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Prova I - AIS

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1 Prova 1 - AIS 
 Há especificidades no período neonatal, pois a 
transição da vida fetal para a pós-natal possui uma 
série de especificidades com patologias específicas 
do período. 
 É completamente dependente do cuidador e 
sofre influências de fatores gestacionais. 
 Sinais de doenças são sutis como dificuldade de 
ganho de peso, recusa alimentar e hipoatividade. 
Primeira consulta 
 A primeira consulta deverá ocorrer na 1ª semana 
de vida. Momento para estimular e auxiliar com 
aleitamento materno exclusivo, orientar imunização 
e verificar realização do teste do pezinho. 
ANAMNESE 
 Condições de nascimento da criança: tipo de parto, 
local, peso ao nascer, idade gestacional, índice de 
Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no 
parto, no período neonatal e nos tratamentos 
realizados. 
 Antecedentes familiares: condições de saúde dos 
pais e dos irmãos, número de gestações anteriores 
e o número de irmãos. 
 
EXAME FÍS ICO 
ESTADO GERAL 
 Postura normal: extremidades fletidas, mãos 
fechadas e o rosto dirigido a um dos lados. 
 Padrão respiratório: FR basal alta (30-60 irpm), 
sem sinais de desconforto (batimentos de asas do 
nariz, tiragem intercostal/diafragmática e sons 
emitidos). 
 Estado de vigília: sono quieto, sono ativo, alerta, 
choro 
 Choro excessivo, com acalmar difícil é sinal de 
irritabilidade anormal. 
 Sinais de desidratação/hipoglicemia: pouca diurese, 
má ingestão, hipoatividade e letargia. 
 Temperatura: entre 34,6°C e 37,5°C – não 
precisa ser medida em crianças assintomáticas. 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
 Peso em relação ao peso ideal ao nascer: normal 
perda de peso de até 10% ao nascer quanto a sua 
recuperação até o 15º dia de vida. 
 Ganho ponderal: entre 20-40g/dia, de 0-6 
meses de vida. 
 Perímetro cefálico: medidas acima ou abaixo de dois 
desvios-padrão podem estar relacionadas a doença 
neurológica (microcefalia e hidrocefalia). 
DESENVOLV IMENTO NEUROPS ICOMOTOR 
 Detectar risco de comprometimento do 
desenvolvimento neurológico para encaminhar 
precocemente para reabilitação. 
 Observar atividade global, tônus muscular, postura, 
mobilidade e reflexos osteotendíneos. 
 Reflexos primitivos: 
 Preensão palmar, plantar e sucção: desaparece 
até o 6º mês. 
 Cutâneo plantar em extensão: a partir do 13º 
mês a extensão é considerada patológica. 
 Tônico cervical (Espadachim): rotação da cabeça 
para um lado, com consequente extensão do 
membro superior e inferior do lado facial e 
flexão dos membros contralaterais – presente 
até o 3º mês. 
 Moro: segurar a criança pelas mãos e liberar 
bruscamente os braços – incompleto a partir 
do 3º mês e não deve existir a partir do 6º. 
 Marcha reflexa, Galant (paravertebral) e fuga 
à asfixia. 
Cuidados com o neonato 
ÍND I CE DE APGAR 
No quinto minuto entre 7 e 10 é considerado 
normal. Apgar 4,5 ou 6 é considerado intermediário 
e relaciona-se com prematuridade, medicamentos 
usados pela mãe, malformação congênita. Índices 
de 0 a 3 no quinto minuto relacionam-se a maior 
risco de mortalidade. 
Baixo índice isoladamente não prediz disfunção 
neurológica tardia. 
 
 
2 Prova 1 - AIS 
 Observe reflexos arcaicos: preensão palmo-plantar 
sucção e Moro – próprios do recém-nascido a 
termo sadio 
 Tônus normal é de semiflexão generalizada. 
FACE 
 Assimetria, malformação e deformidade. 
 Aparência sindrômica específicas ou inespecíficas, 
como Down, Patau e Crouzon. 
PELE 
 Lesões benignas comuns: são alterações cutâneas 
transitórias sem significado patológico 
 Mancha salmão: imaturidade do sistema 
vasomotor autonômico – manchas rosadas de 
limites mal definidos. 
 Mancha mongólica: acúmulo de melanócitos na 
derme por defeito na migração dessas células 
da crista neural – comum negros e asiáticos. 
 Hiperplasia sebácea: hiperplasia das glândulas 
sebáceas por estimulação dos hormônios 
maternos androgênicos – resolução 1º mês. 
 Miliária (brotoeja): obstrução das glândulas 
sudoríparas pela sudorese excessiva – comum 
em climas quentes e estado febril – evitar 
aquecimento usando roupas adequadas. 
 Eritema tóxico neonatal: pústula asséptica de 
etiologia não definida sem sintoma associado – 
início entre 24 a 72 horas de vida e resolução 
espontânea no 1º mês. 
 Edema: pesquisar se é generalizado ou local. 
 Se generalizado pensar em doença hemolítica 
perinatal, iatrogenia por uso de coloides, sepse 
e insuficiência cardíaca. 
 Se for localizado indica trauma do parto. 
 Palidez: anemia, vasoconstrição periférica, 
sangramento ou sinal do arlequim (palidez em 
hemicorpo e eritema no outro). 
 Cianose 
 Se for generalizada pensar em doenças 
cardiorrespiratórias graves. 
 Se localizada nas extremidades pensar em 
hipotermia. 
 Icterícia: clinicamente observada no RN quando BT 
é maior que 5mg/dL. A icterícia pode ser fisiológica 
no RN devido desbalanço transitório na produção e 
eliminação da BT. Em geral, resolução espontânea 
na 1ª semana de vida, a partir da 2ª. 
 Atenção nas que aparecem nas primeiras 24 
horas ou depois do 7º dia de vida – caso tenha 
duração maior que 1 semana no recém-nascido 
a termo e 2 no prematuro e se a tonalidade 
for amarela intenso ou até zona III – pesquisar 
possível presença de assaduras, pústulas 
(impetigo) e bolhas palmo-plantares (sífilis). 
 
 Tratamento: prevenir sequelas da impregnação 
BI no SNC através de técnicas de fototerapia. 
CRÂN IO 
 Suturas cranianas podem estar acavalgadas, 
justapostas ou disjuntas e tem fechamento clínico 
entre 6 e 12 meses. 
 Examinar fontanelas que não devem estar túrgidas, 
abauladas ou deprimidas. 
 Anterior (bregmática) mede de 1 a 4 cm, tem 
forma losangular – fecha-se do 9º ao 18º mês. 
 Posterior (lambdoide) é triangular, mede cerca 
de 0,5 cm e fecha-se até o segundo mês. 
 Bossa serossanguínea e cefalematomas 
desaparecem espontaneamente. 
OLHOS 
 Reflexo fotomotor: feixe de luz em posição lateral 
a um olho – avalia estrutura anátomo-funcional. 
 Teste do reflexo vermelho: realizado na penumbra 
com oftalmoscópio iluminando ambos os olhos – se 
avaliada opacidade, catarata congênita, retinopatia 
de prematuridade e retinoblastoma. 
 Todo prematuro com 32 semanas ou abaixo de 
1,5 kg deve ser avaliado na 6ª semana de vida 
pelo oftalmologista – o teste do reflexo só 
identifica retinopatia grau 5 com descolamento. 
 Conjuntivites 
 Pálpebras edemaciadas (nitrato de prata 1% 
pode causar). 
 Se secreção purulenta descartar infecção por 
gonococo (perfuração ocular em 24h), clamídia 
e herpes vírus – coletar secreção e solicitar 
exame bacteriológico – início imediato de 
 
