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Trabalho Canudos - O cimento religiosos e a consolidação de Canudos

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Pró Reitoria Acadêmica 
Centro de Teologia e Ciências Humanas 
Licenciatura em História 
 
 
História do Brasil III
Comentários sobre o texto O cimento religioso e a consolidação de Canudos 
  
  
Aluna: Clara Maria Luna Varjão Schettini
Professor: Newton Darwin de Andrade Cabral
 
 
 
 
 
 
 Recife, 2020
CABRAL, Newton Darwin de Andrade. O cimento religioso e a consolidação de Canudos: In: BRANDÃO, Sylvana (org.). História das religiões no Brasil, v. 1. Recife: Ed. da UFPE, 2001. p. 78-106. 
O texto começa nós situando no ano em que foi escrito, o que nos ajuda a entender qual era o cenário em que aquelas ideias surgiram, além de deixar claro que todos os texto que foram usados como referência levaram em conta o posicionamento do autor. Outra coisa que me chamou atenção foi que logo no início do texto, assim como no título, sabemos que o objetivo dele é mostra como a religião foi o elemento que unificou aquela população tão heterogênea. O assunto é divido em três partes.
Parte I 
1. Constituição heterogênea da sociedade estabelecida em Canudos.
O povoados de Belo Monte era formado por pessoas de diversas camadas sociais, apesar de alguns estudiosos defenderam que era constituída por pobres e desamparados, o testemunho que se tem registrado do Barão de Geremoabo nos mostra existiam pessoas com posse de terra e gados, confirmando o que essa parte do capítulo defende, a heterogeneidade das pessoas que foram para Canudos. Os pobres estavam sim presentes, porém, existiam pessoas de outras camadas da sociedade que se juntaram ao Conselheiro. Dentro da sociedade havia divisões hierárquicas e até geograficamente tinha uma região de nobres e a da plebe. O texto destaca que a ideia de que aquela população era formada pela escória do sertão, defendida por alguns autores, tem um viés bem ideológico.
2. Necessidade de um aspecto unificador.
Nessa parte o autor busca identificar qual o fator que uniu essas pessoas, pois o surgimento e crescimento de Canudos não se deu de forma natural, nem se parece com o surgimento e crescimento de outras cidades desse período. De sua formação até sua destruição foram quatro anos e esse povoamento chegou a ser um dos maiores da Bahia, foi um crescimento vertiginoso chegando a ter por volta de vinte cinco mil pessoas. A força atrativa era grande levando em conta o que esse texto defende, que diverge de muitos estudiosos, de que se tratava de uma sociedade heterogenia. O unificador nesse capítulo é identificado como a religião. Sem um propósito e ideais fortes não seria possível manter esse agrupamento tão diversificado.
3. Diferentes abordagens.
 Sempre que um determinado acontecimento histórico é analisado existem diversas abordagens diferentes, entretanto, segundo o texto, alguns dados são aceitos por quase todos os estudiosos de Canudos, que obtiveram esses dados através de Euclides da Cunha. São esses dados: o fato dele ter sido um movimento sertanejo, sediado em uma velha fazenda de gado entre os anos de 1893 e 1897, seu líder se chamava Antônio Vicente Mendes Maciel e juntou cerca de vinte e cinco mil pessoas.
As divergências começam quando se tenta explicar o porquê. Para uns foi motivo político, para outros religioso, ainda se fala de fanatismo e até mesmo loucura. O texto argumenta que muitos desses historiadores conseguem se basear em fatos e tem até certa autoridade no que buscam defender, como isso acontece? O viés teórico e ideológico de quem faz a pesquisa pode trazer fatos a se tornarem históricos ou não.
3.1 O aspecto econômico – Rui Facó
Facó defende a ideia de que canudos foi uma luta de classes brasileira que foi causada pela seca e aumento da fome e assim surgiram duas consequências, os cangaceiros e os fanáticos religiosos. Para ele a religiosidade estava ligada a miséria das pessoas, isso não é aceito nesse texto em questão pois existiam pessoas de variadas classes sociais e a religião não está presa a isso. Outra crítica é da superficialidade da análise religiosa, ele não buscou ver além do que precisava para confirmar sua teoria. A religião pode ser usada para contestar injustiças sociais, entretanto, Facó rotula todos os religiosos de canudos como fanáticos, o que denota um aspecto pejorativo, o autor do capítulo, Newton Cabral, prefere se referir a uma religiosidade popular.
3.2 O aspecto político – Euclides da Cunha.
Ele olha pelo ângulo da oposição entre a civilização do litoral e a “ignorância” da população sertaneja, essa oposição se torna política a partir do momento que os religiosos do sertão defendiam a monarquia e demonizavam a república. Outro autor que usa esse aspecto político como unificador é o Frei Evangelista de Monte-Marciano que recebeu o encargo do arcebispo da Bahia de orientar o conselheiro a cumprir as leis do país, porém ele não dominava o idioma português e seu registro não corresponde a verdade. O principal meio de sustento da região de Canudos era a criação de caprinos, chegando a terem exportação de pele desse animal, porém, isso não vem à tona com Euclides, deixando de fora informações importantes e deturpando a informação que é divulgada sobre esse episódio.
