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POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (EEL0112) Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional Tema 1 1. Considerando a Constituição de 1988, nota- se que a Educação é considerada como instrumento fundamental para um Estado Democrático. Logo, ela precisa ser organizada, definindo quem são seus responsáveis. Nesse sentido, a quem compete a obrigatoriedade da Educação? a) Nos termos do art. 205 da Constituição Federal de 1988, a Educação, que é um direito de todos, constitui dever tanto do Estado quanto da família, devendo ser promovida e incentivada por ambos e em colaboração com a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para o exercício da cidadania e à sua qualificação para o trabalho. b) A obrigatoriedade é exclusiva da família, como expressa no art. 227, mas essa obrigatoriedade é também da sociedade e do Estado de forma indireta. c) De acordo com o art. 227, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência; apesar de não tratar diretamente da Educação, aborda seus aspectos de entorno. d) A Constituição Cidadã é tributária da Declaração do Direito das Crianças da UNESCO; nesse sentido, determina no art. 205 da Constituição Federal de 1988 que é obrigação exclusiva do Estado, devendo fazer parte de sua política pública a organização, a manutenção e a continuidade da Educação. Parabéns! A alternativa "A" está correta. Segundo a Constituição de 1988, a Educação é uma obrigação compartilhada da família, da sociedade e do Estado, e o governo deve cuidar para que esta seja exercida, mantida e regulada. 2. As Cartas Magnas, independentemente do período, fornecem as bases fundamentais da política de um Estado Nação e são fundamentais na organização de Estados efetivamente democráticos. Segundo esse princípio, entendendo que o Brasil se constitui como um Estado Democrático de Direito e a Constituição é sua garantidora, podemos afirmar que ela preconiza as seguintes alternativas, exceto: a) Nos termos do art. 205 da Constituição Federal de 1988, a Educação, que é um direito de todos, constitui dever tanto do Estado quanto da família, devendo ser promovida e incentivada por ambos e em colaboração com a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para o exercício da cidadania e à sua qualificação para o trabalho. b) De acordo com o art. 205 da Constituição Brasileira, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; definição das mais corretas e modernas concepções pedagógicas; respeito à liberdade e valorização da identidade nacional. c) Na Constituição de 1891, o art. 72 já consagrava o princípio da liberdade e da laicidade do ensino ministrado nos estabelecimentos públicos, ainda que não fosse gratuito, e apontava para importância desse processo. d) Na Constituição de 1937, o art. 130 manteve o ensino primário como obrigatório e gratuito, porém com uma responsabilidade subsidiária do Estado. Esse é um movimento importante pois, pela primeira vez, dava ordenamento financeiro para que todos os entes federativos constituíssem sistemas de ensino. Parabéns! A alternativa "C" está correta. Alguns princípios constitucionais foram constantemente repetidos: a percepção de que o Estado faz parte do compromisso da Educação, seja como estimulador, mantenedor, estabelecedor de regras e normas que permitam seu amplo desenvolvimento. A questão visa ao seu entendimento de que esses princípios aparecem mesmo em documentos diferentes. Assim, a alternativa B torna-se equivocada pela ausência da valorização da pluralidade no olhar da Constituição de 1988. 3. Considerando os aspectos fundamentais estabelecidos pela LDB, a Educação é uma função partilhada entre vários grupos existentes na sociedade. Sobre a questão de a quem compete a obrigatoriedade da Educação, analise as assertivas abaixo: I - Nos termos do art. 205 da Constituição Federal de 1988, a Educação, que é um direito de todos, constitui dever tanto do Estado quanto da família, devendo ser promovida e incentivada por ambos e em colaboração com a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. II - A obrigatoriedade da família continua expressa no art. 227, mas essa obrigatoriedade é também da sociedade e do Estado. Ainda de acordo com o art. 227, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. III – A LDB trabalha com a perspectiva de a educação formar a identidade nacional