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Manual de Evolucao do Pensamento Historico - ISCED

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Prévia do material em texto

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
ENSINO DE HISTÓRIA 
 
 
1º Ano 
Disciplina: EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HISTÓRICO 
Código: 
Total Horas/1o Semestre:10 
Créditos (SNATCA):4 
Número de Temas: 06 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO SUPER 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou 
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 ii 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste 
manual: 
Pela Coordenação 
Pelo design 
Direção Académica do ISCED 
Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e Logística 
 
Pela Revisão 
Instituto Africano de Promoção da Educação 
a Distancia (IAPED) 
 
Elaborado Por: Hermenegildo A. Lange (Mestre em Ensino de História) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 1 
 
Índice 
Visão geral 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Evolução do 
Pensamento Histórico 
 
O homem desde que se conhece como tal sempre preocupou-se 
em saber de onde vem e para onde vai. As mais antigas tentativas 
de resposta a essa preocupação datam do III milénio a.C. altura 
em que a existência, na suméria, de um sistema de escrita já 
evoluído, permitiu fixar algumas das crenças dos homens daquela 
região. É neste contexto que surgem as cosmogonias e mitografias 
como literaturas pré-científicas de caracter histórico. 
A cientificação da História, tal como a cientificação de qualquer 
outra forma de pensamento, não resultou de um processo rápido. 
A definição do objecto e do método da História tem sido até hoje 
um processo lento e continuo. 
Nos dias que correm, apesar de o processo de cientificação da 
História já ter passado por todas as fases que nos permitem 
considera-la como ciência nomotética, a verdade é que esse 
processo parece manter-se fora do domínio comum. Portanto, a 
finalidade desde módulo é percorrer esta distância que vai das 
cosmogonias até a História como ciência. 
 
Ao terminar o estudo deste módulo de Evolução do Pensamento 
Histórico deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
Específicos do 
módulo 
 Definir o conceito de Historiografia; 
 Identificar as principais correntes historiográficas; 
 Identificar a principal fonte para o conhecimento da 
historiografia judaica; 
 Identificar a principal característica da historiografia judaica; 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 2 
 
 Descrever o papel de Heródoto para a cientificação da História. 
 Descrever o ambiente politica que permitiu a Heródoto ter 
uma reflexão livre da História. 
 Caracterizar a Historiografia Romana; 
 Descrever a historiografia cristã antiga; 
 Explicar os factores da rápida propagação do cristianismo; 
 Descrever a concepção histórica cristã medieval; 
 Explicar o contexto do surgimento da Historiografia 
renascentista; 
 Descrever as principais ideias do positivismo; 
 Explicar os factores que contribuíram para a fraca influência da 
historiografia Marxista; 
 Descrever os factores que marcaram a crise da História nos 
princípios do seculo XX; 
 Descrever a concepção histórica da “História Nova”. 
 Descrever as limitações do estruturalismo; 
 Apresentar as particularidades da Historiografia Africana; 
 Identificar as primeiras literaturas históricas em África; 
 Identificar os principais historiadores africanos. 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de 
licenciatura em Ensino de História do ISCED e outros como Gestão. 
Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se 
actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses 
serão bem vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas 
poderá adquirir o manual. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 3 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Evolução do Pensamento Histórico, para 
estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Ensino de 
História, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado 
como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades,. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e 
actividades práticas algunas incluido estudo de caso. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio 
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou electrónico 
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital 
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus 
estudos. 
 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 4 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresntam duas caracteristicas: 
primeeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. 
Segundo, exercícios que mostram apenas respostas.Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/doceentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame 
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exrcícios de avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 5 
 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos 
conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 6 
 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado 
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, 
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai 
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, 
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área 
em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas 
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 7 
 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff 
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou admibistrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar’a a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame finalda 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um 
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 8 
 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja 
uma avaliação mais fiável e concistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 9 
 
TEMA – I: INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO HISTÓRICO. 
UNIDADE Temática 1.1. Conceito de História 
UNIDADE Temática 1.2. Conceito de Historiografia 
 
UNIDADE Temática 1.1. Conceito de História 
Introdução 
 
A palavra “História” é uma palavra velhíssima, tao velha que houve 
quem se cansasse dela. Desde que ela apareceu há mais de dois mil 
anos na boca dos homens mudou muito de conteúdo. Por isso há 
interesse neste módulo de antes de tudo tratarmos de trazer um 
vocabulário funcional para o termo. 
Não se trata de apresentar um conceito axiomático mas sim, uma 
perspectiva de utilização do termo nas várias acepções científicas que 
modernamente se atribuem ao vocábulo. Vamos apresentar e 
comentar algumas definições destacando elementos indispensáveis 
para entender o que modernamente se percebe por História. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Definir o conceito História; 
 Descrever o caracter polissémico do conceito História; 
 Identificar a importância do conhecimento Histórico. 
 
 
Desenvolvimento 
O desejo de conhecer o passado e projectar o futuro tem sido um dos 
grandes desejos do género humano. Por isso, foi erguendo 
monumentos, construindo sepulturas para a eternidade, fazendo a 
cronica do seu tempo, tudo isso para transmitir às gerações vindouras 
a memoria daquilo que fez. Graças a esse desejo, dispõe hoje a 
investigação histórica de abundantes fontes de informação acerca do 
passado. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 10 
 
A palavra História é de origem grega, sendo a sua forma original 
Histriae e passou através do latim para a grande parte dos idiomas 
modernos. Este termo, para os gregos, significava investigação ou 
inquéritos. Entretanto, nos tempos que correm, este conceito é 
utilizado tanto para designar a narrativa dos acontecimentos como a 
própria série deles. 
 
Corresponde o exposto acima a dizer que por história entende-se o 
conjunto dos acontecimentos que caracterizam uma determinada 
época, região, país, etc. O processo histórico constitui-se com a 
dinâmica da própria humanidade e portanto está sempre presente, 
independentemente da nossa vontade, podendo ser ou não do nosso 
conhecimento. O conhecimento, pelo homem, do processo histórico, 
torna-se possível através das informações sobre o mesmo que são 
recolhidas e fornecidas pelos historiadores. A esse conjunto de 
informações sobre o passado dos homens se chama conhecimento 
histórico é a ciência histórica. 
Georges Lefebvre, um dos grandes historiadores do século XX, definiu 
história nos seguintes termos: “A história é a memória do género 
humano, o que lhe dá consciência de si mesmo, isto é, da sua 
identidade no tempo, desde da sua origem; é por consequência o 
relato do que, no passado, dará uma nova recordação dos homens”. 
Mas a realidade não se estrutura só no tempo mas também no espaço 
que o homem modifica e dele se apropria. 
Segundo Besselaar (1958 :29), a história é a ciência dos actos humanos 
do passado e dos vários factores que neles influíram, vistos na sua 
sucessão temporal. Para Bernheim (sd :15), a ciência histórica estuda e 
expõe os fatos do desenvolvimento do homem nas suas manifestações 
(singulares, típicas e colectivas) como ser social no tempo e no espaço. 
Como podemos ver, não existe uma única definição de história porque 
cada definição enquadra-se num determinado tempo e numa 
determinada perspectiva do historiador: é polissémico. Apesar desta 
polissemia reconhece-se em cada conceito a presença das palavras 
“ciência e homem”. 
A história é uma ciência não só porque a exposição histórica supõe 
uma série de pesquisas de caracter científico mas também porque 
obedece ao princípio cientifico de questionar as causas e as 
consequências dos acontecimentos, mostrando o encadeamento dos 
mesmos através dos tempos. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 11 
 
