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2 prefácio Como você já sabe, imóveis são bens de grande valor monetário e transações comerciais envolvendo esse tipo de bem exigem um certo nível de conhecimento técnico, tanto para o vendedor quanto para o comprador. Imagine, por exemplo, que você deseja comprar um imóvel e, por não conhecer o mercado, acaba por desembolsar um valor muito superior ao valor de marcado. A situação é ainda pior quando você necessita vender esse mesmo imóvel cobrando um valor igual ou superior ao valor de compra, mas não consegue porque não há ofertas. Casos como esse são mais comuns do que se pensa e é por isso que é necessário a contratação de um profissional habilitado para realizar a avaliação de um bem e garantir que a transação seja justa para todas as partes envolvidas. Sem mais delongas, neste e-book, iremos aprender sobre Avaliações de Imóveis Urbanos e, para isso, utilizaremos como base os preceitos da NBR 14653, partes 1 e 2. Estão preparados? https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 3 índice [ 06 ] introdução à avaliação de imóveis urbanos [ 16 ] método comparativo direto de dados de mercado [ 27 ] tratamento por fatores para avaliação de imóveis [ 53 ] tratamento por fatores: exemplo prático [ 76 ] inferência estatística para avaliação de imóveis [ 97 ] inferência estatística: exemplo prático https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 4 sobre o autor Olá pessoal, meu nome é Dandara Viana e, a partir de agora, eu irei te acompanhar nessa pequena jornada de conhecimento rumo à Avaliação de Imóveis Urbanos. À propósito, eu sou Engenheira Civil, graduada na Universidade Federal do Piauí, também sou pós-graduanda em Avaliação, Auditoria e Perícias de Engenharia e atuo profissionalmente avaliando imóveis e administrando o nosso querido Guia da Engenharia. Além disso, eu costumo desenhar e também sou modelo fotográfica, mas isso só nas horas vagas. Pronto, agora que você já me conhece, podemos iniciar nossa caminhada e eu espero muito que você goste do conteúdo que preparei para você. Aproveite a leitura! https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ http://www.guiadaengenharia.com/ 5 “O levantamento do valor de mercado de um bem não é a única finalidade da avaliação.” https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 6 1 introdução à avaliação de imóveis urbanos Nesse primeiro capítulo, iremos iniciar nosso estudo sobre Avaliações de Imóveis com base na NBR 14653-1:2019 e, nele, iremos abordar a parte introdutória dessa área, que engloba alguns conceitos básicos e os procedimentos necessários para realização de um laudo técnico. Conceitos básicos Para iniciarmos nosso estudo, precisamos conhecer alguns conceitos fundamentais relacionados à área de avaliações imobiliárias, são eles: Custo: é o total gasto, direta ou indiretamente, para aquisição ou produção de um bem. Preço: é a quantidade monetária que determina a comercialização de um bem e leva em conta as capacidades https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 7 financeiras, as motivações ou os interesses específicos do comprador ou do vendedor. Valor: é um conceito econômico que depende de fatores como as características do bem, utilidade e condições de oferta e procura. Valor de Mercado: é a quantia mais provável pela qual um bem pode ser negociado no mercado. Engenharia de Avaliações: conjunto de conhecimentos técnico-científicos especializados, aplicados à avaliação de bens. Laudo técnico: é um relatório técnico de avaliações sobre a estrutura do bem, elaborado por profissionais com registro no CREA ou no CAU, em que se chega a uma conclusão devidamente fundamentada. Parecer técnico: é um relatório emitido por profissional capacitado e legalmente habilitado sobre assunto de sua responsabilidade. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 8 Em que consiste a avaliação de um imóvel Segundo a ABNT NBR 14653-1:2019, avaliação é uma análise técnica, realizada pelo engenheiro de avaliações, para identificar o valor de um bem, de seus custos, frutos e direitos, assim como determinar indicadores da viabilidade de sua utilização econômica, para uma determinada finalidade, situação e data. Em outras palavras, a norma afirma que o levantamento do valor de mercado de um bem não é a única finalidade da avaliação. Podemos citar, entre outros, a segurança patrimonial, a contratação de seguros baseados em valores reais ou a utilização do patrimônio como garantia na tomada de recursos. Além disso, a norma também afirma que essas atividades somente são competências de um engenheiro avaliador. E quais são os pré-requisitos para ser um avaliador? Após a Lei 5.194 de 1996, art. 7º, a avaliação de imóveis passou a ser atividade exclusiva de engenheiros, arquitetos e engenheiros agrônomos, devidamente registrados nos seus respectivos Conselhos. Ou seja, é condição necessária o registro no CREA e/ou CAU para o profissional estar apto a emitir laudo técnico. Além disso, a resolução do COFECI nº 1.064 de 2017 prevê a possibilidade de o corretor de imóveis elaborar parecer técnico de avaliação mercadológica, desde que ele possua https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 9 diploma de curso superior em Gestão Imobiliária ou equivalente e/ou certificado de conclusão de curso de Avaliação de Imóveis. Essas qualificações, no entanto, não dispensam a necessidade de umas das formações citadas no parágrafo anterior para o profissional ser considerado um engenheiro avaliador. Imóvel a venda Ações básicas para uma avaliação Agora que já sabemos o que é e a quem compete a atividade de avaliação imobiliária, veremos agora os procedimentos básicos necessários para isso. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/10/imovel-venda.jpg 10 1. Finalidade, objetivo e prazo Antes de iniciar a avaliação, o engenheiro avaliador deverá ter em mente, e devidamente esclarecidos, a finalidade da avaliação, o objetivo, o prazo para a apresentação do laudo e a forma de apresentação mais adequada para o cliente. 2. Análise da documentação Após tudo estar devidamente esclarecido, o engenheiro avaliador deve analisar toda a documentação do imóvel necessária para a avaliação. Lembrando que não é de responsabilidade do avaliador analisar a legitimidade da documentação fornecida. 3. Vistoria do imóvel Essa etapa é de extrema importância e deve ser feita, preferencialmente, pelo avaliador para que este tome conhecimento de todas as características do imóvel relevantes à avaliação. Para isso, é indicado que sejam feitos registros fotográficos de todos os cômodos e do entorno do imóvel, quando possível. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 11 Vistoria de imóvel 4. Coleta de dados A próxima etapa consiste em pesquisar os elementos para compor a amostra. Para isso, deve-se levar em conta as características do bem avaliando e a disponibilidade derecursos e informações, lembrando que a melhor amostra é aquela que contém a maior quantidade possível de dados de mercado com características semelhantes ao avaliando. Para realizar essa coleta, o avaliador pode fazer uso de site imobiliários ou ligar diretamente para corretoras de imóveis. 5. Diagnóstico do mercado O profissional, conforme o tipo de bem, as condições de contratação, o método empregado e a finalidade da avaliação, pode tecer considerações sobre o mercado do bem https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/10/vistoria-imovel.jpg 12 avaliando, de forma a indicar, tanto quanto possível, a estrutura, a conduta e o desempenho do mercado. 6. Escolha da metodologia A metodologia escolhida deve ser compatível com a natureza do imóvel avaliando, o objetivo e a finalidade da avaliação e os dados de mercado disponíveis. Veremos mais sobre a metodologia no tópico seguinte. 7. Tratamento dos dados Após a coleta dos dados e a escolha da metodologia mais adequada, o tratamento será feito de acordo com modelo metodológico escolhido. 