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DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO: Tireoide Então, a gente tem o eixo hipotálamo- hipófise. Nele temos a região central que é a do sistema nervoso central, no núcleo paraventricular e supraorbitário. *Porque paraventricular e supraorbital? Porque está ao lado dos ventrículos laterais e supraorbital porque está acima do quiasma óptico. Essas estruturas centrais vão estimular o hipotálamo, vão estimular a hipófise. Temos a porção posterior da hipófise e a porção anterior da hipófise, anterior começa com a letra A de Adenohipófise, que é responsável pelo controle de diversas estruturas do sistema endócrino inclusive o controle da tireoide. Então, o hipotálamo vai produzir TRH (hormônio liberador do TSH), que estimula a adenohipófise a produzir TSH (hormônio estimulante da tireoide) que estimula a Aula 3 de Anatomopato (10/03) Andressa Paulino, Laura Cavalheiro, Letícia DV, Michelly Tressoldi, Nathalia Prado e Vanessa Tosetto àContextualização inicial feita pela prof: Nessa aula vamos falar também suprarrenal, pois existe uma doença tiroidiana que é associada à uma doença de suprarrenal. Então se vocês olharem lá no Robins, na parte de sistema endócrino, a gente vai falar de todas as glândulas endócrinas, então: pâncreas, suprarrenais, hipófise, paratireoides, tireoide. Além disso, testículos e ovários que apesar de fazerem parte do sistema endócrino, são agrupados nos sistemas reprodutivos masculino e feminino respectivamente. Então, eles não vão ser abordados no sistema endócrino por que serão englobados lá. *Roteiro da aula: Revisão do estado normal do órgão, estrutura, formação, função, principais tipos de doença que envolvem a anormalidade de formação, anormalidade de forma e a anormalidade de função, englobando todas as doenças dentro do sistema endócrino. tireoide a produzir T3 e T4, T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina), essas substâncias são armazenadas dentro do folículo tireoidiano. àVisão histológica e hormonal: No interior temos um material que é o coloide, esse que é a tireoglobulina mais os iodos (T3 e T4). Então, dentro do coloide, dentro do folículo tireoidiano temos tudo isso que está representado na imagem. Nesse sentido, a tireoide é composta por diversos folículos. O parênquima tireoidiano tem as células foliculares que armazenam os hormônios tireoidianos em forma de coloide, sendo que quando é necessário, esse hormônio é retirado dali e então vai para a região do estroma, que é o tecido que sustenta esse parênquima, onde tem muitos capilares para esse T3 e T4 chegar logo na corrente sanguínea e exercer as suas funções de maneira rápida. Além disso, aqui na tireoide, a gente tem as células C parafoliculares, é um outro grupo de células que também são responsáveis pela produção de hormônio, mas que não entram nesse eixo hipotálamo hipofisário, é o hormônio Calcitonina. Logicamente, o T3 e T4 são os mais falados e são controlados por esse eixo. A calcitonina não, ela é controlada pelos níveis de cálcio na corrente sanguínea, e ela tem uma ação antagônica ao PTH (paratormônio) que é produzido pela paratireoide. E as paratireoides, são 4, em geral duas superiores e duas inferiores sendo que há duas do lado direito e duas do lado esquerdo, ficam na região posterior da tireoide. Elas são outro órgão endócrino importante, pois elas fazem a função oposta da calcitonina que, como mencionado, é um outro hormônio produzido pela própria tireoide, mais especificamente, pelas células C/parafoliculares. Essas células parafoliculares possuem a origem totalmente diferente das glândulas paratireoides, já que essa possui origem da crista neural (estrutura que ladeia o embrião) e epitélio do tubo digestivo primitivo, respectivamente. A origem é totalmente diferente, e o comportamento de função e de distúrbio de função também é totalmente diferente. Por exemplo, o comportamento de um câncer que tem origem nesse epitélio, é totalmente diferente do comportamento do câncer que tem origem nesse tecido das células C parafolicular, exatamente porque a origem é distinta. Algumas células da crista neural são importantes para produção de outros peptídeos endócrinos, outros à PROVA: Então se eu perguntar na prova: quais sãoos hormônios produzidos pela tireoide? Não são só os T3 e T4, tem também a Calcitonina. àA prof cita que teve uma prova que ela pediu para desenhar o eixo hipotálamo-hipofisário. neuropeptídios, sendo a calcitonina é uma delas, alguns outros hormônios como a serotonina podem ser produzidos por células que vieram da crista neural. Ainda, outras células que vieram da crista neural são as células que deram origem a nossa cor, os melanócitos não tem origem na pele, tem origem neural, e isso explica porque um tumor de melanócito é muito mais agressivo que um tumor de tecido que nasceu da própria pele. Consideração: O melanoma, ele e a neoplasia de melanócitos, e ele é muito mais grave que um carcinoma de células escamosas que é o epitélio próprio da pele, por que? Porque a origem é distinta. Normalmente as células que se originam da crista neural tem um comportamento mais agressivo. Esse eixo tem um feedback negativo, que é uma autorregularão negativa, então quando a quantidade adequada de T3 e T4 vai para a corrente sanguínea, essa quantidade adequada avisa, tanto a adenohipofise quanto ao hipotálamo que não precisa mais produzir TRH nem TSH porque o T3 e T4 estão ok, ocorrendo o feedback negativo. A tireoide pesa mais ou menos 20 gramas, ela é o órgão que está logo abaixo da cartilagem tireoide, sendo