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EDUCAÇÃO DO CAMPO

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EDUCAÇÃO 
DO 
CAMPO 
 
 
 
A IMPORTANCIA DA VALORIZAQAO DA CULTURA NA ESCOLA. 
1 
CONHECIMENTOS: 
Compreender a relação histórica entre campo。e cidade no processo de 
desenvolvimento do Brasil. 
HABILIDADE: 
Identificar a dinâmica da industrialização mundial e nacional. 
ATITUDE: 
Posicionar-se criticamente frente qualquer situação de discriminação cultural.
13 
 
A relação campo cidade 
Na passagem do século XX para o século XXI quase metade da população 
mundial! está vivendo em áreas urbanas, desde pequenas cidades até as grandes 
megalópoles. E uma das coisas mais marcantes do século XX e exatamente essa 
Revolução Urbana. 
De 1950 até o final do século, o número de pessoas que estão vivendo nas 
cidades triplicou, fato esse ocasionado pelo crescimento industrial e demográfico, 
esses dois elementos foram mudando os paz rose de vida das copulardes, este 
crescimento também resultou na divisão territorial do trabalho entre campo e 
cidade. 
O processo de industrialização transformou a agricultura e intensificou o 
processo de urbanização do mundo contemporâneo. A distribui 海 espacial da 
humanidade sempre possuiu um nítido contraste, por um lado, grandes espaços 
vazios ou de baixa densidade demográfica: as zonas polares, regiões de grandes 
atitudes ou as extensões quentes e secas. 
Como o crescimento econômico e demográfico sempre foram muito lentos, o 
habitat natural do homem era antigamente o seu lugar de residência e trabalho. 
Era neste espago bem delimitado que as pessoas desenvolviam a sua vida social, 
produziam o necessário para sua subsistência, organizavam suas crenças e visões 
de mundo. 
Dentro dos limites geográficos do seu tempo, as comunidades viviam 
integradas com o meio ambiente. E até o século XIX, os homens foram 
essencialmente agricultores, mas, a partir de então aconteceu uma revolução. 
Essa revolução foi o início de uma transforma 海 na área social, econômico, político 
e cultural e aprofundou, ainda mais o contraste de concentração da população, foi 
a chamada Relvou 乏。Industrial. 
Foi graças a Revolução Industrial que começou todo o processo de 
desenvolvimento tecnológico, afetando até a agricultura, as cidades se 
multiplicaram, ficaram cada vez mais importantes, fato que ocasionou a mudança 
dos povos que até então viviam no campo e a cidade era vista como sinônimo de 
progresso. 
A grande indústria cresceu de modo tão vertiginoso no mundo inteiro, que a 
população economicamente ativa estava empregada no setor secundário. Com a 
revolução industrial, o setor secundário obteve cada vez mais fora e importância 
na fora de trabalho mundial. 
Os três setores que compõem a economia são: 
14 
 
• Setor primário (agricultura e pecuária); 
• Setor secundário (Industria); 
• Setor terciário (comercio e servisses); 
Como a agricultura se transformou com a Revolução Industrial? 
O fato e que depois da Revolução Industrial a agricultura se transformou, 
passando de um caráter de subsistência para uma agricultura comercial. Mas e 
difícil falar de agricultura no singular, uma vez que as atividades agrícolas 
praticadas por povos diversos eram variadas, não apenas pelas técnicas 
empregadas, mas, também no que diz respeito a estrutura agraria. 
Nos países tropicais, o objetivo da agricultura comercial foi o de abastecer 
só países mais desenvolvidos, por isso, tomou a forma de grandes plantados 
coloniais, sendo que as maiores se encontram na América Latina, embora os 
produtos dessa agricultura possuíssem grande valor no mercado, as populares que 
nela trabalhavam eram muito pobres, já que pouco do que plantavam permaneciam 
em suas mãos, isso acabou gerando sistemas agrícolas extensos, de baixa 
produtividade, uma agricultura de grandes propriedades monocultoras. 
Se por um lado, a Revolução Industrial era sinônimo de progresso e caminho, 
por outro, ela vem resultando numa grande concentração populacional nas 
grandes cidades. 
A proporção da fora de trabalho envolvida na agricultura diminuiu desde 
1950, esse declínio continua até os dias atuais. 
Quais as consequências com a mudança do povo do campo para os grandes 
centres urbanos? 
> A superpopulação, o crescimento desordenado, resultando na proliferação 
de assentamentos ilegais, de habitações precárias, aglomera?6es 
excessivas e mortalidade elevada, decorrente de um ambiente insalubre sem 
acesso a saneamento básico, escola e transporte; 
> Os desempregados são representados em sua maioria por minorias étnicas 
e raciais e vivem mergulhados em condições de profunda pobreza. 
Outro problemas causado pelo processo de industrialização e expansão 
física sem controle das grandes cidades e o impacto que esse movimento vem 
causando no meio ambiente, as cidades do mu na 。 industrializado são 
responsáveis por problemas globais como a poluíam em suas diversas formas e o 
autoconsumo de energia. 
15 
 
E no Brasil como aconteceu o processo de industrialização? 
É importante compreender que o processo de industrialização não pode ser 
visto ou compreendido apenas com a implementações pontuais de industrias em 
meados do século XVIII. No Brasil, no período imperial tivemos os primeiros 
ensaios de implantação de industrias no nordeste e sudeste. Mas, foi somente na 
década de 30 com o governo de Getúlio Vagas (Era Vagas) que ganhou impulse o 
processo de implantação de grandes indústrias. 
O Brasil rural começa a ser urbano e industrial, no início da Era Vagas, o 
capital era basicamente nacional e estatal, a figura de empresas como a 
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale do Rio Doce, a Petrobras foi uma 
das principal industrias brasileiras. 
Posteriormente a Era Vagas, o pais entrou no período de substituição de 
importações, que tinha como trago característico incentivar as indústrias nacionais 
a produzirem os bens de consumo, essa ação era a base necessária para o 
desenvolvimento econômico do pals. Adentrando o governo de Juscelino 
Kubitschek (JK) foi iniciado de maneira mais acelerada o desenvolvimento da 
indústria nacionais tendo como base o tripé: Capital estatal; Capital privado 
nacional e Capital privado internacional. 
Chegando o período da ditadura militar, o processo de industrialização chega 
ao território da zona rural, iniciando a pratica do agronegócio brasileiro. Já na 
década de 90, temos □ fim da substituição de importantes e o pais começa a adotar 
o modelo econômico/ideológico neoliberal com o governo de Fernando Collor de 
Melo. 
Em linhas gerais, podemos afirmar sob ré o processo de industrialização o 
seguinte: 
> A partir de 1930 começa um importante projeto de criação de infraestrutura 
para o desenvolvimento industrial do pais; 
> A partir de 1964 amplia-se o parque industrial para até na era a demanda da 
modernização da agricultura. 
Dimensões de Cultura 
Partimos da perspective que o povo do campo deve ter direito a uma 
educação voltada para os seus interesses, contemplando seus saberes, 
necessitando assim de uma sistematização de conteúdos e metodologias que 
considere as experiências vividas dos sujeitos envolvidos, para isso e fundamental 
ter um currículo diferenciado para o povo do campo, valorizando os saberes 
próprios que a comunidade tem a repassar aos mais jovens, buscando construir 
uma sociedade democratica com igualdade e justiça social, permitindo firmar suas 
16 
 
identidades definidas e reconhecimento da identidade cultural. 
A discussão sobre a educação escolar diferenciada para o povo do campo 
passa pela questão da cultura e sua necessidade de explicita 海,como forma de 
compreender as relates educacionais estabelecidas entre a escola e o campo. 
Todas as pessoas compartilham com as outras de caractensticas que 
podem ser universais da espécie, que as defina como membros de algum grupo, 
e as idiossincráticas, do seu temperamento, maneira de pensar, ver, agir e sentir 
de uma pessoa. Quando não falamos das universaisnem das idiossincráticas, 
fazemos uso do termo "cultura”, com o qual descrevemos o que seria o conjunto 
daquelas características, valores, comportamentos ou crenas. Em resumo, cada 
grupo tem a sua cultura especifica. 
A cultura e dinâmica, pois os homens tem a capacidade de questionar os 
seus próprios hábitos e modifica-los; ela está diretamente relacionada com a 
dinâmica da vida dos seres humanos. Ha que se destacar, porém, que as 
sociedades isoladas, como os indígenas, por exemplo, tem um ritmo de mudança 
menos acelerado do que o de uma sociedade complexa, pois esta última e atingida 
por sucessivas inova?6es tecnológicas. 
Esse ritmo menos acelerado da primeira, decorre do fato de que ele está 
satisfeito com muitas de suas respostas ao meio e que são resolvidas por suas 
soto-pões tradicionais. Mas, esta satisfação e relativa, visto que, se a sociedade 
isolada tiver a consciência da ineficácia de um objeto que está utilizando até aquele 
momento e um novo objeto surgir, ela passara a utilizar o novo, pois representa 
um grande item de atração (LAIARA, 2001). Aqui, para dar um exemplo maior, 
podemos citar a necessidade que o povo do campo brasileiro sento de introduzir 
em seu cotidiano as escolas diferenciadas: não estando contentes com as escolas 
tradicionais, pois não transmitiam a cultura do seu povo além de impor um modelo 
educacional que não lhes satisfazia. 
Nesse sentido, cultura e um termo que abrange uma gama de conotações e, 
por esse motive polemico, sendo alvo de grande discussão, muitos se arriscam a 
dizer que o termo não deveria ser utilizado no singular, pois constitui um conjunto 
de significados, atitudes e valores partilhados e as formas simbólicas em que são 
expresses ou encarnados, que variam de um grupo ou época para outro (a). 
CANEDO (2009) utiliza-se o termo como uma maneira de sintetizar as formas em 
que os grupos se distinguem de outros. Ele representa aquilo que e compartilhado 
dentro do conjunto de pessoas em questão e que não e fora do mesmo, não tem 
o mesmo efeito. 
O conceito de cultura também e usado para designar características dentro 
do grupo em oposição a outras existentes no mesmo. O termo se aplica aquilo que 
17 
 
