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PATOLOGIAS_NEONATAIS_19112019

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PATOLOGIAS NEONATAIS
Fisioterapeuta: Daiane Borges Queiroz
Fisioterapeuta da UTIN do Hospital Santa Casa São Judas Tadeu
Fisioterapeuta da UTIN do Hospital Municipal Professor Magalhães Neto
Especialista por Residência em Fisioterapia Hospitalar Neonatal e Pediátrica
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO
DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA
DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA
 Doença da Membrana Hialina (DMH) ou Síndrome do 
Desconforto Respiratório
 Deficiência de surfactante  Tensão superficial 
nos alvéolos 
 60-80% < 28 sem
 15-30% entre 32 e 36 semanas
Desenvolvimento 
estrutural incompleto 
dos pulmões
SURFACTANTE
 Mistura lipoproteica
com propriedades
tensoativas produzido
pelos pneumócitos
tipo II.
SURFACTANTE
QUADRO CLÍNICO
 Evolução progressiva com piora
nas primeiras horas
 Esforço respiratório moderado a
grave
 (Boletim de Silverman-Andersen) - 1956
 Prematuridade
 Asfixia perinatal
 Descolamento prematuro de placenta
 Parto cesáreo (eletivo)
 Gestações múltiplas
FATORES DE RISCO
FISIOPATOLOGIA
↓↓
surfactante
↑ Tensão 
superficial
Atelectasia 
progressiva
↓Complacência 
pulmonar
Alteração 
da relação 
V/Q
Hipóxia + 
hipercapnia
hipoperfusão 
pulmonar
↓ produção 
de 
surfactante
Lesão do 
epitélio 
alveolar
Edema 
intersticial
MEMBRANA 
HIALINA
RADIOGRAFIA
 Padrão infiltrado 
reticulogranular difuso
 “vidro moído”
 Broncograma aéreo (lobo 
superior)
TRATAMENTO
 Pressão
 Intubação (VMI)
 BIPAP 
 CPAP
 Oxigenoterapia
 Surfactante exógeno
SÍNDROME DA 
ASPIRAÇÃO MECONIAL 
SAM
 MECÔNIO ?
 Sofrimento fetal durante a gestação e o trabalho de parto
 Hipóxia  relaxamento do esfíncter anal
 2 a 3% dos nascimentos
 LA tinto de mecônio ocorre em 7 a 22% dos
nascimentos
 Mais frequente em RN com peso ao nascer > 4 kg
 Ocorre 3x mais em RN pós-termo (IG ≥ 42 semanas)
Substância pastosa que 
constitui as primeiras 
evacuações dos recém 
nascidos
SAM - Fisiopatologia
 Quadro obstrutivo mecânico
 Obstrução das vias aéreas por partículas de
mecônio
 A obstrução parcial das VA terminais produz um
mecanismo de válvula (inspiração X expiração)
 O ar aprisionado pode alcançar o interstício
Risco de pneumotórax!
Diagnóstico
 RN pós termo ou
sofrimento fetal, com
impregnação meconial
 Sinais de insuficiência
respiratória nas primeiras
horas de vida
RADIOGRAFIA
 Infiltrado grosseiro e
difuso
 Áreas de
hipotransparência e
hiperinsuflação
HIPERTENSÃO PULMONAR 
PERSISTENTE NEONATAL
HPPN
 HPPN
 Elevada resistência vascular pulmonar
 Desequilíbrio da relação V/Q  hipoxemia
 Incidência - 1,9 por 1.000 nascidos vivos
 A condição mais frequentemente associada com
HPPN é a síndrome de aspiração meconial (42%)
 SDR, sepse, asfixia e hipoplasia pulmonar
O2 – vasodilatador
CO2 - vasoconstrictor
Fisiopatologia
 Vasoconstrição – o número, a estrutura e a
ramificação vascular são normais, mas a
musculatura lisa dos vasos está contraída.
