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CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE PT 2 15/09/2020 -Confinamento de bovinos de corte: Falamos sobre confinamento, e veremos o projeto de confinamento. -Curral de confinamento: fazer projeto de confinamento de acordo com o número de animais que quero confinar. O ideal é um curral que tenha no máximo de 100 a 120 animais. Mas se eu quero confinar 500 animais, posso fazer isso (se na minha fazenda eu quero confinar 500 animais), então vou fazer 5 currais para 100 animais cada um. Nunca ultrapassar de 120 animais, para facilitar o manejo desses animais no curral, inclusive com relação ao cocho. As recomendações de acordo com o número de animais que vou trabalhar? Ex: vou fazer um curral usando 100 animais para cada curral. Se eu quiser 500 animais, faço 5 currais. Para 200 animais, faço 2 currais. 300 animais, 3 currais. As recomendações para um curral para 100 animais seriam: -A área recomendada por animal num confinamento pode variar de 20 a 50m². A área indicada seria de 20 a 50m² por animal- tem uma variação. Essa recomendação é se o piso é de chão batido. Então geralmente são de 20 a 50m² de chão batido e 100m² para cada animal (se ei tiver uma região de alta precipitação), pq se chover mto vou ter acúmulo de barro, vai formar barro e à medida que os animais vão ficando ali tem esterco e ali vai ficando mto molhado, o que acaba interferindo no ganho de peso dos animais. Se o piso é revestido é recomendado de 5 a 10m² por animal, mas não é comum acharmos confinamento com piso revestido já que é uma área mto grande e isso passa a ter um custo mto alto. Com relação ao BEA, é recomendado no mínimo 9m² por animal, então essa área de 9 m² por animal é a área mínima recomendada com relação ao BEA. Se o pecuarista resolver colocar um maior número de animais do que o confinamento foi dimensionado, ele vai acabar tendo uma alta densidade de animais por m² e isso passa a afetar tanto o desempenho dos animais, principalmente com relação ao BEA. Então por isso que tem que ser no mínimo 9 m². Nesse ex vamos usar 30m² por animal. Lembrando que de 9 para 30m² é uma grande diferença (por isso que falamos que seria uma área mínima), então a maior parte dos pecuaristas não trabalham com essa área mínima, eles trabalham geralmente com uma área de 20 a 50m². Então esses 9m² seriam áreas que não tem problemas, por isso que falamos que temos que ver o regime de chuvas, áreas que não tem problemas de chuvas e que tem um piso adequado pode ser de 5 a 10m², mas com chão batido (que não seja o piso revestido) geralmente é usado de 20 a 50m². No ex usamos 30m² por animal. Os dados que usamos no ex são: usei uma área de 30m² por animal, a área recomendada de cocho é de 50cm por animal, podendo variar de acordo com o tipo de alimentação, o número de vezes que passo o trato para os animais, e nesse caso vou usar um valor médio de 50cm² por animal, que é um valor considerado ideal. Logo atrás do cocho pode ser feita uma calçada que pode ter de 1,8 a 3m (no ex tem 2m), e o bebedouro e o cocho de sal (para o bebedouro é recomendado 4cm por animal, e o cocho de sal 8cm por animal). O curral para 100 animais será: -Se tenho 30m² por animal, então para 100 animais o meu curral terá 3000 m² (que é a área do curral). Outro valor que tenho que definir de acordo com o número de animais é a largura do curral, que é o meu cocho para a alimentação (que tb é em função do número de animais). Como falamos que vamos usar 50cm por animal, para 100 animais teremos um cocho para alimentação de 50m, então eu tenho a área de 3000m² e a largura (que é o cocho) de 50m. Quanto será então a profundidade do meu curral do confinamento? Sei que a área do curral é base x altura, se a área do curral é de 3000m², e a minha base é de 50m, vou querer achar qual é o valor da altura (profundidade do curral), pelas contas a altura será de 60m. Portanto, se em vez de 30m² eu colocasse 50m², o que mudaria? Nunca mudar a largura, e sim sempre a profundidade do curral. A largura nunca se altera pq ela é o tamanho do cocho, e se eu diminuir o tamanho do cocho eu vou interferir no ganho de peso dos animais pq eu vou limitar o acesso dos animais à ração. Se eu colocar uma área/espaçamento maior do que eu necessito de cocho, eu vou ter um custo maior que não seria necessário. A largura do cocho é padrão, em média 50cm por animal. -Mas se eu fiz o dimensionamento do meu curral para 100 animais, mas quero colocar 120 animais. Se eu colocar 120 no lugar de 100 animais, td bem pq talvez não ficaria tão apertado, mas o que limitaria o desempenho