que é nessa região que a gente tem a protuberância da cartilagem tireoide que alguns tem maior e outros tem menor por causa do ângulo que é menor. Como é que faz para examinar a tireoide de um paciente? Vocês vão aprender em propedêutica, mas o ideal é que o paciente esteja de costas, sentado na cadeira da consulta. Você por trás do paciente e em pé, você realiza a apalpação da tireoide dele, afastando o esternocleidomastoideo e palpa a glândula com a mão contralateral, realizando a mesma manobra do outro lado, pedindo para paciente deglutir, porque como a tireoide é uma glândula que está firmemente aderida a cartilagem tireoide, na hora que você engole, a laringe sobe e desce e o normal é que a tireoide suba e desça. Nessa hora, aproveita-se para palpar drenagem linfática. Quem drena a tireoide são os linfonodos prétraqueais, pretireoideanos, paratireoideanos e os cervicais laterais. Isso é importante porque existe um câncer de tireoide (mais comum dentre eles), já que muitas vezes o paciente vai chegar para você se queixando de um nódulo cervical, sendo que é comum que esse tumor bem pequenininho na tireoide tenha a capacidade de entrar pela corrente linfática, ser drenado pela cadeia linfática que drena a tireoide, crescer bastante dentro do linfonodo e se apresentar clinicamente como uma tumoração. Não é incomum, quem tem pratica médica nisso tem sempre que lembrar, paciente mulher jovem com nódulo cervical uma das coisas que a gente pensa é que pode ser um câncer de tireoide que alcançou a rede linfática, é por isso que também é importante saber da drenagem linfática. Ainda, o normal é a gente não sentir a tireoide. Caso a tireoide estiver palpável, é provável que ela tenha um aumento de tamanho, aí porque aumentou de tamanho e se esse aumento tem a ver com a alteração de função, essa é outra história. àVisão embriológica/ Distúrbius da embriogênese: Voltando as considerações sobre a estrutura da tireoide, essa que apresenta dois lobos, um istmo, as vezes tem o resquício da formação embrionária da tireoide que é o lobo piramidal (não é raro, tanto em achados de autópsia quanto em achados de tireoidectômia). O lobo piramidal nada mais é do que um remanescente da formação da tireoide. A tireoide é uma invaginação do epitélioda língua. Os 2/3 anteriores da língua são chamados de corpo e o 1/3 posterior que vai se unir com a epiglote é chamado de raiz. A junção entre a raiz e o corpo é o “v lingual”, sendo que na junção desses braços do “v” nós temos uma estrutura chamada forame cego que é um buraco que tem um fundo. No entanto, na embriogênese ele não tinha um fundo, ele era um buraco, esse que cresce inferiormente/descendo, como um dedo de luva. Então, por informações intercelulares, idealmente a tireoide deve se posicionar sob a cartilagem tireóidea, o istmo pega o primeiro, segundo e o terceiro anéis traqueais. Sobre isso, um dos distúrbios da embriogênese da tireoide é essa tireoide não descer até o lugar que deveria ou descer além do lugar que deveria. Dessa maneira, na imagem do Robins acima, podemos ver todas essas bolotinhas verdes aqui são possíveis topografias (ou endereços, topografia é o endereço anatômico) do tecido tireoidiano. Então, pode ser que na embriogênese, por algum motivo, o tecido tireoidiano ficou em baixo da língua, formando a tireoide sublingual. A função dela em geral fica normal, o organismo consegue compensar a topografia alterada com a produção melhor de hormônios, sendo assim nem sempre a função está alterada, mas aqui a topografia está alterada. Um outro distúrbio da embriogênese é a tireoide não se formar, por algum motivo a informação intercelular foi inadequada, esse forame que é uma invaginação do epitélio primitivo do sistema digestivo não faz o trajeto que deveria fazer e pode acontecer da pessoa nascer sem tireoide. Esse nome de ausência de um órgão ou ausência de formação de um órgão a gente chama de agenesia, a qual é a ausência de formação. Agenesia da tireoide é um distúrbio da embriogênese da tireoide. {Texto a seguir referente a imagem ao lado:} Nessa autópsia temos a tireoide, lobo direito, lobo esquerdo, o istmo e nesse caso não tem o lobo piramidal, aqui já foi retirado, mas em geral tem um musculo bem fininho que é o musculo esternotireoideo e alguns outros músculos bem fininhos anteriores a tireoide que a gente chama de cinta tireoidiana, estruturas de musculo estriado esquelético que também fazem parte da musculatura do pescoço, mas são filetes mais finos. Existe também uma capsula, as vezes completa e as vezes incompleta, é importante saber disso, principalmente para as neoplasias malignas de tireoide. DISTÚRBIOS TIROIDIANOS àConseguimos dividir as doenças da tireoide em: 1. Distúrbios inflamatórios 2. Distúrbios da formação 3. Distúrbios da função 4. Distúrbios do crescimento Nesse sentido, um não exclui ao outro, não necessariamente eles são separados, é mais comum inclusive a interseção deles, sendo que as vezes temos um distúrbio de função associado a um distúrbio de crescimento, ou podemos ter um distúrbio de função, junto com um distúrbio de crescimento com um distúrbio de formação. Então, um não exclui o outro, mas de maneira pedagógica estudamos separados, para melhor compreensão. 