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Trabalho Hermenêutica Jurídica Alunas: Carla Lima Ribeiro Ferro RA: 614242 Renata Patrezi Modesto RA: 607729 1) Seguindo Kelsen, conforme a interpretação autêntica que cria Direito há a possibilidade de “[...] produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma a aplicar representa” (KELSEN, 1998, p. 394), o que acabaria produzindo uma nova norma jurídica, contanto que não estivesse na competência da anulabilidade, em outra palavras, já houvesse transitado em julgado (KELSEN, 1998, p. 395). Foi assim que a premissa primordial de segurança jurídica foi desmantelada. Caberá segurança se a interpretação do Direito atravessar o vasto ramo de pessoas reais que vivem os textos e convertem-nos em textos incompreensíveis aos olhos de magistrados que vivem realidades divergentes? Qual segurança jurídica caberá em casos em que os magistrados estão cobertos de escolhas em relação a qualquer interpretação normativa e esta se fixar como a que está de acordo com o Direito? Este é a estrutura que ainda predomina no intelecto jurisprudencial atualmente, como bem vem exemplificando o Ministro Humberto Gomes de Barros. O projeto kelseniano possui caráter arbitrário e escasso em várias acepções se parar para observar a partir das orientações de racionalidade moderna. Pode-se apontar pelo menos três questões fundamentais. A primeira que Kelsen não é um cientista neutro, sendo assim, retrata sua política pessoal, sua individual compreensão do Direito conforme objeto de conhecimento. Segundo, a Teoria Pura do Direito se mostra incapaz de afirmar uma segurança na compreensão do Direito, por ser arbitrária ao se contentar apenas com a qualidade do que pode ser descrito das regras estabelecidas. E Terceiro, coube a Kelsen ser incapaz da percepção de que o desmembramento entre prescrever e descrever é uma incógnita do ser que é anterior a qualquer conhecimento, ou seja, o cientista do Direito torna-se incapaz de fornecer neutralidade a todas as possíveis análises de uma norma. Conforme o ministro se mostrou diante sua decisão. 2) A exegese proposta conforme o Ministro aponta, deixaria vulnerável o sistema de separação de poderes, concebido no século XVIII, na frança, com o intuito de impedir que todas as ações governamentais se concentrarem em um órgão estatal específico, colocando em perigo a liberdade política cidadã. Conforme ele, a supressão das competências do poder do Estado, seguindo a linha da exegese constitucional, levaria a um risco a lógica própria do sistema de contrapesos e freios, ou seja, o fortalecimento não ocorreu a luz do detrimento das competências dos demais poderes. O que a relatoria propôs para o Ministro, é o deslocamento da competência atribuída pelos constituintes de 1988 diante determinado poder, para outro. Diante disto, ele adequou a sua resposta, voltando para o pragmatismo, refletindo sua resposta, em uma escolha de conteúdo axiológico-subjetivista