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♦ WANNISE DE SANTANA LIMA Avaliação Teoria e Prática Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor WANNISE DE SANTANA LIMA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Autor WANNISE DE SANTANA LIMA Olá. Meu nome é Wannise de Santana Lima. Sou formada em pedagogia com mestrado e doutorado em Educação. Tenho experiência na docência há mais de 15 anos atuando tanto na educação básica quanto no ensino superior. Trabalho diretamente com formação de professores e a avaliação é um dos temas de meu maior interesse. Sou encantada com a educação e me emociona formar profissionais que atuarão com o que existe de mais interessante: a aprendizagem! Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em participar do seu processo de formação, que exige muito estudo e trabalho. Conte comigo! INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Afinal, como surgiu a prática da avaliação educacional no Brasil?...............................................................................................................12 A educação na cultura oral e na cultura letrada...............................12 A avaliação como materialização de uma visão de mundo, de sociedade e de escola....................................................................................15 Como começamos a pensar na ideia de avaliação da aprendizagem no Brasil? ......................................................................17 Avaliar a aprendizagem vai muito além somente verificar que conteúdos os alunos aprenderam............................................................17 Diferentes momentos para a avaliação da aprendizagem.......25 Avaliação diagnóstica......................................................................................25 Avaliação formativa...........................................................................................27 Avaliação somativa...........................................................................................29 A verdadeira função da avaliação – o sucesso do aluno..........31 Avaliação: teoria e prática 9 UNIDADE 01 Avaliação: teoria e prática10 A avaliação faz parte da nossa vida e também do processo de aprendizagem. Avaliamos se o nosso dia foi bom ou ruim, avaliamos o quanto as pessoas que convivemos são interessantes e competentes, avaliamos o desempenho dos nossos filhos ou das crianças que convivemos e também avaliamos o quanto aprendemos ou deixamos de aprender sobre algum tema. Na nossa memória, temos o registro de experiências de aprendizagem e dos momentos de avaliação escolar. Alguns guardam recordações da avaliação como momento único, de prova, caracterizado por ser tenso e punitivo. Outros, mais felizes, passaram por professores que integraram a avaliação ao processo de aprender, e conseguiram construir com os alunos memórias agradáveis. Estudar a avaliação exige a reflexão individual de cada futuro professor sobre como foi o seu processo de avaliação escolar e em que medida ele contribuiu para a construção das suas aprendizagens. Nosso primeiro exercício é compreender a avaliação não apenas como momento de verificação das aprendizagens, como o momento da prova, mas ampliar este olhar e perceber a avaliação como parte importante do processo de ensinar e aprender. Esse processo exige o conhecimento sobre a história da avaliação, marcada inicialmente pela elaboração de exames escolares, e somente a partir da década de 30 começou a usar a expressão avaliação da aprendizagem, para expressar a necessidade de atenção que os educadores precisam ter com a aprendizagem dos seus educandos, propondo uma prática pedagógica mais eficiente. No Brasil, começamos a falar de avaliação da aprendizagem no final dos anos 60, início dos anos 70. Antes falávamos apenas de verificação da aprendizagem a partir de exames escolares. Nosso grande desafio é aprender a sermos avaliadores. Essa é uma habilidade que precisamos construir como educadores: aprender não apenas os conceitos teóricos sobre avaliação, mas especialmente o de aprender a avaliar. Ao longo desta unidade letiva vamos mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Avaliação: teoria e prática 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: • Compreender como se deu historicamente o processo de construção de práticas de avaliação da aprendizagem • Diferenciar verificação de avaliação da aprendizagem • Compreender a avaliação como materialização de uma visão de mundo, de sociedade e de escola • Identificar os fundamentos epistemológicos que amparam os novos paradigmas da avaliação da aprendizagem Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Avaliação: teoria e prática12 Afinal, como surgiu a prática da avaliação educacional no Brasil? OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de identificar os fundamentos epistemológicos que amparam os novos paradigmas da avaliação da aprendizagem e como se deu o processo histórico de construção desse conceito. Isto será fundamental para que a construção dos processos avaliativos com os seus alunos seja consistente e pautada na aprendizagem. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Você vai gostar! A educação na cultura oral e na cultura letrada Antes da chegada dos portugueses no Brasil, a educação indígena era pautada na oralidade. Era através da fala, das imagens e dos sons que os saberes eram construídos e elas eram as tecnologias utilizadas para a transmissão dos valores, costumes e práticas. Na cultura oral, ainda presente em muitas comunidades indígenas brasileiras, a aprendizagem acontece através da experiência, por descoberta, imitando o outro, experimentando o que aprendido para fixar na memória. Os processos cognitivos são concretos e estão ligados a situações do cotidiano. Neste tipo de cultura, pautado na oralidade, a avaliação da aprendizagem dos indivíduos ocorre na prática, com a demonstração do que sabe ou não sabe fazer. Com a chegada dos portugueses no Brasil, surgiram outras formas de aprender, pautadas em outra cultura: a cultura letrada. A educação formal no Brasil nasceu a partir da chegada dos jesuítas, que trouxeram para nós a escola, centrada no professor como transmissor dos saberes, o livro, como principal tecnologia para aprender, a leitura e a escrita como formas de tornar os saberes acumuláveis, consultáveis Avaliação:teoria e prática 13 ACESSE https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/ article/view/8640534/8093 e consumíveis. A leitura permite que a realidade seja descrita e este processo gera diversas mudanças profundas no processo de ensinar. Neste modelo jesuítico, pautado na memorização através de exercícios, como forma de verificação dos saberes dos alunos, eram aplicados os exames. A rigor, os jesuítas foram os únicos responsáveis oficiais pela educação formal no Brasil durante duzentos e dez anos, formando uma elite letrada que dava continuidade aos seus estudos na Europa. Inicialmente os colégios foram utilizados pelos jesuítas na catequese dos índios, posteriormente passaram a instruir apenas os descendentes dos colonizadores. Aos indígenas, os mestiços e negros, os colégios serviram para a educação para o trabalho através do convívio. A pedagogia dos jesuítas exerceu grande influência em todo o mundo e até hoje a educação tradicional os defende, no entanto, é consenso que ela era destinada à formação das elites burguesas, que mantinham a hegemonia cultural e política. Por isso, foram eficientes na formação das elites, mas descuidaram completamente da educação popular. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640534/8093 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640534/8093 Avaliação: teoria e prática14 EXPLICANDO MELHOR Os Jesuítas, que implementaram a educação escolar no Brasil, foram também os responsáveis por um importante documento chamado Ratio Studiorum, publicado em 1599. ACESSE Neste artigo você vai conhecer um pouco mais sobre o Método Pedagógico dos Jesuítas, o Ratio Studiorum, http://www. uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/ sitesanais/anais14/arquivos/textos/Comunicacao_ Oral/Trabalhos_Completos/Ana_Toyshima_e_Gilmar_ Montagnoli_e_Celio_Costa.pdf Nele estava registrado como deveriam ser as práticas pedagógicas das escolas jesuítas: os alunos aprendiam em salas de aulas, divididos em níveis (classes) e realizavam exames orais. Embora não se falasse de avaliação da aprendizagem, foi através dos exames orais que se iniciaram os processos de verificação das aprendizagens dos alunos, permitindo as classificações e atribuição de graus. As ideias pedagógicas expressas no Ratio Studiorum correspondem ao que passou a ser conhecido na modernidade como pedagogia tradicional. Segundo Luckesi, (Luckesi, Avaliação da aprendizagem escolar, 2000), Na Ratio Studiorum, estão configurados dois modos de acompanhamento da aprendizagem do aluno: • a pauta do professor • os exames escritos e orais. Ele explica que a pauta do professor uma espécie de caderneta, com anotações sobre as condutas e aprendizagens de cada um dos estudantes ao longo do ano letivo. Os exames ocorreriam uma vez por ano, ao final do ano letivo. Luckesi chama a atenção para o fato de ao http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/C http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/C