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Farmacoterapia Oncológica OBJETIVO Abordar a farmacologia dos agentes utilizados na terapia antineoplásica, manejo apropriado das principais reações adversas e a terapia das neoplasias mais prevalentes (mama e próstata). Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de próstata e mama CONCEITOS Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. INCA Tumores benignos X tumores malignos Características Benigno Maligno Diferenciação/anaplasia Bem diferenciado; a estrutura pode ser típica do tecido de origem. Existe uma relativa falta de diferenciação e anaplasia; a estrutura é muitas vezes atípica. Taxa de crescimento Em geral lento e progressivo; pode haver uma parada ou regressão; as figuras mitóticas são raras e normais. Errática, e pode ser lenta ou rápida; pode haver figuras mitóticas diversas e anormais. Invasão local Em geral, as massas bem delimitadas, coesas e expansivas não invadem nem infiltram os tecidos normais adjacentes Localmente invasivo, infiltrando os tecidos adjacentes normais; às vezes pode ser aparentemente Metástases Ausentes Frequentemente presentes; quanto maior e mais diferenciado for o tumor primário, maior a probabilidade de haver metástases Diferenciação = grau em que as células neoplásicas se assemelham às células normais Anaplasia = células indiferenciadas (células malignas) Fatores intrínsecos relacionados ao câncer Idade: >55 anos (maioria dos tumores) <15 anos (tumor do SNC, LLA) Predisposição genética: presença de genes que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer . Por exemplo: APC na polipose familial do cólon/Ca de cólon; Rb no retinoblastoma NF1 e NF2 na neurofibromatose 1 e 2 Condições predisponentes não-hereditárias: inflamação crônica (p. ex. colite ulcerativa, gastrite por H. pylori, hepatite viral) condições pré-cancerosas (leucoplasia de vulva e pênis, gastrite cônica atrófica por anemia perniciosa) Fatores extrínsecos relacionados ao câncer Geográficos: câncer de estômago no Japão melanoma na Nova Zelândia câncer de pulmão na Bélgica Ambientais: exposição à radiação ionizante, exposição à luz UV. Exposição à agentes químicos (fenóis, asbesto, hormônios e drogas). Exposição à agentes microbiológicos (vírus – EBV, HPV – H. pylori). INICIAÇÃO PROMOÇÃO PROGRESSÃO O Ciclo Celular gene Rb = gene do retinoblastoma gene p53 = gene supressor tumoral Ponto de controle 1 Ponto de controle 2 Célula durante G2 Célula durante G1 Ação do fator de crescimento Metáfase Anáfase Células-filhas (fase quiescente) A proteína Rb atua como “freio”, mantendo as células em G1 ao inibir os genes necessários para a sua entrada em S. A fosforilação pelas cdks libera o “freio”. A proteína p53 interrompe o ciclo se houver lesão do DNA Invasão tecidual e metástases Uma vez que o tumor se instala no órgão acometido, se não retirado, fatalmente necessitará de maior espaço para crescer. Para isso ele terá que invadir tecidos adjacentes por meio da ação de enzimas que degradam a matriz extracelular (MEC). Afrouxamento entre as células tumorais Ligação com componentes da MEC Migração das células tumorais Degradação da MEC Metástase Uma vez que o tumor invade os tecidos, as suas células podem disseminar-se por meio da circulação sanguínea (disseminação hematogênica) ou linfática (disseminação linfática). Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata PRINCÍPIOS DA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA PRINCÍPIOS DA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA Paliativa: Sem intenção curativa, visa melhorar a qualidade da sobrevida do paciente Curativa: objetivo é conseguir o controle completo do tumor Adjuvante: se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de eliminar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de metástases à distância. Neoadjuvante: quimiotepia prévia à cirurgia. Tem por objetivo erradicar micrometástases, aumentando a chance de cura, avaliar quimiossensibilidade in vivo, melhorar o resultado do tratamento local. Agentes ciclo específico Agentes ciclo não específicos Exercem sua ação sobre as células que estão no ciclo celular para se dividir, normalmente em uma fase específica da divisão. Exercem sua ação sobre as células independente da fase do ciclo celular , inclusive as que estão em repouso (G0). AÇÃO DOS FÁRMACOS NO CICLO CELULAR Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata AGENTES ANTINEOPLÁSICOS CLÁSSICOS Agentes antineoplásicos convencionais AGENTES CITOTÓXICOS • Alquilantes • Compostos de platina • Antimetabólitos • Inibidores da topoisomerase • Agentes intercaladores • Agentes