O homem é a causa por excelência da História porque são as suas 
acções dotadas de projecção social que interessam a História. Desde o 
aparecimento da humanidade até a actualidade as gerações se 
sucedem deixando umas às outras apreciável legado, rico em 
experiencias e conquistas materiais e espirituais que preenchem as 
páginas da História. 
Mas esse processo enfrenta por vezes dificuldades relacionadas com a 
decifração das escritas antigas, com a interpretação da linguagem e 
comportamento dos indivíduos que viveram em sistemas históricos 
diferentes do nosso. Cada sistema dispõe de códigos próprios de 
linguagem e de valores. 
A importância do conhecimento histórico reside no facto de permitir 
conhecer o passado que é uma ferramenta principal para 
compreender o presente e perspectivar o futuro. 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos o conceito de 
História e sua importância onde constatamos basicamente que: 
O conceito de História foitomando varias formas de acordo com a 
corrente historiográfica a que esteve associado. Portanto, não existe 
uma única definição. Apesar desta polissemia reconhece-se em cada 
conceito a presença das palavras “ciência e homem”. 
A História permite ao homem compreender o presente a partir do 
passado e, com esses subsídios projectar o futuro. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 12 
 
1. Defina História. 
2. Explica por que razão é difícil se dar um conceito acabado e único 
de História. 
3. Qual é a importância do estudo da História? 
4. Quais são as palavras-chave e comuns que constituem o conceito 
História. 
 
Respostas: 
1. Rever do 2º ao 4º parágrafo, páginas 10; 
2. Rever o 5º parágrafo da página 10; 
3. Rever o parágrafo antes do sumario da página 11; 
4. Rever o 5º parágrafo da página 10. 
 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes) 
 Completa a frase seguinte: 
Designa-se por conhecimento histórico…… 
 
Só uma das seguintes respostas é correcta. 
a) Ao conjunto dos acontecimentos que se dão com a humanidade, 
independentemente do seu alcance pelo homem. 
b) As acções do homem no tempo e espaço. 
c) Ao conhecimento pelo homem do processo histórico atraves das informações 
recplhidas fornecidas pelos historiadores 
d) O vestigios do passado humano. 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.2. Conceito de Historiografia 
Introdução 
 
Nesta unidade abordamos o conceito Historiografia. Este conceito está 
intimamente ligado ao conceito História. Embora a palavra História 
remonte aos gregos, o hábito de registar os acontecimentos do 
passado foi muito anterior aos gregos. O modo e a finalidade com que 
se escreveu a História não foram sempre os mesmos. Primeiro foram 
exaltadas as forças sobrenaturais, depois vieram “os grandes homens” 
(reis, generais, etc..) e mas tarde os sujeitos da História assim por 
diante. O mesmo acontece com a sua conservação e transmissão. 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 13 
 
Durante vários milénios de existência humana o passado foi sendo 
transmitido de geração em geração por via da oralidade e da 
experiencia, só mais tarde apareceu a escrita. 
A historiografia encarrega-se em descrever este processo. Portanto, 
compreende não só a reconstituição do processo da cientificação mas 
também a reconstituição do processo de elaboração da problemática 
histórica. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 Definir o conceito Historiografia; 
 Descrever a evolução da produção historiográfica; 
 Identificar os elementos que caracterizam uma historiografia. 
 
Desenvolvimento 
O registo do passado dos homens começou por volta do quarto 
milénio a.n.e., quando surgiu a escrita. De facto o aparecimento da 
escrita levou os sacerdotes a tentar, pela primeira vez, fixar por escrito 
o passado religioso, ate ai conservado e transmitido por via oral. Na 
mesma altura começaram a ser registadas as memórias dos antigos 
heroísmos guerreiros (tradição épica). Neste processo foram 
produzidas as mais antigas cosmogonias e mitografias, as primeiras 
formas de literatura histórica que se conhecem. 
“A história nasceu do mito, como a filosofia e a ciência”. 
Com estas produções deu-se um importante passo na conservação das 
antigas produções cosmogónicas e épicas, reduzindo-se o perigo de 
caírem no esquecimento ou aparecerem deturpadas. As cosmogonias 
são os registos das primeiras tentativas, pré-cientificas, de explicação 
do universo, uma explicação que inclui tanto elementos naturais como 
sobrenaturais. 
 A produção deste tipo de literatura não resultou de acções 
intencionais de fazer historia mas sim da tentativa de explicar 
problemas elementares como a origem da comunidade, os fins para 
que caminha e o seu próprio presente, bem como da necessidade de 
transmitir para a posteridade os nomes dos reis e dos importantes e 
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 14 
 
suas façanhas épicas. O objectivo principal da produção desta 
literatura era apenas o de narrar os acontecimentos, com o fim de 
engrandecer a figura ou os deuses. 
 Podemos assim concluir que na antiguidade oriental fazia-se 
abordagem mítica e teocrática da evolução da humanidade. O objecto 
de estudo da história eram os deuses e os homens importantes a 
quem se atribuía total responsabilidade pela evolução da sociedade. 
As informações, de origem mitológica, não eram sujeitas a qualquer 
tipo de investigação ou explicação causal. Era uma história que não se 
preocupava com a verdade nem com a objectividade. 
Não obstante, a produção desta literatura revelou-se um grande 
contributo para o conhecimento da história do oriente antigo, visto 
terem surgido neste processo importantes materiais sobre a história 
daquela região, nomeadamente anais, listas de dinastias ou de 
soberanos, listas dos sacerdotes, inscrições comemorativas e 
biografias importantes. 
Para se chegar ao conhecimento histórico ocorre a um trabalho de 
busca de informações sobre o processo histórico. Ora esse trabalho é 
realizado pelo homem, mais concretamente pelo historiador e, por 
isso, a este, se chama sujeito do conhecimento, aquele que faz, que 
produz o conhecimento, (através da sua actividade intelectual). A 
busca de informações sobre o passado dos homens não teve sempre 
carácter científico. A história como ciência, na concepção actual do 
termo só surge no século XIX. Até chegar a esse ponto a história 
passou por um longo período de aperfeiçoamento, a nível das suas 
técnicas e meios de trabalho, das metodologias, acompanhando o 
desenvolvimento da própria sociedade. Portanto a cada etapa de 
desenvolvimento da sociedade correspondem uma forma própria de 
encarar e fazer a história, ou seja um tipo de historiografia. 
A Historiografia pode ser definida como o conjunto de obras 
concernentes a um assunto histórico, como exemplo a produção 
histórica de uma época. Quando se diz historiografia moçambicana 
refere-se as obras escritas sobre a história de Moçambique, por 
autores nacionais ou estrangeiros. A historiografia inclui tudo quanto 
foi escrito para proporcionar informações sobre o passado humano 
como testemunho. Integram esta literatura os relatos autobiográficos 
e memorialistas desde que sejam referentes a aspectos da vida social 
mais amplos do que os estritamente pessoais. A história oral também 
ocupa um lugar, tanto quando este conceito designa as tradições 
históricas transmitidas oralmente, nos 
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 15 
 
povos sem escrita, como quando se refere ao registo escrito ou por 
gravação de depoimentos orais de autores ou testemunhas de 
acontecimentos históricos. 
No sentido mais amplo a história da historiografia não se reduz ao 
estudo das principais obras históricas de cada época ou civilização, 
compreende também trabalhos de metodologia, publicação de 
documentos, ensino de história e apreciação de obras literárias de 
teor histórico. A história da historiografia está também ligada a 
história das ideias, pois os historiadores estão sempre ligados às 
correntes de pensamento do seu tempo. 
Uma retrospectiva, embora resumida, da historiografia, compreende 
não só a reconstituição do processo de cientificação da História, mas 
também a reconstituição do processo de elaboração da problemática 
histórica, ouseja do estudo da génese de conceitos, do sujeito do 
processo histórico, de objectivos da Historia entre outros. 
Bernheim, autor de um famoso estudo sobre o “Método da História e 
da Filosofia da História”, distinguiu na maneira de conhecer e de 
escrever a história, três diferentes etapas: a História narrativa, a 
Historia pragmática ou didaáctica e a História genética. A História 
narrativa e a pragmática assinalam o período pré-científico da 
Historiografia. A história genética marca o caracter científico a que 
chegou a Historiografia moderna. Portanto, as historiografias que se 
descrevem a seguir enquadram-se em algumas destas etapas. 
 
