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Apostila UP - Legislação e Processo Trabalhista

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Prévia do material em texto

LegisLação e Processos TrabaLhisTas
Maria Emilia Gonçalves Miranda de Barros
Siomara Age Mendes Cortiano
© Universidade Positivo 2019
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido 
Curitiba-PR – CEP 81280-330
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Thinkstock | © gettyimages
Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor Acadêmico 
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecerista
Supervisão Editorial
Designer Gráfico
 Revisão Textual
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Rodrigo Poletto
Profa. Roberta Galon Silva
Maria Emilia Gonçalves Miranda de Barros 
Siomara Age Mendes Cortiano
Juliana Hinterlang dos Santos Costa
Felipe Guedes Antunes
Theylonn Micael 
Anelise Machado
3Legislação e Processos Trabalhistas
Caro aluno,
A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas 
que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e 
tem por objetivo a comunização bidirecional entre os atores educacionais.
O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendi-
zagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da con-
textualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado 
nos seguintes propósitos:
COMPREENDA SEU LIVRO
valorizar suas 
experiências;
incentivar a 
construção e a 
reconstrução do 
conhecimento;
estimular a 
pesquisa;
oportunizar a reflexão 
teórica e aplicação 
consciente dos temas 
abordados.
Metodologia
4 Legislação e Processos Trabalhistas
COMPREENDA SEU LIVRO
Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura:
Percurso
Pergunta norteadora
Ao final do Contextualizando o cenário, 
consta uma pergunta que estimulará sua 
reflexão sobre o cenário apresentado, 
com foco no desenvolvimento da sua 
capacidade de análise crítica.
Tópicos que serão estudados
Descrição dos conteúdos que serão 
estudados no capítulo.
Boxes
São caixas em destaque que podem 
apresentar uma citação, indicações de 
leitura, de filme, apresentação de um 
contexto, dicas, curiosidades etc.
Recapitulando
É o fechamento do capítulo. Visa sinte-
tizar o que foi abordado, reto mando os 
objetivos do capítulo, a pergunta nortea-
dora e fornecendo um direcionamento 
sobre os questionamentos feitos no 
decorrer do conteúdo.
Pausa para refletir
São perguntas que o instigam a 
refletir sobre algum ponto 
estudado no capítulo.
Contextualizando o cenário
Contextualização do tema que será 
estudado no capítulo, como um 
cenário que o oriente a respeito do 
assunto, relacionando teoria e prática.
Objetivos do capítulo
Indicam o que se espera que você 
aprenda ao final do estudo do 
capítulo, baseados nas necessida-
des de aprendizagem do seu curso.
Proposta de atividade
Sugestão de atividade para que você 
desenvolva sua autonomia e siste-
matize o que aprendeu no capítulo. 
Referências bibliográficas
São todas as fontes utilizadas no 
capítulo, incluindo as fontes mencio-
nadas nos boxes, adequadas 
ao Projeto Pedagógico do curso.
5Legislação e Processos Trabalhistas
BOXES
Assista 
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações 
complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. 
Biografia 
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada 
pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado.
Contexto 
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; 
demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. 
Curiosidade 
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre 
o assunto tratado. 
Dica 
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, 
uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. 
Exemplo 
Informação que retrata de forma obje tiva determinado assunto 
abordando a relação teoria-prática.
Afirmação
Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância 
na área de estudo.
Esclarecimento 
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica 
da área de conhecimento trabalhada. 
7Legislação e Processos Trabalhistas
SUMÁRIO
A autora ......................................................................................................... 14
A autora ......................................................................................................... 15
Capítulo 1
O direito constitucional trabalhista ................................................................. 17
1.1. Direito trabalhista no século XXI ............................................................... 17
1.1.1.A importância do direito do trabalho e sua origem....................................................................18
1.1.2.Aplicação dos princípios da proteção trabalhista ......................................................................19
1.1.3.Interpretação do direito do trabalho ........................................................................................21
1.2. O sistema legislativo das relações de trabalho ........................................... 22
1.2.1 A consolidação das leis do trabalho e a jurisprudência ..............................................................23
1.2.2.Convenções e acordos coletivos ............................................................................................. 24
1.3. A solução do Estado para os litígios ........................................................... 27
1.3.1.Solução não estatal de conflitos: comissões de conciliação prévia ............................................... 28
1.3.2.A organização da justiça do trabalho....................................................................................... 29
1.4.Resolução dos litígios dos trabalhadores sem vínculo de emprego .............. 30
1.4.1.Litígios de autônomos: ausência de relação de emprego ..........................................................30
1.4.2.Contratos de Direito Civil: sociedade, representação comercial, empreitada, cooperativa e outras....... 31
Referências .................................................................................................... 37
Capítulo 2
Direitos garantidos pela Constituição Federal ............................................................. 40
2.1. Princípios relativos às condições de trabalho, duração e outros aspectos ............40
2.1.1. Critérios de não discriminação no trabalho .............................................................................41
2.1.2. Não discriminação entre trabalho intelectual, técnico e manual ........................................................... 43
 2.1.3. Proteção ao descanso ......................................................................................................................... 44
2.1.4. Proteção aos trabalhadores: participção nos lucros e na gestão da empresa ....................................... 45
2.2. A dignidade da pessoa humana e as proteções especiais ....................................46
 2.2.1. Proteção às pessoas deficientes .......................................................................................................... 46
8Legislação e Processos Trabalhistas
2.2.2. A Proteção legal aos menores de idade ..................................................................................47
 2.2.3. Proteção à mulher no mercado de trabalho.............................................................................. 48
2.2.4. Assédio moral e assédio sexual ..........................................................................................................49
2.3. Responsabilidade sócioambiental ............................................................. 52
2.3.1. Ambiente de trabalho adequado ..............................................................................................................54
2.3.2. Acidentes de trabalho e a Comissão Interna de Prevençãode Acidentes (CIPA) ....................................... 55
 2.3.3. Periculosidade e insalubridade: os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ................................... 56
2.4. Direitos relativos ao salário .................................................................................. 58
2.4.1. Proteção ao salário ................................................................................................................59
 2.4.2. Proteção ao emprego ........................................................................................................... 60
2.4.3. Garantias coletivas ................................................................................................................................62
Referências ....................................................................................................64
Capítulo 3
Contrato de Trabalho ..............................................................................................................67
3.1. Contrato de trabalho dos empregados, estagiários e outros trabalhadores .............. 70
3.1.1. Requisitos da configuração do vínculo empregatício ...................................................................................70
3.1.2. Empregado, trabalhador eventual, trabalhador avulso e trabalho intermitente ..........................................72
3.1.3. Teletrabalho .......................................................................................................................... 74
 3.1.4. Serviço voluntário ........................................................................................................................................74
3.2. Modalidades de contrato de trabalho ......................................................................... 75
 3.2.1. Contrato por prazo indeterminado ........................................................................................................ 76
3.2.2. Contrato por prazo determinado .................................................................................................................. 77
3.2.3. Contrato de Trabalho a tempo parcial .............................................................................................................78
3.3. Contratação de pessoas com deficiência e outros contratos especiais ..................... 79
3.3.1. Contrato de trabalho de pessoas com deficiência ..................................................................................... 80
3.3.2. Contrato de trabalho do menor de idade e menor aprendiz .......................................................................81
3.3.3. Contrato de trabalho dos comissionistas ..................................................................................82
3.4. Contrato de trabalho temporário ................................................................................ 83
3.4.1. Trabalhador temporário e o Contrato de trabalho temporário .....................................................................83
3.4.2. Contrato de trabalho de estagiário e a diferença entre empregado e estagiário ....................... 86
3.4.3. Contrato de aprendizagem ...........................................................................................................................87
3.4.4. Contrato de experiência ............................................................................................................................ 88
Referências ....................................................................................................89
9Legislação e Processos Trabalhistas
Capítulo 4
 Contrato de trabalho, cláusulas contratuais, folha de pagamento e adicionais 92
4.1 Contrato de adesão e cláusulas abusivas .................................................................................... 92
4.1.1. Formação do contrato de trabalho .........................................................................................93
4.1.2. Fundamentos e noção de cláusulas abusivas .......................................................................... 94
4.1.3. Alteração posterior: o poder de direção do empregador e a abusividade ..................................95
4.1.4. Formas de ajuste salarial na contratação .................................................................................97
4.2. Celebração, vigência do contrato de trabalho e documentos importantes ............... 97
