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Aula 1 - Gestão orçamentária Tema 1: Orçamento com instrumento de Gestão de Controle ORÇAMENTO: → “A origem da palavra “orçamento”, na língua inglesa, remete ao ato simbólico, a partir da constituição de 1689 na Inglaterra, do primeiro ministro levar ao parlamento, em uma bolsa de couro –“budget” Seu primeiro registro nas empresas privadas foi em 1920, na empresa Dupont. ● Instrumento de planejamento e controle que formaliza as metas e objetivos e funciona como uma orientação para comunicar “de onde” e “para onde” a empresa deveria caminhar, permitindo traçar o horizonte de curto, médio e longo prazo.. ● Deve-se entender orçamento como “uma sinalização das metas e objetivos que necessitam de cuidado por parte dos gestores, contribuindo para a tomada de decisões com vistas ao cumprimento das orientações estratégicas das empresas.” ● A relação entre o planejamento estratégico e os procedimentos de controle torna o orçamento uma ferramenta que pode estar presente no chamado ciclo administrativo ou funções administrativas, a saber: Planejar: definir metas/objetivos (estratégicos, táticos e operacionais). Como planos de ação, procedimentos, orçamentos, programas, normas e regulamentos; Organizar: organizar, estruturar e integrar os recursos e os diversos setores envolvidos, incluindo objetivos, estrutura, departamentos, cargos e tarefas especializadas; Dirigir: dar instruções sobre como devem ser executadas, considerando a estrutura e a hierarquia da organização; Controlar: avaliar os resultados obtidos exigindo critérios de avaliação, medidas corretivas, de manutenção, coercitivas ou de regulação. Tema 02: A estrutura do planejamento empresarial A estrutura organizacional atende a três funções básicas: → objetiva atingir as metas organizacionais; ↪destina-se a minimizar ou pelo menos regulamentar a influência das variações individuais sobre a organização; ↪estabelece ou determina quais posições têm poder sobre as outras. → Análise de Relações: indispensável não só para a decisão sobre qual espécie de estrutura é necessária, mas para a tomada de decisão vital sobre como a estrutura deve ser guarnecida de pessoal. Nesse sentido, o planejamento da empresa toma por base três níveis, com processos e hierarquia distintos. São eles: → Planejamento estratégico: Envolve a alta administração e se refere a políticas de longo prazo da organização. Objetivos corporativos e estatutários, além de resultados globais, são vislumbrados entre 2 e 10 anos, conforme sugere Rosseti et al (2010). → planejamento tático: visa otimizar o desempenho e os resultados de áreas específicas de uma empresa. As decisões táticas são tomadas em um nível hierárquico intermediário. Planos para as áreas de marketing, recursos humanos, produção e financeira são desenvolvidos no plano tático da empresa. Este plano procura traduzir e quantificar os planos estratégicos em um plano orçamentário de cada área, ou simplesmente orçamento. → Plano Operacional: é o detalhamento das atividades operacionais de curto prazo. Habitualmente são elaboradas com prazo inferior a doze meses e são definidas conforme desejo de se cumprirem as metas e os objetivos estabelecidos nos planos anteriores. ↳ O contexto do planejamento estratégico é projetar cenários sobre tendências futuras. Percebe-se que há diferentes níveis hierárquicos envolvidos no estabelecimento e na execução de tais planos. Independentemente do nível de planejamento, o orçamento empresarial permite sintetizar e comunicar a estratégia estabelecida na orientação estratégica e seu nível operacional. Tema 03: Análise das condições ambientais ● Alinhamento estratégico: “Medida de adequação entre a capacidade de interpretação do contexto externo, sua configuração em termos de objetivos e ações estratégicas e a utilização de processos e recursos internos.” ↳ Matriz FOFA: (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou ainda em seu termo em inglês Swot (strengths – forças), weaknesses – fraquezas, opportunities – oportunidades, threats – ameaças). Braga (1988) “os resultados da análise do ambiente em termos de objetivos e estratégias devem estar alinhados com as metas operacionais.” Ambiente Externo: as condições conjunturais alheias à vontade dos executivos/colaboradores operacionais da empresa. ● São fatores que fazem referência às condições sociais, econômicas, políticas, legais, tecnológicas e até mesmo ações fortuitas como uma catástrofe natural. ● Gerando um nível alto de incerteza, tal condição estabelece uma constante análise e atualização das condições ambientais. Assim como essa imprevisibilidade impõe riscos excessivos aos negócios. Ambiente Interno: Processos organizacionais, relacionados às pessoas e ao “como” fazer, produtos e serviços competitivos, desenvolvidos sob constante pesquisa, são condições que podem favorecer a empresa e, por consequência, serem uma orientação para a estratégia. ● Ponto forte da empresa: avaliar a capacidade física das instalações ou a possibilidade de buscar boas condições. → Projeção de tendências Ambiente Externo: ↳ Recomenda-se o apoio de estudos específicos em cada área.; ↳ Adotar técnicas para levantamento de riscos e forma de se estabelecer uma diretriz consensual, mesmo com opiniões individuais distintas. ↳ Uma estimativa para variáveis econômicas, como cotação cambial ou a inflação oficial para um período, é um exemplo. ↪ O mesmo raciocínio se dará para análise das condições internas, onde também há técnicas e especialistas que auxiliam na avaliação interna... Tema 04: Análises Setoriais ● “No início dos anos 1980, Michael Porter, com a premissa de que o mercado econômico é competitivo, criou um conjunto de ferramentas analíticas dedicadas a ajustar a estratégia correta às condições vigentes. Mintzberg at al (2010) a definiu como “Escola do Posicionamento” → O modelo de Porter identifica cinco forças que influenciam o ambiente organizacional e sua posição no mercado: ● Ameaça dos novos entrantes; ● O poder de barganha dos fornecedores; ● O poder de barganha dos clientes; ● A ameaça dos produtos substitutos; ● E a intensidade da concorrência. ● Exemplos de ações que estabelecem condições melhores de negócios por meio de escolhas estratégicas: ↳. A escolha e o desenvolvimento de um produto exclusivo, a identidade por meio de uma marca, entre outros fatores, podem dificultar o acesso a novos entrantes e defender a empresa de concorrentes. ↳ Assim como a relação contratual saudável com seus fornecedores pode diminuir o poder de barganha deste importante participante da cadeia de negócios, pode estabelecer uma força favorável para a empresa... ● “Porém, hoje se percebe que o poder de barganha dos clientes é o ponto mais sensível do modelo das cinco forças estabelecidas por Porter” Pois, os acessos facilitados por parte dos clientes às informações alavancam este poder. A sensibilidade ao preço e as especificações de qualidade do produto vendido são alguns dos fatores determinantes desta força..” ● Porter (1999) ainda afirmou que existem dois tipos básicos de vantagem competitiva que uma empresa pode possuir: baixo custo ou diferenciação. ● as estratégias genéricas sugeridas por Porter são: → Liderança em custo; → Diferenciação e → Foco. “O autor ainda define liderança em custo e diferenciação como o “alvo amplo” da vantagem competitiva e o foco como o “alvo estreito”. ● A matriz da vantagem competitiva fica assim representada: Tema 05: limitações e problemas do orçamento empresarial ● Primeiramente devemos considerar que o orçamentose baseia em previsibilidade, porém não assertivo em sua totalidade. ● Na possibilidade de erros na avaliação dos cenários, surgem situações críticas e desfavoráveis para o orçamento; → Aspectos comportamentais: excesso de pessimismo ou otimismo ingênuo por parte dos gestores também desvirtuam as projeções. ● A construção do orçamento passa por diversas áreas operacionais da empresa. Neste aspecto, algumas áreas podem estar relacionadas ao perfil cultural da própria empresa.. “Como foi demonstrado anteriormente, o orçamento é um instrumento estratégico da empresa, e as ações de cada área devem estar alinhadas com a estratégia da empresa, e não com as condições específicas de cada área..” → implementação: pôr em prática as ideias, extrair o planejamento do papel e executá-lo desafiam a prática de qualquer ferramenta de gestão. Para o orçamento tal fato pode ser mitigado com metodologia e disciplina. ● Quando a empresa não tem disciplina e metodologia, é preciso avançar no que se refere à postura profissional por parte das pessoas envolvidas no negócio da empresa, para a implantação da ferramenta. → Operacionalização do Orçamento: os problemas relacionados a arredondamentos, valores preenchidos e valores totais são recorrentes, e, embora de fácil entendimento e solução, sua negligência pode impactar consideravelmente o orçamento. ● observa-se a prática de se elaborar um orçamento com base em uma estimativa anual. → desenvolvimento dos planos operacionais do orçamento: sabe-se que as empresas apresentam vários problemas avulsos relativos ao processo orçamentário. ● Ao elaborar um relatório especial, uma pessoa que trabalha e possui experiência em determinada área poderá ter a capacidade de distinguir rapidamente quais informações são relevantes e quais são desnecessárias para se ter à disposição. Aula 2 - Gestão