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O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR: SUAS TRANSFORMAÇÕES DENTRO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO MUSICAL 
 
 
 
 
 
 
RITA DE CÁSSIA ROSA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR: SUAS 
TRANSFORMAÇÕES DENTRO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Carlos 
2017 
1 
 
 
 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO MUSICAL 
 
 
 
 
 
RITA DE CÁSSIA ROSA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
O ENSINO DE MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR: SUAS 
TRANSFORMAÇÕES DENTRO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
 
 
 
Monografia apresentada como Trabalho de 
Conclusão de Curso do curso de Licenciatura 
em Educação Musical do Centro de Educação 
e Ciências Humanas da Universidade Federal 
de São Carlos. 
Orientadora: Dra. Mara Silvia Pasian 
 
 
 
 São Carlos 
2017 
2 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho a minha mãe, que demonstrou seu amor e seu apoio quando 
me disse para não desistir de estudar música , mas para estudar e ter uma outra 
“profissão” antes, pois vivemos em um país onde ser músico, musicista e/ou 
educadora musical não tem seu valor reconhecido. 
 
4 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Dra. Mara Silvia Pasian, por todos os ensinamentos transmitidos, pela 
sinceridade e pela orientação durante a realização deste trabalho; 
 
Agradeço a diretora da Escola Estadual Esterina Placco, Silvana Crestana 
Kabbach, por me receber na escola e permitir a realização do estágio, que foi tão 
importante para a construção deste trabalho; 
 
Agradeço a professora Márcia Marina Roso Mesquita Mendonça, que durante os 
anos de 2015 e 2017 me ensinou sobre os desafios e o trabalho docente dentro da 
escola pública, em uma disciplina tão “complicada” como a de Artes; 
 
Agradeço a Karolina Gatto, que mesmo quando tudo parecia ser contra a minha 
formação como educadora musical, sempre me estendeu a mão e nunca me deixou 
desistir; 
 
Agradeço a minha mãe, Sra. Fátima Conceição Rosa da Silva, pela educação, 
incentivo, carinho, apoio e amparo para que meus objetivos fossem alcançados; 
 
Agradeço ao meu pai, Sr. Luiz Carlos Rosa da Silva, que mesmo não entendendo a 
importância que a música tem na minha vida, na medida do possível sempre me 
ajudou; 
 
Agradeço as minha irmã Josiane Silva e Daniela Rosa, por estarem sempre 
presente na minha vida; 
 
Agradeço ao meu primo e amigo Micahell Calabrez, por sempre acreditar em mim e 
fazer as leituras do meu trabalho toda vez que eu pedia; 
 
Agradeço aos meus amigos Janaína Lemos, Júlia Lima, Michael Florentino, 
Vanessa Haddad e Vanessa Mariotto, que tiveram paciência e me ajudaram com o 
trabalho, seja através de sugestões, conselhos e por entender minhas longas 
ausências; 
 
Agradeço aos meus sobrinhos Pedro Henrique e Gabriela Cristina, por serem minha 
inspiração em todos o momentos da minha vida; 
 
5 
 
 
 
 
Agradeço a Deus, a Santa Catarina de Alexandria, protetora dos estudantes, a São 
Miguel Arcanjo, meu anjo da guarda e a São Tiago Maior, protetor dos peregrinos e 
dos caminhos, por iluminarem o meu caminho e sempre me protegerem. 
 
Agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho tem por finalidade apresentar o estudo desenvolvido sobre o 
ensino de música dentro do contexto da educação básica brasileira na atualidade, 
dentro da rede pública de ensino, no recorte que compreende o ensino médio. O 
objetivo dessa pesquisa foi de compreender como são realizadas as atividades 
musicais durante as aulas de Arte e qual a visão que os alunos têm sobre a 
importância da música dentro e fora da escola. Para compreender o atual modelo de 
ensino, foi necessário entender como o ensino de música foi visto durante as reformas 
da educação básica brasileira. Inicialmente foi feita uma revisão bibliográfica para 
conhecer quais processos fizeram-nos chegar até aqui e como o ensino de música foi 
visto durante as reformas da educação básica brasileira, sua inserção no currículo 
educacional e qual a importância que esse ensino ocupou em diferentes períodos da 
história. Também foi realizada análise de documentos oficiais como leis e decretos, que 
no decorrer da história brasileira estabeleceram o ensino de artes, em especial a 
educação musical. A bibliografia levantada serviu como base para a realização da 
pesquisa de campo, que teve por finalidade verificar quais conhecimentos musicais são 
ensinados no ensino médio e qual a visão que os estudantes têm sobre a importância e 
utilização da música em diferentes contextos. A pesquisa foi realizada em uma escola 
estadual situada no município de São Carlos, estado de São Paulo, no primeiro 
semestre de 2017. Foram entrevistados 53 alunos do terceiro ano de ensino médio, 
através da aplicação de um questionário para verificar a qualidade e o interesse dos 
alunos nas aulas de música. O trabalho proporcionou uma melhor visão do processo de 
ensino-aprendizagem da música na rede pública de educação básica, e proporcionou 
uma reflexão sobre o trabalho do educador musical perante os desafios da educação 
básica brasileira. 
 
 
Palavras-chave: Educação básica brasileira. Arte-educação. Ensino de música. 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Quantidade de aulas por semana........................................................... 35 
Figura 2 - Assuntos abordados durante as aulas de Artes..................................... 36 
Figura 3 - Assunto abordado durante as aulas de Arte – Música........................... 37 
Figura 4 - Opinião dos alunos sobre o que é Música .............................................. 38 
Figura 5 - Opinião dos alunos sobre para que serve a Música ............................... 39 
Figura 6 - Opinião dos alunos sobre a importância de estudar Música na escola .. 40 
Figura 7 - Opinião dos alunos qual a importância de estudar Música na escola ..... 40 
Figura 8 - Espaços usados para às aulas de Arte na escola................................... 41 
Figura 9 - Recursos materiais usados durante as aulas de Arte com o tema 
Música...................................................................................................................... 
 
42 
Figura 10 - Temas abordados durante as aulas de Arte dentro do assunto Música 43 
Figura 11 - Opinião dos alunos sobre a utilidade da Música fora da escola............ 44 
Figura 12 - Opinião dos alunos sobre qual a utilidade da Música fora da escola..... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Relação entre as variáveis..................................................................32 
Tabela 2 - Critérios de análise dos dados das questões aberta…………………. 32 
Tabela 3 - Organização das questões por tipo de análise………………..……… 34 
Tabela 4 - Quantidade de vezes em que a Música foi abordada nas aulas de 
Arte……………………………………………………………………………………… 
 
38 
Tabela 5 - Quadro de conteúdos e habilidades em Arte - 1º Ano do Ensino 
Médio……………………………………………………………………………………. 
 
46 
Tabela 6 - Quadro de conteúdos e habilidades em Arte - 2º Ano do Ensino 
Médio……………………………………………………………………………………. 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 11 
1.1 OBJETIVOS 20 
1.2 HIPÓTESES 20 
1.3 JUSTIFICATIVA 21 
1.4 RESULTADOS ESPERADOS 21 
1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 21 
2 METODOLOGIA 23 
2.1 ETAPAS 23 
2.2 ONDE OS DADOS FORAM COLETADOS 24 
2.3 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 24 
2.3.1 Questionário para os alunos 25 
3 RESULTADOS 28 
3.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 28 
3.2 ANÁLISE DOS DADOS 29 
3.2.1 Fase de Seleção 31 
3.2.2 Fase de classificação e codificação 31 
3.2.3 Fase de representação. 34 
4 CONCLUSÃO 49 
4.1 RECOMENDAÇÕES, SUGESTÕES E DESDOBRAMENTOS FUTUROS 51 
5 REFERÊNCIAS 52 
5.1 LEGISLAÇÃO 55 
5.2 DOCUMENTOS CONSULTADOS NA ESCOLA 57 
5.3 SITES OFICIAIS CONSULTADOS 57 
APÊNDICE I 58 
APÊNDICE II 59 
 
 
 