4.2.1. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED .................................................... 98
4.2.2. eSocial ............................................................................................................................... 100
 4.2.3. Cartões de ponto, mecânico e eletrônico .............................................................................. 102
4.2.4. Duração da jornada: descanso e horas extras ........................................................................ 103
4.3. Folhas de pagamento de empregados, empregadores e autônomos ........ 105
4.3.1. Folha de pagamento dos empregados ...................................................................................106
4.3.2. Folha de pagamento dos empregadores ............................................................................... 108
4.3.3. Folha de pagamento dos autônomos ....................................................................................109
4.3.4. Descontos permitidos .......................................................................................................... 110
4.4. Adicionais à remuneração ............................................................................................ 111
4.4.1. Salário e remuneração – componentes .................................................................................. 112
4.4.2. Trabalho noturno e Descanso Semanal Remunerado ................................................................................112
4.4.3. Abonos e adicionais de insalubridade e periculosidade .......................................................... 113
4.4.4. Ajudas de custo e diárias de viagem ..................................................................................... 115
Referências ...................................................................................................117
CAPÍTULO 5
Impostos e Contribuições Sociais incidentes sobre a Folha de Pagamento ...... 120
5.1. Encargos sociais: contribuição à Previdência Social devida 
pelo empregado e empregador .......................................................................... 122
5.1.1. Contribuição à Previdência Social ........................................................................................................122
5.1.2. Contribuição do empregado e do trabalhador avulso .......................................................................... 123
5.1.3. Contribuição do trabalhador autônomo, empresário e facultativo ..........................................124
5.2. Contribuição da empresa e contribuição sobre a folha de pagamento ................ 127
5.2.1. Contribuiçãoda empresa destinada à seguridade social ......................................................... 127
5.2.2. Contribuição social do salário-educação ................................................................................129
5.3. Imposto de Renda Retido na Fonte ......................................................... 130
5.3.1. Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF) devido pelo empregado ......................................................131
5.3.2. Rendimentos tributáveis ...................................................................................................................... 132
 5.3.3. Base de cálculo: deduções permitidas ............................................................................................... 133
Legislação e Processos Trabalhistas10
5.4. Contribuição ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ........................ 137
5.4.1. FGTS ................................................................................................................................... 137
5.4.2. Contribuições sociais (multa adicional de 10%) .........................................................................................139
Referências .................................................................................................. 141
CAPÍTULO 6
Termo de rescisão contratual, férias contratuais e coletivas ...................................... 145
6.1. Férias individuais e coletivas ............................................................................... 146
6.1.1. Direito a férias .....................................................................................................................................146
6.1.2.Duração das férias e férias coletivas ..................................................................................................... 147
6.1.3. Abono pecuniário e férias em dobro ...................................................................................... 150
6.1.4. Afastamentos durante o período aquisitivo ........................................................................... 151
6.2. Termo de rescisão contratual .................................................................. 152
6.2.1. Modalidades de rescisão contratual: dispensa sem justa causa, com justa causa, a pedido 
do empregado e por acordo .......................................................................................................................... 153
 6.2.2. Verbas rescisórias na rescisão pelo empregado ................................................................................... 154
6.2.3. Verbas rescisórias: recisão imotivada e recisão por justa causa .............................................. 155
 6.2.4. Verbas rescisórias na rescisão por acordo ............................................................................ 159
6.3. Termo de rescisão contratual: aviso prévio e formalidades legais ........................160
6.3.1. Aviso prévio: finalidade, aviso prévio indenizado e trabalhado e prazos ...............................................160
6.3.2. Rescisão do contrato por prazo determinado ...................................................................................... 162
6.3.3. Formalidades legais na rescisão do contrato de trabalho .......................................................164
6.3.4. Rescisão: demais aspectos ...................................................................................................... 164
Referências .................................................................................................. 168
CAPÍTULO 7
Sanções disciplinares ...................................................................................................172
7.1. Poder disciplinar ................................................................................................... 173
7.1.1. Objetivo do poder disciplinar e a subordinação ...................................................................... 173
7.1.2. Tipos de punições: advertência e suspensão ........................................................................................ 174
7.1.3. Sanções não admitidas ..........................................................................................................................175
7.1.4. Dispensa: a maior punição ................................................................................................................... 176
7.2. Punição por falta grave: casos em que há possibilidade da 
despedida por justa causa do empregado ................................................. 177
7.2.1. Ato de improbidade e má conduta: distinção ...................................................................................... 178
7.2.2. Mau procedimento .............................................................................................................................. 179
7.2.3. Negociação habitual ............................................................................................................. 180
7.2.4. Condenação criminal ............................................................................................................ 181
11Legislação e Processos Trabalhistas
7.3. Faltas graves que ensejam a despedida por justa causa do empregado ........ 182
7.3.1. Desídia ................................................................................................................................. 182
7.3.2. Embriaguez e violação de segredo da empresa ...................................................................................184
7.3.3. Ato de indisciplina ou insubordinação e abandono de emprego ..........................................................185
7.3.4. Ofensas físicas, lesões à honra, à boa fama e prática de jogos de azar ....................................186
7.4. Outras faltas para a justa causa............................................................... 189
7.4.1. Critério taxativo da lei ...........................................................................................................190
7.4.2. Demais aspectos sobre faltas graves ..................................................................................................... 191
Referências .................................................................................................. 195
CAPÍTULO 8
Responsabilidade civil do empregador .......................................................... 199
8.1. Por parte do empregador: acidente do trabalho e discriminação .............. 199
8.1.1. Distinção entre danos morais e danos materiais ....................................................................200
8.1.2. Acidente do trabalho ..........................................................................................................................202
8.1.3. Discriminação ...................................................................................................................... 203
8.1.4. Assédio moral e Assédio Sexual ............................................................................................204
8.2 A responsabilidade civil do e pregador em relação aos atos do empregado ........ 207
8.2.1. Danos a terceiros .................................................................................................................208
8.2.2. Danos morais no assédio moral e sexual ............................................................................................ 209
8.3. A responsabilidade do tomador de serviços na chamada “terceirização” ...........210
8.3.1. Danos morais e materiais na terceirização ........................................................................................... 211
8.3.2. Análise sob a ótica da prevenção de litígios ......................................................................................... 2128.4. Reparação de danos e ônus da prova ................................................................ 214
8.4.1. Danos causados pelo trabalhador ......................................................................................... 215
8.4.2. O trabalho em condições análogas ao de escravo ..............................................................................216
Referências .................................................................................................. 218
Legislação e Processos Trabalhistas12
13Legislação e Processos Trabalhistas
Esta disciplina trata dos fundamentos do Direito do Trabalho, o qual visa proteger as 
relações trabalhistas em nosso meio social, com especial atenção aos trabalhadores, mas 
também estudando outras situações, como o terceiro contratado por uma empresa a servi-
ço de outra, por exemplo.
O conteúdo que será abordado não é alheio ao público em geral: todos necessitam de 
informações sobre seus direitos, sejam empregados ou empregadores.
O objetivo mais importante do Direito do Trabalho é a estabilização das relações so-
ciais. Conforme se ajustam os direitos e as obrigações de ambas as partes – empregado e 
empregador –, muitos litígios são evitados. Há, ainda, a necessidade de garantir a dignida-
de ao trabalhador, conforme estabelece a Constituição Federal (1988).
Entender os fundamentos do Direito do Trabalho é essencial à formação de um pro-
fissional capacitado e atualizado. Vamos, agora, conhecer esse importante campo da área 
do Direito.
APRESENTAÇÃO
14 Legislação e Processos Trabalhistas
A professora Maria Emilia Gonçalves Miranda de Barros é Mestre em Direito Politico 
e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduada em Direito pela 
Universidade de São Paulo – USP. Atua há mais de 25 anos na área jurídica de instituições 
financeiras de grande porte e como docente desde 2004. 
