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AULA 5-ELETROCIRURGIA

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1 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
ELETROCIRURGIA 
CASO CLÍNICO: Neonato de 11 dias, prematuro, com 2 kg, com 
diagnóstico de abdome agudo obstrutivo. Foi indicada laparotomia 
exploradora em caráter de urgência, que foi feita com anestesia 
geral. O paciente foi monitorado com cardioscópio, oxímetro de 
pulso, pressão arterial não invasiva e analisador de gases durante o 
período intraoperatório. Foi usada a eletrocirurgia na modalidade 
monopolar com a placa dispersiva reusável, que foi colocada na 
região plantar esquerda pelo cirurgião responsável. No fim do 
procedimento cirúrgico, após a retirada dos campos, constatou-se a 
presença de uma queimadura de terceiro grau no sítio da placa 
dispersiva. 
DEFINIÇÃO: Eletrocirurgia é um termo usado para descrever múltiplas modalidades que usam eletricidade para 
causar destruição térmica do tecido através da desidratação, coagulação ou vaporização. Os dois tipos de 
eletrocirurgia mais comumente utilizados são eletrocirurgia de alta frequência e eletrocautério.A eletrocirurgia de 
alta frequência refere-se a métodos diferentes: 
o Eletrocoagulação (oclusão dos vasos), 
o Eletrodissecação (separação tecidual) 
o Eletrofulguração (coagulação superficial). 
Estes métodos envolvem corrente alternada de alta frequência, que é convertida em calor por resistência à medida 
que este passa através do tecido. 
1. A corrente elétrica é produzida por um gerador. 
2. Chega ao corpo do paciente através de um eletrodo ativo que agirá 
no tecido biológico alvo. 
3. A corrente elétrica sai através do eletrodo neutro. 
 
 
 
Aplicação controlada de corrente elétrica no corpo humano com a finalidade de corte de tecidos e hemostasia de 
vasos sanguíneos. Transforma corrente elétrica comum (baixa frequência -60 Hz) em corrente elétrica de ALTA 
FREQUÊNCIA ( ›100.000 Hz= ondas de radio). 
EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA 
A passagem da corrente elétrica por um tecido biológico gera calor. A quantidade de calor (Q) gerado depende da 
intensidade (I) da corrente elétrica, da resistência (R) do tecido pelo qual a corrente passa e o tempo (t) que dura 
o fluxo da corrente elétrica. 
Q = I2 x R x t 
Q é medido em Joules e 1J = 0,239cal 
- INTENSIDADE(corrente)= Fluxo de elétrons(ampéres) 
- VOLTAGEM= Força que movimenta os elétrons de um átomo para 
outro (volts). 
- RESISTÊNCIA= Oposição ao fluxo de corrente-elétrons(ohms). 
 
2 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
Quando a corrente elétrica encontra a resistência do tecido biológico, ela se transforma em calor. Através do calor 
produzido é que serão definidos os efeitos terapêuticos, que podem ser de corte ou a coagulação. 
EFEITOS TERAPÊUTICOS: 
o COAGULAÇÃO: Se o aquecimento for lento e fraco, o calor produzido dentro da célula irá provocar a 
evaporação de água e a diminuição do volume celular, constituindo o efeito terapêutico da coagulação. 
o CORTE: Quando o aquecimento acontece de forma rápida e com vigor, ocorrerá a explosão da membrana 
celular, com evaporação do conteúdo intracelular, constituindo desta forma o efeito terapêutico de corte. 
OBJETIVOS/ MODALIDADES 
o CORTE / DISSECÇÃO: Separação tecidual, consiste na secção (corte) dos tecidos. Há o aquecimento dos 
fluidos celulares de 37º a 100º se fazendo de forma tão rápida que a pressão do vapor resultante leva à 
explosão das membranas celulares. 
o FULGURAÇÃO: Coagulação superficial, sendo indicado para remoção de proliferações celulares cutâneas e 
remoção de manchas. Faísca elétrica sobre a lesão que, fulgurada, morre e é eliminada em alguns dias. 
o HEMOSTASIA: Processo no qual se impede, detém ou previne o sangramento. Realizada no decorrer da 
intervenção cirúrgica. 
MODOS DE OPERAÇÃO: 
- MONOPOLAR: a corrente chega 
por um eletrodo ativo (lápis) e regressa 
por um eletrodo de retorno (placa) 
- BIPOLAR: a corrente chega e sai 
por um mesmo eletrodo (pinça ou 
tesoura) 
 