orçamentária Tema 01: Análise do ambiente interno ● Variáveis do ambiente externo: aspectos da economia, da política, referentes às leis, à sociedade, à cultura, à demografia, à tecnologia, às ações dos concorrentes e às alterações no comportamento dos consumidores. → Para entender as ações estratégicas das empresas, não basta apenas olhar para “fora”, é preciso olhar para “dentro” das empresas, por meio da análise das: ↳ Principais áreas funcionais: “marketing, finanças, produção e pessoas e ainda a estrutura organizacional, que vai dizer a respeito e compreender as exigências do mercado, as necessidades da organização, os processos para a busca de eficiência, as políticas internas, entre outros”. ● Variáveis do ambiente interno: é o nível de ambiente da organização que se refere a variáveis que a própria empresa domina (ou não) e que normalmente tem implicação imediata e específica em sua administração, → Essas são as áreas e suas respectivas variáveis: ↳ Estrutura organizacional: comunicação, estrutura, objetivos, políticas, processos, regras etc.; ↳ Marketing: segmentação do mercado, estratégia do produto, estratégia de preço, comunicação, entre outros; ↳ Finanças: liquidez, lucratividade, oportunidades de investimento; ↳ Pessoal: relações trabalhistas, recrutamento, seleção e retenção de funcionários, sistema de avaliação de desempenho, remuneração, entre outros; ↳ Produção: pesquisa e desenvolvimento, tecnologia, matéria-prima, entre outros itens. ● O quadro na sequência apresenta alguns itens que são considerados como variáveis internas que devem ser monitoradas a fim de que se identifiquem pontos fortes e fracos da empresa. ● A postura estratégica: proporciona um quadro geral da empresa, confrontando pontos fortes e fracos para analisar sua capacidade de aproveitar as oportunidades e enfrentar as ameaças que o ambiente impõe. ↳Também corresponde à maneira mais adequada para alcançar os propósitos da missão, respeitando a situação atual da empresa. Tema 02: Plano comercial Plano comercial = Orçamento empresarial: “compõe-se de vários orçamentos complementares relacionados às atividades operacionais ou também designados como “sub-orçamentos”. → Orçamentos: para seu desenvolvimento requer uma visão global e razoavelmente detalhada do futuro da empresa, o que, terá sido anteriormente proporcionado pelos planos estratégicos. ↳ O orçamento se inicia pelas atividades primárias da organização, sendo pela projeção comercial ou de vendas da empresa e depois se expande aos demais. “A boa prática da elaboração do orçamento sugere que se inicie pela projeção das vendas” “Sequência dos Planos Operacionais” Finalidade do Orçamento de Vendas: “É determinar a quantidade e o valor total dos produtos que serão dispostos a vender a partir de projeções elaboradas pela área comercial e/ou o executivo especialista em marketing da empresa .”. ↳ Esse orçamento é complementado com o orçamento das despesas relacionado a estas vendas, bem como o cálculo dos impostos. → Técnicas frequentes da Previsão de Vendas; ↳ Apuração da tendência de vendas: procura- se reconhecer alguma tendência de aumento, queda ou estabilidade das vendas. Considera-se para este item o ciclo de vida de cada produto e as variações de sazonalidade e os efeitos de ciclos econômicos; ↳ Opinião da equipe de vendas: o executivo da área pode solicitar aos vendedores ou líderes por canal suas opiniões sobre as vendas futuras. ↳ Opiniões dos executivos: A previsão de vendas se estabelece por um consenso entre os principais gestores da empresa. ↳ Análise do setor (indústria, serviço ou comércio): É feita uma previsão da demanda total de produtos ou serviços de determinado mercado, estima-se a participação da empresa e procura-se estabelecer a faixa de vendas futuras. “Normalmente este método é usado para empresas com faixas significativas de mercado, pois avaliar mercados menores pode ser bastante errático;” ↳ Análise correlacional: É a análise que identifica fatores econômicos e ambientais que também condicionam as condições de vendas. Para projeções, caso se tenham dados históricos, são possíveis tratamentos estatísticos por meio de regressão lineares ou outros métodos similares. “É importante é que quaisquer previsões feitas, antes de se converterem em planos, devem estar alinhadas ou ajustadas ao planejamento estratégico da empresa.” Tema 2.1: Estruturando o orçamento da área comercial Os 4 Ps do marketing “Esses componentes nos ajudarão a estruturar o orçamento da área comercial”. ● Produto: é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo e que possa satisfazer a um desejo e uma necessidade. ↳ Podemos classificar os produtos em: produtos de consumo, produtos de conveniência, produtos de comparação, produtos de especialidade e produtos não procurados. ● Preço: é soma dos valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuir ou usar um produto ou serviço. ↳ A definição do preço pode ser dada: Pode ser dada de “dentro para fora”, Calculando o custo para a empresa deste bem, mais a margem desejável, estabelece-se o preço final de venda. E ainda pode ser orientada de “fora para dentro”, em que o preço da concorrência baliza o da empresa. “O preço é o único componente do marketing que gera receita para a empresa, ou demais somente despesas. O preço é um dos elementos mais flexíveis deste composto”. ● Promoção: Seu alinhamento com o planejamento estratégico e seus resultados garantem a esse composto uma complexidade e uma avaliação de longo prazo. ↳Para fins de orçamento: este item define os produtos prioritários, as campanhas a serem realizadas e os veículos a serem escolhidos. “O desafio é encontraro ponto de equilíbrio entre investimentos promocionais e retorno em vendas.” ● Praça: a definição da praça indica os caminhos que levarão os produtos ou serviços aos consumidores finais. Trata-se dos canais de venda e envolve a decisão de utilizar intermediários ou não na oferta da empresa. → Funções dos canais de distribuição que ajudam a completar a transação entre cliente/empresa: ↳ Informação ↳ Promoção ↳ Contato ↳ Adaptação ↳ Negociação ↳ Distribuição Física ↳ Financiamento ↳ Riscos → O Orçamento de vendas contempla as seguintes informações: ↳ Quantidade a ser vendida; ↳ Preço de venda; ↳Tributos referentes à venda; ↳ Custo dos produtos; ↳ Outras despesas referentes à percepção do produto (embalagens etc.); ↳ Despesas com a equipe comercial (incluir equipe responsável pela logística); ↳ Despesas com comissões; ↳ Despesas com armazenagem, transporte e exposição do ponto de venda; ↳ Despesas com promoção. Tema 3: Plano de produção e Processos ● Orçamento ou Plano de produção: Em empresas com características industriais, ou seja, com processo de transformação, o O.P.P. tem a finalidade de determinar a quantidade de produtos que devem ser produzidos em função das vendas planejadas. “Uma das situações mais complexas do planejamento da produção é o de compatibilizar as vendas sazonais, com quantidades relativamente estáveis de produção e baixos estoques.” ↳ Orçamento de Produção: pode ser considerado a segunda etapa da elaboração dos orçamentos operacionais ou atividades primárias. “Após as definições comerciais, cabe ao orçamento de produção definir o que será produzido e, como consequência, quais as despesas (ou custos) que incorrerão desta definição.” ● Oferta de matérias-primas Sazonal: Para obter o produto ou para se conseguirem bons preços, compra-se em épocas diferentes do seu consumo na produção. ⤳ “Três tipos de planejamento da produção que cadenciam as quantidades produzidas e estabelecem os recursos necessários para obtê-las” ⤳ “Tipos de produção – vantagens e desvantagens” ⤳ Derivado do orçamento de produção, há dois outros orçamentos relacionados ao processo de produção: ❆ Plano de Recursos Humanos e os Planos Logísticos: Envolvem o planejamento dos estoques e de movimentação dos materiais, sejam de matérias-primas, produtos acabados ou referentes à distribuição dos produtos aos canais de vendas. “Para outros setores, como comércio e serviço, considerando que estes não transformam matéria- prima em produto final comercializado, a denominação mais adequada para este planejamento é planejamento de processo .” ⤳ “Para que o plano de produção e processos concilie vários interesses e realidades de uma empresa, devem-se levar em conta as condições ideais que os outros departamentos da empresa gostariam que nele existissem.” Tema 4: Plano Logístico ❆ Plano Logístico: Engloba a necessidade de armazenagem e distribuição das matérias-primas e dos produtos dentro e fora da organização. ↳ A entrada de materiais e sua movimentação interna e a entrega dos produtos comercializados estão contemplados neste plano. ❆ Administração de materiais: Implica em assumir riscos e custos proporcionalmente ao volume estocado ou complexidade da distribuição. Além dos riscos para a estocagem como furtos, deterioração, obsolescência e queda nos preços de comercialização, para este plano orçamentário referente a administração de materiais, surgem os seguintes custos que precisam ser monitorados pelo orçamento: ↳ Custos de capital: correspondem aos recursos investidos nos materiais e produtos estocados, nas instalações e nos equipamentos utilizados na movimentação física e armazenagem; ↳Custos das instalações: envolvem a locação de galpões, prédios e instalações além de custos referentes à manutenção, como