 Asfixia, sepse ou acidose metabólica
 Remodelação vascular pulmonar - alterações
histológicas com aumento da camada de
musculatura lisa vascular pulmonar
 Hipoxemia fetal, doenças cardíacas
Fisiopatologia
 Hipoplasia vascular pulmonar – o processo de geração
e ramificação dos vasos está comprometido
 Hérnia diafragmática congênita
 Obstrução – há uma restrição ao fluxo de sangue
provocada por alterações na viscosidade
 Policitemia
 Hiperleucocitose
Quadro clínico
 Labilidade de oxigenação e cianose progressiva nas primeiras
horas de vida
 Gemência
 Aleteio nasal
 Retração esternal
 Taquipneia
 Taquicardia
 Cianose
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
 Cianose central
 RN com labilidade dos níveis de oxigenação (mais de 2 episódios
de queda da SpO2 abaixo de 85%) no período de 12 horas
 Gradiente de PaO2 pré e pós-ductal superior a 20mmHg ou SpO2
pré e pós-ductal superior a 5%
 Evidências ecocardiográficas de hipertensão pulmonar
PNEUMONIA
CLASSIFICAÇÃO
 Precoce: iniciada até 72h de vida
 Adquiridas antes do nascimento: CMV, toxoplasmose, rubéola, sífilis
 Adquiridas durante o nascimento
 Tardia: após 72h de vida
 Microbiota hospitalar
FATORES DE RISCO
 Prematuridade e Baixo Peso
 <37 sem e <2500g
 Corioamnionite
 Rotura prematura de membranas > 18 hs
 ITU
 Mãe < 20 anos
QUADRO CLÍNICO 
 Esforço respiratório progressivo
 Secreção em volume maior e purulenta
 Hipertermia
 Tosse
DIAGNÓSTICO
 RN com desconforto respiratório
 Alterações radiológicas persistentes > 48h
 Alterações no hemograma
 PCR positiva
 Radiografia de tórax
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA 
DO RECÉM NASCIDO
TTRN
 Passagem pelo canal de parto  prensa que ajuda na
expulsão do líquido do pulmão fetal
 Capilares e linfáticos pulmonares
 TTRN representa uma retenção do fluido pulmonar fetal
Doença do pulmão úmido
Vida fetal
Pulmões expandidos 
com fluido
Durante e após o 
nascimento
Fluido deve ser 
removido e trocado 
por ar
↓ complacência
 A TTRN ocorre quando há uma remoção lenta ou
incompleta do líquido do pulmão fetal
 Cesariana (eletiva)
 RN hipotônicos ou muitos sedados
 Prematuridade
 O desconforto respiratório é leve ou moderado, sem
cianose, iniciado logo ao nascer
RADIOGRAFIA
 Leve hipoaeração 
 Proeminentes estrias perihilares intersticiais e congestão 
hilar
2 horas de vida 24 horas de vida
HERNIA DIAFRAGMÁTICA 
CONGÊNITA
Hérnia Diafragmática Congênita
 HDC é um defeito na formação do feto
 Vísceras abdominais na cavidade torácica
 30 a 50% da mortalidade se deve a
hipoplasia pulmonar
 Incidência: 1:3000 nascimentos
 Ocorre devido ao não fechamento dos
canais pleuroperitoneais durante o
desenvolvimento embrionário (8ª a 10ª sem
gestacional)
Hérnia Diafragmática
 A herniação ocorre mais frequentemente nos segmentos
póstero-laterais do diafragma no lado esquerdo
 A massa do intestino herniado compromete a ramificação e
a proliferação das VA e dos vasos
 A HDC associa-se com outras malformações em 44 a 66% dos
casos
 Anormalidades cromossômicas
 Malformações do sistema nervoso central e geniturinárias
Hérnia Diafragmática
 A gravidade da insuficiência respiratória depende diretamente
do grau de hipoplasia pulmonar e de HP associada
 Diagnóstico
 Abdômen escavado
 Insuficiência respiratória grave
 Ruídos hidroaéreos no tórax
 Bulhas cardíacas abafadas
