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Conceitos e Fundamentos da Logística

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31/05/2020 Logística
https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/processos_logisticos/html/logistica/index.html 1/23
Logística – Conceito, princípios e
fundamentos da cadeia logística e sua
função dentro da organização
A gestão da logística é primordial na condução do processo produtivo
de qualquer organização, pois atua desde a aquisição dos materiais até a
entrega ao cliente final com total qualidade.
Conhecer os conceitos, os fluxos e as ferramentas abordados neste
tópico é importante para as funções do técnico em administração, pois, no
desempenho de suas atividades, fará uso desses conhecimentos.
Conceitos
É importante abordarmos alguns conceitos de logística. Acompanhe a
seguir a definição de cada autor:
Clique nas abas para visualizar o conteúdo.
Para Verlangieri (apud Freitas Jr., 2013), logística é um
“sistema de administrar qualquer tipo de negócio de forma
integrada e estratégica, planejando e coordenando todas as
atividades, otimizando todos os recursos disponíveis, visando ao
ganho global no processo no sentido operacional e financeiro”.
Uma outra definição bastante abrangente é:
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https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/processos_logisticos/html/logistica/index.html 2/23
Processo de planejar, implementar e
controlar eficientemente, ao custo correto, o
fluxo e a armazenagem de matérias-primas e
estoque durante a produção e produtos
acabados, e as informações relativas a estas
atividades, desde o ponto de origem até o ponto
de consumo, visando a atender aos requisitos
do cliente.
(Council of logistics management, Freitas Jr.,
2013)
Já o American English Dictionary Collins Gem Webster’s
(apud Freitas Jr., 2013), define a logística como o “transporte;
armazenamento e abastecimento de tropas; organização de
qualquer projeto; operação”. Uma visão complementar nos é
dada por Ronald H. Ballou (apud Freitas Jr., 2013):
Todas as atividades de movimentação e
armazenagem que facilitem o fluxo de produtos,
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até
o ponto de consumo final, assim como dos
fluxos de informação que coletam os produtos
em movimento com o propósito de providenciar
níveis de serviço adequados aos clientes a um
custo razoável.
Segundo Salgado (2014), a logística caminha
rigorosamente através de processos e atividades realizados
sequencialmente pelas organizações, formando uma cadeia que
vai chegar até o cliente final. A logística perfeita é aquela que
acontece naturalmente, sem restrições, até o seu destino final.
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Em relação a outros países, no Brasil, a logística ainda deixa
muito a desejar, principalmente pela pouca diversificação de
modais, já que no país 67% das cargas são transportadas por
caminhões.
Princípios e fundamentos da cadeia logística
A logística, para Santana (2013), tem como princípios e fundamentos
gerenciar estrategicamente toda a organização, tornando possível a
maximização dos lucros e reduzindo os custos. Isso faz com que a logística,
mais do que nunca, tenha um papel fundamental na condução dos negócios
na empresa.
Cadeia logística
Atualmente, segundo Santana (2013), a cadeia logística busca a
interação das rotinas da organização e sua troca de informações, pois todas
fazem parte de um processo único, cujo objetivo final é atender o cliente
final, em todos os sentidos. Por isso, não existe razão para administrar os
processos separadamente. Sempre se deve buscar mais qualidade nos
processos, manter o foco nos serviços prestados e procurar reduzir os
prazos, gerando, assim, uma melhoria na estrutura de custos.
Ainda para Santana (2013), a função da cadeia logística dentro da
organização é fornecer uma forma organizada de perceber e gerir todos os
processos que produzem valor para o cliente final, resultando em um
produto ou serviço na qualidade esperada. Mundialmente, os sistemas
logísticos formam bases para o alto padrão competitivo das organizações.
Um sistema logístico eficiente permite a uma determinada região explorar
suas vantagens e exportar produtos para outros lugares. Lembre-se de que
a cadeia logística, conforme alguns autores, também pode ser chamada de
cadeia de suprimentos.
