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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ/Consórcio CEDERJ/UAB CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA modalidade EAD Disciplina: História da Educação Coordenadora: Maria de Lourdes Silva AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA 2 – 2018.2 Gabarito Nome: Matr.: Email: Polo: Cidade onde reside: Prezados alunos, a proposta dessa AD2 é avaliar sua capacidade de interpretação de texto e de elaboração de sínteses, produto da reflexão operada no processo da leitura. Nesse sentido, não cabe recortar dos textos a serem trabalhados as respostas às questões. Exige-se que se produza texto próprio e que as citações sejam feitas conforme as regras da ABNT, com as devidas aspas para as citações diretas e indicação da página do trecho citado. Este documento está em formato word, mas solicitamos que seja convertido para o formato PDF quando for postado na plataforma. Observe que estes serão parâmetros mínimos de correção, sendo, portanto, critérios da avaliação. A todos, bons estudos! 1ª Questão: Seguindo o texto “A escolarização no Brasil: cultura e história da educação”, de Diana Vidal e Luciano Faria Filho, os autores falam sobre as primeiras décadas republicanas e como o novo regime político incorporou o projeto da educação à nova proposta política do país e como o projeto da Escola Nova participa desse momento. Explique esse posicionamento dos autores. (2,0 p.). A recém-criada República do Brasil estabelecia uma relação entre cidadania e alfabetização, já que só poderia votar quem fosse alfabetizado. Na prática, criava uma restrição sobre quem poderia votar. Aumentar o número de votantes passou a ser o modo como certos grupos políticos e intelectuais combatiam o poder das velhas oligarquias rurais, daí o impulso à educação elementar. Em 1893 foram criados os primeiros Grupos Escolares, ampliou-se o currículo das escolas primárias com disciplinas de caráter científico e objetivando a educação física, intelectual e moral dos alunos. As meninas passaram a ter acesso a todas as disciplinas, embora se tenha mantido a disciplina de “prendas domésticas”, rompendo a desigualdade do Império na educação entre meninos e meninas. Investiu-se na construção de prédios escolares. Nos anos 1920, poucos foram os avanços, contudo. Nessa década, houve aumento da propaganda do movimento denominado Escola Nova, presente no mundo todo. O escolanovismo tinha por base os conhecimentos científicos produzidos pela sociologia, biologia, psicologia, estatística e outras ciências. Aliada à crítica social, a Escola Nova se propunha reinventar a escola e as relações que constituía no seu interior e com as demais instituições sociais. No plano interno da escola, pregava que o aluno deveria ser o centro das atenções e que, se se queria bem ensinar, era preciso primeiro conhecer o educando. Essa perspectiva, já presente desde o final do século XIX, foi retomada muito fortemente pelos escolanovistas, enfatizando que o aluno era o sujeito mais importante na escola. Para isso era preciso mudar o s métodos de ensino, tornando-os mais participativos e mudar os professores aproximando-os das inovações científicas, além de refomar programas e currículos escolares, tornando-os mais próximos à realidade dos alunos. Do ponto de vista da relação escola- sociedade era preciso que a escola fosse mais atenta às questões da sua época e dialogar com a cultura do seu tempo, com as famílias e com outras instituições. A escola deveria se modernizar como a sociedade estava fazendo. As reformas educacionais de diferentes estados nos anos 1920 forma imbuídas desse ideário: São Paulo em 1920, 1930 e 1932; Minas Gerais em 1927; Rio de Janeiro em 1927 e 1931; Pernambuco em 1928; Ceará em 1922. A Igreja Católica tb participa da luta pela democratização da escola e, apesar de também defenderem inovações na forma de ensinar, certos grupos católicos ligados à educação nem sempre concordavam com as reformas propostas, como, a ideia de uma laica e gratuita ou co-educação entre os sexos (juntos, na mesma sala) não eram bem recebidas. Defendiam o ensino de preceitos católicos, já que a maioria da população era católica; que o Estado deveria manter uma rede de escolas gratuitas para a população; que as famílias deveriam escolher entre a escola pública ou particular e se as famílias escolhessem essa última, o Estado deveria pagar as mensalidades. A partir de 1930 as divergências ficaram cada vez mais demarcadas, colocando católicos de um lado e os pioneiros da educação de outro lado. Esses grupos disputaram a direção dos serviços da educação nos níveis federal, estadual e municipal. As Constituições de 1934 e 1937 trouxeram as marcas dessa disputa, como o ensino religioso facultativo nas escolas primárias. O ensino secundário não foi tão atingido pelas propostas dos escolanovistas quanto o ensino primário. Ele permaneceu enciclopedista, voltado às elites e à preparação para o ensino superior. Na reforma de 1931, o ensino secundário passou a ter 7 anos de duração, dividido em dois ciclos: fundamental (5 anos) e complementar (2 anos). O complementar se dividia em 3 grupos, voltados a preparar para o ensino superior: engenharia, medicina e direito. Dez depois, esse modelo organizaria o ensino secundário em ginasial e clássico, e científico. O ensino secundário não tinha finalidade profissionalizante. Os cursos profissionalizantes não davam acesso ao ensino superior e tinham caráter terminal. A reforma de 1931 também altera o ensino superior, criando o Estatuto das Universidades. As universidades dos anos 1930 deveriam ser nucleadas pelo curso de Educação, Ciências e Letras com o objetivo de preparar professores para o ensino secundário. 