dos meus animais seria o tamanho do cocho, pq se eu colocar um maior número de animais do que o tamanho do cocho que eu dimensionei (em vez de deixar 50cm por animal eu vou limitar para 40 ou 30cm), e aí eu vou afetar o desempenho dos meus animais. Por isso que para fazer o dimensionamento do meu curral preciso primeiro estipular um número de animais, sendo que o número de animais adequado seria de 100 a no máximo 120 animais por curral. A partir do momento em que eu tive o curral lá aí eu vou usar a quantidade de animais em função do tamanho do cocho. Ex: tenho uma área que já tem um confinamento pronto, já tenho um curral de confinamento pronto, como que eu vou determinar o número de animais que eu vou colocar lá dentro do curral? Tenho que medir a largura do cocho, pq é em função da largura do cocho que eu vou determinar o número de animais que vou colocar lá dentro (mesmo que sobre área aqui), eu não posso limitar o acesso dos animas no cocho, pq a partir do momento que o produtor passa a ração tds os animais devem chegar ao cocho ao mesmo tempo. Esse cocho deve permitir a chegada dos animais ao mesmo tempo, pq senão mesmo no curral de confinamento sempre temos os animais dominantes e os animais que são dominados, e isso td ocorre pela hierarquia (se tiver animais que tem chifres, eles dominam os animais que não tem chifres e animais maiores dominam ao animais menores, então temos os que dominam e os que são dominados), e dependendo do tamanho do cocho se tiver uma alimentação com limitação os dominantes chegam e os dominados não chegam. Por isso que sempre que eu for selecionar os animais para colocar eles no curral eles devem ter peso semelhante (pq senão o maior domina o menor), eles devem ser do mesmo sexo e nunca colocar machos e femeas juntos, e devem ser inteiros ou castrados. Se eu tiver com um curral de animais inteiros, todos devem ser inteiros; e se eu tiver um curral de animais castrados, todos devem ser castrados. Pq se eu misturar animal inteiro com animal castrado além de poder ter brigas, o animal inteiro pode até acabar machucando o animal castrado. Então existem essas padronizações que usamos para separar os animais para o confinamento. Então o meu curral tem 50m de largura (que seria o tamanho do cocho) e 60m de profundidade, tendo uma área de 3000m². Qual será o tamanho do meu bebedouro e do meu cocho de sal? Para o bebedouro em média usamos 4cm por animal, pq nem tds chegam ao mesmo tempo. Então esse meu bebedouro vai ter 4m de largura, e não só o tamanho do bebedouro que é importante, mas sim a vazão de água que entra à medida que o animal toma essa água, então à medida que 2-3 animais tomam água ao mesmo tempo a altura/quantidade de água é medida por uma boia, que à medida que ele toma água ela será resposta, essa reposição tem que ser bem rápida, daí essa vazão grande para repor água do bebedouro. E o cocho de sal não obrigatoriamente é usado, pq mtas rações já colocam o sal mineral misturado na ração, só que tem produtores que além de colocarem o sal mineral misturado na ração eles colocam o sal comum à disposição dos animais, que a recomendação é de 8cm por animal, então tenho 100 animais- 8m. Mas tem produtores que não usam sal mineral (enriquecido com minerais e vitaminas) quando fazem o confinamento, pq quando eles fazem na formulaçãoda ração eles acreditam que a própria ração vai suprir as deficiências de minerais e vitaminas. Então os próprios ingredientes que são usados para formulação da ração já satisfazem as exigências dos animais, então mtas vezes eles fazem a ração sem a utilização de sal mineral e fornecem num cocho separado apenas o sal branco (cloreto de sódio). Mas pq apenas o sal branco? Pq ele é mais barato, então em vez de usar um sal que custa 150 reais o saco, vou usar um sal que custa 50 reais o saco (já que estou suprindo tdas as exigências dos animais com a ração). Há portanto produtores que não usam o sal mineral e sim apenas o sal comum (que seria uma forma de baratear), e o tempo que eles ficam no confinamento é um tempo pequeno que dificilmente vai promover uma deficiência de minerais e vitaminas já que estou oferecendo uma ração que vá satisfazer as exigências do animal de acordo com o peso em função do ganho esperado. -A calçada não necessariamente é feita, pq tb é um custo a mais. O principal objetivo dela é impedir que forme lama se chover ao lado do cocho de alimentação. Perto do cocho é um local que os animais ficam e que eles pisam mto, então em época de chuva pode ser um local que vai acumulando lama. Essa calçada impede o acúmulo de lama dos animais perto do cocho. E quando