 
3 Prova 1 - AIS 
tratamento com colírio (tobramicina ou 
ofloxacina). 
 Estrabismo e nistagmo lateral: comuns nesta fase, 
devendo ser reavaliados posteriormente. Antes dos 
6 meses de vida, é muito difícil o diagnóstico de 
estrabismo congênito – encaminhamento a partir 
dos 4 meses. 
ORELHAS E AUDIÇÃO 
 Observar implantação, tamanho e simetria das 
orelhas. 
 “Teste da orelhinha”: triagem auditiva. 
NARIZ 
 Avalie forma e possível presença de secreção 
(sífilis). 
BOCA 
 Alterações morfológicas podem representar 
dificuldade para amamentação. 
 Úvula, macroglossia, palato, frio lingual e coloração 
dos lábios. 
 Retirar dente natal não decíduo, flexível cortante. 
 “Teste da linguinha”: triagem do frênulo lingual curto 
PESCOÇO 
 Avaliar assimetria facial e posição viciosa da cabeça. 
 Torcicolo congênito tem resolução espontânea em 
90% dos casos – se persistir correção cirúrgica. 
TÓRAX 
 Assimetria: sugere malformações cardíacas, de 
coluna, pulmonares ou arcabouço costal. 
 Clavículas: apalpar para avaliar se há fraturas que 
poderiam acarretar diminuição ou ausência do 
movimento do braço – tratamento prende braço 
ao tórax, formação de calo ósseo em 2/3 
semanas. 
 Involução espontânea das mamas que podem ter 
presença de secreção leitosa devido passagem de 
hormôniosmaternos. 
 Sofrimento respiratório: tiragens, batimentos de 
asas do nariz, retração xifoidiana, gemidos e 
estridor. 
 Frequência cardíaca entre 120 bpm e 160 bpm. 
 Observar cianose, abaulamento precordial, 
turgência jugular, ictus cordis e sopros cardíacos – 
verifique os pulsos. 
 “Teste do coraçãozinho”: triagem para cardiopatia 
congênita critica. 
ABDOME 
 Respiração abdominal entre 40mrm e 60mrm. 
 Dilatação: presença de líquido, distensão gasosa, 
visceromegalias, obstrução ou perfuração 
abdominal. 
 Se estiver escavado pode indicar hérnia 
diafragmática. 
 Diagnosticar hérnia umbilical (regressão espontânea 
até 12 meses), inguinal (cirurgia imediata pelo risco 
de encarceramento), diástase dos retos abdominais 
e agenesia da musculatura abdominal. 
 Coto umbilical 
 Cuidados: limpeza diária, álcool 70% no coto e 
na base, fralda abaixo – manter rotina de 
higiene até que esteja totalmente cicatrizada. 
 Presença de granuloma – nitrato de prata. 
 Se vermelha, edemaciada com secreção fétida 
indica onfalite – encaminhar emergência. 
GEN ITÁL IA 
 Palpar bolsa escrotal para identificar presença dos 
testículos. Se não palpáveis explicar que é comum, 
especialmente em prematuros – “descem” até os 
3 meses de vida. 
 Se aos 6 meses não forem palpados devem ser 
encaminhados para melhor avaliação e 
tratamento. 
 Acúmulo de líquido peritoneal ao redor do testículo 
é hidrocele – regressão lenta com cura 
espontânea até os 2 anos. 
 Para diferenciar hidrocele de hérnia inguinal colocar 
luz – verificar se aparece a luz 
 Fimose fisiológica ao nascimento 
 Localização do meato urinário para verificar 
hipospádia ou epispádia. 
 Pequenos lábios e clitóris mais proeminentes. Pode 
haver secreção esbranquiçada, devido à passagem 
de hormônios maternos, se resolve de forma 
espontânea. 
ÂNUS E RETO 
 Verificar permeabilidade anal, posição do orifício e 
presença de fissuras. 
S ISTEMA OSTEOART ICULAR 
 Examinar membros superiores e inferiores, para 
avaliar resistência à extensão, a flexão dos 
membros, a possibilidade de flacidez excessiva e a 
suposta presença de paralisia. 
 
 
4 Prova 1 - AIS 
 “Teste de Ortolani e Barlow”: triagem para displasia 
do desenvolvimento do quadril. 
COLUNA VERTEBRAL 
 Examine toda a coluna, em especial a área lombo-
sacra, percorrendo a linha média. 
 Avaliar a presença de desvios, deformidades, 
tumorações e alterações cutâneas. 
 
AVALIAÇÕES 
 Situações de vulnerabilidade à saúde do recém-
nascido: área de risco, peso inferior a 2.500g, 
prematuridade (menos de 37s – pós-termo 
também é preocupante a cima de 42s), Apgar 
menor que 7 no 5º minuto, internações, mãe com 
menos de 18 anos de idade, mãe com baixa 
escolaridade e história familiar de morte de criança 
com menos de 5 anos de idade, aleitamento 
materno ausente, gestação gemelar (parto 
múltiplo), malformação congênita, ausência de pré-
natal, problemas socioeconômicos e familiares, não 
realização de vacinas e suspeita de violência. 
 Situações familiares de vulnerabilidade: gravidez de 
alto risco, presença de conflitos do casal com a 
descoberta da gravidez, separações e lutos na 
família, mãe com diagnóstico de doença mental, 
parto traumático, pais com dificuldade de assumir 
parentalidade, famílias com problemas múltiplos, 
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e mais 
de 3 filhos morando juntos. 
 Sinais de perigo na criança com menos de 2 meses: 
 RN doente: atividade e sucção, cianose, palidez, 
distermias, dificuldade respiratória, distensão 
abdominal, vômitos, paralisias e fraturas. 
 RN não vai bem: perda de peso maior que 10%, 
ganho de peso insuficiente, sinais desidratação 
e icterícia importante. 
 Em caso de reclamação do choro excessivo avaliar: 
estado geral, história pré e perinatal, momento de 
início e duração do choro, tensão no ambiente, 
alimentação, evacuação, dieta da mãe, refluxo, 
alergias, resposta dos pais e fatores de alívio. 
 
OR IENTAÇÕES 
 Promover aleitamento materno exclusivo: criança 
alimentada somente com leite materno até os 6 
meses apresenta menor morbidade. 
 Estimular amamentação, orientando a livre 
demanda (frequência e duração) e não 
prescreva suplementação desnecessária. 
 Lavagem de mãos por todas as pessoas que têm 
contato com o bebe para evitar propagação de 
microorganismos que causem doença respiratória. 
 Não permitir que pessoas fumem dentro de casa. 
 Coto umbilical deve cair nas primeiras 2 semanas, 
para isso deve ser mantido limpo e seco. 
 Posição “de barriga para cima” para dormir e sua 
relação de proteção contra morte súbita do 
lactente. 
 Em casos de coleito, alertar maior risco de 
morte súbita e acidentes não intencionais em 
menores de 4 meses. 
 Cuidar da temperatura do banho (água a 37ºC é 
ideal) e não deixar criança sozinha na banheira. 
 Grades do berço inferiores a 6cm e utilização de 
cobertas ou travesseiros leves para evitar 
sufocação. 
 É importante verificar se o recém-nascido recebeu 
a 1a dose da vacina contra hepatite B e da BCG na 
maternidade e se será necessário indicar a 
aplicação dessas vacinas na unidade de saúde. 
 Oriente a família sobre o retorno do bebê no 30º 
dia de vida. 
Triagens neonatais 
 O programa de triagem é aplicação de testes numa 
população para detecção de indivíduos com alta 
probabilidade de apresentarem uma determinada 
doença. Nesse caso, entre 0 e 30 dias. 
 TESTE DO PEZINHO 
 Coleta de sangue capilar entre o 2º e 7º dia de 
vida – realizada a partir do 2º dia quando já 
ocorreu ingestão adequada de proteínas e é 
possível analisar metabolismo da fenilalanina. 
 Detecção de fenilcetonúria, hipotireoidismo 
congênito, hemoglobinopatias, fibrose cística, 
hiperplasia adrenal congênita, deficiência de 
biotinidase e anemia falciforme. 
 TESTE DO OLHINHO 
 Pesquisa do reflexo ocular vermelho através da 
pupila – realizada em penumbra através de 
oftalmoscópio a 30cm de distância. 
 