serviços de segurança, limpeza, refrigeração e outras despesas como seguro patrimonial e dos estoques; ↳Custos da mão de obra direta: compreendem as necessidades de recursos internos para organizar, movimentar e controlar os materiais envolvidos na operação logística. ❆ Gestão da cadeia de suprimentos: Tem a responsabilidade primária de ligar e otimizar os processos mais importantes da organização. Como consequência, tem estreita relação com a produção, vendas, marketing, finanças e recursos humanos, além de clientes e fornecedores. Tema 05: Plano de Recursos Humanos ❆ Plano de Recursos Humanos: Trata-se de um planejamento amplo que envolve o recrutamento, o treinamento e desenvolvimento do pessoal de todas as áreas. ↳ Os planos de salários, benefícios e outros programas como redução de acidentes, absenteísmo e turn-over também estão contemplados neste planejamento e são comuns ao setor industrial, comércio e serviço. “Para as indústrias, os custos com mão de obra direta (MOD) são considerados variáveis, dada a altíssima correlação entre o tempo da MOD e o volume da produção. Para os demais setores, normalmente o orçamento de pessoal é tratado como uma despesa fixa.” “Definições de custos, despesas e gastos”: Custos: é o consumo de um fator de produção, medido em termos monetários para a obtenção de um produto.; Despesas: é o gasto aplicado na realização de uma atividade. Gastos: são sacrifícios financeiros com os quais uma pessoa, organização ou governo, têm que arcar a fim de atingir seus objetivos. ⤳ Especificamente relacionado à produção, o Orçamento de Recursos Humanos, implica em conhecer: ↳O plano de quantidade de unidades a produzir; ↳O tempo médio de mão de obra direta a despender na fabricação de cada unidade de produto; ↳O salário/hora médio e devidos encargos sociais aplicáveis previstos para o período a orçar. “É importante levar em conta as propostas de remuneração vinculadas ao desempenho, em que as metas de produtividade ou outros indicadores de desempenho propiciam uma condicional variável ao orçamento.” “Os estudos de tempos e movimentos ou análises semelhantes serão, sem dúvida, a melhor fonte de informações para orçar as necessidades de horas e, consequência, pessoas para se atender à quantidade a ser produzida.” ⤳ Para os outros setores, como comércio/serviço, O orçamento de recursos humanos é estabelecido: ↳De acordo com o quadro de pessoal da empresa e seus requisitos, como salários, benefícios e outros gastos referentes a despesas com pessoal. “Orçamentos Operacionais:” “A importância do orçamento empresarial neste relacionamento empresarial é fundamental, pois analisa e permite aos gestores a escolha por internalizar uma atividade primária ou recorrer a terceiros. A previsão por orçamento de cada área pode ser o instrumento que apoiara e estimulará melhor essa escolha..” Aula 3 - Gestão orçamentária Tema 01 – Orçamento De Capital Segundo Braga (1995, p. 235), “O sistema orçamentário costuma ser estruturado através de um conjunto de agrupados como segue: Orçamento de Investimentos, Orçamento Operacionais, Orçamentos de Resultados e Orçamentos de Caixa”. ✿ Investimentos de capital: refletem investimentos geralmente de longo prazo e, por consequência, com valores consideráveis, as previsões relacionadas a essas escolhas contidas no orçamento exigem maiores cuidados e análises por parte dos gestores. ⤳ Condições de Avaliação: considera-se as propostas de prazo para recuperar os investimentos e também os ciclos de vida desse investimento, sendo está uma última condição que reflete diretamente na lucratividade da empresa. “É muito importante que a escolha dos investimentos de capital seja criteriosa, pois geralmente são escolhas irreversíveis.Portanto requerem comprometimento e profunda avaliação das condições do negócio no presente e principalmente no futuro.” “E é através desses investimentos que podemos estimar a depreciação (exaustão) dos equipamentos.” ⤳ Formas de Avaliar a Viabilidade de um Projeto, são basicamente divididas em três grandezas distintas: ↳ A que compara a taxa de retorno, o valor do projeto e o seu prazo para recuperar os investimentos. ✿ Taxa de atratividade de um Projeto: Além de demonstrar a projeção de entradas e saídas previstas diante do investimento, faz-se necessário também conhecer os parâmetros de atratividade. ✿ TIR: “Taxa Interna de Retorno” uma grandeza que apresenta ao investidor a taxa de retorno do seu investimento. Pode ser usado quando: ↳ “O gestor financeiro não conhece a atratividade do investimento proposto ou não se tem alternativa para realizar os investimentos.” ↳ “O uso da “TIR” é necessário para mostrar qual é a melhor alternativa (escolha da marca, modelo, etc.), visto que, nesse caso, a atratividade não é o melhor critério.” ✿ VPL: “Valor Presente Líquido”: Utilizada quando se tem a taxa de atratividade de um determinado projeto, também baseada no fluxo de caixa que os investimentos apresentam, com a diferença de que os valores são apresentados na forma nominal do projeto. ↳ Assim, quando comparamos taxa interna de retorno, estamos olhando para valores apresentados em percentuais e a comparação entre “VPL’s”, ou seja, estamos comparando valores líquidos. ✿ PAYBACK: tem a finalidade de verificar o prazo em que um investimento apresentará retorno, ou seja, em quanto tempo o valor do investimento será recuperado. ↳ Seja calculando a taxa interna de retorno ou usando uma taxa de atratividade, é possível incluir o prazo nos critérios de seleção. Assim, essa grandeza apresenta seu resultado em uma grandeza de tempo e normalmente esta referência é mensal. ↳ Payback é o tempo decorrido até que o “VPL” (valor presente líquido) se iguale ao investimento inicial do projeto em análise. Todas essas informações podem estar contempladas no orçamento empresarial, afinal, são projeções. Tema 02 –Outras Decisões De Investimento E Orçamento Para Pesquisa E Desenvolvimento ✿ “Os desembolsos pré-operacionais previstos período orçamentário são relativos ao desenvolvimento de novos produtos (e aperfeiçoamento dos atuais) e devem estar alinhados às orientações. estratégicas da empresa quanto ao nível de inovação tecnológica e de melhoramento nos processos contidos na operação da empresa.” ↳ Nesse orçamento de novos produtos (e aperfeiçoamento dos atuais), incluem-se as amortizações dos gastos com pesquisas e desenvolvimento anteriores e as possíveis perdas com gastos pré-operacionais cujos investimentos não serão recuperados. Orçamento para pesquisa e desenvolvimento: Exige uma decisão no nível estratégico da empresa, pois envolve riscos maiores e alto grau de incerteza na recuperação desses investimentos. ✿ Lançar novos produtos constantemente é uma exigência do público-alvo definido. Nessas condições, devem estar contemplados no orçamento os recursos para que sejam dadas condições para pesquisas. Essas estimativas, diferente dessas previsões, a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento é complexa. ⋆ Inovação referente a Atividade Fim: desenvolvimento de novos produtos ou serviços ⋆ Inovação referente a Atividade Meio: previsão de investimentos nas condições inovadoras de processo ✿ Quando a restrição de capital para os investimentos da empresa impactar essas necessidades de pesquisa e desenvolvimento, deve-se: ↳ Considerar um racionamento ou alternativas de investimentos para cumprir as premissas estratégicas; ↳ Considerar no seu orçamento a combinação com outras empresas e assim diluir a necessidade de investimentos; “Assim, surgem parcerias ou alianças estratégicas ou até mesmo a expansão de atividades via transferência de atividades operacionais a terceiros.” “E o recurso que seria disponibilizado para a aquisição, pode ser utilizado em outra necessidade da empresa, sem comprometer a sua atividade operacional.” Tema 3 –Orçamento de Caixa ✿ Caixa: Refere-se apenas “aos recursos existentes nas dependências da empresa, que estão liberados para depósitos bancários.” ⋆ Quando se trata de orçamento, abrange também os saldos bancários de livre movimentação, incluindo o numerário em trânsito. “Não gera lucro. Além disso, em condições de perda de preço (inflação), o saldo remanescente nesse investimento perde o seu poder de compra com o passar do tempo” ⋆ Em outras situações, há a necessidade de se manter um nível alto dos saldos de caixa devido à necessidade de investimentos contínuos, como uma revenda de veículos. ✿ Planejamento de Caixa: deve estabelecer os valores mínimos desejados como saldo para atender às necessidades operacionais de cada negócio ✿ Orçamento de Caixa: Não é apenas para se apurar o saldo de caixa, e sim para verificar as movimentações previstas nos orçamentos operacionais, como o orçamento comercial e de produção para verificar o nível desejável de caixa. Excesso de Caixa: Pode ser realocado em novos investimentos programados; Falta de Caixa: remete a planejamentos de estrutura de capital e condição operacional mais amplo., normalmente a empresa recorre à captação de recursos de terceiros (financiamentos) de curto prazo. ✿ Regime de Competência: (Rentabilidade do negócio.), Registro do documento se dá na data do fato gerador (ou seja, na data do documento, não importando quando vou pagar ou receber). ✿ Regime de caixa: A premissa é justamente a (liquidez, ou seja, a capacidade da empresa de administrar seus compromissos financeiros e sua disponibilidade.) Considera