Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
1 PRÁTICA TRABALHISTA Atualizada em 19.01.2019 2 SUMÁRIO 1 – EXAME DE ORDEM: 2ª FASE .............................................................. 6 1.1 – Quem pode prestar .......................................................................... 6 1.2 – Escolha da área da 2ª fase do Exame............................................. 6 1.3 – Peças mais cobradas na OAB em Direito do Trabalho ................. 10 1.4 – Material de apoio e cuidados durante a prova ............................... 11 2 – ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ................................ 15 3 – COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO ............. 20 4 – COMPETÊNCIA RELATIVA TERRITORIAL ...................................... 28 5 – PRINCIPAIS DIREITOS TRABALHISTAS .......................................... 29 6 – TABELA DE INCIDÊNCIA DE INSS, FGTS E IRRF ........................... 37 7 – PRINCIPAIS PRAZO NO CONTRATO DE TRABALHO .................... 39 8 – PROCEDIMENTOS (RITOS) TRABALHISTAS .................................. 41 8.1 – Procedimento sumário ................................................................... 41 8.2 – Procedimento sumaríssimo ........................................................... 42 8.3 – Procedimento ordinário.................................................................. 46 9 – CUSTAS PROCESSUAIS ................................................................... 48 10 - PETIÇÃO INICIAL .............................................................................. 54 10.1 - A entrevista .................................................................................. 54 10.2 – Contrato de honorários ................................................................ 58 10.3 – Procuração e declaração de pobreza .......................................... 64 10.4 – Documentos necessários ............................................................ 71 10.5 – Modalidades ................................................................................ 72 10.5.1 – Petição inicial verbal .............................................................. 73 10.5.2 – Petição inicial escrita ............................................................. 74 10.6 – Distribuição da ação e citação ..................................................... 85 10.7 – Modelo de petição inicial ............................................................. 86 10.8 – Petição inicial com tutelas de urgência e evidência ..................... 93 10.9 – Exercício .................................................................................... 102 11 - FLUXOGRAMA DO PROCEDIMENTO TRABALHISTA EM DISSÍDIO INDIVIDUAL ....................................................................................................... 103 12 – RESPOSTAS DO RECLAMADO .................................................... 104 12.1 – Forma de apresentação............................................................. 104 3 12.2 – Exceção ..................................................................................... 105 12.3 – Reconvenção ............................................................................. 111 12.4 – Contestação .............................................................................. 113 12.4.1 – Defesa indireta – questões preliminares ............................. 114 12.4.2 – Defesa indireta do mérito .................................................... 117 12.4.3 – Defesa do mérito ................................................................. 122 12.4.4 – Teses possíveis como matéria de defesa ........................... 124 12.5 – Modelo de contestação.............................................................. 128 12.6 – Exercício .................................................................................... 143 13 – AUDIÊNCIA ..................................................................................... 144 13.1 - Teoria ......................................................................................... 144 13.2 – Audiência simulada ................................................................... 162 14 – SENTENÇA ..................................................................................... 178 14.1 – Teoria ........................................................................................ 178 14.2 – Redigindo a sentença ................................................................ 184 14.3 – Modelo de sentença .................................................................. 190 14.4 – Exercício .................................................................................... 198 15 – QUADRO RECURSOS .................................................................... 199 16 – PRESSUPOSTOS E EFEITOS DOS RECURSOS.......................... 200 17 – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ................................................... 209 17.1 – Teoria ........................................................................................ 209 17.2 – Modelo de embargos de declaração ......................................... 212 17.3 – Exercício .................................................................................... 214 18 – RECURSO ORDINÁRIO ................................................................. 215 18.1 – Teoria ........................................................................................ 215 18.2 – Modelo de recurso ordinário ...................................................... 219 18.3 – Exercício .................................................................................... 223 19 – Agravo de Instrumento .................................................................. 224 19.1 – Teoria ........................................................................................ 224 19.2 – Modelo de agravo de instrumento ............................................. 227 19.3 – Exercício .................................................................................... 232 20 – Recurso de Revista ........................................................................ 233 20.1 – Teoria ........................................................................................ 233 20.2 – Modelo de recurso de revista .................................................... 243 4 20.3 – Exercício .................................................................................... 252 21 – Embargos no Tribunal Superior do Trabalho .............................. 253 21.1 – Teoria ........................................................................................ 253 21.2 – Modelo de Embargos no Tribunal Superior do Trabalho ........... 256 21.3 – Exercício .................................................................................... 265 22 – Recurso Extraordinário ................................................................. 266 22.1 – Teoria ........................................................................................ 266 22.2 – Modelo de recurso extraordinário .............................................. 273 22.3 – Exercício .................................................................................... 278 23 – LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO... 279 23.1 – Execução provisória .................................................................. 280 23.2 – Execução definitiva .................................................................... 282 23.3 – Liquidação ................................................................................. 282 23.4 – Citação, penhora e avaliação .................................................... 298 23.5 – Impugnação pelo exequente à sentença de liquidação ............. 304 23.6 – Suspensão e extinção da execução .......................................... 304 23.7 – Praça e leilão ............................................................................. 305 23.8 – Incidente de desconsideração da personalidade jurídica .......... 306 23.9 – A lei de falências e os créditos trabalhistas ............................... 314 23.10 – Embargos à execução ............................................................. 318 23.10.1 - Teoria ................................................................................. 318 23.10.2 – Modelo de embargos a execução ..................................... 