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APOSTILA_PROF_SERGIO_II

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1 
2. CULPA EM SENTIDO AMPLO 
 
 Três observações importantes têm pertinência quando se cogita da culpa como 
pressuposto da responsabilidade civil. 
 
 É preciso observar, em primeiro lugar, que a culpa em sentido amplo, como pres-
suposto da responsabilidade civil, é abrangente da intenção de provocar um dano ao 
patrimônio de outrem (dolo), da atuação levada a efeito com excesso (imprudência - 
excesso de velocidade), da atuação sem tomar as devidas cautelas (negligência - ini-
ciar uma viagem de carro sem verificar os itens básicos de segurança do automóvel), 
e da atuação sem possuir a habilitação técnica exigida para a prática de certo ato (im-
perícia - dirigir veículo sem ter a necessária habilitação indispensável para tanto). 
 
 Embora o CC, em seu art. 186, não se refira, de modo expresso, à imperícia, são 
unânimes, a doutrina e a jurisprudência, ao inserir, no âmbito das modalidades de 
culpa em sentido estrito, capazes de levar à responsabilização civil, a atuação daque-
le que, mesmo sem possuir a habilitação técnica necessária para tanto, desempenha 
uma dada função, de que advém dano a outrem. 
 
 É relevante anotar, também, em segundo lugar, para fazer um contraponto entre 
a responsabilidade civil e a responsabilidade penal, que até mesmo a culpa leve, ain-
da que levíssima, é suficiente, no âmbito cível, para originar a imposição do dever do 
indenizar àquele que comete o ato ilícito civil, ao contrário do que acontece no campo 
penal, em que a culpa leve, ou levíssima, não é apta a ensejar a punição criminal do 
autor do ato ilícito penal. É que não se tem admitido, diante das gravosas conseqüên-
cias geradas a partir da responsabilização penal, a atingir, em muitas ocasiões, a pró-
pria liberdade individual, a culpa leve ou levíssima como sendo bastantes a autorizar 
a imposição da sanção criminal ao agente que leva a efeito uma determinada conduta 
criminosa. 
 
 Por fim, é necessário registrar que a culpa, embora, como regra, deva ser tomada 
como pressuposto da responsabilidade civil em geral, não o é para a responsabilida-
de civil objetiva, que independe, justamente, para sua caracterização, da demonstra-
ção da culpa do agente causador do dano. 
 
 Ora, nada mais razoável. Se a responsabilização objetiva é aquela que independe 
da demonstração de culpa, não pode ser esta, em conseqüência, um pressuposto ne-
cessário para a caracterização da responsabilização objetiva. 
 
 Entretanto, conquanto a culpa, como visto, não seja um pressuposto da respon-
sabilidade civil objetiva, continua a ser, repise-se, para a quase totalidade da doutri-
 
2 
na, um pressuposto necessário da responsabilidade civil em geral, em que pese a po-
sição dos Profs. Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, que excluíram do âmbito dos pres-
supostos da responsabilidade civil em geral a culpa, ao argumento de que se ela falta 
na responsabilidade civil objetiva, por ser dispensável, não pode ser considerada um 
requisito sempre presente em toda e qualquer hipótese de responsabilização na seara 
civil. Não seria, pois, um requisito constante em toda e qualquer responsabilidade ci-
vil. Daí a incorreção de tratá-la como pressuposto da responsabilidade civil em geral. 
 
 É o que há de importante, pois, em relação à culpa no âmbito da responsabilida-
de civil. 
 
3. DANO 
 
 Toda responsabilidade civil pressupõe, sempre, a existência de um dano causado 
à vítima. O foco da responsabilidade civil, como sabemos, é a reparação dos prejuí-
zos sofridos pela vítima em razão da prática de um ato contrário ao direito. Sem da-
no, assim, impossível cogitar-se de qualquer responsabilização na seara civil. 
 
 Não apenas o que a vítima efetivamente perdeu, ou seja, o dano emergente, deve 
compor, de acordo com o CC, o dano indenizável. 
 
 Também o lucro cessante, isto é, a quantia que a vítima razoavelmente deixou de 
ganhar em razão do ilícito praticado, segundo o disposto no art. 402 do CC, deve in-
tegrar o montante indenizatório a ser destinado, como reparação, à vítima do evento 
danoso. 
 
 Imaginemos a situação de um taxista, vítima de um acidente de trânsito. Deverá 
ser ressarcido pelos danos que sofreu? Certamente que sim. Deverá ser ressarcido pe-
los danos que foram provocados em seu automóvel? Sim, a título de danos emergen-
tes, pois o prejuízo causado ao seu automóvel é algo que efetivamente perdeu em ra-
zão do ato contrário ao direito que foi perpetrado. Mas deverá ser reparado, também, 
pelo que razoavelmente deixou ganhar. Imagine que aquele taxista, em razão do aci-
dente, tenha ficado sem trabalhar por quinze dias, tempo necessário ao reparo de seu 
veículo. Deixou de ganhar nesse período, em que ficou privado de trabalhar? Deixou. 
Se o acidente não tivesse ocorrido, por certo o taxista estaria desempenhando seu ofí-
cio, ou seja, estaria trabalhando com seu táxi, ganhando o que ganharia normalmen-
te. Ora, ele razoavelmente deixou de lucrar nesse interregno? Seguramente. Deve ser, 
então, indenizado pelo que deixou de ganhar? Por certo que sim. 
 
 Contudo, é preciso assinalar que o art. 402 do CC registra expressamente que a-
penas o que razoavelmente a vítima deixou de ganhar é que pode ser tomado como 
 
3 
lucro cessante. Razoavelmente, diz, de modo literal, o CC. Por isso é que lucros even-
tuais e incertos não podem ser tidos como lucros cessantes. Apenas aqueles certeiros, 
por conseguinte, é que poderão ser indenizados. Não, repise-se, os eventuais e incer-
tos, como aqueles, por exemplo, que decorrem do impedimento da possível, e apenas 
possível, conclusão de um dado negócio milionário, que poderia, ou não, ter sido efe-
tivado, mas que não foi, em razão do ato ilícito praticado, que impediu o término da 
negociação. Poder-se-ia cogitar, no máximo, da perda da chance de concluir o contra-
to. Mas não partir do pressuposto de que o contrato teria sido, com absoluta certeza, 
ajustado. Voltaremos, novamente, no item subseqüente, à temática da perda de uma 
chance. 
 
 Mas não apenas a questão dos lucros cessantes, entretanto, é importante quando 
se trata do dano como pressuposto da responsabilidade civil. 
 
 A diferenciação entre o dano material e o dano material também é de suma rele-
vância. 
 
 De fato. 
 
 Não só os danos materiais, isto é, os prejuízos econômicos que a vítima tenha so-
frido, devem ser indenizados. 
 
 Os danos morais porventura causados também devem ser objeto de indenização. 
Ainda que, no caso concreto, o único dano verificado tenha sido de natureza exclusi-
vamente moral. É o que dispõe, com efeito, a parte final do art. 186 do CC. 
 
 Mas o que é o dano moral? Dano moral é o prejuízo, que não tem caráter econô-
mico, que resulta da violação, ou seja, da agressão, grave, a algum, ou alguns, dos di-
reitos da personalidade, causando um sério abalo à pessoa que foi vítima do ato ilíci-
to perpetrado. 
 
 É necessário, contudo, destacar: apenas as violações graves aos direitos da perso-
nalidade, ocasionando um sério abalo à vítima, é que constituem hipóteses possíveis 
de indenização por dano moral. 
 
 Assim, meras chateações corriqueiras do cotidiano não constituem situações pas-
síveis de caracterização do dano moral. 
 
 Vários são os exemplos possíveis de situações que caracterizam o dano moral. O 
mais comum, entretanto, talvez seja o do abalo de crédito, daquele que tem a sua boa 
imagem atingida em razão da inclusão indevida de seu nome nos serviços de prote-
 
4 
ção ao crédito. 
 
 Muito já se discutiu, quer em nossa doutrina, quer em nossa jurisprudência, acer-
ca da previsão legal da indenização por dano moral em nosso ordenamento jurídico. 
 
 É inquestionável todavia, atualmente, que o dano moral seja, em realidade, abso-
lutamente indenizável. 
 
 Prescreve, de fato, o CC de 2002, sobre o assunto, em seu art. 186, que aquele que, 
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direitoe causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Como se vê, pois, 
o ato ilícito surge e, em conseqüência, a responsabilidade civil também, ainda que o 
dano causado tenha sido exclusivamente moral. 
 