 
5 Prova 1 - AIS 
 Realizar: nascimento e mais 3x durante 1º ano. 
 Detecção de catarata congênita, glaucoma 
congênito e retinoblastoma. 
 TESTE DA ORELHINHA 
 Teste auditivo eletrofisiológico que detecta 
perdas auditivas – encaminhamento precoce 
(ideal antes dos 3 meses). 
 Consiste em procedimentos eletrofisiológicos 
objetivos que não causam dor ou desconforto. 
Portanto, não necessitam de participação ativa 
da criança. 
 Realizar após 24-48 horas de vida 
 Critério passa-falha. “Passa” quando ocorre 
otoemissões indica funcionamento coclear 
adequado. “Falha” por ausência de otoemissões 
é porque há funcionamento coclear alterado ou 
presença de componente auditivo. 
 DISPLAS IA DESENVOLV IMENTO QUADRIL 
 Manobra de Ortolani (redução) e/ou Barlow 
(luxação) – um lado de cada vez. 
 Realizar ao nascimento, com 15 dias, 1 mês e 2 
meses. 
 Diagnostica luxação congênita do quadril. 
 TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
 Realiza saturação pré e pós ductal (membros 
superiores e inferiores) – normal quando a 
diferença de saturação é menor que 3%. 
 Entre 24 e 48 horas de vida. 
 Diagnóstico de cardiopatia congênita crítica 
 TESTE DA L INGUINHA 
 Avaliação do frênulo lingual para diagnosticar 
alterações com risco de prejudicar a fala e 
amamentação – uso de scores (<7 frenotomia) 
 48 horas de vida até 6 meses. 
Consultas 
subsequentes 
 Itens fundamentais: 
 Dar atenção à queixa principal 
 Revisar problemas já apresentados 
 Enfatizar prevenção e promoção oportunas 
 Estimular mudança de hábito na busca por 
cuidado. 
 No 1º ano de vida são 7 consultas de rotina: 1ª sem, 
1º, 2º, 4º, 6º, 9º e 12º mês. 
 Padrão, mas podem ser mais frequentes. 
 No 2º ano de vida são 2 consultas: 18º e 24º mês. 
 A partir do 2º ano de vida consultas anuais. 
 As consultas ocorrem em momentos de oferta de 
imunizações e de orientações de promoção de 
saúde e prevenção de doenças. 
 
EXAME FÍS ICO 
 Exame físico completo da criançadeve ser feito na 
1ª consulta. A repetição do exame completo em 
todas as consultas não está justificada. 
 Monitorização do crescimento de forma rotineira: 
peso, estatura, comprimento e perímetro cefálico 
em todas as consultas até 2 anos de idade. 
 Rastreamento para displasia evolutiva de quadril: 
realização das manobras de Barlow e Ortolani nas 
primeiras consultas (15 dias, 30 dias e 2 meses). 
 Fatores de risco: gênero feminino, crianças 
com história familiar e parto com apresentação 
pélvica. 
 Ausculta cardíaca: não há evidências contra ou a 
favor da ausculta cardíaca e da palpação de pulsos 
em crianças – sugestão de no mínimo 3 vezes no 
primeiro semestre de vida. 
Frequência Cardíaca Normal 
Idade Variação Média 
RN 70-170 120 
11 meses 80-160 120 
2 anos 80-130 110 
4 anos 80-120 100 
6 anos 75-115 100 
8 anos 70-110 90 
10 anos 70-110 90 
Frequência Respiratória Normal 
0-2 meses 
2-11 meses 
12 meses-5 anos 
6-8anos 
Acima de 8 anos 
Até 60 mrm 
Até 50 mrm 
Até 40 mrm 
Até 30 mrm 
Até 20 mrm 
 As causas mais comuns de diminuição da acuidade 
visual em crianças são ambliopia, seus fatores de 
risco (estrabismo, anisometropia, catarata e ptose) 
e os erros de refração. 
 Teste do reflexo vermelho: feito no RN, 4, 6 e 
12 meses e na consulta dos 2 anos de idade. 
 Estrabismo: teste da cobertura e teste de 
Hirschberg – consulta dos 4, 6 e 12 meses. 
 
 
6 Prova 1 - AIS 
 Acuidade visual: só é recomendada a partir dos 
3 anos através de figuras ou letras – 
encaminhar para oftalmologista se acuidade 
inferior a 20/40. 
 Triagem auditiva neonatal: diagnóstico definitivo por 
volta do 4º/5º mês. Importante acompanhar 
marcos do desenvolvimento. 
 Indicadores de risco para perdas auditivas: 
história familiar, permanência na UTI por mais 
de cinco dias, anomalias craniofaciais, síndromes 
com perdas auditivas associadas, doenças 
neurodegenerativas, infecções pós-natais, TCE 
e quimioterapia. 
 Efetividade não depende só do diagnóstico, mas 
principalmente da intervenção precoce e 
recursos adequados. 
 Pressão arterial: aferida a partir dos 3 anos de 
idade nas consultas de rotina. 
 A criptorquidia é a anomalia congênita mais comum 
ao nascimento. Migração espontânea dos testículos 
ocorre nos primeiros 3 meses de vida (70%-77% 
dos casos) e raramente após os 6 a 9 meses. 
 Se aos 6 meses não forem encontrados 
testículos palpáveis – cirurgia pediátrica, 
tratamento precoce diminui risco de câncer de 
testículo de problemas de fertilidade. 
 
OR IENTAÇÕES 
 Nos primeiros 6 meses, orientar que a posição ideal 
para dormir é de barriga para cima a fim de evitar 
morte súbita do lactente – cama firme e não deve 
haver lençóis ou cobertores ao redor. 
 Lavagem de mãos de todos em contato com o bebê 
a fim de evitar propagação de vírus causadores de 
doenças respiratórias. 
 Crianças a partir dos 2 anos devem ser 
aconselhadas para realização de 30 a 60 minutos 
de atividade física moderada/vigorosa entre 3 e 5 
vezes por semana. 
 Importante que condições básicas de saúde 
tenham sido atendidas. 
 Risco de complicações cardiovasculares baixo, 
exceto quando existem cardiopatias congênitas 
ou doenças agudas. 
 Para crianças acima de 7 anos, reforçar educação 
e prevenção para evitar uso de bebidas alcoólicas. 
 
 
 
7 Prova 1 - AIS 
 A qualificação da atenção ao pré-natal, ao parto e 
ao puerpério deve almejar boas condições de saúde 
para a mulher e o feto e possibilitar experiência de 
vida gratificante naquele período. 
 O acompanhamento pré-natal exige acolhimento 
das necessidades da gestante, acompanhante e 
familiares em relação à gravidez, parto e puerpério. 
 Importante haver disponibilidade para que sejam 
esclarecidas queixas, dúvidas, angústias, criando um 
ambiente empático e receptivo, que estimule a 
adesão ao programa de consultas e ações 
educativas. 
 O número de contatos de pré-natal foi definido sem 
evidência e o conteúdo de cada consulta também 
não é bem estabelecido. 
 
 A cada 30 dias até 28 semanas, cada 15 dias 
até 36 semanas e de 7 em 7 até o parto. 
 Adotado no CAISM: até 12ª semana, 20, 26, 
30, 34, 36, 38 e 40. 
 O Brasil é um país de grande cobertura pré-natal 
(99%), 73% com 6 ou mais consultas. A quantidade 
é ideal, mas não há controle de qualidade. 
 ¼ das gestantes é considerada de risco. 
 A caderneta da gestante é uma publicação dirigida 
aos profissionais e usuárias do SUS, que contempla 
as diretrizes de boas práticas na assistência ao 
pré-natal, parto e nascimento propostas na 
Estratégia Rede Cegonha e alinhadas à PNAISM. 
 Atenção pré-natal de baixo risco pode ser realizada 
pelo médico e pela enfermeira, de forma 
compartilhada, intercalando e/ou dividindo as ações, 
complementado por atuação de agente de saúde e 
outros profissionais conforme o caso exigir. 
 A primeira consulta representa uma oportunidade 
privilegiada de classificar riscos e orientar condutas 
efetivas que qualificam o cuidado. Atendimento 
clínico completo, com anamnese e exame físico 
geral e específico. 
 As consultas subsequentes consistem em uma 
avaliação contínua de risco por patologias 
específicas da gestação e intercorrências clínicas. 
 Na anamnese obstétrica, busca-se informações 
sobre as gestações pregressas perguntando sobre 
intercorrências na gestação, parto e puerpério e 
sobre os resultados perinatais. 
 Exame físico primeira consulta: avaliação de peso, 
medida estatura, FC, temperatura axilar, pressão 
arterial, inspeção pele e mucosas, palpação de 
tireoide, ausculta cardiopulmonar, exame abdome, 
palpação gânglios inguinais, exame de membros 
inferiores e busca ativa por edema. 
 O peso é importante, pois dependendo do IMC a 
avaliação do ganho de peso varia. 
 Um ganho de peso súbito (superior a 500g por 
semana) associado a edema requer cuidado, 
pois pode ser sinal de pré-eclâmpsia. 
 A maior parte do peso ganho vem do feto, 
gordura, placenta e líquido amniótico e sangue. 
Parâmetros de evolução 
normal da mulher e do feto 
 