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/1279370601167323>
A AUTORA
15Legislação e Processos Trabalhistas
A professora Siomara Age Mendes Cortiano é Mestre em Tecnologia pela Universidade 
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Especialista em Direito Econômico e Empresarial 
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Especialista em Tecnologias Educacionais e Graduada 
em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). É consultora em EAD 
e tem experiência em educação a distância e na gestão de projetos de e-learning. Pesquisa 
Direito Autoral em EAD e produção de conteúdos educacionais multimídia. 
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/2834587872186160>
A AUTORA
16 Legislação e Processos Trabalhistas
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Reconhecer as origens e princípios de Direito do Trabalho, de forma a embasar as 
práticas utilizadas nas relações trabalhistas e identificá-las, identificando, a partir 
disso, possíveis proteções jurídicas; 
• Interpretar e mitigar possíveis prejuízos na administração das relações trabalhistas 
em uma organização;
• Reconhecer as instâncias legais que decidem sobre as questões trabalhistas no 
Brasil.
1
TÓPICOS DE ESTUDO
Direito trabalhista no Século XXI 
• A importância do direito do Trabalho 
e sua origem.
• Aplicação dos Princípios da prote-
ção trabalhista.
• Interpretação do Direito do 
Trabalho.
CAPÍTULO 1
Direito Constitucional Trabalhista
3 A solução do Estado para os litígios 
• Solução não estatal de Conflitos: 
Comissões de conciliação prévia e 
Acordos Coletivos.
• A Organização da Justiça do Trabalho.
2 O sistema Legislativo das Relações 
do Trabalho 
• A Consolidação das Leis do 
Trabalho e a Jurisprudência.
• Convenções e Acordos Coletivos.
4 Resolução dos litígios: trabalhadores 
sem vínculo de emprego 
• Litígios dos Autônomos: ausência da 
relação de emprego.
• Contratos de Direito Civil: 
Sociedade,Representação Comercial, 
Empreitada, Cooperativas e outras. 
1. O direito constitucional trabalhista
Neste capítulo estudaremos alguns aspectos da legislação brasileira com relação à 
proteção do trabalhador. Inicialmente, veremos os rumos do Direito do Trabalho e sua 
base mais importante: a Constituição Federal. Discutiremos também como o Estado brasi-
leiro aborda e resolve os conflitos entre empregados e empregadores.
Analisaremos, na sequência, os princípios mais importantes que norteiam a constru-
ção e a interpretação do Direito do Trabalho, ou seja, as ideias gerais que o fundamentam.
O Direito do Trabalho tem a função de resguardar os direitos dos trabalhadores, que 
são a parte mais frágil na relação de emprego. A estruturação do setor de proteção laboral 
engloba o judiciário, as convenções, os acordos coletivos e, até mesmo, os tratados inter-
nacionais sobre a matéria, entre outros.
Esclarecimento
Quando nos referimos à “matéria” do Direito do Trabalho, estamos englobando 
todo o ramo do Direito do Trabalho como parte da ciência jurídica.
No primeiro tópico, estudaremos como se desenvolveu o Direito do Trabalho até os 
nossos dias e de que forma aplicamos os seus princípios.
1.1. Direito trabalhista no século XXI
Neste tópico veremos a importância do Direito do Trabalho em nossos dias e como ele 
evoluiu até o momento. A Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, in-
clui a proteção ao trabalhador e os direitos trabalhistas no capítulo constitucional que trata 
dos Direitos Sociais.
Afirmação
O professor José Afonso da Silva (2009, p. 37) ensina que a Constituição “é a lei 
fundamental de um Estado ou, dito de outra forma, é o conjunto de normas que organiza os 
elementos que formam o Estado”.
É importante salientar que o Direito do Trabalho ganhou mais eficácia após a 
Constituição Federal de 1988, pois o trabalho começou a ser tratado como a mais impor-
tante forma de trazer dignidade à pessoa humana
18 Legislação e Processos Trabalhistas
Agora, estudaremos a origem da pro-
teção ao trabalho, a conceituação e função 
dos princípios do Direito do Trabalho, além 
da forma como se dá a sua interpretação, 
tanto na formação da lei trabalhista quanto 
na aplicação diária, utilizando esses mesmos 
princípios e as fontes de Direito do Trabalho 
(lei, jurisprudência, costumes e outras).
1.1.1. A importância do direito do trabalho e sua origem
A partir da Revolução Industrial, a prestação de serviços, antes mais fluida e elemen-
tar, transformou o trabalho em emprego. Assim, os trabalhadores passaram a receber salá-
rios que os subordinavam ao poder econômico do empregador - era uma nova época, com 
outras diretrizes sociais e econômicas (MARTINS, 2013).
Com a invenção das primeiras máquinas, apareceram as indústrias, intensificando a 
exploração do trabalhador, que passava horas em locais insalubres, sujeito a explosões e 
incêndios, entre outros problemas. Além disso, os trabalhadores eram obrigados a jorna-
das excessivas de trabalho.
Como bem salienta Martins (2013):
Com o surgimento da máquina a vapor, houve a instalação das indústrias onde existisse carvão, 
como ocorreu na Inglaterra. [...] O trabalhador prestava serviços em condições insalubres, su-
jeitos a incêndios, explosões, intoxicação por gases, inundações, desmoronamentos, prestando 
serviços por baixos salários e sujeito a várias horas de trabalho, além de oito. Ocorriam muitos 
acidentes de trabalho, além de várias doenças decorrentes dos gases da poeira, do trabalho em 
local encharcado, principalmente a tuberculose, a asma e pneumonia. Trabalhavam direta ou in-
diretamente nas minas toda a família, o pai, a mulher, os filhos, os filhos dos filhos, etc. (p. 6).
Desde essa época, o patrão – proprietário das máquinas e que, portanto, detinha a for-
ça produtiva – mandava o trabalhador executarsuas atividades como e onde bem quisesse, 
além de impor péssimas condições de trabalho.
Como contextualiza Martins (2012), a necessidade de o Estado intervir era urgente, 
pois abusos como horas excessivas e maus tratos eram extremos contra todos. O autor ob-
serva que a situação era ainda mais grave no caso das mulheres e menores de idade, que 
chegavam a trabalhar mais de 16 horas por dia, recebendo a metade do salário pago aos 
homens.
©
 n
ir
ow
or
ld
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k
19Legislação e Processos Trabalhistas
Nesse cenário, os trabalhadores começaram a se mobilizar, diferentes movimentos 
sociais começaram a emergir e surgiram as primeiras leis proibindo práticas abusivas. A jor-
nada de trabalho foi limitada pela legislação e, posteriormente, houve a regulação do tra-
balho da mulher, dos menores, dos trabalhos perigosos, do descanso e dos intervalos na 
jornada, entre muitas outras regras que visavam melhorar as condições de trabalho.
O Direito do Trabalho surgiu, assim, para limitar os excessos do empregador em rela-
ção à exploração e para modificar as condições do trabalho, como, por exemplo, meio am-
biente adequado e respeito à pessoa do trabalhador.
Assista
Não deixe de conferir o filme Germinal (1993), baseado na obra homônima de 
Émile Zola, que retrata a exploração dos trabalhadores franceses pela aristocracia burguesa 
e sua luta por condições dignas de trabalho.
Nos dias atuais, o bom conhecimento das normas trabalhistas e a negociação eficaz 
de acordos coletivos pelas empresas evitam inúmeras demandas judiciais, o que é muito 
importante do ponto de vista econômico e social. Para que isso aconteça, veremos quais 
são os princípios do direito do trabalho, tema que vamos discutir a seguir.
1.1.2. Aplicação dos princípios da proteção trabalhista
No Brasil, a Constituição Federal passou a contemplar direitos sociais no seu tex-
to a partir de 1934, incluindo, entre outros, a garantia de liberdade sindical e a igualdade 
salarial.
Entre as normas que estão na Constituição Federal e nas próprias leis trabalhistas 
existem alguns princípios que são tidos como “princípios fundamentais”. Tais princípios 
inspiram a formação, interpretação e a aplicação das leis às situações fáticas e orientam a 
aplicação do direito do trabalho. 
