Buscar

PCC de Fundamentos da Educação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Universidade Estácio de Sá 
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) 
 
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
 
TEMA: FUNDAMENTOS DA EDUCÇÃO 
 
ALUNA: IASMIN DA SILVA SANTOS 
PROFESSORA: REGINA FATIMA CURY AZEVEDO 
MATRÍCULA: 202004131631 
 
 
 
 
 
MAGÉ - RJ 
28 DE SETEMBRO DE 2020 
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
 
http://estacio.webaula.com.br/ead/
http://estacio.webaula.com.br/ead/
http://estacio.webaula.com.br/ead/
 
 A partir de uma análise histórica de ampla duração, Cardoso (2010) remonta a 
análise da estrutura social e política brasileira para explicar a persistência das fortes 
desigualdades sociais no país. De acordo com o autor citado, a difícil superação do 
passado escravocrata brasileiro, com lenta transição para o trabalho livre estruturou 
o nosso padrão social. A rigidez pela qual se caracterizou a estrutura social 
brasileira resultou em uma forte inércia estrutural tornando os padrões sociais de 
divisão hierárquica muito resistentes às mudanças até meados de 1940 com a 
desqualificação do negro e do elemento nacional como trabalhador não qualificado. 
 De acordo com Cardoso (2010) temos que no Brasil a “sociedade é desigual, a 
sociedade é injusta, a cidadania é impotente diante disso, o padrão de justiça de 
ricos e pobres é igualitarista, e o Estado é o agente da solução da desigualdade”. 
 No Brasil, em particular, os estudos sobre distribuição de rendimentos 
comumente destacam o efeito da desigualdade educacional na reprodução do 
elevado nível de concentração da renda no país. Desde a década de 1970, diversos 
autores têm afirmado que a solução desse grave problema social está, 
necessariamente, no desenvolvimento de políticas capazes de garantir o acesso dos 
mais pobres às escolas e na elevação do nível de escolaridade, por meio do 
aumento do número de anos de estudos, das camadas sociais e economicamente 
menos favorecidas. 58 
 Dentre estes autores destaca-se Langoni (1973) um dos primeiros economistas a 
ressaltarem a importância da educação como fator explicativo para a forte 
desigualdade social brasileira. A partir de seu estudo, analisando os dados 
individuais do Censo Demográfico de 1970, e por meio da adoção de uma série de 
métodos econométricos para compreender os determinantes da concentração de 
renda no Brasil nos anos 1960, Langoni (1973) descreveu o perfil da distribuição de 
renda na referida década e conclui que a educação é a principal variável explicativa 
para a maior desigualdade na distribuição da renda no país entre as décadas 1960 e 
1970. Segundo sua análise o aumento dos níveis de desigualdade salarial no Brasil 
no período analisado ocorreu devido ao aumento na demanda por trabalhadores 
qualificados, associado ao período de crescente industrialização do país. 
 A partir da década de 1990, tomando como referência os estudos pioneiros de 
Langoni (1973) e Fishlow (1975), tornou-se vasta a literatura que revela a estreita 
relação existente entre a desigualdade social e a desigualdade educacional no 
Brasil, apontando as origens sociais e familiares, sobretudo a escolaridade e a renda 
dos pais, como as variáveis determinantes nas chances de progressão educacional 
dos filhos no sistema educacional. 
 Barros et al. (2001) em uma referência importante para os estudos sobre 
desigualdades sociais no Brasil, analisaram os determinantes do desempenho 
educacional no Brasil, considerando que o país apresenta indicadores educacionais 
abaixo dos padrões internacionais. Analisando indivíduos entre 11 e 25 anos nas 
regiões Nordeste e Sudeste os autores identificaram que quanto mais pobre é a 
família, maior o 59 subinvestimento em capital humano. Isto porque a pobreza – 
mensurada nesse caso em termos de renda familiar – afeta os investimentos das 
famílias em escolaridade: o investimento educacional é interrompido porque 
membros da unidade familiar necessitam trabalhar durante o período de formação 
escolar. Ou seja, as pessoas menos escolarizadas hoje serão, com maior 
probabilidade, os pobres do futuro, dada a natureza diferenciada do investimento 
familiar em educação o que leva à transmissão intergeracional da pobreza. 
 As disparidades dos níveis de oportunidades educacionais são apontadas como 
importantes fatores explicativos das desigualdades sociais e econômicas no Brasil, o 
que torna extremamente importante a investigação dos determinantes da educação 
e suas oportunidades. A maior parte da desigualdade educacional no Brasil se 
manifesta no inicio da carreira educacional (MARTELETO, 2004). 
 Além disso, pais como maiores níveis de instrução tendem a transmitir padrões de 
comportamento e sustentar maiores expectativas em relação à escolaridade dos 
filhos. Entre esses padrões de comportamento e expectativas incluem-se os 
recursos culturais, valores sociais e habilidades linguísticas que permitem que filhos 
de pais com maiores níveis de escolaridade tenham maior chance de progredir nos 
estudos. Desta forma, os autores sugerem que as políticas públicas de combate ao 
subinvestimento em capital humano se direcionem as famílias com pais com baixa 
escolaridade em detrimento das famílias com menor renda per capita. 
 Além disso, as decisões acerca do maior ou menor investimento educacional no 
grupo familiar perpassam pelas experiências vivenciadas pelos membros da família 
e pelas oportunidades geradas pela escolarização. Assim, por exemplo, uma família 
em que a renda dos pais seja resultado de maior investimento escolar tenderá a 
valorizar e incentivar mais o investimento escolar na formação dos filhos. 
 Em suma, os resultados apresentados por Barros et al (2001) revelam um 
importante mecanismo de geração de desigualdade de oportunidade e de 
transmissão da pobreza entre gerações. Na medida em que a escolaridade dos pais 
