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DESENV NEUROPSICOMOTOR

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Avaliação ....................................................................... 4
3. Desenvolvimento de habilidades ....................... 5
4. Principais marcos do desenvolvimento ............. 8
5. Como avaliar o desenvolvimento? ....................13
6. Atrasos de desenvolvimento ...............................17
Referências Bibliográficas .........................................19
3DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
1. INTRODUÇÃO
O conceito de desenvolvimento é 
amplo e se relaciona aos vários as-
pectos que caracterizam a evolução 
humana desde a sua concepção, 
abrangendo crescimento, matura-
ção, aprendizagem e aspectos psí-
quicos e sociais em uma transforma-
ção dinâmica, complexa e contínua. 
É importante enfatizar tanto a im-
portância da carga genética nesse 
processo como a dos fatores am-
bientais, sendo que estes podem ser 
otimizados com estímulos e experi-
ências apropriadas.
A criança deve atravessar cada fase 
seguindo uma sequência com certa 
regularidade e, se não for estimu-
lada no momento apropriado, não 
conseguirá superar esse atraso no 
desenvolvimento. Por isso, a avalia-
ção do desenvolvimento faz parte 
do conjunto de cuidados que visam 
promover uma infância saudável. 
Dado isso, o profissional deve co-
nhecer a sequência da evolução das 
várias funções e os fatores que risco 
que podem comprometer esse pro-
cesso.
O desenvolvimento compreende al-
guns domínios de função, todos inter-
ligados, sendo eles:
DDeesseennvvoollvviimmeennttoo 
((ddoommíínniiooss ddaa 
ffuunnççããoo))
Sensorial
Linguagem
Cognitivo
Motor
Adaptativo
Emocional
Fluxograma 1: Domínios da função do desenvolvimen-
to
SE LIGA! O sistema nervoso participa 
de toda a ordenação funcional do indiví-
duo que está se desenvolvendo. O seu 
tecido cresce e amadurece exponencial-
mente nos primeiros anos de vida: logo, 
sofre de maneira mais intensa as con-
sequências de experiências negativas e 
de adversidades da natureza ou do am-
biente. Por outro lado, devido a sua maior 
plasticidade, também é mais propenso a 
responder a experiências positivas, es-
tímulos e intervenções que possam ser 
necessárias. Por isso é tão importante 
a avaliação do desenvolvimento infantil, 
pois intervenções precoces geram me-
lhores resultados.
4DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
2. AVALIAÇÃO
As consultas pediátricas devem ava-
liar o desenvolvimento neuropsico-
motor da criança. Algumas escalas 
foram desenvolvidas com o objetivo 
de guiar a avaliação profissional – 
como o teste de Gesell, o teste de 
triagem de Denver II, a escala de 
desenvolvimento infantil de Bayley, 
dentre outros. No Brasil, a Caderneta 
de Saúde da Criança, do Ministério 
da Saúde, disponibiliza uma sistema-
tização para a avaliação do desenvol-
vimento da criança até os 3 anos de 
idade, contendo os principais mar-
cos do desenvolvimento, facilitando 
o acompanhamento dos ganhos no 
desenvolvimento neuropsicomotor 
conforme a criança vai crescendo. Por 
outro lado, é essencial que o pedia-
tra saiba conduzir a consulta de for-
ma individualizada, levando em con-
sideração diversos fatores sociais, 
familiares e ambientais que possam 
influenciar esse processo.
Já nas primeiras consultas, deve-se 
perguntar à mãe ou cuidador sobre 
fatores relacionados ao desenvolvi-
mento do bebê, observar detalhes do 
exame físico e finalizar com a obser-
vação da criança quanto a presença 
dos marcos de desenvolvimento. Em 
todas as consultas deve-se realizar a 
avaliação do desenvolvimento infan-
til. Observar a forma que a mãe a 
segura, se existe contato visual e 
verbal de forma afetuosa entre ela 
e a criança, se a criança faz busca 
visual ou tem interesse pelo am-
biente ao redor, se a criança está 
em bom estado de higiene e se a 
mãe ou cuidador presta atenção às 
orientações. Vale a pena também ob-
servar se há participação paterna, se 
a mãe conta com rede de apoio e ob-
servar sinais de depressão pós-parto 
– sendo essencial o encaminhamento 
da mãe a especialistas nesses casos.