Vejamos a seguir os princípios basilares do Direito do Trabalho:
20 Legislação e Processos Trabalhistas
Princípio da proteção ou tutelar: tem por objetivo compensar a inferioridade econô-
mica e jurídica do trabalhador. Quando houver dúvida na interpretação de uma norma 
(entre várias possíveis), deve ser adotada a mais favorável ao empregado. Quando duas 
normas dispuserem sobre a matéria aplicável a um caso específico, também prevalece 
a norma mais favorável ao trabalhador
1
Princípio da irrenunciabilidade de direitos: outro princípio que complementa o 
da tutela é o da irrenunciabilidade de direitos. Nesse sentido, estabelece o Art. 9 da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): “serão nulos de pleno direito os atos prati-
cados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos 
contidos na presente Consolidação”. Por este princípio, portanto, fica proibido qual-
quer acordo realizado entre as partes que tenha como objetivo a renúncia de quaisquer 
direitos do trabalhador. Casos clássicos são os dos acordos entre as partes renunciando 
a verbas salariais ou ao descanso a que o trabalhador tenha direito. Nesses exemplos, 
poderia haver um acordo, mas sem valor legal, pois seria para desvirtuar, impedir ou 
fraudar a lei, já que os direitos trabalhistas são, em princípio, irrenunciáveis.
2
Princípio da primazia da realidade ou verdade real: de acordo com este princípio, 
prioriza-se a verdade real – ou seja, os fatos, quando em confronto com a verdade 
formal. Na observação de documentos, por exemplo, deve-se estar atento se estes 
correspondem à realidade. Este princípio é muito utilizado para prevenir e verificar 
se há fraudes na aplicação do contrato de trabalho. São comuns casos de previsão 
contratual que não são direitos aplicados na prática. Uma situação bastante frequente 
é a seguinte: o empregado trabalha efetivamente em uma função – de gerente, por 
exemplo, organizando e administrando a área –, mas em sua carteira de trabalho 
consta o registro de auxiliar administrativo. Neste caso, o que é levado em conta é a 
realidade, e não o que consta formalmente em documentos.
3
Princípio da continuidade da relação de emprego: em regra, os contratos de 
trabalho terão validade por prazo indeterminado, havendo continuidade da relação de 
emprego. Um exemplo de continuidade do contrato de trabalho é a transferência do 
empregado para trabalhar em outra localidade que não seu domicílio, mas permane-
cendo na mesma relação de emprego.
4
Agora que já conhecemos esses princípios fundamentais, vamos tratar da interpreta-
ção do Direito de Trabalho, que envolve a busca das fontes e o amparo ao trabalhador.
21Legislação e Processos Trabalhistas
1.1.3. Interpretação do direito do trabalho
A interpretação das normas e de outras fontes do Direito do Trabalho sempre leva 
em consideração o que for mais favorável ao trabalhador. Em nosso ordenamento jurídico, 
existem simultaneamente normas estatais (por exemplo, leis, medidas provisórias) e não 
estatais (por exemplo, convenção coletiva). Para cada situação de conflito ou de dúvida, é 
necessário verificar se existe um direito aplicável.
Segundo Nascimento (2013):
A proteção ao assalariado nem sempre é total e satisfatoriamente dispensada pelo Estado. 
Às vezes, normas não estatais cumprem melhor esse fim. Por tal razão, o direito do trabalho 
acolhe o princípio de que as condições mais benéficas ao trabalhador são sempre prioritárias. 
Assim, se a lei ordinária garante férias de 30 dias e a convenção coletiva assegura férias de 60 
dias, esta será a norma fundamental aplicável. (p. 111).
As principais fontes do Direito do Trabalho são Nascimento (2013):
• Leis: são todos os atos que possuem caráter normativo, desde a Constituição 
Federal, a CLT e outras leis trabalhistas (como a que disciplina o FGTS – Lei n.º 
8.036/91, por exemplo) até medidas provisórias e portarias do Ministério do 
Trabalho, entre outros.
• Sentença Normativa: são as decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) 
ou do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A própria Constituição Federal dá com-
petência à justiça do trabalho para estabelecer normas e condições de trabalho.
• Convenção e acordo coletivo: envolvem a autonomia dos sindicatos nas negocia-
ções coletivas. As convenções são assinadas entre dois ou mais sindicatos, enquan-
to os acordos são assinados entre uma ou mais empresas e o sindicato da categoria 
profissional.
• Regulamento da empresa: é normalmente organizado pelos próprios interessa-
dos, os empregadores e, em alguns casos, em comum acordo com os empregados.
• Disposições contratuais do contra-
to de trabalho: de acordo com o art. 
8º da CLT, as determinações a respeito 
das condições de trabalho darão origem a 
direitos e deveres a empregados e 
empregadores.
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22 Legislação e Processos Trabalhistas
• Usos e costumes: muitos costumes se tornam direito do trabalhador pela sua ha-
bitualidade. Exemplo: a gratificação de natal foi oferecida espontaneamente com 
habitualidade e, posteriormente, se tornou obrigatória, resultando no 13º salário, 
hoje um direito do trabalhador.
• Normas internacionais: tratados e convenções também são fontes de direitos e 
obrigações, como ocorre com os da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
que obrigam seus signatários, inclusive o Brasil.
Com relação ao direito constitucionaltrabalhista, temos um grande número de nor-
mas que coexistem e são utilizados pelo Direito do Trabalho, inclusive juntamente com ou-
tras fontes. Utiliza-se essas outras fontes se a lei não estabelecer nada sobre a matéria; 
nesse caso, utiliza-se a regra que for mais favorável ao trabalhador.
Veremos a seguir como se estrutura o sistema legislativo e a resolução de controvér-
sias trabalhistas de forma pacífica perante o Poder Judiciário.
1.2. O sistema legislativo das relações de trabalho
O sistema brasileiro das relações de trabalho compreende a edição de leis trabalhistas e 
a estrutura do Poder Judiciário.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. n.º 114 e, posteriormente, a denominada 
reforma do judiciário, com a Emenda Constitucional n.º 45, ampliaram bastante a atuação da 
justiça do trabalho, trazendo para ela a competência relativa às demandas oriundas da rela-
ção de trabalho, ainda que sem relações de emprego.
Os autônomos, por exemplo, são trabalhadores terceirizados contratados pela empre-
sa, mas que não têm relação de emprego. Depois da reforma do judiciário, tudo o que diz res-
peito à relação de trabalho do autônomo com a empresa é julgado pela justiça do trabalho. 
Após a Constituição Federal, houve ainda a chamada flexibilização, quando outras 
normas surgiram para possibilitar que as regras se tornassem menos rígida e, dentre elas, as 
relativas à jornada de trabalho e ao trabalho em tempo parcial, por exemplo.
Recentemente, por meio da Lei n.º 13.467, de 13 de julho de 2017, o país passou por mais 
uma profunda alteração no ordenamento jurídico que regula as relações trabalhistas desde a 
instituição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Essa lei, reconhecida como 
reforma trabalhista, altera, cria e revoga mais de 100 artigos e parágrafos da CLT. Imagina-se 
que tal reforma irá mudar de forma substancial o mercado de trabalho brasileiro nos próximos 
anos. 
A seguir, examinaremos a aplicação da CLT e a utilização da jurisprudência, importantes 
fontes de Direito do Trabalho, além do papel das convenções e dos acordos coletivos.
23Legislação e Processos Trabalhistas
1.2.1 A consolidação das leis do trabalho e a jurisprudência
Há três diferentes grupos de leis que, simultaneamente, aplicamos nas relações de 
trabalho: a Constituição Federal, a CLT e as outras leis de conteúdo trabalhista 
A CLT é fruto de uma situação política que tinha o corporativismo e a forte interven-
ção do Estado como características. As críticas dirigidas à CLT é de que ela era antiqua-
da, gerava enormes prejuízos às relações sindicais e fazia pouca menção às negociações 
coletivas.
