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AULA 03 - PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

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DIREITO CIVIL 
AULA 02 – PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS
INTRODUÇÃO
Conceito de princípio:
São normas jurídicas abstratas superiores, fundantes e simultaneamente informadores do conjunto de regras do Direito Positivo, dando-lhe significado legitimador e legitimidade.
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho entendem que o direito civil contratual deve ser interpretado com base na prevalência da pessoa humana em lugar do patrimonialismo.
Direito Civil Constitucional ?
Princípio da dignidade da pessoa humana:
Estará acima de todos os princípios especificamente previstos no Direito Civil, dando-lhes dimensão constitucional.
Qual sua concepção contemporânea?
Dignidade (jurídica): traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade.
Garante não apenas a sobrevivência, mas assegura o direito de viver plenamente. 
Traduz-se num verdadeiro solidarismo social, necessário para a efetivação do Estado Democrático de Direito. 
É um fundamento da República nacional:
C.F. Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana. 
Este princípio não elimina a obrigação das partes em cumprir o contrato, mas vem temperar as medidas que o credor pode utilizar para o cumprimento do contrato.
Proibição de mecanismos atentatórios à dignidade da pessoa humana.
Princípio da autonomia da vontade
Liberdade da pessoa contratar se quiser, com quem quiser e sobre o que quiser.
Afora os contratos de adesão, os contratos personalizam ao retratar, sob medida, as particularidades de cada situação.
O contrato é um fenômeno eminentemente voluntarista.
Consolidado no artigo 1.134 do Código Civil francês:
“As convenções legalmente constituídas têm o mesmo valor que a lei relativamente às partes que a fizerem”.
Pode ser divido em:
Liberdade de contratar: faculdade de realizar ou não determinado contrato.
Liberdade contratual: possibilidade de estabelecer o conteúdo do contrato.
Dirigismo contratual:
Fenômeno que se intensifica após a 2ª Grande Guerra.
Intervenção do Estado nas atividades econômicas – diminuição da vontade das partes.
Princípio do consensualismo
Para a formação do contrato, basta o acordo de vontades;
Resulta o contrato apenas do consenso, do acordo de vontades, independente da entrega da coisa;
O consensualismo é a regra e o formalismo a exceção.
Princípio da obrigatoriedade dos contratos
Também denominado princípio da intangibilidade dos contrato, representando a força vinculante do contrato (pacta sunt servanda);
Significa a irreversibilidade das palavras empenhadas, isto é, o acordo de vontade faz lei entre as partes;
Após a primeira guerra mundial este princípio foi suavizado observando as regras da equidade, equilíbrio contratual, da boa-fé objetiva e da função social do contrato.
Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos
Os efeitos dos contratos só se produzem em relação às partes, isto é, àqueles que manifestaram sua vontade, não vinculando terceiros;
Há exceções permitidas nos artigos 436 a 438, nas estipulações em favor de terceiros.
Princípio da função social do contrato (art. 421)
Trata-se de cláusula geral ou conceito aberto que deverá ser preenchido pelo Juiz, visando tornar a relação negocial economicamente útil e socialmente valiosa.
Análise de uma obra vultosa, não pode se resumir em seus pressupostos de validade:
E seus reflexos ambientais, trabalhistas e sociais ?
Norma de cunho moral e social, que juntamente com as regras formais estabelecem a exigibilidade das cláusulas de um contrato.
O contrato não pode ser mais entendido como mera relação individual, necessitando atentar para os seus efeitos sociais, econômicos, ambientais e até mesmo culturais. 
A função social de um contrato pode se manifestar em dois níveis:
Intrínseco: o contrato visto como relação jurídica entre as partes negociais, impondo-se o respeito à lealdade negocial e à boa-fé objetiva, buscando equivalência material entre as partes.
Extrínseco: o contrato em face da coletividade, ou seja, visto o aspecto de seu impacto eficacial na sociedade em que fora celebrado.
Análise do artigo 421, Código Civil:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Prega que a liberdade negocial deverá encontrar justo limite no interesse social e nos valores de dignificação da pessoa humana. 
Banimento das cláusulas leoninas em qualquer espécie de contrato. 
Princípio da boa-fé objetiva
Artigo 422 do CC: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
A boa-fé prevista no artigo acima é a boa-fé objetiva e não a boa-fé subjetiva.
Boa-fé subjetiva:
Consiste numa situação psicológica, um estado de ânimo ou de espírito do agente que realiza determinado ato sem ter ciência do vício que a inquina.