http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/C http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/C http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais14/arquivos/textos/C Avaliação: teoria e prática 15 longo do tempo, os exames foram sendo priorizados, ocorrendo em intervalos menores e que este acompanhamento individual das condutas foi perdendo a sua importância. A avaliação como materialização de uma visão de mundo, de sociedade e de escola Recordar esta trajetória histórica nos permite compreender os diferentes modelos teórico-metodológicos que influenciaram o modelo educacional brasileiro e garantam também que a gente reflita sobre os critérios que fundamentam os diversos modelos e práticas pedagógicas, incluindo os paradigmas de avaliação. Esta retrospectiva nos permite identificar quais os fundamentos epistemológicos que inspiraram os modelos ou processos de educação. E estes modelos expressam a concepção de mundo, indivíduo e de sociedade, pois é com base neles que são tomadas as decisões sobre as políticas educacionais que orientam e norteiam as práticas pedagógicas do professor, incluindo as práticas de avaliação. Considerando que o processo avaliativo é um dos momentos do processo de ensino-aprendizagem, ele precisa ser uma ação planejada pois é com base nele que o professor vai organizar as suas ações pedagógicas e elas também contém uma concepção de mundo, de indivíduo e de sociedade e de educação. No planejamento educacional o professor traça o ideal, do tipo de educação que quer implementar. Os planos devem ser feitos com base nessas concepções de mundo e de indivíduo que cada professor tem. Vale destacar que a concepção de educação que desenvolvemos na escola pode ser mecanismo de conservação ou de transformação social. Avaliação: teoria e prática16 ACESSE https://www.youtube.com/watch?v=FkaO7zFPZPw Por isso, estudar avaliação educacional vai muito além de aprender sobre instrumentos ou metodologias, estudar avaliação implica em disposição ética de cuidado e responsabilidade com a construção de saberes de cada aluno, da escola e da sociedade como um todo. Vejamos o que diz Caldeira (2000): “A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma; está delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada prática pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada por um modelo teórico de sociedade, de homem, de educação e, consequentemente, de ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na prática pedagógica. (p. 122)” (Caldeira, 2000) É muito importante que o professor aprenda sobre a história da educação e sobre as etapas para a construção da educação que temos hoje. São estes conhecimentos que vão permitir uma reflexão e uma melhor ação docente sobre o sentido dos conteúdos que ensino e sobre a importância dos conteúdos para a sociedade e para a formação do cidadão. Com base na reflexão crítica sobre a história, das concepções pedagógicas desde o surgimento da avaliação e dos exames escolares, poderemos analisar em que medida ainda são reproduzidas nas escolas algumas práticas de avaliação desconectadas do modelo de mundo, que enquanto educadores, sonhamos. Vamos lá?! https://www.youtube.com/watch?v=FkaO7zFPZPw Avaliação: teoria e prática 17 Como começamos a pensar na ideia de avaliação da aprendizagem no Brasil? A primeira vez que se falou em avaliação da aprendizagem no Brasil como algo mais amplo que a verificação nos exames, ocorreu em torno de trezentos e vinte anos após a publicação da Ratio Studiorum. As primeiras ideias sobre avaliação da aprendizagem estavam relacionadas a medir, de aplicar testes e saber a partir deles, o quanto os alunos aprenderam. Até então, o que os professores faziam era verificar a aprendizagem através dos exames e testes, medindo o que o aluno aprendeu sobre os conteúdos ensinados. Mas atenção: medir não é avaliar, ainda que o medir faça parte do processo de avaliação. Avaliar a aprendizagem do estudante não começa e muito menos termina quando atribuímos uma nota à aprendizagem. Avaliar a aprendizagem vai muito além somente verificar que conteúdos os alunos aprenderam Foram as escolas americanas que iniciaram os estudos sobre a avaliação numa perspectiva mais abrangente, indo além de fazer na escola somente exames para a verificação das aprendizagens dos aluno. O americano Ralph Tyler defendia a inclusão de uma variedade de procedimentos avaliativos, tais como: testes, escalas de atitude, inventários, questionários, fichas de registros de comportamento e outras formas de coletar evidências sobre o rendimento dos alunos em uma perspectivalongitudinal, com relação à consecução de objetivos curriculares. A professora Láe Depesbriteris explica melhor as ideias de Tyler: (Depesbriteris, 1989): “Para Tyler o processo avaliativo consiste basicamente na determinação de quanto os objetivos educacionais estão sendo atingidos por programas instrucionais. Ele diz que esta concepção de avaliação tem dois aspectos importantes. Em primeiro lugar, implica que a avaliação deve julgar o comportamento dos alunos, pois o que Avaliação: teoria e prática18 se pretende em educação é justamente modificar comportamentos. Em segundo lugar, pressupõe que a avaliação deve envolver mais do que um único julgamento, em determinada ocasião, e logo outros mais, em instantes subsequentes, para identificar mudanças que podem estar ocorrendo.” Tyler não descartava a importância da aplicação dos testes, apenas acreditava que existiam outras maneiras de se constatar as mudanças comportamentais, denominadas aprendizagem. Ele avançou por defender a ideia da avaliação como um processo, muito mais amplo, que envolve diversos fatores e que ela vai dar elementos ao professor para saber o quanto os objetivos educacionais estão sendo atingidos. Um grande avanço, não é mesmo? Ele propôs que professores pensassem não apenas em verificar o quanto os alunos aprenderam através de exames, mas propõe algo mais abrangente, como parte do processo de aprender. Propõe que o professor pense antes: • Quais são os meus objetivos? • O que quero que o meu aluno aprende? • Como ele pode demonstrar que mudou de comportamento? Tyler vai além, pensando na avaliação como parte do processo de aprender, completamente conectado com o currículo da escola. Entenda: para Tyler, aprender implicava em mudar de comportamento e o primeiro propósito da avaliação é medir a mudança de comportamento dos alunos e estabelecer uma comparação entre o que o aluno aprendeu e os objetivos previamente traçados pelo professor. A figura 2 ilustra o Modelo de Avaliação do Currículo, descrito por Tyler, ele entendia que os objetivos, para serem definidos, têm como fonte o aluno, a sociedade e os especialistas e, como filtros, a Filosofia e a Psicologia de Educação. A tinha tracejada, partindo da avaliação, indica que, para o autor, avaliar é estabelecer uma comparação entre os desempenhos e os objetivas previamente determinados. Mais que isso, a linha tracejada indica que o processo de avaliação deveriam ter como foco os objetivos educacionais e que o professor, ao avaliar, saberia claramente se os objetivos que ele traçou foram ou não alcançados. Avaliação: teoria e prática 19 Se os alunos demonstram que aprenderam, que modificaram o comportamento, o professor pode planejar ações mais avançadas, conduzindo a novos aprendizados. Caso os objetivos não sejam alcançados, o professor planeja novamente as suas atividades usando outras estratégias capazes de garantir o aprendizado dos alunos. Figura 2 – Modelo de Avaliação de Currículo, Segundo Ralph Tyler. Fonte: Ana Maria Saul, 1985 O Professor Cipriano Luckesi (Luckesi, Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico, 2011), diz: o método proposto por Tyler para que o estudante obtenha o sucesso foi o mais óbvio que podemos imaginar: (01) ensine um conteúdo; (02) diagnostique a aprendizagem: (03) se o estudante aprendeu, ótimo, segue em frente; (04) Caso não tenha aprendido, volte ao ponto (01) ensine de novo. Avaliação: teoria e prática20 É importante também destacar que para Tyler a coleta de elementos através da avaliação permitiria aprimorar o programa institucional. Ele defendia que um programa de avaliação não é um processo isolado, concentrado exclusivamente no estudante. Exige um esforço cooperativo de professores, estudantes e pais, a fim de que se possa extrair um máximo de proveito do programa. O conceito de avaliação da aprendizagem também foi enriquecido a partir das contribuições de outro americano, Lee J Conbrach, que na década de 60 ofereceu ideias provocadoras que repercutiram na prática da avaliação educacional. De acordo com (Depesbriteris, 1989), ele foi o primeiro a vincular as atividades de avaliação ao processo de tomada de decisão. Para ele, os objetivos da avaliação eram: • Determinar o nível de eficácia dos métodos de ensino e o material institucional • Identificar as necessidades dos alunos e a partir daí planejar as estratégias de ensino, de modo que estes possam ser incentivados em seus sucessos e auxiliados em suas deficiências; • Julgar a eficiência do sistema de ensino e dos professores, de forma a subsidiar decisões de natureza administrativa. Outra ideia defendida por Conbrach, é que a avaliação não deve se restringir a um único instrumento, ou a um único momento. Segundo ele não se pode desperdiçar uma diversidade de informações do processo de aprender. A variedade de momentos e de formas de avaliar são úteis ao professor e permitem um maior entendimento do fenômeno educativo e uma melhor tomada de decisão sobre as mudanças necessárias. Para Conbrach, a avaliação presta um grande serviço quando identifica os aspectos do curso que necessitam de revisão. Avaliação: teoria e prática 21 ACESSE http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/52. pdf Mais uma importante referência para a concepção de avaliação numa perspectiva de educação progressista foi Benjamin Bloom, através da Taxonomia dos Objetivos Educacionais. Ele é o autor da Taxonomia de Bloom, amplamente utilizada nos planos de ensino e planos de aulas dos professores. Embora os estudos de Bloom tenham tido origem na década de 1950 nos Estados Unidos – chegou ao Brasil na década de 60 A classificação proposta por Bloom dividiu as possibilidades de aprendizagem em três grandes domínios, conforme ilustra a Figura 3: • o cognitivo, abrangendo a aprendizagem intelectual; • o afetivo, abrangendo os aspectos de sensibilização e valores; • o psicomotor, abrangendo as habilidades de execução de tarefas que envolvem o aparelho motor. Figura 3: Domínios da aprendizagem, segundo Bloom Cognitivo AfetivoPsicomotor http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/52.pdf http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/52.pdf Avaliação: teoria e prática22 Sua grande contribuição para a educação foi a Taxonomia de Bloom que é um instrumento cuja finalidade é auxiliar a identificação e a declaração dos objetivos ligados ao desenvolvimento cognitivo. Duas das vantagens para se utilizar a taxonomia no contexto educacional foram: • Oferecer a base para o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e utilização de estratégias diferenciadas para facilitar, avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisição de conhecimento; • Estimular os educadores a auxiliarem seus discentes, de forma estruturada e consciente, a adquirirem competências específicas a partir da percepção da necessidade de dominar habilidades mais simples (fatos) para, posteriormente, dominar as mais complexas (conceitos). Krathwohl (2002), Bloom et al. (1956) viram a teoria de taxonomia como uma ferramenta que, contribuía no processo para: • Padronizaria a linguagem sobre os objetivos de aprendizagem para facilitar a comunicação entre pessoas (docente, coordenadores etc.), conteúdos, competências e grau de instrução desejado; • Serviria como base para que determinados cursos definissem, de forma clara e particular, objetivos e currículos baseados nas necessidades e diretrizes contextual, regional, federal e individual (perfil do discente/curso); • Determinaria a congruência dos objetivos educacionais, atividade e avaliação de uma unidade, curso ou currículo; e • Definiria um panorama para outras oportunidades educacionais (currículos, objetivos e cursos), quando comparado às existentes antes dela ter sido escrita. Com base nisso,Bloom propõe que os professores elaborem as estratégias de ensino considerando uma progressão nos processos cognitivos, organizando-os partindo dos mais simples para os mais complexos. conforme Avaliação: teoria e prática 23 Figura 4: A taxonomia de Bloom: domínio cognitivo Os processos categorizados pela Taxonomia dos Objetivos Cognitivos de Bloom, além de representarem resultados de aprendizagem esperados, são cumulativos, o que caracteriza uma relação de dependência entre os níveis e são organizados em termos de complexidades dos processos mentais. A tabela 1 descreve cada um deles. Posteriormente, outros autores propuseram revisões para a Taxomia de Bloom, com avanços especialmente nos níveis e na percepção de que os estudantes podem avançar em cada uma das etapas de construção do conhecimento, dependendo de como as estratégias traçadas pelo professor são organizadas e das tecnologias utilizadas durante o processo. Avaliação: teoria e prática24 ACESSE http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf Figura 5: Tabela Bidimensional da Taxonomia de Bloom Foi Bloom quem Bloom também estabeleceu três denominações para a avaliação, que são: diagnóstica, formativa, somativa. Luckesi defende que “avaliação diagnóstica”, “formativa” e “somativa” não constituem formas distintas de avaliar, elas simplesmente indicam momentos diferentes de uma ação sobre os quais incidem os atos avaliativos. Vamos aprender mais sobre isso? http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf Avaliação: teoria e prática 25 Diferentes momentos para a avaliação da aprendizagem Estes avanços na concepção de avaliação como parte do processo de aprender