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ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA

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Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
 
 
 
 Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
Página 1 
 
 
 
Equipe Professor Rômulo Passos | 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE ENFERMAGEM P/ O CONCURSO DA REDE SA-
RAH 
 AULA Nº 13 – ORTOPEDIA 
Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
 
 
 
 Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
Página 2 
 
Prezado aluno, 
Sou a Professora Poly e irei acompanhá-lo nesse momento de estudo a respeito da 
temática: ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA. Irei dividir o tema em 14 títulos, que são os 14 
tópicos do seu edital. Explico nesse momento que como existe uma grande abrangência dos 
temas não iremos esgostar os assuntos, apenas introduzi-los citando as principais patologias e 
situações atendidas na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. 
É importante você se assegurar que está preparado para iniciarmos o nosso estudo, e que 
nada venha a te interromper durante seu raciocínio. Portanto, procure um local adequado e 
um ambiente em que você esteja confortável para se concentrar. 
O material a seguir foi elaborado com as mais atualizadas referências na área e 
especialmente para a sua aprovação! 
Vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
 
 
 
 Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
Página 3 
ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA 
Veja os tópicos do seu edital sobre o tema e a ordem em que vamos 
estudá-los! 
FRATURAS E LESÕES ARTICULARES 
AMPUTAÇÕES 
ANOMALIAS CONGÊNITAS 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
DOENÇAS ARTICULARES DEGENERATIVAS 
DOENÇAS METABÓLICAS 
ANOMALIAS NEUROMUSCULARES 
ANOMALIAS EPIFISÁRIAS 
DEFORMIDADES DA COLUNA ESPINHAL 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRAÇÃO 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM USO DE APARELHO GESSADO 
APARELHOS, EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ORTOPÉDICOS- ÓRTESES E 
PRÓTESES 
COMPLICAÇÕES FREQUENTEMENTE VISTAS NA ENFERMAGEM ORTOPÉDICA 
REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
 
 
 
 Curso de Enfermagem Específico p/ Rede Sarah 
 
Página 4 
FRATURAS E LESÕES ARTICULARES 
 
Antes de iniciarmos esse assunto vou fazer uma breve revisão de alguns elementos 
anatômicos relacionados a esse tema. 
Vamos falar de ARTICULAÇÃO 
 
As articulações são conexões naturais existentes entre dois ou mais ossos, nos 
vertebrados, ou entre os artículos dos apêndices dos invertebrados. Nos vertebrados 
superiores, as articulações móveis estão revestidas de cartilagem e incluem bolsas de fluido 
lubrificante. Podem ser sinoviais, fibrosas ou cartilagíneas. 
A coluna vertebral é um exemplo de articulação semi-móvel. 
O crânio é um exemplo de articulação imóvel. 
O joelho é um exemplo de articulação móvel. 
Estrutura das articulações móveis: 
 
Ligamentos 
 
Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou 
intimamente entrelaçadas umas às outras. São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita 
liberdade de movimento, porém são muito fortes, resistentes e inelásticos (para não ceder 
facilmente à ação de forças. 
 
Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ossos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artículo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apêndice_%28biologia%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invertebrado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecido_cartilaginoso
http://pt.wikipedia.org/wiki/Líquido_sinovial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Líquido_sinovial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Articulação_sinovial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Articulação_fibrosa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Articulação_cartilagínea
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Página 5 
 
Cápsula Articular 
É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito. 
Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial 
(interna). 
Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade manter a união entre os ossos, mas 
além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos 
movimentos considerados normais. 
 
Discos e Meniscos 
 
 
 
 
 
 
 
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Página 6 
Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se 
formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: 
serviriam a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou 
seriam estruturas destinados a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. 
Meniscos, com sua característica em forma de meia lua, são encontrados na articulação do 
joelho. 
Bainha Sinovial dos Tendões 
Facilitam o deslizamento de tendões que passam através de túneis fibrosos e ósseos 
(retináculo dos flexores de punho). 
 
Bolsas Sinoviais (Bursas) 
Veja que existe Bainha e Bolsa. Bolsas são fendas no tecido conjuntivo entre os 
músculos, tendões, ligamentos e ossos. São constituídas por sacos fechados de revestimento 
sinovial. Facilitam o deslizamento de músculos ou de tendões sobre proeminências ósseas ou 
ligamentosas. 
 
 
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Página 7 
Uma articulação normal é formada por células chamadas CONDRÓCITOS, cuja função 
básica é fabricar todas as substâncias necessárias para o bom funcionamento da cartilagem 
articular. Dentre estas substâncias, encontra-se uma proteína denominada COLÁGENO, cuja 
finalidade é funcionar como uma malha de sustentação, retendo as demais substâncias 
existentes dentro da cartilagem (Sulfato de Glicosamina, Sulfato de condroitina, querato 
sulfato), que funcionam como moléculas que retêm água, ajudando, com isso, a absorção de 
stress mecânico de compressão e tração. 
A função básica da cartilagem articular é a de diminuir o atrito entre duas superfícies 
ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de 
absorção de choque quando submetido à forças de pressões (como no caso do quadril, 
joelho, tornozelo e pé), ou de tração, como no caso dos membros superiores. Para que este 
movimento de atrito entre dois ossos seja diminuído, outras estruturas também fazem parte da 
articulação, desempenhando papéis específicos como no caso do líquido sinovial, que 
lubrifica as articulações e, dos ligamentos, que ajudam a manter unidas e estáveis as 
articulações. 
Na realidade, a cartilagem articular funciona como uma grande mola, ou uma esponja 
de silicone embebida em água. O estado de hidratação da cartilagem e a integridade da mesma 
é fator preponderante para a não existência de degradação e. 
 
TIPOS DE LESÕES 
 
Entorses: 
Constitui uma forte distensão dos ligamentos que compõe a articulação. Popularmente 
conhecida como torção, a entorse é mais freqüente nas articulações dos tornozelos e joelhos. 
Os ligamentos, quando tencionados além do limite tolerável, podem sofrer estiramento e 
se romper, total ou parcialmente. A sensação de dor é forte e o edema local é formado 
rapidamente. tratamento, com simples imobilização, ou então, a intervenção cirúrgica. 
1º Grau (Entorse leve) – Ligamentos preservados, Processo álgico ligamentar, Edema 
local (Recomenda-se a aplicação de 
gelo) 
2º Grau (Entorse moderado) – Frouxidão ligamentar, dor intensa, Edema difuso + 
Hematoma (Dependendo da dor pode-se usar bandagem ou gesso) 
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3º Grau (Entorse grave) - Ruptura ligamentar, parcial ou total. (Cirurgia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Luxação: 
É o deslocamento das superfícies que fazem parte de uma articulação, seguido de dor 
intensa, edema e hematoma, redução da função motora. 
 Subluxação (desalinhamento sublimiar à luxação das estruturas articulares). 
 
 
Fraturas: 
É a quebra ou ruptura dos ossos, causada por um impacto de intensidade variável. Os 
ossos embora muito resistentes, tem naturalmente uma capacidade de deformação para que 
possam absorver impactos, voltando à sua forma original, quando o agente causador se 
dissipar. 
 
 
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No entanto, cada tipo de acidente poderá trazer aos ossos um tipo de resultado de maior 
ou menor dano. Como por exemplo: em acidentes menores poderá não haver a “fratura”, mas 
apenas uma “trinca”, ou os ossos podem despedaçar-se em impactos maiores, podendo chegar 
ao grau de fraturas de maior intensidade, como “as expostas”, perigosas pelo fato de que se 
não tratadas adequadamente e rapidamente poderão levar à uma infecção. 
 Fraturas articulares: decorrentes de traumas 
 Fratura por insuficiência: não decorre de trauma, decorre de uma fragilidade da micro-
arquitetura tecidual. EX: osteoporose 
O que caracteriza uma fratura? 
 Incapacidade total ou parcial de movimentos 
 Dificuldade e dor aos movimentos 
 Observação de inchaço na área atingida 
 Posição anormal do membro atingido 
 Traumatismos 
Classificação das fraturas 
Podem ser classificadas da seguinte forma: 
 de acordo com a direção da linha da fratura 
 conforme a localização anatômica 
 de acordo com a forma linear ou cominutiva 
Quanto ao tipo, podem ser: 
 Múltiplas 
 Por encurtamento e torção 
 Completa e incompleta (quando a estrutura óssea é lesionada na sua totalidade ou 
apenas em parte). 
 De impacto, oblíquas, epifisárias, penetrantes 
 Por fadiga (stress, comum em atletas) 
 Fechadas ou abertas (Não expostas ou expostas) 
 
 
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Tíbia e fíbula fraturadas (ossos da canela), após cirurgia para inserção de placa e 
parafusos. Foto: Puwadol Jaturawutthichai / Shutterstock.com 
 
01. (EBSERH/MCO-UFBA/IADES/2014) Acerca das lesões do sistema 
musculoesquelético, assinale a alternativa que apresenta a definição de entorse. 
a) Tração ou laceração muscular. 
b) Quebra na continuidade do osso. 
c) Lesão dos ligamentos e de outros tecidos moles em uma articulação. 
d) Separação das superfícies articulares. 
e) Separação parcial das superfícies articulares. 
COMENTÁRIOS: 
 
 
 
 
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Vamos repetir alguns conceitos e complementar com outros: 
Entorse: é uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento 
de uma articulação (hiperextensão, por exemplo). Normalmente, ocasiona distensão dos 
ligamentos e da cápsula articular e, conseqüentemente, dor intensa ao redor da articulação, 
dificuldade de movimentação em graus variáveis e, às vezes, sangramentos internos. 
Estiramento: (ou distensão muscular) caracteriza-se por um rompimento parcial ou 
completo de fibras ou feixes musculares, resultante de um esforço extremo realizado pelo 
músculo em questão. Junto com os feixes, são rompidos também capilares sanguíneos, 
resultando numa infiltração de sangue no local da lesão, formando posteriormente um 
coágulo. 
Contusão: é o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar 
uma lesão nos tecidos moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos 
articulares. 
Luxação: é a separação de dois ossos da articulação, resultante da significativa 
ruptura dos ligamentos que normalmente conferem estabilidade a uma articulação. 
Subluxação: separação parcial das superfícies articulares. 
Fratura óssea: como já foi mencionado na nossa parte teórica é a quebra na 
continuidade do osso. 
Logo, GABARITO LETRA C. 
 
