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Departamento Regional de São Paulo Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” EPT - MOVELARIA EPT - Movelaria Chapas Derivadas da Madeira SENAI-SP, 2006 Trabalho organizado pela Escola SENAI “Almirante Tamandaré”, a partir dos conteúdos extraídos da Intranet do Departamento Regional do SENAI-SP. 1ª edição, 2006 Coordenação Geral Murilo Strazzer Equipe Responsável Coordenação Celso Guimarães Pereira Estruturação Ilo da Silva Moreira Elaboração Sandro Styvie Marque Leme SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Escola SENAI “Almirante Tamandaré” Av. Pereira Barreto, 456 CEP 09751-000 São Bernardo do Campo - SP Telefone: (011) 4122-5877 FAX: (011) 4122-5877 (ramal 230) E-mail: senaitamandare@sp.senai.br Cód. 120.4.011 Sumário Página 4 Introdução / Compensado - laminados - sarrafeados - multisarrafeados 9 Aglomerado - detalhamento do processo - características - vantagens - a durabilidade do móvel 15 Chapas de fibras de madeira de média densidade - processo de fabricação - descrição do processo - as principais qualidades - classificações - transporte - armazenagem - trabalhabilidade 25 Chapa de fibra - detalhamento do processo - características - vantagens - painéis - as vantagens dos painéis - aplicação 29 OSB ( Oriented Strand Board) - matéria-prima utilizada - detalhamento do processo - principais vantagens - armazenamento e transporte - trabalhabilidade - tipos 36 Árvores reflorestadas - pínus - pinho-do-paraná - eucalipto - teca 42 Madeiras de lei - cedro - cerejeira - mogno - imbuia - marfim - freijó 53 Referências bibliográficas Chapas Derivadas da Madeira 4ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” INTRODUÇÃO Buscando melhorar o desempenho na fabricação dos móveis, o aproveitamento da madeira e rapidez no processo de produção houve um grande avanço na pesquisa e elaboração de novos produtos. Estes vieram para substituir a madeira tornando o processo produtivo mais homogêneo e rápido, levando em consideração a preocupação com o meio ambiente e o uso racional de matéria- prima. Neste material serão abordados alguns destes materiais. COMPENSADO A primeira lâmina de madeira foi produzida no antigo Egito, aproximadamente em 3.000 a.C., e destinava-se à confecção de peças do mobiliário pertencentes aos reis e príncipes. Com o surgimento da serra circular, em 1777, e da serra de fita, em 1808, houve um grande avanço na laminação da madeira. As primeiras indústrias a produzirem lâminas de madeira surgiram na Alemanha em meados do século XIX. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, além do surgimento de novos adesivos, houve uma acentuada evolução na produção de lâminas e compensados, devido à utilização destes produtos na área militar. A construção dos primeiros aviões utilizou compensado e lâminas de madeira. Com o fim da guerra, após 1918, os maiores consumidores de compensados foram a indústria moveleira e os estaleiros. Atualmente se utiliza produtos de laminação em diversas áreas, como exemplo, na confecção de peças e componentes de casa de madeira (pisos, forros, paredes internas, paredes externas, telhados, ...), na confecção de embarcações, na produção de embalagens especiais resistentes a exposição ao tempo, na fabricação de instrumentos musicais e esportivos, assim como na construção civil, etc. O compensado é uma chapa de lâminas de madeira, feito especialmente para ter grande estabilidade e resistência. Chapas Derivadas da Madeira 5ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Compensado Usar compensado é rotina em qualquer marcenaria, mas poucas pessoas conhecem este material a fundo. O compensado é uma chapa de lâminas de madeira torneadas ou faqueadas, tratadas e prensadas. O nome compensado vem do fato de as lâminas serem coladas com os veios em direções contrárias, de maneira que uma compense a outra, dando mais estabilidade à chapa. Por isso, os compensados têm sempre um número ímpar de lâminas - uma fica no miolo e as outras fazem a compensação nas bordas. As lâminas usadas nos compensados determinam também a qualidade do produto. Madeiras como faveira (virolinha), amesclão (mescla), pinho cuiabano, goiabão ou morcegueira são mais usadas nos compensados que serão revestidos. Já a sumaúma, virola rosa, tauari ou curupixá são lâminas para compensados que podem ser revestidos com outras folhas de madeira ou não, pois estas lâminas podem ficar aparentes. Os compensados revestidos com lâminas de madeiras nobres como cedro, mogno, marfim, cerejeira ou imbuia estão prontos para a confecção do móvel. Existem vários tipos de compensados, com diversas espessuras e que são utilizados de maneiras diferentes. É importante que você se lembre dos dois tipos de cola usados na prensagem das lâminas. Os compensados colados com cola do tipo uréia/formol devem ser usados em móveis que não terão contato com umidade. Já para banheiros, cozinhas ou pisos, o ideal é usar compensados colados com cola do tipo fenol-formaldeído, que resistem melhor à umidade (isso não significa que estes compensados sejam à prova d'água). Chapas Derivadas da Madeira 6ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” De acordo com a norma: 31:000.05-007/2 do comitê de madeira da ABNT, os compensados são divididos em três tipos, de acordo com o tipo de resina: A Interior (IR) para uso em locais secos e protegidos da ação da água ou da alta umidade relativa; B Intermediário (IM) para ambientes com alta umidade relativa; C Exterior (EX) para uso exterior ou em ambientes fechados submetidos à ação da água. Os tipos A e B são os mais indicados para a fabricação de móveis. As lâminas passam por um processo artificial de secagem e chegam a 7% de umidade. Com a adição de cola aumenta de 10% para 12%. Existem dois tipos de processos para obtenção das lâminas: 1) Descascamento ou torneamento: O tronco recebe um tratamento de vapor, antes porém é cortado no comprimento de 2,40 m e colocado para girar entre duas pontas em um torno provido de uma faca. 2) Faqueação: Lâmina faqueada com um melhor acabamento. As lâminas saem com desenho semelhante um dos outros. Os compensados para marcenaria vendidos no mercado podem ser laminados, sarrafeados ou multisarrafeados e, entre estes, existem aqueles que já vêm folhados com madeiras nobres, conhecidos como refil ou painel. Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Compensados laminados Vista lateral mostra a estrutura interna do compensado laminado Os compensados laminados são os mais us madeira prensadas. Os laminados servem para qu para portas. Nas bitolas de 4 mm a 6 mm, servem de 10 mm ou 15 mm podem ser usados para e prateleiras e divisórias internas. Princípio de fabricação do compensado laminado 7 Compensado laminado ados no mercado e feitos com finas lâminas de alquer uso (dependendo da espessura), menos para fundos de gaveta ou armários. Na medida struturas, caixotes de armário lateral (flanco), Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Compensados sarrafeados Vista lateral do compensado sarrafeado mostra o miolo feito com vários sarrafos de madeira Os compensados sarrafeados têm o miolo fei lado do outro, formando um "tapete"; as lâminas sã um "sanduíche". Em relação aos laminados, estes compens usados tanto na estrutura dos móveis como na compensados sarrafeados são vendidos nas espes revestidos com folhas de madeiras. Princípio de fabricação do compensado sarrafead 8 Compensado sarrafeado to de vários sarrafos de madeira, colados um ao o coladas nas superfícies do "tapete", formando ados oferecem mais resistência e podem ser s portas sendo o seu uso mais comum. Os suras de 10, 15, 18, 19 e 21 mm e podem ser o Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Compensados multisarrafeados Vista lateral do compensado multisarrafeado mostra o miolo feito com vários sarrafos de madeira. Este é o compensadomais estável do mercad mm prensadas e coladas na vertical (foto detalhe superfícies, como nos outros tipos, formando um sejam muito resistentes ao empenamento. Este compensado é utilizado nas portas dos também é vendido já folhado com lâminas de madei espessura e necessitam apenas do acabamento fina AGLOMERADO O aglomerado foi desenvolvido na Aleman somente no ano de 1970 é que se começou a utilizá Aglomerado é um painel formado por partícul base de resina sintética, pressão e calor. O painel de aglomerado se compõe por trê mecânica. A qualidade da camada externa (partícu revestimentos que o mercado utiliza: lâminas de revestimento de baixa pressão (melaminico), pintura 9 Compensado multisarrafeado o. No miolo, esta chapa tem várias lâminas de 3 ). Este miolo é prensado com as lâminas das "sanduíche". Isso faz com que estas chapas armários pela resistência ao empenamento e ras. Estas lâminas variam entre 0,6 e 1,0 mm de l. ha durante a Segunda Guerra Mundial, mas -lo no Brasil. as de madeira aglutinadas entre si por adesivo à s camadas que lhe dão a resistência física e las menores) favorece todos os tipos de madeira, laminado plástico de alta pressão, , filme de PVC etc. Chapas Derivadas da Madeira 10ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” A camada interna, que é formada por partículas maiores, favorece ao produto a boa estabilidade dimensional, conferindo resistência a empenamentos e deformações. Aglomerado O aglomerado pode ser encontrado no mercado em três tipos em relação ao seu acabamento: 1) Cru, sem acabamento. 2) Revestido com papéis melamínicos (BP - baixa pressão). 3) Com folhas acabadas (FF - finish foil). Por que o aglomerado é utilizado no mundo como matéria-prima da indústria moveleira? Um dos principais fatores do aglomerado ser útil como matéria-prima na indústria moveleira é a preservação do meio ambiente, pois o aglomerado é obtido através de reflorestamento de pínus e eucalipto, que se inicia com a seleção de sementes e a mais avançada tecnologia, que serão responsáveis pelo melhor rendimento agro-industrial. As mudas de pínus demoram para estar em ponto de corte cerca de 15 anos, ou seja, para ser transformada em madeira aglomerada é necessário uma grande reserva. Por isto dizemos que nosso estoque é para daqui a 15 anos. Chapas Derivadas da Madeira 11ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Por que o pínus? Não apenas por ser uma espécie de rápido crescimento que o Pínus é muito utilizado, mas também porque apresenta características favoráveis e reúne condições técnicas que proporcionam: • inúmeros tipos de acabamentos, devido a sua superfície lisa e homogênea; • maior usinabilidade (entalhes); • grande durabilidade; • estabilidade dimensional (confere resistência a empenamentos e deformações). A produção de madeira aglomerada somente é possível com a utilização de equipamentos de grande porte e alta tecnologia, o que implica em investimentos iniciais de dezenas de milhões de dólares e também no desenvolvimento de uma equipe técnica de alto nível para garantir a eficiência do processo, a qualidade do produto e a manutenção dos equipamentos. O aglomerado produzido no Brasil segue padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente. A chapa de madeira aglomerada possibilitou que a madeira retornasse à vanguarda dos materiais destinados à indústria moveleira graças ao seu excelente desempenho quando aplicado adequadamente. Os primeiros relatos surgem na Alemanha, em 1887. A primeira produção industrial se deu em 1942 e as produções comerciais surgiram a partir de 1949. Houve uma ampliação da produção após 1950, com o desenvolvimento de resinas sintéticas e máquinas de grande porte e precisão. No processo de fabricação do aglomerado, a madeira, que é cortada com aproximadamente 15 anos, é descascada (não se “aproveitam os galhos”). Na área indústrial é transformada em partículas, cuja forma e tamanho são controladas. As partículas menores formarão as camadas externas da chapa (faces) e serão responsáveis pela qualidade da superfície do painel. As partículas maiores (cavacos) formarão a camada interna, intencionalmente mantida com suficiente porosidade, para absorver as tensões, garantindo a estabilidade do painel no que se refere às características dimensionais e mecânicas. Chapas Derivadas da Madeira 12ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” As partículas são aglutinadas com adição de uma resina sintética especial, termo fixa, sob o efeito de calor e pressão, os quais terão a função de promover a cura da resina além de conferir as qualidades de resistências física e mecânica projetadas ao painel de madeira aglomerada. Detalhamento do processo O processo de fabricação do aglomerado consiste em: • Matéria-prima: As madeiras utilizadas na produção do aglomerado são de florestas renováveis (em geral Pínus e Eucalipto). São obtidas de espécies selecionadas e de florestas conduzidas especificamente para este fim. As toras, úmidas e isentas de casca são enviadas para o pátio de estocagem das fábricas para regularização do fluxo de matéria-prima e redução de umidade. • Picador: As toras de madeira são transformadas em cavacos, neste equipamento com dimensões e formas definidas e controladas. • Secagem: Nos secadores as partículas de madeira têm sua umidade reduzida para os índices requeridos pelo processo. • Moinhos: São obtidas as dimensões das partículas destinadas à formação das camadas externas e internas do aglomerado. • Encoladeira: Adiciona-se às partículas com dimensões e umidade adequadas, resina sintética (uréiaformaldeído) necessária para a sua aglutinação. Chapas Derivadas da Madeira 13ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • Formadora: Este equipamento deposita as partículas já aglutinadas formando as camadas internas e externas numa disposição plana, obtendo-se um colchão (normalmente há três camadas). • Prensagem: O colchão já formado é conduzido à prensa onde as partículas se aglutinam, consolidando-se sob ação conjunta de calor e pressão. • Serra: As chapas são refiladas e cortadas nas dimensões requeridas pela especificação. • Climatização: Separação das chapas em pequenos lotes que são empilhados por um determinado tempo para resfriamento e equilíbrio da umidade. • Calibração: Em lixadeiras de alta precisão as chapas são lixadas para obtenção da homogeneização de espessura - acabamento final de superfície. Todas as fases deste processo, inclusive o produto final, são rigorosamente controladas, seguindo normas internacionais. Características O aglomerado tem como características: • trabalhabilidade fácil e em qualquer direção; • produto de alta tecnologia gerando uma excelente padronização (garantia de especificação); • padrão de qualidade ao longo do tempo mantido. Chapas Derivadas da Madeira 14ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Vantagens O aglomerado tem os mais diversos tipos de usos na indústrias de transformação e apresenta as seguintes vantagens: • produção de móveis mais leves; • fácil conservação em função dos revestimentos e acabamentos utilizados; • móveis funcionais podendo ser adaptados em pequenos ou grandes ambientes; • facilidade na composição de móveis e em especial para modulados com garantia de padronagem. A durabilidade do móvel A durabilidade de um móvel feito de aglomerado depende de fatores como: • espessura do painel em relação à utilização e desenho do móvel; • correta utilização de acessórios e acabamentos; • umidade relativa do ar. Para