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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO-GROSSO ICET – INSTUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO AMBIENTE E DAS MÃOS DOS MANIPULADORES GIOVANNA LORENA FERREIRA CAMARGO IZAURA PINHEIRO DE SOUZA RODRIGUES ORNELAS BARRA DO GARÇAS, MT 2023 GIOVANNA LORENA FERREIRA CAMARGO IZAURA PINHEIRO DE SOUZA RODRIGUES ORNELAS AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO AMBIENTE E DAS MÃOS DOS MANIPULADORES BARRA DO GARÇAS, MT 2023 Relatório de aula prática apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Microbiologia Geral, do curso de Engenharia de Alimentos, UFMT/CUA. E orientado pela Prof.ª Dra. Keily Alves de Moura Oliveira. 1. INTRODUÇÃO GERAL Todas e quaisquer doenças causadas pela ingestão de água ou alimentos contaminados, as populares Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), são consideradas um grave problema de saúde pública (OMS, 2020). Nesse mesmo viés, vale salientar que os manipuladores de alimentos são todas as pessoas que entram quem contanto direto ou indireto com o alimento, do início ao fim de cada ciclo de produção. Dessa forma, podem ser considerados transmissores de deteriorantes e patógenos, causadores de DTA (Brasil, 2004). A incorreta higienização das mãos desses manipuladores é um relevante fator de risco para ocorrências de DTA, pois na literatura há indícios de que alguns microrganismos, uma vez presentes, podem sobreviver nas mãos e superfícies por horas ou dias (SOUZA et al., 2015). Uma higienização das mãos adequada e de forma correta, é uma eficiente media para a redução do número de doenças e de mortes, por enfermidades infecciosas (OPAS, 2019). Dessa maneira, torna-se imprescindível que os manipuladores de alimentos sejam capacitados frequentemente e instruídos quanto a importância de uma higienização eficaz. (SILVA, et al., 2017). Distintos grupos de microrganismos estão associados a DTA’s, dentre os quais se destacam os gêneros Salmonella, Escherichia, Staphylococcus, Shigella e Vibrio. Os gêneros Escherichia, em conjunto com os gêneros Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella, formam o grupo denominado coliformes. Na contagem de coliformes pode-se diferenciar dois grupos: os coliformes totais, empregados para avaliar condições higiênico-sanitárias, e os coliformes termotolerantes que são considerados indicadores de contaminação fecal. (SIQUEIRA, 1995). 2. OBJETIVO Avaliar as condições higiênico-sanitária do ambiente e das mãos dos manipuladores, indicando se há ou não presença de mesófilos ou contaminação fecal. 3. MATERIAIS • Placas de petri; • Bastão de vidro; • Pipeta graduada e pera de sucção; • Proveta; • Béquer; • Erlenmeyer; • Papel Kraft; • Fita Crepe; • Balança semi-analítica; • Espátula; • Pinça; • Bico de Bunsen; • Tubos de ensaio com tampa; • Capela; • Pipeta automática; • Swab. 3.1.1 REGENTES • Agar PCA; • Água peptonada e tamponada. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1ª ETAPA– PREPARO DO AGAR PCA, VRB E ÁGUA PEPTONADA E TAMPONADA Na primeira etapa, realizou-se os cálculos de quantidade a seguir: Para preparar 30mL de Agar PCA → segundo instruções do fabricante são 17,5g de Agar PCA para 1000mL de água. Ou seja, 17,5g-----------------1000mL 1000x = 17,5*30 x--------------------30mL x=525/1000 x=0,525g Utilizando a balança semi-análitica, pesou-se 0,525g de Agar PCA, e transferiu-se para o Erlenmeyer. Em seguida, utilizando a proveta mediu-se um volume de 30mL de água destilada e adicionou-se novamente no Erlenmeyer, e para homogeneizar, utilizou-se o bastão de vidro. Logo após, utilizando o papel Kraft e a fita crepe, isolou-se o bocal da vidraria. Para preparar 90mL de Agar VRB → segundo instruções do fabricante são 40,62g de Agar VRB para 1000mL de água. Ou seja, 40,62g-----------------1000mL 1000x = 40,62*90 x--------------------90mL x=3665,8/1000 x=3,65g Utilizando a balança semi-análitica, pesou-se 3,65g de Agar VRB, e transferiu-se para o Erlenmeyer. Em seguida, utilizando a proveta mediu-se um volume de 90mL de água destilada e adicionou-se novamente no Erlenmeyer, e para homogeneizar, utilizou-se o bastão de vidro. Logo após, utilizando o papel Kraft e a fita crepe, isolou-se o bocal da vidraria. Da mesma maneira, para preparar 100mL de água peptonada e tamponada → segundo instruções do fabricante são 25,5g de reagente para 1000mL de água. Ou seja, 25,5g-----------------------1000mL 1000x=25,5*100 x-------------------------100mL x=2,550/1000 x=2,55g Utilizando a balança semi-analítica, pesou-se 2,55g de reagente, e transferiu-se para o béquer. Em seguida, utilizando a proveta mediu-se um volume de 100mL de água destilada e adicionou- se novamente no béquer, e para homogeneizar, utilizou-se o bastão de vidro. Logo após, transferiu-se o conteúdo já solubilizado para 3 (três) tubos de ensaio com tampa. 