AMPUTAÇÕES 
A amputação é a remoção de uma extremidade do corpo. As causas mais comuns de 
amputação dos membros inferiores e superiores são de ordem vascular, por tumores e traumas 
decorrentes de acidentes em diversas situações. 
Entre as causas mais comuns de amputação de órgãos inferiores e superiores 
encontramos: vasculopatias periféricas, traumáticas, tumorais, infecciosas, congênitas e 
iatrogênicas. Destaca-se dentre elas, a vasculopatia periférica, que acomete em maior número 
pessoas na faixa etária de mais de 50 anos; sendo os membros inferiores (dedos, pés e pernas) 
os mais comprometidos 
Os tumores ósseos malignos como osteossarcoma também são responsáveis por 
amputação, especialmente de partes dos membros inferiores. 
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Um aspecto comum nos portadores de amputação é o chamado fenômeno "fantásmico", 
doloroso ou não, normal e ou deformado, que estará presente em 95% dos pacientes. 
Aproximadamente até a terceira semana após a cirurgia a maioria manifesta a percepção 
fantásmica de um membro normal e indolor. No entanto, alguns já se referem ao membro 
como deformado a partir da primeira semana. Para aqueles pacientes do primeiro grupo 
citado, passada as duas ou três semanas da cirurgia, o membro amputado dá a impressão de 
estar contorcido e desproporcional e não deveria apresentar dor. 
A percepção, por parte do paciente, de um membro fantasma doloroso pode manifestar-
se em membro fantasma normal ou deformado. Essa dor pode ser de leve a moderada, 
tolerável, respondendo de forma satisfatória à terapêutica física ou medicamentosa. Sua 
duração pode ocorrer durante semanas ou anos. 
A DOR FANTASMA (percepção de sensações, geralmente dolorosas em partes do 
membro que foram retiradas na cirurgia) é sempre grave e intensa, às vezes resiste a diversas 
formas de tratamento e consegue até impedir o programa de reabilitação. O surgimento pode 
se dar precoce ou tardiamente à amputação com duração imprevisível. 
 
Já a dor no coto tem localização específica, apresentando características de desprazer 
leve, moderado ou intenso em consequência de diversos tipos de complicações. 
Outras complicações, especialmente nos membros inferiores, são os neuromas de amputação 
ou terminações de nervos no coto que formam um pequeno tumor neural que dá dor ou 
sensação de choque ao toque. 
Reabilitação do paciente 
O tratamento global e integrado do paciente determinará o êxito de todo o trabalho 
reabilitacional programado. O objetivo final é capacitar o paciente ao maior aproveitamento 
de suas potencialidades de forma que ele possa ser independente nas atividades diárias da 
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vida. Para isso, inclui-se o tratamento do coto (sem dor), com boa força muscular, sem edema 
e, portanto, apto para receber o soquete protético. 
A avaliação compreende a reabilitação e a protetização. Sendo a reabilitação um 
procedimento terapêutico global que transcende os aspectos físicos, enquanto a protetização é 
a utilização de recursos técnicos especiais que visam a substituição parcial de um membro. 
Portanto, a reabilitação pode ser considerada mais completa se for seguida da colocação de 
uma prótese. 
Falaremos de prótese mais a frente. Fique atentona sequência. 
 
ANOMALIAS CONGÊNITAS - ORTOPÉDICAS 
Vou citar as 3 principais e falaremos especificamente de cada uma delas. Fora essas 
principais ainda podemos citar a coxa valga ou vara e o pé escavado ou pé cavo. Vamos lá? 
 Pé torto eqüinovaro congênito; 
 Escoliose congênita; 
 Luxação congênita do quadril; 
Ao final falaremos das anomalias do esqueleto apendicular. 
 
Pé torto equinovaro congênito 
É a deformidade mais freqüente que envolve as articulações do tornozelo, subtalar e 
mesotársica. O pé apresenta-se com flexão plantar adução e inversão. Anatomicamente, o 
defeito primário é a subluxação medial e plantar do complexo articular talocalcâneo-navículo-
cuboídeo que ocorre durante o desenvolvimento embrionário. Podendo ser unilateral ou 
bilateral. 
A etiologia do pé torto congênito ainda não foi descoberta. A grande variabilidade dessa 
anomalia no que se refere ao grau de deformidade, resistência ao tratamento clínico, presença 
de outras malformações associadas, acúmulo familiar e consangüinidade entre os pais nos 
conduzem a aceitar uma etiologia multifatorial. 
 
 
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Várias teorias surgiram com relação a etiologia, tais como: 
 
- Teoria esquelética: o defeito primário estaria na deformidade dos ossos do retropé, 
principalmente o tálus; 
 
- Teoria muscular: pesquisas com microscopia eletrônica revelaram alterações importantes nas 
fibras musculares dos pacientes portadores de pé torto congênito; 
 
- Teoria neurológica: alterações primárias nos nervos periféricos seriam responsáveis pela 
ocorrência das deformidades; 
 
- Teoria vascular: as anomalias arteriais em fetos e embriões seriam responsáveis por uma 
"crise vascular", determinando uma área de necrose na região no nó de Henry; 
 
- Teoria da "parada do desenvolvimento: o pé permaneceria em seu estado embrionário desde 
o terceiro mês de gestação. 
 
Todas essas teorias tentaram explicar o aparecimento do pé torto congênito, entretanto 
nenhuma delas conseguiu explicar todos os casos. Portanto, mais uma vez aceitamos que a 
etiologia do pé torto seja multifuncional. 
 
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Página 16 
 
O pé torto pode aparecer como deformidade isolada ou acompanhado de outras 
malformações. E podemos dividi-lo em quatro grupos: 
 
- Idiopático: Ocorre como deformidade isolada sem qualquer acometimento de outras 
estruturas músculo-esqueléticas. Pode ser uni ou bilateral. 
 
- Teratológico: deformidade associada a alterações neuromusculares. 
Geralmente bilateral. 
 
- Sindrômico: quando faz parte de uma síndrome bem definida, por exemplo: Freeman-
Sheldon, Down, Picre-Robin, Larsen etc. Geralmente bilateral. 
 
 
Escoliose congênita 
Escoliose é o termo que designa um desvio da coluna vertebral no plano frontal. É uma 
patologia que aparece e progride, principalmente, em pacientes em fase de crescimento, 
sendo, portanto, uma doença da infância e adolescência. 
 
A maioria das curvaturas congênitas aparece e é visível ao nascimento. Entretanto, 
algumas anormalidades congênitas leves podem não aparecer durante o crescimento. Em 
geral, o uso de colete nestas curvaturas é ineficiente e, se houver progresso da curva, será 
necessária à cirurgia. 
 
 
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Tratamento clínico-conservador 
Se a curva for leve (menor que 20 graus), será adequada uma consulta clínica anual para 
radiografia e fotografias clínicas. 
Quando a curva for de etiologia apropriada e não grave o suficiente para a cirurgia, o 
tratamento com colete será o de escolha. O uso do colete também pode ser indicado para 
segurar a coluna de uma criança até que esta atinja a idade adequada para cirurgia. O 
tratamento é feito com colete de Milwaukee, combinado com exercícios específicos. Em 
muitos casos, o colete deve ser usado por um período de 23 horas por dia, sendo retirado 
apenas para o banho. 
As principais indicações para a cirurgia são as seguintes: compressão medular, 
progressão da curva, dor intensa, dificuldade respiratória e estética. O principal procedimento 
cirúrgico é a fusão espinhal com ou sem instrumentação com haste de Harrington. 
 
Luxação congênita do quadril 
É um defeito mais freqüente em meninas, caracterizado pela perda de contatos normais 
entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, com a cabeça se luxando progressivamente e com 
maior freqüência para trás (anteroversão da bacia e rotação interna do membro). 
 
Deve-se com maior freqüência às más formações congênitas hereditárias do acetábulo 
e/ou da cabeça do fêmur (coxa valga), da cápsula e dos ligamentos. Pode ser unilateral ou 
bilateral. 
 