 
1. MONOPOLAR: Na técnica monopolar de cirurgia de alta frequência o 
cirurgião aplica a corrente elétrica nos tecidos através de uma pinça (eletrodo 
denominado ativo), a energia irá entrar no corpo do paciente podendo ser 
usado para corte do tecido e ou coagulação. A corrente chega ao tecido a ser 
cortado ou coagulado através do eletrodo ativo, saindo dos tecidos biológicos 
através da placa neutra (eletrodo dispersivo). A placa é fixada no corpo do 
paciente. A eletrocirurgia monopolar é bem utilizada por conta da sua 
versatilidade e eficácia. Mas é menos segura que a Bipolar. 
2. BIPOLAR: Neste método a eletrocirurgia, trabalha com 
tensões mais baixas empregando menos energia. Este sistema faz 
que o Bisturi Elétrico, tenha sua capacidade limitada para cortar e 
coagular grandes áreas de sangramento, excetuando os dispositivos 
concebidos para funcionar em fluídos. Neste formato, diminui-se significativamente o risco de 
queimaduras no paciente. A corrente elétrica irá se mover pelo tecido através das pinças. Isso porque o 
caminho da corrente elétrica é confinado ao tecido entre os dois eletrodos, eliminando também o risco de 
desvio de corrente. 
ORIENTAÇÕES PARA USO DA PLACA: 
 
3 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
A. TIPO 
o Eletrodo (placa)dispersível. 
Descartável(adesiva) 
o Eletrodo (placa) dispersível. 
Reutilizável(metal) 
 
 
 
 
 
A placa deve ter tamanho suficiente para manter ampla área de dispersão da eletricidade, de forma a não causar 
danos aos tecidos. 
A superfície varia de 60 cm2 para crianças e acima de 170-180 cm2 para adultos. A potência de saída é limitada a: 
150W para crianças e 400 W adultos. 
Usar gel ou pastas para aumentar o contato da placa com a pele e reduzir a resistência oferecida por ela. A placa 
deve estar completamente aderida ou fluidos de qualquer natureza se acumulam entre a placa e a pele, a 
superfície total de dispersão se torna menor, oferece maiores riscos. 
B. LOCAL: O mais próximo do sítio cirúrgico; Área muscular e com boa 
perfusão; 
Ausência: 
- Pelos, 
- Lesões, 
- Tatuagens, 
- Umidade, 
- Eletrodos do ECG, 
- Outros equipamentos: oxímetro, marca 
passo, outros. 
CONSEQUÊNCIAS: interferência com os aparelhos de monitorização como marcapassos, dispositivos cardíacos, 
probes de oxímetro de pulso, sensores de temperatura, eletrodos de estimulação cerebral profunda, queimaduras. 
Estimulação de tecidos excitáveis, movimento das pernas durante cirurgia ou estimulação direta da musculatura, 
que provoca contrações musculares que podem ser mal interpretadas como anestesia inadequada. Combustão 
devido à presença de gases anestésicos e antissépticos. Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. 
- DEVIDO AO LOCAL: Está diretamente relacionado à intensidade da corrente. Placa colocada próximo 
ao campo operatório, menor quantidade de energia é perdida no circuito e menor densidade de 
corrente é necessária para alcançar os efeitos desejados nos tecidos. Placa colocada mais distante, 
maior quantidade de energia será perdida, devido à resistência do corpo, o que exige maiores 
densidades, com a possibilidade de acarretar maiores riscos de lesões no paciente. 
- DEVIDO AO POSICIONAMENTO: O contato com objetos metálicos do paciente ou da mesa e com 
eletrodos de monitoramento, pode concentrar a corrente ou acarretar sua fuga e provocar lesões. 
Devem-se usar dispositivos isolantes na mesa e nos apoios de braços e pernas, para evitar fuga da 
corrente através de áreas metálicas. 
- DEVIDO AO TEMPO DE EXPOSIÇÃO: O tempo de exposição (t) à corrente elétrica tem papel importante 
na extensão dos efeitos de sua passagem pelo corpo humano. A duração da exposição à corrente está 
diretamente relacionada ao calor produzido no tecido. Quanto maior o tempo de exposição à 
corrente, maiores os efeitos e os riscos de lesões, pelo maior potencial de propagação do calor para 
 