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Terminologias comuns
Para unificarmos a compreensão dos termos empregados no contexto
da logística, veremos algumas siglas e expressões comumente utilizadas
durante os processos diários, conforme estabelecidas por Freitas Jr. (2013):
ACF – Espaço cúbico permitido
Acuracidade – Grau de precisão em qualquer processo que
busca padrão e conformidade
ADR – Transporte de artigos perigosos
Agente de carga – Companhia envolvida na coleta, na
consolidação, no envio e na distribuição de mercadorias vindas
de outros países
AGVS – Sistema de veículo guiado automaticamente
AWB – Conhecimento de transporte aéreo
Bar code – Código de barras
Batch pick – Separação em lote
Bitola – Largura entre as faces interiores dos trilhos em
uma via férrea
Bulk cargo – Carga a granel
Cabotagem – Navegação em águas territoriais de
determinado país
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Calado – Designação dada à profundidade a que se
encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação
Classificação ABC – Classificação de produtos que utiliza
critérios de demanda e valor
CFR – Custo e frete
Contêiner – Caixa metálica lacrada e reutilizável usada
para o transporte de mercadorias por via marítima ou ferroviária
CRM – Gerenciamento do relacionamento com o cliente
Cubagem – Volume cúbico disponível para estocar ou
transportar
Custo logístico – Somatório do transporte, da
armazenagem e da manutenção do estoque
DSE – Declaração simplificada de exportação
ECR – Resposta eficiente ao consumidor
EDI – Intercâmbio eletrônico de dados
Embalagem – Invólucro, recipiente ou qualquer forma de
acondicionamento, destinado a conter, cobrir, empacotar,
envasar, proteger ou manter o produto
EPI – Equipamento de Proteção Individual
Entreposto – Armazém utilizado para estocar mercadorias
que aguardam liberação, autorizado pela alfândega
FCL – Contêiner completo
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FCR – Certificado de recebimento do agente de transporte
Flow shop – Tipo de unidade fabril com foco no produto, em
que grandes lotes de produtos padronizados são produzidos no
mesmo sistema de produção
Forecasting – Previsões de tempo
Fullfilment – Indica o atendimento no prazo acordado entre
fornecedor e cliente/usuário
Giro de estoque – Demanda anual dividida pelo estoque
médio mensal
Inbound – Operação de recebimento
Layday – Estadia do navio no porto
Lead time – Prazo de fornecimento de um produto ou
serviço
Lote econômico – Quantidade suficiente para compensar a
produção de um item
Merge in transit – Estrutura logística sem depósitos para
distribuição de entregas consolidadas de artigos para clientes
com mais de um fabricante
Milk run – Operação em que o comprador retira a
mercadoria no fornecedor dentro de uma programação previa
MPT – Manutenção produtiva total
OTM – Operador de transporte multimodal
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PCP – Planejamento e controle da produção
Pallet – Unidade semelhante a um estrado, em geral de
madeira, utilizado para unitização de cargas
Pert – Técnica de avaliação e revisão de projetos
Pick and pack – Separar, etiquetar e embalar materiais
Popa – Parte traseira do navio
Proa – Parte dianteira do navio
QR – Resposta rápida
Rodotrem – Trata-se de um acordo de dois semirreboques
unidos por meio de um dolly de dois eixos
Rush order – Pedido crítico, que deve ser processadocom
um lead time inferior ao utilizado normalmente
SCM – Gerenciamento da cadeia de abastecimento
Ship broker – Agente marítimo
Shipping area – Área de expedição
Sider – Carroceria de um veículo que tem lonas retráteis
em suas laterais
Sourcing – Compra de produtos ou serviços de
fornecedores externos
SKU – Unidade de manutenção de estoque
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Supply chain management – Gerenciamento da cadeia de
abastecimento
Tara – Peso de um veículo sem carga
TEU – Contêiner intermodal de 20 pés
TKU – Toneladas transportadas por quilometro útil
Toco – Caminhão que tem um único eixo na carroceria
TQC – Controle da qualidade total
TQM – Gestão da qualidade total
Transbordo – Transferência de mercadorias
Trade-off – Compensação de custos
Trapiche – Armazém de produtos localizado junto ao cais
Truck – Veículo que possui o eixo duplo na carroceria
Turnover – Rotatividade de pessoal
Unitização – Vários volumes pequenos, em um recipiente
maior, com o intuito de melhorar a sua movimentação
UPC – Código universal de produto
VCL – Veículo leve de carga
VWI – Estoque gerenciado pelo fornecedor
VUC – Veículo urbano de carga
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WMS – Sistemas de gerenciamento de armazém
Internacionalização
A internacionalização das relações comerciais está diretamente ligada
à globalização. O desenvolvimento das tecnologias de informação e
comunicação, associado ao desenvolvimento dos transportes e à
internacionalização da economia, torna cada vez mais comuns as trocas
comerciais entre países. Isso afeta diretamente a logística, que também
trata das atividades logísticas internacionais, sendo chamada de logística
internacional.