8. Resultado da avaliação Por fim, nessa etapa, o avaliador apresenta o laudo da avaliação, em que consta o valor de mercado do imóvel a que se chegou após o tratamento dos dados coletados. Exemplo de laudo de avaliação https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/10/laudp-avaliacao.jpg 13 Dessa forma, para que seu laudo de avaliação seja considerado satisfatório, deve conter no mínimo os seguintes itens: • Identificação do solicitante; • Finalidade e objetivo do laudo; • Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes; • Identificação e caracterização do imóvel avaliando; • Diagnóstico do mercado; • Indicação dos métodos e procedimentos utilizados; • Indicar a especificação atingida, com relação aos graus de fundamentação e precisão da avaliação; • Tratamento dos dados e identificação do resultado: explicitar os cálculos efetuados, o campo de arbítrio, se for o caso, e justificativas para o resultado adotado; • Resultado da avaliação e sua data de referência; • Qualificação legal completa e assinatura dos profissionais responsáveis pela avaliação. Procedimentos metodológicos A última parte desse capítulo diz respeito à escolha da metodologia a ser aplicada na avaliação, que leva em consideração o tipo de imóvel avaliando, a finalidade da avaliação e os dados disponíveis no mercado. Desse modo, segundo a NBR 14653-1, os métodos disponíveis são: https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 14 Método comparativo direto de dados de mercado Simplificadamente, esse é o método mais utilizado para a avaliação, em que se calcula o valor de mercado de um imóvel por meio do tratamento dos dados de uma amostra aleatória utilizando a inferência estatística para isso. Método Involutivo Esse método, por sua vez, baseia-se em modelos de estudo de viabilidade técnico-econômica utilizando imóveis hipotéticos com características semelhantes ao avaliando e com as condições do mercado no qual está inserido. Método Evolutivo Identifica o valor do bem pelo somatório dos valores de seus componentes, considerado o fator de comercialização. Método da Capitalização de Renda Por fim, esse método identifica o valor do bem com base na capitalização presente da sua renda líquida prevista, considerando cenários viáveis. Então, essa foi a parte introdutória sobre Avaliação de Imóveis Urbanos. No próximo capítulo tem muito mais e, nele, veremos sobre o Método Comparativo Direto de dados de Mercado. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 15 “A avaliação de imóveis passou a ser atividade exclusiva de engenheiros, arquitetos e engenheiros agrônomos, devidamente registrados nos seus respectivos conselhos.” Lei 5.194 de 1996 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 16 2 método comparativo direto de dados de mercado Como você já viu no capítulo anterior sobre Avaliação de Imóveis, o Método Comparativo Direto de Dados de Mercado é o método mais utilizado para esse tipo de avaliação e, através dele, o valor de mercado de um imóvel é calculado por meio do tratamento dos dados de uma amostra aleatória coletada no mercado. Indo agora ao que interessa, neste capítulo, iremos nos aprofundar no Método Comparativo Direto de Dados de Mercado e também conheceremos os procedimentos básicos e os tipos de tratamento de dados utilizados por esse modelo. Tudo isso com base na ABNT NBR 14.653: Avaliação de Bens – Parte 2: Imóveis Urbanos. Vamos lá, então? https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 17 Etapas do método Para iniciar nosso estudo, abordaremos as etapas para a realização de uma avaliação imobiliária utilizando o Método Comparativo Direto, a seguir. 1. Planejamento da pesquisa Já vimos até agora que o Método Comparativo Direto utiliza uma amostra representativa de dados de mercado de imóveis com características, tanto quanto possível, semelhantes às do avaliando. Mas, para que tudo isso seja possível, é necessário um planejamento da pesquisa dos dados que irão compor essa amostra, de modo que ela seja a mais abrangente e mais representativa possível. Planejamento da pesquisa Dessa forma, esta etapa de planejamento consiste, basicamente, na caracterização e delimitação do mercado em análise e na elaboração dos instrumentos de coleta de https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/10/planejamento-pesquisa.jpg 18 dados, como fichas, planilhas, roteiros de entrevistas e entre outros. Feito isso, o próximo passo é a seleção das variáveis que serão relevantes para explicar a formação de valor do bem avaliando. 2. Seleção das variáveis Para auxiliar na escolha dessas variáveis, vejamos os dois tipos existentes, são eles: Variável dependente Matematicamente, uma variável dependente representa uma grandeza cujo valor depende de como a variável independente é manipulada. Levando agora para a área de avaliação, que é o que nos interessa, quando falamos em variáveis dependentes podemos estar nos referindo, por exemplo, ao preço unitário de venda de um imóvel. Desse modo, para a especificação correta de uma variável dependente, é necessária uma investigação no mercado em relação à sua conduta e às formas de expressão dos preços, bem como observar a homogeneidade nas unidades de medida. Variável independente Já em relação às variáveis independentes, podemos citar vários exemplos: • Características físicas: área, comprimento da fachada; https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 19 • Localização: bairro, logradouro, distância a algum polo de influência; • Fator econômico: oferta ou transação, época e condição do negócio (à vista ou a prazo). Para a escolha desse tipo de variável, é importante ao engenheiro avaliador levar em consideração teorias existentes, conhecimentos adquiridos, senso comum e outros atributos que possam ser relevantes para a avaliação. Isso é importante porque algumas variáveis escolhidas para compor a pesquisapodem se mostrar pouco relevantes para o Método Comparativo Direto, resultando em um modelo pouco representativo e em um resultado divergente. Então, sempre que possível, recomenda-se a adoção de variáveis quantitativas. No entanto, quando isso não for possível, as características dos imóveis podem ser expressas conforme abaixo: • Por meio de codificação, com o emprego de variáveis dicotômicas (exemplo: “maior do que” ou “menor do que”, “sim” ou “não”); • Pelo emprego de variáveis representantes (exemplo: o padrão construtivo expresso pelo custo unitário básico – CUB); • Por meio de códigos alocados (exemplo: padrão construtivo baixo igual a 1, normal igual a 2 e alto igual a 3). https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 20 3. Coleta dos dados de mercado O levantamento de dados tem como objetivo a obtenção de uma amostra representativa para explicar o comportamento do mercado no qual o imóvel avaliando esteja inserido e é a fase primordial desse modelo. Nesta etapa, o engenheiro avaliador investiga o mercado, coleta os dados para compor a amostra e suas respectivas informações, desde que sejam relevantes para a pesquisa, como características econômicas, físicas e de localização, além, é claro, informações que estejam de acordo com as variáveis escolhidas no passo anterior. Por ficar mais claro, se uma das variáveis independentes escolhidas para a pesquisa for Padrão de Acabamento, por exemplo, todos os dados da amostra deverão conter essa informação, caso contrário, não servirá para o modelo. Dados de mercado https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/10/Im%C3%B3vel-a-venda.jpg 21 Sinteticamente, devemos nos atentar a alguns pontos importantes no momento da coleta de dados, são eles: Buscar dados de mercado com atributos mais semelhantes possíveis aos do bem avaliando; Diversificar as fontes de pesquisa tanto quanto possível e, quando necessário, apresentar no Laudo as fontes utilizadas; Realizar vistorias em cada imóvel da amostra, sempre que possível; Identificar e descrever as características relevantes dos dados coletados; Coletar dados de mercado o mais recente possível em relação à data de referência da avaliação; Considerar as superestimativas que, em geral, acompanham as ofertas de mercado; Evitar uso de informações que impliquem opiniões subjetivas. 4. Tratamento dos dados A quarta e última etapa deste método consiste no tratamento dos dados coletados no mercado e, de início, é recomendado a sintetização de todas informações obtidas sob a forma de gráficos que mostrem as distribuições de frequência para cada uma das variáveis escolhidas, bem como as relações entre elas. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 22 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://go.hotmart.com/T20465216E 23 Tratamento de dados Após essa sintetização, é possível ao avaliador verificar a consistência da amostra coletada e a influência das variáveis sobre os preços de mercado. Para isso, podem ser usados, alternativamente e em função da qualidade e da quantidade de dados e informações disponíveis, dois tipos de tratamentos, são eles: Tratamento por fatores O tratamento de dados por fatores é utilizado quando se tem dados de mercado o mais semelhante possível ao avaliando. Isso porque é feita uma comparação direta com os valores vigentes, utilizando fatores para homogeneizar as características que forem relevantes e possuírem uma pequena distorção em relação ao avaliando. Esses fatores devem ser calculados por metodologia científica, justificados do ponto de vista teórico e prático no Laudo de Avaliação, e devem também ser indicados periodicamente pelas entidades técnicas regionais https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/10/tratamento-dados.jpg 24 reconhecidas e revisados em períodos máximos de 4 anos (ou menos), além de especificar claramente a região para a qual são aplicáveis. Alternativamente, também podem ser adotados fatores de homogeneização medidos no mercado pelo próprio engenheiro de avaliações, desde que o estudo de mercado específico que lhes deu origem seja também anexado ao Laudo. Maiores detalhes sobre o Tratamento por Fatores você encontra no capítulo 5. Tratamento científico Diferentemente do tratamento por fatores, o tratamento científico utiliza evidências empíricas pelo uso de metodologia científica que leve à indução de modelo validado para o comportamento do mercado. Mas, quaisquer que sejam os modelos utilizados para inferir o comportamento do mercado e formação de valores, seus pressupostos devem ser devidamente explicitados no Laudo. Desse modo, para inferir o comportamento do mercado pelo tratamento científico, podem ser utilizadas equações de regressão por meio da estatística inferencial, desde que devidamente justificadas do ponto de vista teórico e prático. Pois bem engenheiros, essa foi a parte introdutória sobre o Método Comparativo Direto de Dados de Mercado. No https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 25 próximo capítulo, você saberá mais sobre o Tratamento Científico de Dados. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 26 “O levantamento de dados tem como objetivo a obtenção de uma amostra representativa para explicar o comportamento do mercado.” https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 27 3 tratamento por fatores para avaliação de imóveis Tratamento por Fatores é um dos dois métodos de tratamento de dados utilizados pelo Método Comparativo Direto de Dados de Mercado que, por sua vez, é um dos vários métodos existentes para realizar avaliação de imóveis. Falando assim, até parece muita informação, mas não se preocupe. Nesse capítulo, estudaremos sobre o tratamento por fatores, utilizando como guia os procedimentos normatizados pela ABNT NBR 14.653: Avaliação de Bens – Parte 2: Imóveis Urbanos (anexo B). Vamos lá? https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 28 Antes de iniciarmos, farei algumas observações sobre este capítulo: Conforme você verá, a aplicação do tratamento por fatores é um trabalho complexo que sempre deverá estar acompanhado das devidas justificativas a respeito dos fatores utilizados. É por essa razão que, na maior parte do capítulo, não serão fornecidas tabelas referentes aos valores dos fatores de homogeneização, pois eles variam de região para região. No entanto, se você estiver buscado valores para ter apenas uma noção, eu indico que consultem a Norma de Avaliações de Imóveis Urbanos do IBAPE/SP, pois ela fornece todos os fatores de referência para o estado de São Paulo. Pronto, agora já podemos. Tratamento por fatores x tratamento científico Ao contrário do que a norma sugere, embora o Tratamento por Fatores não entre na categoria Tratamento Científico, isso não significa que esse não seja um método científico. Isso porque, para utilização desses fatores, é necessário um estudo prévio para determinar quaisserão utilizados e como eles serão utilizados. Além, é claro, do que já vimos no post sobre o MCDDM: "Esses fatores devem ser calculados por metodologia científica, justificados do ponto de vista teórico e prático no Laudo de Avaliação, e devem também ser indicados periodicamente pelas entidades técnicas regionais reconhecidas e revisados em períodos máximos de 4 anos (ou menos), além de especificar claramente a região para a qual https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.ibape-sp.org.br/adm/upload/uploads/1544211226-NORMA-PARA-AVALIACAO-DE-IMOVEIS-URBANOS-IBAPESP-2011.pdf https://www.ibape-sp.org.br/adm/upload/uploads/1544211226-NORMA-PARA-AVALIACAO-DE-IMOVEIS-URBANOS-IBAPESP-2011.pdf 29 são aplicáveis." Sabendo disso, quando devemos optar pelo tratamento por fatores em vez do tratamento científico? Primeiramente, devemos ter em mente que os fatores são usados para ajustar os dados de mercado à média, ou seja, para homogeneizá-los e tornar a amostra o mais semelhante possível do imóvel avaliando. Dessa forma, o tratamento por fatores é utilizado em situações em que a quantidade de dados de mercado similares é insuficiente para a realizar uma inferência estatística e, portanto, os dados disponíveis necessitam ser homogeneizados para a aplicação do método comparativo direto. Procedimentos básicos Veremos agora os procedimentos básicos para realizar o tratamento de dados por fatores e, é claro, veremos também quais são os fatores utilizados para isso. 1. Coleta da amostra Assim como no tratamento científico, para o tratamento por fatores é recomendado que a amostra seja composta de dados de mercado com características o mais próximo possível do imóvel avaliando para que se tenha uma real representação do mercado. Para isso, é recomendado que o número de elementos efetivamente utilizados no modelo não seja menor que 3. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 30 Desse modo, coletados os dados disponíveis para compor a amostra, é momento agora de selecionarmos os fatores a serem utilizados no tratamento desses dados. 2. Escolha dos fatores O segundo passo para esse tipo de tratamento de dados é a escolha dos fatores de homogeneização que serão utilizados pelo modelo e, para isso, é imprescindível conhecer as características do imóvel avaliando e as informações disponibilizadas pelos dados amostrais. Mas o que são esses fatores? Os fatores, também conhecidos como fatores de homogeneização, são, basicamente, as informações pertinentes aos elementos da amostra que serão comparadas com o objetivo de homogeneizá-la e torná-la, tanto quanto possível, mais próxima das características do imóvel avaliando. Para exemplificar, a seguir serão expostos alguns dos principais fatores de homogeneização utilizados em avaliações de imóveis, lembrando que qualquer que seja o fator utilizado no modelo, este deverá ser devidamente justificado no laudo. Fator de oferta A fator de oferta, também chamado de fator elasticidade ou fator fonte, é o primeiro fator que deve ser considerado no tratamento e é ele que leva em conta o fato de que o valor de https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 31 alguns elementos podem ser oriundos tanto do valor de negociação como do valor de oferta. Desse modo, ele é usado para descontar valores excedentes devido à especulação do mercado e tornar os dados disponíveis homogêneos quanto à fonte. Dito isso, só poderão ser utilizados para compor a amostra os elementos que impliquem em um fator de fonte entre 0,80 e 1,20 e, na impossibilidade da sua determinação, recomenda-se adotar o valor de 0,90, ou seja, considerando um desconto de 10% no momento da transação em relação ao valor de oferta. Fator localização Também é conhecido como fator transposição e é usado para a transferir hipoteticamente o valor do terreno de um lugar para o outro com o intuito homogeneizar dados que, porventura, estejam em localidades diferentes de um lote, por exemplo. Para isso, poderá ser utilizado o Índice Fiscal, utilizando a relação entre eles, não é simples? l IFAF = IFD Onde: • Fl é o fator localização; • IFA é o índice fiscal do avaliando; • IFD é o índice fiscal do dado, sendo que: 0,5.(IFA) < IFD < 2.(IFA). https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 32 No entanto, caso não exista informações sobre o Índice Fiscal, deverá ser feito o estudo de novos índices, devidamente fundamentados. Além do mais, é importante lembrarmos que o fator localização incide exclusivamente sobre o valor do terreno, mesmo se houver edificações construídas. Fatores de forma Veremos agora os quatro principais fatores de forma que mais influenciam no valor do imóvel e são aplicáveis exclusivamente ao valor do terreno. - Fator testada O fator testada, também chamado de fator de frente, considera a influência do comprimento da frente do terreno no valor e é função exponencial da proporção entre a frente projetada e a frente de referência, pela seguinte expressão: f r f p FF = F Onde: • Ff é o fator testada; • Fr é a frente de referência (m); • Fp é a frente projetada (m), sendo que: 0,5.Fr < Fp < 2.Fr; • f é expoente do fator testada e varia para cada tipo de zona de ocupação. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 33 Exemplos de frente projetada, representada por Fp=AB - Fator profundidade Esse fator, por sua vez, considera a desvantagem do imóvel possuir profundidades fora da faixa recomendável para a região e é calculada para cada situação, conforme a seguir: a) Se Pmín ≤ Pe ≤ Pmáx, então pF =1; b) Se 0,5.Pmín < Pe < Pmín, então p mín p e PF = P ; c) Se Pe < 0,5.Pmín, então p pF =0,5 ; d) Se Pmáx < Pe < 3.Pmáx, então p p emáx máx máx 1F = (P /Pe)+[1-(P /Pe)].