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REVISÃO AV2 - PROCESSO CIVIL II]

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REVISÃO AV2 – PROC. CIVIL II
· PROVAS EM ESPÉCIE
ATA NOTARIAL – ART 384
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
		Não tipificada no código de processo civil anterior, porém, por se tratar de prova legítima, já era admitida como meio de prova.
		A ata notarial nada mais é do que uma espécie de prova na qual o tabelião, a pedido da parte (seja ela ré ou autora), lavra um documento, um instrumento público onde ele acolhe e relata, na forma legal adequada, fato ou fatos jurídicos que ele vê e ouve com seus próprios sentidos, quer sejam fatos naturais quer sejam fatos humanos, esses últimos desde que não constituam negócio jurídico.
DEPOIMENTO PESSOAL – ART.385
		Depoimento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no curso do processo. Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz.
		A iniciativa da diligência processual pode ser da parte contrária ou do próprio juiz. A finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer fatos discutidos na causa.” 
		Vale lembrar que o depoimento pessoal, quando útil, destina-se a criar prova para o adversário do depoente, nunca para a própria parte que presta. 
Segundo o senso comum, a razão seria óbvia: ninguém produz, com suas palavras prova para si mesmo. Contudo, esse dito só é válido em seara penal, uma vez que no processo civil, a ausência de defesa, e caso a parte intimada para prestar depoimento pessoal não compareça sem motivo plausível, será presumido que o alegado é procedente, podendo acarretar a confissão ficta, conforme os termos do art. 385, § 1º do CPC.
“§ 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.”
Obs: É OBRIGATÓRIO, que em intimação esteja expresso que o não comparecimento acarretará pena de confissão.
CONFISSÃO – ART. 389
		Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.
Porém, a confissão requer alguns requisitos para que seja admitida como prova, são eles:
I-Capacidade plena do confitente; os representantes legais de incapaz nunca podem confessar por ele.
II- Inexigibilidade de forma especial para validade do ato jurídico confessado (não se pode confessar um casamento sem demonstrar que ele se realizou com as solenidades legais; ou a aquisição da propriedade imobiliária sem a transcrição no registro de imóveis).
III-Disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado
		Além disso, existem duas formas de confissão, a espontânea e a provocada.
I- Espontânea: a que de iniciativa do próprio confitente, que drige petição neste sentido ao juiz, manifestando se proposito de confessar.
II- Provocada: a que resulta de depoimento pessoal, requerido pela parte contraria, ou determinado, de oficio, pelo juiz.
III-Nesse sentido a confissão pode ser total ou parcial, dependendo da admissão da veracidade do fato todo ao apenas de uma parcela. A confissão, em regra, é indivisível, existindo exceções.
Vale lembrar que existe a confissão ficta, aquela na qual há a recusa de depoimento pessoal, conforme especificado no art. 385, §1º e mencionado no tópico acima.
PROVA DOCUMENTAL – ART. 434
		Este tipo de prova compreende as coisas escritas, mas também desenhos, fotografias, gravações sonoras, filmes, etc. Então, esse tipo de prova abarca todo e qualquer registro físico a respeito de um fato.
		Documento é a prova histórica real, consistente na representação física de um fato. Em sentido lato, documento compreende não apenas os escritos, mas também desenhos, pinturas, mapas, fotografias, gravações sonoras, filmes, por exemplo.
		O documento público, ou seja, aquele formado e lavrado por escrivão, chefe de secretaria, tabelião ou servidor público, faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que tais pessoas declararem ocorridos em sua presença (art. 405, CPC/2015). A presunção de veracidade do documento público se restringe à parte extrínseca do documento, isto é, à formação e à autoria das declarações. Por exemplo, a escritura pública faz certo, até prova em contrário, que a parte prestou as declarações registradas pelo tabelião. Não implica, porém, a veracidade obrigatória dos fatos que a parte declarou.
MOMENTO DE APRESENTAR AS PROVAS DOCUMENTAIS
		A prova documental pode ser produzida em qualquer fase processual, inclusive em grau de recurso, “desde que ouvida a parte contrária e inexistentes o espírito de ocultação premeditada e de surpresa de juízo”.
