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caso concreto semana 02 Joana pronto

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UNESA – PRÁTICA SIMULADA 1 – 2020.2 – PROFESSORA: CINTIA SOUZA 
AULA 2
CASO CONCRETO 1–CASO DA JOANA
AO JUÍZO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA-BA (art.319,I,CPC)
 JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora da carteira de identidade nº..., expedida pelo ..., inscrita no CPF/MF sob nº..., endereço eletrônico...,residente e domiciliada na Rua ..., por intermédio de sua advogada subscrita, com endereço profissional na Rua ..., e endereço eletrônico ..., para fins do artigo 77, V do CPC, vem a este juízo, propor (Art. 319,II,CPC)
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO 
pelo Procedimento Comum (art. 318, CPC), em face de JOAQUIM, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrito no CPF/MF sob nº ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor. (art.319,II, CPC)
I – DA OPÇÃO DA PARTE AUTORA PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO ( Art. 319, VII, CPC)
 A parte autora manifesta o seu interesse na realização da Audiência de Mediação ou Conciliação, de acordo com o art. 319, VII, CPC. 
II- DOS FATOS ( art. 319, III, CPC)
		Inicialmente, cumpre informar que, no dia 20 de dezembro de 2016, o filho da Autora foi preso ilegalmente e encaminhado ao presídio XXX, sendo certo que, para tentar livrar seu filho da prisão ilegal, a Autora procurou um advogado criminalista que cobrou a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para atuar no caso. 
		Por não possuir a quantia cobrada pelo criminalista, a Autora comentou a triste situação com seu vizinho Joaquim, ora Réu, que, valendo-se da necessidade da Autora, propôs comprar o veículo automotor dela por R$ 20.000,00, mas o preço de mercado do bem é R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o que demonstra a vantagem patrimonial obtida pelo Réu na referida compra. 
		Desesperada, a Autora celebra o negócio jurídico, vendendo seu carro por valor muito inferior ao de mercado. Todavia, no dia seguinte, a Requerente teve ciência de que a avó paterna de seu filho havia contratado outro advogado criminalista, que já havia obtido a liberdade através de um Habeas Corpus.
		Ao tentar desfazer o negócio com o Réu, este manifestou-se contrariamente. 
		Diante da narrativa dos fatos, não restou outra alternativa à Autora a não ser a propositura da presente demanda com o objetivo de anular o negócio jurídico entabulado pelas partes. 
III – DOS FUNDAMENTOS (Art. 319, III, CPC)
 Dos fatos, restou comprovado que o Réu, beneficiando-se da premente necessidade da Autora em colocar em liberdade o filho que havia sido preso de forma ilegal, realizou negócio jurídico com a parte eivado do vício de consentimento caracterizado como lesão, previsto no Art. 157 do CC/02, já que a parte Autora somente contratou, vendendo o seu carro por preço bem inferior ao de mercado, devido à sua necessidade premente, tendo sido extremamente prejudicada, em razão da desproporção entre as prestações reciprocamente acordadas. 
		É sabido que a validade do negócio jurídico depende do preenchimento dos requisitos previstos no art. 104 do CC, quais sejam, capacidade do agente, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prevista ou não defesa em lei, manifestação de vontade livre e sem vícios. 
		No presente caso, indiscutível se mostra que a Autora somente realizou o negócio jurídico por estar passando por um momento de extrema fragilidade, tornando-se para ela imprescindível a realização da venda do bem, obrigando-se, conforme a dicção da lei, à prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
 Em contrapartida, o Réu, sabedor do desespero da Requerente, realizou contrato que lhe foi extremamente vantajoso e, ao saber da liberdade do filho da Autora e de sua intenção em desfazer a compra e venda, negou-se a fazê-lo. 
		Desnecessária para a configuração do vício de consentimento denominado lesão a análise do dolo de aproveitamento, consoante dispõe o Enunciado 150 da III Jornada de Direito Civil, segundo o qual “ a lesão que trata o artigo 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento”. 
		Na verdade, para se configurar a lesão e ensejar a anulação do negócio jurídico, há de se comprovar dois elementos: um elemento de índole objetiva, a desproporção das prestações que gera uma onerosidade excessiva a um dos contratantes, um prejuízo a uma das partes, e um elemento subjetivo, qual seja, a premente necessidade ou inexperiência, como se depreende do artigo 157 do CC/02. 
	Flávio Tartuce, acerca dos requisitos que caracterizam a lesão e que podem ser facilmente detectados na presente demanda, assim leciona: (doutrina)
“Pois bem, para a caracterização da lesão é necessária a presença de um elemento objetivo, formado pela desproporção das prestações, a gerar uma onerosidade excessiva, um prejuízo a uma das partes; bem como um elemento subjetivo: a premente necessidade ou inexperiência, conforme previsto no caput do art. 157.” ( TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: volume único. 8.ed.rev,atual. e ampl. –Rio de Janeiro: Forense, 2018, pág. 289)
A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais assim se posiciona acerca da anulação do negócio jurídico por vício de consentimento: (jurisprudência)
APELAÇÃO CÍVEL - ANULATÓRIA DE NEGOCIO JURÍDICO - AVAL - CEDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO - VÍCIO RESULTANTE DE DOLO - NÃO COMPROVADO - RECURSO IMPROVIDO. - Para a anulação do ato jurídico é preciso que se comprove a existência de vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, conforme preceitua o art. 171 do CC/2002 o que é corroborado por demais artigos do mesmo Codex. - Não havendo a comprovação de qualquer vicio capaz de eivar o negocio jurídico não há que se falar em sua anulação.
(TJ-MG - AC: 10433150026550001 MG, Relator: Alexandre Santiago, Data de Julgamento: 29/11/2017, Câmaras Cíveis / 11ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 06/12/2017)
	Comprovado o vício de consentimento, segundo dicção do art. 171, II do CC/02, deve o negócio jurídico ser anulado, cabendo ressaltar que a presente demanda anulatória revela-se tempestiva, já que o contrato foi realizado em 20 de dezembro de 2016, e o art. 178, II do CC dispõe ser de 04 anos o prazo decadencial para se pleitear a anulação, sendo o termo inicial de contagem do prazo o dia em que se realizou o contrato. (tempestividade)
	Por fim, comprovado o vício da lesão, imprescindível se mostra a anulação da referida compra e venda, por ser medida da mais lídima justiça. 
IV – DO PEDIDO (art. 319, IV, CPC):
Diante do exposto, a parte Autora requer a esse juízo:
a) a designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para o seu comparecimento (art. 695, caput, CPC);
b) a citação do réu para integrar a relação processual;
c) a procedência do pedido autoral para anular o negócio jurídico entabulado pelas partes;
d) a condenação do réu nas custas processuais e honorários advocatícios. 
V – DAS PROVAS (art. 319, VI, CPC):
 Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, testemunhal, a prova pericial e o depoimento pessoal do réu.
VI- DO VALOR DA CAUSA (art. 292, II, CPC c/c art. 319, V, CPC):
Dá–se à causa o valor deR$ 20.000,00 (vinte e mil reais), nos termos do art. 292,II, do CPC.
Termos em que
Pede deferimento.
Itabuna/BA, 21 de agosto de 2020.
Advogada
OAB /RJ

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