Com a reforma trabalhista, uma série de itens foram inseridos sobre o Direito 
Coletivo do Trabalho. Um dos pontos principais da reforma trabalhista foi a introdução do 
Art. 611- A, na CLT, o qual diz que o acordo coletivo tem prevalência sobre a lei. A maio-
ria dos itens busca flexibilizar dispositivos sobre jornada de trabalho e remuneração. A 
atuação do judiciário, de acordo com a reforma, restringe-se, no que diz respeito aos acor-
dos coletivos, a analisar sua conformidade aos elementos juridicamente formais, e não ao 
conteúdo.
Inobstante as inovações trazidas pela reforma trabalhista, cabe ao Poder Judiciário 
solucionar os impasses que surgem em função da interpretação das normas trabalhistas. É 
nesse contexto que a jurisprudência adquire relevância para o Direito do Trabalho.
Jurisprudência “é o modo pelo qual o Judiciário aplica reiteradamente o direi-
to” (CARRION, 2010, p. 85) ou “o conjunto de decisões proferidas pelos Tribunais, de 
forma a constituir uma diretriz, uma orientação sobre o tema, para os casos futuros” 
(NASCIMENTO, 2013, p. 102). Pode ser utilizada pelo advogado, como fundamento para 
a sua argumentação, e pelo juiz, como embasamento para a decisão na sentença – que é a 
decisão final nessa fase.
Na atualidade, a jurisprudência não obriga a decisão do juiz. No entanto, se a juris-
prudência for contrária ao que o juiz decidir, a parte prejudicada poderá recorrer ao tribu-
nal para pedir que a decisão seja revista.
A própria CLT (Art. 8º) trata do uso das fontes de Direito do Trabalho, estabelecendo 
que, na falta de disposições legais ou contratuais, os tribunais e as autoridades administra-
tivas decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência e de acordo com os usos e costumes, 
mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o in-
teresse público.
É importante destacar que a analogia é usada pelo intérprete quando não existe nor-
ma para a situação específica. Nesse caso, é utilizada uma norma de um caso parecido. Já a 
equidade é usada quando o intérprete precisa retificar as distorções da lei, fazendo justiça, 
utilizando os valores sociais e outras fontes.
24 Legislação e Processos Trabalhistas
Agora, vamos analisar outras importantes fontes de Direito do Trabalho, das quais 
surgem inúmeros direitos para o trabalhador: as convenções e os acordos coletivos.
1.2.2. Convenções e acordos coletivos
As convenções e os acordos coletivos também são consideradas fontes de Direito do 
Trabalho por gerarem direitos aos trabalhadores. 
A reforma trabalhista de 2017 trouxe significativas alterações no que diz respeito às 
negociações coletivas. O Art. n.º 611-A representa um dos grandes fundamentos da refor-
ma trabalhista, prevendo que “a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho tem 
prevalência sobre a lei (…)” (BRASIL, 2017), significa dizer que o negociado prevalece sobre 
o legislado nas hipóteses previstas na própria legislação trabalhista.
As convenções coletivas são definidas no Art. n.º 611 da CLT como : “o acordo de ca-
ráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômi-
cas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas 
representações, às relações individuais de trabalho” (BRASIL, 1943). 
O Art.n.° 611-A, incluído na reforma trabalhista, lista um rol de temas passíveis de 
negociação coletiva. Por sua vez, o Art.n.º 611-B, também inserido pela Lei 13.467/2017, 
estabelece limitações expressas à autonomia sindical nas negociações coletivas, deixando 
claro que quaisquer alterações que visem suprimir ou reduzir os direitos ali elencados cons-
tituirão objeto ilícito.
Alterou-se também a redação do §3º, do Art. 614, da CLT, extinguindo a ultratividade 
da convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Tal princípio estabelece que as cláu-
sulas negociadas entre as partes se incorporam ao contrato individual de trabalho mesmo 
após o término do prazo estipulado no acordo ou convenção coletiva.
Esse princípio da ultratividade havia sido convencionado por meio da jurisprudên-
cia dos tribunais trabalhistas, tendo em vista que a redação anterior desse parágrafo men-
cionava que: “não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 
(dois) anos” (BRASIL, 2017).
A reforma do § 3º do Art. 614, da CLT, é uma resposta do legislador ao Poder 
Judiciário Trabalhista, excluindo a possibilidade de que as cláusulas negociadas vigorem até 
que novo instrumento seja celebrado.
Em síntese, essas foram as principais alterações concernentes à negociação coletiva 
incorporadas ao texto consolidado pela Lei 13.467/2017.
É importante salientar que, em decorrência do efeito normativo, a convenção coleti-
va se aplica a todos os trabalhadores da categoria, não apenas aos que são associados ao 
25Legislação e Processos Trabalhistas
sindicato em questão. Nesse caso, é necessário delinear o que é uma categoria. Martins 
(2013) esclarece que:
Nossa legislação quando trata de categoria, usa as expressões “categoria econômica” e “ca-tegoria profissional”. A “categoria econômica” é a que ocorre quando há solidariedade de 
interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, cons-
tituindo vínculo social básico entre essas pessoas (parágrafo primeiro do art. 511 da CLT) É 
também chamada categoria dos empregadores. Categoria Profissional ocorre quando existe 
similitude de vida oriunda da profissão de trabalho em comum, em situação de emprego na 
mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas. É também 
chamada categoria dos trabalhadores. (p. 796).
Apesar da reforma trabalhista ter trazido grandes mudanças nas convenções e nos 
acordos coletivos de trabalho, há limitações constitucionais ao poder de negociar que fo-
ram expressamente previstas na legislação. Isto está evidenciado na redação do Art. 
611-B da CLT, que diz expressamente que não são ilícitas as cláusulas negociadas que su-
primam ou reduzam os direitos arrolados nos seus trinta incisos. A norma possui, inclusi-
ve, a seguinte trecho: “objeto ilícito de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho” 
(BRASIL,2017).
Constata-se que muitos direitos trabalhistas foram poupados da negociação coletiva, 
demonstrando que a prevalência do negociado sobre o legislado está longe de ser absolu-
ta. Caberá a Justiça do Trabalho fazer o controle e a fiscalização da liberdade de negocia-
ção outorgada aos entes sindicais à luz da previsão do Art. n.º 611-B.
Analisando os incisos do Art. n.º 611-B, nota-se que o legislador se preocupou com a 
possível inconstitucionalidade das negociações coletivas celebradas após a reforma traba-
lhista, baseadas no artigo anterior (611-A), de modo que fez constar, taxativamente, que 
existem direitos que não são passíveis de negociação coletiva.
Para ilustrar, veja um modelo de acordo coletivo:
26 Legislação e Processos Trabalhistas
Acordo coletivo de trabalho
(Redução da jornada de trabalho)
I – PARTES:
EMPRESA: , inscrita no CNPJ/MF n.º , 
com sede na Rua , n.º , Bairro 
, CEP n.º , Cidade, Estado, representada pelo sócio e adminis trador, 
Sr(a). , nacionalidade, estado civil, portador do CPF 
n.º e do RG n.º , residente e domiciliado 
na Rua , n.º , Bairro , CEP n.º , Cidade, Estado ;
SINDICATO: , inscrita no CNPJ/MF n.º , com 
sede na Rua , n.º , Bairro , CEP n.º , Cidade, Estado, representa-
da pelo diretor.
II - DISPOSIÇÕES
Por este instrumento particular, as partes celebram, com fulcro no art. 58-A da 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – o presente acordo coletivo de trabalho, que será 
regido pelas seguintes normas:
Art. 1º. A jornada de trabalho atualmente vigente de todos os trabalhadores, estipulada 
em 44 (quarenta e quatro) horas semanais está prevista na cláusula ___ dos respectivos con-
tratos individuais de trabalho e será alterada nos termos dos art. s subsequentes.
Art. 2º. Os trabalhadores abrangidos pelo presente acordo coletivo de trabalho passarão a 
laborar em regime de tempo parcial, cumprindo jornada laborativa de 25 horas semanais, de 
segunda à sexta-feira.
Art. 3º. Em decorrência da redução da jornada laborativa prevista no art. anterior, a remu-
neração dos empregados sofrerá a redução proporcional à quantidade de horas diminuídas.
