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1 Genética de Populações – Equilíbrio de Hardy-Weinberg Darwin: Ausência de explicação para a origem da variação Desconhecimento do mecanismo de herança das variantes Redescoberta dos princípios de Mendel (1900): genes herança particulada Cruzamentos experimentais e heredogramas: análise da transmissão genética em populações inteiras S. Wright, R.A. Fisher e J.B.S. Haldane (1930): a Genética de Populações tornou-se a base da teoria evolutiva de Darwin. A genética de populações estuda: A origem da variação; A transmissão das variantes dos genitores para a prole geração após geração; As mudanças temporais que ocorrem em uma população devido a forças evolutivas sistemáticas e aleatórias. Genética de Populações: ramo da Genética que investiga a dinâmica dos genes nas populações naturais, buscando elucidar os mecanismos que alteram a sua composição gênica ou apenas a frequência genotípica pelo aumento da homozigose. A variação genética se origina quando um alelo muta para outro. A mutação é, portanto, a fonte de toda a variabilidade genética. Com o tempo, a variação mutacional se instala e é moldada por forças evolutivas. Através da seleção natural, os mutantes com sobrevida e habilidades prejudicadas diminuem de frequência, e mutantes com sobrevida e habilidades reprodutivas superiores aumentam de frequência. Além das mudanças sistemáticas causadas pela seleção natural, às vezes ocorrem mudanças aleatórias nas populações. Por exemplo, se um mutante em particular não é melhor nem pior que qualquer outra variante genética na população, a seleção natural não o afeta. Dizemos, então, que o mutante é seletivamente neutro. A frequência de tal mutante pode subir ou cair em uma população puramente por acidente. 2 A genética de populações estuda tanto as forças sistemáticas quanto as forças aleatórias da evolução e, ao fazer isto, tenta elucidar os mecanismos fundamentais que causam as mudanças genéticas em uma população com o tempo. O conhecimento da composição genética das populações é importante para o estudo da evolução. Pode-se conhecer a composição genética de uma população por meio do estudo das frequências dos alelos e dos genótipos que a compõem. Conceitos Fundamentais População mendeliana: grupo de indivíduos da mesma espécie que se acasalam e que, por isso, apresentam certas características em comum (numa dimensão de espaço e de tempo) compartilham um “pool” de genes. Frequências gênicas e genotípicas A descrição da constituição genética de uma população conduz ao estudo das frequências relativas dos indivíduos com determinados genótipos. Com a determinação destas frequências, podemos avaliar a frequência de cada um dos alelos destes genes na população. Supondo que o número de indivíduos em uma população seja igual a N, considerando para efeito de simplicidade um loco autossômico com dois alelos [A e a] e, admitindo ainda uma população de organismos diploides, teremos três tipos possíveis de genótipos: AA, Aa e aa. A determinação das frequências gênicas e das frequências genotípicas de uma população pode ser exemplificada em uma população com as seguintes características: __________________________ Genótipo N de indivíduos__ AA 3600 Aa 6000 aa 2400________ Total 12000_______ As frequências genotípicas, neste caso, podem ser calculadas do seguinte modo: AA = 3600/12000 = 0,30 Aa = 6000/12000 = 0,50 aa = 2400/12000 = 0,20 3 A frequência dos alelos A ou a, nessa população, pode ser calculada do seguinte modo: Frequência de um alelo = n total desse alelo n total de alelos para este loco Neste exemplo, a frequência do alelo A é: 3600 indivíduos AA n de alelos A = 3600 X 2 = 7200 6000 indivíduos Aa n de alelos A = 6000 Total de alelos A = 13200 O n total de alelos na população para esse gene é 24000, pois cada indivíduo apresenta dois alelos para o loco em questão (12000 X 2). f(A) = n total de alelos A__________ = 13200 = 0,55 f(A) = 55% ou 0,55 n total de alelos para esse loco 24000 Para calcular a frequência de a, pode-se proceder do mesmo modo ou, então, utilizar a fórmula que estabelece a relação entre os alelos de um