 Mas não só o CC cuida de estabelecer o dano moral como sendo passível de in-
denização. A CF também, nos incisos V e X de seu art. 5º, ao prescrever que, em pri-
meiro lugar, é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da in-
denização por dano material, moral ou à imagem (inciso V), e, em segundo, que são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação, de 
modo que parece incontestável, hoje, que o dano moral seja, realmente, um dano 
passível de ser indenizado. 
 
 O maior problema envolvendo o dano moral, contudo, não é o de sua configura-
ção ou de sua previsão legal ou constitucional. A maior dificuldade, em relação à te-
mática do dano moral, diz respeito à quantificação do valor indenizatório devido di-
ante de um prejuízo do gênero. 
 
 Com efeito, os danos provocados aos direito da personalidade não são passíveis 
valoração, quantificação certa e precisa. 
 
 A premissa de que devemos partir, no entanto, deve ser aquela que garante, em 
conformidade com o CC de 2002 e a CF, a reparação do dano moral. 
 
 Mas como, todavia, se a quantificação é praticamente impossível? 
 
 Deixa-se a fixação do montante indenizatória ao prudente arbítrio do juiz. O juiz, 
de acordo com as circunstâncias do caso concreto, é que fixará o valor do dano moral. 
É livre para, diante do contexto que lhe é apresentado, fixar a quantia correspondente 
à reparação do dano moral. 
 
 
5 
 Entretanto, alguns critérios que o juiz poderia observar na fixação da indenização 
por dano moral estavam expressos no art. 53 da Lei de Imprensa (Lei 5.250/67). Mui-
to embora a Lei de Imprensa, segundo o STF, não tenha sido recepcionada pela Cons-
tituição Federal de 1988, o fato é que os critérios do art. 53 continuam, ainda hoje, 
funcionando como parâmetros que devem ser seguidos na determinação do valor da 
indenização em razão do dano moral. Por longo tempo a jurisprudência seguiu tais 
parâmetros. Estão eles, pois, tão vinculados aos julgamentos de nosso tribunais, que 
não serão, ao que parece, abandonados na definição do valor indenizatório do dano 
moral, mesmo diante da incompatibilidade da Lei 5.250/67 com a Constituição Fede-
ral, reconhecida pelo próprio STF. 
 
 São os seguintes os critérios que devem ser levados em conta na determinação do 
montante indenizatório do dano moral, segundo o art. 53 da Lei de Imprensa: 
 
 
- a situação econômica, social e política do ofendido; 
 
- a intensidade do sofrimento da vítima; 
 
- a gravidade, a natureza e repercussão da ofensa; 
 
- a intensidade do dolo ou o grau da culpa do responsável; e 
 
- a situação econômica do ofensor. 
 
 Tratados, assim, os principais aspectos do dano como pressuposto da responsabi-
lidade civil, cumpre passar ao exame do último requisito necessário à imposição do 
dever de indenizar: nexo de causalidade. 
 
4. NEXO DE CAUSALIDADE 
 
 É preciso, para que a responsabilização civil se caracterize, que exista um vínculo 
de causalidade a ligar a postura adotada por aquele que pratica o ato ilícito e o dano 
causado à esfera de direitos alheia, de modo que seja possível afirmar que o prejuízo 
causado decorreu, mesmo, da conduta do agente do ato contrário ao direito. 
 
 Tal vínculo, ou seja, tal ligação, portanto, é absolutamente indispensável à confi-
guração da responsabilidade civil. 
 
 É o quarto pressuposto da responsabilidade civil. 
 
 
6 
 Diversas teorias já foram concebidas com a finalidade de explicar o nexo de cau-
salidade exigido para que a responsabilidade civil se aperfeiçoe. 
 
 Dentre as muitas e várias teorias propostas, contudo, prevaleceu, no CC de 2002, 
a teoria dos danos direitos e imediatos, expressamente adotada no art. 403 do CC. 
 
 Portanto, no âmbito da responsabilidade civil, apenas os danos que tenha decor-
rido direta e imediatamente da postura adotada por aquele que leva a efeito um ato 
ilícito é que devem ser objeto de indenização, isto é, de reparação civil. 
 
 Não aqueles, entretanto, que tenham advindo apenas indireta e mediatamente do 
ato ilícito perpetrado. 
 
 Dois exemplos podem elucidar a questão. 
 
 O primeiro deles diz com um acidente automobilístico que envolve o veículo de 
um alto executivo, que se encaminhava ao aeroporto, para uma viagem de negócios. 
Alega, o executivo, que não pôde, em razão do abalroamento, efetuar a viagem. Não 
pôde, em conseqüência, concluir um negócio milionário, que estava na iminência de 
ser efetivado, embora não estivesse, ainda, integralmente concluído. Pede, o executi-
vo, agora, uma indenização, correspondente, exatamente, ao valor do negócio que es-
tava para ser concluído, mas não o foi. 
 
 Pergunta-se: tem direito, o executivo, à indenização pleiteada? 
 
 Não. Não tem direito à indenização pleiteada. Não se sabe, é certo, se o negócio 
seria mesmo, ou não, efetivamente concluído. Não se pode afirmar, de tal sorte, com 
segurança, que o negócio teria sido levado a cabo não fosse o acidente ocorrido. Im-
possível assegurar, assim, que o prejuízo sofrido pelo executivo em razão de não ter 
concluído o contrato que esperava finalizar na viagem que realizaria seja uma decor-
rência direta e imediata do acidente de veículo em que se envolveu. Não há, portan-
to, nexo causal, de acordo com a teria dos danos direito e imediatos, entre o evento i-
lícito ocorrido e o prejuízo experimentado pelo executivo em decorrência da não con-
clusão do contrato. Contudo, os danos causados ao seu automóvel advêm, sim, direta 
e imediatamente do ilícito perpetrado, razão por que devem ser totalmente ressarci-
dos. 
 
 Não se pode esquecer, entretanto, no ponto, da nova teoria que defende a inde-
nização em razão da perda de uma chance. Não se indeniza o executivo pela quantia 
integral correspondente ao valor do contrato que nem se sabe se teria sido concluído. 
Mas se indeniza, isto sim, a perda da chance que ele teria de poder concluir a negoci-
 
7 
ação. A teoria é nova. Há muita divergência, ainda, quanto ao correto valor da inde-
nização em tal hipótese. 
 
 Mas há um segundo exemplo ainda, que cuida da hipótese em que a vítima de 
um acidente automobilístico, causado por um sujeito que atravessou o semáforo fe-
chado, é posta na ambulância, que, caminhando ao hospital, é abalroada, causando a 
morte da vítima que estava sendo transportada. 
 
 Indaga-se: o causador do primeiro acidente pode ser responsabilizado pela morte 
da vítima, afinal, não fosse o ato ilícito que praticou, a vítima não teria sido colocada 
na ambulância e não teria, em conseqüência, perdido a sua vida? 
 
 A resposta, também aqui, deve ser, novamente, negativa. O causador do primei-
ro acidente não pode ser responsabilizado na seara civil pela morte da vítima, já que 
esta não adveio, de modo direto e imediato, da atuação contrária ao direito que per-
petrou, mas do ato ilícito que ocasionou o segundo acidente. Responderá, sim, pelos 
danos que acarretou ao veículo da vítima. Mas não por sua morte. Trata-se, vez mais, 
de aplicação da teoria dos danos direitos e imediatos, que disciplina o nexo causal no 
âmbito da responsabilização que se verifica no âmbito civil. 
 
 É preciso, pois, em conclusão, para que a responsabilidade civil se complete, que 
exista um liame direto e imediato entre a conduta do agente que pratica um ato ilícito 
e o dano sofrido e experimentado pela vítima. 
 
6. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 É necessário estudar, por fim, as causas excludentes da responsabilidade civil. 
 
 Existem algumas circunstâncias, pois, tratadas pela doutrina, pela jurisprudênciae, 
até mesmo, pelo CC, que, ainda que presentes todos os pressupostos necessários à res-
ponsabilização na seara civil, têm o condão de excluí-la. 
 
 Vejamos que causas são estas. 
 
1. LEGÍTIMA DEFESA 
 
 A legítima defesa é, sem dúvida, uma importante causa excludente da responsa-
bilidade civil. 
 
 Ocorre, a legitima defesa, quando aquele que leva a efeito um ato que causa dano 
a outrem apenas reage a uma agressão injusta. É um revide permitido, que tem por 
 
8 
fim afastar agressão injusta iminente. Não se exige daquele que sofre uma agressão 
injusta que a receba passivamente. É possível e permitida a reação, objetivando repe-
lir o ataque ofensivo absolutamente desmotivado que esteja a sofrer. 
 
 Não há, no CC, uma disciplina específica da legítima defesa. Há, apenas, no CC, 
uma breve referência à legítima defesa, no inciso I de seu art. 188, que prescreve: os 
atos praticados em legítima defesa não constituem atos ilícitos. Não define, entretan-
to, o CC, o que seja legítima defesa. O CP, todavia, define. Diz, de fato, o CP, em seu 
art. 25, que se entende em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
 Relevante a disposição do art. 25 do CP. Traz os pressupostos necessários à con-
figuração da legítima defesa. Pressupostos que podem ser aplicados, com perfeição, à 
legítima defesa capaz de excluir a responsabilidade civil. 
 
 É preciso, assim, que o ato praticado em legítima defesa, para que seja possível a 
exclusão da ilicitude, seja civil, seja penal, de acordo com o art. 25 do CP, tenha por 
fim, utilizados os meios necessários, repelir uma agressão injusta, atual ou iminente, 
dirigida a direito próprio ou de outrem. 
 
 Dentre os diversos requisitos indispensáveis à caracterização da legítima defesa, 
todavia, um deve ser, por sua importância, destacado. Trata-se do requisito que exige 
moderação no rechaço da agressão injusta. É preciso, pois, para que a legítima defesa 
tenha a capacidade de afastar a responsabilidade civil, que ela seja moderada, isto é, 
proporcional à agressão injusta que tem por finalidade repelir. Se não houver tal mo-
deração, ou seja, tal proporcionalidade entre o ato praticado em legítima defesa e a 
atuação do agressor que se intenta arredar, responderá, o agente, ainda que diante de 
uma ofensa desmotivada que a si foi dirigida, pelo excesso que cause danos e prejuí-
zos ao ofensor originário. 
 
 É o que ocorre, por exemplo, quando um sujeito, que está sendo ameaçado, a cin-
co metros de distância, por outro, que apenas porta um soco inglês nas mãos, descar-
rega o revólver no seu opositor, causando sérios danos em sua integridade física. 
 
 É preciso, portanto, quando se cogita de legítima defesa, seja no âmbito civil, seja 
na seara penal, que exista, sempre, moderação, sem a qual a responsabilidade não se-
rá afastada, em decorrência do excesso verificado, causador de um dano a outrem. 
 
 Contudo, observado o pressuposto da moderação, além dos demais requisitos e-
xigidos pelo art. 25 do CP, a legítima defesa é capaz de tornar lícito o ato danoso pra-
ticado, afastando a incidência da responsabilização civil na espécie. 
 
9 
 
2. ESTADO DE NECESSIDADE 
 
 Outra relevante causa excludente da responsabilização civil é o estado de neces-
sidade, definido no inciso II do art. 188 do CC. 
 
 Estado de necessidade, de acordo com o disposto no inciso II do art. 188 do CC, é 
a deterioração ou destruição de uma coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remo-
ver perigo iminente. Ou seja, é a provocação de dano a um bem jurídico alheio, para 
evitar um dano a um outro bem jurídico, próprio ou de terceiro. 
 
 Contudo, o ato praticado em estado de necessidade apenas será legítimo quando 
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, sem ultrapassar ou exceder 
os limites do indispensável para a remoção do perigo. É o que prescreve, de fato, o 
parágrafo único do art. 188 do CC. 
 
 Um ato praticado em estado de necessidade, portanto, segundo o art. 188, II, do 
CC, não é considerado ilícito. Não gera, pois, o dever de indenizar. Daí ser caracteri-
zado como causa de exclusão da responsabilização civil. 
 
 Entretanto, se do ato praticado em estado de necessidade surge um dano causa-
do a um terceiro inocente, ou seja, a um sujeito que não foi aquele que criou a situa-
ção de perigo ao bem jurídico que se pretende salvar com o ato praticado em estado 
de necessidade, há sim a incidência da responsabilização civil, como prescreve o art. 
929 do CC. 
 