319 23.10.3 – Exercício............................................................................ 324 23.11 – Exceção de pré-executividade ................................................. 325 23.11.1 - Teoria ................................................................................. 325 23.11.2 - Modelo de exceção de pré-executividade .......................... 329 23.11.3 – Exercício............................................................................ 334 23.12 – Embargos de terceiro .............................................................. 335 23.12.1 - Teoria ................................................................................. 335 23.12.2 - Modelo de embargos de terceiro ........................................ 339 23.12.3 – Exercício............................................................................ 343 23.13 – Agravo de petição .................................................................... 344 23.13.1 - Teoria ................................................................................. 344 23.13.2 - Modelo de Agravo de petição ............................................. 347 5 23.13.3 – Exercício............................................................................ 351 24 – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO ... 352 24.1 – Introdução .................................................................................. 352 24.2 – Ação rescisória .......................................................................... 352 24.3 – Ação de consignação em pagamento ....................................... 355 24.4 – Mandado de segurança ............................................................. 357 24.5 – Homologação de acordo extrajudicial ........................................ 358 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 360 6 1 – EXAME DE ORDEM: 2ª FASE 1.1 – Quem pode prestar A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado, nos termos do art. 8º, IV, da Lei 8.906/1994. De acordo com o item 1.4.3 do Edital de Abertura do exame XXVII, podem prestar o Exame de Ordem: Poderão realizar o Exame de Ordem os estudantes de Direito que, comprovem estar matriculados nos últimos dois semestres ou no último ano do curso de graduação em Direito no segundo semestre de 2018. Portanto, é requisito para prestar o exame: - Estar nos dois últimos semestres; ou, - Estar matriculado no último ano da graduação no primeiro (ou segundo, a depender da edição) semestre do ano corrente. Portanto, no caso de as inscrições do Exame de Ordem estarem abertas no início do ano e o estudante não estiver devidamente matriculado em um dos últimos dois semestres ou no último ano da graduação até o fechamento do respectivo semestre em que o edital foi publicado, não poderá prestar o certame. 1.2 – Escolha da área da 2ª fase do Exame A primeira fase do Exame de Ordem consiste na aplicação de uma prova objetiva com oitenta questões sobre áreas estudadas durante a formação do bacharel. Todas elas têm o mesmo peso e valem um ponto. O candidato deve acertar pelo menos metade da prova para seguir para a próxima fase. Na segunda etapa, o candidato realizará uma prova discursiva que conta com uma peça prático-processual do cotidiano da advocacia e mais quatro questões abertas. 7 Como essa é uma etapa com foco muito mais definido, é preciso escolher uma entre as sete disciplinas disponíveis ainda no ato da inscrição. São elas: Direito Administrativo; Direito Civil; Direito Constitucional; Direito Empresarial; Direito Penal; Direito do Trabalho; Direito Tributário. A segunda prova vale dez pontos: cinco para a redação da peça prático- profissional e outros cinco pontos diluídos entre as questões discursivas que trazem situações-problema exemplificativas da vida do operador do Direito. Para a realização da segunda fase do certame, é permitida a consulta à legislação seca, sem comentários ou anotações. Nessa etapa, são cobradas leis e súmulas atualizadas, lançadas até a data de publicação do edital da prova. É aprovado quem obtiver pontuação igual ou superior a seis, sendo que a prova prático-profissional vale 6,00 (seis) pontos e cada uma das quatro questões vale 1,25 (um e vinte e cinco) pontos. É importante saber que, caso o candidato seja classificado na primeira etapa do certame e não consiga pontuação suficiente na segunda, ele não será aprovado. Porém, é possível aproveitar o resultado obtido para o próximo Exame de Ordem, caso em que será realizada apenas a prova dissertativa, sem necessidade de repetir a primeira fase. O candidato deve optar pela disciplina logo ao realizar sua inscrição, motivo pelo qual já deve pensar bem para tomar uma decisão consciente, antes mesmo de saber se de fato realizará a prova prático-profissional. Leve em consideração sua familiaridade com o assunto Durante os anos da graduação, você certamente se deparou com matérias preferidas e assuntos com os quais teve maior facilidade de aprendizado. Fazer uma autoanálise e compreender quais são essas disciplinas é essencial para uma escolha consciente. 8 Escolher uma disciplina que não é do seu interesse, iludindo-se ao pensar que ela é mais fácil ou “menos complicada” que as outras, pode ser um grande equívoco, que acabará acarretando sua reprovação. Afinal, é muito mais agradável resolver uma prova que aborde temas que são do seu interesse do que se deparar com questões que não são familiares. Escolha a área na qual pretende atuar no futuro A própria prova serve como um treinamento para questões que os candidatos deverão resolver durante a sua atuação profissional como advogados. É uma forma de verificar se eles estão realmente aptos a exercer esse ofício tão essencial à aplicação do Direito. Ou seja, como o Exame de Ordem pretende antecipar situações que o advogado passará a vivenciar em seu dia a dia, vale apostar naquela área com a qual você não apenas possui afinidade intelectual mas também em que você efetivamente pretende trabalhar. Opte pela disciplina cujo sistema processual você domina Não é nenhuma surpresa dizer que, no Direito, existem diversos sistemas processuais diferentes, como o penal, civil ou trabalhista. Ainda que todos eles tenham alguns elementos em comum, o que mais nos interessa são as suas peculiaridades. Durante os estudos jurídicos, é comum que alguns estudantes tenham mais facilidade com um sistema processual do que com outros, e isso é de extrema importância na escolha da área para a segunda fase da OAB. Escolher uma disciplina cujo sistema processual você domina pode ser um fator determinante na sua aprovação. Ainda mais porque, muitas vezes, a prova cobra questões que exigem um conhecimento minucioso do assunto, como contagem de prazo ou tipos de recursos processuais cabíveis em cada caso. Analise o seu histórico acadêmico Analise a sua nota média em cada disciplina e verifice em quais delas você se saiu melhor. Por exemplo, se você tem um alto rendimento em Direito Penal, enquanto suas notas em Direito do Trabalho não estão tão boas assim, é de se esperar que você tenha mais facilidade com a primeira disciplina do que com a segunda. 9 Considere sua facilidade em se aprofundar nas questões Uma importante atitude é analisar a sua capacidade de retenção de informação quanto às matérias elencadas como possíveis escolhas para a segunda fase do exame. Por mais que uma disciplina seja do seu interesse, é muito comum sentir dificuldade em memorizar os assuntos relacionados a ela. Considere sua vivência nas disciplinas oferecidas A vivência deve ser um fator importante no momento de escolher a disciplina certa na segunda etapa: quanto mais o candidato tiver experiência, melhor ele entenderá os processos da área e maior será seu domínio sobre a prática do assunto. Se você já fez estágio em um escritório de advocacia ou em um órgão público, é muito provável que tenha adquirido bastante conhecimento sobre a área em que atuou. Afinal, quando aplicamos a teoria na prática, somos capazes de ampliar exponencialmente o nosso aprendizado. Diante disso, é interessante escolher uma disciplina com a qual você já tenha obtido alguma vivência profissional. Os casos vivenciados podem ser parecidos com os apresentados na segunda fase, oferecendo uma excelente base para que você responda corretamente às questões e elabore a peça processual com perfeição. Esteja atento ao índice de aprovação nos últimos anos A OAB constantemente libera dados e estatísticas referentes a seus exames, como número de aprovados em