brasileira e, nesse sentido, veda a possibilidade de fórmulas segregadoras, como a educação inclusiva separada da educação regular, a educação de grupos étnicos – como índios e negros que têm o direito e o dever de serem inclusos no sistema de ensino regular. Assinale a alternativa correta: a) Somente I está correta. b) Somente I e II estão corretas. c) Somente I e III estão corretas. d) Somente II e III estão corretas. Parabéns! A alternativa "B" está correta. As assertivas constituem elementos importantes da LDB, no entanto, em seu princípio de tolerância e reconhecimento da multiplicidade de formação, rompe com a ideia de amalgamar uma identidade nacional, reconhecendo o direito à individualidade e a sua garantia. A título de exemplo, podemos falar da questão da entrada na educação infantil e, ainda, para os grupos que não desejam integração, permite fundamentos e organização próprios em uma modalidade de ensino, como o da educação do campo ou da educação indígena. 4. A LDB foi organizada diante de importantes debates intelectuais de educadores brasileiros. De fato, ela é uma demanda prevista e organizada a partir da Constituição. Partindo desses diálogos, ela tem alguns princípios básicos. As assertivas abaixo apresentam alguns desses princípios: I - Nos termos do art. 2º da LDB, a Educação, dever da família e do Estado (art. 205 da CF/88), inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. II - De acordo Com o art. 3º da LDB, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância. III – De acordo com os princípios V, VI e IX, a Educação passa a ser entendida como um bem público, logo, as instituições privadas de ensino – não gratuitas – não devem possuir fins lucrativos. Essa perspectiva visa garantir a igualdade para todos os sujeitos. Assinale a alternativa correta: a) Somente a I está correta. b) Somente a II está correta. c) Somente I e II estão corretas. d) Somente II e III estão corretas. Parabéns! A alternativa "C" está correta. O princípio deigualdade – previsto na assertiva III – está correto, no entanto, o seu fundamento não é a garantia de uma educação gratuita para todos, mas a responsabilidade de assegurar a gratuidade aos que dela precisarem e o acesso à educação privada aos que por ela se interessarem. 5. Como podemos analisar o embate entre público e privado existente no quesito financiamento da Educação em relação às dificuldades que o Estado brasileiro enfrenta no cumprimento de seu dever de assegurar a universalização do acesso à educação pública, gratuita e de qualidade? a) O uso de verbas públicas para instituições privadas, mesmo limitado a instituições sem fins lucrativos, compromete o financiamento da educação pública e a necessária ampliação da oferta até que se possa ter 100% das crianças e adolescentes do país em escolas. b) A coexistência de instituições públicas e privadas, que contribui para assegurar a pluralidade pedagógica e amplia o direito de escolha das famílias, não pode servir de argumento para a precarização ou redução da oferta da educação pública e gratuita de qualidade. c) A escola pública é para todos e sua complementação por oferta de educação privada deve ser tão somente uma opção para os que a desejam. Assim, o uso de verbas públicas para a educação privada só deveria ser considerado depois que o Estado tiver assegurado, em todos os níveis e modalidades, o acesso de todos à educação pública e gratuita de qualidade, conforme preconizado na Constituição e na LDB. d) Do ponto de vista da política pública, o uso de verbas da Educação para a iniciativa privada é o Estado terceirizar suas obrigações, passando-a a instituições privadas, oferecendo vagas que as instituições públicas não conseguiriam. Parabéns! A alternativa "D" está correta. A possibilidade de o Estado intervir financeiramente nas instituições educacionais, enquanto as instituições públicas apresentam dificuldades de manutenção, ao mesmo tempo que visa à ampliação do número de vagas e ao controle de custos dessas instituições, enfraquece a possibilidade de investimento em instituições públicas, as quais indicam não ter mais vagas por sucateamento. 