Art. 4º. Ficam mantidas as demais cláusulas constantes dos contratos individuais de traba-
lho de cada um.
Art. 5º. O presente acordo é celebrado após autorização dos trabalhadores, manifestada em 
assembleia especificamente convocada para esta finalidade, no dia / / .
Art. 6º. O presente acordo entra em vigor na data da sua publicação e vigerá por um ano.
Cidade e data.
27Legislação e Processos Trabalhistas
Atualmente, as convenções e os acordos coletivos não precisam mais de homologa-
ção pelo Poder Judiciário, cabendo apenas o arquivamento no Ministério do Trabalho para 
que entrem em vigor em três dias, conforme o Art. 614 da CLT.
Vamos agora estudar um pouco sobre o Poder Judiciário trabalhista: como funciona 
e quais são os conflitos que não são resolvidos em seu âmbito, mas de forma particular e 
amigável entre as partes.
1.3. A solução do Estado para os litígios
Os conflitos entre empregados e empregadores são resolvidos cada vez mais pelas 
próprias partes, de forma amigável e por meio de Comissões de Conciliação Prévia (CCP).
Os sindicatos e as empresas podem instituir CCP – com representantes de emprega-
dos e empregadores –, que possuem a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais 
de trabalho, segundo Art. 625-A da CLT (BRASIL, 1943).
Além disso, há a solução dos litígios pela justiça do trabalho, que é exercida em todo 
o território nacional pelo Poder Judiciário Federal.
Esclarecimento
De acordo com o Dicionário Aurélio, um litígio pode ser entendido como: “1 
Questão judicial; demanda, pleito. 2 Disputa, contenda, pendência, querela” (FERREIRA, 
2000, p. 429).
Na justiça do trabalho, julgam-se os conflitos oriundos da relação trabalhista, sejam eles 
individuais ou coletivos. A justiça do trabalho compreende os juízes trabalhistas que operam na 
primeira instância e nos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), bem como ministros que ope-
ram no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A seguir, veremos de que forma os conflitos trabalhistas podem ser resolvidos sem a in-
tervenção do Estado.
28 Legislação e Processos Trabalhistas
1.3.1. Solução não estatal de conflitos: comissões de conciliação 
prévia 
As Comissões de Conciliação 
Prévia foram instituídas pela Lei n.º 
9.9588/2000, a qual incluiu na CLT, 
os Arts 625 – AA e seguintes, como 
uma forma alternativa de solução não 
estatal de conflitos. 
As CPPs adotam o princípio da paridade, ou seja, são formadas por igual número de 
representantes dos empregados e dos empregadores. 
O objetivo das CPPS é antecipar a resolução dos conflitos individuais do trabalho, 
evitando a proposição de ações judiciais. É facultativa, ou seja, o empregado pode escolher 
que a sua ação seja primeiro vista e solucionada pela CPP ou pode ir diretamente ao Poder 
Judiciário.
As CPPSs podem ser constituídas na empresa ou no âmbito sindical. As demandas 
podem ser submetidas à conciliação prévia se houver CCP nas empresas e intersindicais.
Já no acordo coletivo, as negociações se desenvolvem em várias esferas. No Brasil, a 
principal é a da categoria econômica e profissional: empregadores que pertencem a deter-
minada base territorial e os empregados dessa categoria.
Assim, o acordo coletivo prevê a negociação por categoria, entre sindicato e empre-
sas. Toda a categoria é beneficiada com o acordo. Poderá haver acordo ou convenção co-
letiva para resolver a negociação entre os empregados, representados pelo sindicato da 
categoria e o sindicato dos empregadores.
O acordo coletivo, quando analisando sob outros aspectos, possui uma abrangência 
menor: é um ajuste entre o sindicato de uma categoria de trabalhadores e uma ou mais 
empresas.
Vamos ver agora de que forma o sistema judiciário trabalhista se organiza.
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29Legislação e Processos Trabalhistas
1.3.2. A organização da justiça do trabalho
Cabe à Justiça do Trabalho a missão de resolver os litígios das ações relativas às rela-
ções de trabalho e até mesmo ações morais e patrimoniais, desde que oriundas da relação 
de trabalho.
Antes de 2004, a Justiça do Trabalhoservia apenas ao julgamento de casos relacio-
nados à relação de emprego, ou seja, à relação entre empregador e empregado regida pela 
CLT. Os outros trabalhadores (como os autônomos, por exemplo) não podiam se valer da 
Justiça Trabalhista, o que os obrigava a utilizar a estrutura da Justiça Comum. Mas qual a 
diferença? A Justiça do Trabalho é uma esfera especializada do Poder Judiciário brasileiro. 
A sua estrutura é totalmente voltada para assegurar o cumprimento das leis trabalhistas, 
diferente da Justiça Comum, que decide sobre vários assuntos (como crimes, casamentos, 
falências, impostos etc.), o que a torna uma Justiça não especializada.
O Poder Judiciário do Brasil é dividido em esfera federal e estadual. No âmbito estadual, 
temos o Tribunal de Justiça de cada Estado (sempre com sede na respectiva capital) e os juízes 
de primeira instância, que trabalham nos fóruns de cada cidade. Já em âmbito federal, temos 
a Justiça Federal, a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho. Todos os funcionários dos fóruns 
trabalhistas, inclusive os juízes, são servidores públicos federais.
A Justiça do Trabalho – que, como vimos, integra a esfera federal – é organizada em três 
esferas:
a) os juízes do trabalho, que atuam em primeira instância;
b) os Tribunais Regionais do Trabalho, que atuam em segunda instância;
c) o Tribunal Superior do Trabalho, que é uma instância especial.
A primeira instância é a que está mais próxima do conflito. É por isso que as ações 
trabalhistas começam por ela. Após a decisão do juiz, porém, pode ser que alguma das par-
tes (empregado ou empregador) não concorde e queira recorrer. Nesse caso, o recurso 
será endereçado à segunda instância, que fica a cargo dos TRTs. Se após a decisão de se-
gunda instância alguma das partes continuar não concordando, poderá recorrer mais uma 
vez, dessa vez ao TST, que está sediado em Brasília (DF).
Como o Brasil é um país com grande número populacional, há uma enorme quantida-
de de processos na Justiça do Trabalho. Essa quantidade, somada aos recursos que podem 
ser interpostos a partir das decisões proferidas, é que faz com que haja lentidão para o tér-
mino dos conflitos.
Vamos examinar agora o interessante tema dos trabalhadores que não possuem a 
proteção da legislação trabalhista nem seus litígios julgados pela Justiça do Trabalho.
30 Legislação e Processos Trabalhistas
1.4.Resolução dos litígios dos trabalhadores sem vínculo 
de emprego
A nova redação dada à Constituição Federal de 1988, pela Emenda Constitucional 
n.º 45/04, substitui a expressão “relação de emprego” (que corresponde ao trabalho su-
bordinado) pela expressão “relação de trabalho” (que corresponde a qualquer relação que 
envolva trabalho), trazendo para a competência da Justiça do Trabalho a relação civil do 
trabalhador.
Assim, a CLT passa a oferecer proteção não apenas aos que estão dentro da relação 
de emprego, mas sim daqueles que estão em uma relação de trabalho. Nesse sentido, os 
conflitos relativos a serviços de empreitada, prestados por autônomos, por representantes 
comerciais autônomos são de competência da Justiça do Trabalho. 
Nos próximos tópicos, analisaremos a situação de alguns trabalhadores não ampara-
dos pela CLT e que, portanto, não possuem vínculo de emprego, mas que são agora estu-
dados pelo Direito do Trabalho
1.4.1. Litígios de autônomos: ausência de relação de emprego
Uma outra alteração trazida pela reforma trabalhista, foi em relação ao trabalhador 
autônomo, que passa a ser conceituado pela CLT, no Art. 442 – B: “ A contratação do autô-
nomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma 
contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no Art. 3º desta Consolidação.” 
(BRASIL,2017). 
