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DAYANA DOS SANTOS
LIBRAS
VILA VELHA/ES
2020
A história da integração do surdo na sociedade e seu desenvolvimento pessoal é marcado por uma constante luta por direitos sociais, pelo bem individual e também coletivo. Antes considerados ineducaveis, a população surda além de sofrer preconceito também foi legada ao insulto e em outras culturas até mesmo a morte. Iremos recaptular alguns pontos de grande relêvancia quanto a isso. Segundo a autora Perlin (2004, p.80): “As narrativas surdas constantes à luz do dia estão cheias de exclusão, de opressão, de estereótipos”.
Na civilização egipicia os surdos eram tidos como favorecidos dos deuses e por isso faziam a mediação entre os deuses e os Faraós, obtendo assim grande admiração, sendo temidos e respeitados. (CARVALHO, 2007). Na nação hebreia, no Pentateuco, a Lei Hebraica faz referência aos surdos e cegos, sendo protegidos e tidos como cidadãos.  Já os chineses lançavam as crianças surdas ao mar. Os gauleses sacrificavam aos seus deuses Teutates. Na Grécia os surdos eram considerados como indivíduos incapazes. Aristóteles ensinava que os surdos por não terem linguagem, seriam incapazes de raciocinar.
 Em Esparta jogavam os recém-nascidos surdos do alto dos rochedos. Sêneca afirmava: “Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos afogamo-los, não devido ao ódio, mas a razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis”. Os Romanos consideram os surdos imperfeitos, sem direito a cidadania. Não tinham o direito de celebrar contratos, elaborar testamentos e ate de possuir propriedades ou reclamar heranças. Exceto aos surdos que conseguiam falar. (CARVALHO, 2007). 
Em Constantinopla os surdos eram tratados segundo os mesmos princípios dos Romanos. Embora realizando algumas tarefas, tais como: o serviço de corte, como pajens das mulheres, bobos da corte, serviços braçais. A Igreja da Idade Media, acreditava que os surdos não teriam salvação.  
A exclusão, a repulsa e os tantos direitos claramente negados a estas pessoas deram inicio a grande preocupação – inicialmente manifestada por educadores de diferentes países. Era preciso pensar neste grupo como pessoas que poderiam alcançar autonomia e independência.
Pelo mundo temos registros de importantes marcos e professores que se dedicaram a causa dos surdos. Mas focalizando em nosso país, foi em 1857 convidado
por D. Pedro II, Huet chega ao Brasil para fundar a primeira escola para surdos do país, chamada na época de: Imperial Instituto de Surdos Mudos. O ensino da língua de sinais por Huet teve grande influência francesa, país originário de Huet. Durante muito tempo, surdos de todo o Brasil e países vizinhos, concorriam para o Rio de Janeiro devido a ser a única escola referência para educação, profissionalização e socialização.
Nos anos 1960, surgem as primeiras organizações criadas pelos familiares das pessoas com deficiência, que também defendem as adequações da sociedade para que seja possível a integração das pessoas com deficiência. Já nos anos 1970, nos Estados Unidos, tem início a educação inclusiva e, durante os anos 1980 e 1990, com a Assembléia Geral das Nações Unidas, foi lançado o Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência, possibilitando que essas pessoas tivessem o direito à educação assegurado sempre que possível, (SASSAKI, 1997)
A inserção dos surdos na educação e sociedade ainda estavam longe de ser uma realidade plena, mas timidamente dava seus primeiros passos. Foram seminários e congressos, reuniões internacionais, liberações e proibições, propostas e grandes debates; conjunto de fatores que preparava caminho para o reconhecimento e também para uma futura legislação que asssistisse os direitos dessa minoria.
Para a pessoa surda, o meio de comunicação utilizado pelo meio que a cerca, não se apresenta como um recurso que vem facilitar seu intercâmbio com o mundo, mas um obstáculo que precisa transpor com dificuldades para chegar ao mundo social de forma efetiva (CARDOSO, 2006). 
Comparando-se as pessoas surdas e as que ouvem, verificam-se claramente suas particularidades, que são fundamentais na intervenção com pacientes surdos. Não é possível generalizar os surdos, como se todos fossem iguais, pois há diferenças em termos sensoriais e comunicativos (HINDLEY 1997).
A linguagem como importante ferramenta de desenvolvimento individual, coletivo e socialização, é primordial. Ela é responsável pela regulação da atividade psíquica humana, pois é ela que permeia a estruturação dos processos cognitivos.Assim,é assumida como constitutiva do sujeito,pois possibilita interações fundamentais para a construção do conhecimento (VIGOTSKI, 2001) . Nesta direção, Góes (1999) afirma que a língua de sinais será necessária para que haja condições mais propícias à expansão das relações interpessoais, constituindo o funcionamento cognitivo e afetivo, promovendo a constituição da subjetividade.
Para Kyle (1999), a língua de sinais é natural para o surdo, pois é adquirida de forma rápida e espontânea, por isso a criança surda precisa ter acesso à língua de sinais o mais cedo possível, antes mesmo do seu ingresso na escola.Daí a necessidade de a criança surda, filha de pais ouvintes, bem como de sua família terem contato com adultos surdos , usuários de língua de sinais. Harrison (2000) refere que essa língua fornece para a criança surda a oportunidade de ter acesso à aquisição delinguagem e de conhecimento de mundo e de si mesma.
Dada a importância da lingua de sinais, precisamos também recordar que não se trata de uma linguagem universal. Uma vez que cada país possui seu idioma oficial e cultura, a lingua de sinais também terá suas especificidades dependendo do lugar em que estejamos. Em 2002, foi promulgada uma lei que reconhecia a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização das comunidades surdas no Brasil. Em 2005, foi promulgado um decreto que tornou obrigatória a inserção da disciplina nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio (curso Normal) e superior (Pedagogia, Educação Especial, Fonoaudiologia e Letras). 
