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07 DOS IMPEDIMENTOS AO CASAMENTO

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TEXTO 07
DOS IMPEDIMENTOS DO CASAMENTO: 
COMO VIMOS, PARA QUE O CASAMENTO TENHA EXISTÊNCIA JURÍDICA É NECESSÁRIO A PRESENÇA DE ELEMENTOS ESSENCIAIS: 
1. DIFERENÇA DE SEXO 
2. CONSENTIMENTO e 
3. CELEBRAÇÃO NA FORMA DA LEI
NOTA: FALTANDO QUALQUER DESTE ELEMENTOS O CASAMENTO, ATÉ POUCO TEMPO ERA CONSIDERADO INEXISTENTE, CONTUDO A JURISPRUDÊNCIA DOS TRIUNAIS SUPERIORES (STJ E ST) RECONHECERAM AS RELAÇÕES HOMOAFETIVAS COMO ENTIDADES FAMILIARES, AFASTANDO O PRIMEIRO DOS ELEMENTOS.
1. SISTEMÁTICA DO CÓDIGO CIVIL DE 2002: 
O CÓDIGO CIVIL DE 2002 CONSIDERA IMPEDIMENTOS OU DIRIMENTES ABSOLUTOS, OS QUE VISAM EVITAR UNIÕES QUE POSSAM, DE ALGUM MODO, AMEAÇAR A ORDEM PÚBLICA, RESULTANTES DE CIRCUNSTÂNCIAS OU FATOS IMPOSSÍVEIS DE SEREM SUPRIDOS OU SANADOS. 
OBS: AS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTOS RELATIVAMENTE DIRIMENTES DO CÓDIGO CIVIL DE 1916, COMO A FALTA DE IDADE MÍNIMA PARA CASAR E A AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO POR SEU REPRESENTANTE LEGAL, FORAM DESLOCADAS PARA O CAPÍTULO CONCERNENTE À INVALIDADE DO CASAMENTO, COMO CAUSAS DE ANULABILIDADE.
NOTA: EM REGRA, A FALTA OU INSUFICIÊNCIA DA CAPACIDADE DE CONSENTIR TORNA ANULÁVEL (CC, ART. 1.550, III E IV) OU NULO O CASAMENTO (ART. 1.548, I), DEPENDENDO DO GRAU DO DEFEITO DA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE.
2. DO IMPEDIMENTO E DA INCAPACIDADE
NÃO SE DEVE CONFUNDIR IMPEDIMENTO COM INCAPACIDADE. 
INCAPACIDADE — O INCAPAZ NÃO PODE CASAR-SE COM NENHUMA PESSOA, PORQUE HÁ UM OBSTÁCULO INTRANSPONÍVEL. É O QUE ACONTECE COM UM MENOR QUE CONTE COM 08 ANOS DE IDADE, POR EXEMPLO. 
IMPEDIMENTO — O IMPEDIDO APENAS NÃO ESTÁ LEGITIMADO A CASAR COM DETERMINADA PESSOA (EX.: ASCENDENTE COM DESCENDENTE), MAS PODE FAZÊ-LO COM OUTRA PESSOA. É PROBLEMA DE FALTA DE LEGITIMAÇÃO. 
3. FUNDAMENTO: 
OS IMPEDIMENTOS VISAM BASICAMENTE PRESERVAR:
- A EUGENIA (PUREZA DA RAÇA) E A MORAL FAMILIAR, OBSTANDO A REALIZAÇÃO DE CASAMENTOS ENTRE PARENTES CONSANGUÍNEOS, POR AFINIDADE E ADOÇÃO (CC, ART. 1.521, I A V); A MONOGAMIA (ART. 1.521, VI), NÃO PERMITINDO O CASAMENTO DE PESSOAS JÁ CASADAS; E EVITAR UNIÕES QUE TENHAM RAÍZES NO CRIME (ART. 1.521, VII).
4. ESPECIES:
SÃO 03 AS CATEGORIAS DE IMPEDIMENTOS, CONFORME REZA O ART. 1.521, I a VII:
4.1 - IMPEDIMENTOS RESULTANTES DO PARENTESCO (INCS. I a V), SE SUBDIVIDEM EM: 
A) IMPEDIMENTOS POR CONSANGUINIDADE (IMPEDIMENTUM CONSANGUINITATIS, ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES E ENTRE COLATERAIS ATÉ O TERCEIRO GRAU — INC. I E IV);
B) IMPEDIMENTO POR AFINIDADE (IMPEDIMENTUM AFFINITATIS, QUE ABRANGE OS AFINS EM LINHA RETA — INC. II); e
C) IMPEDIMENTOS POR ADOÇÃO (INC. III E V).
4.2 - IMPEDIMENTO RESULTANTE DE CASAMENTO ANTERIOR (INC. VI); e
4.3 - IMPEDIMENTO DECORRENTE DE CRIME (IMPEDIMENTUM CRIMINIS. INC. VII).
PASSEMOS AO ESTUDO DE CADA ESPÉCIE:
4.1 - IMPEDIMENTOS RESULTANTES DO PARENTESCO (CONSANGUINIDADE, AFINIDADE E ADOÇÃO) 
A) IMPEDIMENTOS POR CONSANGUINIDADE: 
Dispõe o art. 1.521 do Código Civil que não podem casar:
Art. 1.521 Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; (...)
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive.
- DO CASAMENTO ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES
A proibição do casamento de ascendentes e descendentes abrange todos os parentes em linha reta in infinitum, ou seja, sem limitação de graus. 
As relações sexuais entre os parentes por consanguinidade caracterizam o INCESTO, que sempre foi combatido, mesmo entre os povos mais primitivos. O casamento entre parentes consangüíneos próximos pode provocar o nascimento de filhos defeituosos. O impedimento revela, pois, preocupação de natureza EUGÊNICA.
Não importa, para a caracterização do impedimento, se se trata de descendente havido do matrimônio ou não. Não podem casar, efetivamente, o ascendente com o descendente, seja a relação oriunda de casamento, de união estável, de concubinato ou de encontros esporádicos.
- DO CASAMENTO ENTRE IRMÃOS. 
Os irmãos são parentes colaterais em segundo grau, porque descendem de um tronco comum, e não um do outro, e porque a contagem é feita subindo de um deles até o tronco comum (um grau) e descendo pela outra linha, até encontrar o outro irmão (mais um grau). 
NOTA: O impedimento alcança os irmãos havidos ou não de casamento, sejam unilaterais ou bilaterais (que têm o mesmo pai e a mesma mãe, também denominados germanos). Os primeiros podem ser irmãos somente por parte de mãe (uterinos) ou somente por parte do pai (consanguíneos).
- DO CASAMENTO ENTRE TIOS E SOBRINHOS 