		Apenas os documentos que constituem pressuposto da causa devem acompanhar a inicial. O disposto no art. 434 do CPC/2015 segundo o qual “incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações”, constitui mero anseio do legislador. Prova disso é que a lei permite a juntada posterior de documentos quando impossível a sua apresentação na petição inicial ou na contestação (art. 435, parágrafo único, CPC/2015).
		
		Apresentada a prova documental (na petição, na contestação ou mesmo na fase recursal), a parte contrária poderá adotar quaisquer das providências do art. 436, CPC/2015, quais sejam: 
(i) impugnar a admissibilidade da prova documental, isto é, negar-lhe o valor de prova por violar o art. 369; 
(ii) impugnar a autenticidade, ou seja, contestar a autoria do documento; 
(iii) manifestar-se sobre o documento sem, necessariamente, impugná-lo; ou 
(iv) suscitar a falsidade do documento, cabendo-lhe decidir se utilizará ou não o incidente processual de arguição.
		Com efeito, pode a parte impugnar documento que seja evidentemente falso, sem que haja necessidade do incidente processual, que tornaria mais longo o processo. Ainda assim, não será admitida alegação de falsidade genérica, pois ao impugnante incumbe apontar especificamente a irregularidade.
		A prova testemunhal é obtida por meio da inquirição de testemunhas a respeito de fatos relevantes para o julgamento. É possível conceituar “testemunha” como a pessoa estranha ao feito (o pronunciamento da parte constitui depoimento pessoal e não testemunho) que se apresenta ao juízo para dizer o que sabe sobre a lide. De uma forma geral, o depoimento da testemunha é sobre aquilo que presenciou, podendo, também, narrar fato que ouviu, mas não presenciou.
Quanto a admissibilidade, existe uma regra de admissibilidade genérica: a prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso (art. 422). Ela só será admitida para a comprovação de fatos controvertidos, que tenham relevância para o julgamento. 
são incapazes de depor como testemunha(art.447, §1°):
a) o interdito por demência; 
b) o que não podia depor – por demência ou debilidade mental – ao tempo do fato, por faltar-lhe capacidade de discernir a respeito das questões envolvendo o litígio; 
c) o menor de 16 anos;
d) o cego e o surdo apenas quando a questão fizer necessária a percepção de seus respectivos sentidos que lhes são ausentes. 
Obs: O menor entre 16 e 18 anos é habilitado a depor como testemunha, mas, no entanto, não responde pelo crime de falso testemunho, pois é inimputável.
São impedidos de depor como testemunha(art.447, §2°): 
a) o cônjuge, bem como o ascendente, descendente em qualquer grau, ou o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes. As exceções são relativas ao interesse público e caso não haja outro meio de obter a prova, em se tratando de causa relativa ao estado da pessoa; 
b) quem é parte na causa; 
c) aquele que intervém na ação em nome de uma das partes, e. G., o tutor, o juiz, o advogado ou o representante de pessoa jurídica, entre outros.São suspeitos de depor como testemunha:
a) o condenado de crime de falso testemunho (com sentença já transitada em julgado); 
b) o que não é digno de fé; 
c) o inimigo
MOMENTO E LOVAL DA OITIVA DE TESTEMUNHAS:
O depoimento da testemunha é, em regra, prestado na audiência de instrução, debates e julgamento. Excepcionalmente, são prestados: 
a) em audiência especial, para as testemunhas que tiverem de se afastar ou para quem têm receio de não poderem comparecer na audiência; 
b) perante outro órgão judicial; 
c) em dia, hora e lugar designados pelo juiz, para aquelas que não puderem se apresentar no momento da audiência de instrução, debates e julgamento; e 
d) em sua residência ou onde exercerem suas funções.
QUANDO DEVE SE REQUERER A PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL E APRESENTAR O ROL DE TESTEMUNHAS ?