4 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
tecidos adjacentes. Portanto uma ativação muito longairá produzir danos teciduais mais amplos e 
profundos. 
- DEVIDO À RESISTÊNCIA AOS TECIDOS: Quanto maior a resistência do tecido-alvo (R) à corrente 
elétrica, maior a quantidade de calor produzido. Pois maior é a voltagem necessária para a corrente 
passar. Os corpos que oferecem menor resistência são os condutores como metais, o solo, as soluções 
iônicas e o corpo humano. A resistência específica do tecido depende do tipo de tecido em questão, 
da umidade e da espessura da pele, da presença de protuberâncias ósseas e da vascularização. Vários 
tipos de tecidos apresentam diferentes resistências elétricas que afetam a velocidade de aquecimento. 
Os tecidos adiposo e ósseo apresentam resistência superior à pele, ao tecido muscular e às áreas bem 
vascularizadas. Isso é importante na escolha do local para se colocar a placa dispersiva, pois se deve 
dar preferência a áreas com tecidos mais vascularizados e com mais musculatura, evitar áreas de 
gordura, proeminências ósseas e pele espessa. 
Materiais condutores (baixa resistência): parte metálica da mesa cirúrgica e adornos metálicos no 
paciente, podem oferecer um caminho opcional para a saída da corrente elétrica do corpo do paciente. 
RISCOS E PREVENÇÃO (COMBUSTÃO E QUEIMADURAS) 
o UMIDADE E GASES: Atenção para momento da antissepsia; Eliminação de urina, fezes, vômitos, 
medicações(soros); Uso de O2 e gases anestésicos 
o CUIDADOS: Compressas secas entre braços, tronco ou pernas, para evitar concentração de corrente nas 
áreas com acúmulo de fluidos. Evitar uso do monopolar em cirurgias próximas ao uso de gases anestésicos 
ou antissépticos(álcool). 
PRECAUÇÕES GERAIS: 
o Conhecimento da equipe sobre os princípios 
da eletrocirurgia. 
o Posicionamento do paciente. 
o Preparo da pele e do local. 
o Escolha do modulo de uso: monopolar ou 
bipolar. 
o Escolha e posição da placa. 
o Atenção para intensidade e voltagem 
elétrica. 
o Cuidados com outros eletrodos e 
equipamentos: marcapasso/cardiologista, 
desfibrilador. 
o Manutenção preventiva da UEC(unidade de 
eletrocirurgia). 
o Dispositivos: tomadas, fiação. 
o Vazamento e uso de gases. 
CASO CLÍNICO 2: Paciente de 30 anos, masculino, classificado como ASA II, devido ao tabagismo e com 
história prévia de litíase ureteral. Havia sido submetido à implantação de cateter duplo J alguns meses antes e foi 
programada sua retirada por via endoscópica. Após monitorização padrão, foi feita anestesia subaracnóidea por 
residente do primeiro ano, com supervisão. O nível sensitivo obtido foi em T10 e o paciente foi colocado em posição 
de litotomia. Entretanto, devido à longa permanência do cateter, não foi possível a sua retirada conforme 
programado pela equipe cirúrgica e houve a necessidade de abordagem abdominal através de incisão suprapúbica. 
O paciente foi então reposicionado em decúbito dorsal horizontal na mesa cirúrgica. 
Foi usada a eletrocirurgia na modalidade monopolar, com a placa 
dispersiva descartável colocada no dorso do paciente. No 
intraoperatório, queixou-se de dor no flanco esquerdo que não foi 
investigada pelo residente de anestesiologia. O paciente foi levado para 
a sala de recuperação pós-anestésica e recebeu alta hospitalar no dia 
seguinte, sem queixas relatadas na documentação hospitalar. Um mês 
 
5 
RESUMO FEITO POR 
SARA ESPELHO STORCH 
após o ocorrido, compareceu ao Ambulatório de Anestesiologia para consulta para procedimento urológico 
complementar e durante a anamnese relatou a ocorrência de queimadura em flanco esquerdo, durante o 
procedimento anteriormente citado. Ao se analisar o formato da lesão havia a coincidência com os metais de 
contato da mesa cirúrgica 
ARTIGO: A eletricidade tem três princípios básicos: 1) Sempre segue o caminho de menor resistência; 2) Sempre 
procura retornar para um reservatório de elétrons, tais como o solo; e 3) Sempre deve existir um circuito completo. 
os. Na sala de cirurgia o circuito é composto pela unidade eletrocirúrgica, pelo paciente e pelos eletrodos ativo e o 
de retorno. O princípio da eletrocirurgia baseia-se na passagem de uma corrente elétrica de alta frequência pelos 
tecidos-alvo para obter um efeito clínico desejado. A voltagem é fornecida pelo gerador, que a partir da energia 
elétrica alternada comum, de baixa frequência (60 Hz), gera correntes elétricas de altíssimas frequências (0,4 a 3 
MHz) e voltagens elevadas (400 a 500 V). A corrente, liberada através de um eletrodo ativo, percorre o corpo do 
paciente, cujos tecidos determinam a resistência (impedância) ao fluxo de corrente. No fim do circuito a corrente 
sai através de um eletrodo neutro, que é a placa de dispersão ou eletrodo neutro, e retorna à unidade eletrocirúrgica 
forma um circuito isolado, sem necessidade de aterramento. 
No caso n◦ 1 a placa, além de ser inadequada, foi colocada em uma região com grande resistência e que oferece a 
passagem da corrente elétrica, como é a região plantar, pois além de a pele ser mais espessa há facilmente o 
contato com proeminências ósseas. A resistência também é importante para o entendimento do caso n◦ 2. Os 
materiais condutores, ou seja, de baixa resistência, como a parte metálica da mesa cirúrgica, além de adornos 
metálicos no paciente, podem oferecer um caminho opcional para a saída da corrente elétrica do corpo do paciente. 
No caso n◦ 2 o corpo do paciente ficou em contato com o metal da mesa cirúrgica, que se tornou um caminho 
opcional para a saída da corrente elétrica e resultou em grande aquecimento e queimadura. Esse mesmo 
mecanismo explica os casos de queimaduras que surgem em pacientes com adornos metálicos, com eletrodos de 
eletrocardiograma e de eletroencefalograma e outros equipamentos de monitoramento interno que usam agulhas. 
No caso clínico n◦ 2, as superfícies metálicas da mesa em contato com a pele do paciente funcionaram como vias 
opcionais para a passagem da corrente elétrica.

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