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08/10/2020 Da Ação Penal (Artigos 24 a 62 do CPP) • Conceito: é o direito público subjetivo do Estado-Administração, titular do poder- dever de punir, ou do ofendido de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo, com a consequente satisfação da pretensão punitiva. • Fundamento: artigo 5º, XXXV, da CF, que diz: "A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". Características I • Direito público: exercido contra um ente público Poder judiciário. • Subjetivo: somente o titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional. MP – A.P. Pública. Ofendido – A.P. Privada • Instrumental: meio de alcançar o direito material. 1 2 08/10/2020 Características II • Autônomo: não depende da existência efetiva do direito material • Específico: apresenta um conteúdo - pretensão que se deduz em juízo. • Abstrato: independe do resultado final do processo Condições da ação Genéricas • Possibilidade jurídica do pedido • Legitimatio ad causam • Interesse para agir • Justa Causa Específicas – Condições de Procedibilidade • Representação do ofendido • Requisição do Ministro da Justiça • Laudo provisório de drogas (Lei 11.343/06 3 4 08/10/2020 Pressupostos Processuais Requisitos de admissibilidade para o conhecimento de um conflito pelo Poder Judiciário Existência • Subjetivos: um órgão jurisdicional e da capacidade de ser parte (aptidão de ser sujeito processual). • Objetivo: é a própria demanda (ato que instaura um processo, ato de provocação). Validade • Subjetivos: dizem respeito ao juiz (competência e imparcialidade) e às partes (capacidade processual e postulatória). • Objetivos: pressupostos necessários para o correto desenvolvimento do processo, como, por ex., ausência de coisa julgada, litispendência, etc. Classificação das Ações – Titularidade – Art. 100 e 24 do CPP • Quanto a titularidade tem-se que as ações penais são promovidas, em regra geral, pelo Ministério Público, ou, então, pelo ofendido, seus representantes, ou seus sucessores (CADI). • Pretensão Punitiva pertence ao Estado, logo é um órgão estatal quem busca, em juízo, a satisfação desta pretensão. No caso o Ministério Público. • Ofendido – titularidade inicial ou, subsidiária (artigo 5º, LIX, da CF e art. 29 do CPP). Legitimação extraordinária ou substituição processual. 5 6 08/10/2020 Classificação das Ações – Quanto a titularidade Ação Penal Pública Ministério Público Denúncia Ação Penal Privada Ofendido Queixa Classificação à requisição do MJ à representação condicionada incondicionada pública exclusiva subsidiária da púb. personalíssima privada ação penal 7 8 08/10/2020 Ação penal pública (noções gerais e conceito) • Conceito: é a proposta pelo MP, através da denúncia. A ação penal pode ser promovida com base no inquérito policial (regra geral) ou com base em outros documentos escritos, fornecidos por qualquer pessoa (ver artigo 27 do CPP). • Prazo: o MP tem prazo para propor ação penal, caso inerte, a legitimidade passa também ao ofendido - artigo 5º, LIX, da CF e artigo 100, § 3º, do Código Penal, e artigo 29, do CPP (ação penal privada subsidiária da pública). Regra geral – 05 dias - réu preso / 15 dias réu solto – Art.46 Ação Penal Pública Incondicionada e Condicionada • Incondicionada: quando o seu exercício não se subordina a qualquer requisito. Pode ser iniciada sem a manifestação de vontade de qualquer pessoa. • Condicionada: exercida também pelo MP, mas só mediante representação (autorização) do ofendido ou requisição (requerimento lastreado em lei) do Ministro da Justiça (art. 100, § 1º, CP). Nesse tipo de ação, as expressões “somente se procede mediante representação”, “somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça” são previstas na lei. São condições de procedibilidade para o exercício da ação. 9 10 08/10/2020 Ação penal pública (noções gerais e conceito) Pública Incondicionada • Espécies Representação da vítima Pública condicionada Requisição do Ministro da Justiça Representação do Ofendido Conceito: é a autorização do ofendido para que a ação penal possa ser iniciada pelo MP, através de denúncia. Inexistindo representação, falta condição específica para a ação penal. Condição de procedibilidade – natureza jurídica. Características: não exige formalidades, deve apenas expressar, de maneira inequívoca, a vontade da vítima de ver seu ofensor processado. Pode ser dirigida ao Ministério Público ou a Autoridade Policial (art. 39 do CPP) e ser escrita (regra) ou oral, a ser reduzida a termo. 