Buscar

modelo de peça ação de usucapiao especial rural

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

4
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE LONDRINA - PR
João, brasileiro, agricultor, regularmente inscrito no CPF/MF sob nº XXXXXXXXXX e RG sob nº XXXXXX, e Marcos, brasileiro, agricultor, regularmente inscrito no CPF/MF sob nº XXXXXXXXXX e RG sob nº XXXXXX, ambos residentes e domiciliado à Rua das Bromélias, 100, Londrina, PR, vivendo sob o regime de união estável Homoafetiva, por seu advogado devidamente constituído, pelo instrumento de mandato anexo, com escritório à Alameda Guarani, 1061, Vinhedo, SP, endereço eletrônico: contato@universodasmarcas.com.br, Vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 941 a 945, do Código de Processo Civil e artigo 1.238 do Código Civil, propor a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL
em face de Julião, portador da cédula de identidade RG nº XXXXXX, e inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX , casado com Ruth, portadora da cédula de identidade RG nº XXXXXX, e inscrita no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, ambos, residentes e domiciliados na Rua XXXXX, nº XXXX, bairro XXXXXXX, CEP.: XXXXXX, Cidade/XX, CEP.: XXXXXXX, pelos motivos de fatos e direitos a seguir expostos:
DOS FATOS
A localização do imóvel usucapindo fica na Rua das Bromélias, 100, cidade de Londrina, PR, sendo que o mesmo é composto de terreno de X hectares e área construída de X metros. O respectivo imóvel faz divisa com a Fazenda da Paz, cujo proprietário é pessoa Jurídica denominada Fazenda da Paz Ltda., e também com uma propriedade rural pertencente aos cônjuges Francisco e Rosa.
O imóvel está inscrito no X Cartório de Registro de Imóveis de Cidade de londrina, PR em nome de JULIÃO e RUTH,, não constando transcrição alguma, conforme comprova a certidão negativa em anexo.(DOC 01)
O Requerente possui mansa e pacificamente o imóvel por mais de 9 anos, sem que houvesse interrupção, nem oposição.
Entretanto, o requerente não possui título de domínio do mesmo, e quer através da presente ação de usucapião, respeitando-se os termos do artigo 1.238 do Código Civil pátrio.
Como já mencionado, há nove anos, os requerentes, conviventes em união estável homoafetiva, tomaram posse de um pequeno imóvel rural e com o passar dos anos, como não possuem nenhum outro imóvel, construíram uma casa no terreno e passaram a tirar da terra o sustento da família, nunca tendo aparecido qualquer pessoa para reclamar a propriedade do referido imóvel.
Desde o inicio da posse, os requerentes quitavam os carnês de IPTU, deixados na propriedade pela prefeitura, bem como conta de luz, de água, de despesas pessoais como roupas e despesas necessários como mantimentos.
Atualmente por se encontrar bastante enfermo, o requerente JOÃO se obrigou a regularizar a situação do terreno, hoje não mais terreno, mas sim um imóvel, vale ressaltar que a doença foi o principal motivador, pois face a doença, vem precisando de uso contínuo de medicação e de auxílio médico e que por se tratar de um imóvel rural, é adequado mencionar que somente na zona urbana que se encontra médico, bem como clínicas, postos de saúde e hospitais, dificultando seu acesso.
Face a essa situação de vulnerabilidade em que infelizmente é acometido, pretende o requerente, com amparo jurídico e de forma pacífica ser de fato reconhecido como proprietário do imóvel em conjunto com o seu companheiro.
DO DIREITO
Os Autores satisfazem os requisitos do artigo 1242 do Código Civil, de Usucapião Ordinário, pois possuem de forma continua e incontestada o imóvel, pois nele foi construído residência familiar, o que caracteriza que exercem a posse de forma pacifica e continua, bem como os comprovantes de pagamentos dos IPTUs comprobatórios no justo período de nove anos.
Vale ressaltar que a posse qualificada ad usucapionem para que seja configurada a usucapião, é necessário que o possuidor esteja na propriedade com a intenção de ser o dono dela (animus domini). Além disso, essa posse deve ser mansa e pacífica, ou seja, sem que o proprietário tenha manifestado interesse em reaver a posse do bem. Por fim, essa posse, necessariamente, terá de ser contínua, sem interrupção, não sendo admitida em intervalos para a configuração desse requisito. Após essa breve descrição é notória que a situação do Requerente se enquadra de forma legal.
O animus domini dos requerentes reside nas benfeitorias que fizeram no imóvel, a construção da casa no referido imóvel, bem como o pagamento em dia de faturas de água, luz e tributos, o que comprova o comprometimento com este, em virtude do direito real adquirido, conforme artigo 201 do Código Civil.
A usucapião rural, também chamada de usucapião pró-labore, está prevista nos arts. 191, caput, da CF/88 e o art. 1.239, do CC/02, que assim dispõe:
 Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Nossos tribunais, assim tem entendido sobre os requisitos do usucapião rural:
-Tribunal de Justiça de Pernambuco TJ-PE - Apelação : APL 0002485-07.2015.8.17.0710 PE
Data da publicação: 12/06/2019