o registro dos documentos quando estes foram pagos, liquidados ou recebidos, como se fosse uma conta bancária. ✿ Caixa x Competência e a noção da Sazonalidade das atividades da empresa.: ⋆ Quando escolhemos como referência o período mensal, devemos saber que a meses em que a atividade está mais aquecida, ou seja, há um incremento nas vendas. ⋆ De acordo com cada atividade, existem períodos em que a empresa precisa adquirir recursos para serem disponibilizados no momento certo. ⋆ Com os registros em caixa e competência, temos uma noção dessas necessidades. ⋆ Sabemos, algumas empresas apresentam um forte apelo sazonal, sejam pelas conhecidas datas comemorativas, como Natal e Páscoa, ou outra situação caracterizada pela época do ano (inverno/verão, férias, início das aulas). Tema 04 – Capital Circulante Líquido ✿ O processo de entendimento estratégico com base na captação de recursos e posterior planejamento via orçamento empresarial decorre da composição de capital de terceiros e de capital próprio da empresa. ⤳ Essa composição estabelece uma orientação de: ⋆ Longo prazo: preocupada com as condições de retorno do investimento ⋆ Curto Prazo: condições, nesse caso, relacionadas ao risco de liquidez do negócio. ✿ Capital Circulante Líquido: Conhecido também como capital de giro líquido (CCL). “O capital de giro possui o mesmo valor que o capital circulante líquido, definido no sentido financeiro clássico como a diferença entre o ativo e o passivo circulantes”. Portanto seu cálculo é: CCL = AC – PC.” “Isso significa que, se o ativo circulante (AC) for maior do que o passivo circulante (PC), o capital circulante líquido (CCL) é positivo. Caso contrário, o valor será negativo, demonstrando, nesse caso, que a empresa pode apresentar problemas para financiar as suas atividades operacionais.”⤳ “A figura a seguir evidencia o CCL (capital circulante líquido) e seu papel na estrutura de capitais, representada pelo demonstrativo Balanço Patrimonial. Neste exemplo, o CCL é mostrado como o excesso do ativo circulante sobre o passivo circulante.” ✿ Ativo Circulante representa contabilmente tudo o que a empresa tem a receber no curto prazo e expõe contas operacionais como saldo de caixa, estoques e, eventualmente, impostos a recuperar. ✿ Passivo Circulante: expõe todos os compromissos da empresa também relacionados à atividade operacional, por exemplo, fornecedores, passivos trabalhistas e tributários, entre outras contas afins. ↳ É a primeira informação a respeito de liquidez que a empresa pode demonstrar, especialmente em negócios sazonais, para propiciar uma proteção financeira para o pagamento de fornecedores ou outros compromissos de curto prazo, como impostos, salários entre outros. Tema 05 – Necessidade de Capital de Giro ✿ Modelo Dinâmico Ou Modelo De Fleuriet: “O modelo Fleuriet procura entender principalmente o modo como as empresas financiam as suas atividades e como a empresa administra o seu capital de giro.” ↳ Essa técnica define que, para analisar os ciclos do balanço patrimonial, é necessário verificar o período de movimentação de suas contas. Algumas, que apresentam uma movimentação ⋆ Lenta: que podem ser denominadas como permanentes; ⋆ Movimento Contínuo: podemos tratá-las como cíclicas ou operacionais. Um exemplo dessa situação seria a posição “Estoques” pelo lado do Ativo da empresa e “Fornecedores” pelo lado do Passivo. ✿ Capital de Giro: “É o dinheiro necessário para bancar a continuidade do funcionamento da sua empresa.” ↳ Então, define-se como capital de giro a diferença entre o passivo permanente e o ativo permanente. CDG = PP - AP Onde: CDG = Capital de Giro PP = Passivo Permanente AP = Ativo Permanente ↳ A necessidade do capital de giro representa a parte do montante de recursos exigidos pela operação que não foi coberta por fornecedores e que certamente deverá ser suprida com recursos de outra natureza”. ✿ Ativo Permanente: formado pelos itens de longo prazo do ativo. Esse valor é igual à soma dos seguintes itens: realizável a longo prazo, investimento. ✿ Passivo Permanente: é formado pelas contas de longo prazo de passivo e representa a fontes permanentes de recursos financeiros da empresa. É igual à soma do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido. ✿ Ativo Flutuante (AF): Corresponde aos itens de curtíssimo prazo do ativo circulante que possuem natureza transitória como caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo. ✿ Passivo Flutuante (PF): corresponde aos itens de curtíssimo prazo do passivo circulante que não têm vinculação direta com as operações da empresa. Sãos eles: empréstimos, financiamentos e outras obrigações financeiras de curto prazo. ✿ Ativo Operacional (AO): representa os recursos utilizados nas operações da empresa que dependem das características de seu ciclo operacional. É composto por duplicatas a receber, estoques e outros valores a receber que possuem natureza permanente. ✿ Passivo Operacional (PO: representa as contas do passivo vinculado ao ciclo operacional da empresa, tais como fornecedores, salários, encargos, impostos, taxas e outras contas a pagar. ✿ Necessidade de Capital de Giro (NCG): Pode ser verificada pela “Diferença entre as fontes de financiamentos e também pelos investimentos classificados como operacionais.” ⋆ Formula: NCG = AO – PO Vamos treinar um pouco: ✿ Capital de Giro Positiva: reflete uma aplicação permanente de fundos que, normalmente, deve ser financiada com os recursos permanentes utilizados pela empresa ✿ Capital de Giro Negativa: Nesse caso, no ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem depois das entradas de caixa. “O passivo cíclico torna-se maior que o ativo cíclico, constituindo-se em fonte de fundos para a empresa, a) Cálculo da necessidade de capital de giro (NCG) NCG = AO – PO NCG = 7.000–5.000 NCG = 2.000 b) Cálculo do capital de giro líquido (CGL) CGL= PP – AP CGL= 13.000–10.000 CGL = 3.000 Ou CGL = AC – PC CGL = 10.000–7.000 CGL = 3.000 c) Cálculo do efeito tesoura (ET) ET = CGL – NCG ET= 3.000–2.000 ET = 1.000 OU ET = AF – PF ET = 3.000 – 2.000 ET = 1.000 “Denomina-se efeito tesoura (ET) o valor do capital de giro líquido que excede a necessidade de capital de giro calculada na forma acima. Tal valor corresponde ainda à diferença entre o ativo flutuante (AF) e o passivo flutuante (PF)” Aula 4- Gestão orçamentária Tema 01: – Indicadores De Rotação De Estoque ✿ Estoques de Produtos sem Transformação das Empresas Mercantis Varejo: são importantes como apelo comercial. Figura 1 – Ilustração do estoque de uma empresa de varejo ✿ Para as empresas transformadoras (indústrias): que precisam modificar vários produtos, a classificação dos estoques é modificada, como ilustrado abaixo: ✿ Objetivo Do Gestor Financeiro Referente aos Estoques: é otimizar as movimentações operacionais com os fluxos financeiros. Nessa otimização, surgem conflitos da área financeira com as demais áreas, comercial e de produção. ✿ Objetivo da Área Financeira Referente aos Estoques: preocupa-se com os fluxos de pagamentos e também com os custos adicionais para a manutenção dos estoques. Custos da Área Financeira Referente aos Estoques: ↳ Custo de capital: refere-se à remuneração do capital próprio ou de terceiros para financiar os estoques; ↳ Custo das instalações: refere-se aos custos prediais, de limpeza e manutenção de determinados produtos. Alguns produtos perecíveis exigem investimentos ainda maiores para a manutenção; ↳ Custo de serviços: inerentes à manutenção do estoque, como seguros, vigilância e também serviços para a movimentação desse estoque (logística). Riscos ao Procedimento de Estocar: Deterioração, furtos e em alguns casos obsolescência do produto. ] “O importante é o equilíbrio entre as necessidades da produção e as determinações financeiras, pois se sabe que as vendas ou as necessidades de consumo não são coincidentes com a capacidade de produção.” ✿ O Cálculo do Giro Ou Rotação dos Recursos Investidos nos Estoques: fornece uma análise adequada para a avaliação da eficiência na sua gestão. Indica o número de vezes em que os recursos foram renovados em certo intervalo de tempo. ↳ Sua interpretação é: quanto maior o resultado, melhor, pois representa a eficiência da empresa em “girar” seus estoques. ⤳ É possível calcular o giro do estoque através da seguinte fórmula: 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑓𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 ÷ 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 ⋆ O saldo médio dos estoques aplicado na fórmula corresponde ao custo médio ponderado. ⋆ Em alguns casos, aceita-se a avaliação dos estoques pelo preço de reposição das mercadorias ou preço de saída. ⋆Contabilmente, os estoques são avaliados pelo preço de entrada. ✿ PME (Prazo Médio de Estoques): Que é o tempo decorrido entre a compra e a venda das mercadorias, de acordo com a fórmula abaixo: 𝑃𝑀𝐸 = (𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 ÷ 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎) 𝑥 360 Tema 02: Prazo Médio de Recebimento ✿ Gestão de Disponibilidades da Empresa: depende da elaboração de um orçamento com o fluxo de caixa estabelecendo a quantidade ideal necessária para os compromissos de prazo curto. Os valores acima dessas exigências significam um nível de investimento baixo e, por consequência, não remuneração do capitalinvestido. ✿ Contas vinculadas às disponibilidades da empresa: são as