As mesmas razões de ordem moral e biológica desaconselham também o casamento de parentes próximos, na linha colateral. A concupiscência estimulada pela proximidade constante se instalaria no ambiente familiar, provocando desvios não desejáveis e o risco de agravamento de malformações somáticas.
REGRA: Tios e sobrinhos são colaterais de terceiro grau, impedidos de casar. O impedimento já constava do Código Civil de 1916. 
CONTUDO, o Decreto-Lei n. 3.200/41 permitiu tal casamento, desde que se submetessem ao exame pré-nupcial (cuja realização, por dois médicos nomeados pelo juiz, deveria ser requerida no processo de habilitação) e o resultado lhes fosse favorável.
EXAME PRÉ-NUPCIAL
Dispõe o art. 2º do Decreto-Lei n. 3.200/41:
“Art. 2º. Os colaterais do terceiro grau que pretendem casar-se, ou seus representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspeição, para examiná-los, e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio”.
OBS.: Se houver divergência entre os médicos, deve o juiz nomear um terceiro desempatador, salvo se, como peritus peritorum, entenda haver elementos nos laudos apresentados que o autorizam a acolher um deles. Poderá ainda o juiz optar por nomear nova junta médica, para a realização de outro exame, aplicando por analogia o disposto na Lei n. 5.891, de 12 de junho de 1973, que altera normas sobre exame médico na habilitação de casamento entre colaterais de terceiro grau. 
Dispõe o art. 1º da Lei n. 5.891, de 12 de junho de 1973 que, quando não se conformarem com o laudo que exclui a possibilidade de realização do casamento: “poderão os nubentes requerer novo exame, que o juiz determinará, com observância do disposto no art. 2º do Decreto-lei n. 3.200, de 19 de abril de 1941, caso reconheça procedentes as alegações ou hajam os nubentes juntado ao pedido atestado divergente firmado por outro médico”.
NOTA: O legislador de 2002 não se referiu à situação regulamentada pelo Decreto-Lei n. 3.200/41, incorporada ao nosso sistema jurídico há mais de cinquenta anos. 
À primeira vista, diante da mencionada omissão, poderia se entender vedado o casamento entre colaterais até o terceiro grau, e revogado o mencionado Decreto-Lei n. 3.200/41 pela lei posterior.
ATENÇÃO: Todavia, PREVALECE a melhor interpretação doutrinária, no sentido de que a ideia da revogação da referida exceção afronta o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE: Lex specialis derogat legi generali.
Ou seja, Decreto-Lei n. 3.200/41 é regra especial em relação ao Código Civil, pelo que sua disciplina se mantém íntegra. Não altera, portanto, o novo Código Civil o regime do casamento entre tios e sobrinhos: haverá vedação legal somente se comprovada a inconveniência das núpcias no que tange à saúde de futura prole.
CONCLUSÃO: Destarte, perde o impedimento para o casamento entre colaterais de terceiro grau o caráter absoluto, uma vez que é válido o casamento entre tios e sobrinhos que se submeterem a exame pré-nupcial, atestando o laudo médico a ausência de riscos para a saúde da futura descendência.
- DO CASAMENTO ENTRE PRIMOS
PRIMOS não são atingidos pela restrição e podem casar-se sem nenhum problema, porque são colaterais de quarto grau. 
B) IMPEDIMENTOS POR AFINIDADE
O art. 1.521, II, do Código Civil, diz que não podem casar “os afins em linha reta”.
Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiroaos parentes do outro (CC, art. 1.595). 
Afinidade resulta, assim, do casamento ou da união estável.
- DA AFINIDADE NA LINHA RETA
A proibição legal se refere-se apenas à linha reta. 
EXEMPLO: Dissolvido o casamento ou a união estável que deu origem ao aludido parentesco, o viúvo não pode casar-se com a enteada, nem com a sogra, porque a afinidade em linha reta não se extingue com a dissolução do casamento que a originou (CC, art.1.595, § 2º). 
- DA AFINIDADE NA LINHA COLATERAL
A afinidade na linha colateral não constitui empecilho ao casamento. 
EXEMPLO: O cônjuge viúvo ou divorciado pode casar-se com a cunhada. 
NOTA: Tendo em vista que o art. 1.595 do Código Civil de 2002 incluiu o companheiro no rol dos parentes por afinidade, não pode ele, uma vez dissolvida a união estável, casar-se com a filha de sua ex-companheira. 
- DA EXTENSÃO DA AFINIDADE
A afinidade não vai além da pessoa do cônjuge: adfinitas non egreditur e persona, adfinitas adfitatem non generat. 
Em outras palavras, segundo ensina José Lamartine Corrêa de Oliveira, “que os tios de minha mulher são meus tios, por afinidade, na linha colateral, mas não são afins de meu irmão. Um homem pode casar-se com a enteada de seu irmão, ou com a sogra de seu filho. De outro lado, a afinidade subsistente (por ser na linha reta) entre uma pessoa e os parentes de seu falecido cônjuge, ou de seu ex-cônjuge, de que se tenha divorciado, não se estende ao novo cônjuge. Os afins de um cônjuge não são afins do outro, adfines inter se non sunt adfines: o marido da irmã e a mulher do irmão nada são entre si”.