Parte II
1. O Aspecto religioso na vida humana
Newton Cabral nessa parte do texto argumenta que durante a vida o ser humano tem diversas necessidades, algumas físicas, outras mais subjetivas, e com o passar dos anos ele começa a se indagar sobre o sentido de tantas dificuldades e lutas e se depara com a certeza de nossa finitude. Isso o leva a buscar algo maior e infinito que o ajude a encontrar algum tipo de resposta, e essa transcendência é diferente em pessoas de realidades diferentes, mas todos tem essa necessidade. Os que não aceitam a religião ou o místico busca essas respostas em outros lugares, como a ciência.
2. A índole sertaneja.
Apesar de índole não ser um termo muito utilizado nos estudos atualmente e de não concordar com a dualidade usada por Euclides da Cunha o texto fala da importância de entender as peculiaridades do povo sertanejo, não podemos generalizar o povo brasileiro sabendo que suas diferentes realidades, como o povo do pampa gaúcho, litoral e Amazônia, modifica seu modo de ver o mundo.
2.1 As secas
A marcante diferença é vista para quem vai do litoral ao sertão onde a natureza é mais “dura” e isso se reflete no sertanejo que, segundo o capítulo, é leve, manso ou destemido e impetuoso, essa variação acontece por sua vida cercada de incertezas. E só deixa sua terra quando não existe possibilidades de sobreviver nela.
2.2 A religiosidade
Independente da classe social que a pessoa se encontre, a vida no sertão é repleta de tragédias, e como foi dito anteriormente, a religião vem para dar sentido a existência, em qualquer estágio econômico que você se encontre. O sertanejo usa costumes e festas religiosas para tentar prevê a meteorologia e não perder as esperanças e isso não pode ser menosprezado. 
Parte III
1. Predominância do aspecto religioso na unificação da sociedade Canudense.
Para concluir a tese o professor Newton afirma que a religião foi o cimento unificador de Canudos e que essa sua afirmação não é inédita. 
1.1 Na organização do povoado
Apesar da heterogeneidade o povoado tinha uma organização que funcionava bem, com hierarquia e a população passava boa parte do dia trabalhando com o gado caprino e no final do dia se dedicava a atividades religiosas, e ao contrario do que se dizia, não era um reduto de foras da lei, era uma organização familiar. Existiam leis em Canudos derivadas da interpretação cristã de Conselheiro, se existiam indivíduos que tinham sido criminosos, em Belo Monte o que importava era sua contribuição para a sociedade, nesse período a punição e recuperação de indivíduos era mais precário que atualmente.
1.1.1 A pessoa do Conselheiro.
O papel do indivíduo nos rumos de acontecimentos é destacado nesse trecho, no caso de Antônio Conselheiro muitos estudiosos focam no perfil físico e psicológico, ou até focam na sua família para comprovar sua loucura. Fisicamente ele parecia com qualquer peregrino. Os estudiosostambém colocam Conselheiro como líder religiosos e defendem que outras áreas eram lideradas pelos subchefes. Como líder religioso ele rejeitava atributos divinos e não se via como sacerdote, ele apenas puxava terços e ladainhas e pregava ao povo. Além do aspecto religioso ele também tinha experiencia com construções, exerceu as profissões de professor, caixeiro, vendedor ambulante e rábula. Era uma pessoa de temperamento forte.
1.1.2. Os Rituais.
As rezas eram de significado profundo para o povoado, eram separados por sexo, mas unidos em um ideal comum. Tinham ladainhas, terços, procissões, beija de imagens, coisas que eram comuns da religiosidade da região. Os batismos, casamentos e missas só eram celebrados quando ia um vigário ao povoado.
1.1.3. As prédicas
As prédicas foram manuscritos que continham comentários sobre diversos aspectos dogmáticos da igreja católica que foi dividido em quatro partes. As três primeiras falam sobre mistérios marianos, evangelhos e questões práticas sobre punições etc. a última parte contêm assuntos diversos inclusive o único discurso onde Conselheiro fala sobre a República. Seus escritos mostram que era uma pessoa instruída que conhecia os escritos católicos, latim, além de filósofos e teólogos.
Conclusão
Newton destaca que o historiador precisa estar atento não só ao fato, mas também a quem o registrou. O objetivo foi fazer uma análise de várias análises, algumas delas divergentes. Mas a conclusão que se chegou foi que a religião deu forças e união a essas pessoas tendo como líder Antônio Vicente Mendes Maciel, que depois de anos de peregrinação e com o aumento de seus seguidores fundou Canudos. A partir do medo do juiz de Juazeiro esse povoado foi totalmente destruído “alvo da insânia formidável dos civilizados.” (p.104)

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