(P /P ) ; e) Se Pe > 3.Pmáx, então p máxF =3.P . Onde: • Fp é o fator profundidade; • Pe é a profundidade equivalente (m) e vale: e ptP =A /F ; • At é área do terreno (m²); • Fp é a frente projetada (m); • Pmáx é o limite superior de profundidade para uma determinada zona (m); • Pmín é o limite inferior de profundidade para uma determinada zona (m); https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 34 • p é expoente do fator profundidade e varia para cada tipo de zona de ocupação. - Fator área O fator de área, quando for utilizado, deverá ser definido através de uma análise criteriosa e deverá ser devidamente fundamentada tecnicamente. No entanto, para zona de ocupação do tipo residencial horizontal popular (1ª zona), o único fator de forma aplicável é o fator área e deve ser calculado conforme abaixo: 0,20 aF =(A/125) Onde: • Fa é o fator área; • A é a área do terreno (m²). - Fator de esquina Também conhecido como fator frentes múltiplas, esse fator considera a valorização decorrente da maior possibilidade de terrenos de esquina ou com mais de uma frente serem utilizados para negócios. Fator padrão de acabamento Esse fator tem o objetivo de eliminar as diferenças relativas aos detalhes de acabamento entre diferentes imóveis. Dessa forma, para o ajustamento do atributo poderão ser utilizados os valores unitários publicados pelo SINDUSCON regional, SINAPI ou outra publicação oficial, https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/35 lembrando que é indicado a cada Regional definir a tabela a ser utilizada. Fator conservação É aplicado na correção de diferenças entre a idade aparente e estado de conservação entre o imóvel avaliando e os imóveis da amostra. Para ajustamento do atributo poderão ser calculados os índices de depreciação, preferencialmente pelo Critério de Ross-Heidecke, conforme a seguinte formulação: ocF =R+K(1-R) Onde: • Foc é o fator obsolescência e conservação; • R é o valor residual (decimal), tabela 3.1; • K é o coeficiente de Ross-Heidecke, tabela 3.2. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 36 Tabela 3.1 – Vida referencial e valor residual Classe Tipo Padrão Idade referencial (anos) Valor residual (%) Residencial Barraco Padrão rústico 5 0 Padrão simples 10 0 Casa Padrão rústico 60 20 Padrão proletário 60 20 Padrão econômico 70 20 Padrão simples 70 20 Padrão médio 70 20 Padrão superior 70 20 Padrão fino 60 20 Padrão luxo 60 20 Apartamento Padrão econômico 60 20 Padrão simples 60 20 Padrão médio 60 20 Padrão superior 60 20 Padrão fino 50 20 Padrão luxo 50 20 Comercial, serviço e industrial Escritório Padrão econômico 70 20 Padrão simples 70 20 Padrão médio 60 20 Padrão superior 60 20 Padrão fino 50 20 Padrão luxo 50 20 Galpão Padrão econômico 60 20 Padrão simples 60 20 Padrão médio 80 20 Padrão superior 80 20 Especial Cobertura Padrão simples 20 10 Padrão médio 20 10 Padrão superior 30 10 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 37 Tabela 3.2 – Coeficiente de Ross-Heidecke (continua) Idade em % da vida referencial Estado de conservação A B C D E F G H 0,00% 0,32% 2,52% 8,09% 18,10% 33,20% 52,60% 75,20% 2% 0,990 0,990 0,965 0,910 0,811 0,661 0,469 0,246 4% 0,979 0,979 0,955 0,900 0,802 0,654 0,464 0,243 6% 0,968 0,968 0,944 0,890 0,793 0,647 0,459 0,240 8% 0,957 0,957 0,933 0,879 0,784 0,639 0,454 0,237 10% 0,945 0,945 0,921 0,868 0,774 0,631 0,448 0,234 12% 0,933 0,933 0,909 0,857 0,764 0,623 0,442 0,231 14% 0,920 0,920 0,897 0,846 0,754 0,615 0,436 0,228 16% 0,907 0,907 0,884 0,834 0,743 0,606 0,430 0,225 18% 0,894 0,894 0,871 0,822 0,732 0,597 0,424 0,222 20% 0,880 0,880 0,858 0,809 0,721 0,578 0,417 0,218 22% 0,866 0,866 0,844 0,796 0,709 0,578 0,410 0,215 24% 0,851 0,851 0,830 0,782 0,697 0,569 0,404 0,211 26% 0,836 0,836 0,815 0,769 0,685 0,559 0,396 0,207 28% 0,821 0,830 0,800 0,754 0,672 0,548 0,389 0,204 30% 0,805 0,805 0,785 0,740 0,659 0,538 0,382 0,200 32% 0,789 0,789 0,769 0,725 0,646 0,527 0,374 0,196 34% 0,772 0,772 0,753 0,710 0,632 0,516 0,366 0,192 36% 0,755 0,755 0,736 0,695 0,619 0,505 0,358 0,187 38% 0,738 0,738 0,719 0,678 0,604 0,493 0,350 0,183 40% 0,712 0,712 0,701 0,662 0,590 0,481 0,341 0,179 42% 0,702 0,702 0,684 0,645 0,575 0,469 0,333 0,174 44% 0,683 0,683 0,666 0,628 0,560 0,456 0,324 0,169 46% 0,664 0,664 0,648 0,611 0,544 0,444 0,315 0,165 48% 0,645 0,645 0,629 0,593 0,528 0,431 0,306 0,160 50% 0,625 0,625 0,609 0,574 0,512 0,418 0,296 0,155 52% 0,605 0,605 0,581 0,560 0,495 0,404 0,287 0,150 54% 0,584 0,584 0,570 0,537 0,479 0,390 0,277 0,145 56% 0,563 0,563 0,549 0,518 0,461 0,376 0,367 0,140 58% 0,542 0,542 0,528 0,498 0,444 0,362 0,257 0,134 60% 0,512 0,512 0,507 0,478 0,426 0,347 0,247 0,129 62% 0,498 0,498 0,485 0,458 0,408 0,333 0,246 0,123 64% 0,475 0,475 0,463 0,437 0,389 0,387 0,225 0,118 66% 0,452 0,452 0,441 0,416 0,310 0,302 0,214 0,112 68% 0,429 0,429 0,418 0,394 0,351 0,286 0,203 0,106 70% 0,405 0,405 0,395 0,372 0,332 0,271 0,192 0,092 72% 0,378 0,381 0,371 0,150 0,312 0,254 0,181 0,094 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 38 Tabela 3.1 – Coeficiente de Ross-Heidecke (continuação) Idade em % da vida referencial Estado de conservação A B C D E F G H 0,00% 0,32% 2,52% 8,09% 18,10% 33,20% 52,60% 75,20% 74% 0,356 0,356 0,347 0,327 0,292 0,238 0,169 0,088 76% 0,331 0,331 0,323 0,304 0,271 0,221 0,157 0,082 78% 0,306 0,306 0,273 0,281 0,251 0,104 0,145 0,076 80% 0,280 0,280 0,273 0,257 0,229 0,187 0,133 0,069 82% 0,254 0,254 0,247 0,233 0,208 0,170 0,120 0,063 84% 0,227 0,227 0,222 0,209 0,186 0,152 0,108 0,056 86% 0,200 0,200 0,195 0,184 0,164 0,134 0,095 0,050 88% 0,173 0,173 0,168 0,159 0,142 0,115 0,082 0,043 90% 0,145 0,145 0,141 0,133 0,119 0,097 0,069 0,036 92% 0,117 0,167 0,114 0,107 0,096 0,073 0,055 0,029 94% 0,088 0,088 0,086 0,081 0,072 0,059 0,042 0,022 96% 0,059 0,059 0,058 0,054 0,049 0,040 0,028 0,015 98% 0,030 0,030 0,029 0,027 0,024 0,020 0,020 0,002 100% 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Para ter informações sobre o estado de conservação para obter os valores do coeficiente de Ross-Heidecke, utilize a tabela 3.3 seguinte fornecida pela norma IBABE/SP: https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 39 Tabela 3.3 - Estados de conservação (continua) Ref. Estado da edificação Depreciação (%) Características A Nova 0,00 Edificação nova ou com reforma geral e substancial, com menos de dois anos, que apresente sinais de desagaste natural de pintura externa. B Entre nova e regular 0,32 Edificação nova ou com reforma geral ou substancial, com menos de dois anos, que apresente necessidade apenas de uma demão leve de pintura para recompor sua aparência. C Regular 2,52 Edificação seminova ou com reforma geral ou substancial entre dois a cinco anos, cujo estado geral possa ser recuperado apenas com reparos de eventuais fissuras superficiais localizadas e/ou pintura externa e interna. D Entre regular e necessitando de reparos simples 8,09 Edificação seminova ou com reforma geral ou substancial entre dois a cinco anos, cujo estado geral possa ser recuperado com reparos de fissuras e trincas localizadas e superficiais e pintura externa e interna. E Necessitando de reparos simples 18,10 Edificação cujo estado geral possa ser recuperado com pintura externa e interna após reparos de fissuras e trincas superficiais generalizadas, sem recuperação do sistema estrutural. Eventualmente, revisão do sistema hidráulico e elétrico. F Necessitando de reparos simples a importantes 33,20 Edificação cujo estado geral possa ser recuperado com pintura externa e interna após reparos de fissuras e trincas, com estabilização e/ou recuperação localizada do sistema estrutural. As instalações hidráulicas e elétricas possam ser restauradas mediante a revisão e com substituição eventual de algumas peças desgastadas naturalmente. Eventualmente possa ser necessária a substituição dos revestimentos de pisos e paredes, de um ou de outro cômodo. Revisão da impermeabilização ou substituição de telhas de cobertura. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 40 Tabela 3.2 - Estados de conservação (continuação) Ref. Estado da edificação Depreciação (%) Características G Necessitando de reparos importantes 52,60 Edificação cujo estado geral possa ser recuperado com pintura externa e interna, com substituição de panos de regularização da alvenaria, reparos de fissuras e trincas, com estabilização e/ou recuperação de grande parte do sistema estrutural. As instalações hidráulicas e elétricas possam ser restauradas mediante substituição de peças aparentes. A substituição dos revestimentos de pisos e paredes, da maioria dos cômodos, se faz necessária. Substituição ou reparos importantes na impermeabilização ou no telhado. H Necessitando de reparos importantesa edificação sem valor 75,20 Edificação cujo estado geral com estabilização e/ou recuperação do sistema estrutural, substituição da regularização da alvenaria, reparos de fissuras e trincas. Substituição das instalações hidráulicas e elétricas. Substituição dos revestimentos de pisos e paredes. Substituição da impermeabilização ou do telhado. I Edificação sem valor 100,00 Edificação em estado de ruína. 