11 12 08/10/2020 Representação do Ofendido Ofendido com 18 anos ou capaz – somente ele. Ofendido menor ou incapaz – seus representantes Titular Procurador Morte ou ausência – CADI – art. 24, § 1º Pessoa jurídicas – indicados no estatuto social – art. 37 Representação do Ofendido Prazo: artigo 38 do CPP - 06 meses a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal veio a tomar ciência de quem é o autor do crime. Destinatários: Juiz? MP e Autoridade Policial. Retratação: segundo o art. 25 do CPP, pode o ofendido retratar-se até o oferecimento da denúncia. Pode haver a retratação da retratação?? Discussão doutrinária. Lei Maria da Penha: retratação somente perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público (art.16 Lei 11.340/06) 13 14 08/10/2020 Requisição do Ministro da Justiça • Conceito: ato político e discricionário pelo qual o Ministro da Justiça autoriza o Ministério Público a propor a ação penal pública nas hipóteses legais. Não tem prazo para o seu oferecimento – prescrição. • Natureza jurídica: condição de procedibilidade. Eficácia objetiva – ofertada em relação a um, vale contra todos. • Destinatário: somente o MP, na pessoa do Procurador Geral. • Incidência: arts 7.º, § 3.º, “b”, e 141, I, c.c. o parágrafo único do art. 145, do CP, e art. 26 da Lei de Segurança Nacional). • Retratação da Requisição: não se admite retratação. Princípios da ação penal pública • Oficialidade: o autor da ação é órgão oficial - MP. • Obrigatoriedade/legalidade – releitura - discricionariedade regrada • Indisponibilidade: está prevista no artigo 42 do CPP. • Autoritariedade: são autoridades públicas os órgãos encarregados da ação penal. • Oficiosidade: os órgãos encarregados agem de ofício. • Intranscendência/pessoalidade: a ação penal somente pode ser proposta contra o autor da infração penal. 15 16 08/10/2020 Ação Penal Privada • Conceito: proposta pelo ofendido ou seu representante. Substituição processual ou legitimação extraordinária. O autor se chama querelante e o réu querelado. A lei especifica - “somente se procede mediante queixa”. Ofendido capaz: ele próprio Ofendido incapaz ou < de 18 anos: representante Titularidade Morte ou ausência do ofendido – art.31. CADI Pessoas Jurídicas – Art. 37. Representantes nos estatutos ou diretores e sócios gerentes. Ação Penal Privada Ação Penal exclusivamente privada Espécies Ação penal privada personalíssima (Art. 236 do CP) Ação penal privada subsidiária (Art.29 do CPP) Prazo: 06 meses a partir do conhecimento da autoria. Prazo decadencial 17 18 08/10/2020 Princípios da ação penal privada • Conveniência ou oportunidade: o ofendido tem a faculdade e não o dever de propor a ação penal. • Disponibilidade: ofendido pode desistir ou abandonar a ação penal privada. • Indivisibilidade: o ofendido não é obrigado a entrar com queixa, mas, se o fizer deve interpor contra todos (art. 48 do CPP). • Intranscendência: a ação penal somente pode ser proposta contra o autor da infração penal, não podendo abranger os responsáveis civis. Causas Extintivas da Punibilidade na Ação Penal Privada • Decadência: perda do direito de ação pelo decurso do prazo temporal. Art. 38. • Renúncia: ato unilateral do ofendido que dispõe sobre o exercício do direito de ação. Pode ser expressa(art.50) ou tácita (art.57) e feita um dos autores, estende a todos (art.49). Ocorre antes do processo. • Perdão: ato bilateral e ocorre quando a ação já está proposta. Depende da aceitação por parte do querelado, que se for incapaz e não tiver representante, será feito por curador. Feita a um, estende a todos, com exceção daquele que não o aceitar (art.51). Pode ser processual ou extraprocessual e expresso (art.58) ou tácito (art.57). A aceitação pode ser também expressa ou tácita (art. 58). 19 20 08/10/2020 Causas Extintivas da Punibilidade na Ação Penal Privada • Perempção: a pena imposta ao querelante negligente. • Art.60 do CPP prevê as seguintes hipóteses: I - iniciada a ação, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente; IV – quando o querelante deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; V - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. JURISDIÇÃO – JURIS DICTIO DIZER O DIREITO • Conceito: poder-dever do Estado Juiz de resolver, mediante o processo, um conflito penal, surgido entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade do indivíduo. Existência de uma lide Inércia • Características Função/Atuação do Direito Definitividade/Imutabilidade Substitutividade 21 22 08/10/2020 JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS Investidura: exercida por Juiz, investido do Poder de julgar. Inércia: seu exercício depende de provocação através da ação. Indelegabilidade: o juiz não pode delegar tal função. Inevitabilidade: após provocação, ela é exercida independente da vontade das partes, que devem a ela se sujeitar. JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS Inafastabilidade: a lei não pode excluir, da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça de lesão a direito. Juiz natural: veda-se o seu exercício por juízes ou Tribunais de exceção e por juízes parciais, suspeitos ou incompatíveis. Correlação: deve haver correspondência entre a sentença e o pedido feito na inicial (o juiz está adstrito àquilo que lhe foi pedido). 23 24 08/10/2020 Competência Poder do juiz de exercer sua jurisdição sobre certas matérias, certas pessoas e em certo lugar. Medida da Jurisdição Competência Material • Ratione materiae (em razão da matéria – art. 69, III) • Ratione personae (em razão da pessoa – art. 69, VII) • Ratione loci (em razão do lugar – art. 69, I e II) Competência Funcional • Fases do processo (Ex: Juiz da ação e Juiz da execução) • Objeto do processo (Ex: Juiz e jurados) • Grau de Jurisdição (Ex: Juiz e Tribunais) Prorrogação É a possibilidade de substituição da competência de um juízo por outro. Ocorre nos casos de competência relativa. Necessária • Conexão • Continência (Arts. 76 e 77) Voluntária • Ocorre nos casos de competência territorial, quando não alegada em momento oportuno • (art. 108 do CPP) • Ação Penal Exclusivamente Privada querelante pode optar pelo foro do local da infração ou do domicílio do réu (Art. 73 do CPP) 25 26 08/10/2020 Distribuição da Competência Justiça Especial (Militar e Eleitoral) STF Eleitoral TSE Crimes eleitorais e conexos TRE Juiz Eleitoral Justiça Especial Federal – STM e juízes federais Militar Crimes militares Estadual – TJM e Juízes de Direito e Conselhos de Justiça Distribuição de Competência Justiça Comum (Federal e Estadual - Júri) TRF Federal Arts. 108 e 109 da CF. Juízes Federais Justiça TJs Comum Estadual Competência residual Juízes Estaduais Júri Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados (art. 74 §1º) e conexos. 27 28 08/10/2020 Competência – Fixação da Justiça e Juízo – Art.69 06 critérios para a fixação: I. lugar da infração; II. domicílio ou residência do réu; III. natureza da infração; IV. distribuição; V. conexão ou continência – não são critérios de fixação e sim modificação/prorrogação VI. prevenção; VII. prerrogativa de função. Lugar da Infração – Competência Ratione Loci 03 Teorias – Resultado, da Atividade e da Ubiquidade Regra Geral (art. 69, I, lugar da infração): competência determinada pelo lugar da consumação (Teoria do Resultado), sendo irrelevante a prisão ter ocorrido em outro local (art. 70, primeira parte). Exceções – crimes tentados (art. 70, in fine), crimes dolosos contra a vida e outros preterdolosos com resultado em locais distintos e crimes de menor potencial ofensivo (art. 63 da Lei 9.099/95) - Teoria da Atividade - lugar onde foi praticada a infração Crimes a distância (Art. 70, §§ 1º e 2º): aqueles em que as condutas e a consumação ocorrem em territórios diferentes – Teoria da Ubiquidade. 29 30 08/10/2020 Lugar da Infração – Competência Ratione Loci Local incerto ou limite entre duas ou mais jurisdições, sem especificação (art. 70, § 3º)- Prevenção. Crimes permanentes ou continuados – Prevenção (art.71). Exceções Domicílio ou residência do réu: quando desconhecido o lugar da infração, a competência recairá sobre o local do domicílio ou da residência do réu (art. 72). Foro subsidiário Mais de uma residência ou domicílio: aplica-se a prevenção (art. 72, §1º). Foro de eleição: Na ação privada exclusiva, o querelante poderá escolher (critério optativo) entre o lugar da infração e o domicílio ou residência do réu (art. 73). 31 32 08/10/2020 Competência pela natureza da infração • Critério utilizado para a fixação da Justiça competente (justiças militar, eleitoral, federal e, subsidiariamente, estadual) • Serve também para, após fixação do foro, definir qual o Juiz competente. • É a lei de organização judiciária, estadual ou federal, que irá determinar a competência do juiz, fixando critérios variados para a sua determinação. • Crimes dolosos contra a vida – Tribunal do Júri. Competência por distribuição • No caso de existência de vários juízes na comarca, deve-se verificar se todos possuem competência plena ou não para conhecimento das infrações penais. Caso esteja presente a competência plena em todos os juízes, se procede a fixação do juiz competente pela distribuição (art. 75). 