1.2.1. Cosmogonias 
Como já se disse, as cosmogonias contam-se entre as primeiras 
tentativas pré-cientificas de explicação da formação do universo. 
Nessa explicação, não intervêm apenas elementos naturais mas 
também elementos sobrenaturais. Vejamos a seguir como aparecem 
associados os dois elementos em algumas das cosmogonias mais 
conhecidas. 
Segundo os vedas (Índia): 
“ Ele criou em primeiro lugar a água, na qual depositou um germe. 
Este germe tornou-se ovo, resplandecente como ouro, radiante como 
uma estrela. Nele originou-se Brama, princípio de toda a vida.” 
Segundo os antigos textos sumérios a formação do mundo teria se 
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 16 
 
processado da seguinte forma: 
“ 1. Ao princípio era o mar primordial (…). 
2. Este mar primordial produziu a montanha cósmica, composta do 
céu e da terra ainda unidos. 
3. Personificados e concebidos como deuses de forma humana, o céu, 
ou seja o deus An, desempenhou o papel de macho e a terra, isto é, Ki, 
o de fémea. Da sua união nasceu o Deus do ar Enlil. 
4. Enlil, o deus do ar, separou o céu da terra e, enquanto seu pai, Na, 
levava o céu, Enlil levava a Terra, sua mãe. A união de Enlil e sua mãe, 
a Terra, foi a origem do universo organizado – a criação do homem, 
dos animais e das plantas e o estabelecimento da civilização.” 
 
Segundo a Biblia, livro sagrado dos Hebreus: 
 
“1. No princípio criou Deus o céu e a Terra. 
2. A Terra porém era vã e vazia; e as trevas cobriam a face do abismo, 
e o espirito de Deus era levado sobre as águas. 
3. E disse Deus: Faça-se a luz. E foi feita a luz. 
4. E viu Deus que a luz era boa; e separou a luz das trevas. 
5. E chamou à luz dia e às trevas noite; e da tarde e da manha fez o 
primeiro dia. 
6. Disse também Deus: faça-se o firmamento no meio das águas, e 
separem-se umas águas das outras. 
7. E fez Deus o firmamento, e separou as águas que estavam por cima 
do firmamento. E assim se fez. 
8. E chamou Deus ao firmamento Céu; e da tarde e da manha se fez o 
segundo dia. 
9. Disse também Deus: as águas que estão debaixo do céu, ajuntem-se 
num mesmo lugar, e o elemento árido apareça. E assim se faz. 
10. E chamou Deus ao elemento árido Terra, e ao agregado das águas 
Mares. E viu Deus que isto era bom (….).” 
 
Como podemos notar, associado ao elemento natural, o elemento 
sobre natural parece gozar do mesmo caracter intemporal de que goza 
o mito. Na realidade, apesar da sua aparente intemporalidade, o 
elemento sobrenatural traz consigo a marca indelével do tempo. A 
maior ou menor importância de um deus em relação à posição que 
ocupa na hierarquia do respectivo panteão, está intimamente 
associado ao processo de integração política dos Estados. Sempre que 
uma cidade lidera o processo de integração de um estado, o seu deus 
ascende à categoria de deus principal desse estado e, a classe 
sacerdotal a ele associada também assume a categoria 
correspondente. 
 
Foi o que aconteceu na Suméria onde An, era deus da cidade de Uruk, 
a principal cidade daquele tempo. O mesmo aconteceu na unificação 
do Egipto com o deus Falcão do clã de 
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 17 
 
Menes. Na Índia, Brama era o deus da principal classe sacerdotal 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.2 estudamos e discutimos a Historiografia 
no que diz respeito ao conceito, características e evolução. Nesta 
abordagem constatamos o seguinte: 
 A Historiografia pode ser definida como o conjunto de obras 
concernentes a um assunto histórico, como exemplo a produção 
histórica de uma época. A história da historiografia não se reduz ao 
estudo das principais obras históricas de cada época ou civilização, 
compreende também trabalhos de metodologia, publicação de 
documentos, ensino de história e apreciação de obras literárias de 
teor histórico. Portanto, está ligada às correntes de pensamento de 
um determinado período histórico. Cada etapa de desenvolvimento da 
sociedade corresponde a uma forma própria de encarar e fazer a 
história, ou seja um tipo de historiografia. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
5. Defina historiografia. 
6. Descreve o processo de evolução da produção historiográfica. 
7. Na antiguidade oriental fazia-se abordagem mítica e teocrática da 
evolução da humanidade. Comenta. 
8. As cosmogonias e mitografias, as primeiras formas de literatura histórica 
que se conhecem. Descreve-as 
9. Quais são os componentes de uma historiografia? 
10. Descreve as principais cosmogonias do Oriente Antigo. 
 
Respostas: 
5. Rever o último parágrafo da página 14. 
6. Rever do 1º ao 3º parágrafo da página 14. 
7. Rever o 1º parágrafo da página 14. 
8. Rever os últimos parágrafos das páginas 13 e 16. 
9. Rever o 1º e 2º parágrafo da página 15. 
10. Rever o último parágrafo da página 15 e toda a página 16. 
 
 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes) 
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 18 
 
 A História como ciência na concepção actual do termo surge….. 
 
Só uma das seguintes respostas é correcta. 
a) Na antiguidade oriental. 
b) No seculo XIX. 
c) No século XX. 
d) Com a escrita. 
 
 Na Antiguidade Oriental abordagem histórica era: 
Só uma das seguintes respostas é correcta. 
 
a) Mítica e teocrática; 
b) Científica e pragmática; 
c) Oral; 
d) Total e crítica; 
e) totalmente teocrática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – II: HISTORIOGRAFIA ANTIGA. 
UNIDADE Temática 2.1. Historiografia Judaica 
UNIDADE Temática 2.2. Historiografia Grega 
UNIDADE Temática 2.3. Historiografia Romana 
UNIDADE Temática 2.4. Historiografia Cristã Antiga 
 
UNIDADE Temática 2.1. Historiografia Judaica 
Introdução 
 
A historiografia judaica antiga baseia-se na Bíblia, velho Testamento. A 
Bíblia é uma grandiosa obra que pela natureza e variedade de géneros 
literários nela contidos constitui literatura nacional do povo judaico e 
portanto uma importante fonte de informação da história judaica e 
dos povos com quem os judeus estavam em contacto. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Identificar a principal fonte para o conhecimento da historiografia judaica; 
 Identificar a principal característica da historiografia judaica; 
 Descrever as principais formas de poder entre os judeus; 
 Identificar os responsáveis pela produção e conservação da historiografia 
judaica. 
 