cada uma das fases, aprovados em cada disciplina e até mesmo reprovados em repescagem. Saber quais matérias têm maior índice de aprovação pode influenciar sua tomada de decisão, confirmando palpites e impressões iniciais. Prefira não mudar de área em novas tentativas É mais comum do que se imagina um candidato ser aprovado na primeira fase e reprovado na segunda, motivo pelo qual vai para a repescagem, aproveitando o resultado da primeira etapa no próximo Exame da Ordem a ser realizado. Nesse caso, o mais indicado é que o candidato mantenha a opção de disciplina escolhida no exame anterior. Afinal, ele já terá maior domínio sobre o assunto e não terá que começar mais uma vez do zero. 10 Além disso, é possível analisar quais foram seus erros e acertos, direcionando os estudos justamente para os pontos em que teve desempenho mais fraco na prova. Por já ter passado pelo exame uma vez, o candidato já sabe como funciona e, assim, tem uma noção do que o espera na segunda tentativa. (fonte:https://www.saraivaaprova.com.br/5-dicas-para-escolher-a-disciplina-certa- na-segunda-fase-da-oab/) 1.3 – Peças mais cobradas na OAB em Direito do Trabalho Umas das vantagens da escolha da área trabalhista é que, em regra, a OAB cobra as peças processuais tradicionais: petição inicial, contestação e recurso ordinário. Note, no quadro abaixo, a incidência repetitiva das peças: Exame de Ordem de 2007.1 até XXVI Peça Incidência Contestação 19 Recurso ordinário 15 Petição Inicial - reclamação trabalhista 10 Ação de consignação em pagamento 2 Embargos de terceiro 2 Embargos à execução 1 XXVI Exame de Ordem – Recurso Ordinário XXV Exame de Ordem – Contestação e Reconvenção XXIV Exame de Ordem – Recurso Ordinário XXIII Exame de Ordem – Contestação XXII Exame de Ordem – Petição Inicial XXI Exame de Ordem – Recurso Ordinário XX Exame de Ordem – Petição Inicial XIX Exame de Ordem – Recurso Ordinário XVIII Exame de Ordem – Contestação XVII Exame de Ordem – Contestação XXVI Exame de Ordem – Recurso Ordinário XXV Exame de Ordem (reaplicação Porto Alegre/RS) – Recurso Ordinário XXV Exame de Ordem – Contestação e Reconvenção XXIV Exame de Ordem – Recurso Ordinário XXIII Exame de Ordem – Contestação XXII Exame de Ordem – Petição Inicial XXI Exame de Ordem – Recurso Ordinário 11 XX Exame de Ordem – Petição Inicial XX Exame de Ordem – (reaplicação Porto Velho/RO) Contrarrazões ao Recurso Ordinário XIX Exame de Ordem – Recurso Ordinário XVIII Exame de Ordem – Contestação XVII Exame de Ordem – Contestação XVI Exame de Ordem – Recurso Ordinário XV Exame de Ordem – Recurso Ordinário XIV Exame de Ordem – Reclamação Trabalhista XIII Exame de Ordem – Opção 1: Embargos de terceiro XIII Exame de Ordem – Opção 2: Embargos à Execução XII Exame de Ordem – Reclamação Trabalhista XI Exame de Ordem – Contestação X Exame de Ordem – Ação de Consignação em Pagamento IX Exame de Ordem – Recurso Ordinário VIII Exame de Ordem – Contestação VII Exame de Ordem – Recurso Ordinário VI Exame de Ordem – Contestação V Exame de Ordem – Contestação IV Exame de Ordem – Contestação 2010.3 (FGV) – Recurso Ordinário 2010.2 (FGV) – Contestação 2010.1 (Cespe/UnB) – Contestação 2009.3 (Cespe/UnB) – Reclamação trabalhista sob rito ordinário 2009.2 (Cespe/UnB) – Opção 1: Ação de consignação em pagamento 2009.2 (Cespe/UnB) – Opção 2: Reclamação Trabalhista cumulada com pedido de consignação em pagamento 2009.1 (Cespe/UnB) – Recurso Ordinário 2008.3 (Cespe/UnB) – Reclamação Trabalhista cumulada com pedido de Indenização por Danos Morais 2008.2 (Cespe/UnB) – Contestação 2008.1 (Cespe/UnB) – Contestação 2007.3 (Cespe/UnB) – Contestação 2007.2 (Cespe/UnB) – Reclamação trabalhista 2007.1 (Cespe/UnB) – Contestação 1.4 – Material de apoio e cuidados durante a prova No dia da prova é recomendável que se leve apenas o necessário. 12 Leve caneta esferográfica (azul ou preta) em material transparente, documento original com foto original recente. Vejamos o que diz o edital: Serão considerados documentos de identidade: carteiras expedidas pelos Comandos Militares, pelas Secretarias de Segurança Pública, pelos Institutos de Identificação e pelos Corpos de Bombeiros Militares; carteiras expedidas pelos órgãos fiscalizadores de exercício profissional (ordens, conselhos etc.); passaporte; certificado de reservista; carteiras funcionais do Ministério Público; carteiras funcionais expedidas por órgão público que, por lei federal, valham como identidade; carteira de trabalho; carteira nacional de habilitação (somente o modelo com foto). Nenhum eletrônico poderá ser utilizado, sob pena de eliminação do exame. Se levar o celular, lembre de avisar o fiscal da sala para que coloque em um saco plástico lacrado. Vejamos o que diz o edital: Será eliminado do Exame o examinando que, durante a realização das provas, for surpreendido portando aparelhos eletrônicos, tais como bipe, walkman, agenda eletrônica, notebook, netbook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, máquina fotográfica, protetor auricular, MP3, MP4, controle de alarme de carro, pendrive, fones de ouvido, Ipad, Ipod, Iphone etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, borracha e/ou corretivo de qualquer espécie. Na segunda fase, é permitida consulta aos seguintes materiais: • Legislação não comentada, não anotada e não comparada. • Códigos, inclusive os organizados que não possuam índices estruturando roteiros de peças processuais, remissão doutrinária, jurisprudência, informativos dos tribunais ou quaisquer comentários, anotações ou comparações. • Súmulas, Enunciados e Orientações Jurisprudenciais, inclusive organizados, desde que não estruturem roteiros de peças processuais. 13 • Leis de Introdução dos Códigos. • Instruções Normativas. • Índices remissivos, em ordem alfabética ou temáticos, desde que não estruturem roteiros de peças processuais. • Exposição de Motivos. • Regimento Interno. • Resoluções dos Tribunais. • Simples utilização de marca texto, traço ou simples remissão a artigos ou a lei. • Separação de códigos por clipes. • Utilização de separadores de códigos fabricados por editoras ou outras instituições ligadas ao mercado gráfico, desde que com impressão que contenha simples remissão a ramos do Direito ou a leis. As remissões a artigo ou lei são permitidas apenas para referenciar assuntos isolados. Quando for verificado pelo fiscal que o examinando se utilizou de tal expediente com o intuito de burlar as regras de consulta previstas neste edital, formulando palavras, textos ou quaisquer outros métodos que articulem a estrutura de uma peça jurídica, o uso do material será impedido, sem prejuízo das demais sanções cabíveis ao examinando. Contudo, são vedados os seguintes materiais / procedimentos: Códigos comentados, anotados, comparados ou com organização de índices estruturando roteiros de peças processuais. Jurisprudências. Anotações pessoais ou transcrições. Cópias reprográficas (xerox). Utilização de marca texto, traços, símbolos, post-its ou remissões a artigos ou a lei de forma a estruturar roteiros de peças processuais e/ou anotações pessoais. Utilização de notas adesivas manuscritas, em branco ou impressas pelo próprio examinando. 14 Utilização de separadores de códigos fabricados por editoras ou outras instituições ligadas ao mercado gráfico em branco. Impressos da Internet. Informativos de Tribunais. Livros de Doutrina, revistas, apostilas, calendários e anotações. Dicionários ou qualquer outro material de consulta. Legislação comentada, anotada ou comparada. Súmulas, Enunciados e Orientações Jurisprudenciais comentados, anotados ou comparados. Em hipótese alguma o examinando deverá criar dados (exemplo: inventar um nome para o reclamante e/ou reclamada) e assinar a peça. Tais expedientes representam identificação do examinando, que será eliminado do certame. O examinando deverá escrever o nome do dado seguido de reticências (exemplo: “Município…”, “Data…”, “Advogado…”, “OAB…”, etc.). Tente não rasurar a folha de respostas, fazendo uso do rascunho antes da transcrição da resposta final. Lembre-se que não terá a disposição uma segunda via da folha de respostas. Erros com a língua portuguesa são inaceitáveis e custam preciosos pontos. Controle o tempo (5h00). 15 2 – ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO Supremo Tribunal Federal STJ Tribunal Superior do Trabalho TSE STM TJ / TA TRF Tribunal Regional do Trabalho TRE Juiz de Direito Juiz Federal Vara de Trabalho Junta Eleitoral Auditoria Justiça Comum Justiça Especial Estadual Federal Trabalho Eleitoral Militar De acordo com o art. 111 da Constituição Federal, a Justiça do Trabalho é composta dos seguintes órgãos: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juízes do Trabalho. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO O Tribunal Superior do Trabalho é órgão de jurisdição nacional, que tem sua competência definida na Lei 7.701/88 e no seu Regimento Interno, conforme ditames gerais estabelecidos pela da Constituição Federal. Sua principal função é uniformizar a jurisprudência trabalhista. É um tribunal que julga recursos de revista, recurso ordinário e agravo de instrumento contra decisões dos Tribunais Regional do Trabalho, e dissídios coletivos de categorias organizadas em âmbito nacional, como bancários, aeronautas, aeroviários, petroleiros, entre outros. Aprecia, ainda, dentre outras ações, mandados de segurança, embargos opostos as suas decisões e ações rescisórias. A EC 45/2004 vincula ao Tribunal Superior do Trabalho também o Conselho da Justiça do Trabalho, que exerce a supervisão administrativo- financeira dos órgãos de grau inferior, e cujas decisões têm caráter vinculante. 16 Nos termos do art. 111-A da Constituição Federal, o TST é composto de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. O TST é composto pelos seguintes órgãos: Tribunal Pleno, Seção Especializada em Dissídios Individuais e Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Tribunal Pleno – órgão composto por todos os ministros, tendo atribuição, dentre outras, de dar posse aos membros eleitos para os cargos de direção e aos ministros nomeados para o Tribunal. No pleno são votadas as súmulas do Tribunal Superior do Trabalho. Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) – consolida a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho em demandas individuais que chegam ao conhecimento do Tribunal em grau de recurso. Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) – também restrita à uniformização de jurisprudência em matéria oriunda de reclamação individual, consolida a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho nos temas que são de sua competência originária, a exemplo de mandado de segurança, ação rescisória, ação cautelar etc. A competência das SDIs está prevista no artigo 3.º da Lei 7.701/88 e no artigo 73 do RITST. Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) – tem por missão sedimentar a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho em matéria de dissídios coletivos. A jurisprudência uniformizada pelas Seções de Dissídios Individuais e Coletivos recebe o nome de orientação jurisprudencial. Há, entretanto, ainda em vigência, alguns precedentes normativos exclusivamente na SDC, oriundos do período anterior à implementação das orientações jurisprudenciais. O endereço eletrônico do Tribunal Superior do Trabalho é www.tst.gov.br: 17 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO A competência de cada Tribunal Regional do Trabalho é definida em lei federal. No plano da competência absoluta (material, funcional e em razão das pessoas), não há distinção entre os Tribunais Regionais do Trabalho. Há, por razões de ordem lógica e de política judiciária, distinção no que tange à competência territorial, de modo que cada qual julgará nos limites de sua região que, em alguns casos, compreende mais de um Estado da Federação (8ª, 10ª, 11ª e 14ª regiões) e, em outros, compreende parte de um Estado, como a 2ª e a 15ª regiões, caso específico em que as lides de extensão estadual, por força de lei federal, serão julgadas pelo Tribunal Regional do Trabalho com sede na cidade de São Paulo (2ª região). Em regra, os Tribunais Regionais do Trabalho julgam recursos ordinários de decisões de Varas do Trabalho, agravos de instrumento, ações ordinárias (dissídios coletivos cuja extensão da lide não ultrapasse sua esfera de jurisdição, mandados de segurança, ações rescisórias de decisões suas ou das Varas do Trabalho etc.) 18 JUÍZES DO TRABALHO Desde o advento da EC 24/99, os órgãos de base da Justiça do Trabalho são as Varas do Trabalho, compostas por juízes singulares. Esses órgãos vieram em substituição às Juntas de Conciliação e Julgamento, órgãos colegiados, formados por um juiz-presidente togado e dois juízes classistas temporários, representantes dos empregados e dos empregadores. Hoje, com o fim da representação classista, a feição das Varas do Trabalho em muito se assemelha à das Varas Cíveis, sendo formadas por um juízo monocrático, singular, que tanto pode ser o Juiz titular da Vara do Trabalho quanto o Juiz do Trabalho substituto. O endereço eletrônico do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região é: www.trt15.jus.br. Nele é possível consultar os processos de 1ª instância: 19 Secretaria da Vara: Cada Vara do Trabalho terá uma secretaria sob a direção de funcionário que o Presidente designar, para exercer a função de Chefe de Secretaria, atualmente denominado Diretor de Secretaria. O Diretor de Secretaria receberá além dos vencimentos correspondentes ao seu padrão, a gratificação de função fixada em lei. O Tribunal Superior do Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho também contam com os serviços auxiliares de uma Secretaria. As secretarias dos órgãos da Justiça do Trabalho têm como funções a execução das medidas destinadas a dar andamento aos processos, o fornecimento de informações e de certidões aos interessados, a guarda dos processos, a realização de todas as diligências que tenham sido determinadas pelos juízes, dentre outras. 20 3 – COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO Na Justiça do Trabalho a competência material está determinada no art. 114 da Constituição Federal que trata da competência em razão da matéria e da pessoa também. Art. 114 da Constituição Federal: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve; III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.102, I, o; VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir. Relação de Trabalho - O inciso I do art. 114 da Constituição Federal estabelece: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Da leitura do dispositivo em tela, vê-se a menção à expressão “relação de trabalho”. Relação de trabalho é a relação jurídica entre o trabalhador e o prestador de serviços, que pode ser física ou intelectual, com ou sem remuneração. Contrato de trabalho é o negócio jurídico firmado entre empregado e empregador sobre condições de trabalho. 21 A relação de trabalho é o gênero do qual a relação de emprego é uma espécie. Assim, há relação de emprego quando uma pessoa física ou natural, pessoalmente e de forma não eventual, por pagamento de salário e sob subordinação executa seus serviços ao empregador. O Presidente do Supremo Tribunal Federal concedeu liminar na ADIn nº 3.395, proposta pela Associação dos Juízes Federais do Brasil, suspendendo toda e qualquer interpretação que possa tornar a Justiça do Trabalho competente para julgar os conflitos de servidores estatutários. A justificativa apontada na mencionada decisão é que “não há que se entender que justiça trabalhista, a partir do texto promulgado, possa analisar questões relativas aos servidores públicos. Essas demandas vinculadas a questões funcionais a eles pertinentes, regidos que são pela Lei nº 8.112/90 e pelo direito administrativo, são diversas dos contratos de trabalho regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho”. Em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público estatutário, este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. Também não poderá demandar na Justiça do Trabalho o servidor contratado pelo ente público, temporariamente, por regime especial previsto em lei municipal ou estadual, à luz dos artigos 114 e 37, IX, da Constituição Federal, pois toda contratação temporária apresenta índole administrativa, se previsto regime especial em lei própria. Direito de Greve – O inciso II do art. 114 da Constituição Federal faz referência as ações que envolvam o exercício do direito de greve. É qualquer ação, inclusive o dissídio coletivo. Englobam ações de responsabilidade civil propostas pelo empregador contra o sindicato para reparar os prejuízos causados durante a greve considerada abusiva. Como o inciso II do art. 114 da Lei Maior é amplo ao mencionar ações que envolvam o exercício do direito de greve, a Justiça do Trabalho tem competência para examinar questões que digam respeito à manutenção