QUADRO CLÍNICO
 Insuficiência respiratória
 Cianose
Piora progressiva devido à deglutição 
de ar que vai distender as alças 
intestinais e comprimir o pulmão
VNI
DIAGNÓSTICO
 Estruturas semelhantes a
cistos (alças intestinais)
 Desvio do mediastino para
a direita
 Abdômen sem gás
DISPLASIA 
BRONCOPULMONAR
DISPLASIA BRONCOPULMONAR
 DBP – Alteração
estrutural e funcional
do pulmão
 FiO2 acima de 21% por
mais de 28 dias de vida
 Mais frequente em RN
prematuros e baixo
peso
FATORES ETIOLÓGICOS
 Parâmetros elevados de VMI
 Oxigenoterapia
 Radiais tóxicos  lesão tecidual  alteração de função e estrutura
 Mediadores químicos de processos inflamatórios
 Deficiência nutricional 
 Imaturidade Pulmonar (↓ surfactante)
 Infecções
 Doenças cardíacas
 Shunt E  D – hiperfluxo pulmonar
CLASSIFICAÇÃO
QUADRO CLINICO
 Sintomas respiratórios
 Dependência ao oxigênio
 Alterações radiológicas
QUADRO RADIOLÓGICO
 Hiperinsuflação pulmonar
 Espessamento brônquico
 Atelectasias
 Traves opacas de fibrose
GASTROSQUISE
X 
ONFALOCELE 
Epidemiologia
 Incidência 1:2000
 Distribuição semelhante entre os sexos
 Incidência de anomalias associadas a onfalocele varia
de 35 a 81%
Gastrosquise
 Defeito da parede abdominal anterior
 Quase sempre à D do cordão umbilical
 Não há saco peritoneal
 Cavidade abdominal pequena
 Vísceras opacas e encurtadas
 Baixa incidência de malformações 
associadas
Gastrosquise Fígado – quase nunca
 Estômago, intestino delgado e intestino grosso
 Cirurgia
 Redução do conteúdo herniado
 Fechamento primário do defeito
 Fechamento estadiado
Gastrosquise
 Complicações
 Sepse
 Celulite da parede abdominal
 Edema temporário
 Enterocolite necrosante
 RGE
 Hérnia inguinal
 Sobrevida
 Superior a 90%
FECHAMENTO PRIMÁRIO 
 Comprometimento cardiorrespiratório
 Elevação diafragmática e restrição ventilatória
 Compressão da veia cava
 Compressão do mesentério
 Perfusão intestinal diminuída – isquemia e necrose intestinal
FECHAMENTO ESTAGIADO
 Silo de Dacron reforçado com silástico
 Redução gradual
Onfalocele
 Defeito coberto do anel umbilical em que há 
conteúdo abdominal herniado
 Associações
 Trissomias 
Onfalocele
 Defeito < 2 cm
 Fechamento primário
 Tamanho médio
 Remoção do saco
 Distensão manual da
parede abdominal
 Redução do conteúdo por
fechamento primário
Defeito grande
Fechamento estagiado
Onfalocele
 Complicações
 Sepse
 RGE
 Aumento da pressão intra-
abdominal
 Hérnia inguinal
 Mortalidade
 30 a 60%
 Sobrevida
 Tamanho do defeito
 Prematuridade
 Ruptura do saco
 Malformações congênitas 
associadas
Diagnóstico diferencial
Onfalocele Gastrosquise
Localização Cordão umbilical Lateral ao cordão
Cobertura do saco herniado Presente, pode estar roto Ausente
Fixação do cordão Saco herniado Parede abdominal
Intestino herniado Normal Edematoso, opaco
Outros órgãos Fígado frequentemente Raramente
Prematuridade 10-20% 50-60%
PIG Incomum Comum
Anomalias associadas 45-67% 10-15%
Trissomias 30% Sem aumento
Prognóstico 20% a 70% 70-90%
ATRESIA DE ESÔFAGO 
Atresia de Esôfago
 Interrupção na continuidade
do esôfago, com ou sem
fístula traqueoesofágica
 1:3000 a 1:4000
 Defeito de diferenciação do
intestino anterior primitivo em
traqueia e esôfago
Atresia de Esôfago
 O recém-nascido passa a apresentar salivação
excessiva, aerada pela boca e nariz, surgindo roncos