Desenvolvimento 
Escrita e conservada pelos sacerdotes, a Bíblia constituiu para os 
judeus um instrumento de unidade, que era posta em causa pelo 
contacto com outros povos, a que os judeus eram sujeitos por ser um 
povo nómada. 
 
O papel dos sacerdotes na conservação por escrito do legado de um 
determinado povo foisempre inquestionável. Desde as ruinas 
neolíticas de Chatal Huyuk aos impérios contemporâneos, a presença 
da comunidade de sacerdotes e leigos deixou vários testemunhos que 
o tempo não consegue eliminar. 
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 20 
 
Existiam duas formas de poder entre os judeus: o poder espiritual, dos 
sacerdotes, e o poder temporal, dos reis, sempre em aliança ou em 
rivalidade ou em luta. O desentendimento entre estes dois poderes 
resultava do facto de os sacerdotes pretenderem a unidade do povo 
judaico, recusando, por isso o contacto com outros povos, enquanto 
os reis priorizavam o alargamento do território, integrando as 
populações vencidas o que significava a admissão no mesmo panteão 
nacional os deuses dos vencidos. 
A Bíblia funcionou portanto como instrumento dos objectivos da 
classe sacerdotal, conservando um carácter exclusivista de defesa da 
tradição judaica e de ataque a tudo o que lhe fosse estranho. A Bíblia 
corresponde: 
- Um conjunto de seis obras (Hexateuco) assim intituladas: Genesis, 
Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio e Josué. Exceptuando o 
Deuteronómio e o Levítico, que são códigos de leis, os restantes 
constituem a história dos Hebreus desde a origem ate à sua instalação 
na Palestina (canaan), depois do exilio no Egipto; 
- Um conjunto de oito livros, conhecidos por livros históricos: Juízes, 
Rute, Samuel, Reis, Cronicas, Esdras e Noémia Ester e finalmente 
Jonas. 
- Livros poéticos: Salmos, Lamentações, Poesia erótica (Salmo XLV e 
Cântico dos Cânticos), Poesia didactica (Jó, Proverbios, e Eclesiastes); 
- Livros proféticos: Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros profetas; 
- Os livros apocalípticos: Livro de Daniel; 
- Livros apócrifos: livro dos Macabeus, livro de Judite, etc. 
Estes livros não têm todos a mesma idade. “ O canto de Débora” que 
faz parte do V livro dos juízes, é das composições mais antigas da 
Bíblia, não excedendo porem o seculo XII a. C.; o que não quer não 
possa haver nele algum fragmento ainda mais antigo. Dos Códigos, o 
mais antigo parece ser o da Aliança. 
O cântico dos Cânticos é um livro erótico, não sagrado, mas pelo 
simples facto de fazer parte do património judeu, levou com que eles 
atribuíssem-lhe um caracter sagrado 
Baseada na bíblia, a historiografia judaica teve como principal 
característica a incapacidade de aceder a uma concepção universalista 
do homem, ou seja a limitação do homem ao homem judeu. Assim, 
para os judeus, a história da humanidade passava a confundir-se com 
a história judaica contada na Bíblia. Os povos apenas eram 
referenciados na medida em que tivessem algum relacionamento com 
os judeus. 
Como livro sagrado dos católicos, protestantes e cristãos ortodoxos, a 
Bíblia, teve uma credibilidade quase universal e ate ao século XIX 
constituiu a única fonte da história dos judeus e dos povos do médio 
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 21 
 
oriente, com quem estiveram em contacto. Só no século XIX, com a 
decifração dos escritos egípcios e sumérios surgiu uma alternativa 
para as fontes da história judaica. A Bíblia passaria a ocupar um lugar 
secundário como fonte histórica. 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.1 abordamos fundamentalmente a 
historiografia judaica. Na nossa abordagem percebemos que foi a 
principal historiografia na Antiguidade Oriental. A principal fonte para 
o seu conhecimento é a Bíblia Sagrada concretamente o Velho 
Testamento, produzido e conservado pelos sacerdotes. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
11. Identifica a principal fonte para o conhecimento da Historiografia 
judaica. 
12. Identifica o papel da Bíblia para os judeus. 
13. Quem escreveu e conservou a Bíblia. 
14. Existiam entre os judeus duas formas de poder. Refira-se a essas 
formas de poder e às causas do seu desentendimento. 
15. Descreve a principal característica da historiografia judaica. 
 
Respostas: 
11. Rever a introdução da página 18. 
12. Rever o 1º parágrafo do desenvolvimento da página 19. 
13. Rever o 1º parágrafo do desenvolvimento da página 19. 
14. Rever o 1º parágrafo da página 20. 
15. Rever o penúltimo parágrafo da página 20. 
 
 
 
UNIDADE Temática 2.2. Historiografia Grega 
Introdução 
A Grécia antiga ocupava no Mediterrâneo um território pouco 
extenso, mas muito variado sob o ponto de vista geográfico que 
compreendia o Sul da Península Balcânica, as ilhas do mar Egeu e do 
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 22 
 
mar Jónio e as costas ocidentais da Asia Menor. 
O territorio da Grécia Antiga é uma especie de museu a céu aberto 
porque s materiais da arqueologia, os papiros as ruínas cidades, os 
edifícios isolados e outras construções, assim como os objectos de uso 
doméstico, melhor nos informam sobre esta região. São estas fontes e 
outras que nos permitem compreender o pensamento histórico grego. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Descrever o papel de Heródoto para a cientificação da História. 
 Descrever o ambiente politica que permitiu a Heródoto ter uma reflexão livre 
da História. 
 Caracterizar o processo de produção histórica na Grécia. 
 Identificar os principais historiadores gregos. 
 
Desenvolvimento 
 
“A história nasceu na Grécia” é frequente ouvir-se dizer. Na Grécia 
também existiu a abordagem mítica e teocrática da evolução da 
humanidade como no oriente antigo. Dos vários mitos destacou-se o 
mito das cinco idades que considerava que a humanidade tinha 
passado por cinco etapas de evolução nomeadamente a idade do 
ouro, da prata, do bronze, dos heróis e do ferro. Entre estas, a etapa 
do ouro e a melhor porque nela não havia preocupações, sofrimento, 
velhice, etc. 
Entretanto de acordo com o conceito de ciência não podemos ainda 
falar nesta altura de uma ciência histórica. A cientificação da história 
só terá início na Grécia clássica. É o que nos leva a falar do surgimento 
da história na Grécia. Este logro dos gregos tem explicação no facto de 
a Grécia desse tempo ter conseguido avançar em muitas áreas de 
desenvolvimento social, a partir do século V a.c. Neste século vivia-se 
na Grécia, uma sociedade democrática, fruto de cerca de três séculos 
de reformas, iniciadas por Dracon e que atingiram o seu pico no 
reinado de Péricles. 
 Portanto a Atenas do século V destaca-se dos restantes estados da 
época pois pôde conceber e aplicar os princípios da igualdade perante 
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 23 
 