e ensinar gerou uma visão mais alargada e deu origem a ideia de avaliação não como momento estanque, de realização de exames, com função única de classificar os alunos, mas como parte do processo de ensinar e aprender, podendo ocorrer em variados momentos, com diferentes finalidades e usando diversos instrumentos. Vamos conhecer agora as diferentes denominações para a avaliação da aprendizagem. Você vai saber identificar não apenas os tipos de avaliação, mas quando e como elas devem ser realizadas. Vamos lá?! Avaliação diagnóstica Da mesma forma que o médico, o professor também pode usar instrumentos para diagnosticar. A diferença é que o professor vai diagnosticar os saberes dos alunos. A avaliação diagnóstica é analítica, deve ser realizada no início de um processo de aprendizagem e tem como propósito identificar os conhecimentos, habilidades e atitudes que os estudantes já possuem ou as que necessitam de ajustes, e, a partir daí, nortear o planejamento do professor, que deverá organizar as estratégias de ensino específicas, de acordo com o perfil da turma, com base nas situações identificadas na atividade diagnóstica. Ela pode ser feita com diversos instrumentos, tais como: • Conversa informal com a turma no primeiro dia de aula; • Entrevistas; • Questionários; • Aplicação de dinâmicas de integração, com perguntas sobre os temas de estudos previstos; • Fóruns de discussão em que os estudantes sejam motivados a apresentarem os seus conhecimentos prévios sobre os temas das aulas; • Questões que diagnostiquem o que os estudantes já sabem • Enquetes e outros Avaliação: teoria e prática26 Uma das mais importantes características da avaliação diagnóstica é que ela é preventiva, identifica os “sintomas”, da mesma forma que o médico, e permite um tratamento mais adequado. Ao conhecer as potencialidades e dificuldades e dos alunos no início do processo educativo, o professor pode prever suas reais necessidades e trabalhar a partir delas. Outra característica importante é a possibilidade que a avaliação diagnóstica tem de personalização do ensino, com base no diagnóstico dos diferentes níveis de aprendizagem de cada um dos estudantes. Em síntese, a avaliação diagnóstica pode ser usada pelo professor para: • Fornecer elementos para orientar o seu planejamento, repensar as suas ações, refazer o percurso, estabelecer expectativas. • Identificar as potencialidades e fragilidades dos alunos, orientando-os especificamente que eles organizem nos seus estudos. • Determinar o ponto de partida para uma nova aprendizagem, os caminhos a percorrer. • Identificar novos procedimentos na condução do processo ensino-aprendizagem. As informações obtidas na avaliação diagnóstica podem ainda auxiliar as escolas e até mesmo as redes de ensino a planejar intervenções iniciais, propondo procedimentos que levem os alunos a atingir novos patamares de conhecimento. Ou seja, seus resultados servem para explorar, identificar, adaptar e predizer acerca das competências e aprendizagens dos alunos. ACESSE https://www.youtube.com/watch?v=_eHrHiZ8jCQ https://www.youtube.com/watch?v=_eHrHiZ8jCQ Avaliação: teoria e prática 27 Avaliação formativa A avaliação formativa compreende todas as atividades realizadas ao longo do processo de formação para que os alunos demonstrem o que estão ou não estão aprendendo. Ela está incorporada ao processo de ensinar com o propósito de a aprendizagem dos alunos detectando as dificuldades a fim de corrigi-las rapidamente. Embora existam diferenças nas concepções de avaliação formativa de diversos autores, a partir de Bloom elas têm em comum a mesma essência. Todos os autores sugerem que a avaliação formativa possui as seguintes características: • deve ser realizada durante o processo de ensino-aprendizagem, • deve ser contínua, • Não deve ter caráter classificatório, • deve ser baseada fortemente no feedback, tanto para o professor como para o aluno. Uma importante característica da avaliação formativa é a capacidade de gerar informações sobre a construção dos conhecimentos dos alunos, identificando as competências que já construíram e as principais dificuldades encontradas. Na avaliação formativa o professor deve estabelecer um feedback contínuo sobre o andamento do processo de aprendizagem com os alunos. A avaliação formativa pode ser feita com diferentes instrumentos, vão variar de acordo com o perfil das turmas, a modalidade de ensino e os cursos. Veja alguns exemplos: • observação dos alunos em aula; • Entrevistas; • lista de exercícios; • observação dos cadernos e atividades de casa; • correção na sala de aula das atividades realizados pelos alunos, individualmente ou em grupo • produção de projetos