e simbólico, em oposição ao que e material; o que e superior em oposição a pratica 
do dia a dia. Pode-se afirmar que anões possuem uma cultura geral; que as tribos 
ou grupos étnicos possuem determinada cultura. Estes tem um determinado 
padrão de socialização compartilhada, combinado com um sistema de reforço de 
seus valores ou do seu comportamento adquirido (FEATHERSTONE, 1999). 
Partindo da construção abstrata da cultura, os mecanismos culturais passam 
a existir apenas nas mentes dos indivíduos, essa construção cultural e carregada 
de símbolos que tem em seu cerne, par rose artísticos e mitos. No entanto, existe 
também a cultural material objetivada, essa materialização cultural e representada 
por obras de antes, escritos, ferramentas e outros. A distinga*。entre ambas as 
culturas, e que a cultura materializada e passível de preservação no decorrer 
espago e tempo, já a cultura simbólica por sua vez apresenta fragilidade por estar 
na mente, no campo da estrago. 
Como a cultura e uma construção histórica que vai passando de geração em 
geração, esta ao longo dos tempos sofre mudanças, e o que chamamos de 
mecanismo adaptativo a principal característica da cultura e o cariado mecanismo 
adaptativo: 
A capacidade de responder ao meio de acordo mudança de 
hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biologias. O 
há mem. não precisou, por exemplo, desenvolver longa pel. a 
pel. age m e grossas camadas de gordura sob a pelas para viver 
em ambientes mais frios; ele simplesmente adaptou-se com o 
uso de roupas, do fogo de habitações. A evolução cultural e mais 
rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução 
biológica, o homem sorna-se dependentes da cultura, pois esta 
age em substituição a elementos (por exemplo, a supressão de 
um aspecto da cultura) causaria o mesmo efeito de um efeito 
físico, talvez ainda pior. (ALMEIDA, 2012, p.08) 
Além disso, a identidade cultural e também um mecanismo cumulativa: as 
modificações trazidas por uma geração passam para a geração seguinte, de modo 
que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados a 
sobrevivência, reduzindo o sorgo das novas gerações (LARAIA, 2001). 
A cultura e dinâmica, mas como mecanismo adaptativo e cumulativo, ela 
sofre mudanças. Tragos se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas 
nas diferentes sociedades. Dois mecanismos básicos permitem a irudanga cultural: 
a invenção ou introdução de novos conceitos e a difusão de conceitos a partir de 
outras culturas. Ha também a descoberta, que e um tipo de mudança cultural 
originado pela revela 海 de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela 
decide adotar. 
A mudança acarreta normalmente em resistência, visto que os aspectos da 
vida cultural estão ligados entre si, a altera 贓。mínima de somente um deles pode 
ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, 
por exemplo, interferir na escolha dos membros para o governo ou na aplicação 
18 
 
de! eis. A resistência a mudança representes uma vantagem, no sentido de que 
somente modificações realmente proveitosas e inevitáveis serão adotadas, 
evitando o esforço da sociedade em adotar e depois rejeitar um novo conceito. 
O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, 
embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por 
ambientais quanto por transformardes da consciência social. Mas, uma vez que se 
dá esse contato, a tendência e rejeitar a outra cultura como inferior, como natural. 
E o chamado etnocentrismo, uma barreira que a despeito de prejudicar o 
entendimento e relação com outras culturas, serve justamente para preservar a 
identidade de uma costura frente a possível difusão de preceitos de outras culturas. 
Os estudiosos da cultura utilizam o chamado relativismo cultural contra o 
etnocentrismo: consideram cada aspecto cultural em relação a cultura estudada e 
não em relação a sua própria cultura, enquanto sujeitos form. ados dentro de outro 
sistema de valores. 
Cultura e educação: uma estreita relação 
Indo de encontro a todas as definições acima, podemos considerar qualquer 
indivíduo inserido em algum contexto 。, mesmo que em sociedades mais 
primitivas são portadores de alguma cultura especifica e que, portanto a cultura 
^não e in ata nas pessoas, mas e adquirida na convivência em grupo" (THOMAZ, 
2009, p.08). Dentro da cultura, recebemos, aprendemos, reproduzimos, 
transformamos e criamos o mundo e somos educados nessas praticas. Assim, a 
educação acontece em todos os lugares em que as pessoas estão se relacionando 
umas com as outras na escola, com a família etc. Em qualquer espaço alguém 
sempre estará educando alguém, com ou sem a intenção de educar. A isto a Lei 
de Diretrizes e Bases 9394/96, faz referência logo no seu artigo 1a: 
A educação abrange os aspectos formativos que se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no 
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentas 
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestardes 
culturais. 
E um dos lugares ideias para a aquisição, desenvolvimento e conscientização 
da importância da cultura e a escola, onde àquela e transmitida por ferramentas da 
educação. "Nela alunos e professores trocam experiências, vivencias e 
singularidades. Convivem diariamente com as diferenças e praticam a inclusão 
cultural” (THOMAZ, 2009, p.08). 
A educação e um processo de desenvolvimento do indivíduo, e através desta 
que a cultura pode ser transmitida, conservada e transformada. Deste modo, a 
escola se faz em um espaço de participação, de compartilharriento, de disputa e 
19 
 
de negociação de sentidos que implicam em transformardesna vida pessoal de 
cada um dos que a frequentam, o ambiente escolar e o lugar do encontro das mais 
variadas culturas/identidades. 
O processo pelo qual entramos em uma cultura e aprendemos a ser e viver 
e denominado de enculturação. Ela e diferente da aculturação, em que a cultura 
de um povo e negada pela cultura de outro povo, como acontecem inúmeras vezes 
pelos povos da cidade que negam a sabedoria e a cultura que vem de 
comunidades indígenas ou de pessoas oriundas do campo, ou ainda do urban.。
negando os conhecimentos do rural. 
A educação como enculturação e forma que possibilita a convivência social 
em que compartilhamos, disputamos e negociamos o mínimo de valores, crenças, 
saberes, normas e símbolos e ao mesmo tempo, um acontecimento pessoal e 
social, nos quais me educo com os outros e o sou pelos outros. E o modo como o 
ser humano se faz presente dentro dele mesmo e da comunidade na qual se 
insere. 
A escola foi criada como instituição educativa, ou seja7 para transmitir as 
novas gerações aqueles elementos culturais ou saberes específicos necessários 
para a participação na vida social "na escola, vivemos nosso mundo, o mundo dos 
outros e compartilhamos, pensamos, imaginamos, planejamos, projetamos, 
criamos outros mundos juntos" (BESSA, 2005 apud THOMAZ, 2009, p.12). 
A escola, mesmo sendo uma instituição criada para ensinar aqueles mínimos 
de cultura necessária a convivência das diferenças e ainda, como qualquer 
instituição social, um espago em que existem a produção, a transmissão e a 
criação de cultura. Esta instituição educa tanto para a obediência aos costumes - 
par rose de comportamento 一 da comunidade e da sociedade, como pode educar 
para um posicionamento crítico e autônomo em relação a esses par rose. Para 
tanto, e precise integrar a cultura a questão educacional, porque educa 負。e 
resultado das práticas culturais dos grupos sociais. O próprio processo de ensinar 
e aprender revela essas práticas. 
Canal (2008) afirma que não existe educação que aconteça fora da imersão 
dos processes culturais, ressalta que e impossível uma pratica pedagógica 
'desculturalizada", ou seja, desvinculada das questões sociais da sociedade, há 
praticamente uma dissociabilidade entre educado e cultura, não podendo ser 
analisados de forma separada, a relação desses dois elementos no ambiente 
escolar propicia o cruzamento de culturas Conceber a dinâmica escolar nesta 
perspectiva supõe repensar seus diferentes componentes e romper com a 
tendência homogeneizadora e padronizadora que impregna suas práticas 
(CANDAU, 2008, p.16). 
20 
 
Impregna: Fazer penetrar uma substancia num corpo: impregnar de aromas o 
ambiente. 
A prevalência da tendência homogeneizadora no interior da escola tem 
acontecido principalmente pela ausência de uma educação que possibilite o 
questionamento critico frente a imposição de cultura tida como corretas em 
detrimento de outras consideradas inferiores, r. Em Sinhás gerais cabe a escola 
enquanto instituição de transmissão e assimilação de conhecimentos produzidos 
por diversos povos recriar a cultura na escola e a cultura que nos rodeia. No caso 
da educa 海 diferenciada para os sujeitos que vivem no campo, a escola deve ser 
aliada na transmissão e manutenção de cultura e gerações e abrir caminhos para 
novos conhecimentos. 
A escola, de um modo geral, tem refogado esta postura, tratando a questão 
dos sujeitos do campo, bem como dos povos indígenas e quilombolas de forma 
histórica, preconceituosa e estereotipada. Isto e contraditório ao que realmente a 
escola deveria ser, um Sugar de discussão e contribuição, junto a sociedade, para 
o conhecimento das próprias limitardes, do outro, do mundo, buscando equacionar, 
através do diálogo e das trocas Inter societárias, problemas de ordens variadas 
com os quais todos se defrontam. 
Neste aspecto a escola atua como silenciadora da cultura do educando em 
detrimento da padronização cultural, tai fato se deve a dificuldade que a escola tem 
em lidar com a pluralidade de sujeitos. Canal (2008), nos chama a atenção para o 
Daltonismo Cultural presente no sistema educacional brasileiro que consiste na 
solidificação do car.薄 era monocultura da cultura escolar que tem contribuído 
negativamente para a pratica educativa, conforme salienta Canal (2008, p. 27), 
Para os/as alunos/as, principalmente aqueles/as oriundos de 
contextos culturais habitualmente não valorizados pela 
sociedade e pela escola, são: a excessiva distância entre as 
experiências socioculturais e a escola, o que favorece o 
desenvolvimento de uma baixa autoestima, elevados índices de 
fracasso escolar e a multiplicação de manifestações de 
desconforto, mal-estar e agressividade em relação h escola. 
O Daltonismo Cultural tem fortalecido para a negação da identidade e da 
cultura dos diferentes sujeitos do campo que vivem na escola, sejam elas 
diferenças étnicas, de gênero, regional, ocasionada pela dificuldade e falta de 
prepare para lidar com essas questões, o considerar que a maneira mais adequada 
de agir e centrar no grupo 'padrão' (MOREIRA; CANDAU, 2008, p.28). 
Portanto, e importante© que a formação de professores, a seleção dos 
conteúdos para os povos que vivem no campo sejam pensados a partir do 
21 
 
inventario da realidade do público atendido seja na cidade, no quilombo e nos 
diversos espaços escolas e não escolares considerando o universo sócio cultural 
de cada a povo.
 