33 34 08/10/2020 Conexão ou continência Arts. 76 a 82 do CPP • São critérios modificadores de competência. • Conexão: é o vínculo entre 02 ou mais infrações penais, que, em regra, enseja a união entre os feitos para facilitar a produção da prova e evitar decisões contraditórias. • Continência ocorre quando um fato criminoso engloba outro fato de desta natureza. É o vínculo que une vários infratores a uma única infração (CONCURSO DE AGENTES), ou a ligação de várias infrações por decorrerem de conduta única, ou seja, resultarem do CONCURSO FORMAL de crimes. Conexão (Art. 76 do CPP) existe um liame subjetivo ou objetivo unindo duas ou mais infrações penais. Simultaneidade Intersbujetiva Concurso Reciprocidade Material Teleológica Objetiva Espécies Sequencial Instrumental/Probatória 35 36 08/10/2020 Conexão intersubjetiva – Art.76, I – pessoas • Conexão intersubjetiva por simultaneidade: se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas. Não há prévio ajuste entre os agentes. • Conexão intersubjetiva por concurso: se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias pessoas em concurso, emboradiverso o tempo e o lugar. É hipótese de concurso de agentes dilatado no tempo. Há prévio ajuste entre os agentes. • Conexão intersubjetiva por reciprocidade: se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias pessoas, umas contra as outras. Conexão – Objetiva e Instrumental Conexão objetiva ou material ou consequencial ou lógica ou teleológica ou finalista (art. 76, II CPP): se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas. Conexão instrumental ou probatória ou processual ou ocasional (art. 76, III, CPP): quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 37 38 08/10/2020 Continência Art. 77 do CPP Continência: quando uma coisa está contida em outra, não sendo possível a separação. No processo penal configura-se continência quando uma demanda, diante de seus elementos (partes, causa de pedir e pedido) esteja contida em outra. Haverá continência quando: Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração (art. 29 do CP), praticada eventualmente em lugares diversos ou por uma pessoa que goza de foro por prerrogativa de função e outra não. É chamada de continência subjetiva. Houver concurso formal, aberratio ictus e aberratio delicti (continência objetiva) – Uma conduta, vários resultados. Todos os delitos são julgados conjuntamente. Foro Prevalente Art. 78 do CPP I – Competência do Júri e de outro órgão da jurisdição comum prevalecerá a do Júri. conexão/continência entre o crime eleitoral e doloso contra a vida, os processos serão julgados separadamente. II – Concurso de jurisdições de mesma categoria: • Prepondera o local da infração à qual for cominada pena mais grave (reclusão > detenção > prisão simples). Se a pena máxima for igual, usa-se a que tem a maior pena mínima; • Sendo iguais as penas, prevalece o local onde foi praticado o maior número de crimes; • Critério da prevenção. 39 40 08/10/2020 Foro Prevalente Art. 78 do CPP III – Concurso entre jurisdições diversas: prevalece a mais graduada. • Tribunal de Justiça e Juiz singular – prevalece o Tribunal de Justiça. • Se a conexão for entre crime de competência da Justiça Estadual e da Justiça Federal, prevalece esta, nos termos da súmula n.º 122 do STJ IV – Concurso entre Jurisdição Comum e Jurisdição Especial (eleitoral): prevalecerá a especial. Separação de processos Obrigatória Jurisdição comum e Jurisdição Militar Justiça militar: infrações militares. Justiça comum: os crimes comuns Jurisdição comum e a do juízo da Infância e da Juventude Justiça comum: maiores Justiça da Infância e Juventude – adolescentes: medidas socioeducativas. Superveniência de doença mental Se o agente ficar inimputável, o processo ficará suspenso, aguardando-se recuperar a sanidade. Havendo corréus, o processo continuará em relação a eles Fuga de corréu que não pode ser julgado a revelia. Havendo outros réus, separa-se os processos. 