um desempenho adequado, o aglomerado requer alguns procedimentos: • Fixação: Deve ser efetuada com parafuso adequado e desenvolvido para o aglomerado (recomendável utilizar parafuso de corpo reto e rosca soberba e/ou buchas plásticas com a devida pré-furação). • Dobradiças: Deve-se utilizar aquelas com fixação nas faces da chapa e parafusos com pré-furação. As mais indicadas são as dobradiças de caneca. Chapas Derivadas da Madeira15ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • Vedação de topo: Além de estético (embelezamento do móvel) tem uma função primordial, que é a proteção do produto contra a ação da umidade ou água. A vedação deve ser colada em todos os topos visíveis ou não. As mais utilizadas são: fitas de bordo (papel, plástica, ABS), perfil de madeira ou PVC. • Acabamento das faces: Deve ser feito em ambas faces com o mesmo procedimento para garantia de estabilidade e função estética. Os mais utilizados são lâminas de madeira, laminado plástico de alta pressão, revestimento melamínico (BP), pintura, revestimento F.F. e/ou filme de PVC etc... • A montagem e desmontagem do móvel dever ser feita por uma pessoa especializada (montador). • O painel de aglomerado ao sair da fábrica recebe um tratamento contra insetos, porém, deve ser evitado o contato com qualquer ambiente infestado por cupins, porque todo produto derivado da madeira pode sofrer a ação dos mesmos. • Não deve ser exposto à ação direta da água ou em ambientes com muita umidade, pois é muito sensível a seus efeitos, podendo causar inchamento do móvel. CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA DE MÉDIA DENSIDADE MDF (Medium Density Fiberboard) é a chapa de fibra de média densidade, produzida com fibras de madeiras selecionadas de Pínus. Essas fibras, aglutinadas com resina sintética termofixa, se consolidam sob ação conjunta de calor e pressão resultando numa chapa maciça, com superfícies lisas, próprias para a indústria de transformação. É um produto homogêneo, uniforme, estável, de superfície plana e lisa que oferece boa trabalhabilidade, alta usinabilidade para encaixar, entalhar, cortar, parafusar, perfurar e moldurar, além de apresentar ótima aceitação para receber revestimentos com diversos acabamentos. Foi desenvolvido nos Estados Unidos, em 1965, e somente no ano de 1997 é que o Brasil começou a fabricá-lo. A primeira fábrica a produzi-lo foi a Duratex, em Agudos (São Paulo). Chapas Derivadas da Madeira 16ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Processo de fabricação O processo de fabricação do MDF é muito semelhante ao do aglomerado, exceto pelo fato de que a madeira depois de ter sido transformada em cavacos deve passar por um processo de refinamento (desfibramento) que não rompa suas fibras, apenas separe-as. Os cavacos são classificados por tamanho, lavados e a seguir, passados por um moinho de disco. O moinho de disco é constituído por dois discos que giram um contra o outro em sentidos opostos; os cavacos são forçados a passar entre eles do centro para a periferia. O atrito, cavaco/cavaco e cavaco/disco causam o desfibramento da madeira. Processo de fabricação Chapas Derivadas da Madeira 17ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Descrição do processo O MDF pode ser fabricado a partir de uma grande variedade de matérias-primas celulósicas, o que o torna um bom material do ponto de vista ecológico. Usam-se materiais alternativos como resíduos e madeira de reflorestamento. O adesivo utilizado na fabricação do MDF é a uréia/formaldeído (CH4N2O/CH2O) em mistura com aditivos específicos que aprimoram suas características como a resistência à umidade, um dos mais usados é a emulsão de parafina. Atualmente outros aditivos como fungicidas e inseticidas também são utilizados, assim como os biocidas que possuem ao mesmo tempo ambas as funções citadas: proteção contra fungos (bolor, mofo) e insetos. As fibras secas adicionadas com o adesivo são dispersas sobre uma esteira, mantendo espessura e compactação constantes, o que vai resultar em um painel homogêneo. Esta parte do processo é similar a da fabricação do aglomerado, sendo a principal diferença o fato de que a esteira transportadora para o MDF é perfurada ou de tecido, sob ela é aplicado vácuo para iniciar a compactação. A baixa densidade do material exige que o painel antes de ser prensado tenha uma espessura bastante elevada, o que obriga a utilização de pré-prensas que diminuem a espessura a +/- 1/5 da original. Após a pré-prensagem há uma recuperação parcial da espessura que aumenta em cerca de 3 vezes. A prensagem em prensas de pratos múltiplos é semelhante a do aglomerado, o ciclo é mais lento devido a maior compactação do material, o que torna a saída de gases e vapores do interior do painel mais lenta, geralmente formaldeído e vapores d’água. Os tempos totais de prensagem do MDF são maiores que os tempos de prensagem do aglomerado de espessura final correspondente, pois a espessura final do MDF pode chegar a 1/25 da inicial. As principais qualidades O MDF é um produto desenvolvido especialmente para uso interior. O produto não deve ser exposto à ação da água nem em ambientes com umidade excessiva. Esse cuidado evitará alterações nas características dimensionais e físicas da chapa, ou mesmo algum processo de degradação. Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRANTE Dentre as suas qualidades • Estabilidade e resistênc Possui grande estabilid apresentar problemas d • Boas propriedades mec A alta densidade e a ho O MDF sai da fábrica isent efetiva ao ataque da maioria d poderá ser atacado por eles qua Nesses casos, é conveniente o tr Três condições simultâne materiais: a) presença de água de es b) presença de oxigênio; 18 TAMANDARÉ” Água pode-se citar: ia: ade dimensional nas alterações de umidade do ambiente, sem e grande inchamento ou contração. ânicas: mogeneidade proporcionam alta resistência à tração e à flexão. o da presença de insetos, pois sua constituição forma uma barreira e insetos furadores. Porém, sendo produto derivado da madeira ndo aplicado ou estocado com outros materiais já contaminados. atamento preventivo do local e dos outros materiais. Inseto as favorecem o desenvolvimento de fungos na maioria dos corrimento, de condensação ou de solo; Chapas Derivadas da Madeira 19ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Oxigênio c) temperatura favorável. Portanto, não exponha o MDF a essas condições que levarão ao aparecimento de fungos e posterior degradação do produto. Evite colocar o MDF em contato com fontes geradoras de calor, como fogões, fornos, aquecedores ou outros lugares onde a temperatura exceda a 50º C, por tempo prolongado. Calor Evite a incidência direta e prolongada da luz do sol, para que a tonalidade do revestimento não se modifique, tornando-se amarelada. Além disso, as chapas podem sofrer deformação por efeito da perda de umidade. Sol Classificações De acordo com o uso pode-se classificá-lo como: • Standard: é o tipo básico de MDF, onde não se requer características especiais; Chapas Derivadas da Madeira 20ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • de baixo teor de formaldeído: apresenta baixa emissão para a atmosfera do formaldeído presente no adesivo; • resistente à umidade: podendo (ocasionalmente) receber água sobre sua superfície. Este tipo não é resistente às intempéries e, por isso, não deve ser usado ao ar livre; • para exterior: tem resistência às intempéries, desde que sejam tomados cuidados especiais de acabamento, como selagem de superfícies e topos; • resistente ao fogo: nestes painéis são adicionados produtos químicos às resinas, que inibem o desenvolvimento da combustão; • de alta densidade: para aplicações