Buscar

trabalho semestral BNCC pedagogia Unopar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL 100% ONLINE
 PEDAGOGIA – 3º SEMESTRE
Gabriela Godinho Garcia Fernandes de matos 
ASPECTOS FILOSÓFICOS, SOCIOLÓGICOS E PEDAGAGICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
VOTORANTIM
2019
ASPECTOS FILOSÓFICOS, SOCIOLÓGICOS E PEDAGAGICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Sociologia da educação, Legislação educacional, Teorias e práticas do currículo, Filosofia da educação, Praticas pedagógicas em pedagogia: Condições de aprendizagem na educação infantil
 Professores: Marcio Gutuzo Saviani
 Vilze Vidotte Costa
 Mari Clair Moro Nascimento
 Okcana Battini
 Tatiane Mota Santos Jardim 
 
Tutor de sala: Nilson Gonsalves Ribeiro
 
VOTORANTIM
2019
Sumário
INTRODUÇÃO....... .........................................................................................4
ASPECTOS SOCIÓLOGOS, FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS PRESENTES NA EDUCAÇÃO INFANTILNA BNCC ...................................................................5
CAMPOS DE EXPERIENCIAS DA BNCC.......................................................7
ATIVIDADES RELACIONADAS AO CAMPO DE ESPERIENCIA EU, O OUTRO E NÓS PARA CRIANÇAS EM IDADE PRÉ- ESCOLAR...................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS...............................................................16
Introdução
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não se constitui em um currículo, mas é um referencial para sua construção e efetivação. Ela define aprendizagens essenciais a serem promovidas, de maneira adequada à realidade de cada sistema ou rede de ensino e a cada instituição escolar.
Trata-se de um documento normativo, previsto na legislação, que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo de toda a Educação Básica. Por enquanto, o Ministério da Educação (MEC) homologou as orientações para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. A Base do Ensino Médio teve de ser adaptada por causa da reforma do clclo, sancionada em fevereiro de 2017. A nova versão foi entregue ao Conselho Nacional de Educação no dia 3 de abril. O governo espera que ela seja aprovada ainda este ano.
Como o nome bem diz, a Base Nacional Comum Curricular é um ponto de partida para que as unidades da Federação definam suas propostas curriculares e as escolas, seus Projetos Político-Pedagógicos (PPPs). Como explicita o próprio documento, os currículos deverão ser compostos por uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e perfil dos próprios educandos.
ASPECTOS SOCIÓLOGOS, FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS PRESENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC
Ao se discutir sobre os conteúdos que devem subsidiar um documento norteador para o território nacional, acerca dos princípios básicos estruturantes de propostas pedagógicas para a Educação Infantil, torna-se importante aprofundar algumas concepções a partir de fundamentos que possam apontar ideias gerais sobre a criança, seu desenvolvimento e o papel que a aprendizagem exerce sobre esse último, fazendo-se necessário assim, explicitar qual a concepção de desenvolvimento direciona esse debate. Constata-se, pela análise desta versão do Documento, a predominância de termos, tais como: vivência, experiência, emoções e afetos como aspectos centrais da infância. Os afetos, tais como as emoções e sentimentos, são constitutivos a partir de quais condições? Como isso se relaciona com o desenvolvimento? São processos que se organizam naturalmente por um “desabrochar” da criança? Estariam as emoções e os sentimentos isolados de processos, como: o pensamento, a atenção, a memória e a imaginação, assim como a própria história social das crianças? Para a Psicologia Histórico-Cultural, referência teórica que fundamenta o diálogo crítico estabelecido na análise do documento, o contexto social e as bases materiais concretas são pontos de partida para o entendimento sobre o desenvolvimento humano, e as condições pelas quais esse desenvolvimento se realiza, assim como, o desenvolvimento das emoções, dos sentimentos e da cognição dos sujeitos históricos. Nessa perspectiva, o homem não se desenvolve sozinho, mas na relação que se estabelece com outros homens e a partir do contexto social que engendra tais relações, pois todo desenvolvimento é inicialmente processado interpsicologicamente a partir da dimensão coletiva, do espaço social intersubjetivo para posteriormente se configurar como intrapsicológico (VYGOTSKY, 1999).