 É o caso daquele que, agindo em estado de necessidade, para livrar-se de um mal 
iminente, causa danos a um terceiro inocente, que não criou a situação de perigo. As-
sim, por exemplo, aquele que, desviando de um veículo em alta velocidade, que ul-
trapassou o semáforo fechado, acaba por atingir um veículo estacionado. Nesta situ-
ação, aquele que agiu em estado de necessidade, de acordo com o art. 929 do CC, de-
ve ressarcir os danos sofridos pelo terceiro inocente, dono do veículo abalroado, mui-
to embora o ato danoso praticado em estado de necessidade não seja, segundo o inci-
so II do art. 188 do CC, um ato autêntico ilícito. 
 
 Estabelece, nesse caso, o art. 930 do CC, que o autor do dano terá, em face daque-
le que causou a situação de perigo, ação regressiva, para haver a importância que ti-
ver ressarcido ao lesado. 
 
 Analisados, assim, os principais aspectos que envolvem o estado de necessidade, 
impende examinar, adiante, as demais causas capazes, segundo a doutrina, de exclu-
 
10 
ir a responsabilidade civil. 
 
3. EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO 
 
 O exercício regular de um direito, nos termos do inciso I do art. 188 do CC, não 
constitui ato ilícito, ainda que venha a causar dano a outrem, afastando, em conse-
qüência, a responsabilização civil de seu autor. 
 
 Entretanto, apenas o exercício que seja regular de um direito é que tem a capaci-
dade de excluir a responsabilidade civil. O exercício irregular de um direito não. 
 
 O direito exercido de forma abusiva, ou seja, de maneira irregular, portanto, não 
é apto a excluir a responsabilização civil, acarretando o dever de reparar os prejuízos 
eventualmente causados à vítima, em razão do abuso no exercício do direito. 
 
 É o que estabelece, com efeito, o art. 187 do CC, ao dispor que comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, excede, de modo abusivo, manifestamente, os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costu-
mes. 
 
 Assim, por exemplo, a cobrança de uma dívida, que, feita regularmente, é um di-
reito do credor, mas, levada a efeito de modo abusivo, expondo o devedor a situação 
vexatória, caracteriza a prática de uma atuação ilícita, acarretando, ao titular do direi-
to de crédito, o dever de reparar os danos porventura causados ao devedor inadim-
plente, em razão de sua atitude abusiva no exercício do seu direito de cobrança. 
 
 É possível registrar, em conclusão, que o exercício de um direito, se regular, afas-
ta, por completo, a responsabilidade civil daquele que o exerce; entretanto, o desem-
penho abusivo de um dado direito, já que irregular, gera o dever de indenizar, nos 
exatos termos do disposto no art. 187 do CC. 
 
 4. ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL 
 
 Os atos praticados no estrito desempenho de um dever legal, ainda que causem 
danos a outrem, não têm a capacidade de gerar a responsabilização civil de seu agen-
te. 
 
 Não pratica ato ilícito, livrando-se, portanto, de qualquer responsabilização civil, 
aquele que apenas atende a um comando que lhe foi imposto e dirigido por lei, ainda 
que venha a ocasionar prejuízos a outrem. Não gera, pois, qualquer obrigação de in-
denizar. 
 
11 
 
 É o que ocorre, por exemplo, com a atuação, regular, de um policial em serviço, 
que, visando desempenharo seu mister, e o desempenhando devidamente, acarreta 
dano a outrem. Não será responsabilizado, em razão do estrito cumprimento do de-
ver legal, pelo ato danoso praticado. 
 
 Muito embora o CC não faça qualquer referência ao estrito cumprimento do de-
ver legal como causa de exclusão da responsabilidade civil, é assente, em doutrina e, 
também, em jurisprudência, que o correto atendimento de um dever imposto por lei 
tem a aptidão, sim, de ensejar o afastamento da responsabilização civil. 
 
5. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR 
 
 O caso fortuito e a força maior também são fenômenos que têm a capacidade de 
excluir a responsabilização civil. 
 
 O CC não distingue o caso fortuito da força maior. Apenas diz que eles são fatos 
necessários, cujos efeitos não seria possível evitar ou impedir. 
 