a lei, da liberdade individual e da fraternidade, embora com algumas 
reservas, principalmente ligadas com o alcance das referidas reformas 
democráticas. Este contexto, de abertura da vida nacional a todos os 
cidadãos, levou a Grécia antiga a se destacar em vários domínios da 
vida incluindo o do pensamento. É assim que o pensamento grego da 
época revelava já uma maturidade que se reflectia no 
desenvolvimento de várias ciências entre as quais a História. 
O surgimento e desenvolvimento da história na Grécia deve-se em 
grande parte ao papel de Heródoto de Halicarnasso (484- 424),“o pai 
da Historia”. É claro que havia na Grécia antiga muitas pessoas 
reflectindo sobre questões de carácter racional incluindo a história, 
mas foi Heródoto o primeiro a adoptar uma atitude científica, daí que 
lhe atribua a “paternidade da Historia” 
Na sua obra “Historias” Heródoto tentou para além de escrever sobre 
os gregos, falar dos bárbaros, reconstituiros factos e apresentar a 
razão deles. A ele também se deve uma visão e uma abordagem 
universalista dos homens pois, como cidadão oriundo da nobreza, 
Heródoto teve facilidades de viajar e escrever sobre varias regiões 
(Egipto, Mesopotâmia, etc) incutindo desse modo uma visão mais 
global do homem e do universo. Era a passagem da historiografia 
gentílica a historiografia ecuménica (universal). 
Numa das passagens do livro de Heródoto, Historias, pode se ler: Eis a 
exposição do inquérito empreendido por Heródoto de Thouriori para 
impedir que as acções cometidas pelos homens se apaguem da 
memoria com o tempo e que grandes e admiráveis factos, levados a 
cabo tanto do lado dos gregos como do lado dos bárbaros, cessem de 
ser nomeados, finalmente e sobretudo, o que foi causa de entrarem 
em guerra uns contra outros (…) Até aqui, falei segundo a minha 
observação, reflexão e informação, mas a partir de agora passarei a 
referir a tradição egípcia, tal como a ouvi, acresce ainda um pouco do 
que vi (…). O meu dever é referir a tradição mas de modo algum sou 
obrigado a acreditar nela” 
A história de Heródoto é feita com base em testemunhos fidedignos, 
ou seja dignos de crédito. Assim ele preferiu servir-se da tradição oral, 
mas sempre aquela prestada por protagonistas ou testemunhas dos 
acontecimentos, bem como o seu testemunho ocular. No caminho de 
Heródoto esteve também Tucídides, cujo grande contributo para a 
história foi o início do questionamento das fontes, procurando apurar 
a sua veracidade e credibilidade. Foi o que ele fez na sua obra 
“Historia da guerra do Peloponeso” 
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 24 
 
que escreveu servindo-se do seu próprio testemunho de participante. 
Tucídides revelou-se superior a Heródoto na inteligência crítica, na 
arte e na solidez do saber. As ideias de Tucídides sobre a história da 
guerra do Peloponeso.“ (…) Só falo como testemunha ocular, ou 
depois duma critica das minhas informações, tão completa quanto 
possível (…)” 
Outros historiadores deram corpo à história grega como foram os 
casos de Xenofonte, Plutarco, Eforo, etc. 
Observando os trabalhos de Heródoto e Tucídides verificamos que os 
gregos começaram a caminhar para a cientificação da história. A sua 
história tem um objecto de estudo, uma metodologia própria e um 
objectivo bem definido. 
Senão vejamos: 
- Estuda-se, o passado e o presente dos homens ou simplesmente o 
Homem; 
- Alarga-se a noção de fonte histórica que para além da tradição oral 
passa a considerar os testemunhos oculares; 
- Cria-se uma metodologia que integra a recolha de dados através da 
observação e da informação, a reflexão, analise critica e a comparação 
das fontes e finalmente a síntese; 
Portanto na Grécia clássica temos uma história humanista (seu objecto 
de estudo é o homem), cientifica (inicia-se neste caminho), auto- 
reveladora (procura a projecção do presente no futuro, ensinar aos 
homens o seu passado e a relação entre o passado e o presente, para 
revelar o sentido da acção humana) e pragmática, porque tenta tirar 
do ocorrido uma lição aproveitável para o futuro. 
Embora dando notáveis passos a nível da história os gregos revelaram 
ainda algumas insuficiências. Os historiadores gregos viram-se 
confrontados e até encurralados pela contradição entre o ideal de 
história universal baseada em fontes fidedignas e a incapacidade de 
falar de regiões relativamente afastadas, pois o nível de 
desenvolvimento dos transportes não permitia ir para longe e são 
praticamente inexistentes informações escritas sobre essas regiões. 
Deste modo eles vêm-se condenados a ter que fazer a história que 
negam, a história de alguns povos, de algumas regiões, a história 
regional e não a universal que defendem. 
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 25 
 
Por outro lado as fontes orais e os testemunhos oculares não 
permitem abarcar períodos de tempo relativamente longos mantendo 
a fidelidade numa historia que busca de facto a verdade, pelo que 
ficam também a este nível limitados. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.2 estudamos e descrevemos a 
Historiografia Grega onde contatamos que tinha uma visão humanista 
(seu objecto de estudo é o homem), cientifica (inicia-se neste 
caminho), auto- reveladora (procura a projecção do presente no 
futuro, ensinar aos homens o seu passado e a relação entre o passado 
e o presente, para revelar o sentido da acção humana) e pragmática, 
porque tenta tirar do ocorrido uma lição aproveitável para o futuro. 
O pioneiro deste processo de cientificação da história foi Heródoto, o 
que lhe mereceu a designação de pai da História. Para alem dele 
houve outros historiadores que se dedicaram à produção histórica 
como é o caso de Tucídides. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
16. Explica por que razão Heródoto é considerado “Pai da História”? 
17. Descreve as condições políticas da Grécia que permitiram a evolução da 
ciência. 
18. Explica em que se baseiava a historia feita por Heródoto. 
19. Nomeia os principais historiadores gregos. 
20. A historiografia grega era humanista, cientifica, auto- reveladora e 
pragmática. Comenta a afirmação! 
 
Respostas: 
16. Rever do 2º a 4º parágrafo da página 23. 
17. Rever o último parágrafo da página 22. 
18. Rever o último parágrafo da página 23. 
19. Rever o 2º e 3º parágrafo da página 24. 
20. Rever o penúltimo parágrafo da página 24. 
 
 
 
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 26 
 
 
UNIDADE Temática 2.3. Historiografia Romana 
Introdução 
Roma localiza-se na península itálica no Mediterrâneo tal como a 
Grécia. 
Enquanto a Grécia está rodeada de ilhas e o seu litoral é muito 
recortado, facilitando a navegação e o comércio, na Itália tal não 
acontece. 
Do III ao I seculo a.n.e graças a um exército de cidadãos hábil e 
disciplinado, Roma lançou-se à conquista de toda a bacia 
Mediterrâneo e Norte de África transformando-se num grande 
imperio. 
 A historiografia deste periodo procurou ajustar-se às ideias politicas 
da época cuja finalidade era exaltar e preservar o imperio. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 Caracterizar a Historiografia Romana; 
 Identificar os principais historiadores romanos; 
 Diferenciar a Historiografia Romana da Historiografia grega 
 