2ª Questão: Em outro texto dessa mesma autora, “80 anos do manifesto do Pioneiros da educação Nova: questões para debate”, Diana Vidal afirma que a proposta se evidencia como uma fórmula de múltiplos significados e distintas apropriações, conformadas no entrelaçamento de três vertentes: a pedagógica, a política e a ideológica. Explique como essas vertentes se manifestam na sociedade de então, segundo a autora. (3,0 p.) A Escola Nova evidenciou-se como fórmula, com significados múltiplos e distintas apropriações constituídas no entrelaçamento de três vertentes: a pedagógica, a ideológica e a política. Utilizando o conceito de fórmula, proposto por Daniel Hameline (1995), a autora discorre sobre as 3 vertentes, que aparecem de modo imbricado. Isso pode fazer com que o aluno as coloque em um ou outro item, não sendo errado esse procedimento, pois como a autora afirma, as fronteiras estão pouco definidas. A título de exemplo, redigi um esquema a partir do texto, mas considerem a fluidez entre as vertentes. Especialmente, entre a política e a ideológica. A pedagógica - a indefinição das fronteiras conceituais havia permitido que a expressão Escola Nova aglutinasse diferentes educadores — católicos e liberais — em torno de princípios pedagógicos do ensino ativo. Se a Escola Ativa remetia a um princípio pedagógico, a Escola Nova, particularmente no Brasil, assumiu um significado muito distante do que adquiriu em todos os demais países em que emergiu. Aglutinou não apenas uma bandeira educacional, mas um investimento político: a renovação do sistema público. O Brasil foi o único país do mundo ocidental em que a Escola Nova tornou-se um investimento de Estado. Em todas as demais nações, os princípios da Escola Nova eram abraçados por grupos de educadores que criavam instituições específicas. No Brasil, entretanto, a Escola Nova constituiu-se em elemento aglutinador de reformas do aparelho escolar municipal ou estadual nas várias regiões, reformas estas implementadas pelas Diretorias de Instrução Pública (antecessoras das Secretarias de Educação). Política - a fórmula oferecera-se como meio para a transformação da sociedade, servindo às finalidades divergentes dos grupos em litígio. Após a criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930, as disputas pelo controle do aparelho estatal e pela definição dos rumos da educação nacional tenderam a estreitar as relações entre um amplo ideal pedagógico, a defesa de uma concepção de Estado educador e a recomposição da frente de educadores na dinâmica das defecções e das novas alianças. Como bandeira, Escola Nova acabou equivalendo a um movimento e estabeleceu as fronteiras de uma batalha, opondo pioneiros a católicos. (Essa questão remete à vertente ideológica). Sobre a dimensão política do Manifesto de 1932, em 1931, a Associação Brasileira de Educação organizou a IV Conferência Nacional de Educação. As manobras políticas que desenharam os trabalhos da Quarta Conferência denunciaram as recomposições do campo educativo na luta pelo estabelecimento de diretrizes à educação nacional. Entre os pontos de divergência, encontrava-se o debate acerca da função do Estado na organização do sistema escolar, evidenciado na polarização entre centralismo e federalismo, entre função educadora e subsidiária, entre dualidade do sistema (escola para ricos e escola para pobres) e educação comum, bem como entre ensino religioso e laico. Ao defender uma educação pública, laica, gratuita e obrigatória e ao opor-se ao centralismo estéril, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova expunha a fratura no campo educacional, desviando-se das propostas abraçadas por Francisco Campos e por um contingente de educadores católicos, como o ensino religioso facultativo nas escolas públicas do país. Entre os objetos em disputa, incluía-se a formação para o magistério. Não deixa de ser elucidativo perceber o Manifesto como parte do jogo político pela disputa do controle do Estado e de suas dinâmicas, e, portanto, como elemento de coesão de uma frente de educadores que, a despeito de suas diferenças, articulava-se em torno de alguns objetivos comuns, como a laicidade, a gratuidade e a obrigatoriedade da educação. O documento também foi representante de um grupo de intelectuais que abraçava um mesmo projeto de nação, ainda que com divergências internas. O intrincado mosaico constituído em torno do Manifesto nos faz considerar a rede de relações em que se produzem as políticas educacionais e sua imbricação nas diferentes esferas e níveis do sistema escolar e da macropolítica. Reler o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova nos dias de hoje implica percebê-lo como peça política do debate educacional situado no início dos anos 1930, indiciando os grupos em disputa e o movimento, operado pelo texto, de ressignificação das propostas educativas e dos objetos em confronto com o propósito explícito de orientar as políticas educativas do novo Ministério da Educação e Saúde. Implica também compreendê-lo como monumento da memória educacional brasileira, muitas vezes revisitado pelos próprios pioneiros ao longo do tempo como estratégia de legitimação de intervenção no campo educacional. Esvaziado das condições de emergência, o Manifesto sobreviveu como uma carta de princípios pedagógicos, como um marco em prol de uma escola renovada, mas principalmente em defesa da responsabilidade do Estado pela difusão da educação pública no país. Ideológica - tornara-se bandeira política, sendo capturada como signo de renovação do sistema educacional pelo Manifesto e por seus signatários. O Manifesto representava um evento fundador do discurso de democratização do ensino. 3ª Questão: No texto “A Reforma do Ensino no Distrito Federal (1930-1935): experimentalismo e liberalismo em Anísio Teixeira”, de Libânia Nacif Xavier, encontramos um balanço da reforma citada. Considerando os aspectos trabalhados pela autora nesse texto, imagine que você é um jornalista e crie uma matéria sobre o assunto. Sua fonte para elaboração da matéria deve ser, obrigatoriamente, o artigo em questão. O uso de imagens é opcional. O importante é ter começo, meio e fim e ao menos duas problematizações dentre as analisadas pela autora. (5,0 p.). Questão livre. Deve-se considerar a criatividade do aluno no uso do conteúdo do texto-referência. Boa Sorte!