falamos sobre ganho de peso e de deposição de gordura vimos que uma das formas de avaliarmos ao acabamento dos animais é medindo a espessura de gordura que existe entre aa 12 e 13 costela (que é onde medimos o grau de acabamento dos animais). Essa medida é feita no frigorífico após o abate, ou ela pode ser feita através de um ultrassom onde no processo de seleção eu vou avaliar se os animais são mais precoces ou menos precoces com relação à terminação. Tem propriedades que usam a tecnologia para separar os animais que vão entrar para o confinamento em função do grau de acabamento desses animais, ou seja, quando esses animais estão passando no tronco onde serão vacinados, vermifugados e é feito o controle de ectoparasitas, existe esse ultrassom que é colocado na região entre a 12 e 13 costela e que me dá o indicativo da espessura de gordura que esse animal possui. Dependendo da espessura de gordura eles vão separando para os currais, então tenho o curral que o animal já tem uma espessura maior indicando que ele já estará pronto para o abate, o que tem uma espessura menor vai demorar um tempo maior, e o que tem uma espessura média demora um tempo médio. Então além do peso médio eles tb podem usar o grau de espessura da gordura para separar os lotes com relação à precocidade de terminação desses animais. -Vídeos de confinamento na bahia, que é uma forma de mostrar como é um grande confinamento e como que é o confinamento de altos grãos (que no lugar de usar o volumoso ou a silagem de milho ou a cana, é usado o milho e mais 1 complemento peletizado, que seria fonte de fibras, proteínas e minerais). -Maior confinamento da bahia: geralmente os confinamentos acabam se adequando à regiões onde temos alta produção de grãos, então em locais onde existe irrigação/que é usado um pivô central, que é um pivô que é fixado no centro e vai rodando e irrigando as áreas (em um local irrigado para a produção de grãos). O oeste é um doa campeões nacionais na produção de soja e milho, 75% dessa produção vão para as agro-indústrias de ração e se o alimento está perto pensou-se em trazer os animais tb para perto. Então essa região é bem favorecida por ser uma região produtora de milho, de soja (que são os insumos0. Antigamente o perfil da região era perfil de exportador de bezerros, então se produzia o bezerro que saia para regiões que confinavam. E hj esse perfil vem mudando, o gado é terminado na região mesmo (fechando o ciclo de cria, recria e engorda). Então veremos uma das maiores fazendas de gado de corte do brasil, que tem um sistema de produção marcado pela tecnologia. Então esse projeto começou anos atrás com um pecuarista que estava focado na logística e que chegou ao oeste da bahia. Hj a pecuária, através da intensificação assim como aconteceu com o frango, somos grandes consumidores de grãos- farelo de soja, milho e caroço ou torta de algodão, por isso que a pecuária foi para essas regiões com a visão de aproveitar esse resto de comida trazendo os animais para ontem tem essa comida. Então o confinamento é uma ferramenta estratégica onde consegue associar o boi magro no período da seca principalmente e a comida disponível no oeste. (mas no início não foi fácil). -É um confinamento grande e de chão batido, os animais são uniformes, tds tem um peso semelhante e nesse caso são tds animais nelores. Como que vemos se temos animais um pouco mais novos ou um pouco mais velhos? É pela presença do cupim, e vemos pela traseira do animal se ele está para terminação ou não. Então no início não tinham terras, começaram a fazer integração com os produtores, a estrutura era móvel, com cerca elétrica e lona, mas não tinha tanta viabilidade pq o prazo era mto curto. Mas a estrutura melhorou e o negócio foi crescendo, assim como a eficiência do sistema de confinamento. O confinamento é um elo da cadeia produtiva da carne, somos uma parte da cadeia onde pegamos o boi magro (que vem da região do semi-árido, Tocantins, pará e goiás), e compram toda a comida do oeste da bahia de fábricas que produzem insumos e junta o boi magro com a comida e produz o boi gordo. Atualmente a fazenda tem capacidade para manter até 30mil bois confinados e com reserva de 12m² por bois, os piquetes formam várias fileiras de animais. Mas como manter a saúde desses animais que ficam juntos? -Então observamos que são 12m² por boi, falamos que 9m² é considerado o mínimo de bem-estar, mas aqui usam 12m². O boi confinado tem a grande vantagem de dar a garantia de sanidade pq quando os animais entram no confinamento tem todo um protocolo sanitário, então eles recebem tdas as vacinas independente das