 
8 Prova 1 - AIS 
 Ganho de peso excessivo na gestação está 
associado a diabetes gestacional, HAS, pré-
eclâmpsia, prematuridade, macrossomia, 
defeitos congênitos e pode levar a necessidade 
de realização de cesárea. Há comprovação de 
que tem relação com obesidade, dislipidemia e 
diabetes na criança, além de obesidade e 
depressão no pós-parto. 
 Importante sempre orientar nutrição adequada 
através de alimentação saudável e exercício 
físico (aeróbico e perineal). Em pacientes 
subnutridas, orientar aporte calórico e proteico 
adequado. 
 Rotina consulta de pré-natal: idade gestacional, 
queixas, exame físico específico queixas e exame 
obstétrico – solicitar exames, orientar vacinação e 
suplementação vitaminas. 
 INDISPENSÁVEL consultas pré-natal: cálculo da 
idade gestacional, medida do peso materno, medida 
da pressão arterial, medida da altura uterina, 
ausculta dos BCF, avaliação movimentação fetal, 
verificação de edema e agendamento de retorno. 
 Importante orientar paciente sobre possibilidade de 
manutenção da vida sexual ativa ressaltando a 
importância do uso de preservativos. 
 Ao longo das consultas do pré-natal orientar 
sempre a paciente sobre seus direitos em relação 
ao próprio parto (pode ter plano de parto) como: 
presença de acompanhante, uso de métodos 
medicamentosos e não medicamentosos (água 
quente, massagens, deambulação) para alívio da 
dor, disponibilidade de anestesista 24 hs/dia, 
liberdade de posição, episiotomia seletiva, não 
realização de lavagem intestinal, tricotomia pubiana 
restrita e parto em posição semissentada. 
 
EXAME OBSTÉTR ICO 
 Importante para avaliação clínica do crescimento 
fetal, quantidade de líquido amniótico, situação e 
apresentação fetal. 
 A medida da altura uterina indica o crescimento 
fetal e a medida deve ficar dentro da faixa que 
delimita os percentis 10 e 90 do gráfico de 
crescimento uterino de acordo com a idade 
gestacional.Na 12ª semana, útero palpável na 
sínfise púbica, necessária técnica bimanual. Na 16ª, 
fundo uterino entre sínfise púbica e cicatriz 
umbilical. Na 20ª semana fundo do útero encontra-
se na cicatriz umbilical. Entre 20 e 30 semanas 
relação direta com medida da altura uterina. 
 A palpação obstétrica consiste nas manobras de 
Leopold-Zweifel que é realizada em 4 tempos: 
delimita fundo uterino, posição fetal, apresentação 
e exploração da pelve. 
 
 
 Ausculta fetal é realizada através do Sonar a partir 
de 10-12 semanas, enquanto através do Pinard 
pode ser utilizado a partir de 18-20 semanas. Deve-
se avaliar ritmo e frequência (120-160 bpm). 
 
 
EXAMES 
 1ª consulta: hemograma completo, glicemia de 
jejum, urina 1, urocultura, sorologias (HIV, sífilis, 
toxoplasmose e hepatite B), grupo sanguíneo, fator 
 
 
9 Prova 1 - AIS 
Rh, bacterioscopia secreção vaginal, citologia 
oncótica e protoparasitológico fezes. 
 28 semanas: hemograma completo, glicemia de 
jejum, urina 1, urocultura, sorologias (toxoplasmose 
não necessária se paciente já sensibilizada), Coombs 
indireto (se Rh -) e bacterioscopia da secreção 
vaginal. 
 Acima de 35 semanas: pesquisa Streptococcus do 
grupo B. 
 Ultrassom é pedido no 1° e 2º trimestre, a idade 
gestacional do mais precoce é a que vale. 
AVALIAÇÃO VITAL IDADE FETAL 
 Métodos clínicos: curva de altura uterina/idade 
gestacional, estimativa líquido amniótico/palpação 
obstétrica, ausculta dos BCF, movimentação fetal 
percebida e registro diário dos movimentos fetais. 
 
 Realização de mobilograma, após refeição 
registrar número de movimentações (deve ser 
superior a 7). 
 O mobilograma é uma medida indireta da integridade 
e função do SNC, a presença de movimentação 
fetal rigorosa é tranquilizadora. 
 Percepção da inatividade fetal deve ser 
investigada sistematicamente e confirmada por 
métodos complementares. 
 Métodos biofísicos: cardiotocografia, ultrassom 
(perfil biofísico fetal) e Dopplervelocimetria. 
 
VACINAÇÃO 
 Necessário investigar história pregressa de 
vacinação, confirmada com apresentação do 
comprovante (cartão de vacina). 
 As vacinas virais vivas de sarampo, da rubéola, da 
caxumba (SCR) e da febre amarela não são 
recomendadas durante a gestação devido risco 
teórico, mas não estão associadas a aborto. 
 Reforço com dTpa (tríplice bacteriana acelular 
difteria, tétano e coqueluche) entre 27 e 36 
semanas de gravidez, se carteira vacinal completa. 
 Na hepatite B, por considerar os riscos da gestante 
não vacinada de contrair a doença e com o objetivo 
de prevenir a transmissão vertical, recomenda-se 
a triagem sorológica durante o pré-natal por meio 
do HBsAg (antígeno de superfície do VHB). Caso o 
resultado seja negativo e a gestante não tenha sido 
vacinada previamente ou tenha realizado o 
esquema incompleto, recomenda-se a vacinação 
com 3 doses (0, 1 e 6 meses) ou completar 
esquema vacinal já iniciado. Se o esquema for 
completo, não devem ser vacinadas. 
 As vacinas sazonais de influenza são vírus 
inativados e são recomendadas, pois as gestantes 
infectadas pelo vírus influenza, principalmente no 
terceiro trimestre da gestação e no puerpério 
imediato, tem risco aumentado de doença 
respiratória grave e pneumonia – contraindicada 
em casos de histórico de reação anafilática. 
Suplementação 
 Ácido fólico: iniciar suplementação ao menos 30 dias 
antes da concepção para prevenção de defeitos do 
tubo neural e alterações na divisão celular – dose 
0,4 mg ao dia. 
 Previne anemia, sepse puerperal, baixo peso ao 
nascer e prematuridade. 
 Cálcio: manutenção esquelética e função cardíaca. 
Indicado para mulheres com baixa ingesta alimentar, 
com antecedente de pré-eclâmpsia, HAS, diabetes, 
antecedente de doença vascular, obesas e com 
idade superior a 35 anos – dose 1,5 a 2g ao dia. 
 Previne pré-eclâmpsia 
 Importante lembrar que o consumo de café 
diminui a biodisponibilidade (ferro também). 
 Ferro: prevenção de anemia e nascimento pré-
termo. Dose 30 a 50mg de ferro elementar (150-
300mg de sulfato ferroso). 
 
ANEMIA 
 Avaliação inicial da gestante com hemograma, se 
hemoglobina estiver abaixo de 11g/dL indica anemia. 
Observar o volume corpuscular médio para 
identificar se anemia é microcítica (abaixo de 80fL) 
ou não-microcítica (acima de 80fL). 
 Se Hb for abaixo de 8g/dL encaminhar para 
pré-natal de risco. 
 ANEMIA NÃO-MICROCÍT ICA 
 Solicitar perfil de ferro, ácido fólico, B12, TSH, 
ureia e creatinina. 
 