que exigem alta resistência à flexão, que faz com que este tipo de MDF suporte pesos elevados e impactos repetidos. O peso específico desses painéis pode atingir 1000 Kg/m³. Quanto à densidade, pode ser classificado como: • Pesado: densidade acima de 900 Kg/m³ • Standard: densidade de 740 até 900 Kg/m3 • Leve: densidade de 600 até 740 Kg/m3 • Ultraleve: densidade abaixo de 600 Kg/m3 Transporte Transporte Evite colocar objetos duros (metal, concreto, madeira) sobre as chapas ou deixá-las em contato com produtos que possam alterar suas características naturais (cimento, óleo, graxa, etc). Chapas Derivadas da Madeira 21ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Armazenamento Evite transbordodas chapas, principalmente quando não houver condições de descarga mecanizadas (empilhadeiras). Ao descarregar ou movimentar as chapas, evite arrasto, atrito ou batidas, principalmente quando se tratar de produtos revestidos. Transbordo Armazenagem Armazene o MDF em local coberto, protegido das intempéries e longe de fontes de umidade ou de calor intenso. Armazenagem Chapas Derivadas da Madeira 22ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” As chapas devem ser empilhadas horizontalmente, sobre base firme, nivelada e elevada do chão por meio de calços adequados. É recomendável que a distância máxima entre os calços seja de 50 cm. Empilhar Coloque um número adequado de calços, que deve ser aumentado para chapas de menor espessura. Os calços devem ter sempre a mesma altura, com comprimento igual à largura das chapas. Maneiras correta e incorretas de se empilhar Evite o empilhamento alternado de chapas com diferenças significativas de dimensões. Maneira incorreta de se empilhar Chapas Derivadas da Madeira 23ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Lembre-se que a utilização de calços entre chapas, a cada metro de altura no máximo, permitirá a ventilação do material e conseqüente equilíbrio com o ambiente onde será utilizado. Maneira correta de empilhar Em locais muito quentes é aconselhável a colocação de uma chapa de descarte sobre a pilha, tanto no armazenamento quanto no deslocamento durante o processamento, para reduzir o efeito do calor que incide na face do material. Esse efeito provoca perdas de umidade maior na face exposta, com conseqüente desequilíbrio do painel, podendo gerar deformações na chapa. Primeira chapa perda Evite os efeitos do tempo excessivo de estocagem (deformação, aumento/redução por ganho/perda de umidade), fazendo a rotatividade do estoque. Trabalhabilidade O MDF pode ser usinado em qualquer equipamento convencional, possibilitando uma altíssima produtividade. Em qualquer equipamento, utilize discos de serra calçados com metal duro Chapas Derivadas da Madeira 24ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” (widea). Lembre-se que, para um corte de boa qualidade, alta produtividade e baixo custo é necessária a combinação de três fatores: tipo de serra, velocidade de corte ou periférica e de avanço. Recomenda-se o uso de serras circulares pastilhadas com dentes “wídea”. Para cortes de painéis que não necessitam de um acabamento perfeito e nos quais as bordas venham a receber uma posterior usinagem de perfil ou um revestimento, pode-se usar serras circulares universais, com espessuras de corte de 3,2 a 4 mm. Para cortes finais em esquadrejadeiras convencionais (sem riscador) é necessário utilizar serras circulares com maior quantidade de dentes. Poderão ser usadas serras circulares com dentes alternados com espessuras de 3,2 a 3,6 mm, com um ângulo de ataque de dente de 10º a 15º. Trabalhabilidade do MDF O MDF é compatível com os mais diversos tipos de acabamentos (laqueados, patina, impressão, pvc etc.) e devido suas boas características de usinabilidade proporcionam liberdade de projetos. Chapas Derivadas da Madeira 25ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Devem ser utilizadas somente dobradiças que permitam fixação na superfície, como as de copo (ou caneca). Não é recomendável o uso de dobradiças cuja fixação seja no topo da chapa, como as de piano, comum, de chapa etc. CHAPA DE FIBRA As chapas duras ou chapas de fibra são painéis de alta densidade produzidos por processo úmido utilizando-se calor e pressão sem a adição de resina. Dentre os painéis de madeira reconstituída é o menos consumido mundialmente e sua tecnologia de fabricação é considerada obsoleta e muito poluente. Em paralelo ao desenvolvimento do compensado, surge a chapa de fibra também conhecida por "Duratex" e "Eucatex", utilizada em fundo de armários e gavetas. Com o objetivo de aproveitamento dos resíduos de serrarias, depois de vários experimentos e inúmeras tentativas, chegou-se a um método que consiste em picar, reaglutinar e obter uma pasta, que após sofrer resfriamento e beneficiamento, deu origem à chapa de fibra de madeira. Atualmente, no Brasil, a chapa de fibra é feita exclusivamente com as fibras de madeira de Eucalipto, selecionadas e plantadas para este fim. O detalhamento do processo O processo produtivo das chapas de fibra envolve um elevado volume de água que é adicionado à fibra de madeira de eucalipto e, depois, retirado com a ação de calor e pressão, fazendo com que as fibras do eucalipto fiquem consolidadas em chapas de madeira. É um processo termomecânico, sem a adição de resinas que não a lignina, resina natural do eucalipto. O processo de fabricação da chapa de fibra consiste na utilização dos seguintes equipamentos: • Picador: As toras são picadas e transformadas em cavacos. Chapas Derivadas da Madeira 26ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • Desfibrador: Os cavacos são aquecidos com vapor para amolecimento da lignina (resina natural que une as fibras), através da ação mecânica de discos ranhurados especialmente projetados ocorre a separação das fibras. • Formadora: As fibras já diluídas em água formam um colchão. • Prensa: O colchão de fibras é depositado sobre uma tela e uma chapa de aço e levado à prensa. Através da ação conjunta da pressão e da temperatura o colchão é transformado numa chapa de fibras. • Câmara de tratamento térmico: É uma estufa com ar quente circulante onde as ligações da lignina são consolidadas. • Umidificação: Local onde as chapas são umidificadas visando seu equilíbrio com a umidade relativa do ambiente de aplicação. • Serra: As chapas são cortadas nas dimensões usuais de mercado. • Calibragem: As chapas são lixadas para que a espessura seja uniforme. Chapas Derivadas da Madeira 27ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Características As características das chapas de fibra são: • homogeneidade, planicidade e resistência mecânica; • permite ser cortada, furada, estampada com corte e vinco, curvada, dobrada e colada; • pode ser fixada com pregos, grampos, colas, parafusos ou através de encaixes. Vantagens As chapas de fibra têm como vantagens: • excelente trabalhabilidade; • superfície lisa e plana, ótima para receber pintura ou revestimento. Na indústria moveleira são aplicadas em fundo de móveis em geral, gavetas e painéis semi- ocos. Painéis Os painéis compostos com chapa de fibra surgiram no início da década de 80. São painéis prontos que proporcionam maior velocidade e ganho real na produção e utilizados como mais uma opção de matéria-prima no processo de fabricação de móveis e similares. A composição dos painéis são revestidos com chapa de fibra com acabamento em pintura alquídica-melamínica ou revestimento melamínico (BP baixa pressão), sendo o miolo constituído por sarrafos de pínus colados entre si ou chapas de fibra de madeira (FW: fiber-wood). A fabricação do painel com miolo sarrafeado de pínus dá-se através de: • corte do pínus; • formação