ou reintegração de posse (art. 560 do Código de Processo Civil) do estabelecimento durante a greve, o interdito proibitório (art. 567 do Código de Processo Civil), que também decorre da relação de trabalho, pois a Lei Magna não faz qualquer ressalva. Danos morais e materiais decorrentes do exercício do direito de greve também serão de competência da Justiça do Trabalho. As ações citadas serão de competência do primeiro grau. 22 Representação Sindical – O inciso III do art. 114 da Constituição dá competência à Justiça do Trabalho para resolver questões sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores. O artigo 8º, inciso II, da Constituição Federal veda a criação de mais de uma entidade sindical representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial. Por essa razão, é comum que entidades sindicais proponham ações buscando a declaração de sua legitimidade para representar a categoria. Habeas Corpus – O inciso IV do art. 114 da Constituição dá competência à Justiça do Trabalho para julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. Conflito de Competência – O inciso V do art. 114 da Constituição dá competência à Justiça do Trabalho para dirimir conflito de competência entre varas e/ou tribunais regionais do trabalho, vale dizer, conflito de competência entre órgãos de jurisdição laboral, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir tais conflitos. Dano Moral ou Patrimonial – O inciso VI do art. 114 da Constituição dá competência à Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. Sergio Pinto Martins aduz que: Verifica-se uma corrente que entende pela competência da Justiça do Trabalho para analisar questões de danos morais, se a questão decorre do contrato de trabalho. (...) A Justiça do Trabalho é competente para examinar o pedido de dano moral. Essa competência decorreria do fato de, apesar do dano ser civil, de responsabilidade civil prevista no Código Civil, a questão é oriunda do contrato de trabalho. Estaria, portanto, incluída essa competência no art. 114 da Constituição, que prevê que controvérsias entre empregado e empregador ou controvérsias decorrentes da relação de trabalho são de competência da Justiça do Trabalho. (...) É preciso fazer distinção do dano moral ocorrido, para fins inclusive de se verificar a competência da Justiça do Trabalho. Se a afirmação é decorrente do contrato e, por exemplo, foi proveniente da dispensa do trabalhador, 23 estamos diante da competência da Justiça do Trabalho. Deve-se verificar a quem foi imputada certa conduta negativa, se o foi a pessoa civil ou ao cidadão, como desonesto, ímprobo ou se ela foi endereçada ao empregado, chamando-o de desonesto. Se o empregado foi acusado de certa situação enquanto trabalhador que prestava serviços na empresa, a competência será da Justiça do Trabalho para apreciar a indenização decorrente de dano moral. 1 Nesse sentido, verificamos o teor da Súmula 392 do Tribunal Superior do Trabalho que dispõe: Nos termos do art. 114 da Constituição Federal/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho. Na ação em que se postule reparação por dano moral ou material contra o empregador, decorrente de acidente de acidente do trabalho, causado por dolo ou culpa do segundo, a competência será da Justiça do Trabalho, por decorrer da relação de emprego, independentemente de a norma ser aplicada ser de Direito Civil. O acidente do trabalho é originário da existência do contrato de trabalho. A Súmula Vinculante 22 do Supremo Tribunal Federal estabeleceu critério de transição: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar a ação de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes das relações de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004. DOU de 11/12/2009. 1 MARTINS, Sergio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 29 ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 118-119. 24 Podemos esquematizá-la da seguinte maneira: Vejamos um caso prático de indenização por danos morais cuja competência é da Justiça do Trabalho: - Numa determinada empresa, o chefe da área de vendas informa o ranking dos melhores empregados, ou seja, todos os empregados tinham a sua produtividade informada através de um quadro que ficava na empresa da sala da área de vendas. Durante as reuniões, alguns vendedores fazem piadas com um específico vendedor que sempre ficava na última posição no referido ranking, chamando-o pejorativamente de “Rubens Barrichello”. Note-se que os autores de tal piada eram igualmente vendedores, ou seja, os “pares” do empregado ofendido. O chefe desses vendedores jamais fez tal brincadeira e não aprovava que os demais assim o fizessem. 25 Vejamos um caso prático de acidente de trabalho cuja competência é da Justiça do Trabalho: - Um empregado trabalha no setor de fatiamento de queijos de uma fábrica, manuseando equipamento cortante. Quando admitido, ele foi treinado corretamente para o uso desse equipamento, inclusive quanto ao correto uso dos EPI’s (equipamentos de proteção individual). Ocorre que, num determinado dia, quando estava cortando pedaços de queijo, esse trabalhador executa um determinado movimento no exercício de suas funções, e perde uma parte do seu dedo. Penalidades Administrativas – O inciso VII do art. 114 da Constituição Federal dá competência à Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho. O Ministério do Trabalho fiscaliza administrativamente os empregadores e, se detectar irregularidades, aplica-lhes penalidades. A Justiça do Trabalho é competente para julgar as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Importante destacar que esses atos emanam de diversos órgãos do poder público, como a Delegacia Regional do Trabalho, o INSS, o Ministério do Trabalho e os auditores fiscais do trabalho e da previdência. Exemplos: a execução de multa aplicada pela fiscalização do trabalho ao empregador; conflito relativo à expedição de certidões negativas de débitos perante o INSS; o mandado de segurança que ataca ato de fiscalização de uma das autoridades administrativas citadas. Contribuições Previdenciárias - a Emenda Constitucional nº 45/2004 determinou no inciso VIII do art. 114 da Constituição a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar “a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes da sentença que proferir.” (...) A Justiça do Trabalho passa a ter competência para dizer sobre a incidência e a não-incidência da contribuição, pois quem executa a exação tem poderes para dizer sobre o que incide a contribuição. É a conclusão que se extrai 26 do inciso VIII do art. 114 da Lei Magna, embora este não seja expresso nesse sentido. O termo “sentenças” foi empregado no sentido amplo, ou seja, abrange tanto os provimentos judiciais que resolvem o processo com apreciação da lide quanto aqueles que simplesmente homologam termo de conciliação. O Supremo Tribunal Federal editou Súmula Vinculante determinando que não cabe à Justiça do Trabalho estabelecer, de ofício, débito de contribuição social para com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com base em decisão que apenas declare a existência de vínculo empregatício. Pela decisão, essa cobrança somente pode incidir sobre o valor pecuniário já definido em condenação trabalhista ou em acordo quanto ao pagamento de verbas salariais que possam servir como base de cálculo para a contribuição previdenciária. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 569056, interposto pelo INSS contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que negou pretensão do INSS para que também houvesse a incidência automática da contribuição previdenciária referente a decisões que reconhecessem a existência de vínculo trabalhista. Por unanimidade, aquele colegiado adotou o entendimento constante do item I, da Súmula 368 do TST, que disciplina o assunto. Vejamos a redação: Súmula Vinculante 53 - A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. É importante consignar que o art. 652 da CLT prevê a competência da Justiça do Trabalho, nos moldes do art. 114 da Constituição Federal. Após a Lei 13.467/2017 aludido artigo passou a prever a homologação de acordo extrajudicial: Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: (...) 27 f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. Os requisitos para exercício da nova competência da Justiça do Trabalho estão descritos no art. 855-B a 855-E da CLT e serão objeto de análise aprofundada no momento oportuno. 