Tratando do campo legislativo, veremos na linha do tempo algumas conquistas adquiridas pela comunidade surda:
· 2004: Lei que determina o uso de recursos visuais e legendas nas propagandas oficiais do governo;
· 2008: Instituído o Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de Setembro, considerado o mês dos surdos;
· 2010: Foi regulamentada a profissão de Tradutor e Intérprete de Libras;
· 2015: Publicação da Lei Brasileira de Inclusão (ou Estatuto da Pessoa com Deficiência), que trata da acessibilidade em áreas como educação, saúde, lazer, cultura, trabalho etc.;
· 2016: Anatel publica resolução com as regras para o atendimento das pessoas com deficiência por parte das empresas de telecomunicações;
Quanto a educação, os instrumentos legais mais relevantes para a educação de surdos, no Brasil, são a Lei n. 10.436, de 24.04.2002, que regulamenta e dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e o Decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei n. 10.436 de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 de Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
 A Lei n. 10.436 é a concretização legal que reconhece a Língua Brasileira de Sinais, como a língua oficial da comunidade surda, embora esta não substitua a modalidade escrita da língua portuguesa. No artigo 1º, parágrafo único, a lei estabelece que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
De acordo com o artigo 25, o Sistema Único de Saúde (SUS) e as empresas que detêmconcessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social, devem garantir prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica:
· Atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, efetivando ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva;
· Tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso;
· Realização de diagnóstico, atendimento precoce e encaminhamento para a área de educação;
· Seleção, adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, quando indicado;
· Acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica;
· Atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;
· Atendimento fonoaudiológico às crianças, adolescentes e jovens matriculados na educação básica, por meio de ações integradas com a área da educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno;
· Orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter, desde seu nascimento, acesso à libras e à língua portuguesa;
· Atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de libras ou para sua tradução e interpretação;
· Apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de libras e sua tradução e interpretação.
As contribuições da  Língua Brasileira de Sinais (Libras)  definida pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, como sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria são muitas, aos profissionais, a educação a sociedade, , oriunda de comunidades de pessoas surdas, a Lei a reconhece como meio legal de comunicação e expressão . Essa Lei foi criada e conquistada com  luta pelos direitos dos surdos em espaços de cidadania  como a escola, sociedade, igreja e outros que os levem a adquirir independência. (SKLIAR, 1997)
         A surdez está associada à experiência da deficiência, e vale ressaltar também que ela é "uma diferença a ser politicamente reconhecida" (SKLIAR, 1997, p. 97). Entendida e aceita como algo diferente o surdo ao viver dentro de um contexto empírico de realidade social passa a entender melhor suas perspectivas, suas angústias, expectativas e paradigmas individuais e sociais.        
 Todos como seres humanos possuimos limitações, mas nem por este motivo nos olvidamos de nossas potencialidades. Assim a sociedade deveria também olhar o desenvolvimento e potencialidades do sujeito surdo. Vivemos numa era de progressos, onde já não cabe o pensamento de que essas pessoas são incapazes, isso porque ao decorrer do tempo já provaram o contrário. A discussão sobre o tema da Lei de Libras é de sumária importância para a uniformatização de uma sociedade democrática de direito. É vital também que sejam feitas constantes análises, para que através destas possa se verificar avanços ou impasses com respeito aos desafios e diferenças.
Para que o desenvolvimento do surdo e sua inserção seja eficaz, é necessário a construção de uma consciência social inclusiva; esta se afirma pela livre convivência e pelo conhecimento e reconhecimento da diversidade como pluralidade e respeito às diferenças. A Libras, portanto, assume um papel linguístico de permitir a comunicação, a interação social e a constituição da própria personalidade. Esta nova realidade só tem inicio com decidido esforço e compromisso, de todos.
Rerefências
CARDOSO AH, Rodrigues KG, Bachion MM. Perception of with severe or profound deafness about the communication process during health care.RevLatAmEnferm. 2006
GÓES, M.C.R. Linguagem, surdez e educação. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 1999.
HARRISON, K.M.P. O momento do diagnóstico de surdez e as possibilidades de encaminhamento. In: LACERDA, C.B.F.; NAKAMURA, H.; LIMA, M.C. (Org.). Fonoaudiologia: surdez e abordagem bilíngüe. São Paulo: Plexus, 2000. p. 114-122
HINDLEY P. Psychiatric aspects of hearing impairments.J ChildPsycholPsychiatry. 1997. 
KYLE, J. O ambiente bilíngüe: alguns comentários sobre o desenvolvimento do bilingüismo para surdos. In: SKLIAR, C. (Org.). Atualidades da educaçãobilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.
VIGOTSKI, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001
http://mirandalibrassemfronteiras.weebly.com/-histoacuteria-dos-surdos.html
https://home.unicruz.edu.br/mercosul/pagina/anais/2012/Educacao%20e%20desenvolvimento%20humano/artigo/a%20inclusao%20dos%20surdos%20na%20educacao%20e%20na%20sociedade.pdf
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/lingua-brasileira-sinais.htm#:~:text=A%20Libras%20(L%C3%ADngua%20Brasileira%20de,uma%20l%C3%ADngua%20pronunciada%20pelo%20corpo.
http://blog.handtalk.me/historia-lingua-de sinais/#:~:text=A%20origem%20da%20L%C3%ADngua%20Brasileira,hist%C3%B3ria%20dos%20surdos%20no%20Brasil.&text=Em%201857%2C%20Huet%20veio%20ao,Imperial%20Instituto%20de%20Surdos%20Mudos.

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