2ª ETAPA – LEVAR PARA A AUTOCLAVE Para a segunda etapa, levou-se os dois Erlenmeyers já devidamente com o bocal isolado e os 3 (três) tubos de ensaio com tampa para a autoclave, afim de obter a esterilização do meio. Após, realizou-se o fechamento da tampa da aparelhagem (autoclave), fechou-se a saída de ar e ligou- se a aparelhagem de esterilização no máximo. Em seguida, aguardou-se a autoclave atingir 120°C e colocou-se no mínimo. Logo em seguida, cronometrou-se 15 minutos para depois abrir, e com o devido cuidado recolheu-se os Erlenmeyers e os tubos de ensaio com tampa. 3ª ETAPA – IDENTIFICAR AS PLACAS DE PETRI E OS TUBOS DE ENSAIO COM TAMPA Para a terceira etapa, realizou-se a identificação das placas de petri e dos tubos de ensaio da seguinte forma: Com os nomes de cada integrante do grupo (Giovanna e Izaura), realizou-se a identificação, para que fosse dado início a avaliação das mãos de cada uma. PLACA 1 – MÃO GIOVANNA PLACA 2 – MÃO IZAURA PLACA 3 - AMBIENTE TUBO 1 – GIOVANNA TUBO 2 – IZAURA TUBO 3 - AMBIENTE 4ª ETAPA – REALIZAR O PLAQUEAMENTO E INOCULAR OS MICRO- ORGANIMOS NOS MEIOS Para a quarta etapa, levou-se o Erlenmeyer contendo o Agar PCA e as duas placas de petri para a capela, para que fosse realizado o plaqueamento. Logo em seguida, ligou-se o bico de Bunsen, e com muito cuidado, transferiu-se o conteúdo do Erlenmeyer para as placas de petri de forma uniforme. Esperou-se o Agar PCA se solidificar. Em seguida, utilizando-se dos tubos contendo água peptonada e tamponada e dois swabs, realizou-se o esfregaço das mãos de cada integrante, e foi inserido em cada um dos tubos. Logo após, levou-se as amostras coletadas e as placas de Agar PCA para a capela, e inoculou-se cerca de 0,1mL do (TUBO 1) e (TUBO 2) nas respectivas placas. Utilizando-se de mais um swab, realizou-se o esfregaço na bancada do laboratório, e da mesma maneira inoculou-se cerca de 0,1mL de amostra na placa – ambiente. Dessa maneira, colocou-se na estufa por 24h para a visualização de coliformes. 5. RESULTADO E DISCUSÃO As Placas de Petri foram observadas após 24h, não ocorreu crescimento de colônias bacterianas. As mãos e a superfíciena qual foram coletadas as amostras não foram limpas nem sanitizadas anteriormente, acredita-se que o crescimento não ocorreu devido algum erro na preparação do ágar ou na estufa. As placas inoculadas com amostras coletadas na superfície das mãos investigavam se iria ocorrer o crescimento de colônias de bactérias coliformes totais e fecais, é comum a presença desse tipo de microrganismo nas mãos o que demonstra a necessidade de um controle de higiene em ambientes onde ocorre a manipulação de alimentos. O manipulador é fundamental quando se trata da segurança dos alimentos, pois, em contato com os mesmos, da origem até o momento da comercialização, pode se tornar um transmissor viável de agentes patogênicos de doenças alimentares, quando falhas e erros são cometidos. O ser humano também possui potente capacidade para veicular patógenos de pessoa a pessoa, com graves riscos à saúde. A contaminação dos alimentos durante a manipulação é um fato quando medidas higiênico sanitárias não são adotadas e as condições ambientais são insatisfatórias para sua manipulação. Boas Práticas de Fabricação são requisitos importantes a fim de garantir a segurança e a qualidade dos alimentos, com reflexos na saúde do consumidor (MEDEIROS, ET AL, 2015). MEDEIROS, ET AL, em 2015, realizou testes bacteriológicos nas mãos de trabalhadores da cozinha do restaurante da Universidade Federal do Rio, foi coletada amostras das mãos e de epis durante diferentes momentos da preparação dos alimentos, o resultado foi positivo para coliformes totais e fecais o artigo no qual tal pesquisa é descrita ele cita outros pesquisadores que também avaliaram outros ambientes de preparação de alimentos e que tiveram uma resposta bacteriológica parecida. Tartler e Fortuna, em pesquisa que avaliou a qualidade microbiológica de mãos e luvas de manipuladores de alimentos, também obtiveram elevado índice de contaminação por coliformes totais e termotolerantes. Ribeiro et al., também obtiveram resultados inadequados na análise da qualidade bacteriológica das mãos de manipuladores de alimentos em restaurante comercial, para a presença das bactérias pesquisadas, coliformes totais, 1,1 x 10³ NMP/ mão a 2,4 x 105 NMP/mão, coliformes fecais, variando de 2,3 x 10¹ NMP/mão a 4,6 x 104 NMP/mão e Staphylococcus coagulase positiva, 1,3 x 104 UFC/mão a 2,6 x 104 UFC/mão ( MEDEIROS, ET AL). A amostra da superfície da bancada do laboratório de microbiologia analisava se ocorreria o crescimento de