10 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O presente texto é um relatório de uma pesquisa realizada em 2017 que teve 
por finalidade verificar dentro da educação básica da rede pública de ensino como se 
desenvolve no momento atual o ensino de música, e qual conhecimento musical os 
alunos adquiriram durante as aulas ministradas no Ensino Médio. O tema foi escolhido 
como forma de prosseguimento a pesquisa iniciada no ano de 2012, durante a 
realização dos estudos no curso de pós-graduação Lato Sensu PED Ensino de Artes, 
da Universidade Cidade de São Paulo. 
O local onde foi realizada a pesquisa é uma escola estadual situada no 
município de São Carlos-SP, devido ao fato de ser a mesma escola em que foram 
realizadas as atividades do Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em 
Educação Musical da UFSCar, e pela facilidade de acesso à escola. O ciclo escolhido 
para a realização da pesquisa foi o Ensino Médio, última etapa da educação básica, 
sendo esse o ciclo no qual ocorreram às atividades de Estágio Supervisionado entre os 
anos de 2015 a 2017. 
Para compreendermos o atual modelo de ensino de música, foi necessário 
entender quais processos fizeram-nos chegar até o presente momento, e como esse 
ensino foi visto durante as reformas da educação brasileira, sua inserção no currículo, 
e qual a importância que a música ocupou em diferentes períodos da história de nosso 
país. 
Para tanto, verificou-se a necessidade da realização de uma pesquisa 
bibliográfica utilizando como fonte livros e artigos científicos de autores especialistas na 
área do conhecimento educacional e artístico musical. Após a pesquisa bibliográfica, foi 
realizada uma análise com os documentos oficiais que fundamentam a disciplina de 
Arte na escola pública brasileira, como a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional n. 9.394/1996, a Lei n. 11.769/2008 que torna obrigatório o ensino de música 
na educação brasileira, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, e 
às Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais 
Ensino Médio, sendo esses dois últimos documentos norteadores para o ensino. 
11 
 
 
 
 
Para que se possa entender como se desenvolve o ensino de música na 
educação básica, é necessário inicialmente compreender do conceitualmente a a 
educação básica. Segundo Cury (2002, p.169), “educação básica é um conceito novo, 
definido pelo art. 21 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96, 
como nível de educação nacional e que congrega articuladamente as três etapas que 
estão sob esse conceito, sendo essas a educação infantil, o ensino fundamental e o 
ensino médio.” 
No texto da referida lei, podemos verificar quais são as finalidades estabelecidas 
para a educação básica como segue: 
 
Art.22. A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, 
assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores (Brasil, 1996). 
 
Também faz-se necessário compreender o que é educação musical. De acordo 
com Kraemer (2000, p.51) apud Del Ben (2003, p. 79) “ a Educação Musical tem como 1
objetivo de estudo as relações entre as pessoas e a música sob os aspectos de 
apropriação e transmissão”. Assim, segundo Del Ben (2003, p. 79) , a educação musical 
e suas práticas educativas são fenômenos complexos e multirreferenciais, estando 
assim entrelaçada com outras disciplinas, dentro da formação acadêmica do 
profissional atuante na educação brasileira. 
A Educação Musical, segundo Arroyo (1999, p.41) “é um campo que se origina 
da intersecção entre Musicologias e Pedagogias, entendidas como várias disciplinas 
que se dedicam ao estudo das músicas e da educação.” 
Para que possamos compreender qual a importância do ensino de música 
dentro do contexto escolar, e qual o atual modelo de ensino nos dias de hoje, é preciso 
entender quais foram os processos que nos trouxeram até o presente momento. De 
acordo com Caetano & Gomes (2012, p.74), a música é uma forma de expressão, 
1 KRAEMER, R. D. Dimensões e funções do conhecimento pedagógico-musical . Em pauta, ano 11, 
n. 16/17, 2000. 
 
12 
 
 
 
 
manifestação de sentidos e de comunicação existente na vida dos seres humanos, e 
devido a sua importância, deve estar presente no contexto educacional. 
Segundo Figueiredo (2013, p.29), “o ensino de música na escola brasileira pode 
ser observado a partir de distintos momentos históricos que evidenciam a presença 
desta prática na formação escolar.” Esses diferentes momentos históricos definiam qual 
a importância da música dentro do contexto social e político de nossa história, 
modificando assim as metodologias e transformando o ensino de música. 
No que se refere às transformações no ensino de música dentro da educação 
básica brasileira, Queiroz (2012, p. 25), nos mostra em seu trabalho uma análise de 
“cinco momentos históricos caracterizados pela promulgação de leis, decretos e 
decretos-lei, que marcaram consideravelmente a história político-educacional da 
música nas escolas brasileiras”. Esses cinco momentos históricos destacados por 
Queiroz (2012, p. 25), são respectivamente: 
- A música na escola primária e secundária do Império a partir do Decreto n. 
1.331 de 1854; 
- As primeiras aspirações para a música na escola do Brasil republicano a 
partir do Decreto n. 981 de 1890; 
- A inserção e prática do canto orfeônico como base para as aulas de música 
no ensino secundário a partir do Decreto n. 19.890 de 1931; 
- A criação daLei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.4.024 de 
1961, alterada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 
5.692 de 1971, que inclui (e substitui o canto orfeônico) a Educação Artística 
como componente educacional; 
- A aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394 
de 1996, alterada pela Lei n. 11.769 de 2008, que traz de volta a música 
como componente curricular obrigatório na educação básica brasileira. 
Morila (2016, p.2), ao analisar o texto de A Música para todos, publicado no ano 
de 1897, nos traz a visão sobre a música nesse período histórico: 
 
No início do período republicano no Brasil parecia haver um consenso: a 
educação musical era importante para o desenvolvimento do país. A música 
13 
 
 
 
 
sintetizaria “o grão de cultura de um povo, a força moral de um Estado” (A 
Música para todos, 1897,p.200 ‐ 201). (MORILA, 2016, p.2) 
 
 
Figueiredo (2013, p.31) ao abordar sobre as transformações no ensino de 
música nos diz que, “ao se traçar uma linha do tempo nota-se que, desde o século XIX 
até os dias de hoje, a música esteve presente nos currículos escolares, com diversas 
abordagens.” Para essa pesquisa, compreendemos o significado de currículo escolar, 
segundo a descrição de Gomes e Vieira (2009, p.3224), onde “o currículo apresenta-se 
como um projeto escolar, um plano educativo formalizado, sob um determinado formato 
que traz conteúdos previamente definidos, mas que também reflete práticas, 
experiências cotidianas, ideologias, crenças e valores”. 
Dentro do contexto da educação brasileira, segundo Fonterrada (2007, p.28), em 
1971, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 
5692/71, o ensino de música, que até o momento seguia o mesmo modelo desde a 
época do Canto Orfeônico, perdeu seu espaço no currículo escolar, onde a música foi a 
linguagem que mais teve problemas para se adaptar ao novo modelo estabelecido por 
essa lei. 
Fonterrada (2007, p.28) também nos fala que as transformações que ocorreram 
no ensino de música na Educação Brasileira no século XX, provocadas pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 5692/71, fizeram com que a música e 
outras linguagens fossem incorporadas numa única disciplina, a Educação Artística, 
onde o professor passa a ter uma formação polivalente em cursos de Licenciatura. 
Outro ponto que contribuiu para as modificações no ensino de música na 
educação brasileira é que, de acordo com a orientação da Lei n. 5692/71, a Educação 
Artística passar a ser considerada atividade e não mais disciplina dentro do currículo 
escolar. Fonterrada (2007, p.28) nos fala que as atividades de Educação Artística eram 
oferecidas de maneira marginal ao currículo escolar e era organizada conforme as 
conveniências da própria escola, sem o cumprimento de um plano definido e sem 
avaliação. 
14 
 
 
 
 
Após um longo período de nossa história da educação brasileira, Fonterrada 
(2008, p.207-208) nos mostra que a partir da promulgação da nova Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional n. 9.394/96, o país iniciou uma preparação para adotar 
novas condutas educacionais. No texto da referida lei, no art. 26 parágrafo 2º, podemos 
verificar o retorno da arte como componente curricular obrigatório como segue: 
 
Art. 26 [...] 
§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos 
diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento 
cultural dos alunos. (Brasil, 1996). 
 