- DA AFINIDADE E DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO OU UNIÃO ESTÁVEL
Necessária a CONCOMITÂNCIA de dois fatores da afinidade para que se configure o impedimento: O PARENTESCO e CASAMENTO OU COMPANHEIRISMO.
Significa dizer que, dissolvido um casamento ou união estável, não haverá afinidade entre os ex-cônjuges ou ex-companheiros e os eventuais futuros parentes do outro cônjuge ou companheiro. Não há, desse modo, afinidade e, portanto, impedimento entre um homem e a filha da mulher de quem ele se divorciou, concebida com terceiro depois de dissolvido o casamento. 
- DA NULIDADE E ANULABILIDADE DA UNIÃO QUE DEU ORIGEM À AFINIDADE
Não se configura o impedimento para o casamento dos afins se a união que deu origem à afinidade é declarada nula ou venha a anular-se. No primeiro caso, o casamento nulo nunca existiu, em realidade; no do anulável, dá-se o seu desfazimento pela sentença, como se nunca tivesse existido. 
NOTA: Ainda que se considere ter havido mera união de fato, não tem esta o condão de gerar a afinidade, pois dispõe o § 1º do art. 1.723 do Código Civil diz que “a união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521”.
- DO PARENTESCO ESPIRITUAL
Observa Lafayette que não mais prevalece o impedimento resultante do chamado “PARENTESCO ESPIRITUAL” (cognatio spiritualis), que estabelecia o direito antigo, originário do batismo e que, sob fundamento canônico, obstava o casamento do padrinho com a afilhada, e entre os pais do batizado e os padrinhos.
C) IMPEDIMENTO POR ADOÇÃO
Prescreve também o art. 1.521 do Código Civil que não podem casar:
Art. 1.521. Não podem se casar:
(... ) III — o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
(...) V — o adotado com o filho do adotante.
NOTA: A razão da proibição é de ordem moral, considerando o respeito e a confiança que devem reinar no seio da família. A adoção, como foi dito, imita a família. Desse modo, o pai adotivo ou a mãe adotiva não pode casar-se com a viúva do filho adotivo ou com o viúvo da filha adotiva.
No caso do inc. V, os contraentes encontram-se na posição de irmãos.
Na realidade, os mencionados incs. III e V do art. 1.521 do novo Código Civil seriam até dispensáveis se considerarmos que a Constituição Federal proíbe qualquer discriminação ou diferença de tratamento entre os filhos, seja o parentesco natural ou resultante da adoção. 
- Desse modo não era necessário afirmar que o adotante não pode casar “com quem foi cônjuge do adotado”, pois se trata de parentes por afinidade na linha reta, impedidos de se casar por força do disposto no inc. II do referido dispositivo legal.
- Da mesma forma mostra-se desnecessária a referência a impedimentos entre o adotado e o filho do adotante, pelo fato de que SÃO IRMÃOS, como proclama a Constituição Federal, enquadráveis no inc. IV já mencionado. 
ATENÇÃO: A adoção, no Código Civil de 2002, é concedida por sentença constitutiva (art. 1.623, parágrafo único), sendo, portanto, irretratável. O impedimento, em consequência, é perpétuo.
4.2 - IMPEDIMENTO RESULTANTE DE CASAMENTO ANTERIOR (ART. 1521, INC. VI)
Não podem casar, ainda, “as pessoas casadas” (CC, art. 1.521, VI). 
Procura-se, assim, COMBATER a POLIGAMIA e PRESTIGIAR a MONOGAMIA, sistema que vigora nos países em que domina a civilização cristã. 
O impedimento (impedimentum ligaminis seu vinculi) só desaparece após a dissolução do anterior vínculo matrimonial anterior pelos seguintes motivos:
a) morte b) invalidade c) divórcio ou d) morte presumida dos ausentes (CC, art. 1.571, § 1º). 
NOTA: No regime instituído pela LEI DO DIVÓRCIO, o casamento válido se extinguia com a morte do outro cônjuge ou com o registro de sentença de divórcio (Lei n. 6.515/77, art. 24). 
Assim a DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA não produzia efeitos de ordem pessoal, mas só patrimonial. Desse modo, ainda que o desaparecimento se prolongasse no tempo e possibilitasse a abertura da sucessão definitiva do ausente, não era permitido o casamento do outro cônjuge. Teria este de se divorciar, com fundamento na separação de fato por mais de dois anos, para novamente se casar. 
IMPORTANTE: Somente com o Código Civil de 2002 acrescentou como causa de dissolução de casamento válido, “a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente” (art. 1.571, § 1º):
- O art. 6º do diploma Civil de 2002 presume a morte do ausente “nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva” 
- O art. 7º possibilita a declaração da “morte presumida, sem decretação de ausência”, nos casos nele especificados. 
- Os arts. 37 e 38, por sua vez, autorizam a abertura da sucessão definitiva do ausente em dois casos: 