. A saber: relação entre desenvolvimento e vivência, o desenvolvimento como um processo histórico-cultural, inter-relação, e intervenção planejada. No primeiro eixo, a relação entre desenvolvimento e vivência, termo utilizado por Vigotski (2010a) permite avançar para além da ideia de experiência, à medida que esse conceito destaca o papel da singularidade do sujeito, o modo como esse atribui significação àquilo que o afeta. No segundo eixo, discute-se o desenvolvimento como um processo histórico-cultural, que depende das condições concretas de vida, que se transforma a partir de um processo qualitativo, dinâmico e que se modifica com os avanços, saltos e retrocessos. Para maior delineamento da discussão, são apresentados dois conceitos importantes, quais sejam: o de atividade dominante e o de periodização do desenvolvimento. No terceiro eixo, para se desenvolver e humanizar-se, o ser necessita imprescindivelmente da relação com outro humano e, por último, enfatiza-se a especificidade da intervenção planejada e organizada no desenvolvimento, possibilitada pelo papel da escola e do professor, como condição sui-generis do desenvolvimento. O que seria então o entendimento de desenvolvimento infantil a partir desse referencial? Desenvolver-se significa transformar-se ou modificar-se. O homem é um ser que nasce em uma total condição de dependência para sobreviver; diferente dos outros animais, a espécie Homo Sapiens nasce com uma condição para ser humano, mas ela não nasce humanizada, o que significa dizer pronta, acabada. Do ponto de vista das diferenças que o homem estabelece com outros animais, pode-se apontar o movimento humano de coordenação motora fina, o fato de ser bípede e andar ereto, a fala desenvolvida e a capacidade intelectual capaz de produzir abstrações. Entretanto, para que o homem possa vir a desenvolver tais características, ele precisa do contato e do vínculo com outro ser humano para aprender a se humanizar (LEONTIEV, 1978). A ideia de transformação, enquanto o elemento central para conceber o desenvolvimento, ancora-se em uma concepção dialética. Não é suficiente valorizar o papel que o meio exerce sobre o desenvolvimento infantil, mas é necessário também conhecer a forma como a criança se relaciona com o meio, ou seja, as peculiaridades da relação que envolve a criança e o meio. 
À medida que as experiências são possibilitadas e apresentadas, pelo toque, pela fala, manuseio dos objetos e pela função social que esses possuem dentro daquela cultura, começa a haver uma apropriação ativa por parte da criança que, ao ter acesso a essas mediações, interpreta o processo de acordo comsuas vivências, modificando a sua forma de se colocar no mundo e processando mudanças ao longo do seu desenvolvimento. Sendo assim, o desenvolvimento da criança está relacionado à vivência de sua experiência. Outro aspecto que envolve o entendimento do desenvolvimento como um processo dialético é o fato desse não ocorrer de modo uniforme e linear, mas que se modifica com os saltos efetuados na qualidade da relação da criança com o mundo, ou seja, o modo como a criança se relaciona com as pessoas e as coisas interferem e modificam o funcionamento do seu psiquismo. Para compreensão da forma como a criança se relaciona em cada momento da vida, Leontiev (2010, p.120) afirma a importância de entender a lógica do desenvolvimento infantil a partir da ação da criança, pois “[...] não há ainda atividade teórica abstrata, e a consciência das coisas, por conseguinte, emerge nela, sob a forma de ação”. Segundo o autor, para que a criança possa dominar o mundo que a cerca, ela precisa agir nesse mundo. De acordo com o momento do desenvolvimento, encontram-se atividades que prevalecem ou destacam-se de acordo com o desenvolvimento da criança. Trata-se de um processo no qual ocorrem mudanças significativas no desenvolvimento psíquico infantil “[...] e dentro do qual se desenvolvem processos psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível do desenvolvimento”
CAMPOS DE EXPERIENCIAS DA BNCC
A Base estabelece Cinco Campos de Experiência para a Educação Infantil, que indicam quais são as experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva. Os Campos enfatizam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver dos 0 aos 5 anos e buscam garantir os direitos de aprendizagem das crianças. Ou seja, o conhecimento vem com a experiência que cada criança vai viver no ambiente escolar.
Dessa forma, os Campos estão organizados de forma a apoiar o professor no planejamento de sua prática intencional. As atividades propostas à criança devem ser bem planejadas, o próprio cuidar não pode ser algo mecânico. A criança precisa ter tempo e espaço para se expressar e o professor tem que estar aberto para acompanhar as reações dela, que serão sempre únicas e pessoais. 