Com isso, segundo Fonterrada (2008, p.207-208) abre-se assim um espaço para 
as discussões sobre o que é educação musical, e o que pode ou não ser apropriado 
para o contexto das escolas brasileiras, nos diferentes níveis da educação. Com a 
promulgação da Lei Federal n. 11.769/08, a música passa a ser conteúdo obrigatório, 
porém não exclusivo dentro da disciplina de Arte, alterando o art 26, inserido o § 6º, 
conforme o texto da referida lei: 
 
Art. 1 O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar 
acrescido do seguinte § 6 o : 
[...] § 6 o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do 
componente curricular de que trata o § 2 o deste artigo.” (Brasil, 2008). 
 
Souza (2014, p. 115) em seu trabalho nos fala que com a implementação da Lei 
Federal 11.769/08, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na 
educação, foi apresentado para as escolas um grande desafio. Isso porque os sistemas 
de ensino tiveram 3 anos para adaptar-se a exigência da referida lei, sendo que até 
esse momento a música esteve ausente da maioria das grades curriculares de ensino, 
devido a implantação da Educação Artística pela LDB 5692/71. 
Segundo Souza (2014, p.115), isso fez com que o trabalho de música nas 
escolas fosse realizado de uma maneira pouco sistemática, inviabilizando seu acesso 
aos alunos de maneira democrática e inclusiva. A autora também deixa em aberto a 
questão de quais foram os documentos referentes à educação elaborados a partir da 
15 
 
 
 
 
Lei 11.769/08, para assim nortear os professores de qual o foco do ensino de música 
na educação, sendo a resposta para essa dúvida o desafios para vários autores. 
Segundo Figueiredo (2013): 
 
A Lei n. 11769/08 trouxe à tona discussões importantes para o ensino das artes 
na escola ao estabelecer a música como conteúdo obrigatório. Ao estabelecer 
tal obrigatoriedade, a lei não detalha de que maneira esta área será incluída, 
que tipo de professor seria responsável pela música na escola, qual seria a 
carga horária destinada ao ensino de música e como estas atividades seriam 
distribuídas ao longo da educação básica, dividindo espaços com outras 
linguagens artísticas. (Figueiredo 2013, p.44-45) 
 
De acordo com Queiroz (2012): 
 
Todavia, apesar da mencionada lei trazer grande contribuição, tanto para as 
reflexões acerca da educação musical escolar quanto para o estabelecimento 
de ações efetivas para a inserção da música como componente curricular da 
educação básica, é preciso reconhecer que diversas outras iniciativas já foram 
realizadas no país a partir de decretos, leis, diretrizes e outros documentos 
oficiais que vislumbram a presença curricular do ensino de música nas escolas 
brasileiras. (QUEIROZ, 2012, p.24). 
 
Ao se buscar diferentes documentos oficiais que possam vislumbrar a presença 
da música no contexto escolar, foi possível encontrar na página oficial do Ministério da 
Educação os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCN , que traz 
seu conteúdo dividido em 4 volumes, sendo eles: Parte I - Bases Legais; Parte II – 
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Parte III - Ciências da Natureza, Matemática 
e suas Tecnologias; Parte IV - Ciências Humanas e suas Tecnologias. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCN , noseu 
segundo volume, explica que o objetivo do documento é explicitar diretrizes gerais de 
ensino de Arte, visando promover o conhecimento entre os alunos do ensino médio. 
Segundo o documento: 
 
As diretrizes enunciadas aqui buscam contribuir para o fortalecimento da 
experiência sensível e inventiva dos estudantes, e para o exercício da 
cidadania e da ética construtora de identidades artísticas. Esse fortalecimento 
se faz dando continuidade aos conhecimentos de arte desenvolvidos na 
educação infantil e fundamental em música, artes visuais, dança, e teatro , 
ampliando saberes para outras manifestações, como as artes audiovisuais . 
(Brasil, 2000, p.46) 
 
16 
 
 
 
 
No decorrer deste documento, é sugerido aos profissionais da educação que as 
atividades realizadas dentro dessas linguagens possibilitem aos alunos adquirir 
capacidades para apreciar e fruir de trabalhos artísticos. No que se refere à linguagem 
musical, o documento traz os seguintes pontos: 
 
Quanto à apreciação/fruição de produtos em linguagem da música, espera-se 
que os adolescentes, jovens e adultos do Ensino Médio adquiram capacidades 
a saber: 
● analisar crítica e esteticamente músicas de gêneros, estilos e culturas 
diferenciadas, utilizando conhecimento e vocabulário musicais; 
● fazer interconexões e diálogos com valores, conceitos e realidade, 
tanto de criadores como dos receptores, apreciadores das 
comunicações/expressões musicais; 
● utilizar conhecimentos de “ecologia acústica”, enfocando diversos 
meios ambientes na análise, apreciação, reflexão e posicionamento frente a 
causas e consequências de variadas “paisagens sonoras”, projetando 
transformações desejáveis e de qualidade para o coletivo das pessoas. (Brasil, 
2000, p.53) 
 
Apesar de apresentar as quatro linguagens como componentes da disciplina 
Arte, no decorrer do volume dedicado às Linguagens, Códigos e suas Tecnologias , 
esse documento não especifica quais conteúdos devem ser abordados durante as 
aulas, quantas aulas de música devem ser ministradas no decorrer do ano letivo, quais 
recursos deverão ser utilizados, deixando assim em aberto o que devem ser 
trabalhados com os alunos durante o Ensino Médio. 
Além desse material, também foi possível encontrar o documento intitulado 
Orientações Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino 
Médio – PCN + , que traz a mesma divisão do documento anterior, mas em cada volume 
apresenta seus conteúdos divididos por disciplina. No que se refere ao segundo 
volume do PCN+, a disciplina de Arte apresenta à divisão de competências e 
habilidades gerais a serem desenvolvidas nos alunos em três grandes eixos, sendo 
eles: representação e comunicação; investigação e compreensão; e contextualização 
sociocultural. 
Mesmo este documento abordando o tema da disciplina de Arte voltado para a 
elaboração do currículo escolar, como o documento anterior não aponta quais assuntos 
devem ser abordados e a quantidade de aula de cada uma das linguagens 
17 
 
 
 
 
mencionadas. Com isso, percebe-se que esses documentos permitem várias 
interpretações de como o ensino de música deve ser realizado nas escolas brasileiras, 
em especial no ensino médio. 
Com isso, foi feita uma consulta a página oficial da Secretaria de Educação do 
Estado de São Paulo, em busca de algum documento norteador para a elaboração do 
currículo escolar ou materiais disponíveis para a disciplina de Arte na rede estadual de 
ensino, onde foi encontrado o documento intitulado Currículo do Estado de São Paulo 
que traz seu conteúdo dividido em 6 volumes, sendo eles: I- Ler e Escrever; II - 
Educação Matemática nos anos iniciais; III - Ciências da Natureza; IV - Ciências 
Humanas; V - Linguagem e Códigos; VI - Matemática. 2
O volume do Currículo do Estado de São Paulo voltado para Linguagem e 
Códigos, traz uma breve apresentação do documento, onde “apresenta os princípios 
orientadores do currículo para uma escola capaz de promover as competências 
indispensáveis ao enfrentamento dos desafios sociais, culturais e profissionais do 
mundo contemporâneo” (São Paulo, 2012, p. 9). 
Ao que se refere a disciplina de Arte, o documento traz orientações a respeito 
dos conteúdos a serem ensinados aos alunos no Ensino Fundamental Ciclo II e no 
Ensino Médio, sendo que para esse segundo, são apresentados os principais 
“territórios” de ensino como segue: 
 
Três territórios estão presentes em cada bimestre do Ensino Médio, sendo um 
deles o foco principal.[...] Dentre os territórios percorridos destacam-se os de 
Processo de Criação e Linguagens Artísticas com mais ênfase. 
Forma-conteúdo, Mediação Cultural e Patrimônio Cultural também estão 
presentes, assim como Materialidade. Saberes Estéticos e Culturais apoiam a 
sistematização do que foi estudado. (São Paulo, 2012, p.197). 
 