microrganismos mesófilos para que fosse feita a contagem de UFC por cm². Para Andrade e Macêdo (1996), os equipamentos e utensílios com higienização deficiente têm sido responsáveis, isoladamente ou associados a outros fatores, por surtos de doenças de origem alimentar ou por alterações de alimentos processados. Para Freitas (1995) há relatos de que utensílios e equipamentos contaminados participam do aparecimento de aproximadamente 16% dos surtos. Assim, cortadores de frios, cortadores de legumes, bandejas, pratos, talheres, tabuleiros, placas de manipulação, amaciadores de carne, entre outros, devem passar constantemente por uma avaliação microbiológica para controle da eficiência do procedimento de higienização, evitando-se a contaminação dos alimentos produzidos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2004), para garantir a qualidade do alimento, as boas práticas em locais onde se vendem refeições devem abranger quesitos higiênico-sanitários que correspondem: a manutenção e a higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios; o controle da água de abastecimento, dos vetores transmissores de doenças e de pragas urbanas; a capacitação dos profissionais; a supervisão da higiene e saúde dos manipuladores e o manejo correto de resíduos. (PINHEIRO, ET AL, 2010) Estudos sobre a presença de mesófilos em superfícies, equipamentos e utensílios de ambientes onde ocorre a preparação de alimentos mostra a importâncias de uma correta higienização desses locais e controle para evitar a contaminação alimentar. Um estudo realizado em um restaurante de uma universidade do estado de Minas Gerais avaliou-se a contaminação em utensílios e equipamentos para a presença da bactéria B. cereus, foi detectada em 38,3% do total de amostras analisados. Este microrganismo também foi detectado por Silva Jr. E Martins14 em 23% dos moedores de carne, 20% dos copos de batedeira, 12% das facas de cozinha, 25% das espátulas, 11% das escumadeiras, 14% das conchas e 14% das pás, dentre os diferentes tipos de equipamentos e utensílios avaliados a partir de cozinhas industriais de São Paulo. Foi observada desde a não detecção do microrganismo até valores de 5,7x102 UFC/cm2, sendo as contagens mais elevadas obtidas a partir de amostras de utensílios do setor de distribuição (Tabela1). Uma vez que a legislação brasileira não estabelece limites para a contagem do microrganismo em superfícies de processamento de alimentos, utilizou-se como referência para análise dos resultados obtidos a recomendação de Silva Jr., que é a ausência desse microrganismo em 50 cm2 da amostra. Verificouse que 38,3% das amostras de utensílios e equipamentos analisados não atendiam a essa recomendação. (MENDES, ET AL, 2008) 6. CONCLUSÃO As análises realizadas não indicaram contaminação bacteriana nas amostras de mão e superfícies analisadas, acredita-se que falhas no meio de cultura possa ser a causa desse resultado já que não ocorreu nas superfícies e mãos analisadas a correta higienização anterior a coleta. 7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada RDC n° 216, de 15 de setembro de 2004. Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Diário Oficial da União, 16 de setembro de 2004. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/. Acesso em: 29 jul. 2018. MEDEIROS, M.G.A. CARVALHO, L.R. FRANCO, R.M. Percepção sobre a higiene dos manipuladores de alimentos e perfil microbiológico em restaurante universitário. Universidade Federal Fluminense. Niterói 25 de jun de 2015. MENDES, R.A. COELHO, A.I.M. AZEREDO, R.M.C.A. Contaminação por Bacillus cereus em superfícies de equipamentos e utensílios em unidade de alimentação e nutrição. Belo Horizonte. 22 de set de 2008. ORGANIZÁCION MUNDIAL DE LA SALUD - OMS. Inocuidad de los alimentos. Disponível em: https://www.who.int/es/news-room/factsheets/detail/food-safety. Acesso em: 30 abr. 2020. PINHEIRO, M. B. WADA, T.C. PEREIRA, C.A.M. Análise microbiológica de Tábuas de Manipulação de uma Instituição de Ensino Superior em São Carlos, SP. Rev. Simbio-Logias, v.3, n.5, Dez/2010. SILVA, N da.; JUNQUEIRA, V. C. A.; SILVEIRA, N. F. A.; TANIWAKI, M. H.; GOMES, R. A. R.; OKAZAKI, M. M.. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. São Paulo: Editora Blucher, 2017. 560p. SIQUEIRA, R. S. Manual de microbiologia de alimentos. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agroindustrial de Alimentos – CTAA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, 1995. SOUZA, G. C de.; SANTOS, C. T. B dos.; ANDRADE, A. A.; ALVES, L. Comida de rua: avaliação das condições higiênico sanitárias de manipuladores de alimentos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 8, p. 2329-2338, 2015.
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