do "blockboard' - sarrafeado de pínus colados entre si (miolo); Chapas Derivadas da Madeira 28ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • união das capas e miolo com cola branca (PVA) ou resina uréia-formaldeído; • prensagem e formação do painel; • miolo de fibra de madeira(FW - fiber wood); • remoção da casca de eucalipto; • desfibramento; • formação da chapa de fibras de madeira (FW - fiber wood) - miolo; • umidificação - climatização; • união das capas e miolo com cola branca (PVA) ou resina ureiaformaldeído; • prensagem e formação do painel. As vantagens dos painéis Os painéis compostos são vantajosos por ter: • miolo de sarrafeado de pínus, rigidez e alta resistência mecânica; • miolo de fibra de madeira (FW - fiber wood); • estabilidade dimensional e resistência ao empenamento. Aplicação Na indústria moveleira os painéis compostos são utilizados com: • Miolo de sarrafeado de pínus: para móveis sujeitosa grandes esforços e superfícies de trabalho (tampos) por possuir alta resistência mecânica. Chapas Derivadas da Madeira 29ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • Miolo de fibra de madeira (FW - fiber wood) ideal para peças de móvel com grande dimensão por possuir excelente estabilidade dimensional e resistência ao empenamento. OSB (ORIENTED STRAND BOARD) Do inglês, “Oriented Strand Board”, significa “Painel de Tiras de Madeira Orientadas”. É um painel de madeira com uma liga de resina sintética, feita de três camadas prensadas e orientadas perpendicularmente, o que aumenta sua resistência mecânica e rigidez, com tiras de madeira ou “strands” e prensadas sob alta temperatura. O OSB teve sua origem no ano de 1970, nos Estados Unidos. Esquema da composição estrutural de chapas OSB Os painéis de OSB são produtos utilizados para aplicações estruturais como paredes, forros, pisos, componentes de vigas estruturais, embalagens etc., devido a suas características de resistência mecânica e boa estabilidade dimensional, competindo diretamente com o mercado de compensados. É feito predominantemente de madeira reflorestada e de florestas manejadas. A diferença em relação a qualquer outro tipo de painel de madeira que conhecemos é que o OSB é um produto especificamente desenvolvido para ser mais versátil, ecologicamente correto e mais confiável. Seu peso é aproximadamente de 0,65 g/cm³. Chapas Derivadas da Madeira 30ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” OSB vista de face OSB vista de topo A utilização dos painéis de OSB tem crescido significativamente e ocupado espaço, antes exclusivo de compensados em virtude de fatores como: • redução da disponibilidade de toras de boa qualidade para laminação; • produção a partir de toras de qualidade inferior e de espécies de baixo valor comercial; • a largura dos painéis é determinada pela tecnologia de produção e não em função do comprimento das toras como no caso de compensados; • a perfomance é atualmente reconhecida pelos grupos normativos, construtores e consumidores; • uma das propriedades mais importantes do OSB é seu grau mínimo de inchamento e alta estabilidade dimensional. Chapas Derivadas da Madeira 31ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Matéria-prima utilizada Para a produção de OSB utiliza-se: • madeira reflorestada principalmente espécies florestais de rápido crescimento; • emulsão de parafina; • resina de MUPF (resina fenólica, uréia-formol e melamina); • água. Detalhamento do processo O processo de fabricação do OSB consiste em: • Descascador: A casca da tora é removida completamente para posterior aproveitamento como combustível. • Picador: As toras de madeira são transformadas em tiras neste equipamento com dimensões e formas definidas e controladas. • Secagem: Nos secadores as tiras de madeira têm sua umidade reduzida para os índices requeridos pelo processo. • Encoladeira: Adiciona-se às tiras com dimensões e umidade adequadas resina sintética (uréia- formaldeído) e parafina necessárias para a sua aglutinação. Chapas Derivadas da Madeira 32ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • Formadora: Este equipamento deposita as tiras já aglutinadas formando as camadas internas e externas numa disposição plana, obtendo-se um colchão (normalmente há três camadas). • Prensagem: O colchão já formado é conduzido à prensa onde as tiras se aglutinam, consolidando-se sob ação conjunta de calor e pressão. • Serra: As chapas são refiladas e cortadas nas dimensões requeridas pela especificação. • Climatização: Separação das chapas em pequenos lotes que são empilhados por um determinado tempo para resfriamento e equilíbrio da umidade. • Calibração: Em lixadeiras de alta precisão as chapas são lixadas para obtenção da homogeneização de espessura - acabamento final de superfície. Todas as fases deste processo e produto final são rigorosamente controlados, seguindo normas internacionais. Principais vantagens O OSB é trabalhado como qualquer outro tipo de madeira. É fácil de manusear, não exige tratamentos especiais, somente os cuidados exigidos por outros painéis de madeira. Além disso, apresenta bom desempenho na maioria das aplicações nas quais se usam o compensado de madeira, tem como principais vantagens: • boa resistência ao arranque de parafuso e à flexão e no módulo de ruptura; Chapas Derivadas da Madeira 33ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • facilidade de trabalho nos processos de usinagem de topo e superfície; • várias possibilidades de acabamentos; • painel consistente e uniforme; • espessura perfeitamente calibrada; • resistência a impactos; • excelentes propriedades de isolamento termo-acústico; • estética atrativa a arquitetos e designers. Armazenamento e Transporte Um correto armazenamento e medidas protetoras são essenciais para garantir a instalação do OSB livre de problemas. Alguns cuidados devem ser sempre observados: • os painéis devem ser estocados horizontalmente em separadores quadrados. O espaçamento máximo dos separadores deve ser de 80 cm e devem ser de igual altura; • as fitas de aço devem ser imediatamente removidas na chegada do material dentro das áreas onde ficarão armazenadas para instalação; • se vários pacotes são armazenados um sobre o outro, os separadores devem ser inseridos em perfeito alinhamento; • armazenamento vertical é permitido apenas quando há um número pequeno de painéis e sobre uma superfície seca; • se os painéis tiverem que ser transportados por uma empilhadeira, os separadores devem ser suficientemente altos para prevenir danos; • os painéis devem ser adequadamente protegidos da umidade; Chapas Derivadas da Madeira 34ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” • deve ser controlada a temperatura nos locais de estoque e evitadas grandes variações de temperatura. Trabalhabilidade O OSB é um material à base de madeira colada com resina à prova d’água e de fervura, contendo uma pequena quantidade de parafina. Este produto permite ser facilmente usinado com serras, furadeiras, plainas e lixadeiras, além disso aceita a aplicação de pregos. Serras com maior número de dentes, com fio de carbono e afiadas são recomendadas para um melhor resultado no corte e acabamento. A velocidade de corte deve ser mais lenta do que a usada para madeira sólida. Pode ser perfurado com qualquer máquina manual e elétrica que seja adequada para madeira sólida. Portanto, as ferramentas normais de carpintaria e marcenaria podem ser utilizadas sendo que, lâminas de aço carbono são recomendadas para uso prolongado das mesmas. Devem ser seguidas as normas de segurança, bem como utilizar os equipamentos de proteção adequados inerentes aos serviços. O pó obtido da usinagem é apontado como um cancerígeno potencial, portanto