contas chamadas de “a receber”. Pode-se dizer que são vinculadas, pois se sabe que durante as vendas existem concessões aos clientes para prorrogar ou parcelar seus pagamentos. Esse novo fluxo de pagamentos gera as contas denominadas de “a receber”. ⋆ Por exemplo: “Em uma venda no valor de R$300,00 com parcelamento nas condições 1 + 2, significa que no balanço da empresa agora constará na conta disponibilidade R$ 100,00 e na conta a receber, R$ 200,00.” “Assaf Neto (2012) ressalta que os prazos concedidos aos clientes compõem uma estratégia de vendas da empresa e auxiliam na alavancagem dessas vendas.” ✿ Em conjunto com a comparação dos saldos, podemos utilizar uma fórmula simples para calcular o prazo médio dos recursos a receber da empresa.: P𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 ÷ 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑥 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑a Exemplo: ⋆ Vendas em um ano foram de R$ 50.000,00 (informação extraída no DRE). Saldo de contas a receber: R$ 5.000,00 (informação extraída no BP). Então, temos: PMR = 5.000,00/50.000,00 x 360 (ano) PMR = 0,10 x 360 = 36 DIAS Tema 03: Orçamento De Compras E Prazo Médio De Pagamento ✿ O Orçamento de Compras: representa a determinação do programa de obtenção de matérias-primas e mercadorias necessárias para o atendimento dos planos de vendas e produção. ↳ Elaboração: São consideradas as conveniências de compras em termos de preços, prazos de entrega e demais condições. ↳ Quem elabora? Comprador ou responsável por suprimentos de uma empresa, que considera o nível de quantidade e sazonalidade baseadas principalmente nos planos comerciais “Uma boa referência para melhorar as condições de financiamento através dos passivos circulantes da empresa são as negociações com os fornecedores. “Cabe ao gestor melhorar as condições de seu interesse, como aumentar os prazos de pagamentos, conseguir descontos para pagamentos antecipados e outros benefícios.” ✿ Prazo Médio de Pagamento: indica quantos dias, em média, a empresa demora para pagar seus fornecedores. A fórmula é a seguinte: 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 (𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜) ÷ (𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠) 𝑥 𝑑𝑖𝑎𝑠 do 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑o “A interpretação adequada para esse indicador é: quanto maior, melhor para o caixa da empresa. Significa que a empresa está negociando os prazos com seus fornecedores.” ⋆ Uma boa prática é o processo de documentação das decisões de compra da empresa, especificando a abordagem e identificando fornecedores em potencial. deve- se seguir algumas orientações: Tema 04: Ciclo Operacional ✿ Ciclo Operacional: Corresponde ao intervalo entre a entrada dos produtos na empresa até o recebimento do produto através das vendas. Indica a operação proposta pela empresa, seja ela uma indústria ou comércio em geral. ↳ Outro aspecto importante que compõe esse ciclo é o tempo de permanência dos estoques entre o recebimento e as saídas dos produtos da empresa. “Esse ciclo é também denominado como ciclo econômico.” ✿ Ciclo Econômico: Em uma situação hipotética da totalidade das vendas à vista, o ciclo econômico é igual ao operacional. ⤳ 3 Técnicas que auxiliam os gestores na redução do ciclo operacional, são elas: ✿ (1) Sistema de curva ABC: neste sistema, os estoques são organizados a partir dos valores dos seus saldos, desconsiderando a sua natureza. ⋆ Para os itens classificadas como “A”: Estaria um pequeno número de itens responsáveis pela maior parte dos investimentos. ⋆ Os itens intermediários representados pela letra “B”. ⋆ No outro extremo estaria um grande número de itens responsável por pequenos valores, neste caso identificados como “C”, ✿ (2) Lote Econômico: Trata-se de uma determinada quantidade a ser considerada para investimento de acordo com o processamento de pedidos ou ordem de produção. ⋆ Corresponde a uma quantidade que minimiza os custos intermediários, como instalação, armazenagem e transporte. ✿ (3) Ponto de pedido: Esta técnica se relacionada principalmente aos prazos estipulados pelos fornecedores para repor os produtos ou mercadorias necessárias ao ciclo industrial. ⋆ Normalmente, a empresa calcula as suas necessidades para a produção diária, semanal ou outra referência de tempo e estabelece uma ordem de pedido para repor os seus estoques. Tema 05 – Ciclo Financeiro ✿ Ciclo Financeiro: Corresponde aos intervalos entre os fluxos de pagamentos e recebimentos da empresa. “Em relação ao ciclo operacional e econômico, a Estratégia Ideal: considera a eficiência da empresa na execução de sua atividade. destacam-se a capacidade dos processos produtivos e também a qualidade na execução das atividades transformadoras. Para o ciclo financeiro: consideram-se as situações de aumentar o prazo de pagamento e reduzir os prazos concedidos aos clientes. Essas condições devem respeitar os compromissos creditícios e a aceitação dos clientes.” “A necessidade de planejar todas as condições que impactam em cada ciclo.” “De acordo com a intensidade das atividades, o ciclo, ou seja, o período entre a “entrada” e a “saída” de determinado investimento pode ser ampliado ou reduzido.” ✿ Situação a que o Gestor Financeiro se atentar: é na diferença sazonal e também de investimentos permanentes que cada atividade exige. Exemplo: nas indústrias há necessidade de investimentos permanentes, e elas também dependem de determinadas matérias-primas que podem alongar os ciclos operacionais e econômicos. ✿ Extensão que se dá no Ciclo Financeiro: Geralmente ocorre nas empresas comerciais, nas quais a concorrência acirrada pode fazer com que os prazos concedidos aos clientes sejam usados como argumentos de venda. “Boa atuação no ciclo financeiro relaciona-se também: com as políticas de prazo aos clientes da empresa.” ✿ Riscos da Política de Prazo: essa prática diz respeito aos prazos serem suportados pela atividade da empresa. E a política de crédito da empresa. . ✿ Política De Crédito: Fornece os parâmetros que determinam se deve ou não ser concedido crédito aos clientes. ↳ Esses parâmetros geralmente são informações dos clientes a respeito de pontualidades nos pagamentos anteriores em outros estabelecimentos e principalmente se o cliente tem condições técnicas para assumir tal compromisso. ↳ Para consumidores finais: essa informação é consolidada em relatórios de empresas protetoras de créditos e também há informações sobre condições de empregos e salários. ⤳ Para as Concessões para Empresas/Montantes Maiores: é necessário percorrer pela análise de crédito convencionada no sistema financeiro como “Cs do crédito”, a saber. ↪ Caráter: condição que se refere à intenção do devedor em pagar suas dívidas. Em alguns casos pode ser uma análise subjetiva., pesquisas cadastrais em outros estabelecimentos indicam essa intenção; ↪ Capacidade: esta avaliação está relacionada com as condições da empresa ou do consumidor em pagar o compromisso; ↪ Condições: complementa a avaliação anterior e diz respeito a fatores que não dizem respeito especificamente às condições da empresa, e sim a fatores macroeconômicos, sazonalidades e outras condições sistemáticas; ↪ Capital: refere-se à situação econômica e financeira do pretendente ao crédito; ↪ Colateral: se é possível vincular uma garantia adicional, como bens ou avalistas na operação de crédito; ↪ Conglomerado: situação das demais empresas do grupo vinculado ao pretendente ao crédito,se for o caso. Aula 05- Gestão orçamentária Tema 01: Proposta de Financiamentos ✿ Fonte de Financiamento das Empresas: Envolve o suprimento dos recursos necessários a suas operações normais e a captação de valores para investimentos em projetos com longos períodos de maturação. “Braga (1995) menciona que as fontes de recursos à disposição de uma empresa, é possível diferenciá-las pelas seguintes características: ❖ Recursos próprios e recursos de terceiros; ❖ Recursos permanentes e recursos temporários; e ❖ Recursos onerosos e recursos não onerosos” ↪ Recursos Próprios: São identificados no balanço patrimonial pelo patrimônio líquido. Além do capital integralizado, podem compor o saldo dessa rubrica as reservas contingenciais e os lucros reinvestidos. ↪ Recursos de Terceiros: São todas as dívidas contraídas e também os compromissos assumidos pela empresa, sejam financeiros ou obrigações contratuais como salários, fornecedores e impostos. ↪ Recursos Permanentes: São dívidas contraídas com a característica de longo prazo, normalmente, podem ser uma opção de financiamento. ↳ Pois, no sistema financeiro, as linhas de financiamento relacionadas ao longo prazo possuem condições do chamado “crédito direcionado”: em geral são compostas de condições de financiamento atrativas, como juros baixos e prazos estendidos para pagamentos. Exemplo: Financiamentos Habitacionais, agrícola e de aquisição de bens e equipamentos etc. ↪ Recursos Temporários: são aqueles cuja fonte de financiamento são dívida e compromissos de curto prazo. Empréstimos financeiros e passivos relacionados à atividade da empresa, como impostos, são exemplos de recursos temporários. ↪ Recursos Onerosos e não Onerosos: O ônus se refere ao custo financeiro pela concessão do financiamento, pelos juros pagos pela operação de financiamento ao agente financeiro ou, ainda, junto a uma negociação com fornecedor em