Em outras palavras, é importante que as práticas do professor estejam diretamente comprometidas com as necessidades e os interesses da criança, para que a vivência se transforme em uma experiência e tenha, de fato, um propósito educativo.
É preciso lembrar que a aprendizagem da criança se dá nas situações cotidianas, sempre de forma integrada, em contextos lúdicos, próximos às práticas sociais que lhes são significativas. Assim, mesmo quando o objetivo é apresentar conhecimentos culturais e científicos aos meninos e meninas da creche, é preciso levar em conta os Campos, como núcleos integradores das propostas a serem trabalhadas em sala de aula, além de considerar as interações e a brincadeira como forma de viabilizar o aprendizado das crianças.
O eu o outro e nós
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando- se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.
Corpo gestos e movimentos 
Foca em atividades e situações nas quais o uso do espaço com o corpo e variadas formas de movimentos são exploradas. A partir delas, o aluno pode construir referências de como ocupar o mundo.
Situações que priorizam o faz de conta também integram esse campo. Por meio delas, as crianças podem representar o mundo da fantasia, bem como a vida cotidiana, ao interagirem com narrativas de teatro e literatura.
Nesse ambiente, também é enfatizada a importância do contato, desde a infância, com diferentes linguagens artísticas e culturais como a música e a dança, pois elas são capazes de expandir as formas de expressão corporal.
Traços, sons, cores e formas 
Prioriza o contato recorrente das crianças com variadas manifestações culturais, artísticas e científicas, agregando, também, o contato com as linguagens visuais e musicais. Nesse campo, os pequenos são incentivados a terem experiências de expressão corporal por meio da intensidade dos sons e ritmos melódicos, além de atividades com escuta ativa e criação de melodias.
Nesse sentido, são trabalhadas a ampliação do repertório musical do aluno, o reconhecimento de suas preferências artísticas, o estudo de diferentes instrumentos e objetos sonoros, a habilidade de identificar a qualidade do som, a capacidade de improvisação e o contato com as festas populares.
Escuta, fala, pensamento e imaginação 
Enfatiza as atividades práticas com foco na linguagem oral, ampliando as formas de comunicação da criança em situações sociais. Fazem parte desse campo as experiências com cantigas, jogos cantados, brincadeiras de roda, conversas, entre outras.
É importante destacar as experiências com leitura de histórias, pois elas favorecem, também, o desenvolvimento do comportamento leitor, da imaginação e da representação, além de incentivarem as crianças a se interessarem pela linguagem escrita.
Englobam-se nas experiências gráficas, ainda, atividades que incentivam o uso cotidiano da escrita em contextos significativos, a imitação do ato de escrever em encenações e situações de faz de conta e a criação de atividades nas quais as crianças possam se desafiar a ler e escrever de maneira espontânea, com apoio dos docentes. A partir disso, é possível ajudá-las a organizar seus pensamentos sobre o sistema de escrita.
Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
Tem por objetivo favorecer a construção das noções de espaço em situações estáticas (perto X longe) e dinâmicas (para frente X para trás), colaborando para que a criança aprenda a reconhecer seu esquema corporal e sua percepção espacial a partir do seu corpo e dos objetos a seu alcance.
Experiências no âmbito das relações de tempo também são abordadas nesse campo. Noções de tempo físico — a diferença entre o dia e a noite, as estações do ano e os ritmos biológicos (e cronológico) hoje, ontem, amanhã, semana que vem, no próximo ano —, bem como os fundamentos de ordem temporal — depois da escola, antes de dormir — e histórica — na época da Páscoa, quando fizemos aquela viagem.
Finalmente, o campo agrega, ainda, a viabilização de situações que abarcam as transformações dos diferentes modos de viver em outras épocas e outras culturas, para que as crianças possam compreender a ideia de causalidade a partir dos variados tipos de materiais, situações e objetos.
ATIVIDADES RELACIONADAS AO CAMPO DE ESPERIENCIA EU, O OUTRO E NÓS PARA CRIANÇAS EM IDADE PRÉ- ESCOLAR
Este campo está relacionado ao autoconhecimento e à construção de relações, com todas as especificidades que acarretam. Busca-se desenvolver a consciência cidadã, incentivando a criação de vínculos sociais fortes e baseados no respeito.