EDUCAQAO DO CAMPO: 
RETROSPECTIVA 
HISTORICA 
2 
CONHECIMENTOS 
Conhecer o processo histórico da educação do campo no Brasil. 
Habilidades 
Identificar o marco legal que sustentam a educação do campo. 
ATITUDES 
Posicionar-se criticamente sobre a concepção da educação como direitos de 
todos.
Educação do Campo no Brasil: um breve histórico 
Por varies anos o modelo educacional destinado aos educandos que vivem 
no campo, foi simplesmente copiado e executado da zona urbana para rural, 
colocando os indivíduos do campo numa posição de inferioridade em relação aos 
da cidade, uma vez que seus valores, costumes, cultura e identidade não foram 
considerados como importante no processo de ensino-aprendizagem. Cabe 
salientar que além do exposto, esses povos são estigmatizados, são vistos pelas 
populares dos grandes centros urbanos como pobres, ignorantes, atrasados. 
Estigmatizado: Qualificado de modo negative, rotulado. 
As características dos povos que vivem no campo praticamente não tinham 
espaços dentro da agenda da política educacional brasileira nos anos 90, a 
situação de submissão e inferioridade era ainda mais agudizada pela falta de 
representatividade nos material didáticos que expressavam uma imagem 
23 
 
distorcida da verdadeira realidade do campo. Esses elementos são apresentados 
nos escritos de Leite (2002, p.14): 
A educação rural no Brasil, por motivos sócios culturais, sempre 
foi relegada a pianos inferiores e teve por retaguarda ideologizes 
o elitismo, acentuado no processo educacional aqui instalado 
pelos jesuítas e a interpretação político-ideológica da oligarquia 
agraria, conhecida popularmente na expressão: "gente da roga 
não carece de estudos". Isso e coisa de gente da cidade. 
A educação do campo vem sendo historicamente marginalizada com 
relação a construção de políticas públicas Claras para a educação camponesa, 
aonde os governantes vem optando pela saída mais fácil, ao invés de propiciar 
estrutura física e condições de ensino, passam a fechar escolas rurais e transportar 
os alunos para as cidades, onde entre 2005 e 2007 foram fechadas 8 mil escolas 
rurais no Brasil, medida essa justificada pelo pequeno número de alunos. 
A educação básica, com vista a valorização da diversidade cultural do pais 
sejam eles indivíduos do campo indígena e quilombolas foi mantida por décadas 
no esquecimento. As conquistas de uma educação DO campo NO campo e uma 
realidade atual no Brasil, mas e importante ressaltar que aindatemos muito a 
conquistar para que a mesma se consolide na perspectiva para a que! foi 
conquistada, nesse contexto a educação do campo em parceria com os 
movimentos sociais, vem lutando para o reconhecimento dos direitos das pessoas 
que vivem na zona rural, no sentido de terem uma educação diferenciada de 
acordo coma realidade vivenciada. 
Concordamos com Fernandes; Cerol; Caldar (2004), ao apresentar o 
modelo, ou pelos menos o que desejamos que seja a educação do campo, 
Dessa forma a educação passa a ser vista, cada vez mais, como um direito 
fundamental e uma responsabilidade social que os governantes brasileiros devem 
assumir junto a sua população do campo, pois a escola básica, pública e gratuita 
continua sendo o espago privilegiado para a aquisição de competências e 
habilidades Fundamentals ao exercício da cidadania. Assim, o direito de cidadania 
não pode estar desvinculado。das questões educativas, como acesso aos bens 
costurais adequados a construção da dignidade humana. 
O povo que vive no campo e visto por muitos como atrasados, esse fato 
resulta na migração dessa população para a cidade, sob a falsa ilusão de 
conquistar melhores condições de vida. Muitos deles terminam conseguindo 
moradias em favelas e acabam vivendo sob o mesmo aspecto de marginalização 
e exclusão antes vivido no campo, 
24 
 
Neste contexto entendemos a educação como mecanismo de inclusão e 
como principal ferramenta possível de mostrar ao povo do campo, o valor de sua 
cultura e seus conhecimentos. Cabe indagar qual a educação está sendo oferecida 
no meio rural e que concepção de educação está presente nesta oferta. E 
necessário fazer a distinção entre Educação do Campo e Educação no Campo. De 
acordo com Arroyo, (2000, p. 14): 
Quando discutimos a educação do campo estamos tratando 
da educação que se volta ao conjunto dos trabalhadores e das 
trabalhadoras do campo, sejam os camponeses, incluindo os 
quilombolas, sejam os de versos tipos de assalariados 
vinculados a vida e o trabalho no meio rural (ARROYO, 2000, 
p.14). 
Outro diferencial e que o currículo das Escolas do Campo ele e pensado a 
partir do inventario da realidade, que e construído por professores e alunos, e deve 
servir de norte para o piano de trabalho a ser desenvolvido pela escola, pois e a 
partir desse inventario que a escola vai de fato agir de acordo com a necessidade 
e anseio dos sujeitos que a compõem. 
Aspectos legais da educação do campo 
Trataremos em linhas gerais o papel do Estado em ofertar a educação para 
todos os indivíduos de forma a contemplar os aspectos e características de cada 
clientela, considerando pluralidade cultural de cada região. Na tentativa de 
considerar as diversas culturas que permeiam o campo escolar, a LDB 9394/96 
firma uma base comum para todo o pais, sendo essa base passível de 
complementação, adaptação pelas esferas federais, estaduais e municipais de 
ensino, estes devem adequar a oferta da educação e do período letivo com vista a 
respeitar as características de cada região. 
Objetivando。a promoção do processo de escolarização dos indivíduos que 
residem no campo, no ano e 1998, surge a "Articulara。Nacional por uma 
Educação do Campo", com a responsabilidade de se fazer atingir tai objetivo. 
Dentre as várias ades realizadas por esse movimento destacamos as seguintes: 
> A realização de duas Conferencias Nacionais por uma educação básica do 
Campo - em 1998-2004; 
> A implantação via Conselho Nacional de Educação (CNE) das principal 
Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo em 
2002; 
> E a criação do Grupo Permanente de Trabalho de Educação do Campo 
(GPT), em 2003. 
25 
 
É importante ressaltar que na década de 60, mais especificamente no 
período final do regime militar, tínhamos a frente da formulação das políticas 
públicas para a Educação do Campo as elites brasileiras, com a intenção de 
exploração, dominação desses povos, tais políticas buscavam ações de 
assistencialismo e principalmente a prepare de mão-de-obra agrícola. Em 1980 foi 
elaborado pelo MEC o II Plano Setorial! de Educação, Cultura e Desporto, que 
resultou no surgimento de programas como: 
Programas Nacional de Agomes Socioeducativas e Culturais para o meio rural 
(Proasse); 
Programa de Extensão e Melhoria para o Meio Rural do Nordeste (Edurural-NE). 
As ações destinadas ao povo do campo continuam ganhando espago nas 
a§6es do Estado, não como benevolência, mas por necessidade para esses 
sujeitos. O antigo Ministério Extraordinário da Política Fundiária, hoje, 
transformado em Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), criou em 1998, o 
Programa Nacional de Educação da Reformas Agraria (Procera). O Procera foi 
umas das ações estratégicas do governo federal que contava com parceiras das 
Universidades e movimentos sociais do campo que juntos trabalhavam para 
aumentar o grau de escolarização de jovens e adultos que moravam em áreas de 
reforma agraria e formar professores aptos a desenvolverem o processo de ensino-
aprendizagem nas escolas localizadas em assentamentos. 
Os movimentos sociais que se faziam presentes nos espaços deliberativos 
ilutavam não apenas pela formulação de políticas públicas, mas que estas fossem 
efetivadas, portanto, as políticas criadas na década de 90 ganharam além do apoio 
da própria LDB 9394/96, apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural 
Sustentável para Agricultura Familiar (Condira) e do Grupo Permanente de 
Trabalho de Educação do Campo (GPT), instituído pela Portaria nfi 1.374, de 3 de 
junho de 2003 por intermédio do MEC. Todas essas medidas de maneira conjunta 
almejavam junto ao governo federal a solidificação das políticas sociais para a 
Educação do Campo, entre outras. 
As conquistas para a valorização da identidade do povo do campo não 
pararam de crescer, em 2004 e criada a Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade do MEC ligada a Coordenação Geral de Educação do 
Campo, a criação dessa secretaria e considerada pelos movimentos sociais do 
campo uma grande conquista que vem possibilitando a materialização da 
Educação do campo no Campo.
 