2. Distúrbio de formação. A formação da tireoide acontece no desenvolvimento embrionária. A tireoide é nada mais que um órgão que se invaginou de um tecido digestivo primitivo. Ela pode se alojar em diversas cavidades, ou pode não se formar. As doenças da formação inadequada da tireoide são essas: • Agenesia: Ausência de formação • Ectopia: Tecido normal em um lugar anormal Essa tireoide no mediastino é uma tireoide ectópica, um tecido normal, mas está em um lugar inadequado. Outro tipo de ectopia que esta associado a uma involução incompleta desse ducto que começou a ser formada no “V lingual” é uma doença chamada de Cisto ou persistência do ducto tireoglosso (tireo= tireoide e glosso= língua). Dessa forma, essa estrutura que se forma no “V lingual”, descendo para formar a tireoide é chamada de ducto tireoglosso, fato que ocorre na vida embrionária. Ainda, se por um motivo aquele túnel não invaginou e continuou a persistente, pode acontecer que na fase de maior demanda como na adolescência/ início da vida adulta, começar a acumular e formar um cisto nesse tubo que persistiu entre o “V” lingual” e o lugar da tireoide. Nesse caso, o que nós vamos ter é quando o paciente chega e diz que está com dor na região mediana, está no meio do trajeto da língua e a tireoide. Então, para esclarecer: Nesse ducto tireoglosso que persistiu na fase de adolescente/início vida adulto, onde os hormônios tiroidianos são produzidos de forma mais elevada, iniciou a fabricação desses no resquício de epitélio tireoidiano que existia dentro desse ducto e começa a acumular e se forma um cisto no ducto tireoglosso, ou seja, o clássico é lesão nodular, mediana, indolor e móvel, e costuma estar próxima do osso hioide, que é o osso que separa o que é cabeça e pescoço. àAgenesia ou hipoplasia grave: Pode ser uma agenesia ou hipoplasia grave, onde haverá pouquíssimo tecido tireoidiano formado. Tais fatores vão gerar um distúrbio de função. Então, nessa situação estamos vendo uma intersecção entre distúrbio de formação e distúrbio de função que é o caso do Cretinismo que nada mais é que uma síndrome clínica (síndrome: é um conjunto de sinais e sintomas). 3. Distúrbio de função: Se temos a ideia do eixo hipotálamo- hipofisário, podemos compreender que alguma coisa pode fazer com esses hormônios tireoidianos cresçam em excesso, ou alguma coisa pode fazer com que ele seja produzido em escassez (pouca produção). àTemos uma síndrome clinica chamada hipertireoidismo que é diferente de tireotoxicose: Hipertireoidismo (aumenta a função da tireoide) • Se for medir a dosagem no sangue, se espera a elevação de T3 e T4, na pratica não é tão assim, mas é isso que eu espero para a prova. • Muito menos frequente do que hipotireoidismo; • Aumento da taxa metabólica basal; • Aumento da pressão arterial (mais sistólica, ou seja, vai ter uma elevação de pressão mais divergente); • Aumento do trânsito gastrointestinal, tem a tendência a ter mais evacuações durante um dia, podendo ter um quadro diarreico (hiper evacuações), ocorrendo a eliminação de substâncias que seriam absorvidas pelo corpo, por isso pode ter a perda de cabelo e quebra de unha; Definições: àHipoplasia: distúrbio de crescimento, onde há redução de células. àHiperplasia: distúrbio de crescimento onde a aumento de células. àHipotrofia: distúrbio de crescimento onde há redução do tamanho das células. àHipertrofia: distúrbio de crescimento onde há aumento do tamanho das células. àSobre a imagem ao lado: Na imagem a seguir vemos a peça cirúrgica de cisto do ducto tiroglosso= O cirurgião de cabeça/pescoço quando o retira é possível ver um fragmento do osso hioide, o tubo que é o ducto tireoglosso e uma estrutura cística (tem uma capsula e dentro tem um material que parece uma gelatina, um coloide, essa gelatina é o coloide tireoidiano que está em uma cor mais amarelada pois provavelmente deve estar com um processo inflamatório, neutrófilo/pus. O normal do coloide tiroidiano seria uma cor mais acastanhada (parecido com geleia de mocotó). • Insônia, pessoa fica elétrica, tem dificuldade de dormir. Hipotireoidismo: • É a outra função; • Mais comum em mulheres, é mais comum que hipertireoidismo; • Manifestações clinicas: cansaço, desanimo, desatenção, sonolência, ganho de peso, unhas quebradiças, perda de cabelo, esses dois últimos, não são específicos para a doença, também é visto no hipertireoidismo, pois há o aumento da taxa metabólica, levando ao gasto das reservas capilares e das unhas; • Distúrbio metabólico de baixa taxa metabólica, (tem uma redução da taxa metabólica basal); • Ex: Digamos que o normal da Miche é usar 2000 calorias por dia, quando começou a apresentar hipotireoidismo o organismo dela não precisava mais dessas 2000 para exercer sua função, e baixou para 1500 calorias; • Umaparte importante é a cardíaca, gastrointestinal e neurológica; o Trânsito gastrointestinal começa a ficar mais lento, se antes tinha o habito de evacuar 1 vez ao dia, agora vai a cada 3 dias, muda o habito, a digestão fica mais lenta. o A frequência cardíaca diminui, e a pressão arterial tende a subir, tanto a diastólica quanto a sistólica tendem a subir, tem uma tendência a se aproximar (hipertensão convergenteà aumenta a diastólica também). o Diminui o estado neurológico: desatenta, sonolenta, ansiosa, quadro depressivo, tanto é que faz parte do processo psíquico fazer exames hormonais, pois o paciente as vezes procura um psiquiatra pois está com muita sonolência ou está com desatenção, letárgica, mas é só disfunção hormonal. • Existe um edema bem característico no hipotireoidismo, que é o edema que compromete os tecidos moles das faces, rosto e língua. Dessa forma, todos esses sintomas são sintomas característicos em adultos, já em crianças e adolescente é diferente. Dessa maneira, o T3 e T4 eles têm uma função como se fossem de coadjuvantes ao hormônio do crescimento (GH). Quem já cresceu tem a produção de GH mais relacionado ao