 Todavia, a doutrina distingue o caso fortuito da força maior. 
 
 A força maior, para a doutrina, é o fenômeno da natureza. Assim, por exemplo, o 
furacão arrasador, a tempestade destruidora. 
 
 Já o caso fortuito seria todo acontecimento imprevisto, impossível de impedir ou 
evitar, mas que não decorre de eventos da natureza. É o que sucede, por exemplo, 
com o acidente de trânsito que interdita a única via de acesso ao local em que o de-
vedor deveria prestar os serviços para os quais fora contratado. Não responderá, ele, 
pelos eventuais danos decorrentes do inadimplemento na prestação dos serviços pac-
tuados, já que incidente, na espécie, a excludente do caso fortuito. 
 
 Seja o caso fortuito, seja a força maior, ambos têm o condão de eliminar a respon-
sabilização civil de quem quer que seja em virtude dos danos provocados ao âmbito 
patrimonial alheio. 
 
6. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA 
 
 A culpa exclusiva da vítima também tem o condão de afastar a responsabilização 
civil. Ora, se a culpa foi exclusiva da vítima, não foi de mais ninguém, não havendo 
falar-se, em conseqüência, de responsabilização de quem quer que seja, em razão dos 
danos sofridos. 
 
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 É o que ocorre, por exemplo, quando um dado sujeito se joga sob as rodas de um 
veículo que trafegava, observando todas as regras de trânsito, em uma rodovia. 
 
 Não pode ser responsabilizado pelos danos causados à vítima, em tal situação, o 
condutor do automóvel, que estava a respeitar todas as regras de tráfego pertinentes, 
diante da culpa exclusiva da vítima presente na espécie. 
 
 Livrar-se-á, de fato, o condutor, na hipótese, do pagamento da indenização, sus-
citando a culpa exclusiva da vítima, que tem a aptidão de excluir a responsabilização 
civil do agente causador do dano. 
 
7. FATO DE TERCEIRO 
 
 O fato de terceiro também é uma causa, segundo a doutrina, encampada pela ju-
risprudência, de exclusão da responsabilidade civil. 
 
 Ora, nada mais lógico. Se o fato foi levado a efeito pelo terceiro, não o foi por a-
quele em face de quem se pretende o recebimento da reparação civil. Pode defender-
se, então, este, suscitando, para afastar a sua responsabilização, que o fato foi prati-
cado por terceiro. 
 
 Embora a questão pareça, assim, num primeiro momento, óbvia, existem exem-
plos, envolvendo o fato de terceiro, que não são tão simples. 
 
 Analisemos um deles, trazido pelo Prof. Carlos Roberto Gonçalves. 
 
 Imagine uma série de dez veículos em fila em uma rua, em razão do trânsito. Su-
ponhamos que um sujeito embriagado acabe batendo o seu carro no último automó-
vel da fila, causando um engavetamento. Pensemos, agora, que o proprietário do veí-
culo inicial da fila tenha pleiteado, diante do segundo da linha, a reparação dos pre-
juízos causados ao seu automóvel. Afinal, foi o segundo carro da fila que colidiu com 
o veículo de sua propriedade. 
 
 Pergunta-se: o que poderá alegar, em seu favor, o condutor do segundo automó-
vel? 
 
 Poderá suscitar a excludente do fato de terceiro, alegando que o verdadeiro cul-
pado pelos danos causados, e que, assim, deve ser responsabilizado por eles, foi a-
quele que, embriagado, abalroou o último carro da fila. Este, portanto, é que deveria, 
em conseqüência, ser responsabilizado pelos prejuízos causados aos veículos que fo-
 
13 
ram afetados pelo engavetamento. 
 
 O fato de terceiro, portanto, é uma autêntica causa excludente de responsabiliza-
ção civil, que pode ser alegada, em hipóteses similares àquela apontada, para afastar 
o dever de indenizar. 
 
8. CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR 
 
 Temos, por fim, como causa de exclusão da responsabilidade civil, a cláusula de 
não indenizar. Ou seja, as partes fixam, num contrato que estipulam, que eventuais 
inadimplementos não acarretarão responsabilidade civil a um ou a ambos os contra-
tantes. 
 
 A princípio, a cláusula de não indenizar, fixada num contrato, é plenamente vá-
lida. 
 