suas origens (pois os animais podem vir de regiões próximas de fazendas do mesmo criador já vacinados, mas ao vir para o confinamento tomam essas vacinas novamente), com isso temos uma garantia absoluta de sanidade. E para alimentar todo esse gado tds os dias tem que ter mta ração e organização pois o processo é automatizado, preciso e nos cochos enfileirados o caminhão com a alimentação passa em horário programado. E para saber qual a quantidade certa que deve ser colocada no cocho o condutor recebe a ajuda da tecnologia, de uma balança eletrônica embutida no caminhão, pq é mto mas fácil trabalhar com a tecnologia que realiza automaticamente do que ir manualmente fazendo as coisas pq há perda de tempo, enquanto no automatizado já se ganha mais tempo e trabalha melhor. Pecuária de precisão que torna o confinamento um sistema diferenciado, e se compararmos com pastagem no período de 1 ano vamos estar colocando em torno de 5,5-5,7 arrobas no período de 1 ano (pq ele ganha nas águas e perde na seca), e no confinamento colocamos 6,7-7 arrobas em 100 dias. Então ele vai ganhar 1,5kg por dia e ainda vai ter um aumento de rendimento de carcaça. Então comparamos se os animais ficassem somente a pasto e eles no confinamento. -O tempo de engorda chega a cair pela metade, e o que seria feito nas águas no pasto gastando 6 meses, no confinamento se gasta 100 dias (é bem mais rápido). A grande diferença é que temos um alto custo, mas tb tem uma rentabilidade mto boa por estar investindo em tecnologia de distribuição e de qualidade de comida. Para otimizar os custos foi instalada na fazenda uma fábrica de ração, as montanhas de lona que cobrem os alimentos estão por tds os lados, e o processo de produção tb é automatizado. A mistura dos grãos é programada por máquinas de acordo com cada fase do animal. Temos um período de adaptação e um período que chamamos de engorda, os animais são acostumados a comer essa quantidade de grãosque proporcionamos a eles. Os brincos e chips eletrônicos nas orelhas complementam o processo e ajudam a rastrear os animais, o chip trás tdas as informações do animal (de onde veio, com que peso chegou, quais são os medicamentos que tomou, quanto comeu), e o brinco é para caso o animal saia do piquete eu saiba onde colocar ele de volta. O resultado de todo esse cuidado é visto nos currais, o gado fica robusto, e nesse caso temos 30% femeas e 70% machos. Os animais chegaram a cerca de 70 dias e já ganharam 90kg de peso, e devem ficar por mais 1 mês na propriedade. O gado é enviado para o abate em frigoríficos de várias partes de bahia, o sistema produtivo tem ainda outro grande destaque que é a sustentabilidade, todas as áreas são interligadas para aproveitar os resíduos gerados durante o processo. -A preocupação é em fechar todo o ciclo da cadeia, então além dos grãos dos produtores se compra tb os resíduos das agro-indústrias da região, as proteínas são produzidas e os resíduos tb são destinados, o esterco vendemos a tonelada dele in natura para agricultura/para os agricultores fazerem correção e melhoramento do solo (pq o solo da região é pobre), e o adubo tem outra vantagem em relação aos fertilizantes- eles fazem a correção do solo. Tudo é reutilizado, há lagoas de decantação onde tds os resíduos e dejetos produzidos pelos animais são canalizados até as lagoas, e esse liquido é reutilizado dps. Toda a parte liquida/resíduo liquido (água da chuva ou urina do animal) vai para esses tanques de decantação, e esse chorume que é rico em nutrientes tb é empregado para poder pulverizar na agricultura nas áreas de pastagem para melhorar a fertilização do solo. A água do período de chuva tb é reaproveitada, e como a chuva só cai em um período do ano pois é região de cerrado (onde tem baixa umidade e é mto seco) nessa época do ano não chove, na fazenda instalaram um sistema para molhar os piquetes- que funciona durante 1h e 30min em cada piquete e molha/irriga o solo e tb dá um banho nos animais, refrescando eles, e tb essa micro aspersão tem 2 fundamentos: -Diminuir um pouco o estresse calórico dele e fazer com que melhore, mas o objetivo maior é fazer com que diminua a quantidade de poeira, diminuindo assim a parte de pneumonia (que é uma das doenças que mais mata dentro do confinamento). A fazenda gera mais de 100 empregos diretos, os vaqueiros estão mto presentes ainda e são trabalhadores que ajudam a guiar os animais no pasto. Então concluindo, diante de projetos como esse concluímos que o oeste tb é o espaço da pecuária (região de oportunidade para essa área do agronegócio). -Então na fazenda tem o curral e as instalações, instalaram