		As testemunhas devem ser arroladas pelas partes. Para que o juiz defira a produção de prova testemunhal não é necessário que as testemunhas já estejam arroladas e qualificadas, basta que ele julgue pertinente. As partes terão o prazo comum de até quinze dias, a partir de fixação judicial na decisão de saneamento, para a apresentação do rol de testemunhas (art. 357, § 4º). O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a dez, sendo três, no máximo, para a prova de cada fato (art. 357, § 6º). O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados (art. 357, § 7º).
PRAZOS DETERMINADOS PELO NOVO CPC PARA APRESENTAR 
a) O prazo para a apresentação de testemunhas foi alterado: o atual Código se refere a dez dias, caso o juízo não estabeleça expressamente outro prazo; já o novo diploma institui um período máximo de quinze dias (art. 357, § 4º).
b) O novo Código prevê em seu art. 453, § 1º a possibilidade de oitiva da testemunha por meio de videoconferência. O depoimento pode ser recolhido por meio da rede mundial de computadores de qualquer lugar do mundo. Tal prática já vinha sendo verificada em alguns tribunais, e sua consagração no texto legal é importante para evitar resistência da parte de magistrados refratários às inovações tecnológicas.
c) A intimação das testemunhas foi desburocratizada, visando alcançar assim maior agilidade. Conforme o art. 455, § 1º a intimação será feita pelo próprio advogado, por meio de carta com aviso de recebimento. Uma vez malfada a intimação via AR, caberá a intimação judicial.
d) A mudança mais sensível se deu no modo de inquirição das testemunhas (art. 459). Foi abandonado o antigo modelo de reperguntas, em que o advogado apresentava sua pergunta ao juiz, que por sua vez a repassava a testemunha, e adotado em seu lugar o modelo de realização direta das perguntas pelo advogado. A inspiração dessa novidade é o sistema da cross-examination, proveniente da tradição anglo-saxã.
e) A ordem da oitiva das testemunhas permanece inalterada: primeiro as do autor, depois as do réu (art. 456). No entanto, observando as peculiaridades do caso concreto, o magistrado pode, com consentimento das partes, alterar a ordem. Trata-se de um exemplo de flexibilização procedimental.
f) A oitiva das autoridades também passou por uma mudança: o rol de dignitários que não precisam depor na sede do juízo e gozam do privilégio de designarem local, data e hora em que querem ser ouvidos foi aumentado. À lista constante do Código de 1973 foram somados conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público, o advogado-geral da União, procuradores-gerais dos Estados e Municípios, defensores públicos-gerais da União e dos Estados, prefeitos e os procuradores-gerais de justiça.
PROVA PERICIAL 
		A prova pericial consistirá em exame, vistoria ou avaliação, e poderá ser determinada de ofício ou a requerimento das partes. Será indeferida quando: a) não houver a necessidade de conhecimento especial de técnico para prova do fato; b) o fato já estiver comprovado por outros meios de prova; e, c) a verificação for impraticável (art. 464, §1º, CPC).
		Pode ser requerida pelas partes como também pode ser nomeada pelo próprio juiz por entender que as provas de direito produzidas não são o suficiente, como por exemplo, num processo de consumidor com alegação de TOI – irregularidade na rede elétrica. Não é possível a verificação da veracidade da irregularidade somente por provas documentais, necessitando assim de uma perícia.
		Caso o objeto da perícia envolva aspectos de maior complexidade, abarcando várias áreas do saber, o juiz nomeará mais de um perito, haja vista a necessidade de que cada um seja especializado em sua respectiva área de conhecimento (art. 475, CPC).
		A produção da prova pericial poderá ser dispensada quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que forem considerados suficientes pelo magistrado (art. 472, CPC).
A Nomeação do Perito
		Ao nomear o perito, o juiz fixará o prazo para a entrega do respectivo laudo, determinando a cientificação do expert e a intimação das partes.
		Intimadas da nomeação do perito, as partes poderão, no prazo de 15 (quinze) dias, indicar assistente técnico, apresentar quesitos, e, se for o caso, arguir impedimento ou suspeição.