Assim, com o intuito de legalizar o trabalho, o Art. n.º 442-B veda a possibilidade do 
estabelecimento de vínculo empregatício com trabalhadores autônomos, mesmo em caso 
de relação exclusiva e contínua. Esse artigo limita o entendimento que perdurou por mui-
to tempo na Justiça do Trabalho, isto é, o de que a relação com trabalhadores autônomos, 
quando feita de forma exclusiva e contínua, caracterizava-se como uma forma de burlar as 
obrigações trabalhistas. A justiça do trabalho, portanto, atuava de forma a restabelecer 
esse vínculo. Isso foi, de certa forma, resolvido pela atual reforma. 
De acordo com este novo dispositivo legal, é possível que um trabalhador execute 
trabalhos autônomos para determinado contratante de forma contínua e exclusiva, sem 
que isso se configure em vínculo empregatício. Isto não significa dizer que um empregado 
pode ser substituído simplesmente por um trabalhador autônomo sem riscos de reclama-
ções trabalhistas. As diferenças entre o trabalhador empregado e o autônomo persistem. 
Se um trabalhador “autônomo” prestar serviços com habitualidade, pessoalidade e sob or-
dens, caracteriza-se a subordinação jurídica, e ele passa a ser visto como um empregado, 
com todos os direitos inerentes. 
31Legislação e Processos Trabalhistas
Concluindo: no caso de litígios entre autônomos e empregadores cabe a Justiça do 
Trabalho resolvê-los por se tratar de relação de trabalho, inobstante as alterações promovi-
das pela reforma trabalhista. 
No tópico a seguir, vamos estudar alguns contratos do Direito Civil.
1.4.2. Contratos de Direito Civil: sociedade, representação 
comercial, empreitada, cooperativa e outras
Vamos examinar agora alguns tipos de contratos adotados rotineiramente pelas em-
presas e que não são regidos pelo Direito do Trabalho.
• Contrato de sociedade: pelo contrato de sociedade, duas ou mais pessoas se obri-
gam a combinar esforços ou recursos para alcançarem fins comuns. Conforme de-
finido pelo Código Civil (Art. 981), “celebram contrato de sociedade as pessoas que 
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de 
atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados” (BRASIL,2002). Você 
pode conferir um exemplo de contrato de sociedade limitada abaixo:
Contrato de Sociedade Limitada
“CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE (Nome Empresarial da sociedade limitada)
1. Fulano de Tal (nome civil completo), nacionalidade, estado civil, regime de bens (se 
casado), data de nascimento (se solteiro), profissão, n.º do CPF, tipo do documento 
de identidade, seu número, órgão expedidor e UF onde foi emitido, domicílio e resi-
dência (endereço completo: tipo e nome do logradouro, número, complemento, bair-
ro/distrito, município, Unidade Federativa e CEP) e
2. Beltrano de Tal (qualificação idem acima) constituem uma sociedade limitada, me-
diante as seguintes cláusulas:
Cláusula Primeira – A sociedade adota o nome empresarial , 
e tem sede e domicilio na (endereço completo: tipo e nome do logradouro, número, 
complemento, bairro/distrito, município, Unidade Federativa e CEP).
Cláusula Segunda – A sociedade tem por objeto .
Cláusula Terceira – A sociedade iniciará suas atividades em __/ _ /__e seu prazo de 
duração é indeterminado.
32 Legislação e Processos Trabalhistas
Cláusula Quarta – O capital social é R$ reais dividido em quo-
tas de valor nominal R$ real, integralizadas, neste ato, em moeda corrente 
do País, pelos sócios:
Nome Nº de quotas Valor
Total
Cláusula Quinta – As quotas são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou transferidas a ter-
ceiros sem o consentimento do(s) outro(s) sócio(s), a quem fica assegurado, em igualdade 
de condições e preço direito de preferência para a sua aquisição se postas à venda.
Cláusula Sexta – A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor desuas quotas, mas 
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Cláusula Sétima – A administração da sociedade caberá a 
com todos os poderes e atribuições necessários à administração e representação da socieda-
de, autorizado o uso do nome empresarial, vedado, no entanto, fazê-lo em atividades estra-
nhas ao interesse social ou assumir obrigações seja em favor de qualquer dos quotistas ou de 
terceiros, bem como onerar ou alienar bens imóveis da sociedade, sem autorização do(s) ou-
tro(s) sócio(s).
Cláusula Oitava – Ao término de cada exercício social, em 31 de dezembro, o(s) administra-
dor(es) prestará(ão) contas justificadas de sua(s) administração(ões), procedendo à elabora-
ção do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico, cabendo 
aos sócios, na proporção de suas quotas, os lucros ou perdas apurados.
Cláusula Nona – Nos quatro meses seguintes ao término do exercício social, os sócios deli-
berarão sobre as contas e designarão administrador(es) quando for o caso.
Cláusula Décima – A sociedade poderá a qualquer tempo, abrir ou fechar filial ou outra de- 
pendência, mediante alteração contratual assinada por todos os sócios.
Cláusula Décima Primeira – Os sócios poderão, de comum acordo, fixar uma retirada men-
sal, a título de “pro labore” para o(s) sócio(s) administrador(es), observadas as disposições 
regulamentares pertinentes.
Cláusula Décima Segunda – Falecendo ou sendo interditado qualquer sócio, a sociedade 
continuará suas atividades com os herdeiros, sucessores e o incapaz. Não sendo possível ou 
inexistindo interesse destes ou do(s) sócio(s) remanescente(s), o valor de seus haveres será 
apurado e liquidado com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, ve-
rificada em balanço especialmente levantado.
33Legislação e Processos Trabalhistas
• Contrato de representação comercial: é o contrato que tem por objeto a media-
ção para a realização de negócios mercantis, por meio do qual os representantes 
agenciam propostas ou pedidos que são transmitidos aos representados, de modo 
não eventual e sem que haja relação de emprego (Art. 1º da Lei n.º 4.886/65). Os 
representantes comerciais são vendedores das mercadorias que representam. Na 
verdade, trata-se do mesmo trabalho exercido pelos vendedores internos, mas 
estes permanecem nas empresas, contratados e com vínculo empregatício. A di-
ferença está, portanto, no poder da direção de exigir a subordinação perante os 
empregados, que não pode ser exercido perante os representantes comerciais. 
Hoje, mesmo não havendo a relação de emprego, há a competência reconhecida à 
Justiça do Trabalho para julgar as desavenças entre o representante comercial e a 
empresa que o contrata. 
34 Legislação e Processos Trabalhistas
Veja um exemplo de contrato de representação comercial abaixo:
CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO
 COMERCIAL I – QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Contratante: , 
inscrita no CNPJ/MF n.º , com sede na Rua , 
n.º , Bairro , CEP n.º , Cidade, Estado, representada pelo sócio 
e administrador, Sr(a). , nacionalidade, estado civil, portador do 
CPF n.º e do RG n.º , residente e domiciliado na 
Rua , n.º , 
Bairro , CEP n.º , Cidade, Estado ;
Contratado: Sr(a). , 
nacionalidade , estado civil, portador do CPF 
n.º e do RG n.º , residente e domiciliado na 
Rua , n.º , Bairro 
, CEP n.º , Cidade, Estado.
I – DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS
As partes acima qualificadas, manifestando livremente a sua vontade, celebram o presente 
contrato de representação contratual nos seguintes termos:
OBJETO
Cláusula 1ª. O objeto do presente contrato é a representação comercial de venda de bens 
produzidos pela CONTRATADA.
PAGAMENTO
Cláusula 2ª. Pela execução do objeto descrito na cláusula anterior e cumprimento das obriga-
ções previstas na cláusula 4ª, a CONTRATANTE pagará à CONTRATADA a importância fixa 
mensal de R$ , (por extenso).
Parágrafo primeiro. O pagamento deverá ser realizado até o dia do mês subsequente ao 
da prestação dos serviços.
Parágrafo segundo. O atraso no pagamento importará a incidência de multa de % (por ex- 
tenso) sobre o valor previsto nesta cláusula e os serviços poderão ser suspensos se o atraso 
persistir por mais de (por extenso) dias.
35Legislação e Processos Trabalhistas
COMISSÃO
Cláusula 3ª. Além do valor previsto na cláusula anterior, a CONTRATANTE pagará a 
CONTRATADA __% (por extenso) sobre cada produto comercializado, valor que será pago 
mensalmente, no mesmo prazo previsto no parágrafo primeiro da cláusula anterior.