micro aspersores para promover BEA calórico para os animais e para diminuir a poeira (pois os problemas respiratórios são os grandes problemas que nós encontramos no confinamento). Molhando acaba tendo menos poeira, e hj a produção sustentável na pecuária de corte usando o confinamento vem crescendo pq reduz o tempo de abate, usa uma área menor para a produção dos animais, posso reaproveitar os produtos da agro- indústria e transformá-los em carne (proteína) e os resíduos produzidos no confinamento (os sólidos, como o esterco) posso usar como fonte de adubo, e os líquidos tb podem ser usados como adubação liquida, jogando com aspersores nas plantações e pastagens. Quando se fala em produção de carne bovina sustentável usando o confinamento é vantajosa. -Vídeo Confinamento de altos grãos: o confinamento sem volumoso traz benefício para o pecuarista? É possível fazer isso e com excelentes resultados, onde se trabalha com a dieta sem volumoso usando o milho inteiro, esse trabalho já foi feito em outros países e agora é adaptado ao brasil, e tem excelentes resultados. Consegue-se uma conversão alimentar mto eficiente, com 5kg de matéria seca por kg de ganho, e isso gera ganhos em torno de 1,400- 1,500kg/cabeça/dia com o consumo em torno de 2% do peso vivo. Pesquisas provaram que é possível confinar oferecendo uma dieta sem volumoso, com excelente ganho de peso e a um custo baixo (que é o que o pecuarista quer). A grande vantagem do confinamento sem volumoso usando o milho inteiro é a parte operacional, pois como o consumo é baixo- então se pegarmos um boi entrando com 12 arrobas e saindo com 18 arrobas ele vai comer uma média de 8kg de comida por dia. Então isso facilita mto o manejo e não precisa de instalações, eu vou misturar 15% de núcleo peletizado com milho, o núcleo tem que ser peletizado para que se faça uma boa mistura com o milho, posso fazer uma mistura no misturador horizontal ou com máquina betoneira e até mesmo com enxada. É uma dieta mto fácil de ser aplicada. Se trabalhar hj com milho de 18 reais a saca, considerando um ganho de 1,400kg e a boiada entrando com 12 arrobas e saindo com 18 arrobas, o custo de alimentação do arroba fica em torno de 60 reais. Se pegarmos uma arroba de 70 reais posso trabalhar com milho de 24 reais que ainda é viável. -E como em toda dieta que há riscos de distúrbios digestivos, e que requer mto cuidado no período de adaptação, o comportamento digestivo dos animais foi observado durante o experimento. Como vamos pegar um boi que vem do pasto e que está comendo celulose e vou colocar esse boi para comer amido, temos que ter certos cuidados na adaptação do animal, pq o mais difícil é essa adaptação. O período de adaptação para o animal começar a comer seria: o animal quando entra no confinamento e vou fornecer a dieta sem volumoso (de milho inteiro) tem 2 pontos que são importantes. 1°) o rúmen não está adaptado, ele não tem bactérias e nem papilas ruminais para absorver os AGVs; 2°) e outra coisa é que o boi vem do campo e lá ele tem um controle de consumo que chamamos de preenchimento, ele come o quanto consegue, mas quando vai para o confinamento ele não pode agir assim pq agora a dieta é mto energética, e se ele comer demais ele pode ter problemas. Então temos que dar um tempo para ele para adaptar o rúmen e fazer ele entender que ele tem um limite para energia, que não é mais preenchimento. Temos feito uma adaptação com restrição de consumo, então no 1° dia forneço 1,2% do peso vivo do boi, e vou aumentando de 10 em 10% para chegar nos 2% do peso vivo. Quando o boi entra no confinamento, quem decide o quanto ele tem que comer sou eu, ele não sabe (ele vem do pasto com um controle de consumo por enchimento, se eu eu não segurar o consumo e limitar o quanto ele tem que comer), ele vai comer demais e vai ter problemas. -Comparamos o comportamento de ingestão de alimentos de um animal que estava no pasto e de um animal que está comendo apenas concentrado. Então no pasto o que controla a ingestão de alimento do animal é o enchimento, quando ele enche o rúmen e come existem sensores táteis na parte superior do rúmen, e quando ele percebe que o rúmen está cheio ele começa a ruminar e para de se alimentar. Se ele se comportar assim no confinamento com os altos grãos ele morre, pq ele vai comer uma quantidade grande de milho (mesmo tendo o outro composto peletizado), ele não vai conseguir encher o rúmen e isso vai levar a todos os problemas de acidose e ele vai morrer. Por isso que no início se limita a quantidade de concentrado para ele aprender que o que vai limitar o consumo dele é a satisfação