Antes de falarmos dos marcos, preci-
samos ressaltar a importância de ex-
trair informações a respeito de possí-
veis fatores de risco ou alterações 
físicas associados a distúrbios do de-
senvolvimento, sendo estes: 
FATORES DE RISCO ALTERAÇÕES FÍSICAS
Ausência ou pré-natal incompleto;
Problemas de gestação, parto ou nascimento;
Prematuridade (<37 semanas);
Peso abaixo de 2.500g;
Icterícia grave;
Hospitalização no período neonatal;
Doenças graves como meningite, TCE ou convulsões;
Parentesco entre os pais;
Casos de deficiência ou doença mental na família;
Fatores de risco ambientais: gravidez indesejada, violência domésti-
ca, depressão materna, drogas ou alcoolismo na gravidez e na casa, 
suspeita de abuso sexual, dentre outros.
Perímetro cefálico <-2 escores z ou >+2 
escores z;
Presença de alterações fenotípicas: fenda 
palpebral oblíqua, olhos afastados, im-
plantação baixa de orelhas, lábio leporino, 
fenda palatina, pescoço curto e/ou largo, 
prega palmar única, 5º dedo da mão curto 
e recurvado.
Tabela 1:. Fatores de risco e alterações físicas associados a distúrbios do desenvolvimento
5DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
SE LIGA! Com a informação: Além dis-
so, é importante questionar aos pais ou 
cuidadores o que eles pensam do de-
senvolvimento da criança. Essa informa-
ção é muito relevante!
3. DESENVOLVIMENTO 
DE HABILIDADES
Para ajudar na memorização dos 
marcos, vamos primeiro contextua-
lizar alguns aspectos do desenvolvi-
mento dos bebês.
No lactente nascido a termo, ao nas-
cimento há mielinização no tronco 
cerebral dorsal, pedúnculos cerebela-
res e perna posterior da cápsula in-
terna. A substância branca cerebelar 
se mieliniza por volta do primeiro mês 
e se completa no 3º. Já a substância 
branca subcortical do córtex parietal, 
frontal posterior, temporal, e calcari-
na está parcialmente mielinizada aos 
3 meses. A mielinização significa a 
aquisição de movimentos mais coor-
denados e complexos nas estruturas 
e domínios influenciados pelas regi-
ões encefálicas mielinizadas.
Em relação às aquisições motoras, ini-
cialmente, o movimento dos membros 
consiste em basicamente contrações 
descontroladas. O recém-nascido 
começa com um padrão motor mui-
to imaturo, com reflexo tônico cervi-
cal assimétrico, conferindo-lhe uma 
postura assimétrica; e predomínio 
do tônus flexor e hipotonia intensa 
da musculatura paravertebral. Seus 
movimentos são, geralmente, refle-
xos, que tendem a desaparecer com o 
passar dos meses (falaremos melhor 
deles mais adiante). É por isso que, ao 
vermos bebês recém-nascidos, eles 
tendem a estar “encolhidinhos”.
RECÉM-NASCIDO
Reflexo tônico clônico assimético
Predomínio do tônus flexor
Hipotonia da musculatura 
paravertebral
Movimentos reflexos
Progressivamente, o tônus flexor visto 
no recém-nascido vai sendo substituí-
do pelo padrão extensor, de forma gra-
dual. Esse amadurecimento acontece 
na direção craniocaudal, alcançando 
o quadril e os membros inferiores por 
último. Assim, a partir do segundo se-
mestre de vida, não há mais predomí-
nio de quaisquer dos dois padrões e, 
com isso, a criança é capaz de alter-
nar entre flexão e extensão e, conse-
quentemente, rolar. Por fim, quando 
há dissociação de movimento entre as 
cinturas pélvicas e escapular, o bebê é 
capaz de sentar-se.
Fluxograma 2: Desenvolvimento motor do recém 
nascido
6DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
LACTENTES
Padrão flexor é substituído pelo 
extensor
Direção crânio caudal
Alternância entre flexão e extensão
Além de craniocaudal, o amadureci-
mento também ocorre na direção 
proximodistal. Primeiro com aqui-
sições mais simples e, posterior-
mente, mais complexas. A primeira 
musculatura a ser controlada é a ocu-
lar. Depois, a musculatura do controle 
da cabeça e, depois, do tronco. Final-
mente, no 3º trimestre o bebê adquire 
a posição ortostática. O apoio do bebê 
na musculatura do braço vai leva-loa 
posteriormente se apoiar nos ante-
braços e às tentativas de engatinhar. 