- “dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória” 
- e, também, “provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade e que de cinco datam as últimas notícias dele”.
EFEITO DA INFRAÇÃO AO IMPEDIMENTO
 - CRIME DE BIGAMIA
A infração do impedimento acarreta a nulidade do segundo casamento, respondendo ainda o infrator pelo crime de bigamia, punido com pena que varia de dois a seis anos de reclusão. (Art. 235 do CP) 
Nesse sentido tem-se decidido que sendo irretorquível a prova da bigamia de um dos cônjuges, impõe-se a declaração da nulidade do casamento. 
OBS.: Na vigência, pois, de um casamento válido não se pode contrair novas núpcias. O impedimento não decorre do fato de a pessoa já ter sido casada, mas por ser casada. 
- A EXISTÊNCIA DE ANTERIOR CASAMENTO RELIGIOSO
O CASAMENTO RELIGIOSO de um ou de ambos os cônjuges, que ainda NÃO FOI REGISTRADO no registro civil, NÃO CONSTITUI IMPEDIMENTO para a celebração do casamento civil, uma vez que, na esfera jurídica, não é NULO nem ANULÁVEL, mas INEXISTENTE. 
Também NÃO OBSTA a aquisição dos EFEITOS CIVIS a realização de um SEGUNDO CASAMENTO RELIGIOSO. 
- DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO CASAMENTO
Mesmo NULO o casamento, necessita o cônjuge, para se casar novamente, obter a DECLARAÇÃO JUDICIAL DA NULIDADE. Na AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE do segundo casamento, conforme ensinamento de Iolanda Moreira Leite, há que se provar a ocorrência de 02 pressupostos: a) a realização válida do primeiro casamento; b) a vigência desse casamento à época da realização do segundo.
NOTA: Provados esses dois pressupostos na esfera civil, o segundo casamento receberá a sanção de nulidade, cessando todos os seus efeitos. “A sanção de nulidade recairá sobre o segundo casamento, ainda queum ou ambos os contraentes estivessem de boa-fé”. 
ADENDOS: 
- O CÓDIGO CIVIL DE 2002 manteve a exigência de processo para a proclamação da nulidade e anulabilidade do casamento, supondo sentença modificativa do status (arts. 1.561 a 1.563). Preleciona PONTES DE MIRANDA que, enquanto não se pronuncia a nulidade do primeiro casamento, o posterior é tido como nulo. Mas é nulo, “o posterior se o primeiro era apenas anulável, e não passou em julgado a sentença de anulação do primeiro antes de ser contraído o outro” (Martins Wolff, Familienrecht, Lehrbuch, II, 2ª parte, n. 45). Temos, assim, que a existência de casamento nulo opera como impedimento impediente e, infringido, o segundo casamento fica como suspenso. Decretada a nulidade do primeiro, o posterior é válido ex tunc. Porque a sentença de nulidade tem efeitos retroativos, o que também ocorre com a anulação (com exceções, e.g., art. 217 — CC/1916)”.
- Para o mencionado autor, a anulação do casamento “produz efeitos iguais à decretação da nulidade, salvo onde a lei civil abriu explícita exceção”, como no caso de casamento putativo, previsto no art. 1.561 do novo diploma. Nessa linha, enfatiza JOSÉ LAMARTINE CORRÊA DE OLIVEIRA que, caso venha o primeiro casamento, em data posterior à da celebração do segundo casamento, a ser declarado nulo ou anulado, sem que se lhe reconheça o caráter putativo, daí decorrerá, dada a eficácia retroativa da nulidade ou anulação do primeiro casamento, ser válido o segundo casamento, por força de verdadeira remoção da causa originária de invalidade. Ajuizada eventualmente, aduz, “a ação de nulidade do 2º casamento (com fundamento na bigamia), pode ser suscitada nos autos a existência, em tramitação, de ação de nulidade ou anulação do 1º casamento. Em tal hipótese, deverá ser suspenso o processo referente à nulidade do 2º casamento, por depender a sentença de mérito do julgamento da ação de nulidade ou anulação do 1º — CPC, art. 265, IV, a”.
4.3 - IMPEDIMENTO DECORRENTE DE CRIME
O art. 1.521 do Código Civil que não podem casar:
VII — o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Trata-se de IMPEDIMENTUM CRIMINIS.
O dispositivo, embora não tenha feito nenhuma distinção, abrange somente o homicídio doloso, como é da tradição de nosso direito. 
Ademais, só existe tentativa de homicídio dolosa. No homicídio culposo não há o intuito de eliminar um dos cônjuges para desposar o outro e, por essa razão, não se justificaria punir o autor com a proibição.
NOTA: A RATIO do impedimento assenta, com efeito, em juízo ético de reprovação, que não incide nos casos de simples culpa. Pela mesma razão, ou seja, por não ter havido intenção de matar, não alcança o impedimento o caso de homicídio preterintencional.
- DESNECESSIDADE DE QUE O OUTRO CÔNJUGE ESTEJA CONLUIADO COM O CRIMINOSO