gene: f(A) + f(a) = 1 f(a) = 1 – 0,55 = 0,45 (ou 45%) Portanto, as frequências dos alelos A e a nessa pop. são: f(A) = 0,55 e f(a) = 0,45. No exemplo dado, o n de indivíduos e a distribuição dos genótipos quanto a um determinado par de alelos são conhecidos. A partir dessa população, ou de qualquer outra, pode-se estimar as frequências gênicas e genotípicas da geração seguinte, com base no teorema e na fórmula de Hardy-Weinberg, cuja utilização apresenta certas premissas e restrições, como será apresentado logo a seguir. Teorema de Hardy-Weinberg Godfrey Harold Hardy e Wilhelm Weinberg (1908): relação matemática entre frequências alélicas e frequências genotípicas. Princípio (ou Lei) de Hardy-Weinberg: permite prever as frequências genotípicas de uma população a partir de suas frequências alélicas. 4 “Em uma população infinitamente grande, em que os cruzamentos ocorrem ao acaso e sobre o qual não há atuação de fatores evolutivos, as frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes ao longo das gerações”. Trata-se, então, de um equilíbrio alélico e genotípico. Ou seja, equilíbrio significa constância nas frequências gênicas e genotípicas no decorrer das gerações. Este princípio é a base da genética de populações. Porém, este teorema só é válido para populações: Infinitamente grandes; Com cruzamentos ao acaso (panmítica) (e sem sobreposição de gerações); Isenta de fatores evolutivos (mutação, migração, seleção natural e deriva genética). Para a maioria dos indivíduos o tipo mais comum de reprodução é aquele onde os acasalamentos são ao acaso. Neste sistema, cada indivíduo de um dos sexos tem igual probabilidade de se acasalar com qualquer indivíduo do sexo oposto. Em outras palavras, a frequência de um determinado tipo de acasalamento é ditada pelo acaso. O conceito de acasalamento ao acaso deve sempre estar relacionado com a especificação da característica. Sabe-se que para algumas características (por exemplo, grupo sanguíneo MN), os acasalamentos na população humana são praticamente ao acaso. Uma população caracterizada com as condições do teorema encontra-se em equilíbrio genético. Entretanto, na natureza, não existem populações que sigam estas condições rigorosamente. Então, qual a importância do teorema de Hardy-Weinberg para as populações naturais? Estabelecimento de um modelo para o comportamento dos genes. Desse modo, é possível estimar as frequências gênicas e genotípicas ao longo das gerações e compará-las com as obtidas na prática: Se os valores observados são significativamente diferentes dos valores esperados, pode-se concluir que fatores evolutivos estão atuando sobre essa população e que ela está evoluindo. Se os valores não diferem significativamente, pode-se concluir que a população está em equilíbrio e que, portanto, não está evoluindo. 5 Vamos supor que em uma população um determinado gene está segregando dois alelos, A e a, e que a frequência de A = p e a de a = q. Se considerarmos que os membros da população se reproduzem aleatoriamente, então os genótipos diploides da geração seguinte serão formados pela união aleatória de ovócitos haploides e espermatozoides haploides. A probabilidade de que um ovócito (ou espermatozoide) carregue o alelo A é p, e a probabilidade de que carregue a é q. Assim, a probabilidade de produzirum homozigoto AA na população é simplesmente p x p = p2, e a probabilidade de produzir um homozigoto aa é q x q = q2. Para os heterozigotos Aa existem duas possibilidades. Um espermatozoide A pode se juntar a um ovócito a, ou um espermatozoide a pode se unir a um ovócito A. Cada um destes eventos ocorre com a probabilidade p x q, e como são igualmente prováveis, a probabilidade total de formar um zigoto Aa é 2pq. Quadrado de Punnett: Assim, as frequências genotípicas previstas podem ser representadas do seguinte modo: Genótipo Frequência AA p2 Aa 2pq aa q2 Hardy e Weinberg compreenderam que esse resultado nada mais é do que o desenvolvimento do binômio (a + b) elevado à segunda potência, aprendido em álgebra elementar. Chamando de p a frequência de um alelo e de q a frequência de outro alelo do mesmo gene e, sabendo-se que p + q = 1, obtém-se a fórmula de Hardy-Weinberg (que estabelece que a população entra em equilíbrio após uma geração de acasalamentos ao acaso): (p + q)2 = 1 ou p2 + 2pq + q2 = 1 A principal suposição do Princípio de Hardy-Weinberg é que os membros da população se reproduzem aleatoriamente com relação ao gene em estudo. Isto significa que os adultos na população formam um pool de gametas que, na fertilização, combinam-se aleatoriamente para produzir os zigotos da geração seguinte. Se estes zigotos têm 6 chances iguais de sobreviver até o estágio adulto, então as frequências genotípicas criadas no momento da fertilização serão preservadas e, quando a geração seguinte se reproduzir, estas frequências novamente aparecerão na prole. Assim, com a reprodução aleatória e sem sobrevida ou reprodução diferencial entre os membros da população, as frequências genotípicas de Hardy-Weinberg persistem geração após geração. Esta condição é chamada de equilíbrio de Hardy-Weinberg. A seguir, exemplos de aplicação da fórmula de Hardy-Weinberg. Ex. 1) Para exemplificar numericamente este teorema, vamos considerar uma população com as seguintes frequências gênicas (= alélicas): p = frequência do alelo B = 0,9 q = frequência do alelo b = 0,1 Pode-se estimar as frequências genotípicas dos descendentes utilizando a fórmula de Hardy-Weinberg: (p + q)2 = p2 + 2pq + q2 = (0,9)2 + 2.(0,9).(0,1) + (0,1)2 = 0,81 + 0,18 + 0,01 Frequências genotípicas na próxima geração: 81% BB, 18% Bb, 1% bb Se a população estiver em equilíbrio, as frequências serão sempre mantidas constantes ao longo das gerações. Se, no entanto, verificarmos que os valores obtidos na prática são significativamente diferentes dos valores esperados pela fórmula de Hardy-Weinberg, a população não se encontra em equilíbrio genético e, portanto, está evoluindo. A frequência de cada alelo também não sofrerá alteração ao longo das gerações, se essa população estiver em equilíbrio genético. Ex. 2) A fórmula de Hardy-Weinberg também pode ser utilizada para estimar a frequência de determinado par de alelos em uma população em equilíbrio, conhecendo-se o aspecto fenotípico. Vamos agora considerar o exemplo do tipo sanguíneo M-N para ver como o princípio de Hardy-Weinberg se aplica a uma população real. 7 Como uma população inteira em geral é muito grande para ser estudada, analisamos uma amostra representativa de indivíduos da população de interesse. Ex.: sistema sanguíneo M-N (2 alelos codominantes) Cromossomo 4: LM – M LMLN – MN LN – N Frequência de tipos sanguíneos M-N em uma amostra de 6.129 pessoas ______________________________________________________ Tipo Sanguíneo Genótipo Número de Pessoas M LMLM 1.787 MN LMLN 3.039 N LNLN 1.303____________ Para estimar as frequências dos alelos LM e LN, simplesmente calculamos a prevalência de cada alelo entre todos os alelos amostrados: N total de alelos da amostra: 2 x 6.129 = 12.258 LM = 2 x 1.787 + 3.039 = 0,5395 = 0,54 12.258 LN = 2 x 1.303 + 3.039 = 0,4605 = 0,46 12.258 * Utilizando o princípio de Hardy-Weinberg, podemos usar estas frequências estimadas para prever as frequências genotípicas dos alelos para o tipo sanguíneo M-N: _______________________________________ Genótipo Frequência de Hardy-Weinberg___ LMLM p2 = (0,5395)2 = 0,2911 LMLN 2pq = 2 (0,5395) (0,4605) = 0,4968 LNLN q2 = (0,4605)2 = 0,2121_________ Estas previsões correspondem aos dados originais dos quais as duas frequências alélicas foram estimadas? 8 Para responder a esta pergunta, devemos comparar os números de genótipos observados com os números previstos pelo princípio de Hardy-Weinberg. Obtemos estes números previstos multiplicando as frequências genotípicas estimadas pelo tamanho da amostra obtida da população. Assim, __________________________________ Genótipo Número Previsto____________ LMLM 0,2911 x 6.129 = 1.784,2 LMLN 0,4968 x 6.129 = 3.044,8 LNLN 0,2121 x 6.129 = 1.300,0_____ Como podemos observar, os resultados são próximos aos dados da amostra apresentada acima. Podemos verificar a concordância entre os números observados e os previstos utilizando o teste de qui-quadrado (de ajustamento): 2 = (O – E)2/E 2 = (1.787 – 