6. São questões importantes, mas consideradas controversas na LDB 1996, as temáticas a seguir: I. A isonomia, em uma proposta de educação igualitária e que permita a todos os que estejam em uma escola ter o mesmo nível de informação e profundidade. II. A gratuidade, uma vez que todos os cidadãos brasileiros têm direito à educação básica de forma gratuita e universal, ainda que por opção o aluno possa seguir por instituição privada de ensino. III. O ensino religioso previsto na LDB é uma questão complicada, pois ela se afirma laica como princípio fundamental para a Educação, logo, seria possível debater teologia, e não religião. IV. A questão do financiamento da educação pública, que permite parcerias com o setor privado, mas isso é visto como uma contradição pela adoção de gastos públicos na manutenção de setores privados. Estão corretas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) II e IV. Parabéns! A alternativa "D" está correta. As questões de isonomia não se referem à ideia de um padrão máximo de conteúdo; o máximo são parâmetros e bases para que as autonomias locais se manifestem. O ensino religioso é polêmico, mas a questão não é curricular, é de princípio – laicidade ou não como fundamento. Considerações finais O estudo da LDB nos levou a inserir a legislação educacional nos diferentes contextos sociais e políticos em que ela se inscreve e nos modos de expressão legal que, em cada momento, tocou o tema da Educação. Assim, estudamos as Constituições nacionais, outorgadas nos momentos de caracterização autoritária dos governos, e promulgadas quando gestadas por meio de processos mais democráticos. Buscamos elencar os modos como encararam a questão da Educação e o espaço a ela dedicado, percebendo variações, ênfases e compreensões distintas do fenômeno. Um exame da LDB vigente foi apresentado e, posteriormente, um estudo mais detalhado dos principais aspectos dessa lei, em seus princípios, finalidades e propostas mais relevantes, por meio do módulo 2. Neste, tratamos de analisar a LDB em sua relação com a Constituição para, posteriormente, nos dedicarmos a um estudo dos princípios e daquilo que significam em termos de garantias legais e de tendências educacionais, assegurando a pluralidade de ideias, de conteúdos e de métodos pedagógicos, respeito aos conhecimentos de alunos e de professores bem como valorizando a carreira docente. Quanto aos modos de organização do sistema educacional, pudemos ver como a articulação entre os níveis e as modalidades de ensino previstos buscam cobrir diferentes necessidades, interesses e possibilidades de variados grupos sociais do país, procurando viabilizar a inclusão de todos para uma efetiva universalização do exercício do direito à Educação pelo conjunto de membros da sociedade brasileira. O módulo 3 procurou mostrar a importância e a complexidade dos assuntos aos quais ele se dedica, a relevância social dos debates que os envolvem e, portanto, a urgência desse mergulho mais profundo nas discussões nele elencadas. O que precisamos guardar e aprender com este tema é a necessidade de compreensão da complexidade social de um país de dimensões continentais, como é o Brasil, com tantas diferenças sociais, culturais e políticas, as quais reverberam no sistema educacional. Estrutura e funcionamento Da Educação no Brasil Tema 2 1. O Estado brasileiro funciona a partir da relação harmônica entre os três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Nesse sentido, o que significa a frase do então presidente do Supremo Tribunal Federal: “A Constituição governa os que governam”? a) O presidente do Brasil sempre segue a Constituição federal, podendo, porém, abrir uma exceção caso ache necessário. b) O presidente do Brasil e os governadores seguem a Constituição, mas têm autonomia para implementar ações, via Ministérios ou Secretarias (respectivamente), se acharem necessário para o bem do povo, ainda que seja preciso burlar a Constituição. c) O presidente, os governadores e os prefeitos, seguem a Constituição e são comumente observados pelo Congresso Federal e por deputados estaduais e vereadores (respectivamente), inclusive com relação aos gastos públicos, não podendo abrir exceção com relação ao que apresenta a Constituição. d) A divisão dos poderes no Brasil, no que tange a educação, restringe as discussões a estados e municípios, sendo o Executivo nacional somente gerente e garantidor de que os demais entes cumpram seu papel relativo à educação. Parabéns! A alternativa "C" está correta. Vimos que a Constituição de 1988 rege o funcionamento do Estado brasileiro e garante bases democráticas, de modo que as ações dos governantes não devem ser arbitrárias ou tomadas em função de desejos pessoais. Nenhum governante, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, pode tomar atitudes que coloquem em risco as garantias da Constituição. 