Não se reclama que o outro cônjuge seja conivente ou esteja conluiado com o autor do conjugicídio, como ocorria na legislação pré-codificada e na de alguns países. O Decreto n. 181, de 24 de janeiro de 1890, exigia, para que se configurasse o impedimento, a condenação também do cônjuge sobrevivente como coautor ou cúmplice do delito (art. 7º, § 4º).
Informa EDUARDO ESPÍNOLA que procede do Projeto Beviláqua a ideia de impedir o casamento do esposo supérstite, embora absolutamente inocente, com a pessoa que haja, como autor ou cúmplice, sido condenada no processo decorrente do homicídio ou tentativa de homicídio contra o esposo falecido.
- EXIGÊNCIA DE QUE TENHA HAVIDO CONDENAÇÃO CRIMINAL DO AUTOR DO CRIME
A inspiração do impedimento é de ordem moral. Exige-se, todavia, para a sua existência, que tenha havido condenação. 
NOTA: Se ocorreu absolvição ou o crime prescreveu, extinguindo-se a punibilidade, não se configura o impedimento. 
IMPORTANTE: Tendo, porém, havido condenação, não o fazem desaparecer a prescrição da pretensão executória, a reabilitação, a anistia, a graça ou perdão. Quer a lei que se trate de condenação criminal, porquanto em processo civil de separação judicial poderá ser condenado o cônjuge adúltero, não o seu corréu. 
- A EXISTÊNCIA DE PRONÚNCIA DO NUBENTE OU DE INQUÉRITO POLICIAL PARA APURAÇÃO DO CRIME
O Código Civil brasileiro não considera impedimento a pronúncia do nubente pelo crime de homicídio doloso contra o cônjuge do outro, nem o fato de existir inquérito policial em andamento para apuração do homicídio ou da tentativa de homicídio, ou mesmo processo penal. Torna-se necessária a condenação do autor ou mandante do crime para que subsista o impedimento matrimonial.
LUIZ EDSON FACHIN e CARLOS EDUARDO PIANOVSKI pensam, todavia, do seguinte modo: “Ainda que a condenação seja posterior ao casamento, retroagirão seus efeitos para a situação jurídica matrimonial já estabelecida, operando sua nulidade”.
CARLOS ROBERTO GONÇALVES, no entanto, entende que as causas de nulidade do casamento são aquelas mencionadas no art. 1.548 do Código Civil: 
a) ausência do necessário discernimento para os atos da vida civil por parte do enfermo mental; e
b) infringência de impedimento.
Deste modo, para ele, se o casamento se realiza quando ainda não havia condenação criminal transitada em julgado, não há fundamento para a sua anulação, porque inexistia o impedimento por ocasião de sua celebração. 
Como assinala PONTES DE MIRANDA, quando a lei fala em “condenado” havemos de entender que se trata de “condenação por sentença passada em julgado”. 
Observa ainda Pontes de Miranda que há o impedimentum criminis ainda que se possa provar a nulidade ou a anulabilidade do casamento do cônjuge sobrevivente. Somente não o há, aduz, “se o crime foi cometido após passar em julgado a decisão de nulidade ou de anulação, ou, em se tratando de pessoa que pode, por seu estatuto, ser divorciada, depois de passar em julgado a sentença de divórcio”.
- EXTENSÃO DA RESTRIÇÃO
A restrição alcança não só o autor do homicídio como também o mandante ou autor intelectual, desde que condenado. E estende-se ao que o for por tentativa de homicídio, ainda que o cônjuge alvo desse crime venha a falecer por outra causa. Obviamente, a proibição do casamento só se aplica após a morte deste ou a dissolução da sociedade conjugal por outra causa, como o divórcio e a morte presumida do ausente, quando então, desfeito o impedimento decorrente do liame matrimonial, haverá possibilidade de casamento do cônjuge supérstite, conivente ou não com o crime praticado. Poderá ele casar validamente com qualquer outra pessoa desimpedida, menos com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
- PROIBIÇÃO DE QUE OS IMPEDIDOS DE SE CASAR PASSEM A VIVER EM UNIÃO ESTÁVEL
O impedimento obsta também que os impedidos de se casar passem a viver, legalmente, em união estável, pois o art. 1.723, § 1º, do Código Civil proclama que “a união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521”, abrindo exceção apenas para que não incida a proibição do inc. VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
- INEXISTÊNCIA DE IMPEDIMENTO DECORRENTE DE ADULTÉRIO
O Código Civil de 2002 não contempla o impedimento relativo ao casamento do cônjuge adúltero com o seu cúmplice por tal crime condenado, como era previsto no diploma de 1916. (Adultério não é mais considerado crime desde 2005). 
Como observa CAIO MÁRIO, “Sob aspecto moral, mais correto age quem se casa com a mulher quem induziu ao erro, do que aquele que a abandona. A vida social está cheia desses exemplos, merecendo aplausos quem repara o mal. Diante do entendimento mais recente no sentido de, cada vez mais, se descriminalizar o adultério, antecipou-se o legislador civil ao excluir dos impedimentos tal hipótese”.
TEXTO 07
 