 
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A gravidade poderá apresentar-se em 3 etapas no nascimento: um quadril simplesmente 
frouxo, um quadril luxável e instável (sinal de Barlow) e um quadril luxado. 
Associado ao conhecimento dos antecedentes familiares e das condições mecânicas 
obstétricas, e à pesquisa de problemas posturais associados, uma pesquisa sistemática por 
ocasião dos exames neonatais dos sinais clássicos (limitação da abdução, sinais de Nelaton, 
de Ortolani ou de Hoffa, confirmados por RX) e um diagnóstico precoce devem permitir a 
aplicação de um tratamento simples de abdução não forçada (manutenção das coxas em 
abdução ou gesso de abdução progressiva) com freqüência é suficiente. 
A incidência aponta uma ocorrência de uma luxação congênita do quadril (LCQ) para cada 
700 nascidos. 
Anomalias do Esqueleto Apendicular: 
 
POLITACTILIA 
Outra categoria de anomalias apendiculares é a do aparecimento de dedos 
extranumerários. O dedo extra é geralmente desprovido de conexões musculares adequadas. 
As anomalias em que o número de ossos está aumentado são geralmente bilaterais, ao passo 
que as ausências dando o exemplo de um polegar são unilaterais. 
 
 
 
 
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Página 19 
SINDACTILIA 
A fusão normal é geralmente restrita os dedos ou artelhos, normalmente o mesênquima 
entre os dedos e os artelhos se desfaz, mas pode não acontecer e o resultado é a fusão de do is 
ou mais dedos ou artelhos. Em alguns casos pode ocorrer a fusão dos ossos. 
 
 
MÃO FENDIDA E PÉ FENDIDO 
Nestas anomalias raras, comumente chamadas de deformidade em garra de lagosta, há 
ausência de um ou mais dígitos centrais, resultado da não formação de um ou mais raios 
digitais. Assim, a mão ou o pé são divididos em duas partes que se opõe uma à outra, 
lembrando as garras de uma lagosta. 
 
 
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Página 20 
ARTROGRIPOSE 
Artrogripose é uma doença congênita, caracterizada por deformidade e rigidez nas 
articulações. A doença se manifesta no processo de desenvolvimento do feto, que quase não 
apresenta movimentos na barriga da mãe. 
“Boneco de madeira” é geralmente um termo utilizado para descrever crianças com 
artrogripose, que apesar de apresentarem deformidades físicas tem desenvolvimento mental 
normal. 
Sintomas da Artrogripose 
Os sintomas da artrogripose são: 
• rigidez nas articulações, 
• músculos tensos, 
• luxação nas articulações, 
• fraqueza muscular, 
• ombros deslocados, 
• cotovelos fixos em extensão, 
• pés tortos e 
• dificuldades para se alimentar. 
Causas da Artrogripose 
As causas da Artrogripose estão relacionadas com distúrbiosnas fibras musculares ou 
nas células motoras dos bebês, esses distúrbios prejudicam o desenvolvimento normal dos 
músculos. 
Diagnóstico da Artrogripose 
O diagnóstico pode ser feito durante a gestação através de uma ultra-sonografia. A 
ausência de movimento, posição anormal dos membros e retardo no crescimento intra-uterino 
são sintomas que confirmam o diagnóstico pré-natal. 
Tratamento da Artrogripose 
O tratamento cirúrgico é o mais utilizado e visa melhorar o movimento das articulações. 
Quanto mais rápido for feita a cirurgia, melhor para o desenvolvimento motor da 
criança. Dependendo da gravidade das deformações o tratamento requer a utilização de 
equipamentos de apoio, como cadeiras de rodas , material escolar adaptado ou muletas. O 
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tratamento da artrogripose inclui orientação dos pais e um plano de intervenção que tem o 
objetivo de desenvolver a independência da criança, para isso a terapia ocupacional é uma das 
técnicas utilizadas. 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
Infecções, bactérias e fungos podem provocar inflamação nos ossos 
OSTEOMIELITE 
Osteomielite é o nome dado para a INFLAMAÇÃO DOS OSSOS, provocada por pelo 
menos 3 fatores: infecções, bactérias e fungos. A inflamação pode iniciar-se em um local e 
espalhar para outros ou se manter no mesmo lugar, ela poderá comprometer a medula, a parte 
cortical, o periósteo e a parte esponjosa. 
 
Os ossos que normalmente acabam sofrendo com inflamações são os longos dos 
membros e da coluna vertebral, e na maioria das vezes são acometidos por bactérias e 
menores são os casos, provocados pelos fungos. 
 
As crianças sofrem com a inflamação óssea, que acontece através da circulação do 
sangue, e acabam provocando febre e até mesmo dores nos ossos, depois de alguns dias da 
infecção instalada. Em alguns casos, o osso inflamado incha e movimentá-lo passa a ser muito 
difícil e muito doloroso. 
Quando as infecções atingem as vértebras, o processo de instalação da doença é gradual, 
e o paciente vai sentindo dores nas costas, que ficam cada vez mais insistentes e em um certo 
ponto, um simples toque representa uma dor fortíssima. 
 
 
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Quando as infecções dos ossos são consequências de infecções dos tecidos moles 
adjacentes, o paciente fica com muita dor e inchaço localizado em cima do osso doente, neste 
caso, algumas pessoas apresentam a formação de abcessos nos tecidos que estão em volta. Se 
trata de uma infecção que nem sempre causa febre 
Vamos outros conceitos relacionados a inflamações ortopédicas: 
 Tenosinovite–inflamação da bainha sinovial que envolve o tendão. 
 Paratendinite–inflamação e espessamento da bainha paratendãodos tendões que não 
tem bainha sinovial. •Tendinite –inflamação do tendão. 
 Bursite: 
Bursite é a inflamação da bolsa sinovial, uma estrutura cheia de líquido que se localiza 
entre um tendão e a pele ou entre um tendão e o osso, com função de amortecimento, e auxílio 
no deslizamento dos tecidos e sua nutrição. 
A doença pode ser aguda ou crônica. 
A ocorrência de bursite é mais comum nos ombros, cotovelos e quadril. Mas ela 
também pode ocorrer nos joelhos, calcanhares e no dedão do pé, além de outras articulações. 
Em geral, bursite ocorre perto das articulações que realizam movimentos repetitivos. 
A causa mais comum de bursite é a repetição de movimentos em determinadas 
articulações ou posições que possam causar danos às bursas. Isso pode acontecer nas 
seguintes situações: 
• Lançar bolas ou levantar algo sobre sua cabeça repetidamente 
• Apoiar-se em seus cotovelos por longos períodos de tempo 
• Ajoelhar-se por períodos longos de tempo 
• Ficar muito tempo sentado, principalmente sobre lugares pouco confortáveis e com 
superfícies duras 
• Alguns bursas, como no joelho e cotovelo ficam logo abaixo da pele. São esses os 
locais do corpo com maior risco de traumas que podem ocasionar à bursite. 
Além do uso excessivo e crônico das articulações, bursite também pode ser causada por 
traumas ortopédicos, processos reumatológicos, gota ou por algum tipo de infecção. Algumas 
vezes, a causa da bursite não pode ser determinada. 
 
 
 
 
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DOENÇAS ARTICULARES DEGENERATIVAS 
Seguindo a linha também das doenças inflamatórias, vocês verão a seguir doenças 
inflamatória, porém também articulares degenerativas. 
ARTRITE 
A artrite é um processo de INFLAMAÇÃO ARTICULAR e pode resultar em lesão da 
cartilagem (um tecido que protege a articulação, permitindo que ela se mova suavemente alem 
de absorver choques entre os ossos), dos ossos locais, da capsula articular e ligamentos. 
Quando sua causa e tratada a tempo a articulação volta ao normal. Dependendo da causa 
isso nem sempre ocorre. Nesses casos, o paciente é diagnosticado com artrite crônica. 
Os principais tipos de artrite são a artrite reumatoide e a osteoartrite 
Outros tipos mais comuns podem incluir: 
 Espondilite anquilosante 
 Artrite gonocócica 
 Condrocalcinose 
 Artrite reumatoide juvenil (em crianças) 
 Outras infecções por bactéria (artrite bacteriana não gonocócica) 
 Artrite psoriática 
 Artrite reativa (síndrome de Reiter) 
 Esclerodermia 
 Lúpus eritematoso sistêmico (LES) 
 
A inflamação nas articulações pode ser decorrente de: 
 Doença autoimune 
 Trauma 
 Desgaste geral das articulações 
 Infecção, geralmente por bactéria ou vírus 
 Deposito de cristais (metabólica). 
 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/artrite-reumatoide
http://www.minhavida.com.br/temas/Doença-autoimune
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Vamos definir o tipo de Artrite mais comum, a Artrite reumatoide: 
A Artrite Reumatoide é uma doença crônica, INFLAMATÓRIA, cuja principal 
característica é a inflamação das articulações, embora outros órgãos também possam estar 
comprometidos. 
A AR é uma DOENÇA AUTOIMUNE, ou seja, é uma condição em que o sistema 
imunológico, que normalmente defende o nosso corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a 
atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como 
sinóvia). 
A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar 
à destruição das articulações, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para 
as atividades da vida diária. 
 