Hoje em dia, o amplo uso da internet acelerou e barateou as
comunicações de uma forma nunca antes imaginada. Além disso, o uso
cada vez mais frequente de contêineres, que por sua vez torna mais barato
o transporte e o manuseio de cargas volumosas, também contribui em muito
para a internacionalização da logística.
Muitas vezes, fica mais em conta para uma indústria encomendar
peças de outro país para serem inseridas em seu produto final do que
comprá-las nacionalmente. Mesmo as exportações e importações de
produtos acabados, com frequências vantajosas economicamente, implicam
a utilização da logística em nível internacional.
Influência do ambiente externo na logística internacional
Há vários fatores externos que podem influenciar diretamente a
logística internacional, passaremos a abordar os mais relevantes deles
agora, conforme classificação feita por Caxito (2014).
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Clique nas abas para visualizar o conteúdo.
Transporte internacional
É um dos fatores que determinam o sucesso de uma operação logística
internacional. Aqui, é importante ter em mente o transit time, que é o
prazo de tempo que decorre desde o embarque da carga para o frete
internacional até seu desembarque no destino final. A operação pode
até ser inviabilizada caso o transit time seja longo.
Movimentação em terminais
A movimentação em terminais portuários, aeroportuários ou pontos de
fronteira pode implicar grandes custos e prazos demorados. Assim, é
imprescindível que se faça um estudo prévio de preços e prazos antes
de se escolher quais serão utilizados.
Procedimentos aduaneiros
Estes procedimentos, também chamados de procedimentos
alfandegários, variam de acordo com o tipo de produto que está sendo
importado ou exportado. É muito importante saber os procedimentos
aduaneiros de cada país ou bloco de países a fim de realizar uma ótima
gestão de logística internacional.
No tocante a este último item, convém fazer a distinção entre os
diversos tipos de regimes aduaneiros atípicos que, ainda segundo Caxito
(2014), "são regras ou procedimentos que visam regular situações especiais
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no comércio de importação e exportação de um país". A importância desses
regimes está nas vantagens de operação e financeiras que podem trazer às
organizações.
Regimes aduaneiros atípicos
A seguir, passaremos a uma classificação feita por Caxito (2014).
Clique nas abas para visualizar o conteúdo.
Drawback
É a desoneração de impostos na importação vinculada a um
compromisso de exportação, ou seja, é possível importar insumos, sem
incidência de impostos, contanto que sejam utilizados em bens que
serão exportados.
Admissão ou franquia temporária
Com suspensão total do pagamento de tributos, segundo o artigo 2.º da
Instrução Normativa RFB n.º 1600, de 14 de dezembro de 2015, "é o
que permite a importação de bens que devam permanecer no país
durante prazo fixado, com suspensão total do pagamento dos (...)
tributos incidentes na importação".
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Exportação temporária
Segundo o artigo 90 da Instrução Normativa RFB nº 1600, de 14 de
dezembro de 2015, "é o que permite a saída do país, com suspensão
do pagamento do imposto de exportação, de bem nacional ou
nacionalizado, condicionado à reimportação em prazo determinado, no
mesmo estado em que foi exportado".
Trânsito aduaneiro
É a permissão do transporte de mercadorias entre um ponto e outro do
território aduaneiro, com suspensão de tributos.
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Entreposto aduaneiro
Conforme o estabelecido do art. 2.º ao 4.º da Instrução Normativa SRF
nº 241, de 6 de novembro de 2002:
Art. 2º O regime de entreposto aduaneiro aplica-se à
importação e à exportação. 
Art. 3º O regime de entreposto aduaneiro na importação
permite a armazenagem de mercadoria em local alfandegado
com suspensão do pagamento dos impostos incidentes.
Art. 4º O regime de entreposto aduaneiro na exportação
permite a armazenagem de mercadoria em local
alfandegado:
I - com suspensão do pagamento dos impostos, na
modalidade de regime comum; e
II - com direito à utilização dos benefícios fiscais relativos à
exportação, antes do seu efetivo embarque para o exterior,
na modalidade de regime extraordinário.
Entreposto industrial
Nele há a permissão de importar insumos com suspensão de tributos
para serem incorporados a produtos industrializados que serão
direcionados ao mercado externo. Caso os produtos industrializados
sejam direcionados ao mercado nacional, haverá recolhimento de
tributos devidos.