 
10 Prova 1 - AIS 
 Se volume corpuscular médio for superior a 
120fL e/ou hemograma com neutrófilos 
hiperssegmentados indicar reposição imediata 
de B12. 
 Deficiências de folato e B12 (veganos, anemia 
perniciosa e gastroplastia redutora). 
 Medicação, Álcool, Cirrose e Reticulocitose. 
 ANEMIA MICROCÍT ICA 
 Analisar contagem de células vermelhas do 
sangue (RBC) para realização do índice Mentzer 
VCM/RBC. Na anemia ferropriva, a contagem 
de glóbulos vermelhos e o MCV serão ambos 
baixa, e o índice será maior do que 13. Já nas 
talassemias, o número de glóbulos vermelhos 
produzidos é normal, mas as células são 
menores, portanto a contagem de glóbulos 
vermelhos é normal, mas o MCV é baixo, de 
modo que o índice será menor do que 13. 
 Anemia ferropriva – tratar anemia com 120 a 
240mg de ferro elementar ao dia. Repetir 
dosagem entre 30 e 60 dias, se níveis 
estiverem subindo, manter até atingir 11g/dL, 
quando deve ser iniciada a dose de 
suplementação (40 mg). Já se níveis não 
subirem encaminhar para alto risco. 
 Complicações fetais da anemia ferropriva são 
aumento do risco de restrição do crescimento, 
baixo peso ao nascimento, prematuridade e 
mortalidade perinatal. 
 Se houver possibilidade de hemoglobinopatia, 
solicitar eletroforese de hemoglobina e 
encaminhar para a hematologia. 
 Podem ser talassemias (deficiência de produção 
– problema quantitativo) ou doença falciforme 
(HbS e HbC – problema qualitativo). 
 Complicações durante gestação da doença 
falciforme: crises dolorosas vaso-oclusivas, 
infecções, síndrome torácica aguda, sequestro 
esplênico e hepático e agravamento da anemia. 
Pressão arterial 
 A gravidez normal é caracterizada por um aumento 
no débito cardíaco, uma redução da resistência 
vascular sistêmica e um pequeno declínio da 
pressão sanguínea. Essas mudanças estão 
associadas com um aumento de 10-15 batimentos 
por minuto na frequência cardíaca. 
 Os distúrbios hipertensivos associam-se a levada 
morbimortalidade materna, fetal e neonatal – 1/3 
das mortes maternas. 
 A pré-eclâmpsia é a forma mais grave, sendo 
a eclampsia a complicação de maior mortalidade. 
 A hipertensão na gravidez é definida através de 
valores iguais ou superiores a 140x90 mmHg, 
aferidos em duas ocasiões com intervalo de 4 
horas. É considerada grave em valores iguais ou 
acima de 160x110 mmHg, aferida em intervalo 
curto ou em uma única ocasião. 
 Hipertensão arterial crônica (HAC) é definida pela 
presença de hipertensão arterial que antecede a 
gravidez ou ocorre antes da 20ª semana de 
gestação. A maioria evolui bem durante a gestação. 
 Pré-eclâmpsia sobreposta à HAC é considerada 
diante do agravamento da hipertensão e/ou o 
aparecimento de proteinúria 
 Hipertensão gestacional diagnosticada em mulher 
previamente normotensa, e após a 20ª semana, 
não associada a outros comemorativos. Pode ser 
um diagnóstico transitório. 
 Pré-eclâmpsia: aparecimento de hipertensão após 
20 semanas de gestação, associada a proteinúria 
(proteinúria maior ou igual a 300mg/24h ou 
proteína/creatinina > 0.3), em mulher previamente 
normotensa. Caso não haja proteinúria, mas 
aparecimento de qualquer um desses sintomas é 
considerada grave: 
 Sintomas visuais e/ou cerebrais. 
 Plaquetopenia (abaixo de 100.000) 
 Creatinina sérica superior a 1,1 
 Disfunção hepática – elevação transaminases 
 Edema pulmonar 
 
 Eclâmpsia: manifestação de convulsão toniclônica 
generalizada, nocenário de pré-eclâmpsia. 
 Prevenção: cálcio (500mg) e aspirina (100mg). 
 
 
11 Prova 1 - AIS 
 Grupo de distúrbios metabólicos comuns que 
compartilham o fenótipo da hiperglicemia. Distúrbio 
crônico caracterizado pelo comprometimento do 
metabolismo da glicose 
 Vários tipos distintos de DM são causados por uma 
interação complexa de fatores genéticos e 
ambientais. 
 A desregulação metabólica associada ao DM 
acarreta alterações fisiopatológicas secundárias 
em muitos sistemas orgânicos que impõem uma 
enorme sobrecarga aos indivíduos com diabetes, 
assim como ao sistema de assistência de saúde. 
 Existem duas categorias amplas, designadas como 
tipo 1 e tipo 2. Entretanto, há um reconhecimento 
cada vez maior de outras formas de diabetes. 
Ambos os tipos são precedidos por uma fase de 
homeostase anormal da glicose à medida que os 
processos patogênicos progridem. 
 A hiperglicemia leva a diminuição da secreção de 
insulina, aumento secreção de glucagon, aumento 
neoglicogênese, disfunção neurotransmissores, 
redução ação incretínica, aumento da lipólise, 
aumento reabsorção renal de glicose e captação de 
glicose diminuída. 
 A principal questão do diabetes é que está 
associado a uma série de complicações crônicas 
(relacionadas à genética) que devem ser 
sistematizadamente rastreadas. 
 Pé diabético: pulsos podálicos e sensibilidade. 
 Neuropatia: exame neurológico. 
 Retinopatia: fundo de olho. 
 Doença cardiovascular: PA, pulsos podálicos, 
lipídeos e ECG. 
 Nefropatia: creatinina e microalbuminúria 
 
D IAGNÓST ICO 
 O diagnóstico é evidente quando estão presentes 
sintomas clássicos de poliúria, polidipsia e perda de 
peso inexplicada. Nesse caso, uma medida casual de 
glicose plasmática de 200mg/dL ou mais é 
suficiente para confirmar diagnóstico. 
 Uma medida de glicose plasmática em jejum é mais 
conveniente; o diabetes está estabelecido se os 
níveis de glicose em jejum forem de 126mg/dL ou 
acima em 2 ocasiões diferentes. 
 Teste de tolerância a glicose oral (após noite jejum 
carga de 75g de glicose), os níveis de glicose pós-
carga em 2 horas, de 200mg/dL, ou acima, 
confirmam a presença de diabetes. 
 Hemoglobina glicada (HbA1c) é a fração que se liga a 
glicose da hemoglobina, sendo útil na identificação 
de altos níveis de glicemia. Quando igual ou acima de 
6,5%, o paciente é considerado diabético. 
 A positividade de qualquer parâmetro confirma 
diagnóstico de Dm. 
 Na ausência de sintomas de hiperglicemia, 
confirmar diagnóstico através da repetição de 
exames. 
Glicose 
Em 
jejum 
Pós teste 
tolerância 
Acaso HbA1c 
Normoglicemia <100 <140 - <5,7 
Pré-diabetes 
>100 
<125 
>140 e 
<200 - 
>5,7 e 
<6,5 
Diabetes >126 >200 >200 
sintomas 
>6,5 
 
TRATAMENTO 
 Enfatizar a necessidade de avaliação contínua e 
tomada de decisão compartilhada para alcançar as 
metas de atenção à saúde e evitar inércia clínica. 
 Avaliação de risco cardiovascular: Framingham e 
UKPDS – aula sobre mais tarde. 
 Os pilares do tratamento são: alimentação, prática 
de atividade física e medicação. 
 O objetivo é sempre reduzir a hiperglicemia, no 
entanto, não se espera que alcance os níveis de 
normoglicemia. Para isso existem as metas 
glicêmicas: 
Em jejum 80-130mg/dL 
Pós-prandial (2h) 180mg/Dl 
HbA1c <7% 
 O valor da hemoglobina glicada em alguns casos 
deve ser inferior a 6%, enquanto nos idosos 
aceita-se entre 7,5-8,5% 
 Grande parte dos pacientes tem um sobrepeso 
associado a diabetes, sendo necessário mudanças 
Diabetes na atenção básica 
QUADRO CL ÍN I CO 
50% do reconhecimento da doença é feito através de 
lesões em órgãos alvo – poliúria, polidipsia e polifagia – 
acantose nigricans (resistência à insulina ou neoplasia 
maligna) 
 
 
 
12 Prova 1 - AIS 
no estilo de vida para a diminuição do risco 
cardiovascular. 
 O foco primário dos cuidados do paciente deve ser 
as modificações no estilo de vida. Além disso, a 
redução agressiva de lipídios e da pressão 
sanguínea deve ser incorporada de rotina ao 
programa de tratamento. 
 A proteção que o consumo de frutas ou de legumes 
e verduras confere contra doenças do coração e 
certos tipos de câncer não se repete com 
intervenções baseadas no fornecimento de 
medicamentos ou suplementos que contêm os 
nutrientes individuais presentes naqueles alimentos. 
 Necessária reeducação alimentar – consumo de 
alimentos frescos e in natura, evitar os alimentos 
ultraprocessados, moderação no uso de óleos, 
gordura, sal e açúcar – não há definição de 
porções dos grupos alimentares. 
 Alimentação está inserida em contexto afetivo 
e cultural. 
 Antes de iniciar realização de atividade física é 
necessária uma avaliação de complicações pré-
existentes e do risco cardiovascular. 
 Recomenda-se a realização de 150 minutos de 
exercício físico aeróbico por semana (3x) e 
resistido 2 a 3x por semana não consecutivo. 
 Em muitos pacientes diabéticos de tipo 2, dieta e 
exercícios são as únicas intervenções terapêuticas 
necessárias para restaurar o controle metabólico. 
Consequentemente, a tentação de utilizar agentes 
farmacológicos deve ser contida no início, se o 
paciente for assintomático e a hiperglicemia leve. 
DROGAS 
 Reaparecimento da hiperglicemia apesar das doses 
de eficácia máxima do medicamento é sinal da 
necessidade de adicionar outra classe de agente 
oral ou transição para terapia com insulina – para 
avaliar mudança HbA1c a cada 3 meses. 
 Sulfonilureias (glicazida): “secretagogos” de insulina. 
A maioria dos pacientes do tipo 2 inicialmente é 
responsivo às sulfonilureias com melhora do 
controle glicêmico; entretanto 10-20% mostra 
pouca resposta. 
 Vantagens: baixo custo, conveniência (1x ao dia) 
e redução comprovada metas microvasculares. 
 Desvantagens: hipoglicemia e ganho de peso. 
 Biguanidas (metformina): sensibilizador de insulina, 
atua reduzindo a produção de glicose hepática 
mediante supressão da gliconeogênese hepática. 
 Vantagens: níveis de insulina caem, leve perda 
de peso, discretas reduções de LDL e 
triglicérides, sem hipoglicemia (monoterapia) e 
reduz complicações microvasculares. 
 Desvantagens: dor abdominal, náusea, diarreia 
e anorexia. 
 Tiazeolinedionas (pioglitazona): sensibilizadores de 
insulina 
 Glinidas: secretagogos pós-prandial. 
 Inibidores de alfa-glicosidade (acarbose): retarda 
absorção intestinal de carboidratos 
INSUL IN IZAÇÃO 
 Insulina não deve ser utilizada como terapia de 
primeira linha para pacientes cuja adesão ao 
tratamento é precária, que não desejam 
monitorizar os níveis de glicose ou naqueles de alto 
risco para hipoglicemia – sempre agregar. 
 Insulina ao diagnóstico somente em casos de 
glicemia superior a 300mg/dL, emagrecimento e 
cetonúria (corpos cetônicos na urina). 
 Insulina ao longo do tratamento em caso de falência 
de medicamentos orais (HbAIc superior a 8%), 
gravidez, momentos de estresse (cirurgias e 
doenças graves), estado hiperglicêmico não 
cetótico, insuficiência hepática ou renal. 
 A insulina pode ser: 
 Ultrarrápida: pico 30 a 60 minutos, podem ser 
injetadas imediatamente antes das refeições, 
em bôlus similar mecanismo fisiológico insulina – 
diminui pico pós-prandial da glicemia. 
 Rápida: pico 2 a 3 horas, devem ser injetadas 
de 30 a 45 minutos antes das refeições – 
diminui pico pós-prandial da glicemia. 
 Ação intermediária (NPH): pico 4 a 12 horas – 
melhora glicemia noturna e de jejum. 
 O melhor esquema para iniciar insulina no DM2 é o 
uso da insulina basal, por dar menos hipoglicemia e 
menos ganho de peso. 
 Outros tipos de insulinização são noturna (NPH 
anoite), basal plus e insulinização plena. 
 Na diabetes tipo 1 utiliza-se a insulinização plena, 
dose fixa com dieta fixa, correção pré-prandial e 
contagem de carboidratos. 
FISIOPATOLOGIA: predisposição genética + alimentação inadequada + sedentarismo 
Resistência à insulina -> hipersecreção insulina -> apoptose células beta-pancreáticas-> insuficiência pancreática -> hiperglicemia 
A redução da secreção de insulina leva a diminuição da captação de glicose e ação incretínica, enquanto leva ao aumento da lipólise, 
gliconeogênese, secreção de glucagon, reabsorção renal de glicose e disfunção neurotransmissores 
 
 
 
13 Prova 1 - AIS 
 
 Hipertensão arterial (HA) é condição clínica 
multifatorial caracterizada por elevação sustentada 
dos níveis pressóricos >140 e/ou 90 mmHg. 
 Frequentemente se associa a distúrbios 
metabólicos, alterações funcionais e/ou 
estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada 
pela presença de outros fatores de risco. 
 Nível de pressão arterial associado ao dobro de 
risco cardiovascular a longo-prazo 
 PAS PAD 
Normal <=120 <=80 
Pré-HAS 121-139 81-89 
HAS 1 140-159 90-99 
HAS 2 160-179 100-109 
HAS 3 >=180 >=110 
 No Brasil, atinge 32,5% de indivíduos adultos e mais 
de 60% dos idosos. É mais prevalente entre as 
mulheres (no slide está que é igual entre os sexos). 
 Em 95% dos casos a HAS é primária, sem uma 
causa identificável. Já em 5% dos casos é 
secundária podendo ser causada por 
hipertireoidismo, insuficiência renal, medicamentos, 
problemas vasculares, etc. 
 Herança poligênica, o risco relativo é 3,5x maior se 
a pessoa tem parente de 1º grau com a doença. 
 Há uma associação direta e linear entre 
envelhecimento e prevalência de HA. 
 Fatores de risco: obesidade, álcool, estresse, 
sedentarismo e consumo excessivo de sal. 
 Lesões de órgão alvo: 
 Hipertensão arterial: hipertrofia ventricular 
esquerda, insuficiência cardíaca, hemorragia 
cerebral, insuficiência renal, dissecção aórtica, 
encefalopatia hipertensiva e retinopatia. 
 Aterosclerose: trombose cerebral, síndromes 
isquêmicas do miocárdio e síndromes de 
claudicação. 
 Hipotensão ortostática deve ser suspeitada em 
pacientes idosos e diabéticos. Nessa situação, medir 
a PA com paciente em pé, após 3 minutos, sendo 
a hipotensão ortostática definida como redução da 
PAS > 20mmHg ou da PAD > 10mmHg.. 
 
 Paciente não pode estar com bexiga cheia, não 
pode ter fumado nos 30 minutos anteriores, sem 
ingestão de bebidas alcoólicas, café ou alimentos e 
não tenha praticado exercícios físicos há pelo 
menos 60 minutos. 
 Paciente deve estar em repouso há pelo menos 
5 minutos 
 Realizar pelo menos 2 medições, com intervalo em 
torno de um minuto. 
 Diagnóstico: pelo menos 2 leituras em dias distintos 
 Cuidado efeito avental branco: aumento da PA 
devido ansiedade frente ao médico. 
 Anamnese: duração HAS, tratamento anterior, 
sintomas de lesões de órgão-alvo ou de causas 
secundárias, presença de outros fatores de risco, 
dieta, uso substâncias hipertensoras, história 
familiar de HAS. 
 Exame físico: medida fidedigna de PA, sinais de 
lesões de órgão-alvo ou de causas secundárias, 
avaliação obesidade e pulsos. 
 Exames: creatinina (estimativa RFG), potássio, 
glicemia, HbA1c, lipídeos, ácido úrico, urina I e ECG. 
 Exames complementares: radiografia de tórax, 
microalbuminúria e ecocardiografia. 
 
