve levar o clínico a realizar um exame físico completo do joelho, testando todas as estruturas do joelho lesionado e comparando com o joelho saudável, podendo assim diagnosticar a maioria das lesões ligamentares; Diagnóstico A positividade nos testes de Mac-Intosh, Gaveta Anterior e Lachman apontam para uma lesão do LCA; (PINHEIRO, 2015) Mac-Intosh ou Pivot Shift Teste da gaveta anterior Teste de Lachman Fontes: Domínio público Tratamento O tratamento da lesão do LCA depende do tipo de lesão, pois podemos deparar-nos com um ligamento estirado, uma ruptura ligamentar parcial ou uma ruptura completa do ligamento; De uma forma geral, o tratamento conservador é utilizado nas rupturas parciais, sendo que nas rupturas totais opta-se pelo método cirúrgico ou conservador; Depende de vários fatores como: idade, extensão das lesões associadas, a disponibilidade para realizar um programa de reabilitação e o estilo de vida do paciente. (PINHEIRO, 2015) VIDEO O tratamento conservador visa a analgesia e a estabilização da dinâmica do joelho, através do reforço muscular e do treino proprioceptivo; Este tipo de tratamento consiste no uso de ortóteses para proteger o joelho de instabilidades, fisioterapia (exercícios específicos para fortalecer o joelho e os músculos) e mudanças no estilo de vida ou atividades, recomendando-se exercícios físicos que coloquem menos carga sobre o joelho; (PINHEIRO, 2015) Quando a estabilidade e a força são restauradas e a dor cessa, a reintrodução gradual das atividades, como exercícios em bicicleta ergométrica pode ser iniciada; Exercícios de amplitude de movimento e fortalecimento são partes importantes na reabilitação; Natação e outros exercícios sem sustentação de peso podem ser utilizados até que o retorno da força esteja normal; O fortalecimento dos músculos quadríceps, isquiotibiais e da panturrilha auxiliará na proteção do LCA. (WALKER, 2010) Reconstrução da meniscectomia Anatomia Cada menisco tem o formato de “C” e promove o amortecimento e proteção as extremidades do fêmur e da tíbia; Fonte: Domínio público O menisco auxilia na distribuição homogênea do peso por toda a articulação; (WALKER, 2010) Fisiopatologia As lesões meniscais dão-se maioritariamente na população praticante de esporte, uma vez que é nessa população que ocorre mais momentos de impacto; Além de movimentos que poderão lesionar os meniscos, tais como, movimentos de rotação, mudanças repentinas de direção e paragens abruptas; (WALKER,2010) O Menisco medial é lesionado com mais frequência; Rotação vigorosa as articulação do joelho, observada com mais frequência quando o joelho também se encontra flexionado; Pode ainda ser acompanhado por rupturas ligamentares; (WALKER, 2010) Devido à grande variedade de lesões meniscais e às particularidades de algumas delas, é necessário classificá-las da seguinte forma: Fonte: Domínio público 80% dessas lesões são do tipo oblíquo ou vertical (LÓPEZ.; LORENZO.; ÁLVAREZ.; et al, 2011) A meniscectomia parcial artroscópica surgiu como alternativa à clássica meniscectomia total aberta devido à associação da ausência de menisco com rápida progressão para gonartrose; O objetivo da meniscectomia parcial é remover o tecido meniscal instável afetado pela rotura e ao mesmo tempo preservar o máximo possível de tecido meniscal periférico estável e funcional; Os resultados clínicos, funcionais e radiográficos da meniscectomia são muito satisfatórios a curto e médio prazo, proporcionando um alívio eficaz dos sintomas da rotura meniscal; (MOURA.; MARQUES.; FONSECA, 2016) Tratamento Fase 1 (0 – 6 semana) PO Mobilização da patela; Exercícios resistidos progressivos do quadril; Crioterapia; Terapia aquática; Alongamento dos isquiotibiais e panturrilha; Placa de propriocepção (rolamento de peso bilateral); Enfatizar a adesão do paciente ao programa de exercícios terapêuticos domiciliares e ao suporte de peso e às precauções de amplitude de movimento / progressão (CAVANAUGH.; KILLIAN, 2012) Fase 2 (6-14 semana) PO Rolamento progressivo de peso; Terapia aquática – deambulação piscina ou esteira subaquática; Exercícios de amplitude de movimento ativo-assistido; Mobilização da patela; Exercícios resistidos progressivos proximais; Treinamento neuromuscular (bilateral – suporte unilateral); Deambulação na esteira retrograda; Alongamento do quadríceps Exercícios cardiovasculares das extremidades superiores Crioterapia; (CAVANAUGH.; KILLIAN, 2012) Fase 3 (14-22 semana) PO Continuar os programas de fortalecimento e flexibilidade; Programa de agilidade/ esporte especifico; Flexão/ extensão isotônica do joelho; Treinamento isocinético (rápido, moderado, velocidades lentas); Teste funcional (teste de saltos); Programa de exercícios fisioterapêuticos em casa: baseado em avaliação; (CAVANAUGH.; KILLIAN, 2012) Fonte: Domínio público Referências CAVANAUGH, J. T.; KILLIAN, S. E. Reabilitação após o reparo meniscal. Current Reviews in Musculoskeletal Medicine, v. 5, n. 1, p. 46-58, 2013 LÓPEZ, A. A.; LORENZO, Y. G.; ÁLVAREZ, A. P.; et al. Meniscectomia artroscópica: princípios básicos. Revista de Arquivo Médico de Camaguey, v. 15, n.1, Jan/ Fev, 2011 MOURA, D.; MARQUES, P.; FONSECA, F. Meniscectomia parcial e risco de gonartrose. Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, v. 24, n. 4, Dez, 2016 PINHEIRO, A. Lesão do ligamento cruzado anterior: apresentação clínica, diagnóstico e tratamento. Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, v. 23, n. 4, p. 320-329, 2015 WALKER, B. Lesões no esporte: uma abordagem anatômica. Barueri: Manole, 2010
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