OBRIGAÇÕES DAS PARTES
Cláusula 4ª. Compete à CONTRATADA divulgar amplamente os bens e serviços co-
mercializa- dos pela CONTRATANTE, pelos meios publicitários que dispor, bem como 
proceder ao processo completo de venda, desde o recebimento do pedido até a en-
trega do bem.
Cláusula 5ª. Compete à CONTRATANTE:
I - disponibilizar exclusivamente à CONTRATADA os bens que produz, sendo ve-
dada a contratação de outra empresa à mesma finalidade;
II – manter estoque e atender imediatamente a todos os pedidos apresentados 
pela CONTRATADA;
III – responder pela qualidade dos bens que produz e que serão comercializados 
pela CONTRATANTE;
IV – prestar assistência à CONTRATADA em todo o processo de venda e 
pós-venda;
V – reparar eventuais produtos danificados que sejam devolvidos pelos 
consumidores.
RESCISÃO
Cláusula 6ª. Qualquer das partes pode requerer a rescisão do presente contrato, sem 
ônus, desde que proceda à comunicação com ___ (por extenso) dias de antecedência.
VIGÊNCIA
Cláusula 8ª. O presente contrato vigerá por prazo indeterminado, a partir da sua 
assinatura.
FORO
Cláusula 9ª. Fica eleito o foro de (Cidade e Estado) para dirimir eventuais conflitos 
oriundos do presente contrato.
DISPOSIÇÃO FINAL
Por estarem justos e acordados, firmam o presente contrato em duas vias de igual 
teor, junta- mente com duas testemunhas.
36 Legislação e Processos Trabalhistas
• 
Cidade, de de .
Contratante 
Contratado 
Testemunhas:
Nome: Nome: 
RG n.º: RG n.º:
Contrato de empreitada: o contrato de empreitada possui um objetivo expresso 
a ser alcançado: uma obra ou uma prestação de serviço deve ser concluída. O em-
preiteiro não é umempregado, mas um prestador de serviço, que exerce atividade 
por conta própria, constituindo-se na figura do autônomo. Suas desavenças, desde 
que resultantes da prestação de serviços, são resolvidas pela Justiça do Trabalho.
• Cooperativas de trabalho: as cooperativas, quando corretamente constituídas, 
contribuem para que a população excluída do mercado de trabalho consiga ter par-
ticipação na economia. Normalmente, o que se crítica não são as cooperativas, 
mas a precarização das condições de trabalho. Por vezes, as cooperativas de traba-
lho são utilizadas para a empresa fugir das obrigações trabalhistas.
Considerando as características especiais do contrato de trabalho, como a importân-
cia da realidade dos fatos em relação ao que consta nos documentos é o princípio da pri-
mazia da realidade. As empresas, por meio de seus órgãos administrativos e de direção, 
devem atentar nos cuidados diários para não haver problemas junto aos prestadores de 
serviços e perante os próprios empregados.
O Direito do Trabalho, como sistema jurídico, tem na relação empregatícia sua base, 
a partir da qual se constroem os princípios e as regras, demarcando suas características 
próprias.
Apresentamos nesse capítulo alguns conceitos, princípios e a importância do Direito 
do Trabalho, incluindo figuras alheias a ele, mas que também podem ser enquadradas, 
como é o caso dos autônomos. Tratamos também de dispositivos que foram impactados 
pela reforma trabalhista de 2017. 
37Legislação e Processos Trabalhistas
Referências
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da em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti-
tuicao/constituicao.htm>. Acesso em: 18/01/2016.
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Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. 
Acesso em: 18/01/2016.
 . Emenda Constitucional n.º 45, de 30 de dezembro de 2004. Altera dispositivos dos 
Arts. 5º, 36, 52, 92, 93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, 107, 109, 111, 112, 114, 115, 125,
126, 127, 128, 129, 134 e 168 da Constituição Federal, acrescenta os Arts. 103-A, 103B, 111-
A e 130-A, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/emendas/emc/emc45.htm>. Acesso em: 11/05/2016.
 . Lei n.º 4886, de 9 de dezembro de 1965. Regula as atividades dos representantes 
comerciais autônomos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4886.
htm>. Acesso em: 18/01/2016.
 . Lei n.º 8.420, de 8 de maio de 1992. Introduz alterações na Lei n° 4.886, de 9 de 
dezembro de 1965, que regula as atividades dos representantes comerciais autônomos. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8420.htm>. Acesso em: 11/05/2016.
 . Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 11/05/2016.
 .Lei n.º 9.958, de 12 de janeiro de 2000. Altera e acrescenta art. s à Consolidação 
das Leis do Trabalho – CLT. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9958.htm>.
 . Lei n.º 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho ( 
CLT). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13467.
htm>.
CARRION, V. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2010.
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2010.
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PORTAL DO EMPREENDEDOR. Modelo do contrato padrão, 2016. Disponível em:
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-padrao/modelo-do-contrato-padrao>. Acesso em: 19/04/2016.
Repercussão geral: recurso discute atuação da Justiça do Trabalho entre representante co-
mercial e empresa representada. Supremo Tribunal Federal, 2012. Disponível em:
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SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
39Legislação e Processos Trabalhistas
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Compreender e aplicar os principais conceitos relativos à proteção ao trabalhador, 
garantidos na Constituição Federal;
• Identificar os direitos e deveres da empresa ou entidade e as formas de contrata-
ção de empregados e demais colaboradores, respeitando a condição humana; 
• Verificar e interpretar o compromisso legal entre empregado e empregador.
CAPÍTULO 2
Direitos garantidos pela Constituição Federal
TÓPICOS DE ESTUDO
1 Princípios relativos às condições de 
trabalho, duração e outros aspectos
3 Responsabilidade sócioambiental
• Critérios de não discriminação no 
trabalho.
• Não distinção entre trabalho intelec-
tual, técnico e manual.
• Proteção ao descanso.
• Proteção aos trabalhadores: par-
ticipação nos lucros e na gestão da 
empresa
• Assédio Moral e Assédio Sexual.
• Ambiente de trabalho adequado.
• Acidentes de trabalho e a Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes 
(CIPA).
• Periculosidade e Insalubridade: os 
Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI). 
2 A dignidade da Pessoa Humana e as 
Proteções especiais
4 Direitos relativos ao Salário 
• Proteção às Pessoas deficientes.
• A Proteção legal aos Menores de Idade.
• Proteção à mulher e ao seu mercado 
de trabalho.
• Assédio Moral e Assédio Sexual. 
• Proteção ao salário.
• Proteção ao emprego.
• Garantias Coletivas .
40 Legislação e Processos Trabalhistas
 2. Direitos garantidos pela Constituição Federal
Neste capítulo vamos estudar a orientação da Constituição Federal, nossa lei maior, em 
relação aos direitos do trabalhador.
A Constituição Federal de 1988, resultado de um processo de redemocratização da 
nação brasileira, alterou por completo o sistema de proteção do direito do trabalho em seu 
viés constitucional. 
Percebeu-se uma grande preocupação do legislador constituinte em proteger o tra-
balho, especialmente, pelo grande número de dispositivos constitucionais reservados à 
matéria trabalhista. 
As principais bases dos direitos assegurados pela Constituição são a dignidade huma-
na, que não pode existir sem um trabalho adequado, e a igualdade entre todos, pois a 
Constituição de 1988 deu maior dimensão ao princípio da igualdade. O Art. 7º, XXX e XXXI, 
proíbe “diferenças de salários de exercício de funções e de critério de admissão por moti-
vo de sexo, idade, cor ou estado civil”. Protege ainda o portador de deficiência, declarando 
que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (BRASIL, 1988).
Esclarecimento
A música Um homem também chora, composta por Gonzaguinha, fala sobre a 
importância do trabalho para a honra do homem.
A atual configuração da jornada de trabalho, com a concessão de períodos de descan-
so, é significativa para a manutenção da qualidade de vida do trabalhador. Nos próximos 
tópicos, falaremos sobre a duração do trabalho e a não discriminação no trabalho,

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