metabolismo, sendo extremamente importante pois influência hormônios do metabolismo da glicose como glucagon e insulina, mas ele é principal na fase de desenvolvimento de crianças. Cretinismo: Sobre isso, vamos falar sobre um distúrbio tiroidiano de função que ocorre na primeira infância, sendo esse causado devido a hipoplasia ou da agenesia que seria o cretinismo. O cretinismo é um distúrbio que afeta a função da tireoide devido à ausência da tireoide, ou seja, a tireoide não se formou ou era muito pequena, então nesse caso não tem relação com insuficiência de iodo. Nesse sentido, podemos observar ao lado o caso de um bebê (6 mêses) com a síndrome do cretinismo, que pela sua idade já deveria conseguir sentar, mas ele está sendo apoiado pela mão do médico. Bebes costumam sentar por volta dos 4 meses, e se até os 6 meses não consegue sentar pode significar um atraso no desenvolvimento muscular e neurológico. Há também a descrição na imagem que a criança é flácida, tem choro estridente, fraqueza capilar e um atraso no desenvolvimento neurológico e motor. Essa criança da imagem nasceu sem a tireoide. {Prof mencionou que gosta de cobrar na prova}: Os hormônios tiroidianos (T3 e T4) são importantes na função de ação do hormônio do crescimento, mas é porque eles permitem um processo chamado diferenciação. Diferenciação é aquisição máxima de função de uma célula. Então, os hormônios tiroidianos permitem a diferenciação do sistema neurológico, sistema cardiovascular, sistema endócrino e sistema muscular esquelético. Isso é impressionante como uma glândula que pesa de 15 a 20 gramas nos adultos tem uma função tão importante, permitindo, por exemplo, com o que o neurônio seja neurônio, que o musculo esquelético seja musculo esquelético, que a cartilagem faça ossificação endocondral e seja um dia um osso. Dessa maneira, conclui-se que o T3 e T4 são extremamente importantes no inicio da vida, o que inclui a adolescência, pois permitem que os órgãos e tecidos adquiriram sua máxima função que seria a diferenciação. Nos adultos praticamente todos os tecidos já adquiriram função máxima, alguns podem ainda adquirir função máxima dependendo se será utilizado ou não como exemplo o tecido mamário, esse tecido tem por função produzir leite, mas só atinge essa diferenciação no momento da amamentação. Então, o T3 e T4 em adultos está mais relacionado com a taxa metabólica basal, mas ainda possui função em diversos sistemas como cardiovascular, neurológico, gastrointestinal, sistema de anexos cutâneos, mas na infância e na adolescência são extremamente importantes na diferenciação desses tecidos. Hipotireoidismo na infância/adolescência e na vida adulta: No hipotireoidismo quando na primeira infância ou na adolescência se apresenta com manifestações clinicas sindrômica chamada cretinismo. Se for no adulto ele se manifesta como uma síndrome clinica chamada MIXEDEMA. Nessa doença, o paciente clássico desse distúrbio é uma mulher de meia idade, com o rosto extremamente edemaciado, um edema não depressível (quando apertado a região não fica marca do dedo), edema não depressível (quando aperta não fica a marca dos dedos) pois são proteoglicanos no tecido subcutâneo, que acumulam agua e ácido hialurônico, a língua também pode ter edema. A face é apática devido ao sistema neurológico estar com baixa taxa metabólica e começa a ter ganho de peso devido a isso. Mesmo que a paciente mantenha o apetite, ela está gastando menos caloria e assim acaba engordando. Outras manifestações também podem acometer o sistema cardiovascular e respiratório, a paciente pode ter dispneia, aumenta a frequência respiratória e um cansaço frequente. Hipertireoidismo (referente a imagem ao lado): O paciente do hipertireoidismo, principalmente, aquele que possui a doença de Graves ele vai possuir uma tríade clássica da doença. Nesse caso temos duas manifestações clinicas clássicas que seria o bócio(na imagem aparece o contorno da tireoide) devido ao aumento Teste do pezinho: O teste do pezinho não necessariamente precisa ser do pé do bebe, pode ser de outras regiões (ex: mão), mas normalmente é do pé devido a facilidade de coletar o sangue. São vários exames realizados nessa única gota de sangue e um deles é a triagem dos hormônios tiroidianos, para analisar de existe níveis adequados de hormônios para idade dela. O exame é feito antes do bebe completar 30 dias de vida, porque se é descoberto logo as deficiências de hormônios tiroidianos é possível fazer uma reposição hormonal. da tireoide então seria palpável, alteração ocular que da protusão do olho que seria a exoftalmia (exo= fora, oftalmia=olho, então o olho fica para fora), na imagem a paciente até parece estrábica, pois ocorre um acumulo de tecido inflamatório como linfoticos no tecido da orbita que é o tecido adiposo em volta dos músculos que movimentam o olho, até mesmo nos próprios músculos que movimentam o olho isso pode ocorrer, ai se o tecido atrás está inflamado há uma tendência do olho ir para fora. As vezes o paciente nem consegue fechar completamente o olho devido a protusão, então as pálpebras não se tocam e ficam entreabertas. Então ocorre aumento do volume tiroidiano, exoftalmia (unilateral ou bitaletal), e outra manifestação na tríade edema no membro inferior. O mesmo edema que a paciente do hipotireoidismo tem no rosto, na língua, o paciente com hipertireoidismo apresenta só na região na frente da tíbia, é um edema não compreensível também. A doença de Graves se manifesta com hipertireoidismo, então estamos falando de uma doença de distúrbio de função relacionada a uma doença com