A (CF 88) ao garantir em seu texto。que "o acesso ao ensino obrigatório e 
gratuito e direito público subjetivo" (Art. 208), abriu caminhos para que todo e 
qualquer cidadão possa reivindicar o acesso à educação escolar, a garantia desse 
direito foi o que impulsionou a construção de legislação e políticos educacional 
para todos os sujeitos que dela necessitarem seja na cidade, quilombo, Educação 
de Jovens e adultos, educação especial e educação do campo. 
A LDB n9 4.024/61 apresentava um enorme cuidado na promoção da 
educação nas zonas rurais, na tentativa de diminuir o êxodo rural que tem resultado 
num crescente aumento de pessoas nos grandes centros urbanos em busca de 
melhores condições de vida, o resultado dessa mudança tem sede, uma vida 
precária, mão-de-obra explorada e moradia nas periferias. A Lei n2 9.394/96 em 
seus artigos 3e, 23, 27 e 61, garante a diversidade sociocultural, elencando 
também a importância do direito a igualdade e a diferença, sendo assim, isso tem 
resultado na formulação de diretrizes operacionais para a educação do campo. 
Nesse contexto, a educação na perspectiva de adaptação perde espaço para 
o novo viés, agora votado para a adequação, portanto, passou a considerar as 
finalidades, os conteúdos e as metodologias especificas para os diversos sujeitos 
nos seus diversos ambientes, ou seja, para o povo do campo, deve ser ofertada 
não somente a base comum a todo o pais (matemática, português etc.), mas junto 
a essa base inserir disciplinas que proporcionem a visão da importância do campo 
no desenvolvimento econômico brasileiro, mostrar que a cultura do campo não e 
menos importante do que a dos indivíduos que vivem na cidade, portanto, o viés 
da adequação abriu caminhos para uma organização escolar com vista a 
possibilitaros educandos o acesso e permanência no processo de escolarização, 
umas das mediadas adotadas e a organização e adequação dos dias letivos tendo
。como referenda as etapas do ciclo agrícola e as condições climaticas. 
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de 
Valorização do Magistério (Fundef) criado através da emenda constitucional na 14 
e da atual LDB. O Fundef agilizou。procedimento de democratização do acesso à 
escola, realocando recursos financeiros para o ensino fundamental em todo o 
Brasil. Os recursos desse fundo sofrem alterardes dependendo do número de 
alunos
Matriculados nos diversos sistemas de ensino, isso refletiu positivamente nos 
estabelecimentos de ensino localizados em zonas rurais. 
Com a criação do Plano Nacional de Educação (Lei n.b. 10.172/2001), para a 
educação no meio rural e recomendado um olhar especial. 
De outro modo, a inexistência da universalização (acesso e permanência) da 
educação básicos do campo, a falta de transporte© para o translado (transferência) 
27 
 
dos educandos e professores, feita de maneira desorientada, sem seguir critérios, 
normas, resultou em serias deformidades, tais como: 
> O fechamento de escolas localizadas nas áreas rurais; 
> A transferência dos educandos para a cidade; 
> O translado dos educandos em veículos sem as mínimas condições de 
funcionamento. 
No ano de 2011 foram aprovadas as Diretrizes Operacionais para a 
Educação Básica das Escolas do Campo pelo Conselho Nacional de Educação, 
essa conquista refletiu como uma vitória das diversas batalhas que a educação do 
campo vem enfrentando, essas diretrizes engloba o apanhado de reivindicações 
do sujeito da zona rural em luta conjunta com os movimentos sociais, que buscam 
materializar aspectos conceituais e estruturais na valorização da identidade e 
cultura presente historicamente nas suas reinvindicações. 
Dentre elas, o reconhecimento e valorização da diversidade dos povos do 
campo, a formação diferenciada de professores, a possibilidade de diferentes 
formas de organização da escola, a adequação dos conteúdos, as peculiaridades 
locais, o uso de práticas diferenciadas, através da escola, do desenvolvimento 
sustentável e do acesso aos bens econômicos, sociais e culturais. 
Contudo, diversas pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional Anísio 
Teixeira (Inep) nos últimos anos ter apontado como principais dificuldades em 
relação a educa 握。do campo. Segundo Henriques tal (2017 p.18), o Inep detectou 
as seguintes problemáticas: 
a) Insuficiência e precariedade das instalações físicas da maioria das 
escolas, dificuldades de acesso dos professores e alunos as escolas, em 
razão da falta de um sistema adequado de transporte escolar; 
b) Falta de professores habilitados e efetivados, o que provoca Constant© 
rotatividade; 
c) Falta de conhecimento especializado sobre políticas de educação básica 
para o meio rural, com currículos inadequados que privilegiam uma visão 
urbana de educação e desenvolvimento, ausência de assistência 
pedagógicas e supervisão escolar nas escolas rurais; 
d) Predomínio de classes multisseriadas com educação de baixa qualidade; 
falta de atualização das propostas pedagógicas das escolas rurais; 
e) Baixo desempenho escolar dos alunos e elevadas taxas de distorção 
idade-série; 
f) Baixos salaries e sobrecarga de trabalho dos professores, quando 
comparados com os que atuam na zona urbana; 
28 
 
g) Necessidade de reavaliação das políticas de nucleação das escolas e 
implementação de um calendário escolar adequado as necessidades do 
meio rural. 
Dentre as várias problemáticas, merece maior destaque as escolas 
multisseriadas, essas tem representado um grande desafio diante das políticas 
públicas voltadas ao campo, isso e resultado de um processo histórico que e 
marcado pela ausência do Estado na área rural e por uso inadequado dos recursos 
financeiros no campo, o reflexo dessa carência estatal tem severos 
desdobramentos na ínfima qualidade do ensino: 
[...]o problema das turmas multisseriadas está na ausência de 
uma capacitação especifica dos professores envolvidos, na falta 
de material pedagógico adequado e, principalmente, a ausência 
de infraestrutura básica 一 material e de recursos humanos 一 
que favoreça a atividade docente e garanta a efetividade do 
processo de ensino-aprendizagem (INEP, 2006, p.19 apud 
HENRIQUES et al, 2007, p.22) 
Chamamos a atenção aqui também para as condições de trabalho dos 
professores da zona rural, esses vem sofrendo serias situações de precarização 
que vão desde a locomoção e formação conforme apresentamos a seguir: 
Os professores da área rural enfrentam as consequências da sobrecarga de 
trabalho, da rotatividade e das dificuldades de acesso a locomoção. Além 
disso, recebem saltérios inferiores aos da zona urbana e estão entre os que 
tem menor nível de escolaridade. A proporão de professores leigos, embora 
tenha declinado de 2002 a 2005, de 8,3% para 3,4%, ainda e elevada, 債 que 
6.913% dos docentes são exercidas por professores com até o ensino 
fundamental e apenas 21,6% dos docentes das series iniciais do ensino 
fundamental cursarei nível superior. Nas series finais do ensino fundamental, 
o percentual de docentes com apenas ensino médio corresponde a 46,7% e, 
com formação superior, 53,1%. Já no ensino médio, 11,3% do professorado 
está atuando no mesmo nível de sua formação. Este percentual 6 significativo 
devido ao reduzido número de estabelecimentos de escolar deste nível de 
ensino na zona rural (HENRIQUES, 2007, p.22). 
Segundo o (JNPE/MEC), na I e II Conferência Nacional por uma Educação 
do Campo, realizadas em 1997 e em 2004, respectivamente. Segundo o Ministério 
da Educa 海(MEC), o documento final da II Conferência da Educação do Campo 
apresentou as seguintes demandas: 
Universaliza 媚。do acesso à Educação Básica de qualidade para a população 
brasileira que trabalha e vive no e do campo。,por meio de uma política 
pública permanente que inclua como aos básicas: o fim do fechamento 
arbitrário de escolas do campo; a construa 白。de escolas no campo que sejam 
do campo; a construção de alternativas pedag6gicas que viabilizem, com 
qualidade, a existência de escolas de educa 負。 Fundamental e de ensino 
médio no próprio campo; a oferta de Educação de Jovens e Adustos (EJA) 
adequada a realidade do campo; políticas para a elaboração de currículos e 
para escolha e distribui (? ao de materiais didático- pedagógico, que levem 
em conta a identidade cultural dos povos do campo e o acesso as atividades 
de esporte, arte e lazer. 2. Ampliação do acesso e permanência da população 
do campo a Educa (? ao Superior, por meio de políticas públicas estáveis. 3. 
Valorização e formação específica de educadores e educadoras do campo 
por meio de uma política pública permanente. 4. Respeito 立 especificidade 
da Educação do Campo e 为 diversidade de sins sujeitos (HENRIQUES, 2007, 
p.23). 
29 
 