 
Desenvolvimento 
 
 A constituição do império romano incluiu entre outros processos a 
conquista de vários estados na Europa, Ásia e norte da África. Ora este 
facto sugere uma miscelânea de povos, costumes, formas de vida, etc. 
Num só estado que é o império romano. Desta situação resulta em 
Roma um desenvolvimento social, do qual se inclui o âmbito do 
pensamento, bastante influenciado pelas outras civilizações. 
Temos assim que a nível da História os romanos recorrem, a princípio, 
à língua e aos moldes de outros povos, em particular os gregos que, 
como dissemos atrás tinham avançado bastante neste campo. Os 
romanos não copiaram mecanicamente dos gregos procuraram dar 
forma própria moldaram os 
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 27 
 
ensinamentos gregos atribuindo-lhes forma própria. Deste processo 
resultou a produção de uma história tipicamente romana, assente na 
íntima relação com o passado. 
Outro elemento historiográfico exclusivamente romano é o carácter 
político ou seja a prática da historiografia feita pelos homens políticos,em estreita relação com a política prática que conduz a historiografia 
política, orientada para fins políticos e não encarrada como 
conhecimento. Portanto a história é em geral, para os romanos, uma 
exaltação da cidade e do império, adquirindo um carácter nacional e 
patriótico. É uma história apologética e pragmática. O predomínio, 
entre as produções historiográficas da Roma antiga, dos anais 
(anotações dos principais acontecimentos políticos) demonstra bem o 
seu carácter nacional. 
Dentre os principais historiadores romanos destacam-se: 
Políbio É um historiador de origem grega que viveu, como prisioneiro, 
em Roma e lá produziu quase toda a sua obra histórica e, 
naturalmente, sobre o império romano. Foi o responsável pela 
transmissão das tendências racionalistas da historiografia grega a 
Roma, sendo por isso contrário a história oficial, defendida por muitos 
historiadores romanos com destaque para Tito Lívio que por vezes 
recorria a mitologia para sustentar as suas ideias. Aplicou a Historia o 
modelo de ciclo, conduzindo à concepção segundo a qual a Historia é 
o conhecimento do geral, daquilo que se repete, que obedece a leis e 
por isso susceptível de previsão 
Tito Lívio Diferentemente de Políbio, esteve mais virado para o 
passado, tido, pelos romanos, como fonte de virtudes nacionais. Foi 
um intelectual ao serviço da política imperial, cuja preocupação maior 
foi elevar bem alto o rei e o império romanos não hesitando quando a 
defesa passasse pela deturpação da verdade, ou impusesses o recurso 
à mitologia. 
Tácito politico e homem das letras, foi autor de uma importante obra 
histórica com o senão de ter misturado, por vezes, indevidamente a 
historia com o género literário. O seu maior defeito terá sido fazer 
uma comparação unilateral dos romanos com os bárbaros, os bretões 
e os germanos revelando-se percursor da teoria do “bom selvagem”, 
ao apresentar uns como os de costumes mais puros e outros mais 
corruptos. 
Outros historiadores romanos foram Flávio Josefo, Salústio, Plutarco e 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 28 
 
Suetónio. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.3 abordamos a Historiografia Romana. 
Nesta abordagem foi possível notar que era dominada pelo carácter 
político ou seja a prática da historiografia feita pelos homens políticos, 
orientada para fins políticos e não encarrada como conhecimento. 
Portanto a história é em geral, para os romanos, uma exaltação da 
cidade e do império, adquirindo um carácter nacional e patriótico. É 
uma história apologética e pragmática. 
A grande preocupação era exaltar a grandeza do império romano cujo 
mérito era atribuído aos “grandes homens”- os imperadores. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
21. O elemento historiográfico característico romano é o carácter político. 
Comenta. 
22. Descreve a principal característica da Historiografia Romana. 
23. Nomeie os principais historiadores romanos. 
 
Respostas: 
21. Rever o 2º parágrafo da página 27 
22. Rever o 2º parágrafo da página 27 
23. Rever o do 3º ao 5º parágrafo da página 27 
 
 
 
UNIDADE Temática 2.4. Historiografia Cristã Antiga 
Introdução 
A Historiografia Cristã Antiga, como o próprio nome sugere encarnou 
basicamente as ideias do cristianismo. Durante a Idade Média, a 
política era grandemente influenciada pela questão espiritual. Para a 
sociedade medieval, o rei não era, simplesmente, uma instituição 
política, mas sim uma manifestação divina, tendo o papel de integrar o 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 29 
 
homem no cosmos. 
A igreja cristã foi uma das mais poderosas instituições do período 
medieval. Nesta história, medieval o papel principal no processo 
histórico é atribuído a Deus e seus agentes e, aos reis e seus prelados. 
Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, 
a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Descrever a concepção histórica cristã antiga; 
 Explicar os factores da rápida propagação do cristianismo; 
 Identificar os principais historiadores cristãos da antiguidade; 
 Identificar as principais obras dos historiadores cristãos da antiguidade. 
 
 
Desenvolvimento 
 
O cristianismo surgiu na Palestina no contexto da conquista daquele 
território pelos romanos. Portanto, foi de lá que se propagou para as 
restantes partes do mundo o que em grande parte foi facilitado pelo 
facto de transportar uma mensagem social e ecuménica, assumindo-se 
anti-esclavagista. 
Existiam, no seio da igreja, duas facções: uma mística e outra gnóstica 
que pretendia racionalizar o pensamento religioso, ou seja, sujeitar à 
razão as ideias religiosas. Estas divisões que constituem uma ameaça à 
estabilidade do cristianismo levaram à imposição da unidade 
doutrinária e ao fim da livre discussão no seio da igreja, determinada 
no Concilio de Niceia em 325. 
 
2.4.1 A concepção cristã da História 
Desde o princípio o cristianismo assumiu-se como religião universalista 
e histórica, ou seja, teve a sua concepção do universo e de evolução da 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 30 
 
humanidade. Para os cristãos a história é um combate permanente 
entre Lúcifer (o mal) e Deus (o bem) e a sua trajectória, irreversível e 
oposta à concepção cíclica defendia pelos gregos e romanos, começa 
com o pecado original, passa pela redenção e termina com o juízo 
final. A ideia principal é que, devido ao pecado original, o homem 
espalhou o mal em toda a terra e Cristo apareceu para estabelecer a 
ordem e fazer triunfar a igreja, numa luta que terminara com o juízo 
final. Deste modo a terra é apenas um local transitório para expiação e 
redenção do pecado e o homem em vida tem a oportunidade de se 
preparar para o juízo final. 
Entre as fontes da história cristã existem as doutrinárias e as 
históricas. Muitos documentos históricos foram destruídos 
alegadamente por serem apócrifos, ou seja, inautênticos. Contudo em 
história este procedimento é de todo condenável pois as fraudes 
também são matéria de estudo. Portanto não se pode entender tal 
atitude de outra maneira que não a tentativa de manter uma unidade 
doutrinária. Isto leva-nos a afirmar que a história cristã baseou-se, em 
informações tendenciosas previamente seleccionadas e por isso 
construiu uma visão de história humana com um ponto de vista 
apologético. 
 