distúrbio inflamatório (interseção). A doença de graves é um distúrbio inflamatório da tireoide que cursa com o hipertireoidismo. Usa exemplo de paciente que foi a um gastro pois estava sentindo um desconforto abdominal, lentidão do transito intestinal, má digestão, aí o médico mediu a pressão dela que estava elevada com tendência maior da sistólica, apresentava também um tremor devido a alta taxa metabólica, pois aumenta o estado neurológico e o paciente tem tremor de extremidade, a paciente apresentava um pouco de protrusão ocular, e pediu exames de tireoide e ela estava com hipertireoidismo. Na imagem ao lado notamos um aumento do pescoço, fazendo-nos inferir que há um aumento da tireoide, sendo que o músculo esternocleidomastoideo está até “estufado” para os lados. Além disso, conseguimos visualizar a presença de um nódulo na região do istmo e ao fazer o exame físico percebe-se o aumento da glândula. Ainda, mesmo sendo notório o aumento da estrutura não podemos afirmar que essa paciente possui um câncer de tireoide ou hipertireoidismo, visto que um distúrbio do crescimento nãonecessariamente cursa com um distúrbio da função ou inflamatório. Porque fazemos aquela separação (3 conjuntos representados na imagem acima) para fins pedagógicos, mas muitas vezes eles estão juntos (possuem interseção) ou separados. 1. Distúrbios inflamatórios Podem ser divididos em distúrbios agudos, subagudos e crônicos, sendo que os crônicos existem algumas especificações do tipo de inflamação, da qual vamos falar da inflamação crônica granulomatosa. Normalmente, quando temos um processo inflamatório agudo junto temos um infiltrado inflamatório agudo que está relacionado com a polimorfonucleares (glóbulos brancosàneutrófilos, basófilos e eosinófilos). O subagudo é uma transição de um infiltrado de polimorfonucleares com um pouco de infiltrado de mononucleares (linfócitos e monócitos) e o crônico é um predomínio de infiltrado mononucleares. Isso serve para que quando o profissional vê o tipo de infiltrado que permeia possa dizer a classificação da doença (exemplo: em uma salpingite aguda ele observou um infiltrado inflamatório com predomínio de polimorfonucleares). A tireoide como é uma glândula endócrina, ela é extremamente vascularizada para que o hormônio produzido nela possa atingir várias partes do corpo o mais rápido possível. Nesse sentido, por esse motivo um processo inflamatório de outro lugar (ex: processo inflamatório da orofaringe, da pele na região cervical e amidalite aguda) pode, raramente, chegar até ela e gerar um processo inflamatório na tireoide, causando em geral uma tireoidite aguda. Nesses pacientes com tireoidites, por ser um órgão, além de extremamente vascularizado, muito inervado vão sentir dor ao deglutir ou a apalpar. Ademais, quando há um infiltrado inflamatório a tireoide vai aumentar de tamanho, pois está infiltrada por células que não deveriam estar lá. Então, em tireoidites o órgão vai estar maior, doloroso e na maioria das vezes são autolimitadas, ou seja, sozinha ela se cura, realizando remição espontânea. A tireoidite subaguda de De Quervain ou subaguda glanulomatosa, a importância dela é que ela cursa com dor. Então, o clássico é a paciente jovem mulher (mais comum) chegar se queixando de muita dor cervical/na garganta, sendo que ao examinar a orofaringe, amígdala percebe-se que está tudo normal, mas ao realizar a apalpação da tireoide a pessoa sente muita dor, sendo que as vezes esses sintomas coincidem com aumento do órgão. Além disso, quando apresenta essas mesmas características e sintomas: aumento de tamanho, dor e mulher jovem pode-se levantar a hipótese de câncer de tireoide que também é comum nessa faixa etária. Então, geralmente, o médico manda uma amostra do material tireoidiano para fazer o diagnóstico, sendo que se encontrar um infiltrado inflamatório glanulomatoso é apenas uma tireoidite, provavelmente, de De Quervain. No entanto, na maioria das vezes, esses pacientes ficam com distúrbio de função, pois o processo inflamatório acaba destruindo as células foliculares, acabando com o armazenamento e liberação de T3 e T4, gerando hipotireoidismo. A Tireoidite Linfocítica Subaguda acontece no pós-parto. Então, geralmente, a mulher não teve nenhum problema durante a gestação relacionado a tireoide, passa pelo parto, algumas semanas depois ela evolui com muita dor na região cervical e aumento da tireoide. Vai acontecer a remição espontânea, não sendo necessário um tratamento específico, mas pode acontecer destruição de função devido ao processo inflamatório, levando a hipotireoidismo e, com isso, a dependência de hormônios tiroidianos. Ainda, dentro dos distúrbios inflamatórios, tireoidite do tipo crônico e autoimune temos duas doenças da tireoide: Tireoidite de A tireoidite de Hashimoto é o distúrbio inflamatório mais comum. Infecções sistêmicas podem comprometer a tireoide como a sífilis, aids e tuberculose, pois é um órgão muito vascularizado. São raros, não há necessidade de conhecer profundamente. Hashimoto e Doença de Graves. Uma é diferente da outra {prof comentou que isso está muito legal no Robbins que é bom olhar}. Na Tireoidite de Hashimoto acontece uma situação de autoimunidade que é quando por algum motivo ocorre um descontrole do processo de imunidade e o corpo desconhece o antígeno próprio, começando a agredir esse antígeno. Nessa doença, a mais comum de ser afetada é mulher jovem, sendo que sistema autoimune começa a destruir as células do epitélio folicular, impedindo o armazenamento e liberação de T3 e T4. No início da destruição celular, as células