 
Esse documento como o PCN e PCN+ também não apresentam especificações 
a respeito de quais assuntos de música devem ser abordados em sala de aula. Ele traz 
um currículo pré-determinado, que tem como base um material didático pedagógico 
distribuído para os alunos da rede estadual de ensino, o qual para ter acesso na página 
2 Classificação do material por volumes feito pela autora apenas para facilitar a compreensão no decorrer 
do texto. 
18 
 
 
 
 
da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo necessita ter a inscrição como 
aluno ou professor. 
Na escola onde a pesquisa foi realizada, o material foi distribuído aos alunos, e 
não tem em estoque, o que dificultou o acesso a ele para verificar os conteúdos 
musicais que geralmente são trabalhados durante o período letivo e a quantidade de 
aulas para as práticas de atividades musicais. 
Assim, essa pesquisa teve por finalidade a verificação do atual modelo de 
ensino de música na educação brasileira, a partir dos documentos apresentados. Para 
a realização da pesquisa, foi realizado um questionário aos alunos do último ano do 
Ensino Médio, com a finalidade de verificar quais foram os conhecimentos musicais 
que os alunos adquiriram e como foram ministradas as aulas de música durante o 
período dos três anos que compõem o Ensino Médio. 
Como parte complementar a pesquisa, foram levadas em consideração às 
atividades de observação realizadas durante o Estágio Supervisionado, pois essas 
possibilitaram o acompanhamento das aulas de Arte, e através da observação 
realizada foi possível verificar como se deu o ensino de música durante o período de 
março de 2015 a junho de 2017. 
Com a realização da pesquisa, esperava-se verificar se a ausência do ensino de 
música na educação brasileira no decorrer dos anos fez com que essa linguagem 
perdesse seu espaço no contexto escolar, se a música é ensinada no momento atual 
como um assunto secundário, e como as práticas musicais são realizadas dentro da 
escola. 
Também esperava-se verificar se os alunos do Ensino Médio conseguiam definir 
quais foram os temas abordadossobre música, se eles têm a compreensão da 
importância em estudar música na escola, e como essa linguagem é vista fora do 
contexto escolar. 
 
 
 
19 
 
 
 
 
1.1 OBJETIVOS 
Verificar como se desenvolve no momento atual o ensino de música dentro da 
educação básica brasileira. 
Na busca do objetivo geral os seguintes objetivos específicos foram 
considerados: 
● Compreender as mudanças pelas quais o ensino de música passou no 
contexto da educação básica brasileira durante as diferentes reformas 
da educação; 
● Analisar os documentos oficiais vigentes sobre o ensino de música na 
educação básica; 
● Analisar como o ensino de música está sendo realizado no contexto 
escolar, no recorte do Ensino Médio; 
 
1.2 HIPÓTESES 
A escolha do tema que foi pesquisado teve como base verificar que devido a 
ausência de uma prática musical efetiva na educação básica brasileira por um longo 
período, e de um modelo curricular adequado que oriente o ensino de música, o 
processo de ensino-aprendizagem é feito de forma generalista, onde a música divide 
seu espaço com outras linguagens como a Dança, as Artes Visuais e o Teatro. 
Assim, a ausência de um ensino efetivo de música na educação básica brasileira, 
após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Naciona l n. 5692/71 fez 
com que essa linguagem perdesse seu espaço no contexto escolar, e mesmo com a 
promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96 e da 
Lei nº 11.769/2008, a música é ensinada no momento atual como um assunto 
secundário na disciplina de Artes, sem uma prática musical efetiva e um 
aprofundamento necessário para uma aprendizagem significativa, fazendo com que os 
alunos não vejam importância em estudar música na escola. 
 
20 
 
 
 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
O estudo desse tema permeia compreender o papel que o ensino de música 
ocupou dentro da educação brasileira, no decorrer das reformas educacionais 
ocorridas no país, culminando o modelo atual de ensino. Essa investigação também 
contribuiu para o entendimento da realidade das aulas de música no âmbito escolar, e 
de como introduzir os conteúdos de música em uma disciplina generalista pode 
prejudicar o ensino de suas especificidades como de inserção cultural dos alunos no 
vasto repertório musical. 
 
1.4 RESULTADOS ESPERADOS 
Esperava-se ao final da pesquisa sanar a hipótese mencionada acima, para 
verificar se a ausência do ensino de música na educação brasileira contribuíram para 
que os alunos não considerem a música como conteúdo importante no processo de 
aprendizagem do ensino médio. 
Esperava-se também que a pesquisa pudesse nos responder se a ausência de 
um currículo adequado, com atividades de prática musical, contribuem para a 
importância que os alunos veem em aprender música na escola e como ela será útil em 
outros contextos. 
 
1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 
Até o momento, esta monografia apresentou os passos, o percurso desenvolvido 
durante a pesquisa e o levantamento bibliográfico, bem como sobre como deu-se o 
processo de ensino de música na escola pública brasileira no decorrer de nossa 
história. No item 2 METODOLOGIA serão apresentados pressupostos teóricos sobre a 
metodologia utilizada bem como outros aspectos do tema. O item seguinte, 3 
RESULTADOS, apresentará os dados obtidos dos questionários aplicados, bem como 
a sua análise. A monografia finaliza com a CONCLUSÃO onde são realizadas reflexões 
sobre a pesquisa como um todo e onde são feitas recomendações para o futuro. Após 
21 
 
 
 
 
as referências são apresentados apêndices e anexos, que podem ser úteis para um 
melhor acompanhamento desta monografia. 
 
 
 
22 
 
 
 
 
2 METODOLOGIA 
Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa de campo é a pesquisa 
realizada com o objetivo de conseguir informações e conhecimentos acerca de um 
problema para o qual procuramos uma resposta ou de uma hipótese que procuramos 
comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos e suas relações. Com base nessa 
definição, a pesquisa realizada se enquadra na pesquisa de campo, uma vez que sua 
finalidade foi conseguir informações a respeito do ensino de música na educação 
básica, e de comprovar a hipótese sobre a precariedade do ensino de música no 
momento atual. 
Devido a natureza da pesquisa realizada, além de ser uma pesquisa de campo 
ela também foi uma pesquisa quantitativa-qualitativa. Quantitativa pois pretendeu-se 
verificar a correlação entre o conhecimento musical dos alunos com o desempenho 
escolar, e qualitativa pois pretendeu-se compreender como a ausência da música na 
educação brasileira influência no atual modelo de ensino nas escolas. 
Segundo Mascarenhas (2012, p.45), a pesquisa quantitativa tem como base a 
quantificação para coletar e posteriormente tratar os dados obtidos. Nessa pesquisa é 
fundamental usar técnicas estatísticas como médias, porcentagens e desvio padrão. O 
autor também nos fala que existem vários tipos de estudo quantitativo, sendo que para 
o trabalho desenvolvido foi utilizado os estudos de correlação de variáveis, que 
verificam se há uma relação entre as variáveis estabelecidas. 
Sobre a pesquisa qualitativa, Mascarenhas (2012, p. 46) nos fala que essa é 
utilizada quando queremos descrever nosso objeto de estudo com mais profundidade. 
Nesse tipo de pesquisa, os dados são levantados e analisados ao mesmo tempo, os 
estudos são descritivos voltados para a compreensão do objeto e o pesquisador tem 
influência sobre o que é pesquisado, pois essa é considerada fundamental. 
 
2.1 ETAPAS 
 As etapas de a realização do projeto de pesquisa foram executadas conforme a 
seguinte indicação: 
23 
 
 
 
 
● Estudo preliminar do tema por meio de reflexões realizadas anteriormente à 
pesquisa durante as observações realizadas no Estágio Supervisionado e de 
pesquisa anterior. 
● Busca por fontes de material bibliográfico, como artigos, livros, documentos 
oficiais; 
● Elaboração de fichamentos dos textos e documentos oficiais. 
● Elaboração de um quadro para estruturação da revisão bibliográfica no qual 
serão analisados os textos de maior relevância para a pesquisa; 
● Redação de um texto final sobre a literatura abordada. 
● Revisão bibliográfica sobre metodologia de pesquisa 
● Elaboração dos instrumentos de coleta de dados 
● Proposta de cronograma para aprovação da pesquisa no conselho de ética 
● Aplicação dos instrumentos de coleta de dados junto aos aluno 
● Análise dos dados e reflexão com base no referencial teórico 
● Elaboração do relatório de pesquisa final 
● Divulgação em congressos e/ou publicação em periódicos na área. 
 