recomenda-se a utilização de máscara protetora e exaustores para retirada do pó durante a usinagem, evitando assim a propagação deste para o ambiente. As bordas, desprotegidas, devem receber recobrimentos por tintas ou materiais apropriados, evitando assim a troca de umidade com o meio. Os painéis de OSB podem ser instalados com todos os acessórios para fixação que sejam adequados aos aglomerados, tais como parafusos, grampeadores e pregos. O comprimento dos acessórios de fixação deve ser de 2,5 vezes a espessura do painel, pelo menos 50 mm. Acessórios de fixação resistentes à corrosão são preferíveis, por exemplo: aço galvanizado ou inoxidável. Devido à alta tensão a destacar-se, devem ser usados apenas pregos de cabeça chata com fenda anular, achatados ou pregos com estrias. Os painéis podem ser colados com qualquer tipo de adesivo recomendado para madeiras em geral, entretanto, para se obter melhores resultados, as superfícies a serem coladas devem ser previamente lixadas. Chapas Derivadas da Madeira 35ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Podem receber qualquer tipo de tinta de boa qualidade, recomendado para madeira maciça em geral. Entretanto, paramelhores resultados, a superfície deve receber, previamente, uma tinta de base ou seladora. Quando são lixados ou aplainados possuem uma aparência marmorizada e menos texturizada. Contudo, em painéis lixados, as tintas e vernizes penetram mais rapidamente, sendo recomendadas duas aplicações de tinta base ou seladora, antes da aplicação definitiva da tinta ou do verniz. Tipos No Brasil estão disponíveis três tipos de OSB: a) OSB multiuso: Produzido com resinas MDI (Metano Di-Isocianeto) na camada interna e resina fenólica nas camadas externas. Esse tipo de painel apresenta uma tonalidade mais escura, característica da resina fenólica. Pode vir protegido contra o ataque de cupins. Sua aplicação é destinada mais para móveis, embalagens e marcos de porta. b) OSB home: Indicado para uso na construção de edificações no sistema a seco, esse tipo de OSB está protegido contra ataque de cupim, apresenta as bordas impermeabilizadas (borda verde) e é produzido com os mesmos adesivos e a maneira do OSB Multiuso, apresenta as mesmas características em termo de coloração. É mais aplicado em fechamento de paredes, telhados e pisos para posterior revestimento. c) OSB form: É indicado para usos nos quais se necessita alta resistência à umidade, apresentando baixos índices de inchamento e bordas impermeabilizadas (borda verde). É produzido com resinas MDI na camada interna, e MPUF (Melamina Fenol Uréia-Formol) nas camadas externas, apresentando uma cor mais clara, como da madeira pínus. Chapas Derivadas da Madeira 36ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” ÁRVORES REFLORESTADAS A madeira é um recurso natural renovável. Isto significa que se utilizado de maneira correta nunca se esgotará, ao contrário dos minerais, por exemplo. Os reflorestamentos em larga escala iniciaram-se em 1966, com o plantio de extensas áreas de eucalipto, pínus e pinheiro-do-paraná (Araucária), para produzir madeira para as indústrias de celulose e papel, de chapas de fibras e para produzir carvão siderúrgico. Em 1984 registraram-se 5,5 milhões de hectares de áreas reflorestadas. Posteriormente, outros usos, cada vez mais nobres, foram desenvolvidos para estas madeiras que despontaram finalmente no setor moveleiro, tanto na forma sólida, aparente ou revestida, como em painéis compensados, chapas de fibra ou mesmo lâminas. Podem ser citados desde os móveis de custo relativamente baixo, confeccionados em madeira aglomerada, até seu desenvolvimento posterior, em qualidade, desempenho e design, que caracterizaram os móveis em madeira sólida de pínus e araucária, com beleza e linhas escandinavas. Pínus São árvores altas e monóicas (apresenta flores unissexuais masculinas e femininas num mesmo indivíduo). O gênero pínus compreende aproximadamente 90 espécies nativas do hemisfério norte. Produzem madeira de baixa densidade, sendo muito usada para caixotaria, pela indústria de lápis. Sua fibra longa é usada com celulose para a produção de alguns tipos de papéis (papelão, papel pardo etc.). Além da madeira, várias espécies oferecem resinas para diversos fins como componente da indústria farmacêutica e de tintas. Possui cor amarelo pálido, grã direito, aspecto fibroso atenuado; não possui uma boa durabilidade natural; sua trabalhabilidade é fácil, pois não requer equipamentos específicos; sua resistência mecânica é baixa; é uma madeira macia; apresenta grande quantidade de nós; possui baixa resistência ao ataque de insetos e em sua secagem apresenta diversos problemas com rachaduras e trincas. Os principais aspectos a serem considerados na seleção da madeira de pínus para móveis são o custo, a disponibilidade, a aparência, as propriedades e a durabilidade. Chapas Derivadas da Madeira 37ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” No aspecto aparência, por ser madeira clara, pode ser tratada com produtos químicos que lhe conferem aspectos dos mais diversificados, inclusive com excelente aceitação no mercado internacional. Com seu crescimento favorecido pelas condições climáticas do Brasil, a madeira de pínus apresenta uma alta capacidade produtiva. Nos estados do sul, quase todos os plantios de pínus são das espécies Pínus taeda e Pínus elliotti varmelliotti; no sudeste a maioria predominante é de Pínus caribalavar, Pínus honderenis, Pínus tecunumanni e, em menor escala, o Pínus taeda, Pinos elliotti; no centro-oeste as espécies mais plantadas são Pínus caribala, Pínus oocarpae e Pínus tecunumanni. Pinho-do-paraná Árvore do pinho do paraná Folhagem do pinho do paraná Nome científico: Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Família: Araucariaceae Chapas Derivadas da Madeira 38ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Nomes populares: paraná-pine, curi, curiúva, pinheiro-so-paraná, pinheiro, pinho, cori, pinho-brasileiro, pinheiro-brasileiro, pinheiro-são-josé, pinheiro-macaco, pinheiro-caiová, pinheiro-das-missões. Características: planta dióica de 20-50 m de altura, com tronco retilíneo, de 90-180 cm de diâmetro. A árvore jovem tem forma piramidal e bem diferente da adulta apresentada na foto. Zonas de maior ocorrência: a espécie Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kunize. ocorre desde a Serra da Mantiqueira, Estados de Minas Gerais e São Paulo, principalmente na região de Campos do Jordão, onde além de plantações artificiais existem povoamentos naturais. Extende-se pelos Estados do Paraná e Santa Catarina, onde é abundante nas regiões montanhosas do planalto central e vertente interior da Serra do Mar. No Rio Grande do Sul ocorre em regiões serranas, nas vizinhanças do Estado de Santa Catarina. Caracteres gerais: madeira leve (densidade 0,55 g/cm3); cerne e alburno pouco diferenciados, branco-amarelado, uniformes; freqüentemente apresenta núcleos largos, róseo-avermelhados, provavelmente de origem traumática; às vezes, a cor pardo-clara uniforme pode caracterizar a madeira como cor própria; textura fina e uniforme; grã direita; superfície lisa ao tato e medianamente lustrosa; cheiro muito pouco intenso e agradável de resina; gosto pouco acentuado, também de resina. Durabilidade natural: a madeira de PINHO-DO-PARANÁ, em ensaios de laboratório, demonstrou ter baixa resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins de madeira seca. Utilidade: a madeira é própria para forros, molduras, ripas, para confecção de cabos de vassoura, caixotaria, brinquedos, estrutura de móveis, palitos de fósforos, pás de sorvete, lápis, carretéis, utensílios domésticos etc. É amplamente cultivada no