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Mahan (2012), relata ser um processo biológico em três fases continuas: inicio, promoção e progressão do tumor. • Por se multiplicar de forma rápida as células tendem a ser muito agressivas e descontroladas • O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas. Fisiopatologia do câncer • A OMS considera ser a segunda maior causa de morte por doença. De acordo com Mahan (2012), como as crianças ainda estão em desenvolvimento de cérebro, sistema nervoso, ossos, músculos e tecido conjuntivo, é mais comum apresentarem canceres nesses locais. Algoritmo de fisiopatologia e tratamento Inicio- promoção - progressão Energia em excesso, especialmente gorduras insaturadas Vírus Substâncias químicas Neoplasia maligna Antioxidantes limitados Radiação • Câncer: tipos de crescimento celular • A proliferação celular pode ser controlada ou não controlada. • No crescimento controlado, tem-se um aumento localizado e autolimitado do número de células de tecidos normais que formam o organismo, causado por estímulos fisiológicos ou patológicos. • No crescimento não controlado, tem-se uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é quase autônomo, persistindo dessa maneira excessiva após o término dos estímulos que o provocaram. As neoplasias (câncer in situ e câncer invasivo) correspondem a essa forma não controlada de crescimento celular e, na prática, são denominadas tumores. Fisiopatologia e etiologia do câncer • Neoplasias podem ser benignas ou malignas. • As neoplasias benignas ou tumores benignos têm seu crescimento de forma organizada, geralmente lento, expansivo e apresentam limites bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. • As neoplasias malignas ou tumores malignos manifestam um maior grau de autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte do hospedeiro Fisiopatologia e etiologia do câncer • Câncer in situ e câncer invasivo Fisiopatologia e etiologia do câncer Fisiopatologia e etiologia do câncer • Existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. • Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. • Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Fisiopatologia e etiologia do câncer • Etiologia • As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando inter-relacionadas. • Causas externas: tabagismo, ingestão de bebida alcóolica, alimentação não saudável, componentes dos alimentos que ingerimos, sedentarismo, radiação, infecções, exposição ocupacional a agentes cancerígenos (produtos químicos, tóxicos). • Causas internas: São, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. • Dados do INCA (2018), entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer. Fisiopatologia e etiologia do câncer Fonte: INCA https://www.inca.gov.br/estimativa/estado- capital/brasil https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil Fisiopatologia e etiologia do câncer • Nutrição na etiologia do câncer • Ca de boca: tabagismo, bebida alcóolica, baixo consumo de frutas e vegetais (betacaroteno, vit.E e licopeno), cereais integrais, leite, alho, chás verde e preto, peixe; • Ca de estômago: de vit. C e E, de alimentos salgados, defumados; • Ca de pâncreas: de frutas cítricas, feijões ou leguminosas (fitoestrógenos) e fibra, de carnes e colesterol; • Ca colorretal: de vegetais (folato, carotenoides, vegetais crucíferos), vit. C e D, farelo de cereais, de açucares, calorias e gorduras saturadas, obesidade; Nutrição e câncer • Segundo Cuppari (2005) a desnutrição apresenta uma incidência entre 30 e 50% dos casos caquexia • Essa desnutrição é multifatorial, pode ser advinda de uma anorexia decorrente de fatores anoréticos produzidos pelo tumor, obstrução do TGI e até agressão da própria terapêutica utilizada Porcentagem de perda de peso em diferentes tumores Pâncreas e estômago 83 a 87% Colón, próstata e pulmão 48 a 61% Mama, leucemia, sarcoma, linfoma não Hodgkin 31 a 40% Nutrição e câncer Fatores que contribuem para a caquexia no câncer Redução da ingesta alimentar: anorexia, náuseas e vômitos; alteração do paladar e olfato Efeito local do tumor: odinofagia, disfagia; saciedade precoce; obstrução gástrica ou intestinal; má absorção Alteração do metabolismo de CHO, PTN e LIP Efeitos do tratamento do câncer: • Cirurgia: mastigação alterada e deglutição; síndromes pós-gastrectomias; insuficiência pancreática; estenose da anastomose. • Quimioterapia: náuseas, vômitos; alterações de olfato e paladar; xerostomia e mucosite; diarreia. • Radioterapia: anorexia e náuseas, lesão da mucosa gastrointestinal • Psicossocial: depressão, ansiedade e aversão alimentar Diagnostico e tratamento • Diagnostico: • Historia médica • Exame físico • Avaliação bioquímica e de imagem • Tratamento: intenção de curar, controlar ou de forma paliativa • Quimioterapia • Imunoterapia • Radioterapia • Cirurgia isolada ou em combinação Nutrição e câncer Nutrição e câncer Quimioterapia • Uso de agentes químicos ou medicações para tratar o câncer impedindo a formação de novo DNA, bloqueando funções essenciais da célula ou induzindo a apoptose. • Os químicos não se limitam apenas as células neoplásticas e acabam afetando células normais, porem a resposta de recuperação destas células é rápida e eficiente desde que os químicos sejam administrados em um intervalo de tempo adequado. Quimioterapia prévia, neoadjuvante ou citorredutora Quimioterapia adjuvante ou profilática