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FACULDADE ANHANGUERA CURSO DE FARMÁCIA DISCIPLINA: FISIOPATOLOGIA E FARMACOTERAPIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS, IMUNES E VIRAIS Professora Dra. Charlene Silvestrin Celi Garcia Como o sistema imune assegura a não responsividade aos antígenos próprios? Quais são os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da autoimunidade? • Uma das principais características do sistema imunológico sadio é a sua capacidade de reagir a uma enorme diversidade de microrganismos, mas não contra antígenos próprios do organismo. • Essa não responsividade aos antígenos próprios do indivíduo é denominada como tolerância imunológica. • Podemos definir a tolerância como sendo um estado imunológico caracterizado por resposta efetora reduzida ou ausente após um contato prévio com o antígeno. Se por acaso, ocorrerem falhas nesses mecanismos, o sistema imune pode agredir ao reagir contra as células do próprio indivíduo. Essas reações são denominadas de autoimunidade, que é uma resposta imunológica contra antígenos próprios (autólogos), induzindo as doenças autoimunes, que são causadas por falhas na autotolerância, induzindo consequentemente lesões celulares e teciduais. - Como o sistema imune assegura a não responsividade aos antígenos próprios? O fenômeno de tolerância imunológica é importante para o organismo animal: inicialmente, os antígenos próprios usualmente induzem a tolerância, ou seja, a não reatividade aos antígenos próprios. - Quais são os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da autoimunidade? A autoimunidade é uma falha nos processos de tolerância imunológica, desencadeando as doenças autoimunes. A autoimunidade é uma resposta imune específica contra antígenos próprios. Aquisição de não-reatividade a determinados antígenos (tolerógenos). Tolerância Imunológica ≠ Imunidade A tolerância a auto-antígenos foi observada precocemente por Ehrlich durante o desenvolvimento da Imunologia. Principais eventos para a compreensão da tolerância: Década de 20: indução de tolerância em animais, para antígenos não próprios; Década de 40: tolerância a antígenos teciduais entre gêmeos bovinos dizigóticos - Anastomose placentária; Década de 50: Quimerismo induzido em camundongos. Fenômeno estudado por Billigham, Brent e Medawar. • Células B imaturas: são suscetíveis através do contato com antígenos, mas se tornam cada vez mais resistentes ao processo. • Células T: não apresentam tal variação. O sistema imune imaturo é sensível à indução da tolerância. Fig2: Vias de tolerância da célula B ABORTO CLONAL: maturação normal da célula B é abortada; EXAUSTÃO CLONAL: estímulos antigênicos repetidos removem todos os clones de células B maduras; SUPRESSÃO FUNCIONAL: ausência de células Th para responder à antígenos T-dep ou excesso de antígeno T-ind; BLOQUEIO DE CPAS: altas concentrações de antígeno bloqueiam os receptores de superfície da célula, interferindo na secreção de anticorpos. Fig3: Vias de tolerância da célula T ABORTO CLONAL: células T sofrem aborto clonal semelhante às células B; SUPRESSÃO FUNCIONAL: subpopulações de células T maduras podem ser individualmente anuladas; SUPRESSÃO DE T: células Ts suprimem ativamente as subpopulações de células T, bem como as células B. TEMPO DE INDUÇÃO: células T tornam-se rapidamente tolerantes a antígenos T dependentes; enquanto que células B ficam mais rapidamente tolerantes a antígenos T independentes; DOSE DO ANTÍGENO: o nível de antígeno necessário para induzir tolerância às células B é maior que o necessário para células T; PERSISTÊNCIA DO ANTÍGENO: o antígeno precisa estar continuamente presente para manter o estado tolerante; ESPECIFICIDADE: tolerância se desenvolve para determinantes específicos e não para antígenos específicos; DURAÇÃO: está diretamente relacionada à persistência do antígeno. A tolerância em células T é mais persistente que células B. A indução de tolerância nas células CD4+ auxiliares é um mecanismo efetivo para prevenir a resposta imune contra os antígenos. Há 2 tipos de tolerância dos linfócitos T: Tolerância Central das células T , que é induzida nos órgãos linfóides; Tolerância da célula T periférica, que é induzida nos tecidos periféricos. Células T em desenvolvimento são eliminadas – seleção negativa. Fatores que determinam se um antígeno próprio irá ou não induzir a seleção negativa são: • • A concentração do auto-antígeno no timo; Afinidade dos receptores das células T (TCR) nos timócitos que reconhecem esse auto-antígeno. A seleção negativa é responsável pelo fato das células T maduras não responder aos antígenos próprios que estão em alta concentração no timo. O reconhecimento dos antígenos próprios pelas células T imaturas no timo podem levar à morte das células ou ao desenvolvimento de células T regulatórias que vão para a periferia. Fig. 4 Tolerância Central em célula T É o mecanismo onde as células T maduras reconhecem especificamente os antígenos próprios dos tecidos periféricos e se tornam incapazes de responder a esses antígenos. A tolerância periférica pode ocorrer devido: • Anergia • Deleção Clonal • Supressão das células T Anergia é induzida pelo reconhecimento do antígeno sem co-estimulação adequada. • APCs deficientes de co-estimuladores – células T incapazes de responder ao antígeno; • Receptores inibidores das células T CTLA4 que se liga com o B7 dos APCs – CTLA4 ativa sinais inibitórios. Anergia em células T Fig.5 Anergia em células T A natureza das APCs nos tecidos é importante na determinação de autotolerância ou imunidade. APCs nos tecidos linfóides periféricos e nos não linfóides estão normalmente em estado de repouso e expressam pouca ou nenhuma co-estimulação. Ativação por infecções locais e inflamações induz o aumento da expressão de co-estimuladores. Morte Celular (deleção clonal) •Ocorre quando há reestimulação dos linfócitos T por antígenos – apoptose •Repetida ativação com o antígeno induz co-expressão de Fas(CD95) e do seu ligante Fas L. Morte Celular (deleção clonal) Fig. 6 Morte dos linfócitos induzida pela ativação mediada por Fas São linfócitosCD4+; Geradas mediante reconhecimento de antígenos próprios; Deficiência de IL-2 ou nos receptores de IL-2 resulta em defeitos; São capazes de reconhecer o antígeno próprio; O mecanismo de ação dessas células também não está bem estabelecido. Mecanismode ação das células Tregulatórias • Manutenção da não-resposta aos antígenos próprios timo-independentes. – Ex: polissacarídeos e oslipídios • Prevenção das respostas aos antígenos protéicos. • Fatores determinantes: – natureza e concentração do antígeno próprio na medula óssea; – afinidade dos receptores da célula B para o antígeno. • Antígenos próprios multivalentes; – Ex: moléculas de membrana celular e as moléculas poliméricas,tais como o DNA da dupla-hélice. • Reação cruzada com muitos receptores LB; • Liberação de fortes sinais por meio das Ig's de membrana. –Linfócitos Bmaduros: - Sem resposta funcional; - Excluídos dos folículos linfóides. –Ausência de células T auxiliares A resposta imunológica a antígenos estranhos são auto-limitadas e desaparecem à medida que os antígenos são eliminados e o sistema imunológico vai retornando ao seu estado basal. Declínio da resposta imune
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