Ao entender-se melhor, a criança se fortalece enquanto indivíduo e estará mais apta, também, a aceitar as diferenças nas relações. O sentimento de pertencimento ao grupo, coletividade e o respeitoàs diversidades culturais também são aspectos a serem trabalhados e desenvolvidos em sala de aula.
Este campo tem a função de facilitar a compreensão do mundo ao redor em crianças naturalmente curiosas e dispostas a explorar o entorno social. Na medida em que são fornecidas informações sobre modos de vida diferentes ao que a criança está habituada, diminui-se a tendência ao estereótipo e preconceito, tornando a convivência mais empática e acolhedora.
Tão logo a criança entenda essa dinâmica de vivência em sociedade, baseada no respeito e no autocuidado, sua autoestima melhora e características que serão importantes na vida adulta começam a se desenvolver.
Portanto, o papel primordial dos professores e diretores das instituições de ensino deve ser guiá-los nos primeiros passos desse caminho, estimulando e orientando a boa convivência entre os colegas e os adultos que fazem parte do meio social do aluno.
Mais que transmitir conhecimentos teóricos, o grande desafio dos diretores e docentes que trabalham com o público infantil é criar abordagens que estimulem o desenvolvimento socioemocional da criança. Estes profissionais, ao longo do tempo, assumiram a função de não apenas ensinar, mas formar cidadãos para a vida.
Nesse sentido, algumas atividades práticas serão fundamentais para transmitir conceitos tão complexos a alunos em tão tenra idade. De forma lúdica, os aspectos relacionados ao campo “o eu, o outro e nós” – autoconhecimento, coletividade, profundidade dos laços afetivos – podem ser incutidos de maneira natural.
A metodologia da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) divide as crianças do ensino infantil em três categorias: crianças de 0 meses a 1 ano e 06 meses; de 01 ano e 07 meses a 03 anos e 11 meses; e crianças de 04 anos a 05 anos e 11 meses.
Para cada faixa etária, uma abordagem diferente é necessária e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento também mudam. 
Crianças de 0 a 01 ano e 06 meses
Para crianças que possuem a idade acima mencionada, são propostos os seguintes objetivos de aprendizado e desenvolvimento:
· Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos, as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações;
Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos;
· Reconhecer as sensações de seu corpo em momentos de alimentação, higiene, brincadeira e descanso;
· Construir formas de interação com outras crianças da mesma faixa etária e adultos, adaptando-se ao convívio social;
· Demonstrar sentimentos de afeição pelas pessoas com as quais interage;
· Desenvolver confiança em si, em seus pares e nos adultos em situações de interação.
Para estes fins, podem-se realizar atividades que estimulem a interação com outras crianças e também com adultos, priorizando a autoconfiança e confianças em terceiros.
Alguns exemplos são atividades em conjunto na brinquedoteca, dinâmicas ao ar livre com outras pessoas e estímulos sensoriais por meio de diferentes objetos, materiais e até mesmo por meio da música.
Crianças de 01 ano e 07 meses a 03 anos e 11 meses
Neste grupo, os objetivos educacionais estão focados em estimular e desenvolver os aspectos a seguir:
· Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos, além de uma imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios;
· Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos;
· Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender;
· Habituar-se a práticas de cuidado com o corpo, desenvolvendo noções de bem-estar;
· Respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras;
· Valorizar a diversidade ao participar de situações de convívio com diferenças;
· Resolver conflitos nas interações e brincadeiras, com a orientação de um adulto.
Algumas dicas para trabalhar as habilidades propostas incluem o aprendizado necessário para ter autonomia em pequenas tarefas, como se alimentar, lavar as mãos e vestir a própria roupa. A criança também precisa ser incentiva a verbalizar os seus sentimentos e resolver conflitos de maneira pacífica com o auxílio de um adulto.
O educador também deve estimular a troca de brinquedos entre os alunos, contar histórias cujas narrativas são diversas da realidade em que ela está inserida, além de promover atividades artísticas como desenhos, pinturas e colagens.