SE LIGA! Convém ressaltar que, ao co-
meçar andar, a criança pode apresentar 
um padrão de humor mais irritado, tor-
nando-se este mais lábil uma vez inicia-
do o andar. Por outro lado, uma criança 
com vínculos seguros com os pais irá 
começar a explorar o mundo de manei-
ra mais independente, usando seus pais 
como uma base de segurança. Crianças 
criadas com vínculos fracos e que são 
excessivamente controladas e desenco-
rajadas sentirão vergonha, insegurança 
e raiva
Já entre os 18 e os 24 meses, a criança 
tem melhorias no equilíbrio e agilidade. 
Com isso, passam gradualmente a ser 
capazes de correr e subir escadas – 
para maior preocupação ainda dos pais!
Em relação ao desenvolvimento mo-
tor fino, este ocorre no sentido proxi-
modistal. Ao nascer, a criança mantém 
as mãos fechadas pela maior parte do 
tempo – com as mãos fletidas! Lembra 
do tônus flexor? Justamente. Com a re-
dução desse tônus flexor, a criança pas-
sa a manter as mãos abertas a maior 
parte do tempo no 3º mês, conseguin-
do agarrar objetos – embora ainda se-
jam incapazes de soltá-los. Entre o 5º e 
o 6º mês, iniciam o movimento de pinça, 
que irá progressivamente se aperfeiço-
ar até enfim completar-se, permitindo o 
movimento polpa com polpa. 
Vamos abordar agora um pouco da 
função sensorial, que deve ser avaliada 
logo nos primeiros atendimentos, em 
especial a visão e a audição. O recém-
-nascido é capaz apenas de focalizar 
um objeto a poucos centímetros e tem 
preferência por rostos humanos. Logo, 
durante as avaliações, é importante 
perguntar aos familiares se a criança 
focaliza os objetos e os segue com o 
olhar, além de perguntar se prefere o 
rosto materno – essas respostas ideal-
mente serão positivas. Ao examinar os 
olhos, atentar-se para o tamanho das 
pupilas, pesquisar reflexo motor bila-
teralmente e o reflexo vermelho (em 
suspeita de opacidades, encaminhar o 
bebê para avaliação mais detalhada).
Fluxograma 3: Desenvolvimento motor do lactente
7DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Em relação à audição, o bebê já escu-
ta desde o 5º mês de gestação. Inclu-
sive, ao nascer, já existe familiaridade 
com vozes materna e familiares, além 
de sons do organismo materno. Nes-
se contexto, como parte da avaliação 
auditiva, é interessante perguntar na 
consulta se o bebê se assusta, acorda 
ou chora com sons altos e repentinos, 
se procura a origem dos sons e se fica 
mais calmo com a voz da mãe. 
SE LIGA! No Brasil, desde 2010, é rea-
lizado o teste da orelhinha, para triagem 
de problemas auditivos em recém-nas-
cidos, sendo obrigatório.
O teste, também chamado de “exame de 
emissões otoacústicas evocadas”, é um 
método moderno, capaz de avaliar pro-
blemas auditivos nos nos recém-nas-
cidos. Ele consiste na produção de um 
estímulo sonoro e na captação do seu 
retorno por meio de uma delicada sonda 
introduzida na orelhinha do bebê. Pode 
ser realizado ainda no hospital, a partir 
das 48 horas de vida, quando o RN está 
dormindo.
Alterações observadas no teste devem 
direcionar o bebê para uma avaliação 
completa otológica e audiológica com-
pleta. É importante ressaltar que a audi-
ção é um sentido muito importante para 
o desenvolvimento da criança, inclusive 
da linguagem.
Figura 1: Teste da orelhinha. Disponível em: < http://
www.sobape.com.br/noticias/noticia.php?ID_NOTI-
CIA=481>. Último acesso em: 23.jan 2020.
Já no que tange a sociabilidade, o 
olhar e o sorriso são formas de comu-
nicação desde o nascimento. A partir 
da 4ª a 6ª semana – o bebê apresen-
ta o sorriso social, desencadeado por 
estímulos – sendo a face humana o 
principal. No 2º semestre, o bebê con-
segue distinguir pessoas familiares e 
desconhecidas, passando a sorrir ape-
nas para aquelas. Além disso, pode 
haver medo e recusa do estranho. 