não lesadas compensam a perda, mas com o avanço do processo inflamatório, a paciente começa a apresentar os sintomas de hipotireoidismo. Ao realizar uma dosagem hormonal nessa paciente, nota-se taxas baixas de T3 e T4, TRH e TSH, devido ao feedback negativo, estará alto na tentativa de estimular mais a tireoide. No início essa elevação de TRH e TSH dá certo, eles conseguem estimular mais o resto de células foliculares que existem, por esse motivo, nem sempre temos a situação clássica de T3 e T4 baixo, TRH e TSH alto. Essa tireoidite, normalmente, vai cursar com o hipotireoidismo devido a destruição das células foliculares. Na Doença de Graves acontece o hipertireoidismo. Isso ocorre porque o anticorpo que passa a desconhecer o antígeno próprio se acopla no receptor do TSH (receptor que fica na tireoide, no qual o TSH se acopla para estimular o DNA a produzir o que ele quer), mimetizando o THS/imita a função do TSH, estimulando o paciente a produzir T3 e T4. Um dos sintomas clássicos é a exoftalmia. {Texto a seguir referente a imagem a baixo}: Quando uma paciente chega com esse quadro da foto, a única coisa que podemos concluir é que tem um aumento de tamanho, chamado de BÓCIO. O bócio é uma mistura de dois distúrbios do crescimento: hipertrofia (aumento do tamanho da célula folicular) e de hiperplasia (aumento do número de células foliculares). Quando analisamos essa tireoide, ela estará pesada, ao invés dela pesar 15 ou 20 gramas, ela estará pesando 100/120 gramas. Esse peso aumentado é resultado do aumento do tamanho das células e do número de células. àMétodos usamos para diagnóstico: A investigação dos distúrbios do crescimento da tireoide é feita através de um exame: Punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esse procedimento é feito por patologista ou por um àPROVA: prof disse que pergunta na prova=Quais são os dois tipos de distúrbios tiroidianos infamatórios de causa autoimune? Tireoidite de Hashimoto e Doença de Graves. àPROVA: prof disse que se ela perguntar na prova sobre os níveis de T3, T4, TRH e TSH na Tireoidite de Hashimoto ela quer o clássico= T3 e T4 baixo, TRH e TSH alto. àProf disse que é importante a gente ver duas tabelas no Robbins que falam as causas do hipertireoidismo e hipotireoidismo. A falta de iodo, gerando o hipotireoidismo hoje não é muito frequente, pois na época de Vargas foi decretada uma lei estadual que acrescentava iodo no sal. ultrassonografista ou por um cirurgião cabeça e pescoço. Tal procedimento é ideal para exames das lesões de aumento de crescimento da tireoide, por exemplo, quando se tem uma lesão na pele, o tradicional é que o dermatologista faça uma pequena biópsia. No caso da tireoide, não se tira um pedacinho da tireoide. O que se faz? Aspira um pouco do conteúd, pois é mais sensível e específico. Sendo assim, a punção aspirativa por agulha fina (comenta que está mais bem explicada no Bogliolo) é: -Procedimento barato e rápido; -Não precisa de anestesia local porque a dor é similar com a dor de uma coleta de exame de sangue; -A agulha é similar e dura menos de um minuto; -Principal exame feito para investigação de nódulos tireoidianos. Nesse sentido, quando o paciente chega no consultório falando que está sentindo um nódulo, provavelmente queesse nódulo tem mais de um centímetro já, então se faz a PAAF. O exame funciona como forma de triagem. Quando se dá um diagnóstico da punção é seguido um padrão que é o mesmo em todo o mundo, é a mesma nomenclatura de diagnósticos. Após a padronização de diagnóstico (Classificação de Bethesda), foi possível diminuir os casos de cirurgias. Isso foi importante, pois a tireoide é um órgão extremamente vascularizado, então sangra muito essa cirurgia, além disso, pela tireoide passo o nervo laríngeo recorrente: essencial para a fala. Outra complicação de tiroidectomia está relacionada com as paratireoides. São quatro paratireoides, elas têm uma coloração semelhante com a da tireoide, são pequenas- menores do que grãos de feijão. O cirurgião tem que ter a habilidade de tirar a tireoide e mantém pelo menos uma das paratireoides para não haver distúrbios do paratormônio, levando a uma hipercalcemia. A principal consequência de uma tiroidectomia é o paciente se tornar dependente crônico de hormônios tireoidianos. A classificação de Bethesda vai de 1 ate 6 Após feita a PAAF, o esfregaço sanguíneo é mandado para um patologista para ser feito um laudo do padrão de lesão como de 1 a 6. àExemplo 1: Quando a patologista classifica, por àO que é um nódulo? Um nódulo pode ser um BÓCIO, um CÂNCER, uma NEOPLASIA BENIGNA. Nódulo é uma expressão de uma alteração estrutural, onde se vê uma lesão. Nódulos tireoidianos com mais de um centímetro tem indicação de fazer punção por agulha fina. Nódulos menores ou iguais a um centímetro não tem indicação de fazer o procedimento, tem indicação só de acompanhamento Médico. exemplo, Bethesda 6, está sendo dito que aquele padrão de lesão visto na lâmina, tem de 97% a 99% de chance de ser maligno. Assim que o médico que fez a punção recebe o laudo de volta com Bethesda 6, ele contactará o paciente o mais rápido possível para ser feito uma tiroidectomia. àExemplo 2: Quando o patologista lauda em Bethesda 1, ele esta dizendo que pode ter risco de malignidade de 0 à 4%, mas na essência o que esta sendo dito é que a punção não foi bem feita o material está INSATISFATÓRIO: pode ter muito sangue ou pouco material foi tirado da tireoide ou o esfregaço secou na hora que foi feito. Nesse caso, repete-se o exame. *Seguindo a tabela: àBethesda 2: na maioria das vezes é benigno, exige