28 4 – COMPETÊNCIA RELATIVA TERRITORIAL A competência em razão do lugar (ex ratione loci) ou territorial é a determinada à Vara do Trabalho para apreciar os litígios trabalhistas no espaço geográfico de sua jurisdição. Cada Vara tem competência para examinar as questões que lhe são submetidas dentro de determinado espaço geográfico, que pode ser de um Município ou de alguns Municípios. A competência é estabelecida pela Lei Federal que cria a Vara. As regras quanto à competência em razão do lugar são disciplinadas pelo art. 651 da CLT e não pelo CPC (art. 769 da CLT). Não se observa, portanto, que a ação deve ser proposta no domicílio do réu. REGRA => Local da prestação de serviços – o caput do art. 651 da CLT dispõe sobre a regra geral para estabelecer a competência em razão do lugar onde a ação trabalhista será proposta. Assim, a ação trabalhista deve ser proposta no último local da prestação de serviços do empregado, ainda que o empregado tenha sido contratado em outra localidade ou no estrangeiro. Empregados Brasileiros laborando no Estrangeiro – art. 651 § 2º CLT – a ação deverá ser proposta perante a Vara onde o empregador tenha sede no Brasil, ou também onde o empregado foi contratado antes de ir para o exterior. Mesmo se o empregado for estrangeiro, a ação poderá ser aqui proposta, caso o obreiro tenha prestado serviços no Brasil, porém o critério a ser utilizado não é o do § 2º do art. 651 da CLT, mas o do caput do mesmo artigo: a regra geral é o empregado propor a ação no último local da prestação de serviços, ainda que contratado no estrangeiro. Empregados Viajantes – art. 651 § 1º CLT - a ação deve ser proposta na Vara da localidade em que o empregado é subordinado, pega pedidos e faz entregas, apresenta relatórios, participa de reuniões à agência ou filial. Não estando o empregado subordinado a agência ou filial, mas à matriz, por exemplo, será competente a Vara da qual o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 29 5 – PRINCIPAIS DIREITOS TRABALHISTAS 1 – aviso prévio indenizado (art. 7o, XXI da CF e 487 da CLT) – repercute nas férias e o 13o salário proporcionais além do FGTS (Enunciado 305 TST). A Lei nº 12.506/2011 proporcionou novo regramamento ao aviso prévio, estabelecendo que serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. 2 – 13o salário vencido e proporcional (art. 7o, VIII da CF e Lei no 4.090/62) – reflexo no FGTS; 3 – férias vencidas (art. 130 c/c 137 da CLT) e proporcionais acrescidas (§ único do art. 146 da CLT) de 1/3 (art. 7o XVII da CF); 4 – horas extras com acréscimo de 50% (art. 7o XIII e XVI da CF c/c art. 59 da CLT) - reflexo D.S.R., férias acrescidas de 1/3, 13o salário, FGTS, aviso prévio e multa de 40%. 5 – adicionais de periculosidade ou insalubridade (art. 193 e 192 da CLT) – reflexo em férias acrescidas de 1/3, 13o salário, FGTS + 40%, aviso prévio. Deve compor a base de cálculo das horas extras e adicional noturno; 6 – liberação do saldo do FGTS depositado acrescido da multa de 40% ou o depósito dos valores faltantes (Lei no 8.036/90); 7 – entrega das guias para saque do seguro-desemprego ou na impossibilidade, indenização equivalente (art. 7o II da CF, Orientação Jurisprudencial SDI-TST nº 210); 8 – multas dos artigos 467 e 477 § 8o da CLT; 9 – nulidade e conversão da justa causa em dispensa sem justa causa; 10 – reconhecimento do vínculo empregatício e sua anotação da CTPS (art. 29 da CLT); 11 – anotação da data de saída na CTPS (art. 29 da CLT); 12 – Contrato de trabalho: ao ser admitido por empresa todo empregado deve exigir cópia de seu contrato de trabalho (nele constará itens importantes como salário, horário de trabalho, função, etc.) e a carteira de trabalho devidamente assinada. O prazo que o empregador tem para assinar a carteira de trabalho e apresentar o contrato é de 48 (quarenta e oito) horas; 30 13 – Da alteração - art. 468 da CLT – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia; 14 – Contrato de experiência: Poderá ser no máximo de 90 (noventa) dias, e no mínimo 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por mais de uma vez, no mesmo período, desde que a soma dos dois não ultrapasse a 90 (noventa) dias. Exemplo: 45 + 45 dias. 15 – Assinatura do Ponto: Nos estabelecimentos com mais de 10 empregados é obrigatório a anotação da hora de entrada e saída, em registros manual, mecânico ou eletrônico (art. 74 § 1º da CLT), o qual deverá ser registrado pelo próprio empregado, proporcionando assim o recebimento correto de todos os seus proventos. 16 – Acidente de trabalho: Caso ocorra algum tipo de acidente com o empregado no seu local de trabalho durante sua jornada ou no percurso casa/empresa/casa, o mesmo deverá procurar a empresa e solicitar a abertura da CAT (Comunicação de acidente de trabalho). Os primeiros quinze dias de afastamento são pagos pela empresa. Se os 15 dias não forem suficientes para recuperação o empregado deverá solicitar o afastamento previdenciário. Agindo desta forma o empregado terá estabilidade de 1(um) ano quando de seu retorno ao trabalho. 17 – Indenização Adicional - Lei 7.238/84 - Demissão 30 dias antes da data base. Caso o empregado seja demitido, com aviso prévio indenizado, e se a projeção deste aviso terminar até 30 dias da data base, o mesmo fará jus a uma indenização equivalente a um salário. O mesmo acontece quando o aviso prévio for trabalhado, se o último dia de trabalho ocorrer 30 dias da data base, terá direito a indenização. Fórmulas de cálculos dos principais adicionais: => Adicional de insalubridade: 40%, 20% ou 10% sobre o valor do salário mínimo - (art. 192 CLT). 31 => Adicional de periculosidade: 30% sobre o salário pago ao empregado, excluído os prêmios, gratificações e participações nos lucros da empresa - (art. 193 a 197 CLT). => Adicional noturno: 20% pelo menos, sobre o valor da hora diurna. A hora noturna será computada como de 52 minutos e 30 segundos, considerando as exercidas entre as 22h00 de um dia até as 05h00 - do outro (art. 73 CLT). Para o empregado rural o adicional é sempre de 25% sobre a remuneração normal (art. 7o, Lei 5.889/73). => Reflexos hora extra: hora noturna + adic. hora extra No 13o salário: Em condições normais (fora do ano da rescisão de contrato de trabalho), apuradas as horas extras laboradas mês a mês, a contar de janeiro de cada ano, obtém-se a média, que será multiplicada pelo valor da hora extra de dezembro de cada ano considerado. A média obtém-se pela soma dividida por 12. Em se tratando de rescisão, as horas extras que serão levadas em conta para efeito da média, são aquelas laboradas a partir de janeiro, divididas pelo número de meses efetivamente trabalhados. Nas férias: 1) Incidência ou complementação de horas extras nas férias já pagas. Toma-se por média o número de horas extras trabalhadas dentro do período aquisitivo dividido por 12, multiplicando-se esse número pelo valor da hora extra do mês em que o empregado efetivamente usufruiu suas férias. Media das horas extras: no de horas extras laboradas divididas por 12. Reflexo das horas extras nas férias: média X valor da hora extra. 2) Férias vencidas e não gozadas. Nesse caso obtida a média nos moldes anteriores, a mesma será multiplicada pelo valor da hora extra do mês imediatamente posterior ao do período aquisitivo. 3) Férias proporcionais, obtida a média, será multiplicada pelo valor da hora extra vigente para o mês da rescisão. No aviso prévio: 32 O cálculo da média das horas extras levará em contra sempre os 12 meses que antecedem ao da rescisão, que será multiplicada pelo valor da hora extra do mês da rescisão. Quando o empregado não tenha completado 12 meses de contratação, a média de horas extras levará em conta o número de meses do contrato multiplicado pelo valor da hora extra do mês da rescisão. No repouso semanal remunerado: Dar-se-á levando-se em conta, mês a mês, o número de dias úteis e os de descanso remunerado. Esse reflexo, por sua vez, tem repercussão nas verbas rescisórias (13o salário, férias e aviso prévio). 33 Tabela de verbas rescisórias Extinção – Motivo (E) Iniciativa do EMPREGADOR (e) Iniciativa do EMPREGADO (S) Sem justa causa (C) Com justa causa (a) Antes de completar 1 ano (A) Após 1 ano de serviço S a ld o d e S a lá ri o A v is o P ré v io Férias 1 3 ° S a lá ri o FGTS In d e n iz a ç ã o a rt . 