energética, ele vai saber que comendo menos ele fica saciado (não pelo enchimento do rúmen, mas sim pela quantidade de energia que ele tem na corrente sanguínea e a quantidade de glicose disponível). -Comparando a dieta tradicional com essa nova dieta: quanto que o ganho de peso é significativo? A dieta de milho inteiro temos que mudar um pouco o pensamento, pq no brasil não se mede o consumo e se preocupa apenas com ganho de peso, e o importante que vai me falar se tenho lucro ou não- não é o ganho de peso, e sim a conversão alimentar. Então a dieta de milho inteiroé uma dieta que o ganho vai ser normal (de 1,4-1,5kg, podendo chegar a 1,800kg), mas o ganho não é o foco, o foco é a conversão alimentar. Vamos ter um ganho próximo do ganho de uma dieta convencional, com 50-60 de volumoso, mas vou ganhar mto em consumo. E quando é uma dieta com 40-60 de volumoso, vou ter um consumo de 25-30kg de comida por dia, isso vai para 8kg. Como a dieta é simples não houve perdas, é uma dieta seca (milho seco, com 2% de umidade e o núcleo), então o produto não perde do curso, então não tenho perdas. Não tenho que ficar tirando sobra do cocho no dia, só tenho que manejar para não ficar sobrando. E o que vai ter perda é se chover e o produto ficar de um dia para o outro pode ter perda, mas como praticamente confinamos na seca não tem chuvas. E tenho que retirar do cocho fezes que o boi defecou. É uma dieta com praticamente zero de perda de comida. -A pesquisa proporcionou criar um novo sistema, o sistema de confinamento a pasto, então se usar o capim nos primeiros dias para o boi não sentir (e ir mudando gradativamente a dieta), foi feita uma pesquisa com repetições em piquetes, eram 4 animais por piquete e não houve problemas de adaptação. E como que faço esse confinamento a pasto? Esse é na realidade o semi-confinamento, que seria aquela suplementação de altos ganhos. Então trabalho de forma que a forragem que vai ficar disponível de 15-20 dias, então começa no 1° dia fornecer de 1,2-1,4% do peso vivo de ração, e de 2 em 2 dias vou aumentando 10%, e dessa forma nos primeiros dias o boi ainda tem forragem disponível e no final de 15-20 dias o animal já vai estar comendo 2% do peso vivo (que é o consumo médio desse tipo de dieta), a forragem vai ter acabado dentro do pasto, e aí o boi vai estar em uma dieta de confinamento sem volumoso, então temos pastagem/forragem só nos primeiros 15-20 dias, só durante a adaptação para deixar o boi ir mudando gradativamente de dieta. Esses animais foram adaptados e vão ficar o tempo todo dentro do piquete, entraram mais leves com 310-315kg e vou deixar eles 110 dias na alimentação (em um piquete de 1500m²), a taxa de lotação seria 40 animais/hectare, temos 6 bois em 1500m, e eles começaram dia 8 de março e em 70 dias eles ganharam 120kg (dando 1,7kg de ganho), e na pratica essa taxa de lotação do boi/hectare é mto alta. O boi não come esse capim do pasto, o capim apenas fica pisado, os animais tem um acabamento bom e são animais jovens, o ganho é bom de 1,7kg (que é o melhor que podemos conseguir em um confinamento com alto concentrado). Então os animais ficam 21 dias nesse pasto e dps foram para o confinamento, dps que retira os bois do pasto ele fica 40 dias em descanso (e esse capim não morreu, ele volta mais viçoso pq tem uma concentração mto grande de fezes e urina, que é adubo para o pasto). -E o que temos nesses 70 dias que estamos comparando o boi que ficou o tempo todo no piquete e o boi que ficou 21 dias no piquete e foi para a baia, e o boi da baia, temos que o boi do piquete ganhou 1,7kg, o boi que eu adaptei e levei para o confinamento teve ganho de 1,5kg, e o boi que fechei direto está com ganho em torno de 1,2kg. A baia de 3 animais o ganho acaba sendo um pouco menor que no curral (de 70-100-120 bois, pq a adaptação do animal é mais difícil- pq como são 3 animais, tem liderança, tem que aprender a chegar no cocho e isso demora mais). Esse sistema é recomendado pq tem mta segurança, e a partir do momento que o boi chega na dieta final (que ele chegou ao consumo de 2% do peso vivo) ele abandona o pasto/não come mais pasto. Então aquelas preocupações em relação ao tipo de forragem são esquecidas e comparando com o semi-confinamento, ele seria feito em uma pastagem de braquiária ou tanzania, mas aqui nesse sistema não (nele posso fechar o animal ali com qualquer coisa/não tenho preocupação com o tipo de capim, como pasto de andropogon), pq eu preciso do pasto só nos 20 primeiros dias como uma fonte de fibra e dps não preciso mais do capim. O andropogon é um capim de média-baixa qualidade pq ele dá em solos mais