Reconhecimento da ignorância do agente a respeito de determinada circunstância, como por exemplo: possuidor de boa-fé.
Boa-fé objetiva:
Tem natureza de princípio jurídico.
Consiste numa verdadeira regra de comportamento, de fundo ético e exigibilidade jurídica – lealdade contratual.
É a sinceridade, veracidade ou franqueza, é o contrário da mentira, hipocrisia, da duplicidade.
Referidos deveres são impostos para ambas as partes, pois referem-se à exata satisfação dos interesses envolvidos na obrigação.
Momento de aplicação da boa-fé nos contratos:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípio de probidade e boa-fé.
A aplicação do princípio deverá ocorrer antes, durante e após a execução do contrato.
Jurisprudência – Princípio da boa-fé objetiva
Ementa: PLANO DE SAÚDE. Imposição de reajuste e aportes por aumento de sinastralidade. Abusividade. Cerceamento de defesa inocorrente. Relação de Consumo que não permite que o fornecedor obtenha vantagem exagerada em detrimento dos interesses dos consumidores. Ajuste celebrado em que devem prevalecer os postulados da cooperação, solidariedade, confiança e boa-fé objetiva. Ausência de demonstração da forma utilizada para o cálculo do reajuste. Sentença mantida. Recurso desprovido. Apelação TJ/SP n. 1001070-50.2017.8.26.0160. 
Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva
Opõe-se ao princípio da obrigatoriedade dos contratos.
Princípio da revisão dos contratos – caráter de exceção. 
Base na função social do contrato.
Visão mais social do direito privado.
Profunda interconexão entre o direito público e o privado.
Permite que os contratantes busquem a alteração da convenção para condições mais humanas.
Fatores externos podem gerar, quando da execução da avença, uma situação muito diversa da que existia no momento da celebração, onerando excessivamente uma das partes.
Objetivo: evitar o enriquecimento indevido de uma das partes, em detrimento da outra. Desvio da sua finalidade social.
Princípio “rebus sic stantibus” – Teoria da Imprevisão:
Necessário a imprevisão.
Não será suficiente a ocorrência de um fato extraordinário, para justificar a alteração contratual, deve ser também imprevisível.
Força do princípio da Conservação dos Contratos – Pacta Sunt Servanda.
Manutenção dos contratos - garantia da sua vigência em partes. 
Nem sempre haverá a resolução contratual, mas, sim, a revisão judicial dos mesmos. 
Pontes de Miranda“a cláusula rebus sic stantibus, renovados no direito moderno sob o nome de teoria da imprevisão, é a ideia-força que limita a autonomia da vontade contratual das partes no interesse da comutividade dos contratos”.
“Independente de seu fundamento, qualquer doutrina deve manter implicitamente em seu subsolo a exigência de que estejam presentes a moral, a boa-fé e a equidade, porque não se pode conceber qualquer tentativa de aceitação de um princípio jurídico sem esta infraestrutura” Carlos Cossio. 
Tanto credor quanto devedor podem se valer da teoria de imprevisão.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Jurisprudência
Obrigação de fazer. Plano de assistência médico-hospitalar coletivo. Reajuste por sinistralidade de 28,80%. Adminissibilidade. 
Negociações entre titular da apólice e operadora do plano. Pactuado aponta cálculo abrangendo a sinistralidade. 
Equilíbrio na relação negocial deve ser observado. Princípio do mutualismo levado em consideração. 
Ausência de abusividade ou onerosidade excessiva. 
Relação de consumo é insuficiente para dar respaldo à pretensão do polo ativo envolvendo aplicação do índice da ANS para contratos individuais.
Improcedência da ação deve prevalecer. Apelo provido.
Apelação Cível n.º 1.126.327-08.2016.87.26.0100 (TJ/SP)
Jurisprudência contrária
Apelação cível. Embargos à execução de título extrajudicial. Duplicatas mercantis. Aquisição de maquinário agrícola. Teoria da Imprevisão. Quebra de Safra. Inaplicabilidade. Sentença mantida. A ocorrência de intempéries climáticas e a oscilação do preço de mercado de um produto com frustração da safra agrícola não se caracterizam como fatos extraordinários e imprevisíveis a abalizar a aplicação da teoria da imprevisão ao contrato de compra e venda firmado (TJPR. 14.03.2012) 
Teoria da Imprevisão – Código de Defesa do Consumidor
Art. 6º, inciso V:
Direitos básicos do Consumidor: “modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”. 
Exige-se apenas a existência do fato superveniente.

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