antimicrotubulo HORMÔNIOS • Glicocorticosteroides • Estrogênios • Antiandrogênios AGENTES ALQUILANTES Mecanismo de ação: - Ligações covalentes entre o grupo alquil e grupamentos químicos presentes no DNA, RNA e proteínas. -A alquilação do DNA forma pontes dentro e entre as 2 hélices, fracionando segmentos do ácido nucleico; - Interfere na replicação e transcrição morte celular Primeira guerra mundial: observação de efeitos tóxicos mielossupressão linfopenia NÃO SÃO CICLO ESPECÍFICO As células são mais sensíveis à alquilação nas fases G1 e S do ciclo celular, apresentando bloqueio em G2. AGENTES ALQUILANTES Dividem-se em 5 classes químicas: -Mostardas nitrogenadas ( ciclofosfamida, ifosfamida, clorambucila, estramustina,Melfalano). -Etilenaminas (tiotepa). - Alquilsulfonatos (bussulfano, treossulfano). - Nitrosureias (carmustina, lomustina). - Triazenos (dacarbazina, temozolomida) -Outros agentes alquilantes: procarbazina e mitomicina MOSTARDAS NITROGENADAS CICLOFOSFAMIDA (CTX,CPM): É um pró farmaco, sofre biotransformação hepática Indicação: linfomas, mieloma, leucemias, neuroblastomas , câncer de mama e outros Efeito colateral: cistite hemorrágica POTENCIAL EMETOGÊNICO: Moderado (30-60%) a muito alto (>90%) Excreção: < 30% na forma inalterada, 85-90% na forma de metabólitos AJUSTE DE DOSE : INSUFICIÊNCIA RENAL – sim AGENTES ALQUILANTES *Metabólitos ativos – transportados pelo sangue até o tumor e tecidos normais, onde ocorre a clivagem não-enzimática em produtos citotóxicos ** (2-mercaptoetano sulfonato de sódio) OU N-acetilcisteína METABOLISMO DA CICLOFOSFAMIDA Cistite hemorrágica CISTITE HEMORRÁGICA A acroleína atua sobre a mucosa da bexiga, causando edema, necrose, hemorragia, inibição da síntese de prostaglandinas secretadas normalmente pelo epitélio vesical e renal e que possuem função protetora. Sinais e sintomas: hematúria microscópica e macroscópica. MESNA DIMESNA MESNA ACROLEÍNASangue Rim CISTITE HEMORRÁGICA No sangue a mesna é oxidada a DIMESNA a qual por sua vez é reduzida no rim de volta a MESNA, fornecendo um grupo tiol livre que se liga e inativa a acroleína, o metabólito urotóxico da ifosfamida e ciclofosfamida. COMPOSTOS DE PLATINA São complexos de metal pesado com atividade citotóxica MECANISMO DE AÇÃO: - Induzem ligações entre as 2 hélices de DNA e dentro da própria hélice, semelhante aos alquilantes. - Inibem a replicação do DNA e transcrição do RNA - Interferem no metabolismo mitocondrial, transporte de fosfato, acúmulo de Cálcio e montagem dos microtúbulos. ATUAM PREFERENCIALMENTE NA FASE G1 NÃO SÃO CICLO ESPECÍFICO O complexo de platina pode reagir com o DNA, formando ligação cruzada intra e intercadeia. Os compostos de platina se ligam ao DNA e funcionam como alquilantes, impedindo a replicação do DNA. Promove morte celular em todos os estágios do ciclo celular, inibe a biossíntese de DNA e liga-se a este por meio da formação de ligações cruzadas entre filamentos Indicação: melanoma, neuroblastoma, osteossarcoma, câncer de pulmão, outros Efeito colateral: nefrotoxicidade, ototoxicidade (10-30%) POTENCIAL EMETOGÊNICO: < 50 mg/m2 moderado (60 – 90%) > 50 mg/m2 alto (90%) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal: sim Insuficiência hepática: não CISPLATINA (cddp) / CARBOPLATINA Diurese para minimizar nefrotoxicidade: Hiper hidratação com solução de manitol 20%. COMPOSTOS DE PLATINA OXALIPLATINA Indicação: câncer colorretal metastático e cólon metastático Efeito colateral: Neuropatia sensorial periférica : parestesias em mãos e pés, formigamento, diminuição dos reflexos tendinosos profundos. Uso do sulfato de magnésio e gluconato de cálcio antes e após para diminuir os efeitos da neuropatia POTENCIAL EMETOGÊNICO: ALTO (60-90%) COMPOSTOS DE PLATINA NEUROPATIA PERIFÉRICA O medicamento provoca danos ao sistema nervoso responsável pela transmissão da informação entre o cérebro e o sistema nervoso central a todas as partes do corpo. Ao sofrer danos nesse sistema, as informações ficam “distorcidas”para o resto do corpo, gerando sintomas como: formigamento, dormência, parestesia, sensibilidade ao toque ou fraqueza muscular. Os sintomas dependerão de qual nervo foi mais afetado. AGENTES INTERCALADORES MECANISMO DE AÇÃO - Intercalam-se entre os pares de bases da hélice do DNA, induzindo o seu desenrolamento - Inibem a atividade da topoisomerase II, levando a quebras nas cadeias de DNA - Determinam dano celular pela formação de radicais livres que se ligam a membrana celular , proteínas e DNA. Ação máxima ocorre na fase S São medicamentos de origem natural, semi-sintéticos (origem de microrganismos) ou sintéticos. NÃO