Entretanto, a Educação do Campo segundo Colin; Nery e Molina (1999, 
p.57) precisa ser uma educação que considere as especificidades das populações 
do campo ou "[...] uma educação no sentido amplo de processo de formação 
humana, que constrói referências culturais e políticas para a intervenção das 
pessoas e dos sujeitos social da realidade 
Ainda segundo teóricos, a educação do campo no cenário brasileiro tem 
enfrentado diversos tipos de problemas e um desses problemas e: 
[...]a ausência de políticas públicas que garantam seu 
desenvolvimento erro formato adequado 径 melhoria da 
qualidade de vida das pessoas que ali vivem e trabalham [...j 
precisa-se de políticas especificas para romper com o processo 
de discriminação para fortalecer a identidacfe cultural negada 
aos diversos grupos que vivem no campo [...] (KOLLING: NERY 
e MOLINA, 1999, p.58). 
Essa realidade demonstra um retrocesso em meio as conquistas de direitos 
conseguidos através das lutas dos povos do campo, sem deixar de entender, poroutro lado, que esses direitos são oficialmente definidos e legitimados pela 
legislação educacional brasileira, refogados pelas organizações e movimentos 
sociais. 
Organização e movimentos sociais que marcaram a poética educacional do 
campo 
Ao mapear as organizações públicas que vem se manifestando ao longe。
da história para as populações do campo pode-se perceber movimentos e 
programas voltados para a luta em defesa de uma educação que enfatize o 
contexto social e cultura do campo. Foi a luta em defesa de uma educação que 
enfatize o contexto social e cultural do campo. Foi assim que, por exemplo, como 
o Pro ramo a Nacional de Educação e Reform. a Agraria (PRONERA), criado em 
1998 junto ao Ministério Extraordinário da Política Fundiária (MEPF), hoje 
Ministério de Desenvolvimento Agrário. O (Procera) e dirigido aos trabalhadores 
das áreas de reforma agraria como o objetivo de: 
Fortalecer a educação nas áreas de reforma agraria 
estimulando, propondo, criando, desenvolvendo e coordenando 
projetos educacionais, utilizando metodologias voltadas para a 
especificidade do campo, tendo em vista contribuir para a pomo 
(? ao do desenvolvimento sustentável (MANUAL DE 
OPERAQOES PRONERA, 2016). 
Desse modo, o campo necessita de políticas públicas a fim de romper com 
processo de discriminação e, consequentemente, fortalecer a identidade cultural 
negada as mi no rias e garantir o atendimento diferenciado. A efetivação e a 
construção de políticas públicas para a educação do campo devem estar 
30 
 
direcionadas com a finalidade de contemplar as problemáticas existentes há 
décadas no meio rural brasileiro e nas escolas do campo. Assim, os movimentos 
sociais e as organizações vem tentando dialogar com o Estado, buscando construir 
políticas que solucionem as dificuldades na educação do campo. 
Apesar das lutas dos movimentos sociais e sindicais de trabalhadores rurais 
por mais políticas educacionais do campo, percebe-se pouca mudança, mesmo 
com a LDB 9.394/96, em que não trouxe muitos avanços para a educação rural. 
Pelo contrário, reduziu a obrigação do Estado com a universalização do ensino e 
suas modalidades. Entretanto, urna dos traces Fundamentals de luta por uma 
educação do campo foi assumida pela I conferência Nacional por uma educação 
básica do campo no qual reuniu várias organizações e movimentos a favor de 
políticas educacionais que levassem em conta nos seus conteúdos, o especifico 
da identidade do campo. 
Sobre isso Arroyo e Fernandes (1999) afirma que essa Conferencia não foi 
uma crítica as políticas (não) existentes nem denuncia a situação precária da 
educação rural foi a afirmação de um processo rico e promissor da construção de 
uma educação básica do campo" (ARROYO e FERNANDES, 1999a, p.07). 
De acordo com esse autor, deve ser organizada uma proposta autônoma de 
educação voltada a realidade de vida dos alunos do campo no âmbito cultural e 
social. As organizações e movimentos a favor de políticas educacionais que levem 
em conta nos seus conteúdos e metodologias, valorizando o saber do povo que 
vive no campo, conformes advogam Arroyo e Fernandes (1999b, p.13): 
Quando situamos a escola no horizonte dos direitos, temos que 
lembrar que os direitos representam sujeitos. Sujeitos de direitos, 
não são direitos abstratos. Que a escola, a educa 海 básica tem 
de se propor tratar o homem, a mulher, a criança, o jovem do 
campo como sujeitos de direitos. 
Como sujeitos de hist6ria, de lutas, como sujeitos de intervenção, 
como algum que concordar que está participando de um projeto 
social, por isso que a escola tem que levar em conta a história de 
casa educando e das lutas do campo 
Desse modo, a Educação do Campo se identifica pelos seus sujeitos- E 
precise compreender que, parte do povo brasileiro vive das relações sociais 
especificas que compôs a vida no e do campo, em suas diferentes identidades. 
São pessoas de diferentes idades, famílias, comunidades e organizardes que 
vivem e contribuem com as cidades através de seu trabalho, do que produzem. 
A perspective da educação do campo deve ser exatamente a de educar 
pessoas que trabalham no campo, para que se encontrem se organizem e 
assumam a condição de sujeitos na direção de seus destinos. 
Por isso, a preocupação de diversos estudiosos no que diz respeito ao 
31 
 
fechamento das escolas do campo, isso tem refletido na dificuldade que as 
populações do campo encontram no que diz respeito ao acesso aos bens culturais 
da humanidade, como enfatiza Molina (2006, p.144): 
E uma realidade que enfraquece a escola do campo, são os 
traces vínculos que tem o corpo de profissionais do campo com 
as escolas do campo. Não e um corpo nem do campo, nem para 
o campo, nem construído por profissionais do campo. E um corpo 
que está de passagem no campo e quando pode se liberar sai 
das escolas do campo. Por ai não haver rd nunca um sistema de 
Educação do Campo [...] Isso sínfise dar prioridade a poéticas de 
irmão de educadores. 
Por outro lado, a educação do campo merece uma atenção diferenciada por 
parte dos gestores públicos, bem como dos educadores, uma educação que 
trabalhe a diversidade e realidade do homem do campo, que resgate suas 
heranças culturais, seus valores, respeitando os direitos dos cidadãos. Direitos 
esses que abram novas possibilidades para a construção de saberes e os poderes 
que circulam tacitamente (obscuramente) nos espaços pedagógicos e são 
legitimados pelos currículos e pelos procedimentos do exercício docente. Assim, 
torna-se possível a composição curricular como possibilidade de cumprimento da 
função social da escola na superação das desigualdades sociais
 
CARACTERIZANDO A ESCOLA DO CAMPO 
3 
CONHECIMENTOS 
Compreender a importância da valorização da cultura, identidade e saberes no 
currículo escolar destinado ao campo. 
HABILIDADES 
Identificar a concepção de educação que permite a formação crítica e libertaria da 
educação do campo e a importância dos movimentos sociais nesse processo. 
ATITUDES 
Posicionar-se criticamente frente a rela$9o das disciplinares da base nacional 
comum com a parte diversificada do campo.
 
A valorização da Educação do Campo 
A realidade da educação pública brasileira como já e conhecida por nós e 
marcada pela péssima qualidade de infraestrutura, material didático 
descontextualizado e dentre outros. A educação do campo sofre desses mesmos 
problemas, apesar da formulação de políticas públicas especificas para estes 
povos, elas tem se mostrado ineficiente por mu Hás vezes não compreenderem a 
distinga o entre Educação NO Campo x Educação DO Campo. 
A educação do campo está marcada por muitas discussões no interior dos 
movimentos sociais, das entidades, representações civis, sociais e dos sujeitos do 
campo. As lutas estão na adequação das escolas a realidade da população, assim 
como deve ser para a educação indígena e quilombola. Pode-se dizer que o campo 
tem suas particularidades. 
Cabe, portanto, a educação do campo, o papel de fomentar reflexões que 
acumulem forças e produção de saberes, no sentido de contribuir para a 
negação e/ou desconstrução do imaginário coletivo acerca da visão 
hierárquica que há entre o campo e a cidade. Essas são aq6as que podem 
ajudar na superação da visão tradicional do imaginário social do jeca-tatu e 
do campo como espago atrasado e pouco desenvolvido (SANTOS, 2014, 
p.03). 
Vale ressaltar, que e de significativa importância desmistificar a ideia de que 
a educação do campo e menos relevante que a educação da cidade, quando a 
diferenciação entre campo e cidade se dá, sobretudo por causa das características 
próprias de seus sujeitos. Além disso, tanto。campo, como a cidade, ambos 
desempenham necessárias fungos sociais, econômicas, políticas, culturais, 
visando a sustentabilidade de suas populares, cujas especificidades precisam ser 
compreendidas e levadas em consideração nos processes de ensino e 
aprendizagemde seus educandos. 
As ideias equivocadas acerca da educação das populares rurais que 
defendem ser desnecessárias e que os sujeitos do campo não necessitam de 
escolarização, pois as atividades da agricultura não exigem saberes 
sistematizados. Esses equívocos perduraram e ainda continua na mente e postura 
de pessoas conservadoras, preconceituosas e centralizadoras de poder. 
Daí a importância de ampliação dos conhecimentos sob ré a educação do 
campo para todas as pessoas do próprio campo e cidade, afim de que essas 
populações compreendam que os direitos e a justiça social são para todos 
indistintamente e a educação ofertada as comunidades rurais devem ser de 
qualidade socialmente referenciada, proporcionando assim, a elevação intelectual 
 
