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FÁRMACOS QUE AFETAM OS TECIDOS ORAIS Prevalência de uso de medicamentos por pacientes odontológicos varia de 40 a 50%, aumentando ainda mais com a idade. Os efeitos adversos mais comuns são: XEROSTOMIA, DISGEUSIA E ESTOMATITE. Deve-se investigar interações adversas possíveis dos fármacos habituais do paciente com os usados no tratamento dentário : CUIDADO AO PRESCREVER PARA PACIENTES EM USO DE OUTRAS DROGAS. Contatar o profissional que prescreveu os fármacos indutores da alteração oral, pois a maioria dos efeitos são reversíveis com a suspensão ou ajuste do mesmo. EFEITOS ADVERSOS MAIS COMUNS DE FÁRMACOS SOBRE OS TECIDOS ORAIS: Xerostomia • Pigmentação dos dentes Disgeusia • Infecção fúngica Estomatite • Atrofia de mucosa Glossite • Formação de cálculos Sialorréia • Edema de língua Gengivite • Necrose bucal Ulceração gengival • Halitose Hiperplasia gengival • Parestesia de boca e dentes Alveolite seca ou osteíte alveolar Coloração anormal da língua ALTERAÇÕES DA SALIVAÇÃO: Saliva: importante ação na manutenção da saúde oral. Xerostomia: secura na boca, resultante da baixa produção de saliva. Prevalência: 30% da população em geral Causa: variada. Manifestação subjetiva – alguns pactes queixam- se de sensação de queimação, dor e dificuldades de mastigação, deglutição e comunicação verbal, sem diminuição efetiva da salivação. Xerostomia propicia: Cárie dental Doença periodontal Impede o uso de prótese Comumente é complicada por candidíase Boca seca: sintoma relacionado com cerca de 500 medicamentos, mas poucos causam redução real da salivação. Fármacos que induzem xerostomia: apresentam comumente ações anticolinérgicas. Medicamentos que mais comumente induzem xerostomia: Paracetamol / Codeína ou Propoxifeno Amitriptilina e Nortriptilina Carbidopa / levodopa Cromoglicato de sódio Dinitrato de isossorbida e nitroglicerina Proclorperazina Prometazina Clonidina Clemastina / fenilpropanolamina Manejo da Xerostomia 1) Substituir drogas indutoras; 2) Uso de estimulantes do fluxo salivar: Drogas colinérgicas: PILOCARPINA Dose: Usual 5 mg, VO, 3 – 4 xx ao dia. Iniciar com 2 mg e ir titulando de acordo com a resposta. Em estudo: bromexina 3) Emprego de saliva artificial. Hidratação da mucosa oral é essencial Ingerir pequenas quantidades de líquidos repetidas vezes durante o dia; Evitar uso de bebidas com açúcar e cafeína; Não há superioridade dos géis e soluções orais sobre a água em pequenos goles; Uso de vaporizador de ambiente (principalmente à noite para os indivíduos com distúrbios do sono) Umidificação dos lábios com produtos a base de petrolato ou cremes com lanolina e vitamina E; Os sintomas podem ser atenuados em alguns casos com o uso de pastilhas ou goma de mascar sem açúcar ou aplicação de suco de limão sobre a língua; Quando não puder suspender o fármaco, substituir com um com menor efeito anticolinérgico ou administrar junto com as refeições que estimulam a salivação. Medicamentos que mais comumente induzem sialorréia: COMUM: Não relatada MENOS FREQÜENTE: Alprazolam, Envenenamento por mercúrio inorgânico e sulfato de cobre. RARA: lisinopril e pentoxifilina. ALTERAÇÃO DO GOSTO DISTÚRBIOS DO GOSTO: Ageusia – perda completa; Disgeusia – alteração; Hipogeusia – diminuição da sensação gustativa; Cacogeusia – sabor desagradável não provocado por