3. Aprimoramento da amostra Após a homogeneização dos dados, o próximo passo é o saneamento da amostra, que consiste na utilização da estatística para eliminar eventuais discrepâncias que podem comprometer a amostra. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 41 A amostra, então, será verificada por meio dos seguintes procedimentos: a) Cálculo da média dos valores unitários homogeneizados dos elementos da amostra Para isso, primeiro precisamos realizar a homogeneização de cada elemento, individualmente, pela expressão abaixo e, após isso, calcular a média aritmética normalmente. u o n1 2 3V =V [1+(F -1)+(F -1)+(F -1)...+(F -1)]⋅ Onde: • Vu é o valor básico unitário após ajuste por fatores; • Vo é o valor de oferta; • F1, F2, F3, ... Fn são os fatores de homogeneização. Para esse passo, vale observar que são considerados discrepantes elementos cujos valores unitários, em relação ao valor médio amostral, estejam fora do intervalo: u0,5.x V 2.x< < . b) Cálculo do intervalo de elementos homogêneos Esse intervalo nada mais é do que a variação de 30%, para mais ou para menos, em torno do valor médio calculado no passo “a”. c) Saneamento da amostra Dito isso, se todos os elementos estiverem contidos dentro do intervalo calculado, a média amostral será usada como representativa do valor unitário de mercado. Se não, o https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 42 elemento mais afastado da média (para mais ou para menos), deverá ser retirado da amostra. Se houver exclusão, o passo “b” será repetido e, então, se algum elemento anteriormente excluído passar a estar dentro dos novos limites deve ser reincluído e esse processo se repetirá até que todos os dados atendem ao intervalo de 30% em torno da última média. d) Verificação pelo critério excludente de Chauvenet O saneamento da amostra também pode ser feito utilizando o critério excludente de Chauvenet para pequenas amostras. Para isso, os valores críticos da amostra serão calculados conforme equação abaixo e depois serão comparados com o valor crítico determinado pela tabela 3.4. Se os valores de Rinf e Rsup calculados forem ambos inferiores ao valor crítico “c”, todos os elementos remanescentes da amostra serão aceitos, caso contrário, o elemento mais afastado da média (para mais ou para menos), deverá ser retirado da amostra e o processo deverá se repetir. mín inf x-xR = S máxsup x -xR = S Onde: • Rinf e Rsup são os valores limites para os resíduos padronizados, sendo que: Rinf,sup < c; • c é o valor crítico para n elementos, tabela 3.4; https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 43 • x é a média aritmética da amostra; • xmín é o valor crítico inferior; • xmáx é o valor crítico superior; • S é o desvio padrão da amostra. Tabela 3.4 – Critério de Chauvenet para rejeição de valor medido Número de leituras, n Razão entre o máximo desvio aceitável e o desvio padrão, dmáx/S 3 1,38 4 1,54 5 1,65 6 1,73 7 1,8 10 1,96 15 2,13 25 2,33 50 2,57 100 2,81 300 3,14 500 3,29 1000 3,48 4. Estimativa do valor do imóvel Após o saneamento da amostra, iremos estimar o valor do imóvel avaliando, que deverá ser a soma do valor do terreno e o valor da edificação, quando existirem ambos. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 44 Valor do terreno O valor do terreno por meio do tratamento por fatores será calculado conforme expressão a seguir: t u t n1 2 3 VV = A[1+(F -1)+(F -1)+(F -1)...+(F -1)] ⋅ Onde: • Vt é o valor final do terreno avaliando (R$); • Vu é o valor básico unitário após ajuste por fatores (R$/m²), calculado no passo “a” do item 3; • At é a área do terreno (m²); • F1, F2, F3, ... Fn são os fatores de homogeneização do terreno avaliando. Valor da construção Já o valor da construção ou edificação é calculada por: c pa occ .V =A .C.F F Onde: • Vc é o valor final da edificação ou benfeitoria (R$); • Ac é a área (m²); • C é custo unitário básico da construção na região, calculado e divulgado mensalmente pelo SIDUSCON (R$/m²); • Fpa é o fator referente à tipologia e padrão da construção da benfeitoria; • Foc é o fator obsolescência e conservação. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 45 No entanto, se o imóvel não for provido de terreno, como é o caso de apartamentos, e estiver sendo avaliado pelo tratamento por fatores, utiliza-se: t u c n1 2 3 VV = A[1+(F -1)+(F -1)+(F -1)...+(F -1)] ⋅ Onde: • Vc é o valor final do imóvel avaliando (R$); • Vu é o valor básico unitário após ajuste por fatores (R$/m²), calculado no passo “a” do item 3; • At é a área do terreno (m²); • F1, F2, F3, … Fn são os fatores de homogeneização referentes ao avaliando, geralmente são iguais a 1,00. 5. Cálculo do intervalo de confiança O intervalo de confiança é uma amplitude de valores derivados da estatística, que tem a probabilidade de conter o valor de um parâmetro populacional desconhecido. seu cálculo é usado para analisarmos a faixa de preços unitários em que o imóvel avaliando está inserido, considerando um certo grau de confiança (geralmente adota-se 80%). Para isso, utiliza-se a média aritméticas dos preços unitários dos elementos da amostra. Desse modo, para o cálculo dos limites de confiança, segundo a Teoria Estatística das Pequenas Amostras (n<30), temos: máx (c;n-1) 0,5 Sx =x+t (n-1) ⋅ https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 46 mín (c;n-1) 0,5 Sx =x-t (n-1) ⋅ Onde: • xmáx é o valor crítico superior; • xmín é o valor crítico inferior; • x é a média aritmética da amostra; • t(c;n-1) é o valor percentual para a distribuição “t” de Student para um grau de liberdade n-1 e um dado - grau de confiança c, tabela 3.5; • S é o desvio padrão da amostra; • n é o número de elementos da amostra. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 47 Tabela 3.5 – Valor percentual para a distribuição “t” de para grau de liberdade n-1 e grau de confiança “c” Unilateral 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0,025 0,01 0,005 Bilateral 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,05 0,02 0,01 c 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,95 0,98 0,99 GL 1 1,0000 1,3764 1,9626 3,0777 6,3138 12,7062 31,8205 63,657 2 0,8165 1,0607 1,3862 1,8856 2,92 4,3027 6,9646 9,9248 3 0,7649 0,9785 1,2498 1,6377 2,3534 3,1824 4,5407 5,8409 4 0,7407 0,941 1,1896 1,5332 2,1318 2,7764 3,7469 4,6041 5 0,7267 0,9195 1,1558 1,4759 2,015 2,5706 3,3649 4,0321 6 0,7176 0,9057 1,1342 1,4398 1,9432 2,4469 3,1427 3,7074 7 0,7111 0,896 1,1192 1,4149 1,8946 2,3646 2,998 3,4995 8 0,7064 0,8889 1,1081 1,3968 1,8595 2,306 2,8965 3,3554 9 0,7027 0,8834 1,0997 1,383 1,8331 2,2622 2,8214 3,2498 10 0,6998 0,8791 1,0931 1,3722 1,8125 2,2281 2,7638 3,1693 11 0,6974 0,8755 1,0877 1,3634 1,7959 2,201 2,7181 3,1058 12 0,6955 0,8726 1,0832 1,3562 1,7823 2,1788 2,681 3,0545 13 0,6938 0,8702 1,0795 1,3502 1,7709 2,16042,6503 3,0123 14 0,6924 0,8681 1,0763 1,345 1,7613 2,1448 2,6245 2,9768 15 0,6912 0,8662 1,0735 1,3406 1,7531 2,1314 2,6025 2,9467 16 0,6901 0,8647 1,0711 1,3368 1,7459 2,1199 2,5835 2,9208 17 0,6892 0,8633 1,069 1,3334 1,7396 2,1098 2,5669 2,8982 18 0,6884 0,862 1,0672 1,3304 1,7341 2,1009 2,5524 2,8784 19 0,6876 0,861 1,0655 1,3277 1,7291 2,093 2,5395 2,8609 20 0,687 0,86 1,064 1,3253 1,7247 2,086 2,528 2,8453 21 0,6864 0,8591 1,0627 1,3232 1,7207 2,0796 2,5176 2,8314 22 0,6858 0,8583 1,0614 1,3212 1,7171 2,0739 2,5083 2,8188 23 0,6853 0,8575 1,0603 1,3195 1,7139 2,0687 2,4999 2,8073 24 0,6848 0,8569 1,0593 1,3178 1,7109 2,0639 2,4922 2,7969 25 0,6844 0,8562 1,0584 1,3163 1,7081 2,0595 2,4851 2,7874 26 0,684 0,8557 1,0575 1,315 1,7056 2,0555 2,4786 2,7787 27 0,6837 0,8551 1,0567 1,3137 1,7033 2,0518 2,4727 2,7707 28 0,6834 0,8546 1,056 1,3125 1,7011 2,0484 2,4671 2,7633 29 0,6830 0,8542 1,0553 1,3114 1,6991 2,0452 2,462 2,7564 ∞ 0,6747 0,8420 1,0370 1,2824 1,6464 1,9623 2,3301 2,5808 6. Cálculo do campo de arbítrio O campo de arbítrio é outro tipo de intervalo, que engloba uma variação de mais ou menos 15% em torno do preço https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 48 estimado e, assim como no intervalo de confiança, no campo de arbítrio podemos arbitrar o valor do bem, desde que devidamente justificado. 7. Enquadramento do modelo Por fim, a última etapa do tratamento por fatores é o enquadramento do modelo de acordo com o Grau de Precisão e o Grau de Fundamentação e, para isso, usaremos as tabelas fornecidas pela NBR 14653-2, no anexo B. Primeiramente, utilizaremos a tabela 3.6 e classificaremos cada um dos itens no grau adequado, lembrando que o Grau III vale 3 pontos, o II vale 2 pontos e o I vale 1 ponto. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 49 Tabela 3.6 – Grau de fundamentação para tratamento por fatores Item Descrição Grau III II I 1 Caracterizaçã o do imóvel avaliando Completa quanto a todos os fatores analisados Completa quanto aos fatores utilizados no tratamento Adoção de situação paradigma 2 Quantidade mínima de dados de mercado, efetivamente utilizados 12 5 3 3 Identificação dos dados de mercado Apresentação de informações relativas a todas as característica s dos dados analisadas, com foto e característica s observadas pelo autor do laudo Apresentação de informações relativas a todas as característica s dos dados analisadas Apresentação de informações relativas a todas as características dos dados correspondente s aos fatores utilizados 4 Intervalo admissível de ajuste para o conjunto de fatores 0,80 a 1,25 0,50 a 2,00 0,40 a 2,50* *No caso de utilização de menos de cinco dados de mercado, o intervalo admissível de ajuste é de 0,80 a 1,25, pois é desejável que, com um número menor de dados de mercado, a amostra seja menos heterogênea. Feito isso, podemos enquadrar o laudo na tabela 3.7 seguinte referente ao Grau de Fundamentação. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 50 Tabela 3.7 – Critérios de enquadramento do laudo no Grau de Fundamentação Graus III II I Pontos mínimos 10 6 4 Itens obrigatórios Itens 2 e 4 no grau III, com os demais no mínimo no grau II Itens 2 e 4 no mínimo no grau II e os demais no mínimo no grau I Todos, no mínimo no grau I Por último, basta enquadrar o laudo (considerando a não extrapolação dos dados) na tabela 3.8, referente ao Grau de Precisão do modelo. Sendo a Amplitude calculada por: mín máx(x-x )+(x -x) 100A= x ⋅ Onde: • A é a amplitude (%); • é a média amostral (R$/m²); • é o limite superior do intervalo de confiança (R$/m²); • é o limite inferior do intervalo de confiança (R$/m²). Tabela 3.8 – Critério de enquadramento do laudo no Grau de Precisão Descrição Grau III II I Amplitude do intervalo de confiança de 80% em torno da estimativa de tendência central ≤ 30 % ≤ 40 % ≤ 50 % https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 51 Essas foram algumas considerações a respeito do Tratamento por Fatores para Avaliação de Imóveis. No próximo capítulo tem muito mais e já adianto que resolveremos juntos um exemplo prático sobre esse mesmo assunto para que não restem mais dúvidas. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 52 “Os fatores devem ser calculados por metodologia científica e justificados, do ponto de vista teórico e prático, no Laudo de Avaliação.” “Os fatores devem ser calculados por metodologia científica e justificados, do ponto de vista teórico e prático, no Laudo de Avaliação.” https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 53 4 tratamento por fatores: exemplo prático No capítulo anterior, explicamos quais os procedimentos básicos para realizar o Tratamento por Fatores de Dados de Mercado. Agora, vamos solidificar o que foi aprendido sobre Avaliação de Imóveis até o momento. Para tanto, propomos um exercício hipotético de uma avaliação de imóvel urbano pelo Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, através de tratamento por fatores. Confira a seguir! https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 54 Exemplo prático Pretende-se avaliar para penhor uma residência localizada na Rua das Abelhas, n º 35, lote 35, quadra A, bairro Jardim São Paulo, na cidade de São Paulo-SP (2ª zona – IF=169,52 R$/m²). Características complementares do imóvel avaliando: A edificação possui dois pavimentos, totalizando 200m² de área, está construída em um lote de 250m² (10m de frente e 25m de profundidade), possui padrão econômico de acabamento, estado de conservação necessitando de reparos importantes, idade de 30 anos e a seguinte divisão interna: • Garagem; • Sala de estar e sala de jantar; • Cozinha; • Área de serviço; • Banheiro social; • 4 quartos, sento 3 suítes; • Varanda. Elementos da amostra do mercado: D a d o s Tipo Fre nte (m) Profu ndida de (m) Área do lote (m²) Área da edificaç ão (m²) Índice fiscal (R$/m²) Idade (anos) Estado de conserv ação Padrão de acabamento Valor de oferta (r$) 1 lote 9 25 225 - 160,60 - - - 100000,00 2 casa 5 25 125 180 165,06 10 E econômico 250000,00 3 casa 5 25 125 180 169,52 10 E econômico 250000,00 4 casa 7 25 175 50 191,82 8 E rústico 120000,00 5 casa 5 25 125 220 191,82 20 F econômico 250000,00 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 55 6 casa 5 50 250 150 191,82 30 G proletário 150000,00 RESOLUÇÃO Passo 01: Escolha dos fatores A partir dos dados já fornecidos, o primeiro passo para a resolução desse problema é a escolha dos fatores de homogeneização que serão utilizados pelo modelo e, para isso, é imprescindível conhecer as características do imóvel avaliando. Desse modo, os fatores escolhidos serão: • Fator oferta, pois os elementos da amostra fornecem apenas o preço de oferta e necessitamos do valor real; • Fator localização, pois os imóveis da amostra possuem índices fiscais variados; • Fatores de forma aplicáveis ao terreno, pois os terrenos possuem formas variadas; • Fator de acabamento, pois os imóveis da amostra possuem padrão de acabamento diferentes entre si;• Fator de conservação, pois os imóveis da amostra estão em estados de conservação diferentes. Passo 02: Cálculo dos fatores Após escolhermos os fatores utilizados no modelo, iremos calculá-los, utilizando como referência os valores fornecidos pela Norma de Avaliação de Imóveis Urbanos de IBAPE de SP, pois é onde o imóvel está localizado. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 56 Fator de oferta Como não é possível determinar o fator oferta com a informação disponíveis, recomenda-se adotar o valor de 0,90, considerando um desconto de 10% no momento da transação em relação ao valor de oferta. Fator localização Esse fator pode ser obtido utilizando a relação entre índices fiscais conforme abaixo: l IFAF = IFD Dessa forma, temos: Tabela 4.1 – Fator localização Dados Índice fiscal (R$/m²) Fator Localização - Fl 1 160,60 169,52/160,60=1,056 2 165,06 169,52/165,06=1,027 3 169,52 169,52/169,52=1,000 4 160,82 169,52/160,82=0,884 5 191,82 169,52/191,82=0,884 6 191,82 169,52/191,82=0,884 Avaliando 169,52 169,52/169,52=1,000 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 57 Fatores de forma Tabela 4.2 - Fatores de forma Zonas Fatores Residencial Fr Pmin Pmáx f p 1ª Zona - Residencial Horizontal Popular 5 15 30 Não se aplica Não se aplica 2ª Zona - Residencial Horizontal Médio 10 25 40 0,2 0,5 3ª Zona - Residencial Horizontal Padrão Alto 15 30 60 0,15 0,5 - Fator testada O fator testada é função exponencial da proporção entre a frente projetada e a frente de referência, pela seguinte expressão: f r f p FF = F Dessa forma, sabendo que para imóveis localizados na 2ª zona residencial Fr=10 m e f=0,2, temos: Tabela 4.3 – Fator testada Dados Frente do terreno (m) Fator Testada - Ft 1 9 (10/9)0,2=1,021 2 5 (10/5)0,2=1,149 3 5 (10/5)0,2=1,149 4 7 (10/7)0,2=1,074 5 5 (10/5)0,2=1,149 6 5 (10/5)0,2=1,149 Avaliando 10 (10/10)0,2=1,000 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 58 - Fator profundidade Esse fator é calculada para cada situação, conforme a seguir: a) Se Pmín ≤ Pe ≤ Pmáx, então pF =1; b) Se 0,5.Pmín < Pe < Pmín, então p mín p e PF = P ; c) Se Pe < 0,5.Pmín, então p pF =0,5 ; d) Se Pmáx < Pe < 3.Pmáx, então p p emáx máx máx 1F = (P /Pe)+[1-(P /Pe)].