		O perito, por sua vez, ciente de sua nomeação, e entendendo não ser o caso de se escusar (arts. 157 e 467, CPC), deverá, no prazo de 05 (cinco) dias, apresentar: a) proposta de honorários; b) currículo, com comprovação de especialização; e, c) dados profissionais de contato, especialmente o e-mail para o qual serão endereçadas as intimações pessoais. Cumpridas estas exigências pelo perito, as partes serão devidamente intimadas a se manifestarem, oportunidade em que poderão pleitear a redução dos honorários periciais propostos quando se mostrarem excessivos, bem como, requerer a substituição do perito por faltar-lhe conhecimento técnico ou científico no objeto da perícia, o que só poderá ser constatado após tomarem conhecimento de seu currículo (art. 465, §2º, II, CPC).
		Vale lembrar que, tal como citado anteriormente, “é dever do próprio perito escusar-se, de ofício, do encargo que lhe foi atribuído, na hipótese em que seu conhecimento técnico não seja suficiente para realizar o trabalho pericial de forma completa e confiável”, não sendo “possível exigir das partes que sempre saibam, de antemão, quais são exatamente as qualificações técnicas e o alcance dos conhecimentos do perito nomeado.” (REsp nº 957.347/DF).
		Nos casos em que o objeto da perícia versar sobre a autenticidade ou a falsidade de documentos, ou tiver natureza médico-legal, o perito será nomeado preferencialmente entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados (art. 478, CPC).
		Quando a perícia tiver que ser realizada por carta, a nomeação do perito e a indicação dos assistentes técnicos será feita perante o juízo ao qual será requisitada a perícia (art. 465, §6º, CPC).
SENTENÇA E SEUS ELEMENTOS
		De acordo com o artigo 203, § 1º, do Código de Processo Civil, "sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com findamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução". Assim, a sentença é o ato do juiz que extingue o processo com ou sem resolução de mérito, ou que rejeita ou acolhe os pedidos do autor. Sentença é a decisão do juiz sobre os pedidos formulados na petição inicial, ainda que o processo prossiga.
		No Processo Penal, a sentença tem a mesma definição. O artigo 381, do Código de Processo Penal, apresenta os requisitos para a validade da sentença, sendo eles: os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; a exposição sucinta da acusação e da defesa; a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; a indicação dos artigos de lei aplicados; o dispositivo; a data e a assinatura do juiz.
		O recurso cabível contra a sentença do juiz de 1º grau é a apelação, via pela qual a matéria é remetida ao Tribunal de Justiça.
A sentença é divididaem três partes: relatório, fundamento e dispositivo.
Art. 489 do NCPC – São elementos essenciais da sentença:
· I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
		O relatório é requisito essencial e indispensável da sentença e sua falta prejudica a análise desta, acarretando sua a nulidade (STJ – Resp. 25082/RJ). A doutrina majoritária afirma ser nulidade absoluta, mas alguns afirmam se tratar de nulidade relativa.
		Relatório Per Relationem – O STJ admite a figura do relatório per relationem (Ag. Regm. No Ag. 451747/SP). Este relatório é aquele feito apenas por referência a outro anteriormente lançado nos autos, como, por exemplo, em acórdãos, com a utilização do relatório da sentença impugnada, além dos principais atos praticados depois da sentença.
Dispensa nos Juizados Especiais – Em sede de juizado especial é possível a prolação de sentença sem relatório (art. 38 da Lei 9099/95).
· II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
		Efeitos da Ausência – A exigência de fundamentação é constitucional, prevista no art. 93, IX da CF. Assim, toda decisão deve ser fundamentada sob pena de nulidade (absoluta).
		Recursos – Havendo falta de fundamentação o recurso adequado é a apelação com a alegação de error in procedendo intrínseco, ainda que excepcionalmente possam ser admitidos embargos de declaração com efeitos infringentes.
		A divergência que pairava à época do CPC de 1973 acerca da possibilidade ou não do Tribunal de segundo grau anulasse a sentença e passasse imediatamente à prolação de uma nova decisão de mérito foi resolvida pelo art. 1.013, § 3º, IV, do NCPC, que prevê expressamente a aplicação da teoria da causa madura na hipótese de nulidade de sentença por falta de fundamentação.