2.2 ONDE OS DADOS FORAM COLETADOS 
Para a realização da pesquisa, os dados foram coletados em uma escola 
estadual do município de São Carlos-SP, com os alunos de três turmas do terceiro ano 
do Ensino Médio.2.3 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 
 Para a realização da coleta de dados, foi utilizado como recurso a aplicação de 
um questionário aos alunos do 3º ano do Ensino Médio. Segundo Cervos (2007, p. 53), 
a utilização do questionário possibilita medir com mais exatidão o que se deseja dentro 
da pesquisa, uma vez que sua aplicação pode ser feita diretamente aos pesquisados, e 
serão eles que preencherão as informações. 
 Para Mascarenhas (2012, p. 71), o questionário também facilita a tabulação e 
análise dos dados, além da vantagem de não exigir a participação ativa do 
24 
 
 
 
 
pesquisador, o que ajuda a reduzir sua influência sobre os resultados. Barros (2007, 
p.107), nos mostra outras vantagens sobre a aplicação do questionário, como a 
possibilidade do pesquisador abranger um número maior de pessoas e informações em 
um curto espaço de tempo, e a garantia do anonimato dos pesquisados, o que traz 
uma maior liberdade para as respostas. 
Barros (2007, p. 107) também nos mostra que a formulação do questionário não 
pode ser exaustivo aos pesquisados, podendo conter perguntas fechadas ou abertas, 
ou a combinação de ambas, levando-se em consideração os itens importantes para a 
classificação do problema, as variáveis apresentadas na hipótese, uma sistematização 
das questões, a apresentação do questionário e a forma estética de sua impressão. 
Para a realização da pesquisa foi elaborado um questionário com perguntas 
abertas e fechadas, que possibilitou verificar com os alunos quais conteúdo de música 
foram apresentados, quais foram os recursos utilizados, como eles vêem a música 
dentro do ambiente de estudo, quantas aulas de música foram oferecidas durante o 
ensino médio, e da importância que a música no ponto de vista dos alunos. 
 
2.3.1 Questionário para os alunos 
O questionário foi elaborado com o objetivo de compreender a forma que os 
alunos do 3º ano do Ensino Médio vêm sua aprendizagem musical durante as aulas de 
Artes ministradas no período escolar e o que se entende por música. Buscou-se 
também verificar, quais recursos foram utilizados nas aulas, quais assuntos foram 
abordados e qual a relação entre o conteúdo visto na disciplina com o cotidiano dos 
alunos. 
1. Quantas aulas de Arte você tem/teve por semana durante os anos de Ensino 
Médio? (Assinale uma alternativa) 
( ) 1 a 2 aulas por semana 
( ) 2 a 3 aulas por semana 
( ) 3 a 4 aulas por semana 
( ) 4 a 5 aulas por semana 
25 
 
 
 
 
 
2. Durante as aulas de Arte, quais desses assuntos você estuda/estudou mais 
vezes? Considera-se com 1 menos vezes e 5 mais vezes. 
 
 
Menos 
vezes 
Mais 
vezes 
 1 2 3 4 5 
Artes Visuais 
Teatro 
Dança 
Música 
Junção das anteriores. 
 3. Na sua opinião o que é música? Para que serve? 
R:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
4. Na sua opinião, qual a importância de estudar/aprender Música na escola? 
R:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
5. Durante as aulas de Arte foram utilizados outros espaços na escola, além da 
sala de aula? Quais? 
R:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
6. Assinale quais materiais foram utilizados durante as aulas de Arte em que o 
assunto estudado foi Música: 
( ) Rádio e cd; ( ) Instrumentos musicais 
( ) Livros, revistas, apostilas ( ) Partituras e/ou tablaturas 
( ) Desenhos e imagens ( ) Anotações na lousa 
26 
 
 
 
 
( ) Material reciclado para confeccionar instrumentos 
( ) Outros: (especificar): _________________________________________ 
 
7. Assinale quais foram os assuntos sobre Música que você estudou durante as 
aulas de Arte em todos os anos do Ensino Médio. 
( ) Paisagem sonora ( ) Processo de Criação 
( ) Propriedades do som ( ) Recursos tecnológicos musicais 
( ) Harmonia e improvisação ( ) Apreciação musical 
( ) Canto coral ( ) Estilos musicais 
 
8. O que você aprendeu sobre Música na escola será útil para você em outras 
atividades fora da escola? Justifique sua resposta. 
R:_______________________________________________________________
____________________________________________________________________ 
 
 
 
27 
 
 
 
 
3 RESULTADOS 
Para a pesquisa que deu origem a este texto, foi realizada a aplicação do 
instrumento de coleta de dados entre os meses de julho e agosto de 2017. No decorrer 
do mês de setembro, foi realizada a análise dos dados coletados e a elaboração do 
relatório de pesquisa final. 
Antes de iniciar a coleta dos dados, foi solicitado a professora responsável pela 
disciplina de Arte autorização para a aplicação do questionário aos alunos. Após a 
autorização da professora, foi entregue aos alunos o Termo de Consentimento e Livre 
Esclarecimento, que está no Apêndice I, o qual explicava aos participantes o teor da 
pesquisa realizada, e que a participação era voluntária e anônima. 
 
3.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
Após a aplicação do questionário aos alunos do Ensino Médio, será realizada a 
análise dos dados. Para compreendermos as relações entre os dados coletados com a 
hipótese apresentada neste trabalho, precisamos entender qual a função de realizar 
uma análise de dados. Segundo Diehl & Tatim (2004), a análise dos dados 
compreende, além de uma verificação das relações entre as variáveis, as explicações e 
especificações dessas relações. Segundo esses autores, a interpretação dos dados 
tem a finalidade de dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as assim a 
outros conhecimentos e efetuando sua ligação com a teoria estudada. 
A análise dos dados deve ser realizada de forma clara e precisa, sendo que para 
autores como Diehl & Tatim (2004), e Mascarenhas (2012), é necessário fazer a 
organização dos dados coletados antes de iniciar a análise e a interpretação dos 
mesmos. Nesse momento, será preciso seguir às quatro etapas do processo de 
organização dos dados coletados, que são: 
- Seleção , que consiste na verificação dos dados coletados com a finalidade de 
detectar falhas ou erros, para evitar a realização do trabalho com informações 
confusas ou incompletas; 
- Classificação , que consiste na ordenação dos dados coletados, de acordo com 
um determinado critério, que serve como orientação para a divisão dos mesmos 
28 
 
 
 
 
em classes ou categorias; 
- Codificação , que consiste na atribuição de um símbolo ou nome conceitualaos 
dados coletados, dependendo do caráter da pesquisa, a fim de possibilitar a 
quantificação e o relacionamento desses dados no contexto da pesquisa; 
- Representação , que consiste na inter-relação entre os dados coletados com a 
hipótese ou pergunta base, que dependendo do caráter da pesquisa, pode ser 
apresentado como gráficos, tabelas, itens ou quadros comparativos. 
Depois que as etapas de organização dos dados foram realizadas, iniciou-se o 
processo de análise dos dados, seguindo os estágios apresentados por Diehl & Tatim 
(2004), e Mascarenhas (2012), que são a análise univariada, que consiste na análise 
de frequências de cada uma das questões pesquisadas; a análise bivariada, que inclui 
tabulações cruzadas e a possibilidade de calcular diferentes medidas de associação 
entre as variáveis; e a análise multivariada, que utilizam-se medidas que buscam 
explorar o padrão de relações entre as variáveis do estudo. 
Também foi realizado o agrupamento dos dados em duas classes de variáveis, 
com a finalidade de facilitar os estudos que serão realizados, sendo esses grupos o de 
variáveis independentes e o de variáveis dependentes. Segundo Ganga (2012), uma 
variável independente é aquela que influencia, determina ou afeta outra variável, sendo 
um fator determinante para o resultado, podendo ser manipulado pelo pesquisador na 
tentativa de assegurar a relação do fator com um fenômeno observado. Já a variável 
dependente consiste nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de 
serem afetados pela variável independente. 
Depois que os dados foram analisados e interpretados, pretendia-se relacionar 
às respostas obtidas com a teoria, a fim de confirmar e/ou desmantelar a hipótese da 
pesquisa. 
 