(P /P ) ; e) Se Pe > 3.Pmáx, então p máxF =3.P . Dessa forma, sabendo que sabendo que para imóveis localizados na 2ª zona residencial Pmín=25 m, Pmáx=40 m, p=0,5, temos: Tabela 4.4 – Fator profundidade Dados Profundidade equivalente (m) Fator profundidade - Fp 1 25 1,00 2 25 1,00 3 25 1,00 4 25 1,00 5 25 1,00 6 50 1/[(40/50+(1-40/50)*(40/50)0,5)]=0,344 Avaliando 25 1,00 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 59 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://go.hotmart.com/T20465216E 60 Fator padrão de acabamento Para esse fator, faremos uso os valores unitários publicados pelo caderno de Valores de Edificações de Imóveis Urbanos do IBAPE/SP para eliminar as diferenças relativas aos detalhes de acabamento entre diferentes imóveis da amostra. Desse modo, temos: Fpa,rústico,mínimo=0,409 Fpa,proletário,mínimo =0,624 Fpa,econômico,mínimo =0,919 Fator conservação Para ajustar as diferenças entre a idade aparente e estado de conservação poderão ser calculados os índices de depreciação, preferencialmente pelo Critério de Ross- Heidecke, conforme a seguinte formulação: ocF =R+K(1-R) . https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 61 Tabela 4.5 – Vida referencial e valor residual Classe Tipo Padrão Idade referencial (anos) Valor residual (%) Residencial Barraco Padrão rústico 5 0 Padrão simples 10 0 Casa Padrão rústico 60 20 Padrão proletário 60 20 Padrão econômico 70 20 Padrão simples 70 20 Padrão médio 70 20 Padrão superior 70 20 Padrão fino 60 20 Padrão luxo 60 20 Apartamento Padrão econômico 60 20 Padrão simples 60 20 Padrão médio 60 20 Padrão superior 60 20 Padrão fino 50 20 Padrão luxo 50 20 Comercial, serviço e industrial Escritório Padrão econômico 70 20 Padrão simples 70 20 Padrão médio 60 20 Padrão superior 60 20 Padrão fino 50 20 Padrão luxo 50 20 Galpão Padrão econômico 60 20 Padrão simples 60 20 Padrão médio 80 20 Padrão superior 80 20 Especial Cobertura Padrão simples 20 10 Padrão médio 20 10 Padrão superior 30 10 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 62 Tabela 4.6 – Coeficiente de Ross-Heidecke (continua) Idade em % da vida referencial Estado de conservação A B C D E F G H 0,00% 0,32% 2,52% 8,09% 18,10% 33,20% 52,60% 75,20% 2% 0,990 0,990 0,965 0,910 0,811 0,661 0,469 0,246 4% 0,979 0,979 0,955 0,900 0,802 0,654 0,464 0,243 6% 0,968 0,968 0,944 0,890 0,793 0,647 0,459 0,240 8% 0,957 0,957 0,933 0,879 0,784 0,639 0,454 0,237 10% 0,945 0,945 0,921 0,868 0,774 0,631 0,448 0,234 12% 0,933 0,933 0,909 0,857 0,764 0,623 0,442 0,231 14% 0,920 0,920 0,897 0,846 0,754 0,615 0,436 0,228 16% 0,907 0,907 0,884 0,834 0,743 0,606 0,430 0,225 18% 0,894 0,894 0,871 0,822 0,732 0,597 0,424 0,222 20% 0,880 0,880 0,858 0,809 0,721 0,578 0,417 0,218 22% 0,866 0,866 0,844 0,796 0,709 0,578 0,410 0,215 24% 0,851 0,851 0,830 0,782 0,697 0,569 0,404 0,211 26% 0,836 0,836 0,815 0,769 0,685 0,559 0,396 0,207 28% 0,821 0,830 0,800 0,754 0,672 0,548 0,389 0,204 30% 0,805 0,805 0,785 0,740 0,659 0,538 0,382 0,200 32% 0,789 0,789 0,769 0,725 0,646 0,527 0,374 0,196 34% 0,772 0,772 0,753 0,710 0,632 0,516 0,366 0,192 36% 0,755 0,755 0,736 0,695 0,619 0,505 0,358 0,187 38% 0,738 0,738 0,719 0,678 0,604 0,493 0,350 0,183 40% 0,712 0,712 0,701 0,662 0,590 0,481 0,341 0,179 42% 0,702 0,702 0,684 0,645 0,575 0,469 0,333 0,174 44% 0,683 0,683 0,666 0,628 0,560 0,456 0,324 0,169 46% 0,664 0,664 0,648 0,611 0,544 0,444 0,315 0,165 48% 0,645 0,645 0,629 0,593 0,528 0,431 0,306 0,160 50% 0,625 0,625 0,609 0,574 0,512 0,418 0,296 0,155 52% 0,605 0,605 0,581 0,560 0,495 0,404 0,287 0,150 54% 0,584 0,584 0,570 0,537 0,479 0,390 0,277 0,145 56% 0,563 0,563 0,549 0,518 0,461 0,376 0,367 0,140 58% 0,542 0,542 0,528 0,498 0,444 0,362 0,257 0,134 60% 0,512 0,512 0,507 0,478 0,426 0,347 0,247 0,129 62% 0,498 0,498 0,485 0,458 0,408 0,333 0,246 0,123 64% 0,475 0,475 0,463 0,437 0,389 0,387 0,225 0,118 66% 0,452 0,452 0,441 0,416 0,310 0,302 0,214 0,112 68% 0,429 0,429 0,418 0,394 0,351 0,286 0,203 0,106 70% 0,405 0,405 0,395 0,372 0,332 0,271 0,192 0,092 72% 0,378 0,381 0,371 0,150 0,312 0,254 0,181 0,094 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 63 Tabela 4.6 – Coeficiente de Ross-Heidecke (continuação) Idade em % da vida referencial Estado de conservação A B C D E F G H 0,00% 0,32% 2,52% 8,09% 18,10% 33,20% 52,60% 75,20% 74% 0,356 0,356 0,347 0,327 0,292 0,238 0,169 0,088 76% 0,331 0,331 0,323 0,304 0,271 0,221 0,157 0,082 78% 0,306 0,306 0,273 0,281 0,251 0,104 0,145 0,076 80% 0,280 0,280 0,273 0,257 0,229 0,187 0,133 0,069 82% 0,254 0,254 0,247 0,233 0,208 0,170 0,120 0,063 84% 0,227 0,227 0,222 0,209 0,186 0,152 0,108 0,056 86% 0,200 0,200 0,195 0,184 0,164 0,134 0,095 0,050 88% 0,173 0,173 0,168 0,159 0,142 0,115 0,082 0,043 90% 0,145 0,145 0,141 0,133 0,119 0,0970,069 0,036 92% 0,117 0,167 0,114 0,107 0,096 0,073 0,055 0,029 94% 0,088 0,088 0,086 0,081 0,072 0,059 0,042 0,022 96% 0,059 0,059 0,058 0,054 0,049 0,040 0,028 0,015 98% 0,030 0,030 0,029 0,027 0,024 0,020 0,020 0,002 100% 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 A partir dos valores fornecidos pela tabela 4.5, podemos agora calcular o valor da porcentagem de vida em relação à idade referencial dos imóveis: https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 64 Tabela 4.7 – Coeficiente de conservação Dados Padrão de acabamento Idade real (anos) Idade referencial - IR (anos) Idade em % da vida referencial 1 - - - - 2 Residencial econômico 10 70 10/70=14,28% 3 Residencial econômico 10 70 10/70=14,28% 4 Residencial rústico 8 60 08/60=13,33% 5 Residencial econômico 20 70 20/70=28,57% 6 Residencial proletário 30 60 30/60=50,00% Aval. Residencial econômico 30 70 30/70=42,87% De posse dos valores das tabelas anteriores, o fator de conservação para os imóveis são: Tabela 4.8 – Coeficiente de conservação Dados Idade em % da vida referencial Estado de conserv. Valor residual -R Coeficien te de Ross - K Fator conservação - Foc 1 - - - - - 2 14,28% E 0,20 0,754 0,2+0,754(1-0,2)=0,8032 3 14,28% E 0,20 0,754 0,2+0,754(1-0,2)=0,8032 4 13,33% E 0,20 0,754 0,2+0,754(1-0,2)=0,8032 5 28,57% F 0,20 0,548 0,2+0,548(1-0,2)=0,6384 6 50,00% G 0,20 0,296 0,2+0,296(1-0,2)=0,4368 Aval. 42,87% E 0,20 0,575 0,2+0,575(1-0,2)=0,6600 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 65 Passo 03: Cálculo do valor das benfeitorias da amostra De acordo com o tratamento por fatores, o valor de uma edificação pode ser obtida por: c pa occ .V =A .CUB.F F Desse modo, de acordo com o SIDUSCON, sabendo que o custo unitário básico (CUB) de uma residência do tipo multifamiliar de padrão normal em São Paulo é 1.431,53 R$/m², temos: Tabela 4.9 – Valor da edificação Dados Área da edificação (m²) CUB (R$/m²) Fpa Foc Valor da edificação (R$) 1 - - - - - 2 180 1.431,53 0,919 0,8032 190200,72 3 180 1.431,53 0,919 0,8032 190200,72 4 50 1.431,53 0,409 0,8032 23513,51 5 220 1.431,53 0,919 0,6384 184770,02 6 150 1.431,53 0,624 0,4368 58527,36 Passo 04: Cálculo do valor dos terrenos da amostra Para encontrarmos o valor remanescente referente ao terreno dos imóveis da amostra, aplicaremos o fator de oferta de 0,90 sobre o preço de oferta e encontraremos o valor negociado, conforme abaixo: https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 66 Tabela 4.10 – Valor do terreno Dados Valor de oferta (R$) Valor negociado (R$) Valor da edificação (R$) Valor do terreno (R$) 1 100000 90000 - 90000,00 2 250000 225000 190200,72 34799,28 3 250000 225000 190200,72 34799,28 4 120000 108000 23513,51 84486,49 5 250000 225000 184770,02 40229,98 6 150000 135000 58527,36 76472,64 Passo 05: Aprimoramento da amostra Após a homogeneização dos dados, o próximo passo é o saneamento da amostra, que consiste na utilização da estatística para eliminar eventuais discrepâncias que podem comprometer a amostra. Cálculo da média dos valores unitários homogeneizados dos elementos da amostra Para isso, primeiro precisamos realizar a homogeneização de cada elemento, individualmente, pela expressão abaixo e, após isso, calcular a média aritmética normalmente. u r n1 2 3V =V [1+(F -1)+(F -1)+(F -1) ...+(F -1)]⋅ + https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 67 Tabela 4.11 – Coeficiente de conservação Dados Valor do terreno (R$) At (m²) Vr (R$/m²) Fl Ft Fp Vu (R$/m²) 1 90000,00 225 400,0 1,056 1,02 1,0000 369,20 2 34799,28 125 278,4 1,027 1,15 1,0000 229,39 3 34799,28 125 278,4 1,000 1,15 1,0000 236,91 4 84486,49 175 482,8 0,884 1,07 1,0000 503,06 5 40229,98 125 321,8 0,884 1,15 1,0000 311,22 6 76472,64 250 305,9 0,884 1,15 0,3440 496,46 Tabela 4.12 – Coeficiente de conservação Dados Vu (R$/m²) Média (R$/m²) Desvio padrão (R$/m²) 1 369,20 357,71 121,43 2 229,39 3 236,91 4 503,06 5 311,22 6 496,46 Para esse passo, vale observar que todos os valores da amostra então contidos no intervalo u0,5.x V 2.x< < , então essa amostra é satisfatória. Verificação pelo critério excludente de Chauvenet O saneamento da amostra também pode ser feito utilizando o critério excludente de Chauvenet para pequenas amostras. Para isso, os valores críticos da amostra serão calculados conforme equação abaixo e depois serão comparados com o valor crítico determinado pela tabela 4.13. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 68 Tabela 4.13 – Critério de Chauvenet para rejeição de valor medido Número de leituras, n Razão entre o máximo desvio aceitável e o desvio padrão, dmáx/S 3 1,38 4 1,54 5 1,65 6 1,73 7 1,8 10 1,96 mín inf 357,71 229,39 1,057 121,43 x-xR = S − = = < 1,73 máxsup 6R 1,19 x -x 503,06- , 121,4 357 3 71= S = = < 1,73 Como os valores de Rinf e Rsup estão abaixo do valor crítico para 6 elementos 1,73, a amostra é satisfatória e a média amostral poderá ser usado para representar o valor homogeneizado do terreno avaliando. Passo 06: Cálculo do intervalo de confiança Para o cálculo dos limites de confiança, segundo a Teoria Estatística das Pequenas Amostras (n<30), temos: máx (c;n-1) 357,71 1,4759 5(n-1) S 121,43x =x+t + =⋅ ⋅ xmáx= 437,86 R$/m² mín (c;n-1) 0,5 537,71 1,4759 5 S 121,43x =x-t (n-1) = −⋅ ⋅ xmín= 277,56 R$/m² https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 69 Tabela 4.14 – Valor percentual para a distribuição “t” de para grau de liberdade n-1 e grau de confiança “c” Unilateral 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0,025 0,01 0,005 Bilateral 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,05 0,02 0,01 c 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,95 0,98 0,99 GL 1 1,0000 1,3764 1,9626 3,0777 6,3138 12,7062 31,8205 63,657 2 0,8165 1,0607 1,3862 1,8856 2,92 4,3027 6,9646 9,9248 3 0,7649 0,9785 1,2498 1,6377 2,3534 3,1824 4,5407 5,8409 4 0,7407 0,941 1,1896 1,5332 2,1318 2,7764 3,7469 4,6041 5 0,7267 0,9195 1,1558 1,4759 2,015 2,5706 3,3649 4,0321 6 0,7176 0,9057 1,1342 1,4398 1,9432 2,4469 3,1427 3,7074 7 0,7111 0,896 1,1192 1,4149 1,8946 2,3646 2,998 3,4995 8 0,7064 0,8889 1,1081 1,3968 1,8595 2,306 2,8965 3,3554 9 0,7027 0,8834 1,0997 1,383 1,8331 2,2622 2,8214 3,2498 10 0,6998 0,8791 1,0931 1,3722 1,8125 2,2281 2,7638 3,1693 11 0,6974 0,8755 1,0877 1,3634 1,7959 2,201 2,7181 3,1058 12 0,6955 0,8726 1,0832 1,3562 1,7823 2,1788 2,681 3,0545 13 0,6938 0,8702 1,0795 1,3502 1,7709 2,1604 2,6503 3,0123 14 0,6924 0,8681 1,0763 1,345 1,7613 2,1448 2,6245 2,9768 15 0,6912 0,8662 1,0735 1,3406 1,7531 2,1314 2,6025 2,9467 16 0,6901 0,8647 1,0711 1,3368 1,7459 2,1199 2,5835 2,9208 17 0,6892 0,8633 1,069 1,3334 1,7396 2,1098 2,5669 2,8982 18 0,6884 0,862 1,0672 1,3304 1,7341 2,1009 2,5524 2,8784 19 0,6876 0,861 1,0655 1,3277 1,7291 2,093 2,5395 2,8609 20 0,687 0,86 1,064 1,3253 1,7247 2,086 2,528 2,8453 21 0,6864 0,8591 1,0627 1,3232 1,7207 2,0796 2,5176 2,8314 22 0,6858 0,8583 1,0614 1,3212 1,7171 2,0739 2,5083 2,8188 23 0,6853 0,8575 1,0603 1,3195 1,7139 2,0687 2,4999 2,8073 24 0,6848 0,8569 1,0593 1,3178 1,7109 2,0639 2,4922 2,7969 25 0,6844 0,8562 1,0584 1,3163 1,7081 2,0595 2,4851 2,7874 26 0,684 0,8557 1,0575 1,315 1,7056 2,0555 2,4786 2,7787 27 0,6837 0,8551 1,0567 1,3137 1,7033 2,0518 2,4727 2,7707 28 0,6834 0,8546 1,056 1,31251,7011 2,0484 2,4671 2,7633 29 0,6830 0,8542 1,0553 1,3114 1,6991 2,0452 2,462 2,7564 ∞ 0,6747 0,8420 1,0370 1,2824 1,6464 1,9623 2,3301 2,5808 Desse modo, qualquer valor usado dentro deste intervalo pode ser utilizado para representar o valor do imóvel avaliando, com pelo menos 80% de confiança. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 70 Passo 07: Cálculo do campo de arbítrio O campo de arbítrio é outro tipo de intervalo, que engloba uma variação de mais ou menos 15% em torno do preço estimado, logo: xmáx= 411,37 R$/m² xmín= 304,05 R$/m² No entanto, esse intervalo só é usado para arbitrar o valor do avaliando caso haja extrapolação do modelo, o que não é nosso caso. Passo 08: Estimativa do valor do imóvel avaliando Após o saneamento da amostra, iremos estimar o valor do imóvel avaliando, que deverá ser a soma do valor do terreno e o valor da edificação. Valor do terreno O valor do terreno por meio do tratamento por fatores será calculado conforme expressão a seguir: t u t n1 2 3 VV = A[1+(F -1)+(F -1)+(F -1)...+(F -1)] ⋅ t 357,71V = 250[1+(1-1)+(1-1)+(1-1)] ⋅ Vt = R$ 89.427,50 Valor da construção O valor da benfeitoria existente neste terreno pode ser calculada por: c pa occ . 200.1431,53.0,919.0,66V =A .C.F F = https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 71 Vt = R$ 173.656,04 Valor total Portanto, o valor final será: VT=89427,50+173656,04 = R$ 263.083,54 VT = R$ 265.000,00 Passo 09: Enquadramento do modelo Por fim, a última etapa do tratamento por fatores é o enquadramento do modelo de acordo com o Grau de Precisão e o Grau de Fundamentação. Primeiramente, utilizaremos a tabela 4.15 e classificaremos cada um dos itens no grau adequado, lembrando que o Grau III vale 3 pontos, o II vale 2 pontos e o I vale 1 ponto. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 72 Tabela 4.15 – Grau de fundamentação para tratamento por fatores Item Descrição Grau III II I 1 Caracterizaçã o do imóvel avaliando Completa quanto a todos os fatores analisados Completa quanto aos fatores utilizados no tratamento Adoção de situação paradigma 2 Quantidade mínima de dados de mercado, efetivamente utilizados 12 5 3 3 Identificação dos dados de mercado Apresentação de informações relativas a todas as característica s dos dados analisadas, com foto e característica s observadas pelo autor do laudo Apresentação de informações relativas a todas as característica s dos dados analisadas Apresentação de informações relativas a todas as características dos dados correspondente s aos fatores utilizados 4 Intervalo admissível de ajuste para o conjunto de fatores 0,80 a 1,25 0,50 a 2,00 0,40 a 2,50* *No caso de utilização de menos de cinco dados de mercado, o intervalo admissível de ajuste é de 0,80 a 1,25, pois é desejável que, com um número menor de dados de mercado, a amostra seja menos heterogênea. Feito isso, o resultado da pontuação foi de 07 pontos. No entanto, devido ao item 04, teremos que enquadrar o laudo no Grau de Fundamentação I. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 73 Tabela 4.16 – Critérios de enquadramento do laudo no Grau de Fundamentação Graus III II I Pontos mínimos 10 6 4 Itens obrigatórios Itens 2 e 4 no grau III, com os demais no mínimo no grau II Itens 2 e 4 no mínimo no grau II e os demais no mínimo no grau I Todos, no mínimo no grau I Por último, basta enquadrar o laudo (considerando a não extrapolação dos dados) na tabela 4.17, referente ao Grau de Precisão do modelo. Sendo a Amplitude calculada por: mín máx(x-x )+(x -x) 100A= x ⋅ (357,71-277,56)+(437,86-357,71) 100A= 44,81% 357,71 ⋅ = Tabela 4.17 – Critério de enquadramento do laudo no Grau de Precisão Descrição Grau III II I Amplitude do intervalo de confiança de 80% em torno da estimativa de tendência central ≤ 30 % ≤ 40 % ≤ 50 % https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 74 RESULTADO De posse de todos os cálculos realizados e dos dados disponíveis, o valor de mercado para a residência avaliada foi de R$ 263.083,54, podendo ser arredondado (em até 1% para mais ou menos) para o valor de R$ 265.000,00, resultando em uma Avaliação de Grau de Fundamentação I e Grau de Precisão I. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 75 “Os fatores de forma são aplicáveis exclusivamente ao valor do terreno.” https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 76 5 inferência estatística para avaliação de imóveis Iremos agora aprender sobre um dos métodos de tratamento de dados: o tratamento científico por meio da inferência estatística utilizando a regressão linear, com base nos procedimentos normatizados pela ABNT NBR 14.653: Avaliação de Bens – Parte 2: Imóveis Urbanos (anexo A). Mas, antes disso tudo, iremos fazer uma breve revisão para relembrarmos alguns conceitos básicos relacionados à estatística. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 77 Introdução à estatística Antes de aprendermos a avaliar um imóvel utilizando o tratamento científico por inferência estatística, precisamos revisar alguns conceitos básicos relacionados à estatística para que tenhamos um entendimento completo de todos os termos utilizados no decorrer desse capítulo. O primeiro conceito básico que veremos agora é a diferença entre População, Amostra e Elemento, que utilizamos bastante ao tratarmos do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado. Vejamos: População, Amostra e Elemento População é o conjunto de elementos com pelo menos uma característica em comum, enquanto amostra é um subconjunto de uma população utilizada para efeito de estudo estatístico. Em outras palavras, amostra é apenas uma pequena parte de uma população e é utilizada quando se deseja analisar o comportamento de uma população, sem necessariamente analisar todos os seus elementos. E, para isso, é feito um levantamento estatístico. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ 78 População, elemento e amostra Medidas de tendência central O próximo conceito que veremos são as medidas de tendência central, que servem para localizar a distribuição dos dados brutos com o objetivo de resumir um conjunto de elementos em um único número que representa a amostra. Existem 3 tipos de medida de tendência central, são eles: Média aritmética ( x ) A média aritmética nada mais é que a razão entre a soma de todos os elementos de um conjunto e o total de elementos. Moda (Mo) A moda é o valor que aparece com mais frequência em um conjunto de dados, ou seja, o valor que aparece um maior número de vezes. https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2019/11/elemento-populacao-amostra.jpg 79 https://youtube.com/guiadaengenharia https://www.guiadaengenharia.com/ https://www.instagram.com/guiadaengenharia.oficial/ https://go.hotmart.com/T20465216E 80 Mediana (Md) Por fim, a mediana é o valor de centro
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