		O NCPC, entretanto, prevê expressamente hipóteses em que a decisão judicial não pode ser considerada como fundamentada. No caso em concreto, interpretação diversa da disposição do artigo 489, § 1º, do NCPC viola a integridade do Direito. 489, § 1º do NCPC – Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida – Cabe ao juiz, portanto, expor em seu pronunciamento decisório a interpretação que fez da norma jurídica aplicável ao caso concreto e a correlação entre elas e os fatos do caso concreto.
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso – a legislação moderna cada vez mais vem se utilizando de conceitos vagos e indeterminados, cujo referencial semântico não é tão nítido, como meio de adequar-se à realidade em que hoje vivemos, caracterizada pela velocidade com que as coisas aconteceme os relacionamentos sociais se modificam. Dessa forma, os conceitos vagos podem abranger um maior número de situações concretas. Daí a necessidade de o juiz explicar o motivo da incidência do conceito vago ao caso concreto, para evitar a arbitrariedade na sua aplicação nas decisões judiciais.
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão – é o que comumente ocorre quando o juiz, por exemplo, defere uma liminar, afirmando tão somente queestão presentes os pressupostos legais. Ao julgador cabe justificar o seu posicionamento, de maneira clara e precisa, não podendo, simplesmente, proferir uma decisão “padrão”, ou “estereotipada”.
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador – o juiz tem o dever de enfrentar as alegações das partes e confrontá-las com o caso concreto e a legislação, principalmente aquelas que levariam a uma conclusão diversa. A fundamentação incompleta, para o NCPC, não é admissível. É o que se passa quando o juiz se limita a mencionar as provas que confirmam sua conclusão, desprezando as demais, como se fosse possível uma espécie de seleção artificial e caprichosa em matéria probatória.
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos – o juiz tem de demonstrar a semelhança do caso concreto com o precedente utilizado ou com o quadro fático que ensejou a elaboração de súmula, para justificar sua utilização. Incumbe-lhe, enfim, demonstrar a pertinência com o caso concreto.
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção (distinguishing) no caso em julgamento ou a superação (overruling) do entendimento – Pelo que se compreende do dispositivo legal, se o juiz considerar que o processo apresenta crise jurídica apta a ser resolvida pelo enunciado de súmula ou precedente com eficácia vinculante, e que não esteja superado o entendimento consagrado, e ainda assim decidir pela não aplicação por não concordar com tal entendimento, a decisão será nula por falta de fundamentação.
Fundamentação Per Relationem – Trata-se de técnica de fundamentação referencial pela qual se faz expressa alusão a decisão anterior ou parecer do Ministério Público, incorporando, formalmente, tais manifestações ao ato jurisdicional. É necessário, contudo, que a remissão não seja puramente genérica, devendo, de alguma forma, evidenciar os fundamentos apropriados da decisão ou parecer referido, para permitir a compreensão exata da decisão tomada no caso concreto.
	Contudo, a doutrina majoritária, em razão das exigências do § 1º do art. 489 do NCPC, entende que a referida técnica de fundamentação restou impossibilitada para o juiz.
		
		Tal forma de fundamentação é expressamente vedada pelo art. 1.021, § 3º, do NCPC no julgamento do agravo interno, sendo nulo o acórdão desse recurso se limitado a transcrever as razões do decidir monocrático.
	
· III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
Conceito – É a conclusão que chega ao magistrado sobre o acolhimento ou da rejeição do pedido do autor. Este se divide em dois:
· Dispositivo Direto – No dispositivo direto o juiz indica expressamente o bem da vida obtido pelo autor.
· Dispositivo Indireto – No dispositivo indireto o juiz acolhe o pedido do autor sem a indicação do bem da vida obtido, limitando-se a julgar procedente o pedido e a fazer a remissão à pretensão do autor.
		
		Coisa Julgada e Dispositivo – Em regra, o dispositivo é a única parte da sentença que ficará acobertada pela coisa julgada material.
		Ausência – Sua ausência implica a inexistência do ato judicial, por se trata de um vício extremamente grave (900.561/SP).
		Dessa forma, tratando-se de inexistência jurídica, mesmo após o trânsito em julgado da decisão, é admissível sua alegação por meio da ação declaratória.