SÃO CICLO ESPECÍFICO ANTRACICLINAS antibióticos produzidos a partir de cepas de Streptomyces peucetius DAUNORRUBICINA DOXORRUBICINA EPIRRUBICINA IDARRUBICINA AGENTES INTERCALADORES Todos os agentes citotóxicos desta classe tem quinona ou hidroquinona nos anéis adjacentes que permitem que eles funcionem como doadores ou receptores de elétrons. As antraciclinas reagem com o citocromo P450 redutase na presença de NADPH para formar radicais semiquinonas, que por sua vez reagem com oxigênio. RESULTADO CARDIOTOXICIDADE ANTRACICLINAS DAUNORRUBICINA Indicações: leucemia linfocítica aguda Efeito colateral: toxicidade miocardíca . Observar as doses cumulativas: dose máxima recomendada: 550-600 mg/m2 Radioterapia concomitante: 450 mg/m2 POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%) AGENTES INTERCALADORES ANTRACICLINAS DOXORRUBICINA Indicação: leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, osteosarcoma, outros Mesmas recomendações para dose cumulativa POTENCIAL EMETOGENICO: moderado a alto (dose dependente) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal: sim Insuficiência hepática; sim AGENTES INTERCALADORES MITOXANTRONA Produz menos radicais quinonas - causam menos cardiotoxicidade Indicação: câncer de mama , leucemias agudas, outros POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%) AJUSTE DE DOSE: não há diretrizes AGENTES INTERCALADORES ANTIMETABÓLITOS As células neoplásicas possuem várias diferenças metabólicas quantitativas em comparação com as células normais, tornando-as mais sensíveis a diversos antimetabólitos ou análogos estruturais. MECANISMO DE AÇÃO As vias bioquímicas que até agora se mostraram mais acessíveis aos antimetabólitos foram as relacionadas com a síntese de nucleotídeos e ácidos nucleicos. COMPOSTOS DE PLATINA Intercalam, destroem ou causam espiralamento errado Antimetabólitos (substituem ou inibem a síntese) Os ANTIMETABÓLITOS são compostos que imitam as estruturas dos constituintes metabólicos normais, incluindo ácido fólico, pirimidinas ou purinas. Atuam por inibição das enzimas necessárias para a regeneração do ácido fólico ou para a ativação de purinas e pirimidinas necessárias para a síntese de DNA ou RNA nas células neoplásicas. Os antimetabólitos freqüentemente matam as células na fase S. ANÁLOGO DO ÁCIDO FÓLICO: metotrexato ANÁLOGO DAS PIRIMIDINAS: 5-fluorouracila citarabina gencitabina capecitabina azcitidina ANÁLOGO DAS PURINAS: mercaptopurina tioguanina fludarabina cladribina ANTIMETABÓLITOS ANÁLOGO DO ÁCIDO FÓLICO METOTREXATO MECANISMO DE AÇÃO Tem alta afinidade pela dihidrofolato redutase, ligando-se a ela de forma irreversível. A dihidrofolato redutase é uma enzima necessária para a conversão do ácido diidrofólico em sua forma ativa ( ácido tetraidrofólico), importante para a formação de purinas e timidinas. Inibe a síntese do DNA levando a morte celular. CICLO CELULAR ESPECÍFICO – FASE S ANTIMETABÓLITOS METOTREXATO Indicação: leucemias, carcinomas de pulmão, mama, cabeça e pescoço, outros doenças não oncológicas: psoríase, artrite reumatoide. Vias de administração: oral, IM, IV, intratecal. Efeito colateral: mucosite, IRA, mielossupressão POTENCIAL EMETOGÊNICO: dose dependente (muito baixo – alta) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal: sim Insuficiência hepática: sim ANTIMETABÓLITOS ANÁLOGO DO ÁCIDO FÓLICO ANÁLOGO DAS PIRIMIDINAS ANTIMETABÓLITOS 5- FLUOROURACILA (5-FU) – pró fármaco Indicação: carcinomas de mama, cólon, cabeça e pescoço. Uso tópico no tratamento de queratose actínica solar e carcinoma superficial de células basais POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%) AJUSTE DE DOSE : Insuficiência hepática: sim A infusão contínua de FLUOROURACIL é vantajosa, pois o fármaco é dependente da fase S, e tem uma meia-vida curta, portanto pode afetar mais células tumorais na fase S do que a administração in bolus. ANÁLOGO DAS PIRIMIDINAS CITARABINA (Ara-C) Indicação: leucemia mieloide aguda, linfoma. Efeito colateral: febre (> 80%), conjuntivite (usar corticóide), toxicidade cerebelar (nistagmos disartria, sonolência e confusão) POTENCIAL EMETOGÊNICO: alto (60-90%) Via de administração: IV, SC, intratecal ANTIMETABÓLITOS ANÁLOGO DAS PIRIMIDINAS GEMCITABINA: Indicação: adenocarcinoma de pâncreas, câncer de mama metastático, câncer de pulmão POTENCIAL EMETOGÊNICO: baixo AJUSTE DE DOSE: Toxicidade hematológica CAPECITABINA – comprimido – pró fármaco Metabólito ativo: fluorouracil Indicação: câncer de colorretal metastático, câncer de mama metastático Efeito colateral: síndrome mão pé, dermatites POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal: sim ANTIMETABÓLITOS SÍNDROME MÃO PÉ Uma reação de pele causada pela quimioterapia. A pele se torna vermelha, inchada, dolorosa e com rachaduras. Farmacêuticos que atuam em drogaria, atenção! -NEM TODA DESCAMAÇÃO NOS PÉS É FRIEIRA - NEM TODA DESCAMAÇÃO NAS MÃOS É EXCESSO DE ÁCIDO ÚRICO ANÁLOGOS DAS PURINAS MERCAPTOPURINA (6-MP) & TIOGUANINA (6-TG) comprimido Indicação: leucemia linfoide ou mieloide aguda Age como um falso metabólito sendo incorporada ao DNA e RNA, inibindo sua síntese POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%) ANTIMETABÓLITOS São agentes naturais derivados de plantas AGENTES ANTIMICROTUBULOS AGENTES ANTIMICROTUBULOS ALCALOIDES DA VINCA • Vincristina • Vimblastina • Vinorelbina • Vindesina TAXANOS • Paclitaxel • Docetaxel ALCALOIDES DA VINCA São derivados da Vinca rosea. MECANISMO DE AÇÃO Ligam-se à tubulina e impedem sua polimerização em microtubulina, componente essencial para formação do fuso mitótico. As células neoplásicas ficam bloqueadas na metáfase. SÃO CICLO ESPECÍFICO ATUAM NA FASE M. AGENTES ANTIMICROTUBULOS ALCALOIDESDA VINCA VIMBLASTINA, VINCRISTINA, VINORELBINE, VINDESINA: Indicação: linfoma, carcinomas de pulmão, cabeça e pescoço, mama. Efeito colateral: neurotoxicidade POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%) Vinorelbina: moderado (30-60%) SE ADMINISTRADO INTRATECAL É FATAL AJUSTE DE DOSE: Insuficiência hepática: sim AGENTES ANTIMICROTUBULOS PACLITAXEL: derivado natural do teixo ocidental (Taxus brevifolia) e teixo europeu (Taxus baccata); indicação: câncer de mama, pulmão, ovário. Promove a montagem do microtúbulo por meio do reforço da ação dos dímeros de tubulina, estabilizando os microtúbulos. Interfere com a fase G2 (mitose), inibindo a replicação celular. Desfigura os fusos mitóticos, resultando na quebra dos cromossomos. ATENÇÃO AO VEÍCULO: CREMOPHOR (óleo de castor polioxietilado) Efeito colateral: reação alérgica (~75%) POTENCIAL EMETOGÊNICO: muito baixo (<10%) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência hepática: sim TAXANOS AGENTES ANTIMICROTUBULOS INIBIDORES DA TOPOISOMERASE Inibidores da topoisomerase I • Topotecano • Irinotecano Inibidores da topoisomerase II • Teniposido • Etoposido MECANISMO DE AÇÃO INIBE A TOPOISOMERASE I – enzima nuclear Desenrolamento da fita Enrolamento das fitas de DNA à frente da forquilha de replicação Quebra transitória serve como elo móvel para permitir a rotação livre das fitas de DNA Topoisomerase A medida que as fitas de DNA molde se desenrolam, o DNA à frente da forquilha de replicação é forçado a girar na direção oposta, fazendo com que moléculas circulares tornem-se torcidas sobre si mesmas. As topoisomerases catalisam a quebra e a reunião reversível das fitas de DNA. As quebras transitórias introduzidas por essas enzimas servem como elos móveis na cadeia e permitem que as duas fitas girem livremente. Interagem com o complexo topoisomerase I-DNA, levando a morte celular. Eventualmente ocorre quebra nas 2 fitas de DNA, o que leva à parada em fase G2 ou à apoptose de células em fase S ANÁLOGOS DA CAMPTOTECINA IRINOTECANO – pró fármaco Indicação: carcinoma metastático de cólon e reto. POTENCIAL EMETOGÊNICO: alto (60-90%) Efeito colateral: diarréia AJUSTE DE DOSE: Toxicidade hematológica Diarreia TOPOTECANO Indicação: câncer de ovário e pulmão POTENCIAL EMETOGÊNICO: baixo (10-30%) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal: sim INIBIDORES DA TOPOISOMERASE I VP-16 (ETOPOSIDO) e VM-26 (TENIPOSIDO) complexam-se com enzima topoisomerase II Após a quebra das 2 fitas de DNA o reparo do DNA proporcionado pela topoisomerase II não ocorre, as quebras vão se acumulando, resultando em apoptose. PODOFILOTOXINAS CICLO ESPECÍFICA – FASE S E G2 INIBIDORES DA TOPOISOMERASE II ETOPOSIDO: Indicação: linfomas, carcinoma de pulmão, tumor cerebral, outros POTENCIAL EMETOGÊNICO: baixo (10-30%) AJUSTE DE DOSE: Insuficiência renal: sim Insuficiência hepática: sim TENIPOSIDO: Indicação: leucemia linfoide aguda, câncer de pulmão POTENCIAL EMETOGÊNICO: moderado (30-60%) INIBIDORES DA TOPOISOMERASE II Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata ANTICORPOS MONOCLONAIS Anticorpo: Imunoglobulina (Ig) Anticorpo: Imunoglobulina 1975 – Kohler and Milstein Produção de Anticorpos Monoclonais Anticorpos Monoclonais (mAbs) Anticorpos murinos Estudos iniciais desapontadores Indução de anticorpo antimurino Meia vida curta Possibilidade: humanização dos Acs Anticorpos Monoclonais (mAbs) Murino Quimérico Humanizado Humano % proteína murina 100% ~25% <5% 0% Indução de Acs murinos +++ + + - Meia vida Curta Longa Longa Longa Efetividade na