41 42 08/10/2020 Separação de processos – Facultativa – Art. 80 do CPP • Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes; • Quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória • Outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação Perpetuação da Competência (Perpetuatio Jurisdicionis – art. 81 do CPP) • No caso de junção dos feitos, se constatada a incompetência do juízo que exerceu a força atrativa (por absolvição ou desclassificação), por questões de economia processual, o crime conexo ou continente será julgado também pelo juízo de atração, nos termos do art. 81, caput, do CPP, o que constitui a perpetuação da jurisdição. • As exceções a essa regra ocorrem no Tribunal do Júri, quando na 1ª fase, sobrevir desclassificação, impronúncia ou absolvição sumária, de maneira que exclua a competência do júri, o juiz remeterá o processo ao juízo competente. 43 44 08/10/2020 Avocatória (Art.82 do CPP) • Se apesar da conexão ou continência, forem instaurados dois ou mais processos, visando a economia probatória, determina a lei a correção de tal fato, determinando-se que a autoridade prevalente deve avocar os processos que corram perante outros juízes, reunindo-os todos no processo ao seu cargo. • Somente não ocorrerá se já houver sentença definitiva, quando a unificação se dará na execução, para efeitos de soma ou unificação das penas. Prevenção (Art. 83 do CPP) Critério residual aplicado quando dois ou mais juízes poderiam conhecer do caso, ou quando não se estabeleceu a competência por outros critérios . • 45 46 08/10/2020 Prerrogativa de Função (Art. 84 do CPP) • Art. 84 - A competência pela prerrogativa de função é do STF, do STJ, dos TRFs e TJs, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. • Foro por prerrogativa de função tem previsão na Constituição Federal e, em certos casos, nas Constituições Estaduais, razão pela qual se entende como válido. • Fixado em consideração a relevância do cargo/função e não da pessoa que a ocupa Prerrogativa de Função (Art. 84 do CPP) • Implica em uma competência originária, no sentido de que as causas relacionadas aos agentes que possuem esta prerrogativa devem ser processadas originariamente nos tribunais. • Sempre que a autoridade possuidora de foro por prerrogativa de função praticar infração penal, ainda que esteja fora da jurisdição territorial do respectivo tribunal, deverá ser julgada perante o tribunal de origem 47 48 08/10/2020 Supremo Tribunal Federal Art. 102, I, letras “a” e “b”, da CF Executivo Presidente e Vice Presidente, Ministros de Estado, Advogado Geral da União, Presidente do Banco Central e Controlador Geral da União Legislativo Deputados Federais/Senadores Judiciário Membros do STF e dos Tribunais Superiores Outras Autoridades Procurador Geral da República, Comandantes das Forças Armadas, Membros do TCU e Chefes de Missão Diplomática Permanente Superior Tribunal de Justiça Art. 105, I, “a” Executivo Governadores Legislativo Não há Judiciário Membros do TRF, do TRE, TJs e TRT Outras Autoridades Membros dos Tribunais de Contas dos Estados, do DF e Municípios. Membros do MPU que atuam nos Tribunais Tribunais de Justiça Executivo Prefeitos Legislativo Deputados Estaduais Judiciário Juízes de Direito Outras Autoridades Membros do Ministério Público Estadual Tribunais Regionais Federais Art. 108, I, “a” Executivo Prefeitos – crimes federais Legislativo Deputados Estaduais – crimes federais Judiciário Juízes Federais, do Trabalho e Militares da União Outras Autoridades Membros do Ministério Público da União (MPF, MPT, MPM, MP do DF) 49 50 08/10/2020 Foro por prerrogativa de função - Generalidades • Inexiste prerrogativa de função por ato de improbidade administrativa. • Encerrado o exercício funcional, não prevalece mais o foro por prerrogativa de função. Processo já iniciado, vai ao juízo de 1º grau, sem prejuízo dos atos praticados. Crimes descobertos posteriormente, mesmo que praticados quando do exercício do cargo/função, são de competência do juízo comum. Crimes praticados anteriormente, com a assunção do cargo, vão para o juízo superior. • Renúncia ao mandato ou aposentadoria voluntária, visando deslocar a competência e frustrar o princípio do juiz natural, não elide o foro por prerrogativa de função. • Prerrogativa de função e indiciamento: O Delegado precisa de autorização do Tribunal competente para este ato. Foro por prerrogativa de função -STF Crimes cometidos por Deputado Federal e Senador – Atual entendimento do STF Hipóteses Competência Infrações penais cometidas antes da diplomação como Deputado ou Senador Juízo de 1ª InstânciaInfrações penais cometidas depois da diplomação (durante o exercício do cargo), mas sem relações com as funções desempenhadas.Infrações penais cometidas depois da diplomação (durante o exercício do cargo), com relações com as funções desempenhadas. STF 51 52
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