 
 
 
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Artroses, Osteoartrite e Osteoartoses 
Os termos Osteoartrose, Osteoartrite e Artrose definem uma mesma doença que 
chega a acometer até 30% da população adulta acima dos 50 anos. 
Os termos Osteoartrite e Osteoartrose surgiram posteriormente, para exemplificar melhor a 
doença Artrose, quando foi descoberto que o osso sub condral (embaixo da cartilagem) 
participava no processo fisiopatológico da Doença. 
Resumindo, quando nos referimos a Osteoartrose, Osteoartrite ou Artrose estaremos 
sempre falando de uma mesma doença que deve ser tratada o mais precocemente possível, 
para que a mesma não cause incapacidade. 
São doenças que atacam as articulações promovendo, principalmente, o DESGASTE 
DA CARTILAGEM que recobre as extremidades dos ossos, mas que também danifica outros 
componentes articulares como os ligamentos, a membrana sinovial e o líquido sinovial. A 
cartilagem articular tem por função promover o deslizamento, sem atrito, entre duasextremidade ósseas durante o movimento de uma articulação. Seu comprometimento pode 
gerar dor, inchaço e limitação funcional. Apesar de poder danificar qualquer articulação do 
corpo, a artrose afeta mais comumente as articulações das mãos, da coluna, joelhos e quadris. 
 
 
 
 
 
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A artrose piora progressivamente com o tempo, e não existe cura. Mas os tratamentos 
podem retardar a progressão da doença, aliviar a dor e melhorar a função articular. 
 
 
Essa patologia pode acometer várias articulações (poliarticular). Veja os locais de 
acometimento da Artrose: 
 
 
 
 
 
 
 
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GOTA 
Gota é um TIPO DE ARTRITE que ocorre quando o ÁCIDO ÚRICO SE 
ACUMULA NO SANGUE e causa inflamação nas articulações. A gota também pode ser 
chamada de Doença dos Reis 
 
Há dois tipos diferentes de gota: 
• Gota aguda: é uma doença dolorosa que normalmente afeta uma articulação 
• Gota crônica: consiste em episódios repetidos de dor e inflamação que podem 
envolver mais de uma articulação. 
A gota é causada pela presença de níveis mais altos do que o normal de ácido úrico na 
corrente sanguínea. Isso pode ocorrer se o corpo produzir ácido úrico em excesso ou se o tiver 
dificuldade de eliminar o ácido úrico produzido. 
Quando essa substância se acumula no líquido ao redor das articulações (líquido 
sinovial), são formados cristais de ácido úrico. Esses cristais causam inchaço e inflamação nas 
articulações. A causa exata da gota, no entanto, é desconhecida. 
Fatores de risco 
 Histórico familiar, uma vez que a doença pode ser genética 
 Sexo: gota é mais comum em homens 
 Mulheres após a menopausa 
 Ingestão excessiva de álcool 
 Uso de determinados medicamentos diuréticos 
 Hipertensão 
 Diabetes 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/hipertensao
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes
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 Colesterol alto 
 Altos níveis de gordura corporal 
 Arteriosclerose 
 
DOENÇAS METABÓLICAS 
 
Avitaminoses 
• O escorbuto ocorre com equimoses, hemorragias nos músculos das extremidades, 
tromboflebite secundária, hemorragias intrarticulares e na esquivalia, nos leitos 
ungueais. 
• A falta de tiamina ou B1 causa neuropatia periférica, encefalopatia de Wernicke e 
síndrome de Korsakoff. 
• A falta de piridoxina ou B6 manifesta-se com vómitos, fraqueza, instabilidade e 
neuropatia periférica. 
• A carência de cobalamina ou B12 provoca irritabilidade, confusão, neuropatia 
periférica, diarreias, etc. 
• A falta prolongada de retinol ou vitamina A causa cegueira nocturna, xeroftalmia, 
queratomalacia, etc. 
• A falta de vitamina D provoca raquitismo, osteomalacia, osteoporose, fraqueza 
muscular, cãibras musculares, tetania e convulsões. 
• O défice de vitamina E provoca arreflexia, distúrbios da marcha, oftalmoplegia, perda 
da sensibilidade proprioceptiva e vibratória, edema. 
• A carência de vitamina K pode provocar hemorragias. 
Osteodistrofia paratiroideia. 
O dado inicial mais comum é a dor óssea de aumento progressivo, espontânea e à 
palpação dos ossos, nas extremidades inferiores e nas costas. 
São comuns a hipotonia e a fraqueza muscular, com predisposição para as fraturas na 
sequência de traumatismos triviais, que demoram a consolidar ou fazem-no com 
deformidades. 
 
 
http://www.minhavida.com.br/temas/Arteriosclerose
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Osteomalacia 
Caracteriza-se pelo fato de todos os ossos do esqueleto terem menor densidade e força, 
que se deformam pelas tensões musculares e pelas posturas. 
Afeta sobretudo os membros inferiores com curvaturas de fémur e tíbia, sendo a cifose 
frequente. 
 
Osteoporose 
Osteoporose é uma doença METABÓLICA, SISTÊMICA que acomete todos os 
ossos. A prevalência da osteoporose, acompanhada da morbidade e mortalidade de suas 
fraturas, aumenta a cada ano. Estima-se que com o envelhecimento populacional na América 
Latina, o ano de 2050, quando comparado a 1950, terá um crescimento de 400% no número 
de fraturas de quadril para homens e mulheres entre 50 e 60 anos, e próximo de 700% nas 
idades superiores a 65 anos. Estima-se que a proporção da osteoporose para homens e 
mulheres seja de seis mulheres para um homem a partir dos 50 anos e duas para um acima de 
60 anos. Aproximadamente uma em cada três mulheres vai apresentar uma fratura óssea 
durante a vida. 
Nós temos no corpo células responsáveis pela formação óssea e outras pela reabsorção 
óssea. O tecido ósseo vai envelhecendo com o passar do tempo, assim como todas as outras 
células do nosso corpo. O tecido ósseo velho é destruído pelas células chamadas osteoclastos 
e criados pelas células reconstrutoras, os osteoblastos. Esse processo de destruição das células 
é chamado de reabsorção óssea, que fica comprometido na osteoporose, pois o corpo passa a 
absorver mais osso do que produzir ou então não produzir o suficiente. 
 
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2. (Assoc Valorização Pessoas com Deficiênica-AVAPE/CONSULPLAN/2013) A 
alimentação tem papel fundamental na prevenção e controle da osteoporose. Assinale a 
alternativa que apresenta alimentos e/ou substâncias que seu consumo excessivo está 
relacionado, de acordo com o Ministério da Saúde, a um maior risco de osteoporose. 
a) Cálcio e vitamina D. 
b) Sódio e carnes vermelhas. 
c) Ácidos graxos insaturados. 
d) Soja e derivados do leite. 
e) Magnésio e frutos do mar. 
COMENTÁRIOS: 
A osteoporose é definida como uma doença sistêmica progressiva que leva à uma 
desordem esquelética, caracterizada por força óssea comprometida, predispondo a um 
aumento do risco de fratura. 
Para prevenção da doença é necessário adotar uma alimentação equilibrada, porém 
voltada para a oferta dos componentes (oligo-elementos) essenciais na síntese óssea como as 
calorias, o cálcio, a pró-vitamina D, o Magnésio, Zinco, Boro, vitamina K e vitamina C 
diariamente. GABARITO LETRA B 
 
 
 
 
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Deficiência de cálcio 
O cálcio é um mineral essencial à formação normal dos ossos. Durante a juventude, o 
corpo usa o mineral para produzir o esqueleto. Além disso, o osso é o nosso principal 
reservatório de cálcio, e é ele quem fornece esse nutriente para outras funções do corpo, como 
o funcionamento cardíaco. Quando o metabolismo do osso está em equilíbrio, ele retira e 
repõe o cálcio dos ossos sem comprometer essa estrutura. Esses nutrientes são obtidos por 
meio da alimentação, por isso, se a ingestão de cálcio não é suficiente, ou então o organismo 
não está conseguindo absorver esse cálcio ingerido, a produção de ossos e tecidos ósseos pode 
ser afetada, não havendo nutrientes suficientes para produzir o esqueleto e suprir toda a 
demanda de cálcio do resto do corpo. Dessa forma, a ingestão insuficiente ou a má absorção 
desses nutrientes pode ser uma das causas da osteoporose. 
A massa óssea baixa e a deterioração da arquitectura do osso provocam fragilidade 
óssea e susceptibilidade de fractura. A maioria dos doentes é idosa. 
A dor é do tipo lombalgia baixa e irradia à volta do tronco ou para os membros 
inferiores. Piora com as vibrações ou o movimento. 
Trata-se de uma doença crónica muito frequente, de prevalência progressiva, que causauma grande perda da qualidade de vida e invalidez em inúmeros casos. 
Entre 20 a 50% dos indivíduos afectados não podem andar e mais de um terço fazem-no 
de forma totalmente dependente. 
Se acrescentarmos as fracturas da anca às fracturas proximais do úmero e distais do 
rádio de origem osteoporótica, obteremos 154.000 por ano. A incidência das ditas fracturas 
duplicou nos 10 últimos anos. 
Nanismo hipofisário 
O nanismo adiposogenital de Froehlich é acompanhado por obesidade, sendo frequente 
um atraso mental que incapacita a condução apesar de a altura ser a mínima permitida, ao 
passo que o tipo de Lorain não apresenta alterações mentais. 
 
 
 
http://www.minhavida.com.br/temas/cálcio
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Gigantismo e acromegalia 
No gigantismo, o desenvolvimento mental está abaixo do normal. 
Na acromegalia, verifica-se um aumento da ossificação, distribuída de forma desigual, 
com deformidades como um tórax de grandes dimensões. É frequente a artrite acromegálica 
devido às cartilagens articulares mais grossas que, posteriormente, degeneram. 
 