2. Embora a Constituição diga que o cidadão deve ter “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”, vimos que a sociedade brasileira é carregada de contradições e nem todos têm as mesmas oportunidades. Nesse sentido, pode-se dizer que: a) Somos uma sociedade de diferentes classes e o não reconhecimento dessa desigualdade inerente dificulta o acesso igualitário de todos à escola, já que a vida do estudante trabalhador difere da vida do estudante de classe média. b) Embora vivamos em um sistema capitalista, a LDB garante que todos tenham acesso à educação de forma igualitária, assim todos aprendem os mesmos conteúdos, amenizando as diferençasentre o estudante da classe trabalhadora e aquele que não trabalha. c) Com a promulgação da LDB, todos os cidadãos foram assegurados de que as diferenças entre as classes sociais seriam sanadas e que qualquer um teria suporte para dar continuidade à sua formação. d) A Educação já era um direito nacional desde a formação da república. O ano de 1988 consagra o princípio de que a Educação deveria ser pública, gratuita e mantida exclusivamente pelo Estado, para garantir a todas condições de igualdade. Parabéns! A alternativa "A" está correta. Embora essa seja uma questão objetiva, requer posicionamento crítico frente à leitura das políticas educacionais no Brasil, cujas contradições ocorrem porque não há reconhecimento da diferença de classes. Vejamos, por exemplo, quantos alunos pobres têm acesso à internet ou a computadores em suas casas. Mais de 70% dos estudantes brasileiros não possuem tecnologias para realizarem atividades escolares diretamente de seus lares. Nesse sentido, fazer a leitura crítica da LDB nos ajuda a entender, inclusive, a dificuldade de acesso e permanência de muitos alunos das escolas públicas. 3. Pensando sobre o que vimos na LDB de 1996, podemos dizer que é atribuição dos municípios: a) Garantir o acesso à pré-escola e à Educação Infantil, com prioridade para o Ensino Fundamental. b) Garantir o acesso ao Ensino Médio para alunos até 16 anos de idade. c) Garantir o acesso às creches, à Educação Infantil e ao Ensino Médio para alunos até 18 anos. d) Garantir educação técnico/profissionalizante ou Ensino Médio para alunos até 18 anos. Parabéns! A alternativa "A" está correta. De acordo com a LDB, cabe ao município “oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental”. Portanto, não é responsabilidade do âmbito municipal garantir educação para o Ensino Médio ou Superior. 4. Os Estados são responsáveis por gerir e supervisionar os estabelecimentos de Ensino Médio. Isso consta: a) Na Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96. b) Na Lei de Diretrizes e Bases 9.550/95. c) Na Lei de Diretrizes e Bases 9.394/88. d) Na Lei de Diretrizes e Bases 9.394/20. Parabéns! A alternativa "A" está correta. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação foi homologada em 1996 e traz em seu texto que o Ensino Médio é de responsabilidade dos Estados. Considerações finais Vimos que o Brasil se constitui em um Estado republicano, cuja base é a Constituição de 1988, e que as políticas públicas, inclusive as educacionais, são importantes para o seu funcionamento. O caminho delineado o convidou a refletir a sua realidade: quais as políticas públicas o cercam, como dialogam com o Estado e como são constantemente impactas por projetos de poder e mudanças sociais. Desse modo, vimos que as fendas provocadas por interesses que se contrapõem entre a lógica privada e a pública dificultam que reconheçamos as necessidades específicas de uma sociedade de classes inerente ao sistema capitalista. Assim, fazer a leitura crítica das políticas públicas no Brasil nos ajudará a nos transformar e a produzir de modo consciente. Esse é um exercício de cidadania importante para pensarmos como sujeitos no lugar em que vivemos. O Estado e a Políticas Públicas Tema 3 1. As muitas definições de política pública não mudam em relação a uma questão: a de que elas envolvem a definição das ações governamentais na gestão da sociedade, seus problemas e conflitos. Ao longo de diferentes momentos históricos, as compreensões de como e com base em que essas ações seriam desenvolvidas mudaram muito. Cite algumas