é fator predominante de determinação no nível de escolaridade dos filhos, crianças 
cujos pais tenham baixa escolaridade possuem chances relativamente superiores a 
de outras crianças de se tornarem adultos com pouca escolaridade. Destacando-se 
ainda que a escolaridade é também um fator de determinação da renda; caracteriza-
se um mecanismo perverso de perpetuação das desigualdades de oportunidades. 
 Uma hipótese apresentada por Ribeiro (2012) para explicar esta situação é a 
existência de forte estratificação social dentro dos sistemas educacionais, 
principalmente no ensino médio e superior: 
[...] as famílias em posições de classe mais vantajosas também são aquelas que 
garantem melhores instituições de ensino médio e superior para seus filhos. [...] 
Embora estejamos observando uma tendência global de diminuição dos retornos 
educacionais, haveria de fato vantagens educacionais para pessoas que estudam 
em instituições de elite (RIBEIRO, 2012, p. 674). 
 Assim, desde 1999 a escolaridade dos grupos mais pobres da população vem 
crescendo mais do que a escolaridade dos mais ricos: “essa melhora na distribuição 
da educação teve um importante papel na redução da desigualdade, tanto no 
mercado de trabalho quanto na renda familiar per capita. Ao olharmos para o 
mercado de trabalho, mais de 40% da redução do Índice de Gini, entre 2001 e 2009, 
é explicada pela educação” (MENEZES FILHO, 2014b, p. 28). 
 Analisando os dados do Censo Demográfico relacionados ao mercado de trabalho 
brasileiro entre 2000 e 2010, Menezes Filho (2012) questiona a ideia de um possível 
“apagão” de mão de obra no país. De acordo com o autor tem crescido o percentual 
de indivíduos formados em nível de ensino superior, comparativamente ao ensino 
médio: “o total de pessoas com ensino médio completo cresceu 85%, passando de 
14,8 milhões, em 2000, para 27,4 milhões em 2010. Já o total de pessoas com 
ensino superior, incluindo pós-graduados, cresceu quase 97%; passando de 5,4 
milhões para 10,6 milhões no mesmo período” (MENEZES FILHO, 2012, p. 06). 
 Os dados levantadospor Menezes Filho (2012) mostram uma queda do salário 
real médio mensal das pessoas com nível superior no Brasil (passando de R$4.317 
para R$4.06029) representando uma queda salarial de 6%, esta maior que a 
observada entre os que completaram apenas o ensino médio (R$1.370 para 
R$1.317), queda de 4,4%. 
 Ainda, a diminuição dos diferenciais de salário do ensino superior na última 
década reflete a queda salarial em algumas formações específicas, as quais tiveram 
aumento na proporção de formados, sendo elas as áreas de enfermagem, 
administração de empresas, turismo, farmácia, marketing e terapia e reabilitação. 
Em contrapartida, algumas profissões tiveram aumentos significativos nos salários, 
mas queda no número de formados, dentre elas medicina, arquitetura, engenharias, 
economia e ciências sociais, nas quais a demanda está aumentando mais 
rapidamente que a oferta (MENEZES FILHO, 2012, p. 04). 
 Nesta lógica, a análise apresentada por Silva (2000) relacionando desigualdades 
educacionais à transição escola-trabalho no Brasil mostra que a relação entre 
educação e trabalho no Brasil pode ser expressa por uma tendência de entrada 
prematura dos jovens no mercado de trabalho. Silva e Hasenbalg (2003) mostram 
que ao relacionar os dados relativos à idade em que o filho começou a trabalhar e os 
anos de escolaridade que possuía neste período com a ocupação do pai, o autor 
identificou que os pais dotados de maior capital cultural, representados pelos 
profissionais liberais e professores universitários, são os que mais influenciam 
positivamente a trajetória profissional de seus filhos, pois estes entram mais 
tardiamente no mercado de trabalho, dedicando-se integralmente à formação 
educacional indicando a importância tanto do capital econômico como do capital 
cultural no investimento que é feito pela família na educação dos filhos. 
 Traçando uma análise da relação entre escolaridade e renda no Brasil na década 
de 1990, França etal. (2005) afirmam que nesta década houve aumento da oferta de 
vagas no ensino básico, porém, a qualidade desse ensino não se elevou, sendo uma 
expansão quantitativa e não qualitativa. De acordo com dados do PNUD entre 1990 
e 2001, a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais cresceu no país 
de 82% para 87%. No mesmo período, a taxa de matricula líquida em nível 
fundamental para crianças de 7 a 14 anos31 elevou-se de 86% para 97% e a taxa 
de matrícula liquida no ensino médio passou de 15% para 71%. 
 Apesar de apresentar quantitativamente avanços na escolarização básica no 
Brasil, França et al. (2005) compreendem que qualitativamente o investimento em 
capital humano no país ainda é muito insuficiente. As reformas econômicas pelas 
quais o país passou na década de 1990, inibidoras do crescimento econômico por 
se tratar de políticas monetárias restritivas para combaterem a inflação, geraram 
baixas taxas anuais de expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Neste cenário, 
persiste um importante paradoxo na década de 1990: a queda da renda salarial e o 
aumento da eficiência econômica aliado ao aumento da escolarização da mão de 
obra em função da elevação do nível educacional em relação a períodos anteriores. 
Com base em tudo que foi estudado, disponibilizado pelo professor dessa matéria 
podemos perceber que a desigualdade nos permeia desde o início da história do 
Brasil e ainda piorou após a abolição da escravatura, uma vez que os negros libertos 
nada tinham a seu favor. Com o aumento da imigração, principalmente dos italianos 
já que eles começaram a chegar pouco tempo depois do anúncio da lei Aurea. E por 
mais que busquemos outros olhares, seguramente a população negra arca desde os 
primórdios com a consequência da desigualdade social e educacional. 
 