Mucopolisacaridose. 
Mucopolissacaridose ou MPS é um subgrupo das doenças de depósito lisossômicos 
(DDL)as quais pertencem ao ainda maior grupo de doenças genéticas do metabolismo, 
causadas por deficiência de enzimas. Juntas, afetam cerca de 1 em cada 25.000 nascidos vivos 
por ano 
Agora pra você lembrar que é uma doença HEREDITÁRIA. 
Regra geral, ocorrem deformidades esqueléticas e, em alguns casos, mudanças ósseas e 
da córnea graves, assim como alteração mental ou do sistema nervoso central. 
Osteíte deformante ou doença de Paget 
As mudanças ósseas caracterizam-se por engrossamento, amolecimento, deformidade e, 
mais tarde, por ossificação, que pode começar na tíbia, mas em 75% dos doentes progride 
para a forma poliostótica. 
Ocorre dor nas extremidades inferiores, coxas ou ancas. A afectação do crânio pode 
causar dores de cabeça, vertigens, distúrbios auditivos e visuais, que incapacitam a condução. 
Os traumatismos triviais podem causar fracturas espontâneas, especialmente no fémur e tíbia. 
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Reticulose 
• Na maioria dos doentes, a doença de Hodgkin causa dor surda, com ardor ou 
lancinante, que pode ser de tal forma intensa que interfira com o funcionamento das 
articulações adjacentes.Na coluna vertebral podem ocorrer dores irradiadas na cintura 
e compressão medular. 
• A leucemia linfoblástica é a que provoca com mais frequência mudanças ósseas, 
sobretudo no joelho e ombro, que se manifestam como “artrite” poliarticular, com dor, 
edema e limitação dos movimentos que incapacitam a condução. 
• O mieloma múltiplo provoca, de início, dor, mas é frequente aparecer com uma 
fractura patológica ou paraplegia. 
 
ANOMALIAS NEUROMUSCULARES 
As doenças neuromusculares compreendem um grupo de doenças que direta (via 
distúrbio intrínseco do músculo) ou indiretamente (via distúrbio do neurônio motor, seus 
prolongamentos ou da junção neuromuscular) afetam a função muscular. 
O diagnóstico é estabelecido basicamente por meio da história e do exame físico. Algumas 
informações são importantes para que o nível da lesão seja definido e para que seja realizada 
diferenciação entre as diversas doenças neuromusculares existentes. A rapidez com que a 
doença progride (aguda, subaguda ou crônica), o padrão de acometimento dos sintomas 
(proximal, distal, face), a história familiar (forma hereditária ou adquirida) e os fatores 
desencadeantes também auxiliam na abordagem desses pacientes. 
 
DOENÇAS DO NEURÔNIO MOTOR 
 
Esclerose lateral amiotrófica 
 
Definição 
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neuro-degenerativa do sistema 
motor com comprometimento dos neurônios do corno anterior da medula e dos neurônios 
motores do córtex cerebral. Caracteriza-se pela combinação de sinais do neurônio motor 
superior e inferior. 
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Etiologia 
A etiologia dessa doença é complexa e multifatorial. Geralmente é esporádica, mas pode 
ser familiar (5 a 10%) com herança autossômica dominante (gene que codifica a enzima 
superóxido-dismutase [SOD1]). Relaciona-se com a existência de algum fator genético, e a 
sua expressão clínica está relacionada com a exposição desse indivíduo, marcado 
geneticamente, a algum fator, ou fatores, que são desencadeadores do processo de 
degeneração do moto- neurônio (p. ex., processo inflamatório, envelhecimento, vírus, 
exposição a agentes tóxicos, etc.). 
 
Epidemiologia 
A incidência da ELA é rara, ocorrendo cerca de 2 casos para 100.000 pessoas/ano. 
Indivíduos do sexo masculino são mais afetados do que os do feminino em uma proporção de 
2:1, e os brancos são mais acometidos do que os negros. A idade média de início é 50 anos, e 
a forma esporádica compreende mais de 90% dos casos. Entre os pacientes com a doença, 
50% sobrevivem por três anos, e 28%, por mais de cinco anos. 
 
Patogênese 
Ao realizar exame macroscópico, nota-se um afilamento das raízes anteriores da 
medula. Por meio desse exame, torna-se evidente a perda neuronal no córtex motor, nos 
núcleos dos nervos cranianos e no corno anterior da medula, bem como a redução das fibras 
dos feixes corticobulbares e corticoespinais. É interessante que não haja evidência de 
processo inflamatório nas estruturas envolvidas. 
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Sinais e sintomas 
Quando o paciente apresenta sinais proeminentes de envolvimento do neurônio motor 
superior e inferior nos dois membros e nos músculos bulbares (25% dos pacientes apresentam 
disartria, disfagia), sem comprometimento sensitivo, autonômico e visual, o diagnóstico 
clínico é evidente, e o diferencial é restrito. 
Entretanto, o desafio encontra-se nos pacientes em estágio inicial da doença, que podem 
ter diferentes formas de apresentação clínica, dependendo do sítio acometido, alargando o 
diagnóstico diferencial. 
 
Diagnóstico 
Até o momento, não há marcador biológico específico para pacientes com ELA, e o 
diagnóstico está baseado na história, no exame físico e em alguns achados de exames 
complementares, como os seguintes: 
Eletroneuromiografia: comprometimento do neurônio motor em regiões clinicamente 
comprometidas e não comprometidas; denervação e reinervação (fasciculações, fibrilações, 
polifásicos com amplitude aumentada de unidades motoras) e velocidade de condução normal 
inicialmente. 
 
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Aspectos clínicos típicos de pacientes com esclerose lateral amiotrófica 
Essa doença é caracterizada por fraqueza, sem comprometimento cognitivo, sensorial 
ou autonômico, e uma combinação de sinais dos neurônios motor superior (fraqueza, aumento 
do tônus, espasticidade, hiper-reflexia, cutâneo plantar em extensão, atrofia) e inferior 
(fraqueza, hipotonia, ausência de reflexos, atrofia e fasciculações). 
Exames de neuroimagem: devem ser realizados a fim de descartar doenças que possam 
mimetizar ELA. 
Exames laboratoriais: devem ser realizados para descartar outras doenças ELA-like. 
Tratamento 
Para o tratamento de pacientes com ELA, utiliza-se riluzol (Rilutek®), 50 mg, duas vezes ao 
dia, administrado em períodos distantes das refeições. Esse medicamento diminui a 
progressão da doença. Como suporte, pode-se realizar gastrostomia, ventilação não invasiva, 
controle da saliva, fisioterapia, fono- terapia e utilizarantiespasmódicos. 
 
3. (Prefeitura de Almino Afonso-RN/CONPASS/2014) Assinale a alternativa que refere 
corretamente a alteração decorrente do dano neurológico: 
a) Ataxia – Falta de coordenação motora. 
b) Parestesia – Perda parcial das funções motoras dos membros. 
c) Paraparesia - Alteração da sensibilidade na área percorrida pelo nervo afetado. 
d) Hemiparesia - Diminuição de sensibilidade em determinada região do organismo. 
e) Hipoestesia - Paralisia parcial de um lado do corpo 
COMENTÁRIOS: 
Vamos corrigir as alternativas incorretas. Inclusive fique atento a esses conceitos: 
b) Parestesia – Alteração da sensibilidade na área percorrida pelo nervo afetado. 
c) Paraparesia - Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores. 
d) Hemiparesia - Paralisia parcial de um lado do corpo 
e) Hipoestesia - Diminuição de sensibilidade em determinada região do organismo. 
Portanto, o gabarito é letra A. 
 
 
 
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Doenças dos Nervos Periféricos 
As doenças dos nervos periféricos formam um conjunto de síndromes clínicas que 
afetam nervos periféricos sensitivos, motores e/ou autonômicos. Apesar das diversas 
etiologias dessas doenças, as respostas a uma lesão são limitadas: axonopatias, neuronopatias 
ou mielinopatias. Na abordagem diagnóstica, a primeira etapa é determinar, por meio da 
história e exame físico, se o paciente apresenta uma neuropatia periférica (ver Quadro 95.2). 
Determinada a existência de neuropatia, deve-se caracterizar a síndrome, levando em 
consideração alguns parâmetros, desde a rapidez com que se estabelece até a distribuição e o 
padrão dos achados clínicos. Dessa forma, pode-se limitar as possibilidades diagnósticas e 
planejar os exames complementares. 
Rapidez de estabelecimento: aguda: horas até um mês; subaguda: um a dois meses; 
crônica: mais de dois meses. 
Tipo de fibra nervosa envolvida: motora, sensitiva, autonômica ou mista. 
Tamanho da fibra nervosa envolvida: grossa (fibras motoras, propriocepção e 
vibração), fina (dor, temperatura e sintomas autonômicos) ou mista. 
Distribuição: proximal, distal, difusa. 
Padrão: mononeuropatia, polineuropatia ou mononeuropatia múltipla. 
Patologia: axonal, desmielinizante ou mista. 
 
 
 
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Síndrome de Guillain-Barré (polirradiculoneurite desmielinizante 
idiopática aguda [PDIA]) 
Definição 
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença desmielinizante que afeta os nervos 
periféricos, potencialmente grave, podendo resultar em falência respiratória aguda mesmo nos 
pacientes nos quais não há fraqueza dos membros. 
 
 
 
 
Etiologia 
Entre os pacientes com essa doença, 25% apresentam infecção prévia por 
Campylobacter jejuni, realizaram vacina, submeteram-se à cirurgia uma a três semanas antes 
do início dos sintomas, ou são mulheres grávidas. 
 