4 7 9 C L T V e n c id a s P ro p o rc io n a is A d ic io n a l d e 1 /3 Depósito em conta vinculada (3) C ó d ig o d e s a q u e 8 % m ê s d a re s c is ã o 8 % m ê s a n te ri o r Contrato por prazo indeterminado E – S – a sim sim não sim sim sim sim sim sim 01 não E – S – A sim sim sim sim sim sim sim sim sim 01 não E – C – a sim não não não não não sim sim não não não E – C – A sim não sim não sim não sim sim não não não Extinção da Empresa E – a sim sim não sim sim sim sim sim sim 03 não E – A sim sim sim sim sim sim sim sim sim 03 não Aposentadoria por idade (compulsória) E – a sim não não sim sim sim sim sim não 05 não E – A sim não sim sim sim sim sim sim não 05 não Pedido de demissão e – a sim N(1) não S(2) S(2) sim sim sim não não não e – A sim N(1) sim sim sim sim sim sim não não não Despedida Indireta e – a sim sim não sim sim sim sim sim sim 01 não e – A sim sim sim sim sim sim sim sim sim 01 não Culpa recíproca Ee – a sim S(3) não S(3) S(3) S(3) sim sim 20% 02 não Ee – A sim S(3) sim S(3) sim S(3) sim sim 20% 02 não Extinção antecipada do contrato a prazo determinado, sem previsão de aviso prévio E – S – celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não sim sim sim sim sim sim 01 sim E – S – celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim sim sim sim sim sim sim 01 sim E – C – celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não não não não sim sim não não não 34 E – C – celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim não sim não sim sim não não não Extinção da Empresa E – celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não sim sim sim sim sim sim 03 sim E – celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim sim sim sim sim sim sim 03 sim Aposentadoria por idade (compulsória) E – celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não sim sim sim sim sim não 05 sim E – celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim sim sim sim sim sim não 05 sim Pedido de demissão e – celebrado por menos de 1 ano (5) sim N(4) não S(2) S(2) sim sim sim não não não e – celebrado após 1 até 2 anos (5) sim N(4) sim sim sim sim sim sim não não não Despedida Indireta e – celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não sim sim sim sim sim sim 01 sim e – celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim sim sim sim sim sim sim 01 sim Culpa recíproca Ee – celebrado por menos de 1 ano sim (3,4) não S(3) S(3) S(3) sim sim 20% 02 50% Ee – celebrado após 1 até 2 anos sim (3,4) sim S(3) sim S(3) sim sim 20% 02 50% Extinção automática (término normal) do contrato a prazo determinado, com ou sem previsão de aviso prévio Celebrado por menos de 1 ano sim não não S(2) S(2) sim sim sim não 04 não Celebrado após 1 até 2 anos sim não sim sim sim sim sim sim não 04 não Falecimento do empregado (extinção do contrato) Contrato por prazo indeterminado a sim não não S(2) S(2) sim sim sim não 23 não A sim não sim sim sim sim sim sim não 23 não Contrato por prazo determinado, com ou sem previsão de aviso prévio Celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não S(2) S(2) sim sim sim não 23 não Celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim sim sim sim sim sim não 23 não Morte do empregador (extinção do contrato em virtude de cessação total da atividade da empresa) Contrato por prazo indeterminado a sim sim não sim sim sim sim sim sim 03 não A sim sim sim sim sim sim sim sim sim 03 não Contrato por prazo determinado, com ou sem previsão de aviso prévio 35 Celebrado por menos de 1 ano sim N(4) não sim sim sim sim sim sim 03 sim Celebrado após 1 até 2 anos sim N(4) sim sim sim sim sim sim sim 03 sim Morte do empregador (continuação da atividade empresarial por herdeiros/sucessores/administradores ) (extinção do contrato – faculdade do empregado) Contrato por prazo indeterminado a sim não não S(2) S(2) sim sim sim não 03 não A sim não sim sim sim sim sim sim não 03 não Contrato por prazo determinado, com ou sem previsão de aviso prévio Celebrado por menos de 1 ano sim não não S(2) S(2) sim sim sim não 03 não Celebrado após 1 até 2 anos sim não sim sim sim sim sim sim não 03 não Extinção da empresa por motivo de força maior – Rescisão do contrato pelo empregador Contrato por prazo indeterminado a sim não não sim sim sim sim sim 20% 02 não A sim não sim sim sim sim sim sim 20% 02 não Contrato por prazo determinado, com ou sem previsão de aviso prévio Celebrado por menos de 1 ano sim não não sim sim sim sim sim 20% 02 50% Celebrado após 1 até 2 anos sim não sim sim sim sim sim sim 20% 02 50% (1) Art. 487 da CLT § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. (2) Enunciado TST n° 261 - “O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais”. (3) O Enunciado TST n° 14 - “Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais”. (4) Quando houver cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão, Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado antes de expirado o termo justado, 36 aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado, inclusive aviso prévio. (5) Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. § 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. (Redação dada pela Lei n.º 6.533, de 24-05-78 , DOU 26-05-78) 37 6 – TABELA DE INCIDÊNCIA DE INSS, FGTS E IRRF EVENTO INSS FGTS IRRF Abono Pecuniário de Férias - limite legal NÃO NÃO NÃO Adiantamento 13º Salário NÃO SIM NÃO Adicional de 1/3 das Férias Gozadas SIM SIM SIM Adicional de 1/3 do Abono Pecuniário de Férias- limite legal NÃO NÃO SIM Adicional de 1/3 sobre Férias Indenizadas - rescisão NÃO NÃO SIM Adicional de Insalubridade SIM SIM SIM Adicional de Periculosidade SIM SIM SIM Adicional Noturno SIM SIM SIM Aviso Prévio Indenizado SIM SIM NÃO Aviso Prévio Trabalhado SIM SIM SIM Comissão SIM SIM SIM Décimo Terceiro Salário - 13º - 1ª Parcela NÃO SIM NÃO Décimo Terceiro Salário - 13º - 2ª Parcela SIM SIM SIM Décimo Terceiro Salário - 13º - Rescisão SIM SIM SIM Décimo Terceiro Salário - 13º Indenizado - Rescisão 1/12 avos em razão do aviso prévio - parcela indenizada NÃO SIM SIM DSR - Descanso Semanal Remunerado SIM SIM SIM Faltas Dias DEDUZ DEDUZ DEDUZ Faltas Horas DEDUZ DEDUZ DEDUZ Férias Gozadas SIM SIM SIM Férias Proporcionais Indenizadas - rescisão NÃO NÃO SIM Férias Vencidas Indenizadas - rescisão NÃO NÃO SIM Horas Extras SIM SIM SIM Indenização do Artigo 479 da CLT NÃO NÃO NÃO Multa por Atraso no Pagamento NÃO NÃO NÃO Salário SIM SIM SIM Salário Família NÃO NÃO NÃO Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015 Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 38 Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, a partir de 1º de Janeiro de 2019 Salário de Contribuição (R$) Alíquota Até R$ 1.751,81 8% De R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 9% De R$ 2.919,73 até R$ 5.839,45 11% 39 7 – PRINCIPAIS PRAZO NO CONTRATO DE TRABALHO Ato Prazo Fundamento Aborto não-criminoso 02 semanas CLT - Artigo 395 Cipa - mandato dos membros integrantes 01 ano CLT - Artigo 164, § 3º Comissões conciliação prévia - mandato, prorrogável por mais um período 01 ano CLT - Artigo 625-B, III Dispensa de empregado sindicalizado após o final do mandato 01 ano CLT - Artigo 543, § 3º Faltas ao serviço sem prejuízo salarial para doação voluntária de sangue 01 dia CLT - Artigo 473, IV Salário (periodicidade do pagamento) 01 mês CLT - Artigo 459 Contrato de trabalho por prazo determinado (máximo) 02 anos CLT - Artigo 445 Convenção e acordo coletivos (duração) 02 anos CLT - Artigo 614, § 3º Eleição no sindicato para cargo de representação econômica ou profissional (mandato) 02 anos CLT - Artigo 530, III Falta do empregado ao serviço sem prejuízo salarial - falecimento (descendentes, ascendentes, cônjuges e irmãos) 02 dias CLT - Artigo 473, I Falta do empregado ao serviço sem prejuízo salarial para alistamento eleitoral 02 dias CLT - Artigo 473, V Férias - remuneração 02 dias CLT - Artigo 145 Repouso antes ou pós-parto em casos excepcionais, além dos 120 dias 02 semanas CLT - Artigo 392, § 2º Falta do empregado ao serviço sem prejuízo salarial – casamento 03 dias CLT - Artigo 473, II Incineração de documentos de receita e despesa - ano fiscal 05 anos CLT - Artigo 551, § 2º Contrato de trabalho por prazo determinado sucedido por outro no prazo de 6 meses torna-se indeterminado 06 meses CLT - Artigo 452 Férias - perda do direito: quando deixar de trabalhar por motivo de acidente do trabalho ou auxílio-doença, embora descontínuos por mais de: 06 meses CLT - Artigo 133, IV Indenização - rescisão de contrato por prazo indeterminado - base de cálculo 06 meses CLT - Artigo 478 Convenção e acordo - depósito para registro