sul do país para produção de madeira e pasta celulósica. Seu fruto “pinhão” é comestível e muito apreciado no sul do país. A árvore é extremamente ornamental, podendo ser empregada no paisagismo. Os frutos são avidamente consumidos por várias espécies da fauna; uma ave, a gralha azul, ao esconder os frutos no solo Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRAN para posterior consumo, acaba involuntariamente contribuindo decisivamente para a disseminação dessa espécie. Tronco / madeira do pinho do paraná Eucalipto O eucalipto é uma planta originária da Austrália. Seu nome científico, "eucalyptus", é derivado das palavras gregas "eu", que significa "bem", e "kalyptus", que quer dizer "cubro", em alusão ao crescimento rápido. Por esse motivo ele é usado amplamente no reflorestamento e na produção de celulose (papel). É uma planta muito melífera, usada em perfumes e produtos de limpeza. Envolve mais de 600 espécies que estão adaptadas a diferentes climas e solos. A espécie E.grandis é a mais plantada no Brasil e a principal fonte de matéria-prima para celulose e papel no estado de São Paulo. Outra espécie muito difundida é E.urophylla, indicada para celulose, aglomerados, chapas de fibra, serraria, postes, moirões e carvão. Apesar da E.grandis ser a mais plantada e utilizada como madeira serrada a mais indicada e a E.pilularis. Eucalipto 39TE TAMANDARÉ” Folhagem do eucalipto Plantação de eucalipto Chapas Derivadas da Madeira40ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Para o uso da madeira do Eucalipto na indústria moveleira recomenda-se que a árvore seja cortada com vinte anos de idade. Outros idiomas: eucalyptus (inglês), ocalo (espanhol), eucalyptus (francês), eucalipto (italiano) e blaugummibaum (alemão). Descrição botânica: o eucalipto é uma planta de porte arbóreo, grande e que atinge até 70 metros de altura. Tem ramos cilíndricos, pouco folhosos e com casca lisa, de coloração acinzentada ou castanha. Suas folhas são alternadas, com pecíolo e superfície coriácea. Suas flores são axilares e de coloração branca ou amarelada. O fruto é do tipo cápsula, com sementes férteis, de formato arredondado e coloração preta, ou inférteis, de coloração vermelha e formato filiforme. O eucalipto tem inúmeras aplicações. Há espécies que se adaptam a condições particulares de solo e outras cujo cultivo se recomenda pelo emprego a que se destinam. Algumas podem ser cultivadas em terras secas ou em terras úmidas; alagadiças, em condições de proximidade do mar; outras são indicadas para terras pouco férteis, ou de boa fertilidade; ou ainda para solos arenosos. São muito empregados, por seu rápido crescimento e porte, para formar quebra-ventos ou em arborizações rodoviárias. Grande quantidade de pés se cortam anualmente para fornecer postes e mourões de cercas. Há qualidades indicadas como produtoras de madeiras para marcenaria, para construções e para lenha. Dormentes e carvão de madeira são produzidos regularmente com o eucalipto. Seu crescimento rápido exige grande absorção de água, motivo pelo qual é usado para sanear regiões pantanosas. Teca A Teca, Tectona grandis, é nativa das florestas tropicais do sudeste asiático. Árvore de grande porte, pode alcançar altura superior a 50 metros e diâmetros de até 2,50 metros. Seu tronco retilíneo é revestido por uma casca espessa, que a protege do fogo. As folhas despertam atenção pelo tamanho (até 60 x 80cm) e por caírem na estação seca. De fácil cultivo e rápido crescimento, a Teca é rústica e pouco suscetível ao ataque de pragas e doenças. A madeira de Teca tem alto valor de mercado devido as suas excepcionais propriedades: Chapas Derivadas da Madeira 41ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Teca Peso e resistência: com densidade média de 0,65 g/cm3 é madeira leve, porém resistente. Estabilidade e durabilidade: não empena e pouco se contrai durante a secagem; é imune ao ataque de cupins e outros insetos; pode ser enterrada ou exposta ao tempo, sem deteriorar-se. Aparência e utilização: fácil de trabalhar, tem um visual muito bonito; é utilizada na produção de móveis, esquadrias e pisos de qualidade, decoração e construção naval. Preço: aproximadamente US$ 800,00/m3 em tora. É bem maior que o do mogno, que não supera os US$ 300,00/m3 na mesma condição. Mercado: amplo e com tendência ao crescimento pela exaustão das madeiras de qualidade oriundas da floresta natural. O grande consumo mundial de madeira de Teca proveniente de plantações confirma sua qualidade e aceitação. A madeira é usada principalmente na fabricação de esquadrias, devido a sua forte resistência à exposição ao tempo. Também é consumida na produção de móveis, embarcações e decorações. Planta rústica, de rápido crescimento, é muito resistente ao fogo, a pragas e doenças. Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ Cadeira feita de teca MADEIRAS DE LEI Na época da colonização do Brasil houve uma grande demanda por algumas árvores, algumas espécies tornaram-se raras, preocupando a realeza portuguesa, que se apressou a criar decretos que normalizavam o corte. Estes decretos deram origem à expressão “madeira-de-lei”, até hoje comumente citada em referência a algumas espécies de boa qualidade, ou à madeira resistente à ação do tempo, ao clima e às intempéries. Cedro Árvore do cedro 42” Folhagem do cedro Chapas Derivadas da Madeira 43ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Nome científico: Cedrela fissilis vell. Família: Meliaceae Nomes populares: cedro, cedro-rosa, cedro-vermelho, cedro-branco, cedro-batata, cedro- amarelo, cedro-cetim, cedro-da-várzea. Características: altura de 20-35 m, com tronco de 60-90 cm de diâmetro. Madeira leve a moderadamente pesada (densidade média de 0,55 g/cm3), macia ao corte e notavelmente durável em ambiente seco. Quando enterrada ou submersa apodrece rapidamente. O alburno é branco ou rosado, distinto do cerne. A madeira é largamente empregada em compensados, contraplacados, esculturas e obras de talha, modelos e molduras, esquadrias, móveis em geral, marcenaria, na construção civil, naval e aeronáutica, na confecção de pequenas caixas, lápis e instrumentos musicais etc. A árvore é largamente empregada no paisagismo de parques e grandes jardins. Não deve faltar na composição de reflorestamentos heterogêneos de áreas degradadas de preservação permanente. Nunca deve ser plantada em agrupamentos homogêneos devido ao ataque da broca. Ocorrência: Rio Grande do Sul até Minas Gerais, principalmente nas florestas semidecídua termo que se refere ao fato de que algumas árvores, nesse tipo de floresta, perdem parcial ou totalmente suas folhas na estação fria e seca. Além disso, esses tipos básicos de vegetação também não são homogêneos em toda a sua extensão e pluvial atlântica. Ocorre, porém em menor intensidade, em todo país. Tronco / madeira do cedro Chapas Derivadas da Madeira 44ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Cerejeira Árvore da cerejeira Folhagem da cerejeira Nome científico: Eugenia involucrata DC. Família: Myrtaceae Nomes Populares: Cerejeira, cerejeira-do-mato, cereja, araçazeiro, cerejeira-da-terra, cereja-do-rio-grande. Características: altura de 5-8m (10-15m na mata), dotada de copa arredondada. Tronco ereto e mais ou menos cilíndrico, de 30-40cm de diâmetro, com casca lisa e descamante. Folhas solitárias, axilares, longo-pedunculadas, de cor branca. Fruto drupa piriforme, glabra e brilhante, coroado pelo cálice persistente, de cor vermelha ou vinácea-escura, com polpa carnosa, adocicada e comestível, contendo de uma a três sementes. Madeira moderadamente pesada, compacta, elástica, muito resistente e de boa durabilidade natural. Ocorrência: Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, principalmente