ADCC ++ +++ +++ ND Anticorpos Monoclonais (mAbs) Murino Quimérico (60-70% humano) Humanizado (90% humano) Humano momabe ximabe zumabe umabe Anticorpos Monoclonais (mAbs) Anticorpos Monoclonais conjugados Ligado a drogas, toxinas ou substância radioativa Vantagem: libera substância ativa exatamente no alvo Menor toxicidade às células normais Maior incidência de RA comparado com mAb isolado Anticorpos Monoclonais (mAbs) Desenvolvimento de Acs humanizados Tecnologia XenoMouse® (camundongos transgênicos) Abgenix : US$5,5 bilhões substituição genes Ig rato por humano antigeno humano reconhecido como estranho produção de anticorpos 100% humanos mAbs: mobilização imune Célula-alvo coberta com antígenos alvos dos anticorpos Região Fc Anticorpo Cél NK Íons, H20, grânulos de enzimas Poros (perfurinas) Liberação de grânulos de perfurinas e enzimas Lise ADCC – Citotoxicidade celular dependente de Ac mAbs: mobilização imune Citotoxicidade dependente de complemento (CDC) Célula-alvo Anticorpo C1r C1s C1q complexo C1 Poros (proteínas C9s) H2O Lise Trastuzumabe Nome comercial: Herceptin® Indicação: câncer de mama HER2+ Câncer gástrico avançado mAb humanizado Sítio de ligação: domínio extracelular HER2 (Human Epidermal Receptor) Trastuzumabe HER2: proto-oncogene receptor do fator de crescimento epidérmico humano superexpressão: crescimento celular desordenado câncer de mama metastático: 20–30% HER2+ agressividade da doença pior prognóstico (redução TLD e SG) Trastuzumabe Mecanismo de ação Célula sistema imune Célula HER2+ Sem Herceptin Com Herceptin Sem Herceptin célula ativa mecanismos de proliferação Herceptin liga-se à celula HER2+ e ativa o sistema imune para destruí-la Herceptin bloqueia sinalizações intracelulares para proliferação Trastuzumabe Mecanismo de ação Inibição Apoptose Inibidor quinases ciclina dependente Parada em G1/S Trastuzumabe Mecanismo de ação: Ligação às células NK com receptor Fc gama: Lise celular Modelos animais: diminuição da regressão tumoral de 96% para 29%, quando deficiência do receptor Fc Inibição da angiogênese: diminuição da densidade microvascular Combinação com Paclitaxel: potencialização do efeito, normalização da trama vascular e melhor distribuição da droga Trastuzumabe Pré - medicação (risco de reação): paracetamol difenidramina Potencial emetogênico: moderado: 30-60% Monitorar função cardíaca Monitorar sinais vitais durante infusão Trastuzumabe Toxicidades: febre (36%), dor (47%), calafrios (32%), insônia (14%) rash (18%) náusea (8-33%), diarreia (25%), vômito (8-23%) fraqueza muscular (42%), dor nas costas (22%) tosse (26%), dispneia (22%) edema periférico (10%) Rituximabe Nome comercial: Mabthera® Indicação: Linfoma não-Hodgkin, LLC mAb quimérico Sítio de ligação: CD20 expresso na superfície linfócitos B Células tronco e plasmócitos normais não expressam CD20 Rituximabe Mecanismo de ação NK Cel. B maligna Sistema Complemento Rituximabe Recomendado pré-medicação Paracetamol Difenidramina OBS.: toxicidade infusional relacionada à ativação do complemento Rituximabe Principais toxicidades: febre(5-53%), calafrios (3-33%), dor de cabeça (19%) rash (15%), prurido (5-14%) náusea (8-23%) linfopenia (48%; grau 3/4:40%), leucopenia (14%) fraqueza muscular (2-26%) Cetuximabe Nome comercial: Erbitux ® Indicação: Cabeça e pescoço Colorretal metastático (hiper expressão de EGFR/ sem mutação de K-Ras) mAb quimérico Sítio de ligação: EGRF (porção extra celular) Cetuximabe EGFR: Receptor para o fator de crescimento epidérmico Dimerização → Auto-fosforilição → mensageiros intracelulares: Proliferação celular Angiogênese Inibição apoptose Cetuximabe Mecanismo de ação Ligação de alta afinidade ao EGFR Bloqueio interação ligantes (EGF e TGF-alfa) Bloqueio fosforilação Bloqueio cadeia eventos bioquímicos (transdução de sinal) Internalização e degradação do EGFR Cetuximabe Copyright © American Societyof Clinical Oncology Khambata-Ford, S. et al. J Clin Oncol; 25:3230-3237 2007 Fig 5. Cetuximab and K-ras modulate signaling through the epidermal growth factor receptor (EGFR) pathway Cetuximabe Toxicidade cutânea: Fator preditivo de resposta Grau da reação cutânea N (%) Taxa de resposta (%) Mediana TLP (meses) Mediana SG (meses) 0 32 (14,7) 6,3 1,4 3,0 1 58 (26,6) 8,6 1,5 6,5 2 99 (45,4) 27,3 4,2 10,3 3 29 (13,3) 55,2 8,2 13,7 Cetuximabe Erupção acneiforme: efeito colateral dose limitante EGFR: epiderme, glândulas sebáceas e folículo piloso Cetuximabe Cetuximabe Principais toxicidades: Reação à infusão (90% primeira administração) Rash acneiforme (76-90%), alteração crescimento das unhas (16%), prurido (11%) Fotossensibidade Hipomagnesemia (50%) Náusea (leve a moderada: 29%) Fadiga, mal estar (48%) Cetuximabe Reação Infusional Broncoespasmo, rouquidão, urticária, hipotensão, parada cardíaca. Reação grave: parar a infusão e descontinuar tratamento. Reação leve a moderada (calafrios, febre, dispneia): diminuir taxa de infusão e administrar antihistamínico. Paciente deve ser monitorado (sinais vitais) pelo menos até 1h após término da infusão Bevacizumabe Nome comercial: Avastin® Indicação: Colorretal metastático Pulmão (CPNPC) Mama CRR Ovário mAb humanizado (93%humano) Sítio de ligação: VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular) Bevacizumabe Mecanismo de ação Bloqueio de VEGF circulante Evita ligação com receptor Bevacizumabe Kerbel R. N Engl J Med 2008;358:2039-2049 VEGF liga-se principalmente a dois receptores: Receptor-1 de VEGF (Flt-1) Receptor-2 de VEGF (Flk-1) Cada receptor possui: Domínio extracelular com 7 regiões semelhantes à Ig Região transmembrana Domínio intracelular tipo tirosinaquinase Bevacizumabe Reações adversas: Hipertensão arterial Proteinúria Tromboembolismo arterial Alteração na cicatrização de feridas Sangramento Perfuração GI Nome comercial: Vectibix ® Indicação: Colorretal metastático (hiper expressão de EGFR/ sem mutação de K-Ras após falha com Fluoropirimidina, Oxaliplatina r Irinotecano) mAb humano Sítio de ligação: EGFR Panitumumabe Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE 102 Quinases • Proteínas (enzimas) que catalisam a reação de fosforilação (de outra proteína ou de lipídeos) • Quinases que fosforilam proteínas no aminoácido tirosina são chamadas tirosina-quinases • Estas enzimas são muito importantes em reações bioquímicas intracelulares • As quinases podem ser solúveis ou fazer parte de receptores de membrana Tirosina-Quinases Fosfato Tirosina TIROSINA-QUINASE Receptores com Atividade Intrínseca de Tirosina-Quinase • Família de receptores de membrana que possuem atividade intrínseca de TK • Intimamente associados à gênese e/ou progressão de tumores (são oncogenes) • Exemplos: EGFR, HER-2, PDGFR, c-Kit, VEGFR, FGF, IGF Extra-celular Intra-celular Inibidores de Tirosina-Quinases • Pequenas moléculas, usadas por via oral, que são análogas estruturais do ATP • Impedem a fosforilação (ou seja, a ativação) dos receptores de membrana ou de substratos para quinases solúveis • Apresentam efeito antineoplásico Proliferação Invasão Metástases Angiogênese Apoptose Adesão Sensibilidade a quimioterapia Inibidores de Tirosina-Quinases (ITQ): Mecanismo de Ação Etessami A, Bourhis J. Drugs Fut. 2000;25:895–9 Moyer J, et al. Cancer Res. 1997;57:4838–48 Harari PM, Huang SM. Semin Radiat Oncol. 2002;12(Suppl 2):21–6 Bloqueio da transdução de Sinal • Os anticorpos se ligam ao domínio extracelular, enquanto os ITQs agem no domínio intracelular ITQs e Anticorpos Monoclonais Contra Receptores Inibidores de tirosina- quinases Anticorpos monoclonais • Os anticorpos costumam ativar mecanismos efetores de citotoxicidade, enquanto o mecanismo de ação dos ITQs consiste na inibição da fosforilação • Os anticorpos podem ter efeito limitado em receptores defeituosos ITQs e Anticorpos Monoclonais Contra Receptores Inibidores de tirosina-quinases Agente Alvo Erlotinibe/gefitinibe EGFR Lapatinibe EGFR/HER-2 Imatinibe BCR-ABL/c-kit/PDGFR/Flt-3 Sunitinibe VEGFR/c-kit/PDGFR/Flt-3 Sorafenibe VEGFR/PDGFR/b-RAF Dasatinibe SRC/BCR-ABL ABT-869 VEGFR/PDGFR Imatinibe (Glivec®) • Análogo do ATP, inibe BCR-Abl, PDGFR e Kit • Relativamente pouco tóxico • Efeitos adversos mais graves foram neutropenia (< 1000/L) em 35% e plaquetopenia (< 50.000/L) em 20% • Efeitos comuns, não graves: edema, náusea e câimbras LMC e Imatinibe: Uma História de Sucesso Imatinibe na LMC • Cromossomo Philadelphia presente em ~95% dos casos de LMC e ~20% dos casos de LLA • Doença recidivada, fase crônica (N=454) • Resposta completa hematológica em 95% e citogenética em 41% • LLA Ph+ ou crise blástica de LMC • 50 a 70% de resposta hematológica Imatinibe no GIST • GIST é um sarcoma do trato GI • Mutações de Kit em ~90% dos casos • Hiperexpressão detectada por IHC (CD 117) • Taxa de resposta de 54% e doença estável em 28% (N=147) • Resposta de até 70% em pacientes com mutações específicas A Família EGFR • Composta por quatro tipos de receptores trans-membrana que transferem estímulos de proliferação de fora para dentro da célula • Eles formam dímeros entre si e ativam a porção interna que tem atividade tirosina-quinase Hiperexpressão do EGFR Carcinoma Freqüência (%) Cabeça e pescoço 80 – 100 Pulmão não-pequenas células 40 – 80 Cólon 25 – 70 Glioma 40 – 50 Ovário 35 – 70 Mama 15 – 90 Pâncreas 30 – 50 Bexiga 30 – 50 Gefitinibe (Iressa®) • Inibidor específico da atividade de tirosina-quinase do EGFR (c-erbB1) • Citotóxico in vitro e in vivo • Ativo isoladamente ou em combinação com QT e com radioterapia • Toxicidade: devido à inibição do EGFR em tecidos normais (diarréia e acne) Gefitinibe -Toxicidade Cutânea Erlotinibe (Tarceva®) • Inibidor da atividade de tirosina-quinase do EGFR (c-erbB1); pode também inibir o HER-2 • Citotóxico in vitro e in vivo • Ativo isoladamente ou em combinação com QT e com radioterapia • Toxicidade devido à inibição do EGFR em tecidos normais (diarreia e acne) Erlotinibe (Tarceva®) - Toxicidades Mutações do EGFR • Células com mutações do EGFR parecem ser mais sensíveis à estimulação pelo ligante • Células com mutações são altamente dependentes da sinalização via EGFR e mais responsivas à inibição desta via • Mutações do EGFR parecem tornar as células mais sensíveis aos efeitos inibitórios do gefitinibe e erlotinibe (inibidas por concentrações mais baixas dos TKIs) • A frequência de ocorrência das mutações do EGFR não é suficiente para explicar os benefícios de sobrevida verificados no estudo BR.21 • Mutações no KRAS (exon 2) são associadas a resistência primária aos TKIs e pior prognóstico • Mutações de EGFR e KRAS são mutuamente excludentes Lapatinibe (Tykerb®) • Inibidor multi-alvo de tirosina-quinases • Inibição multi-alvo seletiva EGFR e HER2 • Indicação: câncer de mama avançado ou metastático • Uso em combinação com Capecitabina ou Letrozol Sunitinibe (Sutent®) • Inibição multi-alvo: • PDGFR; VEGFR; KIT; FLT3 • Atividade anti-tumoral e anti-angiogênica • Uso em carcinoma renal e GIST • Molécula pequena com boa disponibilidade oral N H O N H F N H O N Sunitinibe (Sutent®) - Toxicidades N H O N H F N H O N Sunitinibe (Sutent®) - Toxicidades N H O N H F N H O N Sorafenibe (Nexavar®) • Inibidor oral de • serina/treonina quinase • receptores com atividade tirosina-quinase • Efeitos in-vivo/in-vitro no tumor e nos vasos • Inibe inúmeros alvos:• B-RAF; c-KIT; VEGFR-2; PDGFR • Uso em carcinomas renal e hepático Ação na célula tumoral e nos vasos sanguíneos Ras RAF Proliferação celular Angiogênese Fator de crescimento (p.ex. VEGF ou PDGF) Receptor para o fator de crescimento (p.ex. VEGF ou PDGF) ITQ MEK/ERK X X X X Resumo Abordagens Grb S O S Ras Mek Erk Raf Ligante Receptor Domínio Tirosina- Quinase Anticorpo Monoclonal contra o receptor ou antígeno de membrana Inibidores de TK Inibidores de Outras Moléculas Anticorpo Monoclonal Contra o Ligante Outras classes Alvo molecular Farnesil-transferase Tipifarnibe (ZARNESTRA®) Lonafarnibe (SARASAR®) Metaloproteinases Marimastat Prinomastat Proteassoma Bortezomibe (VELCADE®) m-TOR Tensirolimo (TORISEL) Everolimo (RAD 001) Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata HORMÔNIOS MECANISMO DE AÇÃO 1. DIFUNDEM-SE POR MEIO DA MEMBRANA CELULAR 2. LIGAM-SE COM ALTA AFINIDADE À PROTEÍNAS RECEPTORAS CITOPLASMÁTICAS ESPECÍFICAS 3. O COMPLEXO ESTEROIDE-RECEPTOR ATIVADO PENETRA NO NÚCLEO 4. INTERAGE COM A CROMATINA NUCLEAR PARA INICIAR A SÍNTESE DE PROTEÍNAS ESPECÍFICAS QUE PARTICIPAM DE DIVERSAS FUNÇÕES FISIOLÓGICAS. ANTIESTRÓGENOS SÃO COMPOSTOS NÃO-ESTEROIDAIS IMPEDEM O ACESSO DOS ESTRÓGENOS AOS RECEPTORES CITOPLASMÁTICOS SÃO EFICAZES POR VIA ORAL E INJETÁVEL TAMOXIFENO RALOXIFENO CLOMIFENO TOREMIFENO EFEITOS ADVERSOS: ONDAS DE CALOR NÁUSEAS VÔMITOS IRREGULARIDADES MENSTRUAIS SANGRAMENTO VAGINAL TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA TAMOXIFENO RALOXIFENO Modulador seletivo do receptor de estrogênio. Inibe a ação estrogênica ligando-se ao receptor e formando um complexo que promove interferência gênica afetando o crescimento celular. Pode atuar como agonista-parcial. Usado no tratamento da osteroporose pós-menopausa e não apresenta efeitos sobre o útero. FULVESTRANTO Antagonista de receptor de estrogênio ligando-se ao receptor de forma competitiva. Está associado com a diminuição da expressão do receptor de progesterona e do Ki67 (marcador de proliferação celular). Usado no tratamento de câncer de mama metastático em mulheres na pós menopausa com doença em progressão. INIBIDORES DA AROMATASE ANASTROZOL Potente e altamente seletivo inibidor da aromatase, não esteroidal. Reduz a biossíntese de estrogênio pela inibição da estrogênio- sintetase. Utilizado no tratamento de câncer de mama localmente avançado e câncer de mama metastático em mulheres na pós menopausa. LETROZOL EXEMESTANO INIBIDORES DA AROMATASE Profa. Eline Matheus CONTROLE DA SECREÇÃO E ATIVIDADE DOS ANDROGÊNIOS (1) - INIBIÇÃO COMPETITIVA (2) - ESTIMULAÇÃO OU INIBIÇÃO (3) - SÍNTESE DIMINUÍDA DE