e arquivo 08 dias CLT - Artigo 614 Auto de infração - cópia da lavratura ao infrator 10 dias CLT - Artigo 629 Férias coletivas (mínimo a gozar) 10 dias CLT - Artigo 139, § 1º Rescisão com pagamento de parcelas - conta-se do prazo da demissão 10º dia CLT - Artigo 477, § 6º, ALÍNEA B Férias - faltas de 24 a 32 dias - direito a: 12 dias CLT - Artigo 130, IV Férias coletivas - comunicação do empregador ao ministério do trabalho 15 dias CLT - Artigo 139, § 2º Férias - faltas de 15 a 23 dias - direito a: 18 dias CLT - Artigo 130, III Férias coletivas (abono) 20 dias CLT - Artigo 144 Férias - faltas de 06 a 14 dias - direito a: 24 dias CLT - Artigo 130, II 40 Descanso semanal 24 horas CLT - Artigo 67 Sobreaviso 24 horas CLT - Artigo 244, § 2º Aviso prévio – comunicação 30 dias CLT - Artigo 487 Cálculo de indenização - salário pago por dia o calculo terá por base: 30 dias CLT - Artigo 478, § 2º Férias - antecedência mínima de comunicação ao empregado 30 dias CLT - Artigo 135 Férias - faltas até 5 dias, direito integral 30 dias CLT - Artigo 130, I Férias - perda do direito: quando deixar de trabalhar com percepção de salário, por paralisação total ou parcial do serviço, por mais de: 30 dias CLT - Artigo 133, III Férias - perda do direito: quando permanecer em gozo de licença com percepção de salários por mais de: 30 dias CLT - Artigo 133, II Rescisão sem justa causa. comunicação a outra parte 30 dias CLT - Artigo 487 Trabalho por tarefa ou serviço - cálculo para indenização 30 dias CLT - Artigo 478, § 5º Ctps - prazo máximo de retenção para anotação 48 horas CLT - Artigo 53 Ctps - prazo para devolução, após anotação 48 horas CLT - Artigo 29 Salário - vencimento para pagamento 5º dia útil do mês vencido CLT - Artigo 459, § 1º Férias - perda do direito: quando deixar o emprego e não for readmitido dentro de: 60 dias CLT - Artigo 133, I Contrato de experiência (máximo) 90 dias CLT - Artigo 445, PAR. ÚNICO Serviço militar - direito a férias desde que compareça ao estabelecimento após a baixa no prazo de: 90 dias CLT - Artigo 132 Faltas ao serviço sem prejuízo salarial para alistamento do serviço militar período em que tiver que cumprir as exigências CLT - Artigo 473, VI 41 8 – PROCEDIMENTOS (RITOS) TRABALHISTAS Na Justiça do Trabalho há três ritos procedimentais: - SUMÁRIO ou de alçada: até 2 salários mínimos – [Lei 5584/70] - SUMARÍSSIMO: acima de 2 e abaixo de 40 salários mínimos – [Art. 852- A e ss. da Consolidação das Leis do Trabalho] - ORDINÁRIO: mais de 40 salários mínimos O que define o procedimento é o valor da causa. Para a fixação do procedimento é constitucional o uso do salário mínimo (Súmula 353, Tribunal Superior do Trabalho). 8.1 – Procedimento sumário O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70, tem por finalidade garantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor da causa não ultrapasse dois salários mínimos. Estas causas trabalhistas, também chamadas de “dissídios de alçada”, possuem características relevantes, previstas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 2º da referida lei: - Quando o valor da causa for inferior a dois salários mínimos, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar na ata a conclusão do juiz quanto à matéria de fato. - Não caberá nenhum recurso das sentenças proferidas nas ações sujeitas a esse procedimento, considerando o salário mínimo vigente na data de ajuizamento da ação, EXCETO se versar sobre matéria constitucional, caso em que caberá a interposição de recurso extraordinário, que será apreciado pelo Supremo Tribunal Federal. Art. 2º, § 4º, Lei 5.584/70. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. 42 8.2 – Procedimento sumaríssimo Com o objetivo de trazer maior celeridade para os processos julgados pela Justiça do Trabalho, a Lei 9.957 de 2000, introduziu o procedimento sumaríssimo no Processo do Trabalho. O Procedimento ou Rito Sumaríssimo está previsto nos artigos 852-A / 852- I da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 852-A da Consolidação das Leis do Trabalho - Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Parágrafo único - Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. Pela leitura literal do artigo verificamos que o procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos, uma vez que, o caput do artigo acima transcrito fala em dissídios individuais. Para verificar se os pedidos ultrapassam a 40 vezes o salário mínimo, a data limite para o cálculo é a data do ajuizamento da ação. Este tipo de procedimento não será aplicado nas demandas em que figurarem como parte a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as Autarquias e as Fundações Públicas Federais. Art. 852-B da Consolidação das Leis do Trabalho - Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; II- não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; III- a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. § 1º - O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. § 2º - As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de 43 endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. O pedido deverá ser certo ou determinado, uma vez que esta é a forma de verificar se a causa ultrapassa ou não os quarenta salários-mínimos. Caso o reclamante não faça pedido certo ou determinado e nem indique na petição inicial o endereço e nome correto do reclamado, o processo será arquivado. Embora, em regra, o procedimento seja definido com base no valor da causa, ainda que este esteja acima de dois salários mínimos e não ultrapasse quarenta salários mínimos, o procedimento será ordinário, caso o reclamante desconheça o endereço do reclamado, já que no procedimento sumaríssimo não há citação por edital e aplica-se em nosso ordenamento jurídico o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição. A audiência será una e realizar-se-á nos quinze dias do ajuizamento da reclamação trabalhista. Art. 852-C da Consolidação das Leis do Trabalho - As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. Art. 852-D da Consolidação das Leis do Trabalho - O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. Art. 852-E da Consolidação das Leis do Trabalho - Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. 44 A sessão mencionada, neste artigo, é a audiência. Neste tipo de procedimento não há a obrigatoriedade de duas propostas de conciliação, mas o juiz a qualquer tempo deverá tentar conciliar o conflito. Art. 852-F da Consolidação das Leis do Trabalho- Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. Os depoimentos das partes e das testemunhas serão resumidos na ata de audiência pela secretária de audiência. Art. 852-G da Consolidação das Leis do Trabalho - Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. Com o objetivo de celeridade nos julgamento das causas submetidas ao procedimento sumaríssimo, todos os incidentes processuais ou exceções serão resolvidos de imediato. Art. 852-H da Consolidação das Leis do Trabalho - Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. § 1º - Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz. § 2º - As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. § 3º - Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. § 4º - Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. § 5º - (VETADO) § 45 6º - As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias. § 7º - Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. A audiência una obriga a parte a impugnar todos os documentos apresentados pela parte contrária oralmente naquela sessão, salvo em caso de absoluta impossibilidade, a ser apontada pelo juiz (art. 852-H, § 1º, Consolidação das Leis do Trabalho). As partes devem observar o limite máximo de duas testemunhas, as quais deverão comparecer espontaneamente na audiência (art. 852-H, § 2º, Consolidação das Leis do Trabalho). Caso a testemunha não se apresente, o juiz só determinará a intimação da mesma, diante da comprovação do convite. Após a intimação se a testemunha não comparecer na audiência, será ordenada a sua condução coercitiva e o pagamento de multa (art. 852-H, § 3º, Consolidação das Leis do Trabalho) É possível produzir prova pericial no procedimento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei. De imediato o juiz fixará o prazo, o objeto da perícia e nomeará o perito (art. 852-H, § 4º, Consolidação das Leis do Trabalho) Art. 852-I da Consolidação das Leis do Trabalho- A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com
Compartilhar