 
DOS IMPEDIMENTOS DO CASAMENTO: 
 
 
COMO VIMOS,
 
PARA QUE O CASAMENTO TENHA 
EXISTÊNCIA
 
JURÍDICA
 
É 
NECESSÁRIO A PRESENÇA DE 
ELEMENTOS
 
ESSENCIAIS
: 
 
 
1.
 
DIFERENÇA DE SEXO
 
 
2.
 
CONSENTIMENTO e 
 
3.
 
CELEBRAÇÃO NA FORMA DA LEINOTA:
 
FALTANDO QUALQUE
R
 
DESTE 
ELEMENTOS
 
O CASAMENTO, ATÉ POUCO TEMPO 
ERA CONSIDERADO 
INEXISTENTE
, CONTUDO A JURISPRUDÊNCIA DOS TRIUNAIS 
SUPERIORES (STJ E ST) RECONHECERAM AS 
RELAÇÕES HOMOAFETIVAS
 
COMO 
ENTIDADES FAMILIARES, 
AFASTANDO
 
O PRIMEIRO DOS ELEMENTOS.
 
 
1. 
SISTEMÁTICA DO CÓDIGO 
CIVIL DE 2002:
 
 
 
O CÓDIGO CIVIL DE 2002 CONSIDERA 
IMPEDIMENTOS
 
OU
 
DIRIMENTES ABSOLUTOS
,
 
OS QUE VISAM EVITAR UNIÕES QUE POSSAM, DE ALGUM MODO, AMEAÇAR A 
ORDEM 
PÚBLICA
, RESULTANTES DE CIRCUNSTÂNCIAS OU FATOS IMPOSSÍVEIS DE SEREM 
SUPRIDOS OU SANADOS. 
 