que há acréscimo do valor mediante a extensão do prazo de pagamento. ↪ Recurso Não Oneroso: o pagamento de um imposto, pode se tornar oneroso se não o prazo de pagamento não for cumprido. ✿ Grau De Alavancagem Financeira (GAF): efeito de tomar recursos de terceiros a determinado custo, aplicando nos ativos com outra taxa de retorno. É definido pela razão entre os investimentos totais (ativo total) e os recursos próprios (patrimônio líquido). Saiba mais ✿ Conceito físico da alavanca: “A aplicação de uma força menor no braço mais longo resulta em força contrária maior no braço mais curto.” “A semelhança com as finanças empresariais é que, com o mesmo investimento dos sócios, pode-se ampliar os ganhos com a “alavanca” dos recursos financeiros de terceiros.” Tema 02: Passivos De Funcionamento ✿ Passivos de Funcionamento: As fontes de financiamentos espontâneos e não onerosos, ou seja, são passivos gerados pela atividade operacional da empresa, tais como: ↪ Fornecedores: obrigações com os fornecedores de matérias-primas e produtos.; ↪ Impostos a pagar: obrigações fiscais que têm como fato gerador a operação (finalidade) da empresa, como montante de vendas. ↪ Salários e outras obrigações: salários, comissões, encargos sociais, entre outras obrigações. ⤳ “Esses passivos são consequências da própria atividade da empresa. O aumento dos valores desse grupo significa que a atividade operacional também deve ter aumentado. É importante considerar os passivos de funcionamento como uma importante fonte de financiamento da empresa, incluindo os impostos.” ✿ Gestor Financeiro: tem conhecimento dos prazos de grande parte das suas fontes de financiamento, como por exemplo: os salários e suas obrigações mensais, os impostos têm o seu fluxo de pagamentos, que deve ser de conhecimento de profissionais contadores responsáveis pela apuração, entre outras informações. “Referência para melhorar as condições de financiamento através dos passivos circulantes da empresa são: as negociações com fornecedores.” “Pode-se perceber que os passivos de funcionamento ou, ainda, passivos operacionais de uma empresa: se relacionam diretamente com os respectivos ativos operacionais.” ✿ Passivos: Representam basicamente todas aquelas dívidas e obrigações que uma determinada empresa possui, seja com uma pessoa física ou jurídica. ✿ Passivos onerosos: são aqueles que custam à empresa mensalmente, como juros e encargos bancários. ✿ Passivos não onerosos: são aquelas obrigações que não possuem encargos financeiros, como fornecedores, salários. Tema 03: Estrutura De Capitais E Solvência ✿ A relação entre empresa, fornecedores e agentes financeiros remete à estrutura de capital, tanto nos investimentos quanto nas fontes de financiamento. ⤳ Para Modigliani e Miller, “Sugerem que a origem dos investimentos que determinam a estrutura de capital da empresa é irrelevante diante de um retorno satisfatório. Assim, a melhor condição de escolha do financiamento estaria na gestão adequada do ativo (investimento) e seu retorno.” “No Brasil basicamente duas modalidades para o mercado de créditos:” ✿ Créditos Direcionados: com condições vinculadas a subsídios que servem para financiar em linhas gerais os investimentos permanentes. ✿ Créditos Livres: São operações financeiras mais comuns e sua finalidade ou classificação depende da “criatividade” dos ofertantes dentro de determinadas padronizações do Banco Central do Brasil “As principais modalidades de crédito livre por segmentação, para a segmentação de empresas, são:” ❀ Capital de Giro: São operações tradicionais de empréstimos vinculadas a um contrato específico estipulando prazos, taxas, valores e garantias necessárias para compor os valores de capital para as empresas. ❀ Conta Garantida: Nesta modalidade de crédito abre-se uma conta com um limite de crédito com livre movimentação pelo cliente com compensações diárias suportadas pelo limite. Os juros sobre esta modalidade são calculados diariamente sobre o saldo devedor e com pagamentos geralmente no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação. ❀ Hot Money: empréstimo de curtíssimo prazo, normalmente de um dia e no máximo dez dias. ❀ Descontos de Títulos: é o adiantamento de recursos ao cliente feito pelo banco ou outros agentes financeiros sobre valores referenciados em títulos. (Notas promissórias). O objetivo desta modalidade é a antecipar o fluxo de caixa do cliente ❀ Aquisição de Bens: Crédito para compra de automóveis e outros bens de duráveis como equipamentos de informática e demais equipamentos. Geralmente com prazos maiores e com taxas de juros inferiores às modalidades recomposição de giro de recursos financeiros da empresa já mencionadas anteriormente. ❀ Vendor Finance: é uma modalidade de financiamento de vendas para empresas na qual quem contrata o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga é o comprador. Nessa modalidade a empresa vendedora deixa de financiar os seus clientes e assim não precisar recorrer ela mesmo a empréstimos com finalidade de capital de giro. É uma modalidade que relaciona empresas e instituição financeira através de contrato. Geralmente pela estruturação da operação e pela formalização, são operações com custos financeiros mais atrativos para as empresas. (Fortuna, 2010) ⤳ "Decisões de quanto emprestar, como avaliar os candidatos a empréstimos e qual taxa de juros será cobrada dependem da finalidade da operação. Prazos e condições contratuais também contribuem para definir o risco.” ⤳ “Os créditos livres têm, geralmente, prazos menores e normalmente financiam a atividade operacional das empresas ou, no caso das pessoas físicas, o consumo não permanente.”⤳ “Nessas condições, a situação do agente bancário em relação à exposição do risco pode ser condicional. Para os maiores riscos, maiores as taxas de juros.” ⤳ “Este é o ponto, a demonstração de que os financiamentos das atividades operacionais expõem as empresas às condições de solvência. Como ficou demonstrado, a estrutura de capital e a capacidade de solvência são decisões de longo e também de curto prazo. Nas duas situações há possibilidade de se afetar o desempenho da empresa.1” “A SOLVÊNCIA é conhecida como nada mais do que a capacidade de uma empresa de ter as devidas condições de honrar todas as suas obrigações financeiras.” Tema 04: Análise Da Liquidez E Capacidade De Pagamento ✿ Liquidez na Empresa: É medida pela sua capacidade de honrar suas obrigações de curto prazo e longo prazos. ❀ Analise da Liquidez: é utilizada para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, constitui uma apreciação sobre a capacidade dela de saldar seus compromissos com terceiros. ❀ Como é medida: A liquidez é medida em índices, que são avaliados pelo critério de “quanto maior, melhor”. ❀ Forma de Acompanhar a liquidez: pode ser por indicadores, eles estabelecem a relação entre as contas ou grupo de contas das demonstrações contábeis, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico financeira de uma empresa, e servem como um termômetro para indicar suas condições financeiras. “Os indicadores apontam a capacidade de pagamento da empresa. Braga (1995), destaca os principais indicadores e seu objetivo, conforme quadro a seguir:” “Os índices de liquidez são uma forma de medir o grau de solvência de uma empresa, e não necessariamente indicam sua capacidade de saldar seus compromissos nos prazos estabelecidos.” Tesouraria: A adequação dos prazos de pagamentos e recebimentos é que vai estabelecer as condições financeiras do empreendimento. ✿ A composição dos índices de liquidez é baseada nas informações de demonstrativos contábeis, neste caso, principalmente, o balanço patrimonial. ❀ Ele tem, como uma de suas características, apresentação dos resultados das contas após o registro e encerramento das atividades da empresa durante o exercício social, ou seja, o registro dos fatos contábeis após efetivamente terem ocorrido, portanto, apresenta uma situação estática das informações da organização após seu acontecimento e dessa composição são extraídas as análises pertinentes. ❀ Como orçamento visa justamente o planejamento com base em cálculos antecipados, utiliza-se a combinação de projeções combinadas para se prever um balanço patrimonial e assim extrair os índices. Tema 05: Análise de Tendência “A principal limitação do orçamento empresarial talvez seja a necessidade de se prever condições futuras para os negócios.” ❀ Se acrescentarmos a essas variáveis a instabilidade econômica de um ambiente ou país, ou, até mesmo, a efervescência política, temos que qualquer previsão para o orçamento é questionável. ❀ Kassai et al destacam algumas frases famosas da história que se tornaram um grande fiasco no ambiente empresarial. Seguem alguns exemplos: “O fonógrafo não tem valor comercial.” Thomas Alvin Edison, Inventor do fonógrafo – 1880. “É impossível ter máquinas voadoras mais pesadas que o ar!” Lord Kelvin, matemático e Físico britânico presidente da British Royal Society – 1895. “Eu penso que existe um mercado mundial para cerca de cinco computadores.” Thomas J. Watson, Presidente da IBM – 1943. “Com pouco mais de 50 carros já à venda aqui, a indústria automobilística japonesa não tem possibilidade de capturar uma grande fatia de mercado norte-americano.” Business Week, 2 de agosto de 1968 ⤳ Hoje parecem absurdos os erros de previsão, algumas delas vindas de pessoas que lideravam as suas empresas