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Entreposto industrial sob controle informatizado (RECOF)
A Secretaria da Receita Federal nos dá a seguinte definição:
O Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob
Controle Aduaneiro Informatizado (RECOF) é o que permite à
empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno,
com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a
serem submetidas a operações de industrialização de
produtos destinados à exportação ou mercado interno. É
também permitido que Parte da mercadoria admitida no
regime, no estado em que foi importada ou depois de
submetida a processo de industrialização, seja despachada
para consumo. A mercadoria, no estado em que foi
importada, poderá também ser exportada, reexportada ou
destruída.
Zonas francas
Visam à promoção do desenvolvimento econômico e social das regiões
onde estão localizadas. Nelas há a isenção de tributos. Ficam
localizadas nas proximidades de portos marítimos, fluviais ou aéreos.
Lojas francas
Os free shops, como são mais conhecidas as lojas francas, ficam
localizados em portos e aeroportos internacionais. São habilitadospela
Receita Federal e vendem mercadorias com suspensão de impostos.
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Logística reversa
Logística reversa, segundo Caxito (2014), “é a área da logística que
trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao
seu centro produtivo”. Esse já era um processo utilizado com o
reaproveitamento de vasilhames pelas indústrias de bebidas. Ao adquirir
bebidas, o consumidor levava as garrafas vazias ao fornecedor que, por sua
vez, as devolvia ao fabricante. Esse processo caiu em desuso com o
advento das embalagens descartáveis.
Segundo a definição elaborada pelo Council
of Logistics Management (apud Caxito,
2014), logística reversa é:
(...) a parte do processo da
cadeia de suprimento que
planeja, implementa e controla
de modo eficiente e eficaz o
fluxo direto e reverso e o
estoque de bens, serviços e
informação entre o ponto de
origem e o ponto de consumo
com o propósito de atender os
requisitos dos clientes.
O desenvolvimento da logística reversa nas empresas é de extrema
importância, pois, além de ser uma prática sustentável, que visa preservar o
meio ambiente, ela também pode reduzir bastante os custos de produção.
Ela possui uma lógica diversa da logística formal, pois visa ampliar a rede
de coleta e ter capilaridade.
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A logística reversa pode diminuir em grande parte o problema dos
resíduos sólidos no ambiente “por meio da reciclagem, da reutilização de
matérias-primas e do desenvolvimento de embalagens renováveis, cuidando
(...) do fluxo reverso de pós-consumo e de pós-venda” (CAXITO, 2014).
Explicando de outro modo, a logística reversa faz com que o produto,
após a destinação final, retorne ao ciclo de negócios ou seja depositado
adequadamente. Dessa forma, o processo de logística reversa liga a
empresa ao consumidor final e a seus fornecedores.
Muitas vezes, o fluxo dos produtos é priorizado apenas no sentido da
empresa para o cliente. Contudo, o fluxo reverso merece grande atenção.
Esse fluxo reverso pode ocorrer devido a recalls, ao vencimento do prazo de
validade dos produtos, à responsabilização, que pode estar prevista em lei,
pelo descarte adequado de produtos perigosos e de suas embalagens, etc.
Para Caxito (2014), é importante
“transformar o processo de retorno em
vantagem competitiva. Para isso, devem
ser tratados com a mesma seriedade (...)
que a parte da distribuição, pois envolvem
os mesmos elementos”. Em ambos, é
necessário o armazenamento, o
transporte, o fluxo de materiais etc.
Os processos se diferem no fato de a logística de distribuição ter início
em um único ponto, ou em poucos pontos, e se destinar para vários locais,
ao passo que a logística reversa parte desses vários locais com direção a
um único destino, a empresa produtora.
Do ponto de vista logístico, a vida de um produto não acaba quando
ele é entregue ao cliente. Os produtos podem sofrer danos ou estragos,
bem como tornarem-se obsoletos, sem contar o caso de embalagens de
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produtos perigosos, medicamentos etc. Sendo assim, eles são levados
novamente ao fornecedor para serem consertados ou descartados.
A logística reversa pode fazer uso de parte ou de todo o canal de
logística da empresa, ou possuir um canal exclusivo.
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Impactos da logística reversa
Passaremos a tratar de alguns fatores que influenciam o bom
desempenho do sistema de logística reversa, na visão de Caxito (2014).
Clique nas abas para visualizar o conteúdo.
Bom controle de entrada
Primeiramente, é preciso fazer a identificação de quais materiais
retornarão à organização e em que estado eles estarão. A equipe que
trabalhará neste setor deve estar capacitada para isso. Outra questão
essencial é identificar quais produtos podem ser revendidos, quais
podem ser recondicionados e quais devem ser reciclados.