Já a linguagem é expressa pela mími-
ca facial nos primeiros meses de vida, 
especialmente o choro. Entre o 2º e o 
3º mês, começa emissão de arrulhos 
e, por volta do 6º, sons bilabiais e bal-
bucio. Entre 9 e 10 meses, já surgem 
balbucios semelhantes à linguagem 
do seu meio. No 2º semestre, surge a 
SAIBA MAIS
Aos 9 meses, um marco importante é a conquista da permanência do objeto: ou seja, o bebê 
sabe que o objeto está lá mesmo quando não pode ser visto. Isso gera mudanças profundas 
emocionais, dificultando separações.
8DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
linguagem gestual, resultante da sig-
nificação dada por adultos que con-
vivem com o bebê. É comum apontar 
e obedecer a comandos verbais sim-
ples (bater palmas e acenar). Aos 12 
meses, surgem as primeiras palavras 
e, aos 18, se iniciam frases simples. A 
partir desse momento, o repertório lin-
guístico vai aumentando exponencial-
mente. Também a partir daí a criança 
passa a ter linguagem em dois turnos, 
ou seja, ela emite a mensagem e es-
pera a resposta do interlocutor para 
então tornar a emitir outra mensagem.
SE LIGA! O choro é excessivo quando 
dura por mais de 3 horas/dia, mais de 3 
dias por semana e por mais de uma se-
mana. Persistindo por mais 3 a 5 meses, 
pode indicar abuso infantil, problemas 
de comportamento com crianças mais 
velhas, diminuição da amamentação e 
depressão pós-parto.
Na fase pré-escolar, as crianças pas-
sam pela separação emocional dos 
pais e maior inserção na sociedade. O 
córtex cerebral nessa fase passa por 
um aumento da sua área, redução da 
sua espessura e alteração do volu-
me. É um momento de crescimento 
e expansão cerebral que antecede a 
“poda neuro-
nal” subse-
quente.
O desenvol-
vimento da 
l i n g u a g e m 
ocorre de ma-
neira exponencial entre 2 e 5 anos de 
idade. O vocabulário, antes de 50 a 100 
palavras, se expande para até 2000 
palavras. Paralelamente, a estrutura e 
complexidade das frases aumentam 
e passam a incorporar todos os com-
ponentes gramaticais. Aos 4 anos, as 
crianças já usam verbo no passado e, 
aos 5, verbos no futuro.
Existe, inclusive, uma regrinha para 
guiar a avaliação do desenvolvimen-
to da linguagem: entre 2 e 5 anos, as 
frases terão tipicamente um número 
de palavras igual à idade da criança. 
A aquisição da linguagem responde a 
estímulos ambientais. É interessante 
que pais conversem bastante com as 
crianças, leiam para elas e reforcem 
o nome dos objetos. Atrasos na lin-
guagem podem significar indícios de 
deficiência intelectual, Transtorno do 
Espectro Autista ou maus tratos.
4. PRINCIPAIS MARCOS 
DO DESENVOLVIMENTO
Vamos agora pontuar os principais 
marcos do desenvolvimento de cada 
idade, que devem ser observados 
nas consultas de rotina e, a partir daí, 
prosseguir para como avaliar o desen-
vo lv im e n to 
da criança. É 
impor tante 
ressaltar que 
esses marcos 
podem va-
9DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
riar ocasionalmente em cada criança, 
sendo necessário avaliá-las individu-
almente.
15 dias
Entre 1 e 2 meses: predomina tônus 
flexor, há assimetria postural e preen-
são reflexa;
REFLEXOS
Apoio plantar
Sucção 
Preensão palmar
 
Desaparecem até o 6º mês. 
Preensão palmar e plantar: a pri-
meira se caracteriza pela flexão dos 
dedos à pressão na palma da mão; o 
segundo é similar, com a flexão dos 
dedos após pressão na base dos ar-
telhos. Este último é o que dura mais 
tempo, podendo ir até os 10 a 11 me-
ses de vida.