TRATAMENTO 
 Diretrizes internacionais recentes têm preconizado 
metas pressóricas mais conservadoras para idosos 
e aqueles com alto risco CV, incluindo diabéticos, 
principalmente pela falta de evidências que 
suportem recomendações em diferentes perfis de 
pacientes. 
Maioria <140/90 mmHg 
Alto risco CV <130/80 mmHg 
NÃO MEDICAMENTOSO 
 O tratamento não medicamentoso (TNM) da HA 
envolve controle ponderal, medidas nutricionais, 
prática de atividades físicas, cessação do 
tabagismo, controle de estresse, entre outros. 
 Mudanças alimentares: redução consumo de sódio, 
ácidos graxos insaturados (ômega 3), fibras 
oleaginosas, laticínios, vitamina D, alho, café, chá 
Hipertensão arterial 
 
 
14 Prova 1 - AIS 
verde, chocolate amargo e moderação do consumo 
de álcool. 
 A prática regular de atividade física pode ser 
benéfica tanto na prevenção quanto no tratamento 
da HA, reduzindo ainda a morbimortalidade CV. 
Indivíduos ativos apresentam risco 30% menor de 
desenvolver HA que os sedentários e o aumento da 
atividade física diária reduz a PA. 
 Cessação do tabagismo, controle do estresse e 
cuidado com medicações que podem elevar PA. 
MEDICAMENTOSO 
 Tiazidicos: hidroclorotiazida – os diuréticos tiazidicos 
atuam no córtex, inibindo a troca ativa de Cl-Na no 
segmento cortical da Alça de Henle ascendente. 
Reduzem a PA e a resistência vascular periférica, 
diminuindo morbimortalidade cardiovascular. 
 Efeitos colaterais: resistência à insulina e 
hipercolesterolemia. 
 Diuréticos de alça: furosemida – inibem troca de Cl-
Na-K no segmento espesso da alça de Henle. 
 Efeitos colaterais: hipocalemia e hiperuricemia. 
 Poupadores K: espironolactona – inibe reabsorção 
de Na no túbulo distal coletor. 
 Efeitos colaterais: ginecomastia e hipercalemia. 
 Inibidores de ECA: captopril e enalapril – têm como 
ação principal a inibição da enzima conversora de 
angiotensina I, impedindo a transformação em 
angiotensina II, de ação vasoconstritora. 
 Efeitos colaterais: tosse e angioedema 
 Antagonistas receptor de angiotensina II: losartan e 
valsartan – os BRA antagonizam a ação da 
angiotensina II por meio do bloqueio específico dos 
receptores AT1, responsáveis pelas ações 
vasoconstritoras, proliferativas e estimuladoras da 
liberação de aldosterona da angiotensina II. 
 Bloqueadores canais de cálcio: nifedipina e 
amlodipina – os BCC agem primordialmente 
proporcionando redução da RVP como consequência 
da diminuição da quantidade de cálcio no interior das 
células musculares lisas das arteríolas, decorrente 
do bloqueio dos canais de cálcio na membrana 
dessas células 
 Efeitos colaterais: edema, rubor facial, cefaleia, 
distúrbios de condução e disfunção sistólica. 
 Betabloqueadores: propranolol e atenolol – 
promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da 
secreção de renina, havendo readaptação dos 
barorreceptores e diminuição das catecolaminas 
nas sinapses nervosas. 
 Efeitos colaterais: broncoespasmo, bradicardia 
 Agonistas alfa-centrais: metildopa – agem através 
do estímulo dos receptores alfa-2 que estão 
envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. 
 Efeitos colaterais: tontura, sedação, hipotensão 
 Alfa-bloqueadores periféricos: medicamentos 
dessa classe agem como antagonistas competitivos 
dos alfa11-receptores pós-sinápticos, levando a 
redução da RVP sem maiores mudanças no débito 
cardíaco 
 Vasodilatadores arteriais diretos: os medicamentos 
que representam essa classe são hidralazina e 
minoxidil. Atuam diretamente, relaxando a 
musculatura lisa arterial, levando a redução da RVP. 
 
 
 
15 Prova 1 - AIS 
 Importante ver o paciente como um todo: sexo, 
idade, morbidades, sintomas típicos e sinais. 
 A queixa de cansaço ou dispneia aos esforços é 
extremamente comum na população adulta e idosa. 
 Causas: sedentarismo, obesidade, anemia, 
derrame pericárdico, embolia pulmonar, 
pericardite constritiva, bronquite crônica, 
silicose, bronquiectasia, enfisema pulmonar, etc. 
 Pulmonar x Cardiovascular. 
 
INSUF IC I ÊNC IA CARDÍACA 
 É uma síndrome clínica complexa na qual o coração 
é incapaz de bombear sangue de forma a atender 
às necessidades metabólicas tissulares, ou pode 
fazê-lo somente com elevadas pressões de 
enchimento. Pode ser causada por alterações 
estruturais ou funcionais cardíacas e caracteriza-
se por sinais e sintomas típicos, que resultam da 
redução no débito cardíaco e/ou das elevadas 
pressões de enchimento no repouso ou no esforço 
 Alterações circulatórias: 
 Curto prazo: mecanismo compensatório 
restaurar estabilidade hemodinâmica. 
 Longo prazo: mecanismo competitivo com 
retenção de Na e H2O com aumento da RVP, 
lesões em órgão-alvo (coração, endotélio e rim) 
 Para diagnóstico são adotados os critérios de 
Framingham, em que são necessários ao menos 1 
critério maior e 2 menores. 
Maiores Menores 
Dispneia paroxística 
noturna 
Edema de membrosEstase jugular Tosse noturna 
Estertores Dispneia de esforço 
Cardiomegalia Hepatomegalia 
Edema pulmonar agudo Derrame pleural 
Refluxo hepatojugular 
positivo 
Capacidade reduzida 1/3 
do normal 
Pressão venosa aumentada Taquicardia 
Galope B3 
 Após agravo inicial precipitar insuficiência cardíaca, 
alterações progressivas ocorrem na estrutura e 
na função miocárdicas devido a danos contínuos 
pelo processo subjacente, a respostas ao estresse 
hemodinâmico e à ativação neuro-hormonal. 
 Ventrículo esquerdo dilata progressivamente. 
Essa “remodelação” é acompanhada por 
alterações no interstício cardíaco, levando a 
uma alteração na orientação das miofibrilas e 
fibrose progressiva resultando em contração 
mais descoordenada e menos eficaz. 
 Dilatação é uma disfunção. 
 O edema pulmonar é uma condição caracterizada 
pelo acúmulo de líquido no interior dos pulmões. Ele 
ocorre com mais frequência quando o coração 
encontra dificuldade para bombear o sangue, 
aumentando a pressão do sangue no interior dos 
pequenos vasos sanguíneos dos pulmões. Para 
aliviar essa pressão crescente, os vasos liberam 
líquido para dentro dos pulmões. Esse líquido 
interrompe o fluxo normal de oxigênio, resultando 
em falta de ar. 
 A dispneia paroxística noturna é um episódio de 
falta de ar agudo e grave, que desperta o paciente 
do sono, geralmente 1 a 3 horas depois de dormir. 
 Resulta de retorno venoso aumentado e da 
mobilização do líquido intersticial das 
extremidades e de outras partes, com acúmulo 
de edema alveolar. 
 A estase jugular é fruto do aumento da pressão do 
átrio direito que é transmitido também para cava 
superior e jugular. 
 Semiologia insuficiência cardíaca: 
 Direita: cardiomegalia, taquicardia, arritmias, 
estase jugular, hepatomegalia, esplenomegalia, 
refluxo hepatojugular, edema em MMII, cianose. 
 Esquerda: confusão, cefaleia, cardiomegalia, 
taquicardia, arritmias, oligúria, nictúria, dispneia, 
ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema 
agudo pulmonar, respiração de Cheyne-Stokes, 
fadiga e astenia. 
 Exames complementares: eletrocardiograma, raio X 
de tórax e ecocardiograma bidimensional. 
Dispneia de origem cardíaca 
DOR CARÁTER ANG INOSO 
Importante perguntar: caráter, intensidade, duração, 
localização, irradiação, desencadeantes, fatores 
aliviantes e sintomas acompanhantes 
 
 
 