ou estavam diretamente ligadas aos seus negócios, porém tais situações demonstram a dificuldade de se prever as condições empresariais. ✿ Itens e variáveis que compõem as condições do orçamento: trabalha-se com técnicas qualitativas e quantitativas para se mitigar erros de projeção. A premissa é a aceitação da incidência de riscos para qualquer variável. ❀ Risco: corresponde a um evento ou condição incerta que, se efetivamente ocorrer, pode impactar um negócio positiva ou negativamente. Para analisar um risco, considera-se uma probabilidade e um impacto. ❀Técnicas Qualitativas: podem explorar dados passados e presentes para se antecipar a tendência futura ou mesmo, a partir de uma meta ou objetivo futuro, verificar se há condições ou restrições para os dados presentes observados. ↳ As principais técnicas qualitativas dependem de tempo para a realização do levantamento, custos para buscar informações e, naturalmente, a disponibilidade de dados. Elas podem ser: ❀ Entrevistas: entrevistas estruturadas ou abertas com as pessoas responsáveis por áreas específicas, como vendedores, gerente de produção, entre outros, além, é claro, de diretores e gestores da cúpula estratégica. ❀ Painel de consenso: técnica que converge à exposição do ponto de vista de várias pessoas em reuniões ou documentos. ❀ Método Delphi: semelhante ao painel de consenso, que envolve a participação de um grupo de pessoas, porém os participantes não se comunicam. Dessa forma evita-se a influência ou conflito entre os participantes. A dificuldade é estabelecer critérios para fazer a convergência de opinião necessária. ❀ Brainstorming: técnica para gerar ideias através de processo controlado de pensamento lateral que ajuda a levantar possíveis riscos. ❀ Pesquisa de mercado: técnica reconhecida como um importante instrumento do marketing, consistindo em sondagens com potenciais consumidores ou clientes. Exige habilidades para se avaliar amostragens e projetar questionários. ❀ Analogia ou Benchmarking: consiste em utilizar dados conhecidos e consagrados de certa variável ou modelo para ser replicado. Exige a definição de padrões e a capacidade de avaliar condições especiais para se garantir o sucesso, além de ser custosa em alguns casos. ✿ Técnicas Quantitativas: envolvem procedimentos estatísticos e matemáticos. Essas técnicas consistem em explorar dados para se fazer inferências estatísticas por meio de modelos específicos. Os métodos mais conhecidos são: ❀ Média aritmética simples e móvel: os valores futuros são determinados pelas médias periódicas. Para algumas variáveis, pode-se adotar um número razoável da população ou até mesmo a população inteira, como o faturamento anual distribuído mês a mês, entre outros. ❀ Correlação: esta técnica mede o grau de relacionamento entre duas variáveis ou um conjunto delas. Indica a maneira como elas se comportam. Exemplo: o consumo de sorvetes aumenta de acordo com o aumento da temperatura. Nesse caso, há uma correlação positiva entre consumo de sorvete e aumento de temperatura. A quantificação dessa relação é obtida estatisticamente pelo coeficiente de correlação. ❀ Regressão linear: consiste em uma tentativa de se estabelecer uma equação matemática (linear) que descreva o relacionamento que possa haver entre variáveis. Quando uma empresa quer entender quanto um investimento em propaganda impacta o faturamento, por exemplo, pode estimar através desta técnica estatística. ❀ Programações matemáticas: são cálculos que envolvem a comparação de alternativas a partir de restrições ou objetivos entre variáveis. “solver” é um exemplo de uma programação matemática Todos os modelos qualitativos ou quantitativos apresentados são aplicáveis. ↳ Permite: reconhecer relaçõeshistóricas de causa e efeito, a influência e o comportamento de variáveis dependentes e independentes. ↳ Dificuldade: é que nem sempre são reconhecidos os fatores efetivamente relacionados, principalmente para horizontes de longo prazo, mas eles podem produzir ótimas previsões de curto e médio prazos, sendo úteis para a elaboração do orçamento empresarial. Aula 06- Gestão orçamentária Tema 01: Plano de Contas e Projeção de Fluxo De Caixa Plano de Contas: Auxilia o planejamento porque é uma relação ou organização das contas da empresa. “Distribuição dos registros diários: ajuda na elaboração dos relatórios contábeis e administrativos fundamentais para o gestor.” ❀ Além da distribuição das contas, o plano serve para alinhar a conduta e os procedimentos de todas as pessoas envolvidas no negócio. ❀ Se um plano de contas estiver bem elaborado e conseguir registrar toda a movimentação da empresa, os demais relatórios serão montados de forma automática e serão necessários poucos ajustes. ❀ Por ser fundamental para o planejamento e análise do negócio, é importante que o plano de contas seja individualizado para a empresa. Cada empresa possui características bem específicas. ❀ Com a estrutura de informações adequada para o negócio, fica mais fácil o encaminhamento das projeções específicas, iniciando pela gestão do caixa. ✿ Objetivo do Plano de Contas: é estabelecer padrões para as informações gerenciais da empresa e para as informações necessárias para o cumprimento da legislação. ✿ Registro das Entradas e Saídas (recursos financeiros): é organizado pelo demonstrativo de fluxo de caixa. “Para Braga (1995), é importante perceber que a construção do fluxo é consequência das decisões operacionais da empresa, que envolvem diversas áreas, como vendas, produção e, logicamente, o departamento financeiro.” ✿ Fluxo de Caixa: expressa a variação do caixa entre diversos períodos. Essa informação é importante para a empresa identificar as sazonalidades peculiares de cada negócio. ↳ Também registra entradas e saídas de recursos financeiros patrimoniais, que são identificadas no balanço patrimoniais e as contas de resultado, estas devidamente identificadas na DRE.. Por isso, o resultado do saldo de caixa que consta no fluxo não deve ser confundido com resultado. ✿ Orçamento de caixa: tem por objetivo detalhar as entradas e saídas operacionais e de investimento resultantes dos orçamentos operacionais. “O orçamento de caixa é uma demonstração fundamental no contexto dos planos orçamentários, pois todas as operações que envolvem entradas e saídas de recursos monetários são evidenciadas nesse orçamento, assim como o detalhamento dos investimentos não operacionais”. ❀ Através deste orçamento que se indicará as metas e se os objetivos específicos serão atingidos. Também se verifica se haverá geração de capital suficiente para novos investimentos, possibilitando assim uma visão de futuro da empresa no plano orçamentário. ✿ Saldo Projetado no Orçamento de Caixa: pode indicar a necessidade de novas fontes de recursos ou até mesmo aplicação do excedente. ⤳ Dica para a Projeção do Fluxo De Caixa: alguns eventos com data e valores já conhecidos podem ser lançados com data futura para, permitindo ao gestor uma previsão do cenário da sua empresa em relação ao caixa.’ Tema 02: – Projeção dos Demonstrativos Financeiros “As projeções dos orçamentos primários são consideradas o produto-final do processo orçamentário. E são organizadas em instrumentos financeiros padrões.” ✿ Demonstrações Financeiras: Organizam as informações relacionadas às condições de financiamento e investimento, dispondo-as também de acordo com a sua atividade operacional. ❀ Quando analisadas as movimentações em um determinado período, extrai-se o resultado da atividade. ❀ Essas informações dizem respeito ao desempenho da empresa e são refletidas na demonstração de resultado. ❀ Quando comparadas com o investimento proposto, avalia- se o seu retorno. ✿ Atividades de Natureza Classificada Como Investimento Temporário ou Permanente e as Fontes De Financiamento para eles Indicadas: são informações que dizem respeito às condições de estrutura patrimonial (incluindo capital), e suas percepções são refletidas no balanço patrimonial. ❀ Balanço Patrimonial: é um inventário das contas patrimoniais da empresa. Pode-se que dizer que estas informações representam uma “fotografia” de determinado momento da empresa (Braga, 1995). ↳ É nesse documento que encontramos as contas de investimento e as contas de financiamento da empresa, Exemplo: ❀ De maneira geral, quando nós investigamos a origem dos recursos ou as fontes de financiamento da empresa, estamos olhando para o lado “passivo” do balanço. ❀ Quando procuramos os investimentos da empresa, estamos em buscando o “ativo” do balanço. ✿ Duas premissas para a montagem do balanço são fundamentais: ❀ Primeira: diz respeito à convenção de apresentar as contas do balanço por ordem de liquidez (as primeiras contas apresentadas são as contas disponíveis ou exigíveis pela sua ordem de vencimento ou prazo.) ❀ Segunda: Diz respeito ao equilíbrio que as contas do balanço devem apresentar. Para cada valor na origem dos recursos (financiamento), deve haver uma contrapartida nos investimentos. ✿ Contas: As contas são apresentadas pela ordem de liquidez (A soma dos investimentos é igual à soma das origens dos recursos ou fontes de financiamento.) ✿ Financiamento: pode ser de terceiros (passivo) e por recursos próprios (patrimônio líquido). ✿ Exemplos de informações de Orçamentos operacionais: Os investimentos em equipamentos e estoques, os financiamentos sugeridos, a necessidade de recursos humanos são exemplos de informações dos