Sinais e sintomas 
Os pacientes com síndrome de Guillain-Barré apresentam fraqueza simétrica ascendente 
e rapidamente progressiva. Os reflexos tendinosos profundos ficam diminuídos ou podem 
inexistir. Podem ocorrer também diplegia facial (aspecto de máscara, ausência mímica facial), 
disfagia e dificuldade respiratória. 
 
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Tratamento 
Para pacientes com essa doença, pode-se realizar ventilação mecânica se a capacidade 
vital for menor do que 15 cc/kg ou 0,6 L, ou maior, se estiver reduzindo rapidamente. 
Outras opções igualmente efetivas são plasmaférese e imunoglobulina IV. A administração de 
corticoide não apresenta benefício. 
 
Prognóstico 
O prognóstico desses pacientes é fatal em 4 a 15%, deixa sequela em 20% e em 35% 
apresenta déficit permanente. Ocorre recaída em 10% dos indivíduos, 50% atingem o nadir 
em uma semana, e 90%, em um mês. 
 
Doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) 
Definição 
A CMT é causada por mutações em genes que codificam proteínas de diferentes 
localizações (mielina, células de Schwan e axônios) e que estão envolvidas em diversas 
funções: desde compactação e manutenção da mielina para formação do citoesqueleto, 
transporte axonal até metabolismo mitocondrial. Independentemente desse processo, a lesão 
final que se estabelece é uma degeneração axonal, principalmente nas fibras grossas e longas. 
 
Epidemiologia 
A CMT é uma das doenças neuromusculares hereditárias mais comuns, com uma 
prevalência de mais de 40/100.000 pessoas. 
 
Etiologia 
Essa doença é geneticamente heterogênea com diferentes mutações resultando em 
fenótipo clínicos semelhantes. Também conhecida como neuropatia sensitivo-motora 
hereditária. A maioria das pessoas com CMT apresenta herança autossômica dominante, mas 
todos os tipos de transmissão podem ser observados. 
 
 
 
 
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Sinais e sintomas 
O fenótipo típico da CMT é de atrofia, fraqueza e perda sensitiva com início distal e 
progressão proximal. Os sintomas motores manifestam-se inicialmente nos pés, com fraqueza 
na musculatura intrínseca, pés cavos e dedo em martelo, diminuição da sensibilidade 
vibratória, dor ao toque. Algumas vezes, ocorre perda da sensibilidade proprioceptiva, 
ocasionando ataxia sensitiva. Não há reflexos tendinosos profundos. 
 
Tratamento 
Ainda não há tratamento medicamentoso efetivo para pacientes com CMT. O tratamento 
de suporte consiste em fisioterapia, órteses e correções cirúrgicas das deformidades, sendo 
necessária uma abordagem multidisciplinar. 
 
Neuropatia diabética 
Definição 
A neuropatia diabética é causada por diabetes melito (DM). Diversas síndromes clínicas 
foram identificadas, tais como as seguintes: 
 Mononeuropatias agudas 
 Mononeuropatias múltiplas e radiculopatias 
 Polineuropatia distal 
 Neuropatia autonômica 
 
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Epidemiologia 
A neuropatia diabética é incomum antes dos 30 anos. Quinze por cento dos pacientes 
com DM tipo 1 e 13% dos pacientes com tipo 2 apresentam polineuropatia sintomática, mas 
as taxas de ocorrência aumentam quando se avalia a ENMG desses pacientes. 
 
Patogênese 
Perda de fibras nervosas mielinizadas é o achado mais proeminente em casos de 
polineuropatia distal. Desmielinização e remielinização segmentar, formação de bulbo com 
aspecto de cebola e redução do número de fibras não mielinizadas são achados secundários à 
isquemia aguda da vasa nervorum. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico dessa condição é clínico, e a realização de ENMG confirma-o. 
Tratamento: 
Nesses casos, deve-se manter níveis glicêmicos adequados. Pode-se realizar tratamento 
sintomático com antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes. 
 
 
 
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Neuropatia nutricional 
Definição 
A neuropatia nutricional é uma doença dos nervos periféricos que ocorre devido à 
deficiência isolada ou complexa de nutrientes. A causa mais comum dessa doença no 
Ocidente está associada ao uso de álcool. 
 
Epidemiologia 
Estima-se que entre 25 a 66% dos alcoolistas crônicos desenvolvam neuropatia durante 
a vida. Os fatores diretamente associados ao desenvolvimento de neuropatia são o período em 
que se consome o álcool e a quantidade. 
 
Patogênese 
A neuropatia nutricional é causada por lesão axonal de fibras nervosas de pequeno cali-
bre associada às seguintes hipóteses distintas ou associadas:Deficiência de tiamina: o etanol reduz a absorção intestinal de tiamina e também o estoque 
hepático e altera a fosforilação dela. A dieta do paciente com alcoolismo crônico geralmente é 
desequilibrada. Efeito neurotóxico direto do etanol ou de seus metabólitos (acetaldeído): 
dose-dependente, alteração na modulação da cascata de sinalização intracelular da qual a 
proteína quinase A e C fazem parte; desequilíbrio do transporte axonal e das propriedades do 
citoesqueleto. 
 
Sinais e sintomas 
Pacientes com neuropatia alcoólica pura (sem evidência de deficiência de tiamina) 
apresentam sintomas sensitivos (diminuição da sensibilidade superficial e dor) lentamente 
progressivos, que se manifestam de forma inicial nos membros inferiores. Também podem 
posteriormente apresentar fraqueza, queimação, ataxia e quedas. Quando associada a déficits 
nutricionais, a apresentação clínica é variável. 
Diagnóstico 
O diagnóstico pode ser determinado por meio das seguintes avaliações: 
História de uso de álcool (100 mL de álcool etílico por dia durante três anos) 
ENMG: não é específica para neuropatia alcoólica; polineuropatia sensitivo-motora 
axonal. 
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Exames laboratoriais para exclusão de outras doenças: eletrólitos, função renal, função 
hepática, glicose, funções da tireoide, níveis de tiamina, piridoxina, vitamina B12, ácido 
fólico, niacina, vitamina A, biotina; metais pesados, VSG, HIV, sífilis. Biópsia de nervo. 
Avaliação do tubo gastrintestinal. 
 
Tratamento 
O tratamento de pacientes com neuropatia nutricional objetiva controlar os sintomas, 
treinar a capacidade de funcionamento independente, prevenir lesões, cessar o consumo de 
álcool, administrar suplementação vitamínica e calórica e medicações para dor neuropática e 
realizar fisioterapia. 
 
Neuropatias por vasculites 
Definição 
As neuropatias por vasculites são um grupo heterogêneo de doenças que afetam 
variados órgãos e vasos sanguíneos de diferentes diâmetros. 
 
Sinais e sintomas 
São sinais e sintomas de pacientes com neuropatias por vasculites: mononeuropatia 
dolorosa, polineuropatia assimétrica ou mononeuropatia múltipla de início agudo ou 
subagudo. Elas afetam principalmente os membros inferiores. Os sintomas sistêmicos são 
mialgias, artral- gias, perda de peso, sintomas respiratórios, dor adominal, hematúria, rash e 
sudorese noturna. 
 
Classificação 
As neuropatias por vasculites podem ser classificadas das seguintes formas: 
Sistêmicas: 
–Primárias: sem causa definida; poliarterite nodosa, granulomatose de Wegener, 
síndrome de Churg- Strauss e poliangeíte microscópica. 
–Secundárias: drogas, vírus, doenças do tecido conectivo; artrite reumatoide, lúpus 
eritematoso sistêmico, crioglobulinemia associada ao vírus C, HIV, citomegalovírus, 
sarcoidose. 
Não sistêmica: restrita aos nervos e aos músculos. 
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Diagnóstico 
O diagnóstico pode ser estabelecido por meio das seguintes avaliações: 
ENMG: padrão axonal agudo ou subagudo, com envolvimento sensitivo e motor 
multifocal. 
Laboratorial: hemograma, eletrólitos, ureia, creatinina, glicose, VSG, proteína Creativa, 
FAN, fator reumatoide (FR), anticorpo anticitoplasma de neutrófilos (ANCA), hepatite C e B, 
crioglobulinas, proteinogra ma, HIV, sífilis. 
Biópsia de nervo e músculo: 60% apresentam deposição de imunocomplexos, 
inflamação e destruição da parede dos vasos. 
Tratamento 
Para o tratamento de pacientes que apresentam neuropatia com envolvimento sistêmico 
primário, deve-se administrar corticoide intravenoso (indução) e imunossupressores 
(manutenção). Para os casos de neuropatia com envolvimento sistêmico secundário, é 
contraindicado o uso de imunossupressão crônica, e o tratamento é direcionado para a doença 
de base. 
Devido à benignidade da neuropatia não sistêmica, geralmente não é realizado 
tratamento para esses pacientes. Pode-se utilizar corticoide via oral ou, se a doença for mais 
agressiva, imunossupressores. 
 