dessas compreensões a partir das aprendizagens deste módulo. I - A pólis grega e a democracia ilimitada, uma vez que seu entendimento de democrata era vinculado à ideia de que o homem é em si um ser político e precisa dessa participação. II - O Senado romano e a participação política dos romanos fundamentavam-se na ideia de público, algo que deveria ser administrado nesse princípio. III - O absolutismo é uma corrente política aristocrático presente intensamente na Europa moderna. Um dos seus preceitos mais importantes era a teologia política. IV - O liberalismo econômico é uma tese política elaborada por John Smith e prega a necessidade de políticas individualistas e contratualistas. Estão corretas somente: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV. Parabéns! A alternativa "C" está correta. A questão é interessante para pensar sobre a história do espaço público. Repare, entre os gregos, que a praça pública era fundamento – mas mesmo assim não era ilimitada, tinha uma cidadania de cunho reduzido. Já os romanos – e se adotamos romanos, estamos falando em um recorte de cidadãos – preocupavam-se em aprender sobre política e entender a lógica de que a lei era pública – atendendo cidadãos e não cidadãos, por isso público e expresso na lei de XII Tábuas. Na modernidade, os pensadores políticos buscavam explicar e justificar o sentido do poder – no caso o dos reis –, gerando uma explicação coletiva e pública de sua existência. O liberalismo, em contraponto, é uma doutrina econômica, que fala da liberdade do indivíduo, não exatamente um fundamento político. 2. A soberania, o povo, o território e a finalidade são características descritivas do conceito de: a) Poder político. b) Nação. c) Política pública. d) Estado Moderno. Parabéns! A alternativa "D" está correta. A partir da definição de Estado moderno, que rompe com a tradição do personalismo do poder e do Estado do período anterior, são inaugurados os fundamentos relacionados à Revolução Francesa e às revoluções burguesas, além da consolidação do sistema capitalista. Nesse sentido, é consolidado um novo modelo de Estado. 3. A utilização do imposto para o cumprimento de demandas entendidas como fundamentais ao tecido social é associada a uma estratégia utilizada no planejamento de quais políticas públicas? a) Efetivas b) Regulatórias c) Progressivas d) Redistributivas Parabéns! A alternativa "A" está correta. Políticas públicas efetivas são definições de implementação. As regulatórias são de garantia de funcionamento a partir de regras estabelecidas pelo Estado. Já as progressivas são situacionais, políticas em que se apropriam de valores condensados para redistribuir e atender ao bem- estar daqueles que não teriam condição são as definidas nessa questão. 4. Segundo Ham e Hill, entre outros autores, para reconhecer a formação e a implementação de política pública na atualidade, ela deve ser entendida como um mecanismo que: a) Tem como objetivo produzir conhecimentos sobre o processo de elaboração política em si, revelando assim uma orientação predominantemente descritiva. b) Pode adotar o método racional-compreensivo que se liga à micropolítica e à busca de soluções para problemas mais imediatos e prementes. c) Desenvolve-se pelo método incremental, que se relaciona com a macropolítica e suas grandes análises do cenário político-institucional. d) Aplica o método incremental, em que a tomada de decisões políticas e a sua implementação visariam a alcançar os objetivos previamente estabelecidos. Parabéns! A alternativa "A" está correta. A política pública não é estática. É viva e tem como seu objeto a relação e os interesses comuns constituídos como Estado. Malfeita, ela não é incrementalista, não é relativa a aspectos político-institucionais, mas como conceito ela é um conhecimento, a construção de um processo elaborativo, descritivo, para só então ser implementado, discutido, relacionado. Considerações finais Neste tema, vimos o conceito de política pública, seus desdobramentos e suas possibilidades de entendimento. Passamos pela trajetória histórica de organização de diferentes sociedadespara chegar à tipologia das políticas públicas, suas formas, seus desenvolvimentos e sua aplicação, inclusive no Brasil contemporâneo, objetivando entender o conceito e seu uso para a compreensão da sociedade atual. Ressaltamos que as políticas públicas afetam todos os cidadãos e abrangem