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Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR Câmpus Toledo Jaqueline Mombach EXERCÍCIO 2 SOBRE ENFERMIDADES DO FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E SISTEMA RENAL Disciplina de Fisiologia Veterinária Professora Maria Cecília Toledo Junho de 2020 Referencial teórico 1) Explique a fisiopatologia das seguintes doenças que envolvem o sistema respiratório ou sistema renal. Para cada doença estudada explique de que forma ocorre a alteração na homeostase do sistema respiratório ou renal. a) Quilotórax felino (respiratório) O quilotórax se estabelece pelo acúmulo linfático no interior da pleura, de aspecto leitoso em decorrência da presença de gordura. Seu desenvolvimento pode ser devido a casos de obstrução do ducto torácico, através de tumores do mediastino ou de trauma. Além disso possui outras causas, como por exemplo em casos de hérnia diafragmática, torção do lobo pulmonar, neoplasias, ou anomalias do ducto torácico. Falando um pouco a respeito do ducto torácico, o mesmo possui a função de transportar gorduras e proteínas que são absorvidas no sistema circulatório (venoso). Mais comumente, o ducto torácico se origina desde a cisterna do quilo, entre as vértebras L3 e a T10. Na maior parte dos casos, o desenvolvimento dessa condição nos gatos está estritamente relacionado com casos de insuficiência cardíaca congestiva direita, mas não é uma regra. Sobre a composição do quilo, diz respeito a linfa que foi absorvida no trato intestinal e posteriormente será drenada para a cisterna do quilo, e em seguida para o ducto torácico. A respeito da fisiopatologia do quilotórax, ocorre a obstrução e o impedimento no escoamento da linfa, além das más formações linfáticas e dos traumas ocorridos no ducto torácico, resultando em cacos de taquipnéia, taquicardia, hipotensão e/ou choque, causando um desequilíbrio na homeostase animal. O quilotórax é diagnosticado por meio de, principalmente, tomografias. Outra forma de diagnóstico é exames laboratoriais, onde a dosagem de triglicérides será superior a 110mg/dl. Geralmente não causa dores no animal, e o tratamento é feito por cirurgias, quimioterapia, radioterapia, ou com dietas. b) Diabetes insipidus (renal) Determina-se o diabetes insípido por ser uma síndrome não capaz de concentrar o filtrado urinário, aumentando o volume de urina e a evolução da mesma hipotônica. O diabetes insípido pode ser causado em decorrência de uma pela deficiência do hormônio antidiurético, sendo então chamado de central/neuro hipofisário/neurogênico, ou ainda pela resistência de sua atividade nos túbulos renais, conhecido como dito renal ou nefrogênico. A respeito da fisiopatologia, a vasopressina (ADH na corrente sanguínea) vai agir para que ocorra a preservação de água pelos rins, e vai aumentar a permeabilidade do epitélio distal à água. A vasopressina quando estiver com concentrações elevadas vai levar a uma reação de vasoconstrição, ocorrendo principalmente pelo aumento da pressão osmótica da água corporal ou redução do volume. O ADH é sintetizado pelo hipotálamo, e é armazenado e liberado pela hipófise, sendo liberados para a circulação quando os núcleos hipotalâmicos e o trato hipofisário estiverem íntegros. No diabetes insípido (central), esses núcleos estarão comprometidos, podendo ser total, onde haverá uma ausência do ADH, ou parcial, com vasopressina insuficiente. Ainda falando sobre o diabetes insípido central, pode ser subdividido novamente em primário, que se trata quando os núcleos hipotalâmicos estão diminuídos, ou secundário, que é adquirido. Já no diabetes insípido nefrogênico, vai ocorrer uma insuficiência da concentração da urina, em decorrência da resposta tubular estar prejudicada pelo ADH, fazendo com que ocorra a excreção alta de urina bem diluída. Pode ser classificada em herdado ou secundário (por exemplo a hipercalcemia, amiloidose etc). Devido ao papel importantíssimo do ADH, no diabetes insípido vai desestabilizar a homeostase do animal, causando problemas na hidratação vascular e também celular. O animal com essa condição apresenta poliúria e polidipsia, onde o diagnóstico é realizado principalmente pelo teste privativo de água. Para diferenciar a DI central da nefrogênica, é observado os níveis de vasopressina e também a sua resposta à vasopressina endógena. Geralmente o tratamento é a reposição hormonal, e/ou uso de diuréticos, ou ainda medicamentos vão induzir a liberação de vasopressina. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-eletrol%C3%ADticos/hipercalcemia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/amiloidose/amiloidose c) Rinite atrófica em suínos (respiratório) A rinite atrófica é uma enfermidade do trato respiratório superior, que causa hipotrofia e atrofia dos cornetos nasais, o que vai proceder em malformações do focinho, braquifnatia superior, desvio do septo nasal, o que pode resultar consequentemente em uma redução no ganho de peso. Essa doença pode resultar em grandes perdas econômicas para os produtores. Ainda, pode-se classificar a rinite atrófica em dois grupos: rinite atrófica não progressiva e rinite atrófica progressiva (mais grave). Os agentes etiológicos dessa doença, que é multifatorial, são: Bordetella bronchiseptica a Pasteurella multocida. Sobre a fisiopatologia da doença, os agentes etiológicos irão se instalar na mucosa nasal, produzindo toxinas dermonecróticas que causa a perda parcial