 
OBS
: 
AS HIPÓTESES DE 
IMPEDIMENTOS RELATIVAMENTE DIRIMENTES
 
DO 
CÓDIGO CIVIL 
DE 1916
, COMO A 
FALTA DE IDADE MÍNIMA
 
PARA CASAR E A 
AUSÊNCIA DE 
AUTORIZAÇÃO
 
POR SEU REPRESENTANTE LEGAL, FORAM DESLOCADAS PARA O 
CAPÍTULO CONCERNENTE À 
INVALIDADE DO CASAMENTO
, COMO CAUSAS DE 
ANULABILIDADE
.
 
 
NOTA:
 
EM REGRA, A FALTA OU INSUFICIÊNCIA DA CAPACIDADE DE CONSENTIR TORNA 
ANULÁVEL
 
(CC, ART. 1.550, III E IV) OU 
NULO
 
O CASAMENTO
 
(ART. 1.548, I), DEPENDENDO 
DO 
GRAU DO DEFEITO DA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE.
 
 
2. 
DO IMPEDIMENTO
 
E DA INCAPACIDADE
 
 
NÃO SE DEVE CONFUNDIR 
IMPEDIMENTO
 
COM 
INCAPACIDADE
.
 
 
 
INCAPACIDADE
 
—
 
O 
INCAPAZ
 
NÃO PODE CASAR
-
SE COM NENHUMA PESSOA, 
PORQUE HÁ UM OBSTÁCULO I
NTRANSPONÍVEL. É O QUE ACONTECE
 
COM UM 
MENOR QUE CONTE COM
 
0
8 ANOS DE IDADE
, POR EXEMPLO
.
 
 
 
IMPEDIMENTO
 
—
 
O 
IMPEDIDO
 
APENAS NÃO ESTÁ LEGITIMADO A CASAR COM 
DETERMINADA PESSOA (EX.: 
ASCENDENTE
 
COM 
DESCENDENTE
), MAS PODE 
FAZÊ
-
LO COM OUTRA PESSOA. É PROBLEMA DE FALTA DE LEGITIMAÇÃO. 
 
 
3. 
FUNDAMENTO:
 
 
 
OS IMPEDIMENTOS VISAM 
BASICAMENTE 
PRESERVAR:
 
 
-
 
A 
EUGENIA
 
(PUREZA DA RAÇA) E A 
MORAL FAMILIAR
, OBSTANDO A 
REALIZAÇÃO DE CASAMENTOS ENTRE PARENTES 
CONSANGUÍNEOS
, POR 
AFINIDADE
 
E 
ADOÇÃO
 
(
CC, ART. 1.521, I A V
);
 
A 
MONOGAMIA
 
(
ART. 1.521, VI
), 
NÃO PERMITINDO O CASAMENTO DE PESSOAS JÁ CASADAS; E 
EVITAR UNIÕES
 
QUE TENHAM RAÍZES NO CRIME
 
(
ART. 1.521, VII
).
 
 
4. 
ESPECIES:
 
 
SÃO 
03
 
AS 
CATEGORIAS
 
DE IMPEDIMENTOS
, CONFORME REZA O 
ART. 1.521, I
 
a
 
VII
:
 
 
4.1
 
-
 
IMPEDIMENTOS RESULTANTES DO PARENTESCO
 
(
INCS. I a
 
V
), 
SE SUBDIVIDEM 
EM: 
 
 
A)
 
IMPEDIMENTOS 
POR
 
CONSANGUINIDADE
 
(
IMPEDIMENTUM 
CONSANGUINITATIS
, ENTRE 
ASCENDENTES
 
E 
DESCENDENTES
 
E 
ENTRE 
COLATERAIS
 
ATÉ O TERCEIRO GRAU 
—
 
INC. I E IV
);
 
 
B)
 
IMPEDIMENTO 
POR
 
AFINIDADE
 
(
IMPEDIMENTUM AFFINITATIS
, QUE 
ABRA
NGE OS AFINS EM LINHA RETA 
—
 
INC. II
); e
 
 
C)
 
IMPEDIMENTOS 
POR
 
ADOÇÃO
 
(
INC. III
 
E V
).
 
 
4.2
 
-
 
IMPEDIMENTO RESULTANTE DE CASAMENTO ANTERIOR
 
(
INC. VI
); e
 
 
4.3 
-
 
IMPEDIMENTO DECORRENTE DE CRIME
 
(IMPEDIMENTUM CRIMINIS
. 
INC. VII
).
 