todas as áreas da sociedade. Assim, podemos dizer que políticas públicas são o conjunto de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (federal, estadual e municipal), com a participação direta ou indireta de entes públicos ou privados, que visam a assegurar determinados direitos de cidadania para diversos grupos ou segmentos da sociedade. Por fim, é importante perceber que uma política pública tem um viés político, uma vez que as decisões envolvem conflitos de interesse na maioria dos casos; mas tem também um viés administrativo, pois é fundamental para a realização de melhorias para a sociedade. Políticas Públicas para Formação Docentes Tema 4 1. (UFG/CS – Concurso Público – Pref. Municipal Senador Canedo) O sistema educacional proposto pelo Manifesto dos Pioneiros, protagonizado nos anos de 1930, defendia ideias relacionadas à formação docente que apontavam: a) Integração da escola primária com a secundária e esta com a superior; a proposta do trabalho educativo e da escola do trabalho profissional; e a aplicação dos mesmos métodos do trabalho científico (observação, pesquisa, experiência), tendo como base os princípios da integração entre a teoria e a prática, nesse sentido com o professor valorizando seu papel enquanto intelectual. b) Integração da escola primária com a secundária e está com a superior; a proposta do trabalho educativo e da escola do trabalho profissional; e a aplicação dos mesmos métodos do trabalho científico (observação, pesquisa, experiência), tendo como base os princípios político- filosóficos que valorizassem o docente como figura central de autoridade. c) Integração da escola primária com a secundária e esta com a superior; a proposta do trabalho educativo e da escola do trabalho profissional; e a aplicação dos mesmos métodos do trabalho científico (observação, pesquisa, experiência), tendo como base os princípios da atuação docente voltada ao mundo do trabalho. d) Integração da escola primária com a secundária e esta com a superior; a proposta do trabalho educativo e da escola do trabalho profissional; e a aplicação dos mesmos métodos do trabalho científico (observação, pesquisa, experiência), tendo como base a atuação docente privilegiando a teoria, abandonada nas tradições do Ensino Normal. Parabéns! A alternativa "A" está correta. A diferença está somente na proposição relacionada ao docente, mas é importante reforçar o princípio da Escola Nova. A relação entre teoria e prática precisa se integrar para que o ensino possa ser mais efetivo. 2. “(...) do ato educativo (afirmação do espaço educativo, identidade profissional de docentes, especialistas e funcionários da Educação) na busca da identidade profissional dos docentes. ” (LIBÂNEO, OLIVEIRA, TOSCHI, 2003). Entre os elementos que dificultam a profissionalização docente, destacam-se os seguintes: a) Ausência de uma política sindical comprometida, dificuldades de uma gestão democrática na escola, falta de compromisso das famílias. b) Preocupação limitada com a política, o corporativismo, a legislação que permite que profissionais de outras áreas atuem na Educação. c) Inexistência de um estatuto da profissão, incompatibilidades de natureza pessoal e política entre professores no ambiente escolar. d) Comodismo dos professores que ocupam cargos efetivos e pouca articulação entre a comunidade escolar interna. Parabéns! A alternativa "B" está correta. A história da Educação revela como a ausência de políticas claras – as quais são tardias – acabam por formar um conjunto pouco atento a perceber que seu ofício precisa ser entendido de forma complexa, focado nas discussões de política pública, e suas escolhas, inclusive no tratamento da própria profissão. 3. Acerca da Reforma do Estado a partir da década de 1990 e suas implicações para as políticas públicas da Educação Básica, da Educação Profissional e da formação docente: I – A categorização do Plano Nacional de Educação lançou as bases do projeto governamental brasileiro de reestruturação do aparato estatal, contextualizando a reforma nos anos 1990 no movimento de transformações econômicas, políticas e ideológicas ocorridas no Brasil. II – A identificação e análise dos impactos das reformas das diretrizes da formação docente de 2015 e 2019 apontam para uma valorização das bases teóricas, uma vez que ampliam o tempo de formação docente de 3 para 4 anos. III - A identificação e análise dos documentos