Crianças de 04 anos a 05 anos e 11 meses
Por fim, a última categoria da educação infantil é incluída na BNCC de acordo com os objetivos abaixo listados:
· Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir;
· Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação;
· Atuar de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações. Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação;
· Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação;
· Comunicar suas ideias e sentimentos com desenvoltura a pessoas e grupos diversos;
· Adotar hábitos de autocuidado, valorizando atitudes relacionadas à higiene, alimentação, conforto e cuidados com a aparência;
· Compreender a necessidade das regras no convívio social, nas brincadeiras e nos jogos com outras crianças;
· Manifestar oposição a qualquer forma de discriminação;
· Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.
Neste contexto, recomenda-se a realização de atividades que incentivem o pertencimento ao grupo e a empatia pelas diferenças, fazendo entender que as relações se baseiam no respeito mútuo.
A prática esportiva é bastante útil neste sentido, na medida em que trabalha a coletividade, cooperação, compreensão e seguimento de regras. Propor tarefas em grupo também é recomendado.
Uma coisa também muito importante é estimular a verbalização dos sentimentos e visão de determinado fato da vida da criança por meio, por exemplo, do compartilhamento sobre como foram as férias com o restante da turma.
Afinal, como conceitos tão vastos e complexos como a identidade, a subjetividade e a coletividade podem ser trabalhados com as crianças? Essas respostas ainda estão sendo construídas por educadores, mas alguns caminhos já estão sendo traçados. O maior desafio para os professores será aliar seus conteúdos às competências determinadas pela base. Existem competências, como a construção de uma visão crítica e a capacidade de interagir com os outros aceitando a diversidade que não estão ligadas a uma matéria específica. É justamente por conta disso que o professor precisa repensar seu papel e estar atento a toda essa transformação global.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da positividade na proposição da discussão da BNCC, ressalta-se que discuti-la dissociada de outros elementos constitutivos das políticas educacionais, como financiamento, formação de professores, valorização docente, entre outros, limita o debate e dificulta a compreensão da totalidade do Sistema Nacional de Educação e a compreensão da educação escolar. O projeto de educação apresentado nesta versão da BNCC é contraditório na medida em que almeja elevar a qualidade da educação brasileira, mas não garante uma base formativa integral com a especificação de conceitos e conteúdos das bases científicas e as especificidades do desenvolvimento infantil. O GT de Educação Infantil reitera que um documento que tem como direção o desenvolvimento de capacidades, habilidades e a ideia de que o conhecimento é construído pela criança, focado ou limitado ao campo das experiências, pode provocar interpretações diversas como: secundarizar a importância do conhecimento científico e o papel do professor. Consequentemente, subordina-se aos pressupostos que estão pautadas na desvalorização do conhecimento científico, teórico, acadêmico e numa pedagogia que desvaloriza o saber escolar. Além disso,pode limitar o acesso da criança a outros saberes que não se encontram nos campos de sua experiência e não se encontrarão se o sujeito mais experiente não lhe apresentar. Por fim, entende-se que uma BNCC para a Educação Infantil deve pautar-se em uma concepção pedagógica que garanta o desenvolvimento das potencialidades humanas, por meio do acesso à aprendizagem do conhecimento científico, considerando as especificidades do desenvolvimento infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Campos de experiências na prática: como trabalhar “o eu, o outro e o nós”
Disponível em:
 https://novaescola.org.br/conteudo/17134/campos-de-experiencia-na-pratica-como-trabalhar-o-eu-o-outro-e-o-nos-na-educacao-infantil
(Acesso em 28 setembro de 2019) 
 O eu, o outro e o nós: como trabalhar esse campo de experiência na educação infantil?
Disponível em: 
https://educacaoinfantil.aix.com.br/o-eu-o-outro-e-o-nos/
(Acesso em 28 de setembro de 2019)
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF, 2017
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79601-anexo-texto-bncc-reexportado-pdf-2&categorry_slug=dezembro-2017-pdf&itemid=30192.
(Acesso em 11 de Outubro de 2019)
OLIVEIRA Zilma de Moraes Ramos. Campos de experiência: efetivando direitos e aprendizagens na educação infantil. Ministério da educação. São Paulo; Fundação Santillana,2018.
Disponível em:
htpp://movimentopelabase.org.br/acontece/os-campos-de-experiencia-da-educacao-infantil/
(Acesso em 15 de Outubro de 2019)
Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil
Disponível em:
https://blog.portabilis.com.br/desenvolvimento-na-educacao-infantil/
(Acesso em 26 de outubro de 2019)
17

Continue navegando

Outros materiais