fracos, ele vai servir só como uma forma de adaptação pq o ganho de peso que ele proporciona não é tão alto em comparação com braquiária ou panicum. -Além dos bons resultados em termos de peso e conversão alimentar o confinamento a pasto requer pouca estrutura. O sistema de pasto tem uma vantagem: no confinamento convencional gastamos, e dependendo da estrutura que eu vou montar posso gastar até 300 reais por animal tratado, uma boa ração hj custa 15-20 reais (?), então o meu investimento em estrutura vai ser na faixa de 5-10 reais por boi. A estrutura da suplementação a pasto: são tambores de plástico que foram cortados e colocados fixados na madeira, é uma estrutura bem menor e mais barata em comparação com o confinamento. Então se eu resolver que não vou confinar mais, eu não gastei mto (então é viável, pq eu não gastei com estrutura). E o confinamento de milho inteiro eu não preciso de estrutura tb para fazer a mistura, então isso aqui é fácil de fazer, dá para engordar a boiada que não saiu a pasto, foi feito com vacas e o desempenho foi bom, e sobre os custos foi melhor do que o do boi, não te refugo de cocho de vacas. É um sistema que está acessível para qualquer um. Então se o milho for viável na região do produtor, daqui 3-4 dias ele pode tratar os bois, ele pode confinar sem ter estrutura na fazenda. Ele só precisa comprar milho, núcleo peletizado e cocho. -Qual a diferença desse sistema para o sistema em confinamento? Esse sistema não é o semi- confinamento, pq no semi-confinamento trabalho com 1 a 2 bois por hectare, de forma qie no semi- confinamento é essencial que tenha pasto disponível o tempo todo. Enquanto que nesse sistema estou trabalhando com 40 animais, com 20-40x mais boi por área, de forma que no nosso sistema o capim acaba. Então a taxa de lotação tem uma diferença, a partir dos 20 dias é importante que não tenha mais capim (pq se tiver forragem vai aumentar a taxa de pastagem e o consumo do milho vai aumentar, e não quero isso), no semi fornecemos até 1,2-1,3 de concentrado, e no sistema come 2%, no semi a ração é farelada e no sistema a ração é milho inteiro + núcleo peletizado. Os ganhos de peso do semi- confinamento variam de 700 a 900g, e aqui temos conseguido ganhos de 1,400-1,800kg. Um bom resultado. Então isso colocou em questão a cadeia produtiva da carne, então o objetivo da pesquisa foi avaliar o desempenho, consumo e comportamento animal e isso foi disponibilizado para os confinadores. Então ao trabalhar com dietas de alta proporção de concentrado, isso hj é viável em nossas condições por causa da disponibilidade de grãos (que hj é mais barato, como o milho, assim como tb os produtos vindos do processamento da soja, do algodão), fazendo com que viabilize a dieta de alta proporção/produção de grãos de concentrado. E com isso o produtor terá condições de oferecer um produto de melhor qualidade (carne de melhor qualidade), e com esse uso da alta proporção desses produtos na dieta vai permitir uma melhor eficiência de conversão, uma melhor eficiência alimentar e uma carne de melhor qualidade. -Vimos o confinamento que usa volumoso e concentrado (confinamento na bahia), tem a opção de se fazer o confinamento com uso de grãos apenas (que é o confinamento de altos grãos), que é uma técnica que foi copiada do exterior com a finalidade de facilitar o manejo, os animais consomem uma quantidade menor de alimento já que é uma dieta praticamente seca e facilita o manejo. Posso usar essa técnica de altos grãos tendo o confinamento, como há a alternativa de usar a técnica de altos grãos tendo um piquete menor (que no início ele tem a pastagem), com os animais eu concentro um maior número de animais nesse piquete, eles comem em 20 dias essa pastagem e continuam depois comendo apenas esses altos grãos que quando eles atingirem oponto de abate, e eles serão vendidos. Então a vantagem desse confinamento a pasto é que você não precisa ter toda aquela estrutura que tenho montada no confinamento, simplesmente eu coloco no cocho e forneço alimentação para os animais. Quando terminar esse confinamento a pastagem volta a se recuperar e eu coloco esses animais para terem acesso ao pasto. E a diferença é que no semi- confinamento eu tenho que ter a pastagem como uma fonte de volumoso e os suplementos de altos ganhos, que complementam a pastagem. E nesse caso que vimos os animais ficam numa área de pastagem (que durante 20 dias o capim é consumido, e depois eu dou uma quantidade maior de concentrado- que é o milho e o núcleo peletizado, que tem fonte de fibras, proteínas e minerais peletizados para facilitar a mistura com o