Figura 2: Preensão palmar. Fonte: Reflexos Primitivos, 
Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, disponível 
em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-
-conteudo-didatico/exame-neurologico/reflexos-primiti-
vos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
Figura 3: Preensão Plantar. Fonte: Reflexos Primitivos, 
Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, disponível 
em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-
-conteudo-didatico/exame-neurologico/reflexos-primiti-
vos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
Reflexo da sucção: é desencadeado 
pela estimulação dos lábios, gerando 
sucção vigorosa, e sua ausência sig-
nifica disfunção neurológica grave. O 
reflexo da busca, estimulado por co-
locação dosdedos nas comissuras 
labiais da criança (criança rotaciona 
a cabeça como se buscasse pelo ali-
mento), desaparece mais precoce-
mente – aos 2 meses.
10DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Figura 4: Sucção reflexa. Fonte: Reflexos Primitivos, 
Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, disponível 
em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-
-conteudo-didatico/exame-neurologico/reflexos-primiti-
vos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
Preensão dos artelhos: desaparece 
até o 11º mês.
Reflexo cutâneo-plantar: caracte-
rizado pela extensão do hálux após 
estímulo na lateral do pé. Ocorre até 
o 13º mês, a partir do qual a respos-
ta a esse estímulo deve ser a flexão 
– sendo a extensão considerada pa-
tológica.
Reflexo de Moro: realiza-se uma 
queda súbita da cabeça da criança, 
amparada pela mão do examinador. 
Isso desencadeia extensão e abdu-
ção dos membros superiores, segui-
das de choro. Deve ser sempre simé-
trico. É incompleto até o 3º mês e não 
deve existir após os 6 meses;
Figura 5: Reflexo de Moro. Fonte: Reflexos Primitivos, 
Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, disponível 
em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-
-conteudo-didatico/exame-neurologico/reflexos-primiti-
vos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
Reflexo tônico-cervical (do Esgri-
mista): rotação da cabeça para um 
lado, com extensão dos membros do 
lado contralateral e flexão dos mem-
bros do lado ipsilateral. Exame reali-
zado bilateralmente e deve ser simé-
trico. Desaparece até os 3 a 4 meses 
de vida.
Figura 6: Reflexo tônico cervical. Fonte: Reflexos 
Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, 
disponível em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neu-
ropediatria-conteudo-didatico/exame-neurologico/refle-
xos-primitivos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
11DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Reflexo da Marcha: o bebê inclina o 
tronco após apoio plantar. As pernas 
se cruzam uma à frente da outra. Pre-
sente até os 2 meses de vida.
Figura 7: Reflexo da Marcha. Fonte: Reflexos Pri-
mitivos, Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, 
disponível em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neu-
ropediatria-conteudo-didatico/exame-neurologico/refle-
xos-primitivos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
Reflexo de Colocação (Placing): 
desencadeado pelo estímulo tátil do 
dorso do pé, segurando o bebê pelas 
axilas. O pé irá se elevar como se esti-
vesse subindo uma escada. Também 
dura até os dois meses de vida. 
Figura 8: Reflexo da Colocação. Fonte: Reflexos 
Primitivos, Faculdade Ciências Médicas da Unicamp, 
disponível em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neu-
ropediatria-conteudo-didatico/exame-neurologico/refle-
xos-primitivos>. Ultimo acesso em: 12. dez 2019.
1° MÊS
Entre 1 e 2 meses: melhor percep-
ção de um rosto, medido com base na 
distância entre bebê e seio materno.
2 MESES
• 2-3 meses: sorriso social.
• 3 meses: adquire noção de profun-
didade.
• 2-4 meses: fica de bruços, levan-
ta a cabeça e ombros na posição 
prona.
• Em torno dos 2 meses: ampliação 
do campo visual. Bebê visualiza e 
segue objetos com o olhar, ultra-
passando a linha média. Observa 
rosto, vocaliza (sons diferentes do 
choro), reage a estímulos sonoros.
4 MESES
• Aos 4: preensão voluntária das 
mãos – agarra objetos colocados 
em sua mão. Observa sua própria 
mão, segue com o olhar até 180º, 
grita, senta-se com apoio e sus-
tenta a cabeça.
• 4-6 meses: volta a cabeça em di-
reção a estímulo sonoro.
6 MESES
• Aos 6 meses: começa a ter noções 
de “permanência do objeto”, pro-
cura objetos fora do alcance. 
12DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
• Tenta alcançar um brinquedo, vol-
ta-se para o som, rola no leito e ini-
cia interações.