legislativos que marcam a Educação em termos da formação docente apontam que contemporaneamente tem sido discutido como aprimorar a formação, sendo essa uma forma de melhorar os índices de qualidade da Educação. Assinale a alternativa correta: a) Somente I. b) Somente as alternativas II e III. c) Somente as alternativas I e II. d) Somente as alternativas I e III. Parabéns! A alternativa "D" está correta. As relações e os projetos de Educação e formação docente se multiplicaram após 1988. Nesse sentido, o Plano Nacional de Educação é um marco importante, assim como as novas DCNs para as licenciaturas. No entanto, elas visam fortalecer a prática, e não a teoria, mesmo com a ampliação do tempo de curso. A formação de docentes como um problema tem sido de fato tônica, muitas vezes de forma bastante injusta. 4. Miranda (2002) adverte sobre os riscos de um processo de formação de professores advindos de uma adoção acrítica de abordagem do professor reflexivo/pesquisador. Entre os riscos desse processo estariam: a) Disparidade e desarticulação entre ensino e pesquisa na formação de professores. b) Associações equivocadas entre reflexão, identidade e profissionalização docente no processo de formação inicial e continuada de professores e demais profissionais de ensino. c) Responsabilização dos professores pelos insucessos da escola, confusão entre reflexão e resolução de problemas, desqualificação da universidade como instância formadora. d) Afastamento e dissonância entre universidade e escola básica. Parabéns! A alternativa "B" está correta. A partir da LDB 9394/1996, ocorreram mudanças relevantes quanto à formação de professores. Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2003), essas alterações aligeiram a formação e contradizem o discurso da importância da Educação para melhorar a qualidade do ensino no país. A crítica a esse aligeiramento está baseada no fato de que ele tem como principal consequência: • A possibilidade de formar professores em nível médio para atuar na Educação Infantil e nas primeiras séries do Ensino Fundamental tanto como a formação de professores em cursos Normais Superiores; • A falta de exigência de competência técnica para a atuação nas fases iniciais da escolarização, como é o caso dos professores com nível de formação superior completa; • A livre iniciativa para a criação das agências de formação de professores: universidades, secretarias de Educação, cursos particulares específicos de formação de professores de pequena e média duração; • O entendimento de que acelerar a formação de professores corresponde a dar respostas rápidas e eficazes para um problema histórico e profundo. Considerações finais Podemos notar, no percurso das políticas públicas para formação docente, sucessivas mudanças na expectativa de solucionar os problemas enfrentados pela Educação escolar brasileira, ou seja, pensar a formação docente integra uma luta maior por uma Educação de qualidade. Olhando para a sua formação, você consegueperceber os impactos das políticas públicas? Na história da formação docente, o primeiro modelo foi adotado, predominantemente, nas universidades e Instituições de Ensino Superior, que formavam os professores secundários; e o segundo modelo prevaleceu nas Escolas Normais, incumbidas de formar professores primários na maior parte tempo. Privilegiar qualquer um dos modelos não tem se mostrado capaz de solucionar a questão de uma formação docente de qualidade e de oferecer uma resposta para os problemas educacionais brasileiros, sugerindo que a solução esteja na conjugação dos dois modelos, visto que ambos são instâncias essenciais e complementares ao trabalho docente. De modo mais ou menos direto, as ações governamentais e políticas públicas interferem na formação e no trabalho de professores, desafiam universidades, governos e são uma demanda social urgente. Entretanto, a formação de um professor não se resume a elas. As políticas públicas para a formação docente buscam atuar mediante questões complexas, visando atender não apenas à formação inicial dos professores, mas também à carreira docente e às suas condições de trabalho. Embora existam embates de concepções e soluções acerca da formação docente, é consensual a necessidade de repensarmos a formação desses profissionais em diálogo com os desafios que a Educação evoca enquanto direito.
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