3.2 ANÁLISE DOS DADOS 
Para a realização da pesquisa de campo, foi aplicado um questionário impresso 
29 
 
 
 
 
para três turmas de 3º ano do Ensino Médio. A aplicação deste deu-se durante às aulas 
de Arte de cada turma, totalizando a entrega de 63 questionários. 
Inicialmente foi realizada a leitura das informações do questionário e a entrega 
do TCLE para os alunos, e para garantir o sigilo das informações e o anonimato dos 
participantes, foi colocada na primeira carteira em frente ao quadro-negro de cada sala 
uma pasta de elástico na cor cinza, onde após responder o questionário os alunos 
deveriam colocá-lo dentro desta pasta. 
Também foi explicado que a participação da pesquisa seria voluntária, e que 
nesse caso, se algum aluno não quisesse responder ao questionário, que aguardasse 
alguns minutos após o recebimento do mesmo, para então depositá-lo na pasta cinza. 
Dos 63 questionários entregues, 54 deles foram devolvidos respondidos, dando 
um total de 85% de participação dos alunos na investigação, o que surpreendeu o 
pesquisador, uma vez que, durante o acompanhamento das atividades realizadas na 
sala de aula, foi possível observar uma falta de interesse em participar das aulas e 
realizar as atividades propostas pela professora para obtenção de nota. 
Para Diehl & Tatim (2004), quando em uma pesquisa científica pretende-se 
conhecer as características da população a ser estudada, é comum observar uma 
amostra dessa população para, a partir dos resultados obtidos atingir valores 
aproximados ou estimativas para compreender as características de interesse. Esses 
autores definem população como um conjunto de elementos passíveis de mensuração 
com respeito às variáveis que pretende-se pesquisar, e amostra como uma porção ou 
parcela dessa população, que é convenientemente selecionada. 
Quando foi aplicado o questionário aos alunos, era esperado que, para uma 
atividade sem nota e em caráter voluntário, dos 63 questionários entregues, 10% 
apenas fossem devolvidos respondidos. Essa porcentagem foi calculada pelo 
pesquisador tendo-se como base a amostragem probabilística apresentada por Diehl & 
Tatim (2004), na subcategoria de amostragem estratificada, onde o pesquisador 
incorpora os elementos da população estudada em diferentes grupos, para depois 
selecionar os participantes da amostra. Para esta pesquisa, o grupo principal 
30 
 
 
 
 
considerado para a amostragem de 10% dos respondentes foram os alunos que 
participavam das aulas e realizavam as atividades propostas pela professora de 
maneira positiva. 
Ao término do recebimento dos questionários respondidos, foi realizada uma 
segunda etapa, em que as respostas foram passadas para o formulário do Google 
Drive, com a finalidade de facilitar a tabulação dos dados obtidos. Finalizado este 
processo, seguiu-se às etapas do processo de organização dos dados conforme 
explicitado por autores como Diehl & Tatim (2004), e Mascarenhas (2012): seleção, 
classificação, codificação e representação. 
 
3.2.1 Fase de Seleção 
Na fase da seleção, foi feita a verificação se todos os questionários entregues 
foram respondidos na íntegra, e se às respostas estavam de acordo com o que foi 
solicitado nas perguntas. 
Com isso, foi possível averiguar que alguns questionários foram entregues sem 
respostas em 3 das 8 questões, sendo que 16 alunos não responderam a alguns dos 
itens das questões 2, 3 alunos não responderam a questão 4 e 2 alunos não 
responderam a questão 8. 
Em relação às questões 4 e 8, o número de alunos não respondentes não 
interferiu na análise dos dados. Já a questão 2, como trata-se de uma escala linear, foi 
incorporada a escala a opção “sem resposta”, pois o intuito do pesquisador é verificar 
se às linguagens Artes Visuais, Teatro, Dança e Música foram abordadas durante às 
aulas separadamente ou se houve atividades com a junção de mais de uma dessas 
linguagens. 
 
3.2.2 Fase de classificação e codificação 
Na fase de classificação e codificação, às questões foram divididas em 2 grupos 
de variáveis, para facilitar a tabulação e análise dos dados. Esses dois grupos foram 
denominados de “VI” às variáveis independentes e “VD” às variáveis dependentes. O 
31 
 
 
 
 
grupo das variáveis independentes (VI) é composto pelas questões 1, 2, 3 e 4, e o 
grupo das variáveis dependentes (VD) é composto pelas questões 5, 6, 7 e 8. 
Às variáveis dependentes foram relacionadas às variáveis independentes, 
conforme mostra a tabela abaixo: 
 
Tabela 1 - Relação entre as variáveis 
Variável Independente Variável Dependente Tipo de análise aplicado 
Questão 1 Questões 5, 6 e 7 Multivariada 
Questão 2 Questões 6 e 7 Multivariada 
Questão 3 (Opinião pessoal) Univariada 
Questão 4 Questão 8 Bivariada 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Para as questões fechadas, foi feito a preparação para a análise estatística 
(questões 1, 2, 6 e 7), com a apresentação dos resultados em gráficos. Para as 
questões abertas, foi elaborado um critério determinante nas respostas, para facilitar a 
análise dos dados coletados, conforme modelo nas tabelas abaixo: 
 
Tabela2 - Critérios de análise dos dados das questões aberta 
Questão 3 - Opinião dos alunos 
O que é música Para que serve 
1 - Arte 1 - Expressão Artística 
2 - Sentimentos 2 - Expressão de Sentimentos 
3 - Produção Sonora 3 - Distração e Relaxamento 
4 - Não sabe 4 - Reflexão 
 5 - Não sabe 
Questão 4 - Opinião dos alunos 
Importância da música Para que (qual) 
1 - Importante 1 - Expressão de Sentimentos 
32 
 
 
 
 
2 - Sem Importância 2 - Conhecimento histórico 
 3 - Conhecimento musical 
 4 - Profissão musical 
 5 - Cotidiano 
Questão 5 - Recursos da escola (local) 
Local de realização das atividades 
1 - Sala de aula 
2 - Sala de vídeo 
3 - Sala de informática 
4 - Áreas externas (pátio, jardim, quadra de 
esporte etc) 
Questão 8 - Opinião dos alunos 
Música será útil fora da escola Porque 
1 - Sim 1 - Profissão 
2 - Talvez 2 - Conhecimento 
3 - Não 3 - Reflexão sobre as letras 
4 - Não sabe 4 - Estilos diferentes de música 
 5 - Inutil 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Também foi feita uma análise de qual a ordem em que as questões são 
fundamentais para confirmar e/ou desmantelar a hipótese apresentada no projeto do 
Trabalho de Conclusão de Curso, relacionando-as com a teoria e comparando com o 
que está estabelecido no Currículo do Estado de São Paulo . As questões foram 
selecionadas e organizadas conforme a tabela abaixo: 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
Tabela 3 - Organização das questões por tipo de análise 
Grupo para análise Tema das questões Relação de Análise 
Grupo 1 
(questões 3, 4 e 8) 
Opinião dos alunos sobre a 
música e sua importância dentro 
e fora da escola 
- Bibliografia selecionada sobre 
música e escola 
Grupo 2 
(questões 2 e 7) 
Assuntos abordados durante às 
aulas 
(relacionados a música) 
- Bibliografia selecionada sobre 
música e escola; 
- - Documentos norteadores 
sobre currículo escolar 
Grupo 3 
(questões 1, 5 e 6) 
Recursos e grade curricular - Bibliografia selecionada sobre 
música e escola; 
- - Documentos norteadores 
sobre currículo escolar; 
Projeto Político Pedagógico da 
escola 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
3.2.3 Fase de representação. 
Inicialmente, foi feita a análise de cada uma das questões do grupo de variáveis 
“VI”, para depois fazer a relação dos dados das questões do grupo de variáveis “VD”. 
A questão um tinha como objetivo verificar e/ou confirmar a quantidade de aulas 
por semana de Arte os alunos tiveram durante os anos do Ensino Médio, onde 96,3% 
dos respondentes tiveram de 1 a 2 aulas por semana, enquanto 3,7% tiveram de 2 a 3 
aulas por semana, conforme mostra a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
Figura 1 - Quantidade de aulas por semana 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
A questão dois tinha como objetivo verificar dentro das aulas de Arte, quais 
assuntos foram abordados mais vezes em relação aos outros. Para isso, foi elaborada 
uma escala linear, que possibilitaria uma comparação entre cada uma das linguagens 
apresentada ao alunos, como uma análise sobre a quantidade de vezes que a música 
foi abordada em aula durante os anos do ensino médio, como mostra as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
Figura 2 - Assuntos abordados durante as aulas de Artes. 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
 