4. (Prefeitura de Bom Jesus do Sul-PR/FAUEL/2014) Se trata de uma urgência ortopédica, 
caracterizada por parestesia, dor contínua, edema e enrijecimento da região acometida e 
acontece quando existe pressão tecidual aumentada dentro de um espaço limitado que 
compromete a circulação de tecido dentro da área confinada: 
a) Síndrome de Burnout 
b) Síndrome Compartimental 
c) Síndrome do Desuso 
d) Síndrome de Hipóxia muscular 
COMENTÁRIOS: 
Síndrome compartimental se refere à doença que pode levar à perda do membro, 
em que o suprimento sanguíneo ao tecido é comprometido pelo aumento da pressão local. As 
duas causas mais comuns são as hemorragias derivadas de fraturas ou lesão vascular e o 
edema do terceiro espaço que se forma quando o tecido muscular isquêmico é reperfundido 
após um período de redução ou ausência do fluxo sanguíneo. A tala ou o gesso colocados de 
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modo muito apertado também pode provocar essa síndrome. 
Os dois primeiros sinais de desenvolvimento da síndrome compartimental são a dor e a 
parestesia. Essa dor pode ser dramaticamente aumentada pela movimentação passiva de um 
dedo. Os outros três sinais clássicos são: ausência de pulso, palidez e paralisia do membro 
afetado. 
Somente pode ser tratada definitivamente no hospital, onde será realizada uma 
intervenção cirúrgica (fasciotomia), com uma incisão através da pele até o interior do 
compartimento acometido para a descompressão. 
Diante do exposto, a resposta correta é a letra GABARITO LETRA B. 
 
 
Doenças da Junção Neuromuscular 
Miastenia grave 
Definição 
A miastemia grave é uma doença autoimune potencialmente grave, mas que pode ser tratada. 
Caracteriza-se por fraqueza e fatigabilidade da musculatura voluntária. 
Epidemiologia 
A incidência anual dessa doença é de 2/100.000 pessoas/ ano, mas a prevalência pode 
chegar a mais de 50/100.000 pessoas. Ela apresenta dois picos de incidência, o primeiro entre 
20 e 30 anos, afetando mais mulheres, e o segundo entre 60 e 70 anos, acometendo mais 
homens. 
 
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Etiologia e patogênese 
Os fatores que desencadeiam ou induzem o processo autoimune ainda não são 
conhecidos. Na maior parte dos casos, o alvo do ataque autoimune é o receptor nicotínico de 
acetilcolina (85% dos casos), localizado na membrana pós-sináptica da placa mioneural. 
Metade dos pacientes soronegativos apresenta um anticorpo antiquinase muscular específica 
(anti-MuSK). A perda de um grande número de receptores de acetilcolina nos músculos limita 
a quantidade de fibras que se despolarizam durante a ativação do músculo pela terminação 
nervosa, diminuindo, assim, a geração de ações musculares e impedindo a contração das 
fibras. 
Os principais mediadores da resposta autoimune em casos de miastemia grave são os 
linfócitos T derivados do timo. No exame anatomopatológico, é possível verificar infiltrado 
linfocítico associado a pequenos focos necróticos na fibra muscular, atrofia das fibras tipo 1 e 
2, hiperplasiacomfolículos linfoides, evidenciando centros germinativos em 70% dos timos, e 
timoma em 10%. Alguns fatores podem agravar a miastenia grave, tais como infeções e o uso 
de drogas (Tab. 95.5) da figura logo abaixo. 
Sinais e sintomas 
Nos casos de miastenia grave, cinco subgrupos de sinais e sintomas são conhecidos: 
Grupo 1: comprometimento da musculatura ocular isolada. 
Grupo 2: fraqueza generalizada leve. 
Grupo 3: fraqueza generalizada moderada oufraqueza bulbo-ocular leve a moderada. 
Grupo 4: fraqueza generalizada ou bulbo-ocular grave. 
Grupo 5: crise miastênica. 
 
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Entre os pacientes com miastenia ocular primária, 85 a 90% desenvolvem fraqueza 
generalizada nos dois anos seguintes. A forma mais comum é a generalizada, que se apresenta 
com fraqueza flutuante, havendo piora no final do dia e cansaço fácil na musculatura 
extraocular, bulbar e de extremidades. Alguns sinais e sintomas típicos são voz anasalada, 
dificuldade de mastigação, diplopia, ptose e paresia ocular. Os reflexos pupilares são 
poupados. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico pode ser estabelecido por meio das seguintes avaliações: 
Farmacológica: teste do Tensilon® (edrofônio), droga anticolinesterásica intravenosa de curta 
ação (2 a 4 minutos). 
Sorológica: anticorpo antirreceptor de acetilcolina, anticorpo antirreceptor muscarínico 
específico. 
Eletrofisiológica: redução da amplitude do potencial de ação composto evocado durante a 
estimulação repetitiva supramáxima de um nervo. A ENMG de fibra única é mais sensível. 
 Imagem: raio X de tórax pode evidenciar massa mediastinal. A tomografia computadorizada 
(TC) de tórax deve ser realizada em todos os pacientes recém-diagnosticados. 
Tratamento 
O tratamento pode ser realizado com a administração de anticolinesterásicos, 
corticosteroides, imunossupressores, imunoglobulina e com plasmaférese e timectomia. 
Pacientes com crise miastênica (agravamento da mistenia em geral por infecção, drogas ou 
tratamento inadequado) e crise colinérgica (excesso de acetilcolina na junção neuromuscular 
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devido ao uso excessivo de drogas anticolinesterásicas) apresentam fraqueza, e são crises 
consideradas emergências médicas pelo risco de insuficiência respiratória. Elas podem ocorrer 
concomitantemente. 
 
Doenças do Músculo 
Existem inúmeras doenças neuromusculares resultantes do comprometimento dos 
músculos estriados. Essa diversidade evidencia um caráter desafiador para o diagnóstico 
dessas doenças, já que elas apresentam um número limitado de sinais e sintomas: fraqueza, 
fadiga, dor, rigidez, espasmos, cãibras e alteração de volume, sem haver alteração da 
sensibilidade e com reflexos preservados inicialmente. A fraqueza muscular verdadeira é o 
sintoma mais frequente. A abordagem inicial do paciente com fraqueza deve levar em 
consideração o padrão topográfico de acometimento muscular (proximal, distal, facial), o 
período de aparecimento dos sintomas (agudo, subagudo ou crônico), o histório familiar 
(doença hereditária ou adquirida) e os sinais e sintomas associados. 
É possível classificar essas doenças em quatro grandes grupos: miopatias inflamatórias 
(infecciosas ou idiopáticas autoimunes, distrofias musculares (doenças degenerativas 
progressivas hereditárias), miopatias tóxicas e metabólicas (anormalidade metabólica 
hereditária, anormalidade da função endocrinológica, drogas ou agentes miotóxicos) e 
miopatias congênitas. As miopatias inflamatórias constituem o grupo de doenças musculares 
mais comuns e potencialmente tratáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANOMALIAS EPIFISÁRIAS 
 
Vamos antes de mais nada lembrar o que é a Epífise? 
A epífise (do latim epi, sobre + physis, crescimento) é a parte de um osso longo que se 
desenvolve por um centro de ossificação diferente do corpo do osso, ou diáfise, e que dele é 
separado por uma camada de cartilagem. 
 
 
Durante o desenvolvimento, é a cartilagem epifisária a responsável pelo crescimento 
longitudinal e diametral (lateral) do osso. 
Durante a infância e a adolescência, a cartilagem epifisária promove o crescimento, 
mas, quando o indivíduo atinge a idade adulta, a cartilagem é substituída por osso compacto, 
interrompendo-se o crescimento. 
Ainda na infância, a cartilagem epifisária constitui-se em ponto frágil do osso, podendo 
ser, frequentemente, sede de fraturas. 
A estrutura responsável pelo crescimento ósseo longitudinal é a Placa Epifisária que 
está localizada na Metáfise. 
 
 
 
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Agora vamos pensar nas Displasias? 
As displasias epifisárias múltiplas (MED/EDMs) são caracterizadas por anomalias 
epifisárias que causam dores articulares precocemente na vida, osteocondrite e artrose 
precoce. As EDMs são um grupo heterogéneo de doenças com expressão variável 
classificadas como MED/EDMs 1-6. 
A prevalência média está estimada em cerca de 1/20,000. 
A EDM1 (ver este termo) é a forma clinicamente mais bem caracterizada de EMD e é 
marcada por uma marcha bamboleante e dor à apresentação, e baixa estatura moderada. A 
principal complicação é artrose precoce da anca. 
A EDM1 é transmitida de forma autossómica dominante e é causada por mutações no 
gene que codifica a proteína oligomérica da matriz da cartilagem. 
 
(Prefeitura de Caibi-SC/NW Classifica/2014) A necrose isquêmica que resulta no 
achatamento da cabeça do fêmur devido a interrupção vascular, geralmente unilateral, mais 
comum em meninos de 4 a 10 anos também chamada de coxa plana é conhecida como: 
a) Doença de Legg-Calvé-Perthes 
b) Doença da imunodeficiência combinada grave 
c) Doença de hipospadi 
d) Doença de Tay-Sachs 
COMENTÁRIOS: 
A Síndrome de Legg-Calvé-Perthes ou doença de Perthes é uma doença 
degenerativa da artiiculção da quadril em que ocorre destruição da cabeça do fêmur por falta 
de vascularização (necrose vascular). 
É frequente em crianças dos 3 aos 12 anos, embora também tenha sido descrita em 
outras espécies, como em cães de pequeno porte. Em casos bastante raros pode também 
afectar adultos. Geralmente segue um processo com várias etapas que se resolve ao fim de 
cerca de um ano. 
Logo, a resposta correta é a letra A. 
 