alimentos ou medicamentos (gosto de remédio, gosto amargo, gosto desagradável) Alteração mais freqüentemente associada com fármacos: DISGEUSIA. Mecanismos: Influência da saliva no gosto; Metabólitos encontrados na saliva; Dano direto de papilas gustativas por drogas. Diagnóstico: subjetivo, identificado por alterações de gosto doce, salgado, amargo, ácido e metálico. Manejo: identificação do agente indutor e substituição se possível. Medicamentos que mais comumente induzem disgeusia: Amitriptilina • Anfetaminas Nortriptilina • Clofibrato Beclometasona • Metformim Clorexidina • Levodopa Prednisona • Lítio Triancinolona • Metronidazol Menos freqüente: captopril, claritromicina Medicamentos que mais comumente induzem estomatite: COMUM: Tetraciclina. MENOS FREQÜENTE: Eritromicina Piroxicam Ofloxacino Nitrofurantoína Codeína Carbamazepina Medicamentos que mais comumente induzem ulceração e necrose: AAS • Nitrato de prata Indometacina • Ácidos fortes Fenilbutazona • Isoproterenol Violeta de genciana • Cresol Cloreto de potássio • Permanganato Sulfato de cobre de potássio Fluoxetina Hemorragia oral por fármacos Mecanismos: 1. Diminuição de plaquetas; 2. Alteração de coagulação; 3. Interferência com integridade vascular. Para evitar problemas: não submeter pacientes com menos de 50.000 plaquetas a procedimento cirúrgico oral Alterações provas de coagulação: solicitar parecer médico prévio. Fármacos associados com hemorragia oral: Trombocitopenia: Quinina, sulfas, tiazinas, alopurinal, barbitúricos, anfotericina B, paracetamol, cloranfenicol, heparina, fenilbutazona, tetraciclinas, AAS (uso crônico), ouro. Antiagregação plaquetária: AAS/dipiridamol Anticoagulação: heparina, anticoagulantes orais Fragilidade capilar: corticosteróides (uso crônico) Medicamentos que mais comumente induzem glossite: COMUM: Tetraciclina Nitroglicerina. MENOS FREQÜENTE: Triantereno Hidroclorotiazina Medicamentos que mais comumente induzem coloração da língua: COMUM: Amoxicilina/clavulanato Amoxicilina Tetraciclina RARA: Fluoxetina Medicamentos que mais comumente induzem alterações gengivais: COMUM: Não relatado MENOS FREQÜENTE: Varfarina RARA: Ibuprofeno e fluoxetina Medicamentos que mais comumente induzem hiperplasia gengival: COMUM: Fenitoína RARA: Antagonistas dos canais de cálcio - Nifedipina, verapamil e diltiazem Halitose Causas: Fatores locais (80 a 90% dos casos); Fatores sistêmicos Combinação de ambos. Drogas que causam alteração de sensações de gosto e olfação podem causar halitose subjetiva, como com o dinitrato de isossorbida, dissulfiram e nortriptilina. Controle: direcionado ao fator causal. Causas de halitose: LOCAIS: Gengivoestomatite herpética; GUNA; Doença periodontal; Cárie; Fístulas e ulcerações; Tabagismo Causas de halitose: SISTÊMICAS: Cetoacidose diabética (odor doce e frutado) Uremia (odor amoniacal) Insuficiência hepática (odor de peixe) Infecções de VAS (rinorréia, faringoamigdalite, sinusite) Bronquiectasias Abscesso pulmonar Distúrbios gastrointestinais Alcoolismo Medicamentos que mais comumente induzem pigmentação dos dentes: COMUM: Clorexidina MENOS FREQÜENTE: Nitrofurantoína RARA: Nizatidina (antiulceroso), albuterol. Medicamentos que mais comumente induzem: FORMAÇÃO DE CÁLCULOS: CLOREXIDINA INFECÇÕES FÚNGICAS: BECLOMETASONA Imunodepressores
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