36 
 
 
 
 
Figura 3 - Assunto abordado durante as aulas de Arte - Música 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
As figuras 2 e 3 nos permite verificar que, durante às aulas de Arte, o assunto 
abordado com maior frequência foi uma junção de mais de uma das quatro linguagens, 
com 24,07% das respostas no conceito 5, seguido das artes visuais com 18,51%, o 
teatro com 14,81%. A música e a dança foram às linguagens menos abordadas 
segundo os resultados, com apenas 9,25% das respostas no conceito 5. 
Ao analisar apenas a figura sobre a música, considerando os conceitos 1 e 2 
como menos vezes, o conceito 3 como frequência regular, e os conceitos 4 e 5 como 
mais vezes, podemos perceber que a música foi abordada entre menos vezes e 
frequência regular, conforme a tabela abaixo: 
 
 
 
37 
 
 
 
 
Tabela 4 - Quantidade de vezes em que a Música foi abordada nas aulas de Arte 
Conceitos Menos Vezes 
(soma de 1 e 2) 
Frequência Regular 
(3) 
Mais Vezes 
(soma de 4 e 5) 
Respostas obtidas 19 17 8 
Porcentagem 35,18% 31,48% 14,81% 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
A questão três tinha como objetivo verificar qual a ideia que os alunos têm sobre 
o que é música e para o que ela serve. Como essa questão é aberta, seguiu-se o 
critério elaborado para facilitar a análise dos dados, agrupando as respostas em uma 
das categorias que se aproximasse do que os alunos responderam, conforme as 
figuras abaixo: 
 
Figura 4 - Opinião dos alunos sobre o que é Música 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
Figura 5 - Opinião dos alunos sobre para que serve a Música 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Com isso, percebeu-se que na opinião dos alunos, a música é uma produção 
sonora, que nessa categoria engloba a ideia de composição, letra e melodia, junção de 
fontes sonoras distintas (instrumentos e voz), ritmos e estilos. Ela serve como forma de 
distração e relaxamento, que nessa categoria engloba a ideia de diversão, cantar e 
dançar, passar o tempo. 
A questão quatro tinha como objetivo verificar se os alunos consideram 
importante estudar música na escola, e qual seria essa importância. A análise dessa 
questão também seguiu o critério de agrupamento das respostas em categorias, 
conforme as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
Figura 6 - Opinião dos alunos sobre a importância de estudar Música na escola 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Figura 7 - Opinião dos alunos qual a importância de estudar Música na escola 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Aqui pode-se observar que para 79,63% dos alunos é importante estudar música 
40 
 
 
 
 
na escola, sendo que essa importância está relacionada a aquisição de conhecimentos 
musicais e históricos. Aos conhecimentos musicais foram associadas às respostas que 
apresentavam relação com ritmo, interpretação, aprender/adquirir cultura, apreciação 
musical. Aos conhecimentos históricos foram associadas às respostas que 
apresentavam relação com o surgimento da música, sua evolução com o tempo, 
contexto histórico das composições, diferentes estilos em diferentes épocas, 
compreender o passado. 
A questão cinco é a primeira questão do grupo das variáveis “VD”, relacionada 
com a questão um, tinha como objetivo verificar quais espaços foram utilizados durante 
as aulas de Arte para a realização de atividades com os alunos. Além da salade aula, 
foram apontados outros espaços no ambiente escolar, conforme figura abaixo: 
 
Figura 8 - Espaços usados para às aulas de Arte na escola 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Assim, o resultado obtido foi que, durante às aulas de Arte foram usados outros 
espaços da escola além da sala de aula, principalmente a sala de vídeo com 79,63% 
das respostas, seguida da sala de informática com 24,07% das respostas. 
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A questão seis, que foi relacionada com as questões um e dois, tinha como 
objetivo verificar quais recursos materiais foram usados durante as aulas de Arte, em 
que o assunto abordado foi música. Essa questão foi montada com uma caixa de 
seleção, onde os alunos poderiam escolher mais de uma opção, como pode-se verificar 
na figura abaixo: 
 
Figura 9 - Recursos materiais usados durante as aulas de Arte com o tema Música 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
O resultado apresentado na figura mostra que, durante às aulas de Arte, em que 
o assunto abordado foi música, os recursos materiais mais utilizados foram “anotações 
na lousa” com 77,8% das respostas, seguido de “livros, revistas e apostilas” com 
68,5%, “rádio e cd” com 66,7% e “desenhos e imagens” com 63% das respostas. 
Os demais recursos tiveram uma porcentagem baixa, o que possibilitou verificar 
que os recursos materiais utilizados durante as aulas de Arte com a temática música, 
com exceção do “rádio e cd”, seguem o padrão das demais disciplinas que compõem o 
currículo escolar, perpetuando a tradição de lousa e giz, sem possibilitar uma vivência 
musical efetiva. 
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A questão sete, que foi relacionada com as questões um e dois, tinha como 
objetivo verificar quais temas foram abordados dentro do assunto música. Para essa 
questão também foi montada uma caixa de seleção, onde os alunos poderiam escolher 
mais de uma opção, como pode-se verificar na figura abaixo: 
 
Figura 10 - Temas abordados durante as aulas de Arte dentro do assunto Música 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
O resultado apresentado na figura mostra que, durante às aulas de Arte, onde o 
assunto abordado foi música, os temas mais estudados foram “estilos musicais”, com 
77,8% das respostas, seguido de “propriedades do som” com 59,3% e “paisagem 
sonora” com 51,9% das respostas. 
A questão oito, que foi relacionada com a questão quatro, tinha como objetivo 
verificar se os alunos consideravam que os conteúdos aprendidos sobre música na 
escola seriam úteis em outras atividades que não fossem as da sala de aula. Essa 
questão também seguiu o critério elaborado de agrupamento das respostas em 
categorias, facilitando a análise dos dados, conforme as figuras abaixo: 
 
 
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Figura 11 - Opinião dos alunos sobre a utilidade da Música fora da escola. 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Figura 12- Opinião dos alunos sobre qual a utilidade da Música fora da escola. 
 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
O resultado apresentado nas figuras mostra que, na opinião dos alunos, a 
música será importante nas atividades fora da escola, com 57,40% das respostas, 
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enquanto que para 20,37% dos alunos consideram que os conteúdos aprendidos sobre 
música na escola não serão. 
Sobre qual a utilidade da música fora do ambiente escolar, 37,03% dos 
respondentes consideram importante pelo conhecimento musical, onde foram 
associadas às respostas que apresentavam relação com conhecimento sobre um 
assunto divertido, compreensão da arte do som, para futuro estudo de instrumento, 
porque a professora explicou o assunto muito bem e para a realização de avaliações 
em outros contextos. 
Depois de realizada a análise de cada uma das questões dos grupos de 
variáveis “VI” e “VD”, foi feita a análise dos dados obtidos por grupos conforme a 
definição no subitem 3.2.2 desta pesquisa, relacionando-as com a teoria e comparando 
com o às orientações do Currículo do Estado de São Paulo . 
O grupo um, que engloba as questões três, quatro e oito, tem como tema 
principal a opinião dos alunos sobre a música e sua importância dentro e fora da 
escola. Segundo os dados obtidos através da pesquisa de campo, 79,63% dos 
respondentes consideram importante estudar música na escola, para a aquisição de 
conhecimentos musical (37,03%) e histórico (25,92%). Os respondentes também 
consideram que a música é importante fora da escola pois possibilita um conhecimento 
maior sobre alguns aspectos específicos dessa linguagem. 
O grupo dois, que engloba as questões dois e sete, tem como ponto principal 
quais temas foram abordados durante as aulas de Artes, quando o assunto trabalhado 
foi música. Segundo os dados obtidos através da pesquisa de campo, dentro das 
quatro linguagens artísticas trabalhadas nas aulas de Artes, a música foi abordada 
entre menos vezes (35,18%) e frequência regular (14,81%), sendo que durante às 
aulas em que o assunto abordado foi música, os temas mais estudados foram estilos 
musicais (77,8%), propriedades do som (59,3%) e paisagem sonora (51,9%). 
Ao analisarmos as respostas obtidas para o grupo dois com o Currículo do 
Estado de São Paulo , podemos verificar que os temas trabalhados durante as aulas de 
Artes são os mesmos que estão contemplados nesse material, conforme apresentado 
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na tabela abaixo: 
 