 
 
 
 
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DEFORMIDADES DA COLUNA ESPINHAL 
Lordose- É o aumento anormal da curva lombar levando a uma acentuação da lordose 
lombar normal (hiperlordose). Os músculos abdominais fracos e um abdome protuberante são 
fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas costas em pessoas com aumento da lordose 
lombar ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna lombar, tal como o 
ficar em pé por muito tempo (que tende a acentuar a lordose). A flexão do tronco usualmente 
alivia a dor, de modo que a pessoa frequentemente prefere sentar ou deitar. 
Cifose - É definida como um aumento anormal da concavidade posterior da coluna 
vertebral, sendo as causas mais importantes dessa deformidade, a má postura e o 
condicionamento físico insuficiente. Doenças como espondilite anquilosante e a osteoporose 
senil também ocasionam esse tipo de deformidade. 
Escoliose - É a curvatura lateral da coluna vertebral, podendo ser estrutural ou não 
estrutural. A progressão da curvatura na escoliose depende, em grande parte, da idade que ela 
inicia e da magnitude do ângulo da curvatura durante o período de crescimento na 
adolescência, período este onde a progressão do aumento da curvatura ocorre numa 
velocidade maior. O tratamento fisioterápico usando alongamentos e respiração são essenciais 
para a melhora do quadro. 
Vamos as ilustrações das diferenças: 
 
 
 
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6. (Prefeiturade Bom Jesus do Sul-PR/FAUEL/2014) Durante a realização de um exame 
do sistema musculoesquelético podemos observar algumas alterações na curvatura da coluna. 
As alternativas abaixo descrevem tipos de deformidades comuns na coluna, porém apenas 
uma alternativa apresenta a definição correta: 
a) Cifose se trata de uma curvatura anterógrada aumentada da porção torácica da coluna 
b) Lordose se trata de uma curvatura diminuída da porção cervical da coluna 
c) Escoliose se trata de uma curvatura exagerada da porção lombar da coluna 
d) Escoliose se trata de uma curvatura exagerada da porção torácica da coluna 
COMENTÁRIOS: 
Vamos REPETIR cada uma das situações: 
Cifose: uma curvatura posterior exagerada da coluna torácica (corcunda) que causa 
expressiva dor nas costas e que limita a mobilidade. Pode estar associada ao envelhecimento. 
Lordose: é um transtorno devido a uma curvatura excessiva da coluna para dentro. 
Escoliose: uma curvatura lateral em forma de S da coluna torácica e lombar, geralmente 
com rotação vertebral envolvida. 
Diante do exposto, GABARITO LETRA A. 
 
7. (Prefeitura de Nepomuceno-MG/CONSULPLAN/2013) O exagero da curvatura da 
coluna torácica é uma anormalidade postural, geralmente comum em idosos, denominada 
a) cifose. 
b) lordose. 
c) escoliose 
d) esclerose 
e) ostoporose 
COMENTÁRIOS: 
Vou repetir os conceitos porque como você pode ver esse tema é ferquente em provas de 
concurso. Portanto, não deixe de reler. 
Cifose: uma curvatura posterior exagerada da coluna torácica (corcunda) que causa 
expressiva dor nas costas e que limita a mobilidade. Pode estar associada ao envelhecimento. 
Lordose: é um transtorno devido a uma curvatura excessiva da coluna para dentro. 
Escoliose: uma curvatura lateral em forma de S da coluna torácica e lombar, geralmente 
com rotação vertebral envolvida. 
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Esclerose: utilizado nas mais diversas situações para se referir a um enrijecimento de 
alguma estrutura. 
Osteoporose: é uma doença metabólica, sistêmica, que acomete todos os ossos. 
Portanto, GABARITO LETRA A 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRAÇÃO 
O princípio da tração é a contínua ação de um peso alinhado com a extremidade 
fraturada. A ação do peso mantém a redução da fratura, imobiliza o segmento fraturado, 
servindo como medida analgésica. Muitas vezes é utilzado de forma provisória até o dia do 
tratamento da fratura de forma cirúrgica (fraturas do quadril em idosos). O peso pode ser 
colocado no membro por 2 maneiras: um esparadrapo fixado à pele – tração cutânea- ou 
através de um pino de aço inserido no membro fraturado-tração esquelética. 
 Algumas fraturas podem ser tratadas definitivamente em tração, como algumas fraturas 
de bacia. Neste caso, utiliza-se atração esquelética com 10% do peso corporal. O máximo de 
peso que pode ser colocado na tração cutânea é de 2,5Kg. 
 Por isso a tração esquelética causa a restrição parcial dos movimentos do paciente. Um 
dos principais problemas é a úlcera de decúbito, que pode apresentar-se na região sacra, 
trocantéricas direita e esquerda, calcâneas e tibial. 
 Tração Cutânea 
Definição:Tem como função proporcionar uma pressão direta naextremidade afetada, 
desde que a integridade da pele e o edemado membro o permitam. 
É muitas vezes utilizada para aliviar espasmos musculares eimobilizar o membro 
temporariamente, por exemplo a seguira fratura do fémur, dos ossos da perna, do braço 
ouantebraço, antes da redução ou fixação por cirurgia.Também em casos específicos pode ser 
utilizado comotratamento conservador. 
 
Cuidados de Enfermagem: 
Antes da colocação da tração:• Explicar o procedimento de forma a reduzir a ansiedade 
do paciente;• Colocar a pessoa em decúbito dorsal;• Posicionar o membro fraturado em 
posição anatómica, sem rotação externa;• Realizar higiene ao membro, mantendo a pele limpa 
e seca; Dispor de um segundo elemento para elevação e apoio do membro(sob o tornozelo e 
joelho) aquando da aplicação das bandas do kit eda ligadura elástica;• 
Fazer tração manual, segurando o calcanhar com uma mão e odorso do pé com a outra, 
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exercendo pressão firme e constante; 
Aplicar a tração a cerca de 10 cm entre a planta do pé e a alçada tração, de forma que as 
tiras fiquem paralelas;• Aplicar as bandas do kit ao longo do membro na região lateralinterna 
e externa (até +- 10cm abaixo da fratura);• Aplicar a ligadura elástica, tem como vantagem 
ajudar a drenagemvenosa, diminuindo assim o risco de edemas e tromboflebitesprofundas. 
Após colocação da tração:• Realizar a tração manual através da corda, fazendo-a 
passarpelas roldanas da Tala de Buck;• Colocar o fio da tração pela roldana• Verificar 
alinhamento eposicionamento correto do membro;• Aplicar o peso prescrito, respeitando o 
eixo longitudinal doosso; 
Colocar rolo/almofada no calcâneo para evitar o contactocom o leito;• Manter membro 
em posição anatómica (pé e rótula paracima), evitar a rotação externa se o utente estiver 
emdecúbito dorsal; • Verificar se os pesos estão livremente suspensos, se o fio está 
desimpedido e se há necessidade de realizar contra-tração (elevando os pés da cama); • 
Despistar sinais de compromisso neuro circulatório, em caso de apresentar alterações, pode 
ser necessário retirar de imediato as ligaduras ou a própria tração; 
Verificar integridade cutânea / zonas de pressão(com especial incidência na região 
maleolar, calcâneo esacrococcígea) e o aparecimento de manifestaçõescutâneas de origem 
alérgica;• Posicionar o utente com frequência dentro das posições oulimitações da 
imobilização, para evitar pressão prolongada• Encorajar o utente a movimentar-se para aliviar 
a pressão napele;• Vigiar e dar atenção às queixas do paciente (dor, sensação 
de“repuxamento” excessivo, parestesias, sensação de frio ou calor nomembro ). 
 
Tração Esquelética 
Definição: é uma tração que se aplica diretamente no osso. É colocada sob anestesia 
local ou geral, utilizando material diverso e diferenciado para cada caso, podendo passar pelo 
compasso de Crutchfield (craniano) e pelos fios de Kirschener oucavilha de Steinmann, sendo 
inserido através do osso distal dafratura.O local de inserção varia com o tipo de fratura. 
Cuidados de Enfermagem: 
Antes da colocação da tração:• Explicar o procedimento de forma a reduzir a ansiedade 
do paciente;• Colocar a pessoa em decúbito dorsal;• A colocação da tração esquelética é uma 
técnica médica com assepsia cirúrgica, que consiste na introdução direta de um fio metálico 
no osso (distal à fratura). 
Após colocação da tração:• Colocar o fio no estribo;• Fazer passar o fio pelas roldanas 
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da Tala de Buck;• Aplicar na extremidade do fio o peso prescrito (prescriçãomédica);• 
Respeitar o alinhamento do membro, tracionando o membro deacordo com o eixo 
longitudinal;• Posicionar o membro em tala de brown/ plano de brown; 
Desinfetar diariamente o local de inserção do fiona pele com álcool a 70º ou SF, para 
evitar oaparecimento de inflamação e/ou infeções, que podemculminar num processo de 
osteíte ou osteomielite;• Despistar sinais inflamatórios nos locais de inserção do fio 
doestribo;• Despistar sinais de compromisso neuro circulatório;• Vigiar atentamente zonas de 
pressão e proeminências ósseas;• Colocar rolo/almofada no calcâneo para evitar o contacto 
com oleito; 
Vigiar a queda ou pressão dos estribos sobre asproeminências ósseas, que anulam o 
efeito da tração epodem provocar graves lesões ou necrose da regiãopressionada;• Encorajar o 
paciente a movimentar-se para aliviar

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