2.4.2 Os historiadores cristãos antigos 
Eusébio de Cesareia (260- 339) Foi o principal obreiro da história 
cristã. 
Produziu uma crónica que consistia de uma cronografia e de conones 
cronológicos. A cronografia resumia a história universal povo por 
povo, argumentando a favor da prioridade, no tempo, de Moisés e da 
Bíblia. Os canones eram tábuas cronológicas que assinalavam os 
sincronismos entre a história sagrada e a profana. A cronologia bíblica 
começa com a data da criação seguindo-se a do povo judeu até ao 
nascimento de Cristo, com a qual começava a história cristã. A história 
eclesiástica de Eusébio, bem documentada ia de Cristo até 
Constantinopla. Eusébio trouxe para primeiro plano da igreja cristã os 
judeus. 
Cassiodoro (487-583) Reuniu e traduziu do grego três historiadores 
eclesiásticos, continuadores da historia de Eusébio, nomeadamente 
Sócrates (380- 450), Sozomeno (finais do século IV- 443) e Teodoreto 
(393-457). Escreveu também uma história gótica e uma crónica da 
 ISCED CURSO: Ensino de História;1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 31 
 
época de Adão ao ano 519. 
Santo Agostinho (354-430) foi o autor da primeira e até hoje a mais 
importante filosofia cristã de história. O seu livro “De Civitae Dei” (A 
cidade de Deus) foi uma tentativa de negar a afirmação dos pagãos 
segundo a qual a tomada de Roma por Alàrico e os saques dos 
vândalos eram motivados pelo desapego à antiga religião romana. 
Orósio (até 418) procurou mostrar em “sete livros de história contra 
os pagãos” 
Que os tempos anteriores a Cristo tinham sido mais tempestuosos que 
os posteriores, como forma de rejeitar a ideia dos pagãos de querer 
culpar o abandono dos cultos anteriores a Cristo pelas desgraças que 
afligiam o império romano, em particular as invasões dos povos 
bárbaros. 
Com a obra de Eusébio e com as continuações de Sócrates, Sozomeno 
e Teodoreto e ainda o manual latino que deles tirou Cassiodoro, se 
formou o corpo da história da igreja que alimentou a idade média. 
Foi do cristianismo a autoria da primeira filosofia de história, a 
tentativa de determinar as leis porque se rege o curso dos 
acontecimentos. Os seus defensores procuraram mostrar como o 
mundo seguiu um desígnio de Deus na sua longa preparação para o 
advento de Cristo. A partir desse ponto central a humanidade 
continuaria uma marcha de sofrimentos até ao juízo final. Esta ideia 
foi exposta por S. Agostinho no seu livro “Cidade de Deus ”e a 
demonstração coube a Paulo Orósio no seu “sete livros de história 
contra os pagãos”, uma continuação de “cidade de Deus”. 
É portanto a história providencialista, em que a evolução da 
humanidade aparece como providência divina. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.4 descrevemos a Historiografia cristã 
Antiga. É uma história providencialista, porque a evolução da 
humanidade aparece como providência divina. Os seus defensores 
procuraram mostrar como o mundo seguiu um desígnio de Deus na 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 32 
 
sua longa preparação para o advento de Cristo. 
Nega a concepção cíclica da História dada pelos gregos e romanos. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
24. Descreve a concepção histórica do cristianismo na 
antiguidade. 
25. Indica os factores da rápida propagação do cristianismo. 
26. Nomeia os principais historiadores cristãos antigos. 
27. A historiografia crista antiga era apologética e 
providencialista. Justifica. 
 
Respostas: 
24. Rever o último parágrafo da página 29. 
25. Rever o 1º parágrafo do desenvolvimento desta unidade 
(página 29) 
26. Rever as páginas 30 e 31. 
27. Rever o último parágrafo da pagina 31 (antes do sumario 
desta unidade) 
 
 
 
 
 
 
 TEMA – III: HISTORIOGRAFIA MEDIEVAL. 
UNIDADE Temática 3.1. Historiografia Cristã Medieval 
 
UNIDADE Temática 3.1. A Historiografia Cristã Medieval 
Introdução 
Com a queda do império Romano do Ocidente, um novo contexto 
histórico ira surgir, caracterizado pela desestruturação da economia 
urbana e comercial e o regresso a uma economia essencialmente 
agrícola e de subsistência, da qual resultara, fatalmente, o isolamento 
das populações. Este isolamento contribuirá para o fortalecimento de 
uma nova mentalidade pluralista muito próxima da mentalidade 
gentílica (em que os laços de 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 33 
 
consanguinidade seriam substituídos pelos estreitos vínculos de 
identidade religiosa, da comunhão da mesma fé) – uma espécie de 
comunitarismo moral e religioso, em que o Pai ancestral e carnal de 
gens é substituído pelo «Pai do Céu» cristão. 
Não era, com efeito, na Alta Idade Média, manter de pé o modelo de 
cristianismo ecuménico do século I, pela mesma razão que não era 
possível erguer viva, sobre as infra-estruturas duma sociedade rural, a 
cultura duma sociedade urbana. Repara-se que tanto o ecumenismo 
grego como o ecumenismo romano tinham sido fenómenos de 
expansão, consequentes ao estabelecimento de amplas relações entre 
povos diferentes. Ora o que se dá idade Média europeia é 
precisamente o contrário. É uma regressão em vez de uma expansão: 
as populações refluem novamente aos campos. As cidades arruínam-
se, as rotas comerciais encurtam-se e acabam, em muitos casos, por 
desaparecer. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 Caracterizar a sociedade Medieval; 
 Descrever a concepção histórica cristã medieval; 
 Caracterizar a literatura cristã medieval; 
 Identificar os principais responsáveis pela produção histórica medieval. 
 
 
Desenvolvimento 
 
O império romano do ocidente desmoronou-se no século V na 
sequência da tomada de Roma pelos bárbaros em 476. A destruição 
do império romano do ocidente, marcou o fim da antiguidade 
esclavagista e o início da Idade Media, feudal, a substituição de formas 
de vida, política, económica, social, até ai estabelecidas. As populações 
abandonaram as cidades retornando ao campo onde se organizaram 
em pequenas comunidades rurais baseadas na identidade religiosa 
(nisto, difere das primeiras comunidades rurais ligadas por 
consanguinidade. 
Na esfera económica, a economia urbana, comercial, deu lugar a 
economia rural, agrícola, de subsistência. Instala-se uma mentalidade 
particularista onde cada comunidade 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 34 
 
tenta ser auto-suficiente, pois a dispersão dificulta os contactos. A 
nível social os marcos essenciais a destruição das tradicionais relações 
dos povos devido a degradação das vias e meio de comunicação. 
Tecnologicamente a regressão manifestou-se pelo desaparecimento 
das especializações. 
O cristianismo integra-se neste quadro, criando o Mosteiro 
Beneditino, que a partir do século VI passa a servir de núcleo a uma 
população cujo destino seria a gradual integração na sua estrutura, em 
condição de dependência. 
Nesta altura o trabalho é encarado como uma provação, mas os 
Mosteiros irão rapidamente enriquecer passando a empresas 
geradoras de excedentes, comparáveis a qualquer outro domínio 
senhorial. Era a transformação do cristianismo, de religião igualitária 
em religião classista. 
No século XI, regista-se um considerável crescimento agrícola. Ao 
mesmo tempo aumenta a população e ressurge a vida urbana. Inicia-
se uma nova revolução comercial em choque com o sistema feudal. No 
decorrer do século XVIII regista-se um notável progresso na estrutura 
profissional que se manifesta numa acentuada diferenciação 
profissional num grau de especialização cada vez maior e na melhoria 
do estatuto do trabalhador ao nível dos ofícios, particularmente nas 
artes liberais e por vezes na arte mecânica. Era a passagem da 
sociedade rural e urbana, agrícola a comercial. 
Este processo é portanto muito próximo aquele que se regista na 
primeira revolução urbana com a diferença de que no lugar das casas 
estavam os mosteiros e em vez do surgimento de cidades dá-se o 
ressurgimento das cidades romanas. Mais ainda na primeira revolução 
urbana o poder espiritual sobrepunha-se ao temporal e no século XIC 
acontece o contrário. 
 