acompanhamento e tem indicação de retirado apenas para casos estéticos à critério do paciente. àBethesda 3: clássico em cima do muro, porque não tem quantidade e nem qualidade suficiente de lesão para dizer se é maligno ou benigno. O patologista vê, um núcleo aumentado de tamanho, mais evidente, ve uma mitose, por exemplo, mas não há um padrão para ser chamado de maligno, mas essa alteração não pode ser descartada. Se indica fazer a PAAF em um intervalo de 3 a 6 meses. Pode ser que essa lesão involua ou evolua em um processo neoplásico ou ainda conseguir uma amostra melhor da lesão. àBethesda 4: quando o patologista percebe um padrão de neoplasia folicular. Quando classificado de Bethesda 4, o patologista viu na lâmina que há um padrão de neoplasia folicular. Neoplasia é um processo de crescimento autônomo e anormal, mas não estou definindo se é benigno ou maligno. Esse tipo de neoplasia que se origina dessa célula folicular que é altamente diferenciado, parecendo um folículo, porque imita o folículo tireoidiano, ela só pode ser chamada de benigna ou maligna quando eu tenho a tireoide pra examinar na minha mão, e aí eu confiro esse exame no microscópio com cortes histológicos. Pego a tireoide, corto toda aquela lesão, examino toda a cápsula dela e vejo se infiltrou a cápsula ou se invadiu vaso sanguíneo linfático. Se infiltrou a cápsula e invadiu vaso sanguíneo linfático é uma neoplasia maligna, se não fez nenhum desses dois é uma neoplasia benigna. Então, quando o patologista lauda “4” em uma punção que veio de um aspirado, um material de células soltas, ele não tem como dizer se é maligna ou benigna, ele só diz que é uma neoplasia folicular. Um paciente foi operado, retirado um nódulo da tireoide (não a tireoide toda) e mandado ao laboratório. No laboratório será analisado todo aquele nódulo, toda aquela cápsula dele, e será procurado invasão de cápsula ou invasão sanguíneo linfático. Se eu encontro isso, aí eu vou liberar o laudo histopatológico da lesão com carcinoma folicular. Se eu não encontro, qual o oposto do carcinoma? Adenoma folicular. O que é neoplasia: distúrbio do crescimento onde há uma proliferação celular autônoma e anormal. Tem dois tipos de neoplasias: *Benigno: crescimento expansivo, lento, não tem necrose e não tem capacidade de invadir vasos sanguíneos nem vaso linfático. *Maligno: crescimento infiltrativo, rápido, tem necrose e tem capacidade de invadir vasos sanguíneos e linfáticos, levando a uma neoplasia de distância metástase. àClassificação de Bethesda é para uma punção, que é um aspirado de um nódulo tireoidiano. Nódulos de mais de 1cm tem indicação de punção. Vai de 1 a 6, 1 é insatisfatório, 2 é benigno, 3 é atípica de significado indeterminado, 4 é neoplasia folicular a ser definifo como adenoma ou carcinoma no histopatológico, 5 é suspeito de malignidade e 6 é malignidade. àBethesda 5: suspeito de malignidade. àBethesda 6: malignidade. Os casos 5 e 6 são os mais fáceis de serem encontrados, no entanto os mais graves. Quando vemos o 5, dizemos que ele é suspeito de malignidade, 75% de chance de ser câncer, logo, tem que tirar a tireoide desse paciente. O 6 é quando eu encontro uma lesão patognomônica de carcinoma. Imagem que postei no instagram hoje (ao lado): uma célula grandona que tem um núcleo, e parece que tem um outro núcleo dentro da célula. Esse outro núcleo, que está dentro do outro núcleo, ele possui a mesma cor do citoplasma. O que é patognomônico para a patologia geral? É uma alteração que identifica uma doença. Então, se você ver isso aqui, chamado de pseudoinclusão grave, a célula cresceu muito, o núcleo cresceu mais e o citoplasma faz uma invaginação para dentro do núcleo. Quando eu vejo essa pseudoinclusão nuclear no laboratório, eu passo do 5 para o 6, pois isso é patognomônico de um tipo de câncer de tireoide chamado de carcinoma papilífero da tireoide, que é o carcinoma mais comum da tireoide. Carcinoma → neoplasia maligna. Como é realizada a triagem de um paciente que apresenta lesão nodular no consultório: Antes ou depois dessa classificação são realizados um conjunto de coisas: dosagem hormonal, exame físico, ultrassom da região cervical, etc. Para depois ser programado ou não uma tireoidectomia ou lombectomia ou apenas um acompanhamento de segmento. Por exemplo, chega essa paciente da foto ao lado: o que você pode dizer dessa paciente? Você pode dizer que ela tem Graves? A única coisa que você pode dizer é que ela tem bócio. Um aumento da tireoide as custas de hipertrofia e hiperplasia. O bócio é o mais comum, o câncer é o menos comum. O mais comum é que esses nódulos tireoidianos não sejam nem adenomas, sejam só uma mistura de hipertrofia e de hiperplasia num lugar só que formou um nódulo. Achado patológicos: àFIGURA 1: Às vezes a gente temos vários nódulos. Isso aqui é uma tireoide que foi cortada, depois da fixação em formol. É um bócio multinodular. Se a gente fizesse punção dessa lesão? Eu falei que bócio é hipertrofia e hiperplasia, são distúrbios do crescimento não neoplásicos, não anormal, não autônomo, então se eu fosse examinar no microscópio um material que você puncionou dessa lesão aqui, eu ia classificar como Bethesda 2. Eu ia ver alterações sugestivas de hipertrofia e de hiperplasia, logo, é só um bócio, só vai operar se estiver causando incômodo clínico ou estético no paciente. àFIGURA 2:Ou as vezes você vai encontrar um nódulo só. Nesse caso é um nódulo só. Esse nódulo tireoidiano, o centro dele cistificou, isso é comum de acontecer, as vezes a pressão cresce muito e lá dentro fica faltando aporte sanguíneo, acaba com que