1.784,2)2 + (3.039 – 3.044,8)2 + (1.303 – 1.300,0)2 = 0,0223 1.784,2 3.044,8 1.300,00 Este teste estatístico tem 3 – 2 = 1 grau de liberdade porque: A soma dos três números previstos é fixada pelo tamanho da amostra; A frequência do alelo p foi estimada diretamente dos dados da amostra (a frequência de q pode ser estimada indiretamente como 1 – p, e portanto, não reduz ainda mais os graus de liberdade). Valor crítico para o teste de qui-quadrado com um grau de liberdade = 3,841. Neste exemplo, o valor crítico do teste é muito maior que o valor observado. Consequentemente, concluímos que as frequências genotípicas previstas estão de acordo com as frequências observadas na amostra, e mais ainda, deduzimos que na população da qual a amostra foi obtida, os genótipos M-N estão nas proporções de Hardy-Weinberg (um achado que não é surpreendente tendo em vista que os casamentos em geral não são baseados no tipo sanguíneo). 9 A análise precedente indica como podemos usar o Princípio de Hardy-Weinberg para prever as frequências genotípicas a partir das frequências alélicas. Podemos inverter o princípio de Hardy-Weinberg e usá-lo para prever as frequências alélicas a partir das frequências genotípicas? Ex. 3) Supondo que, em uma população teórica em equilíbrio, 16% dos indivíduos são míopes e o restante tem visão normal, (a) qual é a frequência de alelos recessivos e dominantes para esse caráter na população; e, (b) qual é a frequência de portadores do alelo da miopia, sabendo-se que a miopia é determinada por um alelo recessivo? Não podemos proceder como antes contando diretamente os diferentes tipos de alelos presentes na população porque os heterozigotos e os homozigotos normais são fenotipicamente indistinguíveis. A prevalência de miopia (16%) representa a frequência de homozigotos mutantes na população. Na suposição de reprodução aleatória, estes indivíduos devem ocorrer com uma frequência igual ao quadrado da frequência do alelo mutante. Então, pela fórmula de Hardy-Weinberg: p2 + 2pq + q2 = 1 p = frequência do alelo M e q = frequência do alelo m q2 = 16% = 0,16 q = 0,16 = 0,4 Como: p + q = 1 p = 1 – q p = 1 – 0,4 = 0,6 A frequência do alelo m é 0,4 e a do alelo M é 0,6. Sabendo disto, podemos estimar as frequências genotípicas do seguinte modo: p2 + 2pq + q2 = (0,6)2 + 2.(0,6).(0,4) + (0,4)2 Logo, as frequências genotípicas são: MM= 0,36 = 36% Mm = 0,48 = 48% mm = 0,16 = 16% Aplicação das Frequências Alélicas na Prática: O conhecimento das frequências alélicas em populações específicas é importante para: - Genética da conservação; - Genética forense: teste de paternidade e investigação de crimes; - Aconselhamento genético. 10 Considere, por exemplo, uma família com uma história de fibrose cística, que é uma doença autossômica recessiva. Uma mulher (III- 1) cujo tio (II-1) tem fibrose cística quer saber qual o risco que tem de ter um filho afetado. Primeiro, devemos determinar a probabilidade de que a mulher seja portadora do alelo recessivo deletério, a. Seus avós (I-1 e I-2) são portadores, pois tiveram um filho afetado. A mãe da mulher (II-3) também pode ser portadora, pois seus pais são portadores. Para determinar a probabilidade de que II-3 tenha o alelo recessivo, vemos que um dos possíveis genótipos (aa) é excluído, pois ela não tem fibrose cística. Existem duas possibilidades restantes, AA e Aa, com probabilidades de 1/3 e 2/3, respectivamente. Assim, a chance de que sua filha, III-1, seja portadora é de 2/3 x 1/2 = 1/3. Segundo, devemos determinar a probabilidade de que o marido de III-1 tenha o alelo recessivo. Este homem tem ancestrais europeus, e a prevalência de fibrose cística nesta população é de cerca de 0,0004. Usando o princípio de Hardy-Weinberg ao contrário, avaliamos a frequência do alelo deletério como sendo de 0,0004 = 0,02. Então, usando o Princípio de Hardy-Weinberg do modo usual, avaliamos a frequência de portadores na população do norte da Europa como sendo de 2 x 0,98 x 0,02 (2pq), ou aproximadamente 1/25. Finalmente, combinamos estas duas probabilidades para obter o risco de que o casal tenha um filho afetado. A chance de que o marido e a esposa