na floresta semidecídua de altitude. Chapas Derivadas da Madeira ESCOLA SENAI “A Utilidade: a madeira é empregada para confecção de cabos de machado e outra ferramentas agrícolas; para lenha e carvão. A árvore é extremamente ornamental e pode ser utilizada no paisagismo, principalmente na arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas. Seus frutos são comestíveis e muito saborosos, aproveitados para confecção de doces, geléias, licores e também para consumo in natura. São também avidamente consumidos pela avifauna, tornando a planta bastante interessante para o plantio em áreas degradadas de preservação permanente. É amplamente cultivado em pomares domésticos de toda a região sul do país. Mogno Árvore do 45LMIRANTE TAMANDARÉ” Tronco / madeira da cerejeira mogno Folhagem do mogno Chapas Derivadas da Madeira 46ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Nome científico: Swietenia macrophylla king vell. Família: Meliaceae Nomes populares: mogno, aguano, araputanga, cedro-i, mogno-brasileiro. Características: altura de 25 a 30 metros, com tronco de 50 a 80 centímetros de diâmetro. Folhas compostas de 8 a 10 folíolos de 7 a 15 centímetros de comprimento. Madeira moderadamente pesada (densidade 0,63 g/cm3), dura, de resistência moderada ao podrecimento e, alta, ao ataque de cupins de madeira seca. Apresenta baixa durabilidade quando em contato com o solo e umidade. Ocorrência: em toda a região amazônica, sendo entretanto particularmente freqüente na região sul do Pará. Fenologia: floresce durante os meses de novembro-janeiro. Os frutos iniciam a maturação no mês de setembro, prolongando-se até meados denovembro. Utilidade: a madeira é indicada para mobiliário de luxo, objetos de adorno, painéis, lambris, réguas de cálculo, esquadrias, folhas faqueadas decorativas, laminados, contraplacados especiais, acabamentos internos em construção civil como guarnições, venezianas, rodapés; usada com sucesso na arborização de parques e grandes jardins. Apresenta bom desenvolvimento na região centro-sul do país. Tronco / madeira do mogno Chapas Derivadas da Madeira E Imbuia SCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Árvore da imbuia Nome científico: Ocotea porosa (Nees) l.Barros Família: Lauraceae Nomes populares: Imbuia, embuia, canela-imb imbuia-amarela, imbuia-ra revessa, umbuia, imbuia-ze Características: altura de 15-20 m, com tronco coraceas (características de prolongada), glabras, de 6-10 Madeira moderadamente pesa variada, superfície irregularme de grande durabilidade mesmo 47 Folhagem da imbuia o uia, imbuia-clara, imbuia-parda, imbuia-preta, jada, imbuia-lisa, imbuia-brasina, imbuia- brina. de 50-150 cm de diâmetro. Folhas finamente plantas que vivem em locais com seca cm de comprimento por 1,5-2,0 cm de largura. da (densidade 0,65 g/cm3), dura, de cor muito nte lustrosa e lisa, medianamente resistente, em obras expostas. Chapas Derivadas da Madeira 48ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Ocorrência: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nas submatas dos pinhais. A cidade de Imbuia (SC) teve seu nome emprestado dessa planta. Utilidade: a madeira é uma das mais procuradas para confecção de mobiliário de luxo, principalmente pela sua beleza; muito utilizada também para construção civil como tacos, esquadrias, lambris, para obras expostas como dormentes, pontes e moirões, para marcenaria de luxo, contraplacados, laminados e carpintaria. A árvore é bastante ornamental e pode ser usada com sucesso no paisagismo em geral. Seus frutos são avidamente procurados por várias espécies de pássaros, sendo presença obrigatória nos plantios mistos de áreas de preservação permanente. Floresce durante os meses de outubro-novembro. Os frutos amadurecem em janeiro-março. Tronco / madeira da imbuia Chapas Derivadas da Madeira 49ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Marfim Árvore do marfim Folhagem do marfim Nome científico: Balfourodendron riedelianum Família: Rutaceae Nomes populares: pua-marfim, guatambu (SC), pequiá-mamona, pequiá-mamão (SC), farinha-seca (SP), marfim, gramixinga, pau-liso, pau-cetim, guarataia, guamuxinga. Características: altura de 20-30 m, com tronco retilíneo de 40-90 cm de diâmetro. Folhas compostas trifolioladas, sustentadas por pecíolo de 4-8 cm. Folíolo de 6-12 cm de comprimento por 3-5 cm de largura. Madeira moderadamente pesada (densidade 0,84 g/cm3), dura, medianamente resistente, grã irregular, textura fina, de baixa resistência ao apodrecimento e ao ataque de insetos. Chapas Derivadas da Madeira 50ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Ocorrência: Minas Gerais e Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, na floresta latifoliada da bacia do Paraná e Alto Uruguai. Utilidade: a madeira é indicada para a fabricação de móveis de luxo, molduras, guarnições internas, portas, artefatos domésticos, peças torneadas, laminados decorativos, para construção civil, como vigas, caibros, ripas, rodapés, tábuas e tacos para assoalhos, forma para calçados, tacos de bilhar, cabos de ferramentas, réguas, carpintaria e marcenaria em geral. A árvore pode ser empregada na arborização de parques e jardins. Floresce a partir do final de setembro, prolongando-se até novembro. A maturação dos frutos ocorre durante os meses de agosto-setembro. Tronco / madeira do marfim Chapas Derivadas da Madeira 51ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Freijó Árvore do freijó Folhagem do freijó Nome científico: Cordia goeldiana Família: Boraginaceae Nomes populares: freijó, cordia-preta, frei-jorge. Características: altura de 10-20 m, com tronco de 40-60 cm de diâmetro. Folhas membranáceas, glabras, de 8-15 cm de comprimento por 4-8 cm de largura. Madeira moderadamente pesada (densidade 0,59 g/cm3), textura média, grã direita, superfície lustrosa, de moderada resistência ao ataque de organismos xilófagos. Ocorrência: Região Amazônica, principalmente no estado de Pará. Chapas Derivadas da Madeira 52ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Utilidade: a madeira é empregada na confecção de móveis finos, folhas faqueadas decorativas, painéis, coronhas de armas, tonéis, lambris, persianas, venezianas, na construção naval e civil como ripas, batentes, molduras, guarnições, sarrafos, etc. A árvore apresenta características ornamentais, principalmente quando em flor, pode ser empregada com sucesso no paisagismo em geral. Floresce durante os meses de setembro-dezembro. Os frutos amadurecem em novembro- janeiro. Tronco / madeira do freijó Chapas Derivadas da Madeira 53ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2000. v.1. MADY, Francisco Tarcísio Moraes. Conhecendo a madeira: informações sobre 90 espécies comerciais. Manaus: SEBRAE, 2002. MENDES, Alfredo de Souza; ALVES, Marcus Vinicius da Silva. A degradação da madeira e sua preservação. Brasília: IBDF, 1988. RAMUZ, Mark. A enciclopédia do trabalho em madeira: um guia de referência essencial para fazer trabalhos em madeira em casa. London: Oceana Books, 2001. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Secagem da madeira. Curitiba: UFPR, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DO MOBILIÁRIO. Curso de aperfeiçoamento para profissionais de vendas de móveis. São Paulo, 1997. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Incentivo ao uso de novas madeiras para a fabricação de móveis. 2. ed. Brasília, DF, 1998. REVISTA DA MADEIRA. Painéis. Curitiba: Remade, ed. esp., maio 2003. Departamento Regional de São Paulo ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” EPT - MOVELARIA Chapas Derivadas da Madeira
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