 Não será válida a cláusula de não indenizar, todavia, quando colocada num ajus-
te contratual mediante imposição de uma parte contratante mais forte, valendo-se da 
sua supremacia para subjugar a parte mais fraca. 
 
 É o que se verifica, por exemplo, num contrato de consumo, em que o fornecedor 
insere no pacto, que é, no mais das vezes, de adesão, uma cláusula de não indenizar. 
Indaga-se: tal cláusula, inserida num contrato de consumo, poderá ser considerada 
válida? Não. Nos termos do art. 52, I, do CDC, tal cláusula deve ser considerada abu-
siva e, portanto, integralmente nula. É, de fato, o que dispõe o mencionado dispositi-
vo legal: 
 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais rela-
tivas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
 
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor 
por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renún-
cia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o 
consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações 
justificáveis (...). 
 
 Portanto, cuidado. Se a cláusula de não indenizar estiver colocada num contrato 
celebrado entre partes em situação de igualdade, ela será, em tese, absolutamente vá-
lida. Se, porém, a cláusula de não indenizar estiver inserida em um contrato, princi-
palmente de adesão, em que uma das partes contratantes seja mais forte econômica, 
social ou politicamente que a outra, ela não será, ao contrário, em hipótese alguma, 
 
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considerada válida. 
 
- PARTE III -: NOÇÕES GERAIS SOBRE A RESPONSABILIDADE PENAL 
 
 Já fizemos, ao longo do exame da responsabilização civil, os devidos contrapontos 
entre a responsabilidade que se verifica no âmbito civil, de um lado, e a responsabilida-
de que se dá na seara penal, de outro. 
 
 Cumpre, por fim, registrar, apenas, mais três observações sobre a responsabilização 
penal. 
 
 São elas: 
 
1ª) vige, na responsabilização penal, ao contrário do que se verifica no âmbito ci-
vil, o princípio da legalidade estrita. Ou seja, apenas as condutas especificamente 
descritas em lei como criminosas podem render ensejo à responsabilidade crimi-
nal. Basta examinar qualquer um dos tipos penais descritos no CP, como, por e-
xemplo, aquele fixado no art. 121 (matar alguém), ou no art. 213 (constranger al-
guém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar 
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso). Assim, na seara penal, 
a conduta ilícita deve estar, detalhadamente, descrita em lei, em razão da exigên-
cia do princípio da legalidade, constante do art. 5º, XXXIX, da CF (não há crime 
sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal). Já no cam-
po da responsabilização civil o princípio da legalidade estrita não é necessário. A 
indicação genérica dos pressupostos exigidos para a responsabilização civil, feita 
no art. 186 do CC, é suficiente. E é natural que assim seja, já que a responsabili-
dade criminal impõe, ao cabo, ao sujeito do ilícito penal, implicações graves, que 
em diversas situações pode, até mesmo, acarretara privação da liberdade do au-
tor do ato criminoso; 
 
2ª) vigora, também, nos domínios da responsabilidade penal, o relevante princí-
pio da intervenção mínima, pelo qual apenas as lesões mais graves aos bens jurí-
dicos mais importantes é que devem ser criminalmente apenadas, com a concre-
tização da responsabilização penal; 
 
3ª) a responsabilidade civil, de acordo com o art. 935 do CC, é independente da 
criminal, não se podendo mais questionar, no juízo cível, entretanto, a existência 
do fato, ou de quem seja o seu autor, quando tais questões já se acharem decidi-
das no juízo criminal. 
 
 Era, pois, o que tínhamos a dizer sobre a responsabilização penal, consignando que 
 
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o tema será devidamente aprofundado durante os estudos específicos que serão empre-
endidos na matéria denominada Direito Penal. Aguardemos, pois. 
 
- PARTE IV -: NOÇÕES GERAIS ACERCA DA RESPONSABILIDADE ADMINIS-
TRATIVA 
 
 As anotações mais importantes sobre a responsabilização que se constata na esfera 
administrativa, que interessavam mais de perto à nossa matéria, já foram todas levadas 
a efeito quando da análise da responsabilidade civil, nos instantes em que fizemos a 
contraposição da responsabilização que se dá nesta seara do direito com aquela que o-
corre em sede administrativa.

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