milho. Então vimos 2 técnicas, a técnica de altos grãos seria tb uma técnica de tentar viabilizar e aumentar o ganho dos animais num período menor de tempo. -Uso de aditivos no confinamento: pois são produtos que melhoram a conversão alimentar, ex: monensina sódica e lasalocida, há outros aditivos que tb podem ser usados no confinamento com o objetivo de prevenir o timpanismo (pq eles reduzem a produção de gases), de melhorar o ganho de peso dos animais pq eles aumentam a produção de ácido graxo propiônico aumentando o ganho na forma de musculo, e com isso melhorando a conversão e aumentando o ganho de peso dos animais. -O peso normal que um boi de acabamento entra no confinamento é: lembrando que temos as raças pequenas, médias e grandes. Então o animal atinge o período de abate em torno de 16-18 arrobas, esse animal que atingiu o abate com 18 arrobas ele ganhou no confinamento 3 arrobas, ele entrou e foi abatido com 16 arrobas. Ele entra com 13 arrobas no confinamento, ou se tenho um confinamento que proporcione um maior ganho (ele pode entrar com 12-13 arrobas e atingir o ponto de abate com 16-17 arrobas). Mas os animais que tem tamanhos maiores e que atingem o acabamento mais tarde, se eles atingirem o acabamento com 18 arrobas, ele entra no confinamento com 15 arrobas para sair com 18, ou ele entrou com 14 e teve 1,5kg por dia e saiu com 18, então depende mto do ganho que ele vai ter no confinamento, que está relacionado com a ração. Falamos de ganhos de 1,3-1,5-1,7kg/dia, então depende do ganho que os animais terão e do peso que sei que ele atingirá mais ou menos o acabamento. Quem trabalha com pecuária ao observar o animal já se sabe mais ou menos o peso que eles atingem o acabamento. Ex: nelore pode entrar com 14 arrobas e ser vendido com 15-17-18 arrobas, depende mto do tamanho. Determino o ponto que o animal atingiu o acabamento (com 18 ou 16 arrobas), aí avalio em torno de 4 arrobas a menos, e tenho que diluir essas 4 arrobas no tempo que ele ficou em confinamento (que seria 1,5kg/dia?). Ex: supondo que o meu confinamento seja de 90 dias e que a minha ração vai proporcionar 1,5kg de ganho, então esses animais ganharão 135kg durante os 90 dias, esses 135kg é ganho de peso vivo, só que na hora que o animal é abatido o frigorífico não paga pelos 135kg, ele vai pagar pelo rendimento de carcaça. Então vamos considerar que esse animal apresenta 52% de rendimento (então eu multiplico, x0,52/que seriam os 52% de rendimento de carcaça). Então esse animal ganhou durante 90 dias 70 kg de carcaça, aí vou dividir por 15, e ele ganhou 4,7 arrobas (fiz isso para converter em arrobas). Esse animal em 3 meses (90 dias) ganhou 4,7 arrobas, se ele entrou com 14 arrobas ele vai sair com 18 arrobas (que seria adequado). Ou ele entra com 13 e sai com 17,7 arrobas. Aí eu calculo o custo de quanto tenho de animal/dia e multiplico pelos 90 dias e vou ter o custo da alimentação do período, e divido pelas arrobas que ele ganhou, aí vou ter o preço/custo por arroba. E faço a divisão da arroba por carcaça (e não a total), pq o meu peso vivo- o ganho que ele teve em peso vivo, quando o animal é abatido o frigorífico paga apenas pela carcaça. Então sempre eu transformo o ganho que ele teve nos 90 dias em arrobas, por isso que tenho que levar em conta o rendimento de carcaça, pq o frigorífico vai me pagar somente pela carcaça (e não pelo peso vivo). Na época das águas o preço da arroba é um pouco mais baixo. O confinamento geralmente é feito na época seca e não na época das águas pq o preço da arroba é maior (aí compensa). Comprar o boi magro hj para colocar no confinamento é inviável pq o preço dele está alto tb, pq a oferta está baixa. Então o que seria indicado é comprar o boi em outubro e novembro (onde inicia a época das aguas) e os animais estão vindo do pasto magros (o preço dele vai estar barato), ou janeiro- fevereiro que eu tenho uma alta oferta e o preço tb está barato para colocar ele no confinamento em junho, julho, agosto. O ideal seria julho, agosto e setembro, pq existe um acompanhamento no mercado que o maior preço da arroba é obtido sempre no mês de novembro (mas isso muda). O produtor pode confinar julho, agosto e setembro e vender dps em 235 reais. De outra forma fica inviável, então sabemos que as tecnologias existem mas tenho que saber aplicar elas no momento correto e de forma adequada (por isso tem pecuarista que ganha bem e tem quem não ganha bem). Ele tem que entender de economia e fazer custos, o que mtas vezes o produtor não sabe. Com a globalização sempre surgem novidades no mercado.
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