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CASO CONCRETO - CPC

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CASO CONCRETO
Determinado Tribunal Regional Federal confirmou a sentença proferida por juízo federal no sentido de negar a equiparação de soldos entre militares das forças armadas. Inconformado, o recorrente interpôs recurso extraordinário, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. O Ministro Relator entendeu que a violação ao texto constitucional era reflexa, por necessitar de revisão de lei federal, e inadmitiu o recurso extraordinário. Agiu adequadamente o relator?
Não podemos dizer que o relator agiu corretamente, pois apesar do mesmo aplicar a súmula 636, deixou de seguir o artigo 1.033 do CPC.
Súmula 636:
 Não cabe recurso extraordinário por contrariedade constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida. 
Ressaltamos o entendimento de Luis Roberto Barroso, sobre o assunto:
“O STF não admite recursos extraordinários nos quais se pretenda discutir o que denomina de inconstitucionalidade reflexa ou indireta. Esse conceito descreve, de forma geral, hipóteses nas quais a parte interpõe o recurso alegando que a decisão recorrida interpretou equivocadamente a legislação infraconstitucional e, ao fazê-lo, violou normas constitucionais
Dessa forma, entendemos que a violação ao texto Constitucional deve ser direta, para que possamos ter um Recurso Extraordinário, no caso concreto, divergentemente, onde é necessário a análise indireta e reflexa ao texto Constitucional, pois depende também de análise de lei infraconstitucional, temos um Recurso Especial.
Assim sendo, o relator deveria remeter o recurso ao Superior Tribunal de Justiça para que fosse convertido em Recurso Especial, pois trata-se de análise de matéria infraconstitucional e não apenas inadmitir, conforme nos diz o art. 1.033, do CPC:
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Portanto podemos perceber que o art. 1.033 do CPC e a Súmula 636 se complementam na fundamentação quanto ao Recurso Extraordinário.

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