de seus habitantes e capacitação para melhor desenvolver uma cultura agrícola de 
melhor qualidade. As populações do campo tem direito a diferença e atendimento 
as suas especificidades, pois a igualdade enquanto direitos não devem nos 
descaracterizar, nem tampouco a diferença deve nos inferiorizar (SANTOS, 2003 
apud MOLINA, 2006). 
Desse modo, e precise desconstruir paradigmas, preconceitos e injustiças, a 
fim de reverter as desigualdades educacionais historicamente construídas, entre 
campo e cidade. E indispensável percebermos, que a educação do campo vai além 
de ensinar a ler e escrever os filhos dos trabalhadores rurais, mas formar pessoas 
céticas e conhecedoras da sua cultura e de sua identidade como pessoa do campo 
(VIE 旧 A, 2010, p.04). 
Sobre isso, Molina afirma que: 
A desvalorização dos conhecimentos pratico-teóricos que 
trazem os sujeitos do campo, construídos a partir de experiência, 
realidades sociais, de tradi?6es históricas e principalmente, de 
visões de mundo, tem sido ação recorrente das escolas e das 
várias instituíeis que atuam nestes territórios (MOLINA, 2006, 
p.13). 
Nessa compreensão, os movimentos sociais tem seu papel importante nas 
lutas por adequação das escolas do campo as realidades existentes. Faz-se 
necessário construir melhores formas de aprendizados como novas práticas 
pedagógicas contextualizadas, diferenciadas, formação de professores e 
adequando os conteúdos as peculiaridades locais. 
Para Arroyo (2000), a educação rural ignorada e marginalizada está 
mostrando seu verdadeiro rosto, não a caricatura tão repetida: reduzir a educação 
a escolinha rural, a professor desqualificada, as massas analfabetas. Uma 
visão preconceituosa que os educadores rurais vão desconstruindo ao longo de 
suas experiências e vivencias com as comunidades rurais. Esses educadores 
rurais constroem seus próprios entendimentos acerca da educação do campo, 
identificando no cotidiano e suas práticas docentes, as principal dificuldades 
enfrentadas pela escola, sobretudo, com relação a falta de políticas públicas e 
investimentos em projetos que promovam o desenvolvimento local dessas 
populações. 
No Brasil, há tendência predominante marcada por exclusão e 
desigualdades, que consideram que a população rural não almeja projetos de 
modernidade. De acordo com o modelo de desenvolvimento do Brasil, onde o 
urbano se torna a cada vez mais importante, os camponeses são vistos como 
espécie em extinção, e as políticas públicas destinadas aos mesmos, estão, cada 
vez mais do tipo compensatório. 
 
A ausência de políticas públicas eficazes para o povo do campo tem se 
tornado bastante visível, assim como as negligencias do poder público, cujo 
desinteresse contribui para ampliar os reais problemas enfrentados por essas 
populações, além da elevação do índice de analfabetismo. 
Na verdade, precisa-se de políticas públicas especificas para romper com o 
processo de discriminação, fortalecer a identidade cultural negada aos diversos 
grupos que vivem no campo e garantir o atendimento diferenciado ao que e 
diferente, mas não deve ser diferente" (KOLL1NG, 1999, p.35). 
A educação do campo deve ser uma perspective libertadora, proporcionando 
o crescimento completo do indivíduo. A partir de princípios humanistas, que 
contribuam para o desenvolvimento integral do ser humano, favoreça ao educando 
a descoberta e a conquista de suas próprias identidades. Nesse processo, o 
educador deve formar cidadãos autônomos, capazes de decidir por si mesmo, sem 
opressão ou qualquer tipo de preconceito, assumindo seus próprios destines, seus 
projetos de vida. 
No momento atual, Freire (1987) defende a ideia de que e necessário que os 
deu cada ores tenham cuidado na hora de transmitir conhecimentos, para que não 
reforce uma educação bancaria, onde o professor sabe tudo e o aluno não sabe 
de nada. E importante um educador cântico-reflexivo, que além de transmitir seus 
conhecimentos, valorize o que o educando traz de conhecimentos prévios. Essa 
pratica, no entanto, implica segundo afirma Freire: 
Numa espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, uma 
educação problematizada a, de caráter autenticamente reflexiva, implica num 
constantes ato de desvelamento da realidade. A primeira pretende manter a 
imersão; a segunda, pelo contrário, busca a emersão das consciências, de 
que resulta sua inserção crítica na realidade (FREIRE, 1987, p.40). 
O verdadeiro processo educativo de ser humano se dá, também, por meio do 
qual está inserido, partindo dos conhecimentos prévios, seus tragos culturais, suas 
crenças e costumes, não de forma mecanizada. O educando somente se interessa 
em aprender quando o ensinado tem a ver com suas necessidades. 
Quando se pensa em educação voltada para o campo e importante que haja 
por parte dos educadores, escolas, gestores educacionais e governantes, a 
preocupação com a realidade dos educandos/cidadãos, pois muitos deles não 
chegam a concluir o ensino médio. O que implica dizer que os mesmos se 
dedicarão ao trabalho rural, vendo como o único meio de sobrevivência. Os 
habitantes do campo precisam ser estimulados a se reconhecer com。sujeitos de 
direitos, direitos ao saber, direito ao conhecimento, direito a cultura produzida 
socialmente (ARROYO, 2000, p.11). 
A escola pública precisa ser feita para e com o povo, na defesa de seus 
direitos e saberes. Isso significa dizer, que a defesa dos saberes do povo deve ser 
 
o ponto de partida para o diálogo da educação com a comunidade. 
O educador do campo tem que procure conhecer a realidade daquela 
comunidade na qual a escola está inserida, pois só assim conseguira os resultados 
no processo educativo. Faz-se necessário a valorização dos conhecimentos que 
os educandos trazem consigo. E importante que a escola em seu todo integrado 
procure organizar parcerias com a comunidade, para a construção de seu projeto 
político pedagógico. Nele, deve center os anseios e as necessidades dos 
educandos, sujeitos da educação do e no campo. 
Ainda segundo Arroyo (2000) a escola tem que interpretar os processes 
educativos que acontecem fora da estrutura, fazendo uma síntese, organizando os 
conhecimentos construídos, socializados com a comunidade a que presta sérvio 
especializado. Um saber advindo da cultura historicamente produzida e 
cientificamente qualificada para interpretar e intervir na realidade. 
Cultura local e sua inclusão no ambiente escolar 
Na construção do conhecimento. A importância da cultura no ambiente 
escolar está fundamentada na historicidade de sua produção e que e passada para 
diversas gerações, sendo assim, e notório a construção e reconstrua o cultural dos 
povos nos diversos tipos de sociedade. A escola enquanto instituição considerada 
pela sociedade, como um espaço de sistematiza 海 e socialização de 
conhecimentos científicos, visa alterar o comportamento e as atitudes dos alunos 
para que eles possam se encontrar n 。 mundo cultural, se reconheça nas 
transformações desta cultura como fenômenos importantes na sua formação, 
melhorando a sua situação por meio do desenvolvimento da consciência social. 
Acreditando no potencial daescola enquanto form. ado rã de opiniões, para 
se trabalhar a temática cultura, e necessário primeiro que a ela se reconheça 
enquanto instituição social e cultural esteja ela aberta a reconhecer seu território, 
a chama de a 海 para uma revolução na elaboração da proposta pedagógicas que 
venha a valorizar a diversidade, pluralidade da cultura local. Os desafios, contudo, 
são muitos e continuam no caminho e cabe a nós educadores e a sociedade 
transformar e fazer novas aproximações possíveis. 
Portanto, e preciso compreender que a educação ter por finalidade a firmarão 
humana do indivíduo, sujeitos ativos. 
O papel da educação e assegurar a sobrevivência da formação e valorização 
cultural dos indivíduos, entender que a educação acontece nos diversos espaços, 
não ficando restrito ao espago escolar. Para tan. too, os recortes de Brandao 
(2007) destaca que a educação está em todos os lugares e no ensino de todos os 
saberes. Assim, não existe modelo de educação correto, a escola não e o único 
 
lugar onde ela ocorre e nem o professor e seu único agente. Existem inúmeras 
educações e cada um atende a sociedade em que ocorre, pois e a forma de 
reproduz 富。dos saberes que compõem uma cultura, portanto, a educação de uma 
sociedade tem identidade própria. 
Gohan (1997, p.74) afirma que: 
[...]A cidadania se cria com uma presença ativa, critica, decidida 
de todos nós com rela? Ao a coisa pública. Isso e dificilíssimo, 
mas e possível. A educação não e a chave para a transformação, 
mas e indispensável. A educação sozinha não faz, mas sem ela 
também não e feita a cidadania. A educação transmitida pelos 
pais e família, no convém com amigos, clubes, leituras de jornais, 
livros, revistas etc. São considerados temas da educação 
informal. O que diferencia a educação não formal da informal e 
que na primeira existe a intencionalidade de dados sujeito em 
criar ou buscar determinadas qualidades e/ou objetos. A educa
賦。 informal decorre de processes espontâneos ou naturais, 
ainda que seja carregada de valores e representações como e o 
caso da educa 福。familiar [. •.]■ 
A escola traz em sua história uma responsabilidade desafiadora, que a。
longe。 Dos tempos passou ainda mais a cobrança por uma educação de 
qualidade em que os seus alunos sejam realmente capazes de transformar o meio 
em que vivem a troca de "saberes plural" toma-se necessária a mudança de novos 
paradigmas da escola, da fam. iliba, da sociedade ao mundo contemporâneo. 
Gohan (1997) faz menção a uma definia o de cultura e cultura política como 
entraram definidamente em uma agenda de conceitos fundamentais na sociedade 
política neste século. Assim por consequência, a diversidade cultural ressurge no 
século XX, por isso, valorizar a cultura de um povo e ampliar o conhecimento dos 
símbolos compartilhados pelos membros de um grupo onde ela se manifesta. Junto 
a tudo isso tem surgido varies campos de estudo dela, originários da sociologia, 
história, filosofia, psicologia social, linguística, politica, etc. 
A cultura escolar Integra, sob tai perspectiva, a figão e o exercício da sala de 
aula; a exposição do professor sobre a matéria. A cultura escolar e a divisão das 
matérias, mas também a aceitação das diversas culturas presentes nos mais 
variados sujeitos que fazem o ambiente escolar. 
Dessa forma, os movimentos sociais que representam os povos do campo, 
em especial o (MST) começaram a defender a ideia de criar escolas voltadas para 
uma formação direcionada especificamente para os povos do campo。,que fosse 
mais do que uma escola 11 no" campo, que iria ainda reproduzir um currículo que 
não condiz com a realidade daquele povo, mas de fato uma escola "do" campo, 
feita para trabalhar a valorização da cultura do campo, com o currículo direcionado 
aos interesses e necessidades daquela região e dos sujeitos que ali vivem. Nesse 
sentido a concepção de currículo como um instrumento utilizado para estreitar os 
vínculos entre o mundo educativo, a sociedade e o trabalho, requerendo que o 
aluno construa significados, atitudes, valores e habilidades mediante um complexo 
 