 3.1.1. A concepção histórica Medieval 
 
A instituição típica mediante a qual cristianismo medieval se adapta à 
evolução económica, passa a ser a partir do século VI, o mosteiro 
beneditino. Típica, não só porque simula uma comunidade de «irmão» 
igualiza na tarefa comum de trabalhar a terra, (na realidade, 
fortemente hierarquizados entre si), mas porque, pela sua natureza 
 ISCEDCURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 35 
 
económica – religiosa, se prestava a servir de núcleo a uma população 
cujo destino viria a ser gradual integração nas malhas da sua estrutura, 
nas condições dos servos de gleba, de artesoes servis ou rendeiros; na 
condição, em suma, de dependentes. Na realidade, desde a fundação 
dos mosteiros que a relação entre os monges e as populações 
indígenas era marcada pelo distanciamento e pela desconfiança. 
Proveniente, geralmente, dos meios urbanos, os monges não 
constituíram um elemento estranho ao meio rural, não só porque a 
regra do fundador obrigava a viver à sua própria custa, mas ainda 
porque logo entre eles e a população indígena se ergueu a muralha da 
dicotomia preconceituosa que dividia cristãos e pagãos, urbanos 
(cultos) e rústicos. As populações eram pagãs porque, agarradas ainda 
a velhos hábitos e a velhas crenças, resistiam ou se opunham ao ardor 
proselitista do clero; e eram rústicas, porque eram incultas, selvagens 
e indigentes. 
No contexto histórico da idade média, predomina uma história cristã, 
cuja produção é da responsabilidade dos monges. Os géneros mais 
dominantes são os anais e as crónicas. Tanto uns como outros são 
narrativas sobretudo de factos políticos e militares, que tomam por 
unidade temáticos períodos mais ou menos longos. A diferença reside 
no facto de que os anais dividem as épocas estudadas em períodos de 
um ano, relatando secamente os factos. 
Também constituem literatura histórica cristã medieval as 
hagiografias, as historias, as actas de sínodos e concílios, as bulas, e 
outros diplomas de origem papal, as obras de clérigos seculares, os 
manuais dos confessores e outras de carácter eclesiástico. Em 
princípio, a historiografia crista medieval, assim como as fontes de 
origem eclesiástica prevalecem ate ao seculo XIII. Mas nem todas as 
fontes medievais até essa data são obrigatoriamente de origem 
eclesiástica. Quer para o entendimento crítico da historiografia crista, 
quer para efeito de novas abordagens historiográficas torna-se 
indispenavel recorrer também às fontes provenientes da cultura 
popular mais profunda, ou seja, folclore. É ao que parece, desse 
folclore que emergem produções como as cancões de gesta 
(supostamente de origem nobre), desvios religiosos como as heresias 
cátara, valdense e patarina, e géneros poéticos. 
Nesta história, medieval o papel principal no processo histórico é 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 36 
 
atribuído a Deus e seus agentes e, aos reis e seus prelados. É a estes 
que se atribui responsabilidade pela evolução histórica da 
humanidade e portanto são eles o objecto de estudo da história. A 
nível metodológico a interpretação dos dogmas divinos constitui a 
principal operação do historiador em detrimento da investigação das 
razoes humanas. Os aspectos morais sobrepõem-se aos vividos na 
explicação dos fenómenos. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 3.1 fizemos a bordagem sobre a histografia 
cristã medieval cuja produção foi da responsabilidade dos monges. A 
instituição típica mediante a qual cristianismo medieval se simboliza é 
o mosteiro beneditino. 
Nesta historiografia, o papel principal no processo histórico é atribuído 
a Deus e aos reis. É a estes que se atribui responsabilidade pela 
evolução histórica da humanidade e portanto são eles o objecto de 
estudo da história. A interpretação dos dogmas divinos constitui a 
principal operação do historiador em detrimento da investigação das 
razões humanas. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
28. Descreva a emergência da sociedade medieval. 
29. Identifique os responsáveis pela produção histórica medieval. 
30. Identifique as principais obras literárias da historiografia cristã 
medieval. 
31. Diferencie os anais das crónicas. 
32. Descreve a principal característica da Historiografia Cristã 
Medieval. 
 
Respostas: 
28. Rever a introdução desta Unidade (página 32). 
29. Rever o 2º parágrafo da página 35 
30. Rever o 2º e 3º parágrafo da página 35 
31. Rever o 2º parágrafo da página 35. 
32. Rever o 1º paragrafo da pagina 36 (antes do sumario desta 
unidade temática). 
 
 
 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 37 
 
 
TEMA – IV: HISTORIOGRAFIA MODERNA. 
UNIDADE Temática 4.1. Historiografia Renascentista 
UNIDADE Temática 4.2. Historiografia Racionalista 
 
UNIDADE Temática 4.1. Historiografia Renascentista 
Introdução 
 
A Historiografia Renascentista representa a visão histórica crítica da 
reforma protestante. A reforma protestante constituiu, na realidade, a 
segunda grande revolução da burguesia europeia, depois do 
movimento comunal. 
A burguesia lutava pela emancipação espiritual, pela independência 
das igrejas nacionais bem como pela liberdade individual de pensar. É 
esta reformulação renascentista da imagem e pepel do homem no 
universo que caracteriza principalmente esta historiografia também 
conhecida por Historiografia quatrocentista. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
 Explicar o contexto de surgimento da Historiografia Renascentista; 
 Identificar os responsáveis pela produção historiográfica renascentista; 
 Identificar os principais historiadores renascentistas; 
 Explicar as características da historiografia renascentista. 
 
Desenvolvimento 
 
A reforma protestante constitui um dos acontecimentos mais 
marcantes, se não o mais marcante desta época. Quando, sob a égide 
papal, Portugal e Espanha assinaram o tratado de Tordesilhas as 
burguesias holandesa, inglesa e francesa, em oposição a este tratado, 
decidiram proclamar a independência das igrejas nacionais, 
 ISCED CURSO: Ensino de História; 1° Ano Disciplina/Módulo: Evolução do Pensamento Histórico 
 38 
 
desafiando, portanto, a autoridade supranacional da igreja romana. 
Este acontecimento foi antecedido por outra grande revolução da 
burguesia europeia, o movimento comunal. 
A luta da burguesia pela sua emancipação espiritual estava assim a 
começar tendo como pano de fundo a rejeição do regime católico-
feudal e a implantação de uma nova ordem mais condizente com o 
desenvolvimento da burguesia. É portanto uma revolução cultural 
marcada pelo desejo de mudanças o renascimento cuja tónica 
dominante é a tentativa do homem de sair da sua menoridade 
(incapacidade de atingir a sua felicidade sem o recurso e o apoio de 
outrem). Instiga-se a confiança no homem. 
A evolução dos séculos XV- XVI favoreceu o surgimento de um 
pensamento humanista que defende o livre arbítrio, o valor da 
experiencia e o desejo de gloria individual, que conduziu historia 
humanista, que coloca no centro do seu estudo o homem, reduzindo o 
papel de deus. O homem vai se sentindo cada vez mais o construtor e 
responsável do processo histórico. A história evoluiu inspirando-se na 
consciência humanista e na imitação da antiguidade clássica. É assim 
que entre os humanistas alia-se uma nova consciência do mundo e da 
vida à idealização da antiguidade com tentativas de secularização da 
história. 
Nesta altura já não são os teólogos e monges mas sim os poetas, 
literatos, diplomatas, estadistas que escrevem historia falando 
criticamente do passado nacional ou urbano. Há portanto um 
alargamento da temática histórica, muito embora prevaleçam os 
aspectos políticos. 
Para além do objecto, os humanistas alteram também a forma 
medieval de exposição, a crónica. Passam então a predominar os 
anais, numa história orientada

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