• A partir do 7º: senta-se sem apoio.
• 6-9 meses: arrasta-se, engatinha.
• 6-8 meses: apresenta reações a 
pessoas estranhas.
9 MESES
• Aos 9 meses: transmite objetos de 
uma mão para outra, pinça pole-
gar-dedo, balbucia, estranhamen-
to (prefere pessoas do seu conví-
vio), brinca de esconde-achou.
• Em torno dos 10: fica em pé sem 
apoio.
• 9-12 meses: engatinha ou anda 
com apoio.
12 MESES
• 12-18 meses: bebê anda sozinho.
• Em torno de 1 ano: acuidade visual 
de adulto. 
• Bate palmas, acena, combina síla-
bas, faz pinça completa (polpa-pol-
pa), segura o copo ou mamadeira.
15 MESES
• 15 meses: primeiras palavras, pri-
meiros passos, é ativa e curiosa.
18 MESES
• 18 meses: anda, rabisca, obedece 
a ordens, nomeia objetos.
• 18-24 meses: bebê corre e sobe 
degraus baixos.
2 ANOS
• 2-3 anos: diz próprio nome e no-
meia objetos como sua posse;
• Aprox. 2 anos: reconhece-se no 
espelho, brinca de faz de conta 
(deve ser estimulado, pois auxilia 
no desenvolvimento cognitivo e 
emocional), sobe escadas, corre, 
formula frases simples (“dá água”, 
“quer papar”), retira peça de roupa, 
tenta impor sua vontade;
• 2-3 anos: pais devem começar a 
gradualmente retirar as fraldas e 
ensinar a usar o penico;
13DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
4 A 6 ANOS
• 3-4 anos: veste-se com auxílio.
• 4-5 anos: conta ou inventa histó-
rias.
• Comportamento é egocêntrico. 
Com o passar do tempo, passa a 
considerar outras crianças.
• A partir dos 6 anos: passa a pen-
sar com lógica, embora seja predo-
minantemente concreta. Memória 
e habilidade linguística aumentam. 
Ganhos cognitivos aumentam capa-
cidade de tirar proveito da educação 
formal. Autoimagem se desenvolve 
e passa a impactar na autoestima. 
Amigos assumem importância fun-
damental e criança passa a enten-
der constância de gênero (segrega-
ção de gênero é comum).
7 ANOS
• A partir dos 7: começa a desenvol-
ver julgamento global de autovalor, 
sedimentando algumas ideias so-
bre o que ela é e como deve ser. A 
influência dos pares assume maior 
importância e a dos pais diminui.
10 ANOS
• A partir dos 10, ocorrem mudan-
ças relacionadas à puberdade e há 
um estirão no crescimento – nas 
meninas, em torno dos 11 anos; 
nos meninos, em torno dos 13.
5. COMO AVALIAR O 
DESENVOLVIMENTO?
Primeiramente, quantas consultas 
são preconizadas? O Ministério da 
Saúde recomenda sete consultas de 
rotina no primeiro ano de vida, duas 
no segundo ano de vida e, a partir de 
então, uma consulta anual, próxima 
ao mês de aniversário. Veja a distri-
buição das consultas a seguir:
PRIMEIRO 
ANO
7 consultas: na 1ª semana, no 1º 
mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês, 
12º mês.
SEGUNDO 
ANO
2 consultas: no 18º mês e 24º mês.
A PARTIR DE 
2 ANOS
Consultas anuais próximas ao mês 
de aniversário
Tabela 2: Quantidade de consultas de rotina conforme 
faixa etária.
Quanto aos marcos, o Ministério da 
Saúde (MS) disponibiliza uma planilha 
que deve ser utilizada como guia para 
a avaliação do desenvolvimento de 
crianças até os 3 anos. Essa planilha é 
preenchida a cada consulta e, a partir 
dela, podemos definir se o desenvol-
vimento da criança está adequado.
14DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Figura 9: Marcos do desenvolvimento infantil. Tabela disponível na Caderneta de Saúde da Criança. Fonte: Ministério da Saúde, 2013.
15DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Figura 10: Marcos do desenvolvimento infantil. Tabela disponível na Caderneta de Saúde da Criança. Fonte: Ministério da Saúde, 2013.
16DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Membros fletidos Observa rostos Sorriso social
Mãos fechadas
Eleva cabeça 
e ombros na 
posição prona
Reage a sons
Emite sons 
guturais
Segue objetos 
com olhar
CorreSobe escadas
Obedece ordens
Formula frases 
simples
Anda para trás
Retira uma 
vestimenta
Fala 10 palavras
Sorri 
Nomeia objetos
Demonstra 
vontade
Rabisca
Senta com apoio
Inicia uma 
interação
Grita
Volta-se para 
o som
Agarra objetos 
com a mão
Procura objetos 
fora do alcance
Segue com 
olhar até 180°
Rola no leito
Observa a 
própria mão
Leva objetos 
à boca
Sustenta 
a cabeça
Lalação 
É ativa e curiosa
Anda sem apoio
Balbucia
Engatinha Pinça completa (polpa-polpa) Junta sílabas
Troca objetos 
de mãos
Bate palmas 
e acena
Segura copo/
mamadeira
Faz torre de 
3 cubos
Fica em pé semapoio
Pinça 
polegar-dedo
Brinca de 
esconde-achou
Primeiras 
palavras
24 MESES
< 1 MÊS 2 MESES
18 MESES
15 MESES 12 MESES 9 MESES
6 MESES
4 MESES
MAPA MENTAL: MARCOS DO DESENVOLVIMENTO
17DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
6. ATRASOS DE 
DESENVOLVIMENTO
Se todos os marcos para a respecti-
va faixa etária estão presentes, esta-
mos diante de um desenvolvimento 
adequado. Devemos elogiar a mãe 
ou cuidador, orientá-lo(a) a continuar 
estimulando a criança, informá-lo(a) 
sobre sinais de alerta e orientar retor-
no para acompanhamento conforme 
rotina do serviço.
Se todos os marcos estão presentes, 
mas há 1 ou mais fatores de risco, 
trata-se de um desenvolvimento 
adequado com fator de risco. De-
vemos informar a mãe ou cuidador 
sobre sinais de alerta – na presença 
de algum sinal, a criança deverá ser 
reavaliada em 30 dias.
Se há ausência de um ou mais mar-
cos para a faixa etária, trata-se de 
alerta para desenvolvimento e de-
vemos orientar a mãe ou cuidador so-
bre estimulação da criança e marcar 
retorno em 30 dias. 
Se o perímetro cefálico for <-2 esco-
res z ou >+2 escores z; ou se houver 
presença de 3 ou mais alterações 
fenotípicas; ou ausência de 2 ou 
mais marcos para a faixa etária an-
terior, trata-se de provável atraso de 
desenvolvimento e devemos referir 
a criança para avaliação neuropsico-
motora. 
Segue um fluxograma sobre atrasos 
no desenvolvimento:
18DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Orientar mãe ou 
cuidador sobre 
estimulação da 
criança e marcar 
retorno em 30 dias
Perímetro cefálico <-2 escores z ou 
>+2 escores z; ou presença de 3 
ou mais alterações fenotípicas; ou 
ausência de 2 ou mais marcos para a 
faixa etária anterior,
Marcos do 
desenvolvimento da 
faixa etária todos 
presentes?
Não
SimProvável atraso de 
desenvolvimento
Referir para 
avaliação 
neuropsicomotora
Há fator 
de risco? Sim Não
Alerta para 
desenvolvimento
Sim
Desenvolvimento 
adequado com fator 
de risco
Não Desenvolvimento 
adequado
Elogiar cuidador, orientar a 
continuar estimulando a criança, 
informar sobre sinais de alerta e 
orientar retorno conforme rotina
Fluxograma 2: Atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor
19DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4. Ed. Barueri, SP: Manole, 2017.
NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 20ª 
Edição. Elsevier. 2017.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saú-
de da criança: crescimento e desenvolvimento. Cadernos de Atenção Básica, nº 33. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2012.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Pediatria do Crescimento e 
Desenvolvimento. Caderneta de Saúde da Criança Instrumento e Promoção do Desenvolvi-
mento: como avaliar e intervir em crianças. 2017.
Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança: Menino. 12ª edição. Brasília> 2019.
Reflexos Primitivos. Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Disponível em: < https://
www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/exame-neurologico/reflexos-
-primitivos>. Acesso em: 12 de dez. de 2019. 
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-o-bebe/teste-da-
-orelhinha/. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
20DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

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