Quimioterapia curativa Quimioterapia para controle temporário de doença Quimioterapia paliativa Quimioterapia Drogas quimioterápicas comuns e efeitos no estado nutricional Cisplatina, dacarbazina edoxorrubicina toxicidade gastrointestinal, náuseas e vômito Antracíclicos, taxanos e aquilantes maior riscos de sangramento e infecções Irinotecan diarreia Vinicristina obstipação intestinal, cólica abdominal Prednisona e dexametasona retenção de sódio e liquido, intolerância a glicose, perda de potássio e osteoporose Quimioterapia Quimioterapia Cuidado nutricional adequado para cada tipo de efeito colateral QuimioterapiaDisfagia observar o grau de disfagia e realizar mudanças na textura da dieta; Xerostomia alimentos que vão facilitar a produção de saliva, por exemplo chás, ingestão adequada de água, balas de hortelã. Náuseas aumentar o fracionamento das refeições , evitar a ingestão de líquidos durante a refeição. Saciedade precoce evitar alimentos crus e preparações gordurosas e com molhos Obstipação aumentar a ingestão de líquidos e de alimentos ricos em fibras insolúveis Radioterapia • Utiliza raios ionizantes em múltiplas doses com o objetivo de curar, controlar ou paliar o câncer. Pode ser aplicada de forma externa abrangendo todo o corpo ou por braquiterapia • Radioterapia curativa • Radioterapia pré-operatória (RT prévia ou citorredutora) • Radioterapia pós-operatória ou pós- quimioterapia (radioterapia profilática) • Radioterapia paliativa: Radioterapia antiálgica; Radioterapia anti-hemorrágica: Radioterapia Os efeitos colaterais, geralmente, limitam-se ao local que está sendo irradiado, ao contrario da quimioterapia • Fadiga • Perda de apetite • Alterações cutâneas e alopecia na área tratada Efeitos tardios: • Cáries dentárias • Xerostomia permanente • Trismo (mandíbula trancada) Radioterapia Radioterapia Cuidado nutricional adequado para cada tipo de efeito colateral Radioterapia Disfagia observar o grau de disfagia e realizar mudanças na textura da dieta; Xerostomia alimentos que vão facilitar a produção de saliva, por exemplo chás, ingestão adequada de água, balas de hortelã. Náuseas aumentar o fracionamento das refeições , evitar a ingestão de líquidos durante a refeição. Saciedade precoce evitar alimentos crus e preparações gordurosas e com molhos Obstipação aumentar a ingestão de líquidos e de alimentos ricos em fibras insolúveis Radioterapia • Radioterapia no tórax azia e esofagite aguda, sendo necessário mudança na textura da dieta • Radioterapia no abdômen gastrite aguda ou enterite, cuidado especifico para os sintomas. Enterite pode se tornar crônica e evoluir para a síndrome do intestino curto e assim sendo necessária administração de NPT Cirurgia oncológica • Isolada ou em combinação • No pós operatório os pacientes apresentam fadiga, dor e alterações temporárias no paladar e função intestinal Atenção especial em cirurgias de cabeça e pescoço Cirurgia oncológica Cirurgias para tumores esofágicos Cirurgias gástricas Ressecção cirúrgica do pâncreas Cirurgia oncológica Impactos da cirurgia oncológica Cavidade oral: dificuldade de mastigação e/ou deglutição; potencial de aspiração; xerostomia e alteração de paladar Laringe: disfagia e potencial de aspiração Esôfago: indigestão e/ou refluxo gástrico; motilidade diminuída Estômago: síndrome de dumping, desidratação, má absorção de gorduras, vitaminas (B12 e D) e minerais(cálcio e ferro) Vesícula biliar e ducto biliar: hiperglicemia , má absorção de gorduras, vitaminas (B12, A, D, E, K)e minerais (magnésio, zinco, cálcio e ferro Intestino curto: diarreia, intolerância a lactose Colorretal: tempo maior de transito, diarreia, desidratação, cólicas e gases Avaliação nutricional do paciente oncológico O peso atual e o histórico de peso (peso corporal habitual, peso corporal ideal, peso atual e perda de peso) são os parâmetros mais comuns utilizados para avaliar o estado nutricional dos pacientes. (Ross et. al. 2016) Avaliação antropométrica pode ser prejudicada Avaliação nutricional do paciente oncológico • A Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASG-PPP), 147 uma ferramenta de triagem nutricional normalmente utilizada em oncologia, é baseada em uma ferramenta desenvolvida por Baker et al., a Avaliação Subjetiva Global (ASG) • Avaliação nutricional formal que inclua uma avaliação completa do histórico médico, do histórico alimentar, do exame físico, das medidas antropométricas e dos dados laboratoriais. RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS E NUTRICIONAIS • Calorias: • 25-35kcal/kg/dia–para manutenção; • 35-50kcal/kg/dia–para reposição de perdas • Carboidratos: • 50–65% do VET • Proteínas: • 1,0–1,5g/kg/dia–para manutenção; • 1,5–2g/kg/dia–para reposição de perdas; 50% de PTN de alto valor biológico. RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS E NUTRICIONAIS • Lipídeo: • 30-50% doVET. • Líquidos: • 2L/dia; • Fibras: • 25–30g/dia; aumento gradual. RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS E NUTRICIONAIS • Planeje a terapia de nutrição e consistência dos alimentos adequadas ao tipo de CA e ao estado do paciente; • Planeje 5-6 pequenas refeições diariamente; • Forneça suplementação adequada (mas não excessiva) de micronutrientes– vit.B6, A, E, C, ácido pantotênico, ácido fólico; • Use mais alimentos ricos em betacaroteno–inclua grandes quantidades de frutas e vegetais;
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