o tecido forme um líquido lá dentro, então lá dentro tem uma cavidade cística e aqui fora uma cápsula envolvendo essa estrutura de hipertrofia e hiperplasia. Se tivesse puncionado esse nódulo seria classificado como Bethesda 2. àFIGURA 3: Esse é um adenoma folicular, então é uma neoplasia benigna folicular. Se é um adenoma folicular é um Bethesda 4. É um nódulo, sólido, não tem cisto no centro, tem uma cápsula, na hora que examinou toda a cápsula e toda a vascularização, não tinha invasão de cápsula não tinha invasão de vaso sanguíneo linfático, foi liberado como adenoma folicular. àFIGURA 4: Esse caso aqui infelizmente é um caso de autópsia de um caso de Carcinoma papilífero da tireoide em um linfonodo cervical em um paciente feminino de 25 anos. Aqui vocês estão vendo a língua, estrutura de músculo da região cervical, e aqui tireóide aumentada de tamanho, vários nódulos, linfonodos da região cervical todos aumentados de tamanho. Essa paciente foi descoberta exatamente como eu falei para vocês, descobriu primeiro um linfonodo com metástase de um câncer da tireoide. Esse caso é um caso atípico, pois no geral o carcinoma papilífero da tireoide não leva o paciente a morte, eu brinco que se tiver que escolher um câncer, escolhe o carcinoma papilífero da tireoide, pois costuma ser um câncer de evolução lenta, recorrente, mas no geral, não leva o paciente a óbito. O carcinoma papilífero da tireoide tem essa apresentação, paciente jovem com menos de 40 anos, sexo feminino, com tendência a recidivar em linfonodos do mesmo lado ou do lado oposto. Se fizéssemos um levantamento de casos benignos e malignos, seriam 10x mais casos benignos. Antes disso aqui, mais comum ainda é o bócio. Nódulos tireoidianos mais frequentes são só uma expressão de uma hipertrofia e hiperplasia. Se formos falar de uma neoplasia, de distúrbio do crescimento autônomo e anormal, aí o benigno é o mais comum. àFIGURA 5: Dentro dos benignos o tipo mais comum é o adenoma, que é uma hiperplasia do epitélio folicular. Entre os malignos, essa é a sequência do mais comum para o menos comum: carcinoma papilífero da tireóide, carcinoma folicular, medular e anaplásico. O anaplásico é o mais agressivo, é o que mata o paciente. Comum em mulheres mais velhas (+60 anos), e ele é mais grave pois tem uma tendência de crescimento invasivo agressivo (traqueia, esôfago, carótida) cresce infiltrando essas estruturas de maneira muito rápida. Normalmente quando o paciente chega o tumor já está irressecável (não tem como tirar, pois, ele cresceu englobando estruturas vitais). Mortalidade muito alta, quase 100% em 1 ano após o diagnóstico. É o mais incomum. àFIGURA 6: O carcinoma medular (também é um dos mais incomuns), tem origem nas células C parafoliculares(produzem calcitonina) e por ser uma mutação desse tipo específico de células, uma das maneiras de afastar o carcinoma de células C parafoliculares é dosando calcitonina no sangue → valor elevado de calcitonina, geralmente, conclui o diagnóstico de carcinoma medular. É mais agressivo que o papilífero e que o folicular, mas menos agressivo que o anaplásico. Tem alta chance de dar metástases, por que a célula que originou ele é distinta do epitélio folicular. Na imagem 6, é possível observar a presença de dois nódulos, os dois lobos estão comprometidos pelo carcinoma medular. Essa paciente além do carcinoma medular, tinha uma síndrome (ELA QUER QUE A GENTE ESTUDE ESSA SÍNDROME → NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA). Na imagem 7, temos o corte de um dos lobos do carcinoma acima. É uma lesão mais sólida, com algumas áreas mais heterogêneas. Essa mesma paciente faleceu alguns anos depois com metástases no fíga do (figura 8). Outras neoplasias que podem formar na tireóide, são neoplasias de outros órgãos: um câncer de fígado, pulmão pode dar metástase na tireóide. Não é tão comum, mas pode acontecer. àEstadiamento Patológico: Uma maneira de realizar a classificação a agressividade da doença/câncer, agrupa o paciente para decidir uma conduta de tratamento e em um grupo de sobrevida distinto. Ele é feito para diferentes órgãos. ● Avaliação de 3 fatores: → P: tumor propriamente dito, quão agressivo ele é localmente; Vai de 0 a 4 → N: se o tumor conseguiu entrar na corrente linfática que faz a drenagem da estrutura → M: se o tumor conseguiu emitir metástases na corrente sanguínea Essa classificação vai mostrar o estágio em que a doença está. Cada organismo vai ter suas maneiras individualizadas para a situação em que ele vive naquele momento. Quando temos um câncer na tireoide, temos que estadiar: → Tumor com 2cm ou menos, restrito a tireóide(protegido pela cápsula tireoidiana): P1 → Tumor com mais de 2cm até 4cm, restrito a tireóide(protegido pela cápsula tireoidiana): P2 → Mais de 4cm, restrito a tireóide: P3 → Tumor de qualquer tamanho que começou a sair da tireóide (infiltrou algum músculo fino - ex: esternotireoideo- ou um tecido adiposo ao redor da tireóide: P3 → Tumor que invade os tecidos moles subcutâneos ou a traqueia ou o esofago: P4a → Tumor que sai da tireoide, crescer e englobou o corpo vertebral da região cervical ou a artéria carótida: P4b. Praticamente impossível ressecar. → M0: quando os linfonodos regionais estão livres de neoplasia; → M1: os linfonodos próximos a tireoide (pré-traqueais ou paratraqueais …. outros que não entendi) apresentam metástase em um deles → N1: câncer de tireoide que se alojou no pulmão ou em um linfonodo não regional. OBS: Prof pediu para lermos sobre a Síndrome Poliendócrina autoimune.
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