PASSEMOS AO ESTUDO DE CADA ESPÉCIE:
 
TEXTO 07 
 
DOS IMPEDIMENTOS DO CASAMENTO: 
 
COMO VIMOS, PARA QUE O CASAMENTO TENHA EXISTÊNCIA JURÍDICA É 
NECESSÁRIO A PRESENÇA DE ELEMENTOS ESSENCIAIS: 
 
1. DIFERENÇA DE SEXO 
2. CONSENTIMENTO e 
3. CELEBRAÇÃO NA FORMA DA LEI 
 
NOTA: FALTANDO QUALQUER DESTE ELEMENTOS O CASAMENTO, ATÉ POUCO TEMPO 
ERA CONSIDERADO INEXISTENTE, CONTUDO A JURISPRUDÊNCIA DOS TRIUNAIS 
SUPERIORES (STJ E ST) RECONHECERAM AS RELAÇÕES HOMOAFETIVAS COMO 
ENTIDADES FAMILIARES, AFASTANDO O PRIMEIRO DOS ELEMENTOS. 
 
1. SISTEMÁTICA DO CÓDIGO CIVIL DE 2002: 
 
O CÓDIGO CIVIL DE 2002 CONSIDERA IMPEDIMENTOS OU DIRIMENTES ABSOLUTOS, 
OS QUE VISAM EVITAR UNIÕES QUE POSSAM, DE ALGUM MODO, AMEAÇAR A ORDEM 
PÚBLICA, RESULTANTES DE CIRCUNSTÂNCIAS OU FATOS IMPOSSÍVEIS DE SEREM 
SUPRIDOS OU SANADOS. 
 
OBS: AS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTOS RELATIVAMENTE DIRIMENTES DO CÓDIGO CIVIL 
DE 1916, COMO A FALTA DE IDADE MÍNIMA PARA CASAR E A AUSÊNCIA DE 
AUTORIZAÇÃO POR SEU REPRESENTANTE LEGAL, FORAM DESLOCADAS PARA O 
CAPÍTULO CONCERNENTE À INVALIDADE DO CASAMENTO, COMO CAUSAS DE 
ANULABILIDADE. 
 
NOTA: EM REGRA, A FALTA OU INSUFICIÊNCIA DA CAPACIDADE DE CONSENTIR TORNA 
ANULÁVEL (CC, ART. 1.550, III E IV) OU NULO O CASAMENTO (ART. 1.548, I), DEPENDENDO 
DO GRAU DO DEFEITO DA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE. 
 
2. DO IMPEDIMENTO E DA INCAPACIDADE 
 
NÃO SE DEVE CONFUNDIR IMPEDIMENTO COM INCAPACIDADE. 
 
INCAPACIDADE — O INCAPAZ NÃO PODE CASAR-SE COM NENHUMA PESSOA, 
PORQUE HÁ UM OBSTÁCULO INTRANSPONÍVEL. É O QUE ACONTECE COM UM 
MENOR QUE CONTE COM 08 ANOS DE IDADE, POR EXEMPLO. 
 
IMPEDIMENTO — O IMPEDIDO APENAS NÃO ESTÁ LEGITIMADO A CASAR COM 
DETERMINADA PESSOA (EX.: ASCENDENTE COM DESCENDENTE), MAS PODE 
FAZÊ-LO COM OUTRA PESSOA. É PROBLEMA DE FALTA DE LEGITIMAÇÃO. 
 
3. FUNDAMENTO: 
 
OS IMPEDIMENTOS VISAM BASICAMENTE PRESERVAR: 
 
- A EUGENIA (PUREZA DA RAÇA) E A MORAL FAMILIAR, OBSTANDO A 
REALIZAÇÃO DE CASAMENTOS ENTRE PARENTES CONSANGUÍNEOS, POR 
AFINIDADE E ADOÇÃO (CC, ART. 1.521, I A V); A MONOGAMIA (ART. 1.521, VI), 
NÃO PERMITINDO O CASAMENTO DE PESSOAS JÁ CASADAS; E EVITAR UNIÕES 
QUE TENHAM RAÍZES NO CRIME (ART. 1.521, VII). 
 
4. ESPECIES: 
 
SÃO 03 AS CATEGORIAS DE IMPEDIMENTOS, CONFORME REZA O ART. 1.521, I a VII: 
 
4.1 - IMPEDIMENTOS RESULTANTES DO PARENTESCO (INCS. I a V), SE SUBDIVIDEM 
EM: 
 
A) IMPEDIMENTOS POR CONSANGUINIDADE (IMPEDIMENTUM 
CONSANGUINITATIS, ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES E 
ENTRE COLATERAIS ATÉ O TERCEIRO GRAU — INC. I E IV); 
 
B) IMPEDIMENTO POR AFINIDADE (IMPEDIMENTUM AFFINITATIS, QUE 
ABRANGE OS AFINS EM LINHA RETA — INC. II); e 
 
C) IMPEDIMENTOS POR ADOÇÃO (INC. III E V). 
 
4.2 - IMPEDIMENTO RESULTANTE DE CASAMENTO ANTERIOR (INC. VI); e 
 
4.3 - IMPEDIMENTO DECORRENTE DE CRIME (IMPEDIMENTUM CRIMINIS. INC. VII). 
PASSEMOS AO ESTUDO DE CADA ESPÉCIE:

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