dos ossos das conchas nasais, podendo ainda levar a outras doenças, como a pneumonia por exemplo. A rinite atrófica vai causar dificuldade respiratória, causando um desequilíbrio na homeostase do animal, causando problemas na conversão alimentar e consequentemente perdas na produtividade. É uma doença altamente infectocontagiosa, onde a transmissão ocorre principalmente por aerossóis e através das matrizes no aleitamento dos leitões. Porém, a rinite atrófica não possui uma alta taxa de mortalidade. Os principais sinais clínicos observados são espirros, casos de pneumonia, corrimento nasal com muco e as vezes com conteúdo sanguinolento, e o aparecimento de placas enegrecidas nos olhos em decorrência da obstrução do canal lacrimal. Além disso, nota-se o desvio nasal para algum lado, podendo apresentar também encurtamento o encurtamento do mesmo. É altamente recomendado o controle da doença afim de evitar prejuízos na produção. É importante realizar a limpeza e desinfecção adequada do ambiente onde os animais permanecem. Outro fator a fim de prevenir o aparecimento da doença, são esquemas de tratamentos de caráter terapêutico com o uso de sulfas ou tetraciclinas. d) Influenza equina (respiratório) A influenza equina é uma doença viral muito contagiosa, conhecida popularmente como gripe equina, que acomete os equinos geralmente nos meses mais frios. O agente etiológico dessa doença é o vírus da Influenza A, com algumas outras variações. Geralmente acomete os equinos mais novos (até cinco anos), podendo comprometer todo o trato respiratório, causando inúmeros prejuízos aos criadores. Sobre a fisiopatologia da Influenza equina, o vírus entra no organismo do hospedeiro pelas vias aeróginas, onde o mesmo irá se replicar, onde a gravidade do mesmo irá variar conforme a virulência da cepa viral e das condições ambientais. Durante o processo de replicação, vai ocorrer a morte celular (apoptose) e a escamação do epitélio do trato respiratório, perdendo os cílios. Devido a essas condições, alguns receptores irão estimular-se, levando a um processo de hipersecreção glandular serosa na submucosa, dificultando a função de proteção presente no epitélio muco ciliar, desequilibrando a homeostase do animal.Além disso, essa condição irá tornar-se favorável para a invasão de outros agentes, levando a uma infecção oportunista e de bactérias secundárias, como no caso do Rhodococcus equi e Streptococcus equi, complicando ainda mais o quadro do animal, podendo ocorrer broncopneumonia por bactérias. Os sinais clínicos da doença incluem pirexia, tosse, descarga nasal serosa ou de muco purulenta (em casos mais graves e avançados), linfadenite, a perda de peso dos animais acompanhada de anorexia, taquipnéia, podendo também levar a outros problemas em animais que são imunocomprometidos, como por exemplo miocardite ou encefalite. Além disso, como citada anteriormente a influenza equina pode levar a problemas secundários, predispõem a doença pulmonar obstrutiva crônica e também casos de hemorragia pulmonar em decorrência de atividade física. Sobre o epitélio muco ciliado, o mesmo inicia o processo regenerativo em três a cinco dias, onde em animais com a imunidade favorável, em cerca de três semanas já estará completamente regenerado. O diagnóstico pode ser realizado com o teste de ELISA. Não existe um tratamento específico para a doença, devendo tratar as infecções secundárias e os animais devem permanecer em repouso com alimentação de qualidade. e) Síndrome de Fanconi (renal) A síndrome de Fanconi é caracterizada por uma série de defeitos no mecanismo de reabsorção proximal renal, o que ocasiona glicosúria, fosfatúria, aminoacidúria generalizada e também perda de bicarbonato. Essa doença pode ser herdada ou adquirida. A síndrome de Fanconi hereditária, na maior parte das vezes, é associada a outra doença genética, principalmente a cistinose, podendo também estar relacionada a outras enfermidades como hepatomegalia, hipotireoidismo e etc. A respeito da síndrome Fanconi adquirida, essa doença geralmente ocorre pela ingestão de fármacos nefrotóxicos. Sobre a fisiopatologia da enfermidade, ainda não se sabe ao certo como ocorre, mas acredita-se esteja relaciona a uma alteração mitocondrial, onde acarreta em diversos problemas na função do transporte tubular proximal, como: uma má reabsorção de glicose, fosfato, aminoácidos, ácido úrico, H2O, HCO3, potássio e sódio. Além disso, ocorre aminoacidúria generalizada. A respeito dos sinais clínicos, apresenta um quadro afetado de distúrbios hidroeletrolíticos e de metabólitos, apresenta-se acidose metabólica, uma baixa reabsorção de sódio e potássio, elevada excreção de urina de ácido úrico, proteinúria, hipouricemia e hipercalciúria. Dessa forma, os animais com a síndrome irão apresentar em desequilíbrio na homeostase, devido à má reabsorção de metabólitos e levando a problemas pelos mesmos, como a insuficiência renal. Além disso, os animais apresentam poliúria e polidipsia, podendo também apresentar osteomalacia, fraqueza muscular, raquitismo e nefrite. Para o diagnóstico da síndrome de Fanconi, utiliza-se exame urinários, onde observa-se a presença de glicose, de fosfato e aminoácidos. E a respeito do tratamento, pode ser realizada a suplementação de potássio, citatro de sódio entre outros, além de suspender a utilização dos fármacos nefrotóxicos, no caso da síndrome de Fanconi adquirida.
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