de caráter mais prático; • construção de portfólios; • diário de bordo; • teatro; • júri simulado; Avaliação: teoria e prática28 • mapas conceituais; • esquemas; • vídeos • podcasts; • debates, fóruns de discussões, exposições; • testes; • fichas de auto-avaliação fornecidas ao aluno. A avaliação formativa propicia aos estudantes maior responsabilidade acerca de seu próprio processo de aprendizagem e da construção de autonomia. A sua finalidade é facilitar as aprendizagens. Elas devem ser frequentes e diversas. Os erros e as dificuldades dos alunos são explorados pelo professor nos momentos de correção, quando deve retomar os conceitos que os alunos ainda não compreenderam. É um momento privilegiado de diálogo que deve permitir: • Ao aluno: saber se progrediu ou fracassou e as possíveis causas dessa situação; • Ao professor: propor atividades de ajuda aos alunos em dificuldade e atividades mais complexas para os alunos com um bom desempenho. Os dados recolhidos permitirão ainda ao professor reajustar objetivos, atividades e estratégias de ensino. Em síntese, a avaliação formativa pode ser usada para: • Ajudar o aluno a estabelecer seu ritmo de estudo e de aprendizagem; • Prover feedback ao professor sobre o que os alunos estão aprendendo ou não estão aprendendo, permitindo que o professor ajuste as aulas, as atividades e os materiais de ensino; • Prover feedback ao aluno , pois com base nas avaliações formativas ele próprio identifica quandoestá tendo um aproveitamento satisfatório e quando tem necessidade de recuperação. Vejamos o que ensina o Perrenoud sobre a avaliação formativa: …uma avaliação formativa ajuda o aluno a aprender e o professor a ensinar. A ideia base é bastante simples: a aprendizagem nunca é linear, precede ensaios, tentativas e erros, hipóteses, recuos e avanços; um individuo aprenderá melhor se o seu meio envolvente for capaz de lhe dar respostas e regulações sob diversas formas”. (Perrenoud, 1993 p.173) Avaliação: teoria e prática 29 Avaliação somativa A avaliação somativa caracteriza-se por ser pontual, ocorrer ao fim de um processo educacional (ano, semestre, bimestre.) e ter como objetivo mensurar o quanto o aluno aprendeu com base no que estava previsto nos objetivos educacionais. A avaliação somativa compreende a soma de vários instrumentos avaliativos. Assim, no decorrer de um período letivo (bimestre, por exemplo), em que o aluno realizou diversas atividades (trabalhos, pesquisas e provas), este recebe uma nota única pela soma desses resultados. Veja a definição: “Avaliação somativa ou integradora é entendida como um informe global do processo, que, a partir do conhecimento inicial, manifesta a trajetória seguida pelo aluno, as medidas específicas que foram tomadas, o resultado final de todo o processo e, especialmente, a partir deste conhecimento, as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou o que é necessário fazer de novo. (ZABALA, 1998, p. 201) A principal característica da avaliação somativa é classificar o aluno, em aprovado ou reprovado, pois acontece no final de um processo educacional. Ou seja, seus resultados servem para verificar, classificar, situar, informar e certificar. A avaliação somativa é uma avaliação muito geral, que serve como ponto de apoio para atribuir notas, classificar o aluno e transmitir os resultados em termos quantitativos, feita no final de um período” (Bloom, Hasting, & Madaus, 1983). Sendo assim, a avaliação somativa serve para: • Atribuir notas • Certificar conhecimentos e habilidades dos alunos • Estimar o rendimento do aluno em cursos ou séries subsequentes • Prover feedback aos alunos. • Comparar resultados de grupos diferentes O professor pode usar os seguintes instrumentos para a realização de avaliação somativa: • Questões objetivas • Questões dissertativas Avaliação: teoria e prática30 Figura 6: Resumindo Por isso, o trabalho do professor inicia na avaliação diagnóstica, que fornecerá as bases para o planejamento do ensino. No planejamento o professor deve estabelecer com clareza o que o aluno precisa aprender e que estratégias utilizará para que a aprendizagem ocorra. No seu plano, o professor precisará tambpem determinar quais serão os critérios para avaliar como a aprendizagem ocorreu. Ou seja, precisará determinar o que será avaliado, definindo com clareza quais os critérios para a avaliação. Muito importante também que o professor defina que instrumentos de avaliação utilizará para o seu trabalho. Quanto mais diversos os instrumentos, mais precisa e personalizada será a avaliação dos alunos. Outra etapa muito importante no trabalho docente é a validação dos instrumentos de aprendizagem, pelo professor. O docente