jogo entre o intelecto, os instrumentos educativos e a interação social. 
A educação do campo precisa considerar as caractensticas e necessidades 
dos estudantes do campo, dentre os múltiplos elementos, está o currículo como 
elemento fundamental da educação para um público diferenciado. 
A organização escolar do campo deve ter em sua organização curricular, 
disciplinas que contemplem as necessidades do povo do campo, o currículo 
selecionado ter por funga-o possibilitar o processo forma tive com base nos 
conhecimentos e saberes do público especifico, para isso e precise conhecer a 
realidade em que o educando está inserido e a partir desse conhecimento prévio 
do contexto social e que se poderá ter a base dos conhecimentos e saberes que 
serão desenvolvidos pelos educandos, 
Portanto, não trata de utilizar a realidade como ilustra (? ao 
para os conteúdos predeterminados em uma lista ou nos livros 
didáticos, mas sim partindo dela, numa perspectiva de totalidade, 
compreender as contradições que atravessam e como e possível 
transforma a-1 a (CALDART, 2010, p_32). 
Caldar (2010) chama a atenção para dois elementos que são de fundamental 
importância para a construção do currículo do ensino médio do campo: a ciência e 
a cultura. Para autora a ciência e compreendida aqui como o conjunto de 
conhecimentos produzidos e legitimados socialmente ao longo da história 
(CALDART, 2010, p.32). No que concerne à cultura, Caldar (2010) aponta sendo 
aquela construída historicamente que resulta na construção de identidades, no 
entanto, a cultura deve percorrer o conjunto do currículo em dois sentidos principal: 
O primeiro articulado 立 pesquisa da realidade, de 
identificação das matrizes culturais e dos processes de 
aculturação e de criação de valores impostos, especialmente 
pelos meios de comunica (? ao, aos educandos e suas 
comunidades. O segundo deve constituir espaços/tempos para a 
valorização das expressões populares, do desenvolvimento dos 
talentos dos educandos e da afirma (? ao da identidade 
camponesa das diferentes formas de expressão artística e 
cultural (CALDART, 2010, p.33). 
Entende-se que a busca de um currículo que garanta a identidade do povo 
do campo e que se desmistifique a visão negativa construída historicamente e uma 
das ferramentas necessárias para acabar com o estigma do grupo que compõe a 
sociedade brasileira. 
Para que sejam reconhecidas essas especificidades do povo do campo, a 
educação precisa ter sua própria concepção de ensino, tendo como função inserir 
nos currículos escolares conteúdos significativos para os educandos que vivem no 
campo, esses conteúdos devem ser contextualizados, incluir experiências 
educativas culturais e perspectivas do campo, uma vez que algumas escolas do 
campo tem seus currículos construídos a partir da realidade da cidade. 
 
Em alguns cases, a falta de escolas no campo faz com que os educandos 
tenham que estudar em escolas da cidade, absorvendo conteúdo de um contexto 
que não faz parte da sua realidade, isso tem contribuído para perca da identidade 
desse grupo social. Neste caso, contiguar-se uma educação rural que existe no 
âmbito de instrumentalizar os filhos do campo para o trabalho nas grandes cidades. 
A educação do campo surge com o objetivo de valorizar a cultura e as 
potencialidades da comunidade, contribuindo para o desenvolvimento local, além 
de propiciar a permanência da população do campo. A partir do exposto 
defendemos uma educação que abra espago para a troca de saberes, ao mesmo 
tempo em que o estudante aprende conteúdos significativos para a vida no campo, 
aplicáveis no seu cotidiano e no espaga。familiar, para que essas experiências 
fora do espaga。 Escolar sirvam de norte para o trabalho pedagógico dos 
educadores. 
Entrando numa visão marxista, compreendemos a necessidade do homemencontrar sua essência, e se apropriar do humano, encontrar sentido e significado 
na realização do seu trabalho. Essas questões referem-se a educação por estar 
intrinsecamente relacionada ao próprio homem, mas não se referem somente a 
educação e sim a própria organização da sociedade burguesa, que precisa ser 
negada para que a emancipação humana aconteça. 
Ao discutir a educação do homem faz-se necessário examinar atentamente 
as suas condi9oes reais de vida, pois do contrário cai-se no mecanismo que a 
própria 
 
Divisão do trabalho impõe sobre os homens na sociedade burguesa, ao afirmar a 
possibilidade da consciência ser algo diferente do real. 
Dessa forma, pode-se situar a educação, que segundo Saviani (2002a), tem 
a ver com as ideias, conceitos e valores. Assim, entende-se que tais elementos 
não estão separados dos homens. No entanto, fazem parte da própria essência do 
homem. Nas relações parece pertencer apenas parte dos homens e não a todos. 
Saviani (2002b) assevera que a transformação das consciências por meio de 
uma pratica modificada. E isso só e possível por meio de uma pratica 
transformadora cujo eixo e o conhecimento. 
Percebe-se, contudo, que a escola na sociedade atual e marcadamente 
subordinada aos interesses do mercado, a troca financeira por avaliardes atua 
como parte de uma sociedade excludente e desigual, reflete em seu cotidiano tais 
mecanismos ao não alcançar a aprendizagem de todos. Acredita-se, no entanto, 
na possibilidade de uma busca Constant© de mudança da realidade em unir 
esforços contínuos de reflexões e ação, não negação das novas práticas e 
 
orientações. 
Diretrizes Operacionais para a Educação Básica do Campo e Princípios 
Pedagógicos da Valorização dos diferentes saberes 
A qualidade de uma escola, com vistas a emancipação humana, pode ser 
avaliada por inúmeros elementos, seu Projeto Político Pedagógico, sua grade 
curricular, a perspectiva teórica adotada por seu corpo docente, entre outros. Mas, 
e preciso não perder de vista que a emancipação humana se vincula ao caráter do 
homem. 
Nesse sentido, a educação do campo vem lutando com compromisso e 
objetivando a formação do educando para a conquista da cidadania e emancipação 
dos indivíduos, atuando por meio da construção coletiva de conhecimentos 
associada ao essencial papel de trabalhar com as culturas locais, os usos e 
costumes de seus povos. 
Portanto, uma educação verdadeiramente destinada aos sujeitos do campo 
e que até na a os anseios deste povo com um currículo com os seguintes objetivos: 
• Contribuir para o pleno desenvolvimento do aluno, promovendo sua formação 
humanística, cientifica e tecnológica; 
♦ Preparar para o exercício da cidadania, capacitando o discente para intervir 
criticamente na realidade; 
• Proporcionar-lhe conhecimentos inerentes a vida no campo, bem como a 
sustentabilidade sócio/ambiental; 
・ Contribuir para inseri-lo nas formas de organização e sistemas produtivos; 
♦ Preparar o discente para enfrentar de forma compartilhada os desafios de um 
mundo em constante transforma 海. 
Uma escola será do povo do campo quando essa estiver disposta a formar 
cidadãos com a valorização da identidade na agricultura familiar, competência 
ética autônoma, ativo participa tive e política, com elevado grau de 
responsabilidade socioambiental e, que contemple um novo perfil para o saber, 
saber ser, fazer e compreender. 
Que possibilite atividades produtivas inerentes a vida camponesa no 
semiárido, estruturadas e aplicadas de forma sistemática para atender as 
necessidades de organização social e de produção dos diversos seguimentos da 
cadeia produtiva, visando a qualidade e a sustentabilidade econômica, ambiental 
e social e consiga: 
 
• Proporcionar aos estudantes o domo o da língua pátria, dos conhecimentos 
históricos, assim dos fundamentos científicos necessários para a aprendizagem 
em todos os níveis educacionais; 
♦ Trabalhar a cultura camponesa na perspective da valorização do ser, da vida, da 
natureza, do trabalho e do empreendedorismo rural; 
• Trabalhar cientificamente a problemática relativa a vida camponesa no 
semiárido, a realidade das comunidades, suas potencialidades, provocar 
mudanças e inovações tecnológicas; 
, Manter a sustentabilidade ambiental, aplicando estratégias de melhorias de vida; 
• Disseminar métodos que estimulem o empreendimento produtivo em 
agropecuária nas diversas formas organizacionais; 
♦ Aplicar as técnicas do sistema produtivo, buscando a experimentação invocativa 
e as adaptações as necessidades do mercado; 
•Selecionar espécies e variedades vegetais adequadas aos diversos 
ecossistemas, aplicando-as na conserva? Ao e preservação da biodiversidade e 
dos condicionamentos culturais do mundo rural semiárido. 
•Utilizar estratégias para a valorização do trabalho rural, do associativismo e das 
diversas formas de empreendedorismo rural; 
•Conduzir a pratica de criação de animais de pequeno, médio e grande porte, 
compatíveis com as condirdes ambientais da região. 
•Dominar as técnicas e procedimentos de manejo, nutri espaço e reproduz animal. 
•Disseminar o ensino angola e estimular pesquisas nas diversas culturas propicias 
no semiárido. 
•Disseminar estudos e elaborar projetos socioambientais propícios ao semiárido; 
•Conhecer, trabalhar e acompanhar programas de medidas profiláticas 
(preventivas) em defesa dos rebanhos da região. 
E qual seria o modelo de currículo que contemplasse esses aspectos? 
A organização curricular da Escola do Campo deve levar em consideras 海 
os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação no Campo. Uma escola que 
a estruturação da matriz curricular contemple: 
Um núcleo comum que Integra disciplinas das quatro áreas de 
conhecimentos do ensino médio (Linguagens e Códigos e suas Tecnologias; 
 
Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias 
e Matemática e suas Tecnologias); 
Uma parte diversificada, que Integra as disciplinas, Projetos e estudos de 
pesquisa, Práticas Sociais e Comunitárias e Técnicas Produtivas e Organização 
do Trabalho, voltadas para uma maior compreensão das relações existentes na 
vida camponesa e o mundo do trabalho. 
Além disso, e importante a integração da teoria a pratica desenvolvida no 
campo experimental ou em outro local além dos espaços escolares, ocorrendo 
preferencialmente sob os princípios da interdisciplinaridade, contemplando a 
aplicação dos conhecimentos adquiridos, tendo em vista a intervém 握。no mundo 
do trabalho e na realidade social de forma a contribuir para a solução de 
problemas. 
É importante ressaltar que a escola que assegure a identidade e cultura dos 
povos que vivem no campo, não abandona os conteúdos historicamente ensinados 
nas escolas da cidade, busca-se um equilíbrio desses dois tipos de educação. Para 
melhor compreensão vejamos como seria a matriz curricular que agregasse os 
saberes universais e específicos do campo, com espaços para a base nacional 
comum e momentos para a parte diversificada:
 
 
 Língua Portuguesa 
Educação Física 
Língua Estrangeira 
(Inglesas) Química 
 Física 
Biologia 
Matemática 
 História 
 Geografia 
 Sociologia 
 Filosofia 
 Formação cidadã 
Tempo de Estudo 
Letramento 
Cooperativismo e 
Associativismo 
Organização Familiar, 
Comunidade e 
Sustentabilidade 
Desenho e Topografia 
Educ. Ambiental e 
Sustentabilidade. 
 0 Trabalho e a Produção 
Animal 
0 Trabalho e a Produz 如 
Angola 
Protagonismo e 
Empreendedorismo 
Rural 
 
Para o bom êxito de uma educação do campo não basta apenas um currículo 
diferenciado, mas também uma metodologia que motive os sujeitos a se fazerem 
ativos e participantes do processo de ensino-aprendizagem, 
52 
 
E quais os critérios a serem considerados no processo de avaliação da 
aprendizagem da Escola do Campo? 
A proposta pedagógicas de uma escola comprometida com a valorização do 
campodeve-se pautar numa avaliação que contemple uma reflexão crítica e 
pratica no sentido de captar avanços, resistências e dificuldades e possibilitar uma 
tomada de decisão sobre o que fazer para superação dos obstáculos e o 
aprimoramento e qualidade do processo ensino-aprendizagem. 
Ela deve ser, portanto, comprometida com a aprendizagem significativa, 
continua e cumulativa, assumindo, de forma integrada no processo ensino- 
aprendizagem, as fundões diagnostica, formativa e som ativa, devendo ser 
utilizadas como princípios para a tomada de consciência das dificuldades, 
conquistas e possibilidades e que funcione como instrumento colaborador na 
verificação da aprendizagem, levando em consideração os aspectos qualitativos 
sobre os quantitativos. 
Diretrizes operacionais para a educação básica do campo e princípios 
pedagógicos da valorização dos diferentes saberes. 
De acordo com a Resolução do CNE/CEB de 2002, são objetivos da 
Educação Básica do campo: 
> Contribuir na construção de um projeto de sustentabilidade local; 
> Construam da memória coletiva das comunidades; 
> Democratizar a cultura na busca da humanização; 
> Compreender a diversidade do cotidiano escolar do campo, sem perder a 
unidade, a partir das diretrizes gerais. Além disso, são considerados 
fundamentalmente importantes, a definição e caracterização dos princípios 
da identidade da escola do campo. 
Além desses objetivos, a educação do campo precisa considerar o princípio 
Político-Pedagógico da construa o do conhecimento e da organização escolar com 
referência ao mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura vivida pela 
população do campo. Por isso, e um princípio que valoriza os diferentes saberes, 
respeita e fortalece a identidade étnica e racial dos diferentes povos do campo em 
todo o território nacional brasileiro. Neste sentido, a organização da educação 
básica do campo no Brasil e constituída conforme a LDB 9.394/96, abrangendo as 
seguintes modalidades educativas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e 
Ensino Médio. 
A concepção político pedagógicas da Educação do Campo está voltada para 
dinamizar a ligação dos seres humanos com as condições da existência social: 
 
relação com a terra, o meio ambiente, os de versos saberes, a memória coletiva, 
os movimentos social, (Art. 2° § Único). 
Ainda segundo as diretrizes da educação básica do campo, a construação 
de um ambiente coletivo e de extrema importância. Para tanto, devem ser 
considerados os seguintes aspectos: 
> A heterogeneidade dos grupos humanos; 
> A valorização dos conhecimentos dos diferentes sujeitos da aprendizagem e 
que estes contribuam para melhorar a vida das pessoas; 
> O respeito a heterogeneidade da refarão desses sujeitos com a terra, com o 
mundo do trabalho e da cultura. 
Nesta perspectiva, o art. 2Q das Diretrizes Operacionais da Educação do 
campo trata dos seguintes princípios básicos: a constituição de um conjunto de 
princípios e procedimentos que visam adequar o projeto institucional das escolas 
do campo as Diretrizes Curriculares Nacionais e ser da responsabilidade do Poder 
Público. 
De acordo com os artigos: 39 e 6fi dessa mesma Diretriz, o Poder Público 
deverá garantir a universalização do acesso da população do campo a educação 
básica e a educação profissional de nível técnico, proporcionando educação infantil 
e ensino fundamental nas comunidades rurais, cabendo em especial ao Estado 
garantir as condições necessárias para o acesso ao ensino médio e educação 
profissional de nível técnico. Enquanto o art. 4e defende que o projeto institucional 
das escolas do campo, devera constituir um espago público de investigação e 
 
54 
 
Articulação de experiências e estudos direcionados para o mundo do trabalho e o 
desenvolvimento social, economicamente justo e ecologicamente sustentável. 
Sobre a organização do sistema de ensino nas escolas básicas do campo, o 
art. 7s da atual LDB, afirma que: 
Art.7Q Responsabilidade dos respectivos sistemas de ensino em 
regulamentar as estratégias para o atendimento escolar do campo e flexibilização 
da organização do calendário escolar - este calendário poderá se estruturar 
independente do ano civil (§ 1fi). E as atividades poderão ser desenvolvidas em 
diferentes espaços pedagógicos (§ 2®). 
Ainda conformes a LDB 9.394/96, mais especificamente nos artigos 8fi e 9®, 
as parcerias estabelecidas visando o desenvolve cimento de experiências de 
escolarização, deverão observar se: 
> Ha articulação entre a proposta pedagógica da instituição e as Diretrizes 
Curriculares Nacionais; 
> Tem clareza nas atividades pede agogô iças e curriculares para urna projeto 
de desenvolvimento sustentável; 
> Existe uma efetiva pratica da avaliação institucional sobre a qualidade da vida 
individual e coletiva; 
> Controle social com a participa 捶。da comunidade. 
De acordo com as Diretrizes Operacionais de 2002, no tocante ao sistema 
de gestão, há exigência para que este contribua para o efetivo exercício da gestão 
democrática nas escolas do campo, conformes os artigos 10a e 113 assim 
descritos: 
Art. 10° e 11。Os sistemas de gestão democrática, contribuirão para a 
consolidação da autonomia das escolas e o fortalecimento dos Conselhos que 
promulgam um projeto de desenvolvimento, uma abordagem solidaria e 
coletiva dos problemas do campo, estimulando a autogestão no p raches só 
de elaboração, desenvolvimento e avalia 賦。das propostas pedagógica das 
instituições e construindo mecanismos de relacionamento。entre escola, a 
comunidade, os m/s órgãos normativos dos sistemas de ensino e os demais 
setores da sociedade, (BRASIL, 2002, p.03) 
Os artigos 12s e 13° referem-se aos professores das escolas do campo, os 
quais deverão fazer parte de um processo de formação de professores para o 
exercício da docência nas escolas do campo, incluindo estudos a respeito da 
diversidade e protagonismo com propostas pedagógicas de valorização da 
diversidade cultural e transformação do campo. 
Sobre o financiamento da Educação do campo, estre e abordado nos artigos 
14s e 15® das diretrizes operacionais para a educação básica do campo, os quais 
55 
 
defendem que cera___2 assegurado mediante o cumprimento da legislação a 
respeito do financiamento da educação escolar no Brasil. A LDB atual, determina 
a diferenciação do custo aluno com vistas ao financiamento da educação escolar 
das escolas do campo. 
Apesar da LDB assegurar estes direitos e considerarmos a educação do 
campo de grande importância para o desenvolvimento do pais e a sustentabilidade 
das populares em geral, o que percebemos a cada dia, e uma situação de descaso, 
deixando as populares do campo a margem de seus direitos. 
Desse modo, podemos constatar, um baixo rendimento na educação do 
campo que se estende cada vez mais prejudicando muitos jovens, e que a cada 
ano o número de evasão nas escolas está crescendo além dos milhões de 
analfabetos absolutos, que no dizer de Alerta, (2003, p.131), “mais de 40 milhões 
de brasileiros continuam analfabetos funcionais, pois não sabem mais do que 
desenhar o próprio nome o que, numa sociedade tecnológica, não passa de 
analfabetismo1'. 
Enquanto informa 海 s são evidenciadas e que os governantes ter deixado 
a margem toda e qualquer ação voltada para o campo, sobretudo nos municípios, 
embora o Ministério da Educação tenha afirmado diversas ades, programas e 
projetos voltados para as populares do campo, dentre as proposições do MEC está 
o Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO)

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