TESTOSTERONA (4) - SÍNTESE DIMINUÍDA DE DHT (5) - COMPETIÇÃO PELA LIGAÇÃO A RECEPTORES NO CITOSOL ANTIANDROGÊNICOS LOCAIS DE AÇÃO DE ANTIANDROGÊNIOS BICALUTAMIDA Liga-se a receptores androgênicos inibindo a ação androgênica. É utlizada em combinação com análogos do LHRH ou castração cirúrgica no tratamento de carcinoma de próstata avançado. ANTAGONISTA COMPETITIVO DA TESTOSTERONA POSSUI ATIVIDADE PROGESTÍNICA E INIBE A SECREÇÃO DE GONADOTROPINA UTILIZADO NO CÂNCER DE PRÓSTATA AVANÇADO CIPROTERONA AGONISTAS DO LHRH LEUPROLIDA - GOSSERRELINA são análogos do LHRH e agonistas. Reduzem os níveis plasmáticas de hormônios luteinizante e folículo-estinulante. Utilizado no tratamento de câncer de próstata avançado, endometriose, puberdade precoce. Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata Manejo de reações adversas NÁUSEA E VÔMITO INDUZIDO POR QUIMIOTERAPIA (NVIQ) Potencial Emetogênico: relacionado com a proporção de pacientes que tiveram náuseas/ vômitos na ausência de um tratamento antiemético adequado. Emese aguda: ocorre nas primeiras 24 horas após administração da quimioterapia. As primeiras 4 horas são mais expressivas. Emese tardia: inicia após 24 horas da aplicação da quimioterapia, classicamente descrito após uso de platinas. Emese antecipatória: descrito como emese desencadeada essencialmente pela evocação da necessidade ou plano de quimioterapia. POTENCIAL EMETOGÊNICO Prevenção de náusea e vômitos induzidos por quimioterapia. RBM Especial Oncologia Jul 10 Prevenção de náusea e vômitos induzidos por quimioterapia. RBM Especial Oncologia Jul 10 GRADUAÇÃO DE TOXICIDADE Grau 1 Leve: assintomático ou sintomas leves, intervenção não indicada Grau 2 Moderada: indicado intervenção mínima, local e não invasiva Grau 3 Grave: clinicamnente significante, mas sem risco de morte imediato, indicado hospitalização, ou prolongamento da mesma, incapacitante, com limitação das atividades de vida diária Grau 4: risco de morte, indicado intervenção urgente Grau 5: morte relacionada ao EA GRADUAÇÃO DE TOXICIDADE GRADUAÇÃO DE TOXICIDADE Conteúdo Programático Bases moleculares do Câncer Princípios de Terapia Antineoplásica Agentes antineoplásicos clássicos Anticorpos monoclonais Inibidores da tirosina quinase Hormonioterapia Manejo de reações adversas Farmacoterapia do câncer de mama e prostata Câncer de Próstata Tratamento Hormonioterapia (Gosserelina, Flutamida, Bicalutamida, Ciproterona) Prostatectomia Radioterapia ou braquiterapia Orquiectomia Quimioterapia (doença metastática) Câncer de Próstata Tratamento doença metastática Docetaxel 75mg/m2, a cada 3 semanas, associado a Prednisona 5mg 2xx/dia, continuo Metástase óssea: Ácido Zoledrônico 4mg IV a cada 4 semanas Câncer de Próstata Em casos de progressão da doença em vigência de Docetaxel, recomenda-se: Cabazitaxel 25mg/m2 IV, a cada 3 semanas, associado a Prednisona 10mg 1x/dia contínuo, ou Acetato de Abiraterona 1000mg VO 1x/dia, associado a Prednisona 5mg 2xx/dia Câncer de Próstata Câncer de mama Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, representando 22% dos casos novos a cada ano. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos de tratamento é de 61%. Relativamente raro antes dos 35 anos. Estimativa de novos casos: 52.680 (2012) http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama Tratamento adjuvante sistemico Considerar subtipos: responsivo a hormonio HER 2 positivo Triplo negativo Câncer de Mama Hormonioterapia: Pacientes em pré menopausa: Tamoxifeno 20mg VO/dia, por 5 anos. Atenção para interação medicamentosa!!! Metabolizado pela CYP2D Uso de antidepressivos serotoninérgicos associados ao Tamoxifeno, ajuda no controle de ondas de calor, no entanto, podem reduzir a eficácia do Tamoxifeno. Recomendado uso de Venlafaxina e Clonidina para controle destes sintomas Câncer de Mama Hormonioterapia: Pacientes em pós menopausa: inibidor de aromatase Anastrozol 1mg VO/dia Letrozol 2,5mg VO/dia 5 anos Exemestano 25mg VO/dia Também podem ser utilizadas combinações de inibidor de aromatase + Tamoxifeno, em um total de 5 anos Câncer de Mama Protocolos de Tratamento CMF Ciclofosfamida 600mg/m2 Metotrexato 40mg/m2 D1 a cada 21 dias ( 6 ciclos) 5-FU 600mg/m2 Câncer de Mama FEC 100 5-FU 500mg/m2 Epirrubicina 100mg/m2 D1 a cada 21 dias ( 6 ciclos) Ciclofosfamida 500mg/m2 Protocolos de Tratamento TAC Docetaxel 75mg/m2 Doxorrubicina 50mg/m2 D1 a cada 21 dias ( 6 ciclos) Ciclofosfamida 500mg/m2 Câncer de Mama AC - T Doxorrubicina60mg/m2 Ciclofosfamida 600mg/m2 D1 a cada 21 dias (4 ciclos) Seguido de 4 ciclos de Docetaxel 100mg/m2
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