Tabela 5 - Quadro de conteúdos e habilidades em Arte - 1º Ano do Ensino Médio 
Bimestre a ser 
trabalhado 
Conteúdos / Habilidades 
 
1° Bimestre 
- Heranças culturais; patrimônio cultural imaterial e material; estética do 
cotidiano; tradição e ruptura; ligação arte e vida; arte contemporânea; 
- Preservação e restauro; políticas culturais; educação patrimonial; 
- Arte pública; intervenções urbanas; grafite; pichação; monumentos históricos; 
- Paisagem sonora; músicos da rua; videoclipe; música contemporânea; 
- Escola de samba; tambor de crioula; jongo; roda de samba; frevo; forró; 
dança contemporânea; dança popular; 
- Artes circenses; circo tradicional; famílias circenses; circo contemporâneo; 
escolas de circo; palhaço clown e a tradição cômica; folia de reis; palhaços de 
hospital; 
2° Bimestre - Intervenção em Arte; 
- Modos de intervenção artística e seus processos de criação em artes 
visuais, música, teatro e dança; 
- Ações de intervenção e mediação cultural por meio de projetos poéticos 
individuais ou colaborativos; 
3° Bimestre - Suportes, ferramentas e procedimentos técnicos e inventivos; 
- O corpo como suporte físico na dança e no teatro; 
- O corpo do teatro; o corpo do ator/atriz em expressão cênica 
- Matéria sonora e significação; o som da palavra; música coral; o som 
dos textos e das bandas na escola; parâmetros sonoros, timbre; 
- Corpo espetacular; intervenção em espaços não convencionais;texto/escritura/temas de intervenção cênica; 
- Visualidade da forma-conteúdo em conexão com a materialidade e os 
processos de criação; 
4° Bimestre - A intervenção e seu registro como documentação; 
- Modos de documentação em Arte; 
- Conceitos, procedimentos e conteúdos investigados durante o ano; 
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo : Linguagens, 
códigos e suas tecnologias. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação 
de área, Alice Vieira. – 2. ed. – São Paulo: SE, 2012, p. 215-218. 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
Tabela 6 - Quadro de conteúdos e habilidades em Arte - 2º Ano do Ensino Médio 
Bimestre a ser 
trabalhado 
Conteúdos / Habilidades 
1° Bimestre - Espaços expositivos, modos de expor, salões de arte, bienais e feiras de 
arte; 
- Festivais de teatro, espaços promotores de leitura dramática, mostra 
universitária; 
- Festivais de dança, mostra universitária, espaços alternativos de dança; 
- Festivais de música, espaços para concerto, espaços alternativos de 
música: coretos, as ruas; 
2° Bimestre - A potencialidade e a singularidade poética nas linguagens artísticas; 
- As linguagens das linguagens da Arte; 
- A operação poética de levantamento de hipóteses, escolha e testes de 
elementos da gramática das linguagens artísticas; 
- O revelar das temáticas; 
- Projetos de poética pessoal ou colaborativa; 
3° Bimestre - A construção de jingles; 
- O desenho de animação; 
- A improvisação teatral; 
- A dança e suas modalidades; 
- O festival e o salão como modo de mostrar a produção; 
4° Bimestre - Amostra poética: festival, salão; 
- Modos de divulgação em Arte: cartaz, fôlder, programa; 
- Conceitos, procedimentos e conteúdos investigados em Arte durante o ano; 
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Linguagens, 
códigos e suas tecnologias. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação 
de área, Alice Vieira. – 2. ed. – São Paulo: SE, 2012, p. 219-222. 
 
Para as turmas de 3° ano, o material Currículo do Estado de São Paulo não 
apresenta um quadro de conteúdos e habilidades, sendo que nessa parte final do 
Ensino Médio, as atividades acompanhadas durante o Estágio Supervisionado entre os 
anos de 2015 e 2017 nas turmas de 3° ano foram criação de histórias em quadrinhos e 
utilização de materiais reciclados para criação em artes visuais. A música não foi 
abordada em nenhuma atividade desenvolvida com essas turmas. 
O grupo três, que engloba as questões um, cinco e seis, tem como tema 
principal quais recursos utilizados durante as aulas de Artes e a qual a grade curricular, 
quando o assunto trabalhado foi música. Segundo os dados obtidos através da 
pesquisa de campo, durante a semana são ministradas de 1 a 2 aulas de Artes 
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(96,3%), onde essas aulas ocorrem, além da sala tradicional, na sala de vídeo 
(79,63%) e na sala de informática (24,07%). 
Os recursos utilizados durante as aulas onde o assunto abordado foi música 
foram anotações na lousa (77,8%), livros, revistas e apostilas (68,5%), rádio e cd 
(66,7%), desenhos e imagens (63%). 
Ao analisarmos os recursos utilizados nas aulas de Artes com as demais 
disciplinas curriculares, como Língua Portuguesa ou Matemática por exemplo, pôde-se 
observar que, como apontado por Fonterrada (2007, p. 28) , quando a música perdeu 
seu espaço após a Lei n. 5692/71, passando a ser integrada a atividade curricular de 
Educação Artística, seu ensino passou a ser ministrado como as demais disciplinas do 
componente escolar, sem uma prática musical efetiva, o que foi comprovado pelas 
respostas obtidas durante a pesquisa. A utilização de outros recursos como 
instrumentos musicais, materiais para confecção de instrumentos, partituras e 
tablaturas entre outras possibilidades, tiveram uma porcentagem de respostas menor 
que 20%. 
Já o material Currículo do Estado de São Paulo , não aborda esse assunto em 
nenhuma parte de seu texto, deixando assim a cargo da escola utilizar o material 
apostilado distribuído pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 
mantendo-se a tradição de atividades escritas para uma disciplina que necessita ser 
vivenciada através de práticas. 
 
 
 
48 
 
 
 
 
4 CONCLUSÃO 
Através dos estudos desenvolvidos para a realização deste trabalho, da 
pesquisa de campo e análise dos dados, foi possível observar como o ensino de 
música vem sendo realizado dentro do contexto da educação básica brasileira, e como 
essa forma tem despertado nos alunos do ensino médio o gosto e o interesse sobre os 
assuntos musicais abordados em diferentes ambientes. 
O intuito dessa pesquisa foi de compreender como são realizadas às atividades 
musicais durante as aulas de Artes, e qual a visão que os alunos têm sobre a 
importância da música, como conteúdo de aprendizado e como assunto a ser levado 
para fora da escola. 
Os resultados da pesquisa demonstram que mesmo com as dificuldades que o 
ensino de música enfrenta dentro do ambiente escolar, pela maneira simplista com que 
os temas relacionados à música são apresentados aos alunos, com a falta de um 
currículo adequado, de recursos para uma vivência musical efetiva, os alunos 
conseguem compreender a importância da música como conteúdo em si mesmo de 
aprendizagem, e como forma de aprender/adquirir cultura através da “arte dos sons”. 
Os dados coletados contribuíram para a realização de uma comparação entre o 
que os documentos norteadores indicam para a prática escolar e quais são as práticas 
efetivamente desenvolvidas, e também para entender o que os alunos da escola 
pública, na fase final da educação básica pensam sobre a aprendizagem da música. 
Durante a realização deste trabalho, esperava-se alcançar alguns objetivos 
específicos que possibilitassem o desenvolvimento de um estudo que nos mostrasse o 
momento atual do ensino de música dentro da educação básica brasileira, através da 
compreensão das mudanças pelas quais o ensino de música passou nas diferentes 
reformas da educação básica, a análise de documentos oficiais vigentes sobre o ensino 
de música na educação básica e de como o ensino de música está sendo realizado no 
contexto escolar, no recorte do Ensino Médio. 
Através do estudo bibliográfico realizado na INTRODUÇÃO deste trabalho foi 
possível fazer uma recapitulação histórica sobre a importância que a música teve 
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durante as diferentes reformas na educação básica brasileira. Após a aplicação do 
questionário aos alunos, foi realizada a análise dos documentos oficiais vigentes, 
comparando as respostas apresentadas pelos alunos ao Currículo do Estado de São 
Paulo , para entender quais as recomendações

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