sejam ambos portadores é de (1/3) x (1/25) = 1/75, e, se forem, a chance de que seu filho tenha fibrose cística é de ¼. Logo, o risco geral para a criança é (1/75) x (1/4) = 1/300. Se o marido de III-1 vier de uma população na qual a frequência do alelo da fibrose cística é muito baixa, então a chance de que um filho desse casal tenha fibrose cística seria essencialmente 0. Outros distúrbios genéticos, tais como a doença de Tay-Sachs e a anemia falciforme, têm fortes associações étnicas. Logo, o conhecimento das frequências alélicas em grupos étnicos específicos pode ajudar os consultores genéticos no processo de avaliação do risco. 11 Teste de paternidade: conhecimento das frequências alélicas dos marcadores utilizados na população em geral (diferente para diferentes grupos étnicos). Até aqui, consideramos características herdadas sob a forma de codominância e dominância completa. O Princípio de Hardy-Weinberg também se aplica aos genes ligados ao X e aos genes com alelos múltiplos. Para os genes com alelos múltiplos, as proporções genotípicas de Hardy-Weinberg são obtidas expandindo-se a expressão binomial. Por exemplo, os três tipos sanguíneos do sistema ABO são determinados por três alelos: IA, IB, e i (ou i). Se as frequências destes alelos forem: IA = p IB = q i = r ... as frequências dos seis diferentes genótipos no sistema ABO são obtidas pela expansão trinomial: (p + q + r)2 = p2 + q2 + r2 + 2pq + 2qr + 2pr _____________________________________________________ Tipo Sanguíneo Genótipo Frequência_______ A IAIA p2 IAi 2pr B IBIB q2 IBi 2qr AB IAIB 2pq O ii r2_______________ Exemplo: Os seguintes dados de grupos sanguíneos foram coletados em uma amostra de 700 americanos nativos da Dakota do Sul (EUA): Tipo Sanguíneo Número de Indivíduos A 326 B 20 AB 16 O 338 Avalie as frequências dos alelos IA, IB, e i a partir dos dados desta amostra. 12 Representemos as frequências dos alelos A, B e O do gene I por p, q e r, respectivamente, e suponhamos que os genótipos do gene I estejam nas proporções de Hardy-Weinberg. Começamos avaliando r, a frequência do alelo i. Para obter essa estimativa, notamos que a frequência do tipo sanguíneo O, que é 338/700 = 0,483 nos dados da amostra, deve corresponder à frequência de Hardy-Weinberg do genótipo ii, r2. Assim, se for usado o princípio de Hardy-Weinberg ao reverso, podemos estimar a frequência do alelo i como r = 0,483 = 0,695. Para estimar p, a frequência do alelo IA, notamos que (p + r)2 = p2 + 2pr + r2 corresponde às frequências combinadas dos tipos sanguíneos A (p2 + 2pr) e O (r2). Pelos dados da amostra, estas frequências combinadas são estimadas como sendo (326 + 338)/700 = 0,949. Estabelecendo que (p + r)2 = 0,949 e tirando a raiz quadrada, obtemos p + r = 0,974. Então, por subtração, podemos estimar a frequência do alelo IA como p = 0,974 – r = 0,974 – 0,695 = 0,279. Para estimar q, a frequência do alelo IB, notamos que p + q + r = 1. Logo, q = 1 – p – r = 1 – 0,279 – 0,695 = 0,026. Genes ligados ao X Quando o gene em estudo é ligado ao X, só precisamos contar os diferentes alelos nos homens. Por exemplo, em uma amostra de 200 homens, 24 têm daltonismo ligado ao X e todos os outros têm visão em cores normal. Supondo que cada homem daltônico é hemizigoto para o mesmo alelo mutante, avaliamos a frequência deste alelo como sendo de 24/200 = 0,12 e a frequência do alelo normal como sendo 1 – 0,12 = 0,88. Para um gene ligado ao X tal como o que controla a visão em cores, as frequências alélicas são avaliadas pelas frequências dos genótipos nos homens, e as frequências dos genótipos nas mulheres são obtidas aplicando-se o Princípio de Hardy-Weinberg a estas frequências alélicas estimadas. 13 Se a frequência do alelo para visão normal em cores (D) = p = 0,88 e a frequência do alelo para o daltonismo (d) = q = 0,12 ... sob a suposição de reprodução aleatória e frequências alélicas iguais nos dois sexos, temos: ___________________________________________ Sexo Genótipo Frequência Fenótipo____ Homens D p = 0,88 visão normal d q = 0,12 daltônico Mulheres DD p2 = 0,774 visão normal Dd 2pq = 0,211 visão normal dd q2 = 0,014 daltônico____