16 Prova 1 - AIS 
 Puerpério é o período de transformações 
progressivas de ordem anatômica e funcional em 
que as modificações no organismo materno, 
retornam ao estado pré-gestacional. 
 O puerpério imediato inicia-se após a dequitação da 
placenta até 2 horas pós-parto – 4º período do 
parto. 
 Complicações hemorrágicas 
 O puerpério mediato tem início 2 horas após o 
parto até o 10º dia. É quando há início da regressão 
dos órgãos, loquiação escassa e lactação instalada. 
 Complicações: infecção puerperal 
 Puerpério tardio inicia-se após 11º dia e vai até o 
reinício dos ciclos menstruais (45 dias nas que não 
amamentam e 6-8 semanas nas lactantes). É 
quando ocorre regressão e recuperação dos 
órgãos. 
 Complicações: depressão, desmame precoce, 
transtorno de ansiedade e gestação. 
 Puerpério remoto inicia-se após 46 dias do parto 
até reinício dos ciclos menstruais ovulatórios 
normais ou até um ano pós-parto. Já deve haver 
total recuperação dos órgãos. 
 Complicações: depressão, desmame precoce, 
transtorno de ansiedade e gestação. 
 Consulta de revisão puerperal: anticoncepção com 
prostágenos até 6ª semana 
 
FÊNOMENOS INVOLUT IVOS 
 Útero se contrai vigorosamente em intervalos 
regulares, originando as cólicas uterinas do 
puerpério com irradiação para região lombossacral. 
São mais acentuadas à medida que paridade 
aumenta e piores quando bebê mama, 
provavelmente devido secreção de ocitocina. Em 
geral, diminuem em intensidade e tornam-se 
brandas ao final do 3º dia. 
 Logo depois do parto, o útero pesa cerca de 
1.000g. Dois dias depois do nascimento, o útero 
começa a involui e, com 1 semana, pesa cerca de 
500g. Ao final de 2 semanas, o útero pesa cerca 
de 300g e desceu para pelve verdadeira. Cerca de 
4 semanas depois do parto, órgão readquire as 
dimensões que tinha antes da gravidez (100g ou 
menos). O número total de células musculares 
provavelmente não diminui, mas o volume de cada 
célula diminui acentuadamente. 
 
 A subinvolução uterina é caracterizada por uma 
involução uterina inferior a 1 cm por dia, que 
pode ser causada por restos ovulares ou 
placentários, infecção puerperal ou miomas. 
 São necessárias até 5 semanas para que 
cavidade uterina regrida ao espaço pré-
concepcional. 
 Nos primeiros 2 ou 3 dias depois do parto, a decídua 
restante diferencia-se em duas camadas. A 
superficial sofre necrose, desprendendo-se na 
forma de lóquios. A camada basal adjacente ao 
miométrio continua intacta, dando origem ao novo 
endométrio. A regeneração é rápida, exceto no sítio 
de implantação da placenta (totalmente recuperado 
a partir do 16º dia). 
 Endometrite histológica faz parte do processo 
de reparação normal. 
 
 No início, desprendimento dos tecidos da decídua 
resulta em secreção vaginal com volumes variáveis, 
conhecida como lóquios que consiste em eritrócitos, 
decídua desprendida, células epiteliais e bactérias. 
 Nos primeiros dias depois do parto, há sangue 
suficiente para conferir coloração avermelhada 
(lóquios rubros). Depois de 3 a 4 dias, tornam-
se progressivamente pálidos (lóquios serosos). A 
partir do 10º dia, adquirem coloração 
esbranquiçada devido mistura de leucócitos e 
Puerpério 
 
 
17 Prova 1 - AIS 
volume reduzido de líquidos (lóquios brancos – 
flava), que persistem por até 4 a 8 semanas 
depois do parto. 
 No parto, o orifício externo é lacerado; na 6ª 
semana, orifício está impérvio, não readquire 
exatamente mesmo aspecto de antes da gravidez 
(em fenda). 
 O orifício cervical contrai-se lentamente, 
acomodando facilmente dois dedos nos primeiros 
dias depois do parto. Ao final da primeira semana, 
esse orifício se estreita, o colo fica mais espesso, 
e o canal cervical reconstitui-se. Ao final da 2ª 
semana, tem cerca de 0,5cm de diâmetro. 
 Em consequência da ruptura das fibras elásticas da 
pele e da distensão prolongada, causada pelo útero 
grávido, a parede abdominal permanece mole e 
flácida, sendo necessárias várias estruturas voltem 
ao normal. Com exceção das estrias, parede volta 
ao normal (possível diástase de reto e hérnias). 
 No puerpério, a bexiga tem maior capacidade e 
insensibilidade relativa à pressão intravesical. Por 
essa razão, a distensão excessiva, o esvaziamento 
parcial e a urina residual excessiva são comuns. Os 
ureteres e pelves renais dilatados retornam, ao 
longo de 2 a 8 semanas depois. 
 Infecções urinárias são preocupantes porque a 
urina residual e a bacteriúria da bexiga 
traumatizada, quando somadas à dilatação 
predispõem a infecção. 
 Proteinúria residual, desaparece glicosúria 
 Na maioria das mulheres o volume sanguíneo 
retoma ao nível pré-concepcional em torno da 
primeira semana depois do parto. As alterações dos 
fatores da coagulação sanguínea induzidas pela 
gravidez persistem por períodos variáveis durante 
o puerpério. A elevação do fibrinogênio plasmático 
é mantida no mínimo durante a primeira semana e, 
consequentemente, o mesmo acontece com a 
velocidade de hemossedimentação. 
 Consumo de plaquetas e queda do hematócrito. 
 O hCG diminui a partir do 2º dia após o parto e 
negativa entre 11 e 16 dias após o parto. Em 30%, 
a ovulação normaliza em 3 meses. 
 O reinício da ovulação depende de fatores biológicos 
individuais e da intensidade da amamentação. A 
estimulação mamaria leva a queda da dopamina e 
consequente aumento na prolactina levando a 
amenorreia. A prolactina inibe o hipotálamo que inibe 
a hipófise anterior fazendo com que ovário não 
secrete estrógeno e progesterona. 
 Além da perda de 5 a 6 kg atribuídos à evacuação 
uterina e ao sangramentonormal, geralmente há 
perdas adicionais de 2 a 3 kg em consequência da 
diurese no puerpério imediato, e mais 1-4kg no 
puerpério tardio. As mulheres aproximam-se dos 
seus pesos pré-concepcionais autorrelatados 6 
meses depois do parto, mas ainda assim conservam 
aumentos médios de 1,4 kg. 
 Ácidos graxos e colesterol se normalizam no 2º dia. 
A glicemia volta aos valores pré-gestacionais em 3 
dias, enquanto as lipoproteínas e triglicerídeos em 
6 semanas 
 Na gravidez, o epitélio vaginal tem aspecto pálido, 
delgado por deficiência de estrógenos. Há uma 
rápida recuperação do tônus e elasticidade da 
vagina. Recomendação de exercícios perineais após 
6 semanas. 
 As mamas aumentam de tamanho e temperatura, 
a mulher pode apresentar um aumento de 
temperatura nas 48 horas – ingurgitação devido a 
grande vasodilatação 
 
AMAMENTAÇÃO 
 Em geral, o colostro pode ser expresso dos mamilos 
no segundo dia depois do parto; em comparação 
com o leite maduro, contém mais minerais e 
aminoácidos; além disso, tem mais proteínas 
(principalmente globulinas), mas menos açúcar e 
gorduras. A secreção persiste por cerca de 5 dias, 
com a gradativa conversão no leite maduro durante 
as próximas 4 semanas 
 Apojadura é a “descida” do leite maduro que ocorre 
2 a 3 dias pós-parto, há ingurgitamento das 
mamas, aumento da sensibilidade e vascularização 
(calor local e febre). A prolactina produz o leite que 
é armazenado nos alvéolos. Ocitocina favorece a 
ejeção de leite estimulada pela sucção. 
 Contraindicação: HIV, hepatites agudas, carbonato 
de lítio, substâncias radioativas e medicamentos 
(ciclofosfamida e tetraciclinas) 
 Fatores que favorecem produção de leite: ausência 
de fissuras e rachaduras, profissional bem 
informado, contato físico e emocional com o RN, 
sucção da mama e puerpério normal sem infecções.

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