orçamentos operacionais que serão refletidas no balanço patrimonial. ✿ Avaliar a projeção do balanço: é a forma de verificar a viabilidade do orçamento proposto. “A empresa deve julgar a adequação da apresentação de contas adicionais separadamente, com base na avaliação da natureza e liquidez dos ativos, da função dos ativos na entidade e dos montantes, natureza e prazo dos passivos” Tema 03: Projeção de Resultados “As atividades operacionais da empresa evidenciam o resultado, no qual a formação do lucro ou prejuízo do exercício é apurada pelo regime de competência, ou seja, os eventos de receitas de despesas são reconhecidos no período em que ocorrem, independente do seu pagamento (Frezatti, 2009).” ✿ Faturamento ou Receita: é quando ocorre a transação do produto ou serviço da empresa para o cliente. ✿ As despesas/custos: são apurados a partir de contas que também compõem o resultado do período. ✿ Problema para Construção do Orçamento: é a escolha do período para a apuração do resultado. Nem toda atividade coincide com um período fechado. Normalmente a escolha para o seu acompanhamento é mensal. ↳ Dessa forma, o orçamento pode contemplar mês a mês o resultado projetado. ↳ É importante distinguir as contas que são apropriadas no balanço patrimonial das que devem ser apropriadas no demonstrativo de resultado. “Só é considerada despesa quando se realiza uma venda que apropriará devidamente o custo do produto ou mercadoria vendida.” ✿ Lei n. 6.404/1976: consagra “o sistema de apresentação vertical, em uma só coluna, partindo-se da receita bruta (ou faturamento bruto, no caso de empresas industriais), e, por meio de somas e subtrações sucessivas, chega-se ao resultado líquido doexercício (lucro ou prejuízo)”. ⤳ A lei não fixa um modelo a ser observado por todas as empresas, porém, estabelece as informações mínimas que a DRE deverá conter, ficando, portanto, cada empresa livre para elaborar o modelo que melhor espelhe o resultado de suas atividades. “Fique atento: o resultado líquido pode ser transferido ao final do exercício fiscal para a conta de lucros ou prejuízos acumulados no balanço patrimonial, é o vínculo das contas de resultado e das patrimoniais.” “A destinação eventual do lucro também deve ser planejada no orçamento.” ✿ Atividades Operacionais: são executadas em função do objetivo social da empresa e são apresentadas no demonstrativo de resultado. ✿ Projeção a partir das simulações de resultado são: os indicadores específicos de resultado, sendo o principal a: ↳ Margem de Vendas: que é obtida a partir da análise vertical, ou seja, de uma só coluna. Parte-se da receita bruta e, por meio de somas e subtrações sucessivas, chega-se ao resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo). ✿ EBITDA “Lucro Antes das Amortizações, Depreciações e Despesas Financeiras”: Indicador muito utilizado para avaliar o desempenho das empresas, nada mais é do que o resultado antes de deduções com despesas financeiras, depreciações e amortizações. Ou seja, é o lucro operacional (Assaf Neto, 2012). ⤳ Também são utilizados indicadores combinados com as informações patrimoniais, por exemplo: Taxa de Retorno sobre Investimentos = Lucro operacional ÷ Investimento “Entende que é a expressão mais simples de medida da taxa de retorno dos investimentos ou, ainda, ROI (Return on Investment – em inglês). Extraído dos demonstrativos financeiros, esse indicador mostra quanto a empresa está obtendo de retorno em relação aos seus investimentos totais” Taxa De Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro Líquido ÷ Patrimônio Líquido “O Retorno sobre o Patrimônio Líquido está relacionado diretamente aos interesses dos proprietários da empresa, também conhecido como ROE (Return on Equity)”. “Ao investir em uma empresa, o empreendedor o faz porque esta decisão provavelmente maximizará seu capital, caso contrário aplicaria numa segunda alternativa”. Tema 04: – Modelos de Orçamento Empresarial O método original de elaboração de um processo orçamentário são: orçamento empresarial, orçamento estático, orçamento original ou budget. ✿ Processo Orçamentário Original: As projeções das receitas e das despesas são elaboradas uma única vez. No final de um ano são feitas as projeções para os doze meses do ano seguinte. ↳ Sendo assim, a organização só estará envolvida com o processo de planejamento em um único momento do ano. No entanto, o processo de controle é exercido durante todo o ano, pois, mensalmente, compara‐se o orçado com o realizado. ✿ Beyond Budgeting (além do orçamento): considera- se que não é apenas um novo método para se aperfeiçoar a elaboração do processo orçamentário e sim um novo modelo de gestão organizacional. ↳ Na prática, essa metodologia só poderia ser implantada em organizações cuja cultura organizacional levasse em conta alguns tipos de valores, tais como: descentralização do poder decisório, preocupação com as necessidades dos clientes e participação efetiva dos funcionários no processo de planejamento. ✿ Orçamento Estático: é o mais utilizado. Todas as peças orçamentárias são fixadas por um determinado volume de vendas e produção. ↳ É considerado estático quando não é permitida na administração do sistema a alteração das peças orçamentárias. ↳ Quando houver alterações significativas além do esperado em relação às provisões no volume de produção e vendas, o ideal é não manter um orçamento estático, pois perde-se a validade de processo de decisão. ↳ Essas características causaram controvérsias e ocasionou o surgimento de novos conceitos e técnicas, que deram origem aos outros métodos. “Com o intuito de solucionar os impasses do orçamento estático, passou a existir o conceito de orçamento flexível”. ✿ Orçamento Flexível: Neste orçamento é permitido ajustar os volumes de produção e vendas a qualquer nível de atividade. Entende-se que, para elaborar um orçamento flexível, é preciso fazer a diferenciação entre custos fixos e variáveis. Os últimos serão suscetíveis à intensidade das atividades, enquanto os fixos utilizarão o método tradicional. ✿ Orçamento Ajustado: é a derivação do orçamento flexível, é considerado uma segunda versão, elaborada após a consolidação da primeira. ↳ Ou seja, o orçamento ajustado nada mais é que a execução de correções após a conclusão do orçamento elaborado primordialmente, contendo ajuste de dados. ↳ Nessa situação, cabem ajustes inflacionários, ou uma variação de preço significante ocorrida por um fato não visto inicialmente. Orçamento Contínuo: elaborado para a empresa trabalhar sempre com precisos 12 meses em seu plano. “Quando as empresas procuram se planejar com um prazo mais curto. Sempre será indicado o orçamento contínuo.” ↳ A ideia desse orçamento é inserir um novo período futuro quando se encerra um ciclo presente, para condições de restruturação de uma empresa ou para contingências financeiras graves. É possível estabelecer uma base orçamentária em que não se trabalha com dados históricos, por se acreditar que eles não trazem dados concretos, causando uma possível ineficiência na elaboração de um novo orçamento. ✿ Orçamento Base Zero (OBZ): Na elaboração de um orçamento base zero, todas as atividades do novo exercício social devem ser justificadas pelos respectivos gestores a fim de se apropriar de recursos, visando sempre atividades de real necessidade. ↳Por estar sempre em busca de melhoria contínua, esse orçamento se torna o mais complexo e adverso. ↳ O orçamento base zero renúncia qualquer análise que tenha sido feita no ano anterior. “No OBZ, elabora-se os planos e tomadas de decisões como se fosse do 0. Nesse orçamento, todas as atividades necessárias para os gestores devem ser reexaminadas da estaca zero e apresentadas justificativas para a utilização dos recursos”. ✿ Orçamento por Atividade: é um plano quantitativo e financeiro que é possível organizar as informações a partir da descrição específica das atividades da empresa. ↳ Coloca em evidência as atividades e os recursos, para que seja feita uma previsão dos Custos/Atividades essenciais que direcionem a empresa a concretizar os objetivos de custo. ↳ Seus conceitos estão muito próximos ao Custeio Baseado em Atividade (ABC): Que acompanha o passo a passo das atividades direcionando os seus custos aos produtos e serviços. Tema 05: – Evolução do Orçamento Empresarial e Tendências ✿ Balanced ScoreCard: “começou a ser desenvolvido em 1983, quando David Norton e Robert Kaplan constataram que as medidas tradicionais de desempenho não avaliavam efetivamente a gestão de valor de longo prazo e era preciso estabelecer novas medidas de desempenho.” sua utilidade surge por conta da “dificuldade em tratar de maneira consistente o alinhamento entre o plano estratégico e as atividades operacionais” ❀ Objetivo do Conceito Original: Aumentar a abrangência das medidas de desempenho e “indicar a característica de equilíbrio (balanceamento) entre medidas de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não financeiras, entre os indicadores de tendência e ocorrência e entre perspectivas de desempenho” ⤳ Desse modo, as metas devem ser divididas em quatro perspectivas, relacionadas no quadro abaixo: Avaliação de desempenho e a aprendizagem: são características das empresas competitivas e profissionais, demonstra um viés para a otimização dos resultados financeiros da empresa, aliado também à responsabilidade
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