deve se perguntar: • Meus instrumentos estão adequados? • Avaliam o que se deseja? • Estão conceitualmente e pedagogicamente coerentes? Não se pode esquecer de planejar diferentes momentos de avaliação, usar diferentes instrumentos, prever etapas diagnóstica, formativa e somativa, para mensurar o desempenho individual dos alunos. Os resultados da aprendizagem dos alunos podem ser coletados a partir dos instrumentos de avaliação escolhidos pelo professor. No Avaliação: teoria e prática 31 entanto, Os resultados são apresentados aos estudantes de forma que eles possam: • Identificar o seu desempenho individual; • Conhecer os seus pontos fortes e pontos que merecem atenção; • Saber que ações são necessárias para recuperar o que não aprenderam. O mais importante é que a partir da avaliação o professor pode rever o seu trabalho e propor de ações para intervenção nos gaps encontrados durante o processo de avaliação. Quantos mais variados forem os momentos de avaliação e os instrumentos utilizados, maiores serão a eficácia dos planos de ação corretivos. Dessa forma será possível sempre responder as seguintes perguntas: • Os estudantes estão aprendendo o que pensamos que estamos ensinando? • Existem diferentes estratégias para ensinar, variando conforme as competências que se pretende construir? • É possível melhorar a experiência de aprendizagem dos estudantes? A verdadeira função da avaliação – o sucesso do aluno Sabemos que muitas escolas continuam somente com a prática de exames, para a verificação da aprendizagem dos alunos. Como vimos, a tradição dos exames escolares foi sistematizada pelos jesuítas (séc. XVI) e que embora a educação brasileira, a partir da década de 70, tenha sido influenciada pela ideias progressistas da educação americana, especialmente de Bloom, o que vemos atualmente é que ainda são aplicadas provas e em seguida verifica-se os acertos do aluno e são atribuídos valores numéricos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. Essa ainda é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque está centrada no professor e no sistema de ensino e não no aluno. Como ensina Luckesi, Avaliação: teoria e prática32 "Os exames são pontuais, não levam em conta o aluno antes e depois da prova, são seletivos e excludentes. Já a avaliação está a serviço de um projeto pedagógico construtivo, que olha para o ser humano como alguém em construção permanente". (LUCKESI, 1982). Agora que conhecemos com mais profundidade os três tipos de avaliação propostos por Bloom, podemos concluir que, é o professor quem vai identificar em que momento deve fazer uso de um dos tipos de avaliação. A escolha do professor deve ser pautada nos objetivos definidos previamente e deve ter o propósito de tornar a avaliação um elemento pedagógico capaz de contribuir para a aprendizagem do aluno e consequentemente, o seu sucesso. Se o maior objetivo da escola é que os educandos aprendam e com isso se desenvolvam, a avaliação deve estar a serviço desse pressuposto. Deve então constituir-se como um ato de investigação da qualidade das aprendizagens dos alunos, configurando-se como avaliação diagnóstica e, a partir desta, motivar a proposta de ações que aproximem o desempenho real dos estudantes daquele que se deseja que eles alcancem (Luckesi, 2011). Só com a avaliação realizada de maneira contínua, com o diagnóstico das dificuldades e dos erros dos alunos, bem como das suas causas e com a utilização de estratégias de ensino adequadas é que se criam condições pedagógicas para que o maior número possível de alunos obtenha sucesso escolar A avaliação é realmente parte do processo educativo e deve ser entendida como uma prática que pode ser corrigida, reavaliada, retomada. Por outro lado, como os tempos da escola são limitados, é preciso apresentar ao educando um resultado final e uma certificação, que devem constituir-se em um testemunho da aprendizagem satisfatória obtida. Avaliação: teoria e prática 33 ACESSE Vídeo com o Professor Cipriano Luckesi. https://www.youtube. com/watch?v=JqSRs9Hqgtc https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc Afinal, como surgiu a prática da avaliação educacional no Brasil? A educação na cultura oral e na cultura letrada A avaliação como materialização de uma visão de mundo, de sociedade e de escola Como começamos a pensar na ideia de avaliação da aprendizagem no Brasil? Avaliar a aprendizagem vai muito além somente verificar que conteúdos os alunos aprenderam Diferentes momentos para a avaliação da aprendizagem Avaliação diagnóstica Avaliaçãoformativa Avaliação somativa A verdadeira função da avaliação – o sucesso do aluno
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