As literaturas sociológica e educacional apontam a ausência de oportunidades 
educacionais no Brasil a partir da constatação da forte relação existente entre o 
destino educacional de crianças e jovens e as realizações educacionais de seus pais 
e/ou avós. 
 A educação tem ocupado lugar central nas políticas educacionais em curso no 
país, constituindo-se em um dos elementos de maior importância, particularmente a 
partir da década de 1990. O ENEM pode ser analisado como parte da política 
educacional de avaliação escolar no Brasil, considerado um instrumento central na 
política educacional de contabilidade escolar. 
 A partir dos resultados obtidos no ENEM são tecidas avaliações no campo da 
racionalidade econômica em torno da eficácia de aplicação dos recursos públicos e 
também no que tange a responsabilização das escolas e, particularmente de seus 
professores, pelos resultados da avaliação educacional. Essas ações, além de 
reduzirem a noção de qualidade escolar, conceito plural ao desempenho de 
estudantes em testes, passa a ser instrumento de controle do trabalho escolar e de 
fortalecimento da meritocracia, a qual historicamente está subjacente a este. 
 Além disso, é necessário um olhar cuidadoso sobre a utilização de testes 
individuais aplicados em larga escala para tecer considerações sobre a qualidade do 
ensino ofertado pelas instituições escolares no Brasil. Para tal, a análise do efeito 
escola é mais adequada na tradução do trabalho feito por ela e sua contribuição 
para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Nesses indicadores educacionais 
são analisados pelo menos dois momentos: Um quando o estudante entra na escola 
e outro quando ele dela sai, com intuito de verificar a real contribuição da escola no 
processo formativo do estudante. Portanto, para o cálculo do efeito escola, isolam-se 
os condicionantes socioeconômicos e suas influências sobre os resultados 
educacionais escolares dos estudantes. 
Sabidamente, a oferta quantitativa e não qualitativa do ensino mantém as diferenças 
mesmo com as políticas públicas aplicadas no setor educacional uma vez que a 
qualidade é o que vai equiparar os estudantes, não o ingresso na escola. Existe a 
necessidade de se buscar pela educação num todo, apenas ela mudará todo o 
contexto histórico da desigualdade social no país. 
 
 
 
 
 
 
Referencias: 
https://uenf.br/posgraduacao/sociologia-politica/wp-
content/uploads/sites/9/2013/03/Tese_Raquel-Callegario-Zacchi_CD.pdf

Continue navegando