pulmonares (aspiração da saliva)
 Se o RN for alimentado, apresentará cianose, tosse e
desconforto respiratório
 Havendo fístula traqueoesofágica, observa-se
distensão abdominal  passagem de ar ao estômago
pela fístula
Atresia de Esôfago
 O não diagnóstico precoce leva
 Aspiração de saliva para a árvore traqueobrônquica
(fístula proximal)
 Agressão pulmonar pelo refluxo do suco gástrico à
arvore traqueobrônquica (fístula distal)
 Pneumonia química e contaminação bacteriana
 A distensão de alças intestinais e do estômago causa
compressão diafragmática
CIRURGIA
HEMORRAGIA 
PERI-INTRAVENTRICULAR
HPIV
 Sangramento no SNC
 Matriz germinativa - tecido imaturo composto por
células germinativas
 Ventrículos
 Prematuros nas primeiras 72 h de vida
 Incidência - inversamente proporcional ao peso e
idade gestacional ao nascer
SNC - Ricamente vascularizado
Vasos com finas paredes, 
sujeitos à lesão por alterações 
no fluxo sanguíneo cerebral
FATORES DE RISCO
 Prematuridade
 PN < 1500 g
 RCP na sala de parto
 Desconforto respiratório grave
 Necessidade de VMI
 Hipóxia/Hipercapnia/Hipocapnia
 Aspiração de cânula traqueal
 Variações ampla de pressão arterial
 Posição inadequada da cabeça
 Ruídos e luminosidade excessiva
DIAGNÓSTICO
 USTF - rastrear todo RN com PN < 1500g e/ou IG < 34
sem entre o 4º e 7º dia de vida
 RM – detectar lesão de substância branca
COMPLICAÇÕES!
Hidrocefalia
Leucomalácia periventricular
Alterações cerebelares
Atrofia cortical
HIPERBILIRRBINEMIA
 Elevação de concentração de bilirrubina, caracterizada pela presença de
icterícia
 Icterícia - coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas, devido a uma
elevação da concentração de bilirrubina sérica.
 Icterícia fisiológica: Inicia depois de 24 horas de vida, diminui do quinto ao sétimo dia, tratamento
com fototerapia
 Icterícia patológica: inicia durante as primeiras 24 horas; níveis aumentam mais rapidamente,
tratamento com fototerapia e/ou exsanguíneotransfusão
 Causas da hiperbilirrubinemia:
 Prematuridade, associação com leite materno, produção excessiva de bilirrubinas, capacidade
do fígado de secretar bilirrubina conjugada, deficiência enzimática ou obstrução dos ductos
biliares
 Complicações: ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA ou KERNICTERUS
FOTOTERAPIA
 Biliberço ou Bilitron
 Cuidados com proteção dos olhos,
manter distância da luz de 50 a 70
cm, mudança de decúbito,
hidratação, controle de
temperatura, ressecamento da
pele, característica das fezes e
urina.
FOTOTERAPIA
FOTOTERAPIA
REFERÊNCIAS
 Monte Luciana F. Velloso, Silva Filho Luiz Vicente F. da, Miyoshi Milton Harumi, Rozov Tatiana. Displasia
broncopulmonar. J. Pediatr. (Rio J.) 2005; 81( 2 ): 99-110.
 Moura JMM. Obstrução intestinal. In. Margotto PR. Assistência ao recém-nascido de risco, ESCS, Brasília, 3ª
Edição, 2013, pgs. 560-563
 Margotto PR, Vieira MG, França EMF, Assreuy S. Hérnia Diafragmática. In. Margotto PR. Assistência ao
recém-nascido de risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013.
 Moura JMM. Atresia De Esôfago. In. Margotto PR. Assistência ao recém-nascido de risco, ESCS, Brasília, 3ª
Edição, 2013.
 SARMENTO, GJV; PEIXE, AAF; CARVALHO, FA. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. São
Paulo. Ed. Manole. 2ªed. 2011.

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