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Redução do tempo de ciclo
Tempo de ciclo é o período decorrido entre a identificação de que o
material deve ser reciclado, a disposição ou retorno desse material e
seu processamento. Quando esse tempo é longo, além de ocupar
espaço, pode atrasar o fluxo de caixa, no caso de venda de sucata.
Para reduzir o tempo de ciclo, é fundamental que se estabeleça um
bom controle de entrada, que se tenha uma boa estrutura para
realização do fluxo reverso (equipe e equipamentos) e que se
estabeleçam procedimentos claros para lidar com as exceções, que
ocorrem com frequência.
Padronização e mapeamento de processos
A logística reversa precisa ser tratada como um processo regular. Para
tanto, os processos devem ser corretamente mapeados e os
procedimentos formalizados devem ser estabelecidos a fim de se obter
um bom desempenho.
Utilização de sistemas de informação
O desenvolvimento e a utilização de um sistema que facilite a gestão do
fluxo reverso são muito importantes. O sistema deve possibilitar o
rastreamento dos retornos, medir tempos de ciclo etc. a fim de agilizar o
processo e diminuir os custos.
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Planejamento da rede logística
É necessário definir uma infraestrutura logística adequada para receber
os materiais usados. É essencial ter instalações de processamento e
armazenagem, bem como sistema de transporte que ligue os pontos de
fornecimento onde serão coletados os materiais a serem reciclados, e
que os leve até as instalações onde serão processados.
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Estabelecimento de relações de colaboração
Uma solução que vale a pena ser estudada ao se projetar a logística
reversa é estabelecer parcerias ou alianças com outras organizações
que tenham programas ambientais ou que trabalhem com logística
reversa. A terceirização pode ser um caminho mais em conta do que
manter equipe na própria organização.
Para o estabelecimento de relações de colaboração, ainda
conforme Caxito (2014), também é fundamental que seja
dada bastante atenção para:
Viabilidade – Análise de fatores referentes à
competitividade, possíveis linhas de crédito ligadas ao
meio ambiente, identificação de parceiros ou empresas
terceirizadas.
Coleta – Rede consistente de coleta, otimização de fretes,
localização de postos de recepção, alternativas para
recepção e coleta, quantidade e volume de produtos que
retornam etc.
Processamento – O tipo de material que retorna define o
tipo de processamento que receberá. Dessa forma,
materiais perigosos, que representem possibilidade de
dano à saúde, terão que ser manuseados com os devidos
cuidados e equipamentos necessários. A disposição final
desses resíduos também terá que ser diferenciada. As
equipes que lidam com esses materiais devem ser
treinadas para que se evitem quaisquer riscos. Além disso,
a legislação ambiental precisa ser seguida.
Reutilização – Aqui deve ser considerado o destino final
dado aos materiais gerados após o reprocessamento.
Também devem ser identificados o mercado consumidor e
os canais para comercialização.
31/05/2020 Logística
https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/processos_logisticos/html/logistica/index.html 22/23
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BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1600, de 14 de dezembro de
2015. Dispõe sobre a aplicação dos regimesaduaneiros especiais de
admissão temporária e de exportação temporária. Disponível em: <http://nor
mas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=
70297#1589307>. Acesso em: 21 jul. 2016.
BRASIL. Instrução Normativa SRF nº 241, de 06 de novembro de
2002. Dispõe sobre o regime especial de entreposto aduaneiro na
importação e na exportação. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.
gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15117&visao=anotado>. Acesso em:
21 jul. 2016.
CAXITO, Fabiano (coord.). Logística: um enfoque prático. São Paulo:
Saraiva, 2014.
COSTA, Fábio. J. C. Leal. Introdução à administração de materiais
em sistemas informatizados. São Paulo: Editco, 2002.
FREITAS JR., Moacir de. Logística além do transporte: sua real
aplicação. São Paulo: Scortecci, 2013.
LANGDON, Ken. Você sabe conduzir uma negociação? Técnicas
eficazes para assegurar os resultados que você deseja. São Paulo:
Senac, 2009.
MARTINS, Rodrigo. Estratégia de compras na indústria brasileira
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MOREIRA, Renata Oliveira Lucindo. A importância da seleção de
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SANTANA, Dalva. (org.) Logística: uma abordagem conceitual e
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SLACK, Nigel. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas,
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