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO POR AUSÊNCIA DE DOCUMENTO INDISPENSÁVEL AO JULGAMENTO DA LIDE. CERTIDÕES VARAS CÍVEIS. INFORMAÇÃO SOBRE AÇÕES POSSESSÓRIAS QUE ENVOLVAM AS MESMAS PARTES DESTE PROCESSO. PETIÇÃO INICIAL NÃO SE CONSTATA A AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 319 E 320 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSO PROVIDO. À UNANIMIDADE. A rigor, não há determinação legal no sentido de exigir a parte autora para juntada de certidões cíveis das ações envolvendo as partes na presente ação, vez que tal requisito não se encontra presente na Lei processual.A usucapião rural, também denominado pro labore, tem como requisitos a posse como sua por 5 (cinco) anos ininterruptos e sem oposição, de área rural não superior a cinquenta hectares, desde que já não seja possuidor de qualquer outro imóvel, seja este rural ou urbano. Ainda apresenta como requisito o dever de tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.Com efeito, cabe à parte autora trazer aos autos provas dos requisitos necessários ao deferimento da usucapião, dentre elas a posse mansa, pacífica e ininterrupta pelo lapso temporal necessário, podendo para tanto se utilizar de todos os meios de prova reconhecidos pela Lei processual, que não exige apresentação específica das certidões mencionadas pelo recorrente.A ação já perdura mais de três anos, inclusive a certidão que não foi providenciada a tempo é da própria vara que a presente ação tramita, assim, não caberia o indeferimento com referência ao artigo 321 do CPC, uma vez que não demonstrada a ausência dos requisitos dos artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil. Recurso provido à unanimidade.
- TJ-RS - AC: 70080638570 RS, Relator: Glênio José Wasserstein Hekman
Data da publicação: 11/04/2019
APELAÇÃO. AÇÃO DE USUCAPIÃO. ART. 1.239 DO CC. ÁREA INFERIOR AO MÓDULO RURAL. PRESENÇA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO. INTERESSE PROCESSUAL E POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. SENTENÇA REFORMADA. APLICAÇÃO DO ART. 1.013, § 3º, do CPC/2015. PREENCHIDOS OS REQUISITOS DA USUCAPIÃO NA MODALIDADE ESPECIAL URBANA. I. O feito encontra-se apto ao julgamento na forma do artigo 1.013, § 3º, do CPC/2015. Observados os princípios processuais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. II. Não se pode negar à parte o direito de buscar o Poder Judiciário para declarar sua eventual propriedade sobre bem imóvel descrito na inicial, reputando-se legítima a escolha da via da ação de usucapião para alcançar a declaração de domínio. No caso, o imóvel está localizado dentro do todo maior, possuindo dimensão menor que o módulo rural da região. Existência de jurisprudência que ampara a pretensão da autora. Precedentes jurisprudenciais. III.
Vencida a questão da limitação da área, o conjunto probatório do feito demonstra, com segurança, que a apelante preenche os requisitos necessários a declaração de domínio do imóvel descrito na inicial, na modalidade do art. 1.239 do CC. É reconhecida como proprietária da fração rural, nele residindo desde 2005. Mantém o imóvel cercado, sendo que, da... fração de terras rurais retira seu sustento e de sua família, uma vez que vive do que produz nas terras, além de possuir criação de animais. Além do mais, esse é seu único imóvel. Apelação provida. (Apelação Cível Nº 70080638570, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Glênio José Wasserstein Hekman, Julgado em 27/03/2019).
(TJ-RS - AC: 70080638570 RS, Relator: Glênio José Wasserstein Hekman, Data de Julgamento: 27/03/2019, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 11/04/2019)
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer que a ação seja julgada PROCEDENTE, concedendo aos Requerentes o domínio útil do imóvel em questão, declarando por sentença a posse e o domínio do imóvel, bem como
a) a citação dos requeridos JULIÃO e RUTH possuidores do imóvel a ser usucapido a fim de esclarecer eventuais questões que se originem no decurso processual
b) Que, nos termos do artigo 246 II do CPC, sejam citados todos os confrontantes confinantes da propriedade, a empresa Fazenda da Paz Ltda e dos Srs Francisco e Rosa, por oficial de justiça, nos termos do artigo 246 § 3º do CPC, para querendo, contestem a presente ação, oferecendo a resposta que tiverem, no prazo legal a ser fixado pelo juizo, sob pena de não o fazendo, presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados na peça exordial, conforme estabelece o artigo 218 § 1º do CPC;
c) Que sejam intimados, por via postal, os representantes da Fazenda para que manifestem eventuais interesses na causa.
d) A intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito, conforme manda o artigo 178 inciso I do CPC.
e) A procedência da presente ação, com a finalidade de ser declarada na sentença, o domínio do requerente sobre a área do imóvel, condenando-se a parte que contestar ao pagamento dos honorários advocatícios, custas e despesas processuais.
Pretendem os Requerentes provarem suas argumentações fáticas, por toda e qualquer forma de prova permitida legalmente, dando ênfase a forma documental, apresentando, desde já, os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide.
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXX 
Nestes termos pede e espera deferimento.
Vinhedo, SP
Marco Antonio Rocha Machado
OAB

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando