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CAD DO ESTUD-ARTE-INGLÊS-PORT-8ºANO-EJA

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8o ANO
3o TERMO
C
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Y
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CY
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K
EJA_LCT_8ANO 3TERMO_CE.pdf 2 25/03/13 10:34
Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 8o ano/3o termo 
do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia 
(SDECT), 2013.
il. (EJA – Mundo do Trabalho)
 Conteúdo: Caderno do Estudante.
 ISBN: 978-85-65278-57-7 (Impresso)
 978-85-65278-64-5 (Digital)
 1. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental 2. Artes – Estudo e ensino 3. Língua 
Inglesa – Estudo e ensino 4. Língua Portuguesa – Estudo e ensino I. Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série.
 CDD: 372
FICHA CATALOGRÁFICA
Sandra Aparecida Miquelin – CRB-8 / 6090
Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a reprodução 
do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do país, desde que mantida a 
integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente 
negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98. 
*Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio 
público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Nos Cadernos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho são indicados 
sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e 
como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a 
internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, 
Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados, após a 
data de consulta impressa neste material.
Geraldo Alckmin
Governador
Nelson Luiz Baeta Neves Filho 
Secretário em exercício
Maria Cristina Lopes Victorino 
Chefe de Gabinete
Ernesto Masselani Neto
Coordenador de Ensino Técnico, 
Tecnológico e Profissionalizante
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
Herman Voorwald
Secretário
Cleide Bauab Eid Bochixio
Secretária Adjunta
Fernando Padula Novaes
Chefe de Gabinete
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão da Educação Básica
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Geraldo Biasoto Jr.
Diretor Executivo
Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo
Superintendente de Relações Institucionais e 
Projetos Especiais
Coordenação Executiva do Projeto 
José Lucas Cordeiro
Coordenação Técnica
Impressos: Selma Venco
Vídeos: Cristiane Ballerini
Equipe Técnica e Pedagógica
Ana Paula Lavos, Clélia La Laina, Dilma Fabri 
Marão Pichoneri, Emily Hozokawa Dias, Fernando 
Manzieri Heder, Lais Schalch, Liliana Rolfsen Petrilli 
Segnini, Maria Helena de Castro Lima, Paula Marcia 
Ciacco da Silva Dias, Silvia Andrade da Silva Telles e 
Walkiria Rigolon
Autores
Arte: Eloise Guazzelli e Gisa Picosque. Ciências: 
Gustavo Isaac Killner. Geografia: Mait Bertollo. 
História: Fábio Luis Barbosa dos Santos. Inglês: 
Eduardo Portela. Língua Portuguesa: Claudio 
Bazzoni. Matemática: Antonio José Lopes. Trabalho: 
Maria Helena de Castro Lima e Selma Venco.
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva
Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias em Educação 
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e 
Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção 
Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de 
Araújo, Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, 
Carla Fernanda Nascimento, Célia Maria Cassis, 
Cláudia Letícia Vendrame Santos, Gisele Gonçalves, 
Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia Andersen França, 
Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, 
Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, 
Paulo Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, 
Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, 
Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov
Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, 
Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e 
Vanessa Leite Rios
Projeto gráfico-editorial: R2 Editorial e Michelangelo 
Russo (Capa)
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Coordenação Geral do Projeto
Juan Carlos Dans Sanchez
Equipe Técnica
Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.
Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Gestão do processo de produção editorial
Caro(a) estudante,
É com grande satisfação que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, 
Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Secretaria da Educação 
do Estado de São Paulo, apresenta os Cadernos do Estudante do Programa 
Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho, em atendimento 
a uma justa reivindicação dos educadores e da sociedade. A proposta é oferecer 
um material pedagógico de fácil compreensão, para complementar suas atuais 
necessidades de conhecimento.
Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi-
car aos estudos, principalmente quando se retorna à escola após algum tempo.
O Programa nasceu da constatação de que os estudantes jovens e adultos 
têm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi-
zagem em sala de aula. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimen-
tos e convicções que se formou ao longo da vida. Dessa forma, procuramos 
respeitar a trajetória daqueles que apostaram na educação como o caminho 
para a conquista de um futuro melhor.
Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você 
perceberá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o universo do 
trabalho. Além disso, foi acrescentada ao currículo a disciplina Trabalho para 
tratar de questões relacionadas a esse tema.
Nessa disciplina, você terá acesso a conteúdos que poderão auxiliá-lo na 
procura do primeiro ou de um novo emprego. Vai aprender a elaborar o seu 
currículo observando as diversas formas de seleção utilizadas pelas empresas. 
Compreenderá também os aspectos mais gerais do mundo do trabalho, como as 
causas do desemprego, os direitos trabalhistas e os dados relativos ao mercado 
de trabalho na região em que vive. Além disso, você conhecerá algumas estra-
tégias que poderão ajudá-lo a abrir um negócio próprio, entre outros assuntos.
Esperamos que neste Programa você conclua o Ensino Fundamental e, pos-
teriormente, continue estudando e buscando conhecimentos importantes para 
seu desenvolvimento e para sua participação na sociedade. Afinal, o conheci-
mento é o bem mais valioso que adquirimos na vida e o único que se acumula 
por toda a nossa existência.
Bons estudos!
Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Secretaria da Educação
Sumário
Arte .........................................................................................................................................7
Unidade 1 
A materialidade nas criações artísticas 9
Unidade 2 
O corpo como suporte e matéria da arte 29
Unidade 3 
Matéria e materiais inusitados na arte 45
Unidade 4 
@rte e tecnologia: outros modos de materialidade 63
Inglês ................................................................................................................................ 75
Unit 1 
Food 77
Unit 2 
The origins of work 91
Unit 3 
Work safety 103
Unit 4 
Common work issues 113
LínguaPortuguesa ........................................................................................127
Unidade 1 
Sentidos dentro e fora dos textos 129
Unidade 2 
Fio de histórias... 153
Unidade 3 
Cartas: seus autores e seus leitores 165
Unidade 4 
Pesquisando o mundo em dicionários e enciclopédias 187
Unidade 5 
O que fazem os poetas com as palavras? 203
Arte
Caro(a) estudante,
No Caderno do 7o ano/2o termo, você teve oportunidade de estudar a diver-
sidade da produção artística brasileira, explorando a influência das culturas 
indígena, africana e dos imigrantes.
Agora, neste Caderno, suas experiências serão enriquecidas com conheci-
mentos sobre a materialidade da arte, ou seja, você vai ver o que são suportes, 
materiais, matérias e ferramentas usados para compor uma obra, e conhecerá 
como diferentes artistas usam esses elementos em seu processo de criação. Ao 
mesmo tempo, discutirá com a turma como se criam as relações entre a arte 
e a vida e como objetos e gestos comuns no dia a dia podem ganhar um novo 
significado por meio da arte.
Na Unidade 1, você vai estudar os suportes parede e muro na arte de grafi-
teiros e muralistas, e como esses artistas produzem suas obras.
O corpo humano e suas possibilidades expressivas nas artes visuais, no teatro, 
na performance e na música serão o assunto da Unidade 2. 
A Unidade 3 abordará os materiais inusitados utilizados na criação de obras 
artísticas. Serão vistos o conceito de ready-made, o movimento dadaísta – que 
rompeu com a arte tradicional – e a linguagem do teatro, especialmente do 
teatro de objetos.
Por fim, na Unidade 4, você vai finalizar os estudos deste Caderno anali-
sando questões relacionadas à arte e tecnologia: a imaterialidade e a virtuali-
dade na era digital.
Que esses assuntos possam lhe permitir ter novos olhares sobre as lingua-
gens da arte! 
Bons estudos!
8o ANO 
3o TERMO
1
Aqui você terá oportunidade de pensar sobre a materialidade na arte. 
Ao apreciar algumas obras artísticas, refletirá sobre os suportes, as ferra-
mentas e os materiais que são utilizados em sua criação. Em relação ao 
suporte, ou seja, à superfície ou ao espaço que sustenta a arte produzida, 
descobrirá, nesta Unidade, como paredes, muros e até mesmo o chão e o 
teto são trabalhados por grafiteiros e muralistas e que tipo de ferramentas 
e materiais são utilizados por eles em seu fazer artístico.
Nesse sentido, a proposta é que você pesquise e utilize, em suas 
criações, ferramentas, materiais e suportes diferentes. 
Para iniciar...
• Pense sobre os materiais e as ferramentas que são usados em algumas 
atividades profissionais. O que um pedreiro usa para fazer uma casa? 
Para uma cozinheira preparar uma refeição, o que ela utiliza?
 Preencha o quadro a seguir com base no que você sabe sobre as 
ferramentas e os materiais utilizados pelos profissionais listados. 
Complete a lista, sugerindo outra ocupação.
A mAteriAlidAde nAs 
criAções ArtísticAs
Ocupação Ferramentas Materiais
Pedreiro
Cozinheira
Costureira
9
• Assim como os trabalhadores citados no quadro anterior, os ar-
tistas também necessitam de ferramentas e materiais para realizar 
sua arte. Mas diferentemente deles, os artistas precisam de outro 
elemento para compor suas obras: o suporte. Reveja os Cadernos 
de Arte anteriores e procure imagens de obras produzidas pelos 
tipos de artista listados a seguir. Pense sobre as ferramentas, os 
materiais e os suportes utilizados e preencha o quadro.
Artista Ferramentas Materiais Suportes
Pintor
Escultor
Fotógrafo
Grafiteiro
• Agora que você já viu a imagem das obras nos Cadernos anterio-
res, reflita sobre o suporte delas.
 Em sua opinião, por que esses suportes foram escolhidos pelos 
artistas? 
 De maneira geral, quais tipos de suporte você acha que podem ser 
utilizados nas produções artísticas?
Atividade 1 A materialidade no processo de criação
Ao longo dos tempos, a arte foi expressa de diversas maneiras 
e produzida com diferentes materiais, ferramentas e suportes. Os 
primeiros desenhos de que se tem notícia foram encontrados por 
arqueólogos nas paredes de cavernas e datam do período Paleolítico, 
há mais de 40 mil anos. Esse é o tipo de representação artística mais 
antigo que se conhece, chamado de arte rupestre.
Nos dias atuais, é possível encontrar arte em toda parte, até 
mesmo no céu.
10
Arte – Unidade 1
Vik Muniz. Manhattan I, 2001. Fotografia, 61 cm x 50,8 cm (Série Imagens de Nuvens).
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Arte – Unidade 1
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• Em sua opinião, como Vik Muniz criou essa obra? 
• Que materiais e ferramentas o artista utilizou? 
• Qual foi o suporte escolhido, ou seja, onde a nuvem foi desenhada?
• Do seu ponto de vista, o que será que o artista pretendeu ao fazer 
esse desenho nesse suporte?
A parede como suporte da arte
A pintura nas paredes foi cultivada em diversas épocas, desde a 
Pré-história, com a arte rupestre, passando pela Idade Média e Renas-
cença, período em que foram produzidos muitos afrescos, até o mura-
lismo moderno e os grafites atuais.
O mural é a arte imortalizada nas paredes. Como arte pública, faz 
uma fusão entre a arquitetura e as artes plásticas, em um trabalho que 
muitas vezes é idealizado e realizado coletivamente, ou seja, por um 
conjunto de pessoas. 
É no diálogo com a arquitetura que a pintura mural transforma e 
partilha o espaço. O muro, ou a parede, é um suporte que possibilita 
criar e reinventar um lugar, mesmo que muitas vezes apenas por um 
curto espaço de tempo. Mas não importa: permanente ou transitó-
ria, a arte nos muros particulariza e personaliza o que antes era um 
espaço corriqueiro. Essa arte faz com que o público estabeleça uma 
nova relação com seu meio, pois atua sobre o olhar dos transeuntes: 
surpreende, intriga, diverte, choca, maravilha e faz pensar.
Grafite: a pintura mural na cidade contemporânea
Você sabia que a 
palavra “grafite” vem do 
termo italiano “graffiti” 
(rabiscos)?
A palavra se refere a 
desenhos ou expressões 
rabiscados em muros 
e/ou paredes. Essa forma 
de expressão já era 
encontrada nas tumbas 
do Egito há milhares de 
anos e nas cidades do 
Império Romano. 
Grafiteiro em ação.
O grafite pode ser entendido 
como uma linguagem artística que 
faz intervenções nas paredes, nos 
muros e até mesmo no chão das 
cidades, prática que entre as déca-
das de 1970 e 1980 se espalhou 
por grandes centros urbanos, como 
Nova Iorque (EUA) e São Paulo. 
Conforme a intenção do artista, o 
grafite se manifesta como um pro-
testo, uma declaração de amor, um 
simples desabafo ou mesmo como 
expressão estética.
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Arte – Unidade 1
Os artistas do grafite, chamados grafiteiros, usam diversos mate-
riais e ferramentas, como tinta em spray (aerossol), tinta látex, bro-
chas, rolos e pincéis, além de diferentes técnicas na produção do gra-
fite. Uma delas é o estêncil: a forma desenhada é recortada em um 
papel-cartão grosso, formando um molde (também chamado de más-
cara), e a tinta spray passa pela parte vazada, fixando-se na parede 
ou no muro. Esse tipo de procedimento permite a reprodução de um 
mesmo desenho diversas vezes.
Processo de produção de grafite com a técnica estêncil.
Ernesto Bonato. Projeto Visagens, 2009. Lambe-lambe, colagem 
de xilogravuras impressas em papel de seda. San Fernando, 
Buenos Aires, Argentina.
Grafite em 3D. Mulher finge mergulhar em desenho a giz, feito 
por estudante de arte em rua da cidade de Florença, Itália.
Outra técnica usada é o lambe-lambe, 
um trabalho feito com cartazes. Depois 
de desenhar em folhas de papel, os artistas 
colam essas folhas nos muros e nos postes, 
com uma cola comercial ou caseira – feita com 
polvilho ou farinha de trigo, devido ao seu 
custo reduzido.
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Já o grafite 3D pode ser feito com tinta 
ou giz, em paredes ou sobre a rua. A técnica, 
que trabalha com um jogo de luz e som-
bra, cria um efeito tridimensional, ou seja, 
uma impressão de que a imagem tem relevo, 
dando aparência de realidade.
Arte – Unidade 1
13
Alex Vallauri. Mandrake, 1982. Grafite sobre papel, 198 cm x 86 cm.
Alex Vallauri nasceu na Etiópia em 1949. Veio para o Brasil em 1964, para 
morar na cidade de Santos. Mudou-se com a família para São Paulo na década de 
1970 e formou-se em Comunicação Visual. 
Seu trabalho, nesse período, vinculou-se à Pop art e foi marcado por xilogra-
vuras de grandes dimensões. No final dos anos 1970, passou a utilizar o grafite 
como linguagem, particularmente a técnica do estêncil. Vallauri reproduziu ainda 
personagens de quadrinhos conhecidos, como o Mandrake, de Lee Falk. 
Depois de morar dois anos nos Estados Unidos, em 1985 Vallauri participou 
da 18º Bienal de Arte de São Paulo com a instalação A festa da Rainha do Frango 
Assado, para a qual reuniu trabalhos antigos, de grafites a objetos. 
O artista morreu em 1987, e o dia de sua morte, 27 de março, foi reconhecido 
no Brasil como o Dia do Grafite. 
Pop art
Foi um movimento 
artístico da década de 
1960 que incorporou à 
arte linguagens cotidianas 
e vinculadas à cultura 
de massa e ao consumo, 
como os quadrinhos, a 
publicidade, a televisão 
e o cinema.
Alex Vallauri. 
Bota, década 
de 1980. Grafite 
sobre recorte 
em PVC, 50 cm 
x 13 cm.
Alex Vallauri. Luva, década de 1980. Grafite 
sobre recorte em PVC, 12 cm x 50 cm.
Nos muros do Brasil
Alex Vallauri foi um dos precursores 
do grafite no Brasil, nos anos 1970. As 
imagens que o artista utilizou, em seus 
primeiros trabalhos, foram de elementos 
cotidianos, como uma bota e uma luva 
de mulher, um telefone e um cachorro. 
Ele não se valeu apenas das paredes e dos 
muros urbanos para produzir arte; muitos 
de seus trabalhos foram feitos em papel, 
cartões, camisetas, bótons e adesivos.
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Desde então, o Brasil, representado em especial pela cidade de São 
Paulo, está entre os três principais centros de produção de grafite do 
mundo. Muitos grafiteiros brasileiros são reconhecidos e respeitados 
fora do País, entre eles OSGEMEOS (os irmãos Otávio e Gustavo 
Pandolfo), Binho Ribeiro, Nina Pandolfo, Nunca, Tinho, Pato e Flip.
14
Arte – Unidade 1
Atividade 2 Grafite brasileiro
1. Observe os grafites das próximas páginas e responda às questões 
a seguir. 
• Quais semelhanças e diferenças existem entre o grafite de Nina e 
o de Iskor? 
• Nesses grafites, como as figuras humanas foram representadas?
• Quais sensações os personagens de Nina e Iskor despertam 
em você? 
2. Leia a seguir trechos de entrevistas da Nina Pandolfo e do Iskor, 
em que os artistas falam sobre seu trabalho.
Pego inspiração no dia a dia, nas coisas que vejo, em algo que gostaria que 
existisse, na magia da imaginação de uma criança, na força da feminilidade de 
uma mulher, no encanto do mundo natural, no poder do “tudo é possível”.
[...] Cada trabalho é um trabalho, existem aqueles que foram criados anterior-
mente, aqueles que foram criados anteriormente, mas acrescento algumas coisas 
no momento da pintura, e aqueles que são criados na hora. Não existe uma regra 
para se criar. Me dedico em todas as criações e quero que sempre seja a melhor.
PANDOLFO, Nina. Entrevista. Câmera Notícia, 4 jun. 2012. Disponível em: 
<http://www.cameranoticia. com/2012/06/entrevista-nina-pandolfo.html>. Acesso em: 8 nov. 2012.
Comecei desenvolvendo letras e depois passei a desenvolver grafites de per-
sonagens que usam máscaras. Minha busca maior não é que as pessoas achem 
o meu grafite bonito ou feio, mas que elas reflitam sobre ele. Para começar um 
grafite, eu costumo levar comigo um caderno com rabiscos de tamanhos variados 
que tenho vontade de fazer; caso algum “se encaixe” no tamanho do muro, eu 
faço, caso contrário é preciso recorrer ao improviso e riscar alguma coisa na hora 
mesmo, o que é igualmente interessante.
ISKOR. Entrevista concedida ao Programa EJA – Mundo do Trabalho, 7 nov. 2012.
 Você percebe nos grafites que você apreciou os aspectos que os 
artistas citaram nas entrevistas? Se sim, quais?
Arte – Unidade 1
15
Nina Pandolfo. Grafite, 2008. Cambuci, São Paulo.
Nina Pandolfo nasceu em Tupã (SP), em 1977. Artista de rua, grafiteira, começou a colorir 
os muros da cidade de São Paulo em 1992. É uma das pioneiras no Brasil em levar a street 
art (arte de rua) para as galerias. Nina já participou de projetos de intervenção urbana em 
várias cidades do Brasil e em outros países, como Alemanha, Espanha, Cuba, Suécia, Ingla-
terra e EUA. Na Escócia, participou do The Graffiti Project ao lado dos também brasileiros 
Nunca e OSGEMEOS. Em 2008, fez sua primeira mostra individual em São Paulo, intitulada 
Aos nossos olhos, na qual apresentou telas e esculturas feitas em resina, látex vulcanizado, 
tecidos, rendas e cristais, representando meninas brincando e pintando em momento lúdico. 
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Essas meninas são retratadas sempre com olhos grandes e expressivos, cores delicadas e sorriso inocente. 
A infância e a natureza são temas que a inspiram.
16
Arte – Unidade 1
Iskor. Grafite, 2011. Jardim Paulista, São Paulo.
Iskor é o pseudônimo de Felipe Arantes Silva, artista que nasceu em 1985, em São Paulo. 
O pseudônimo foi escolhido por ele mesmo e vem da palavra inglesa “score”, que significa pontua- 
ção, placar, que para ele é a própria essência do grafite: marcar o nome nas ruas, como em um 
jogo. Começou a pintar nas ruas de São Paulo em meados de 2002, ainda no colégio. Tem inú-
meros murais espalhados pela cidade de São Paulo, participou de exposições coletivas, como a 
Mostra Sesc de Artes. Trabalha com grafite e artes plásticas e, em suas experimentações, utiliza 
diferentes materiais e ferramentas, tais como tinta spray, tinta acrílica, além de rolinhos, pincéis 
e bicos variados de spray.
3. Leia o texto a seguir e discuta com seus colegas sobre o papel do gra-
fite como arte pública nas cidades. Registre as conclusões da turma.
Os trabalhos de Nina e de Iskor mostram que o grafite é uma arte que impõe grande transformação na paisa-
gem urbana. O impacto visual que eles provocam se deve tanto às suas grandes dimensões como às cores fortes, 
vibrantes e contrastantes que são utilizadas. Normalmente não são feitos para serem vistos apenas de perto, mas 
também a longas distâncias. Seja como for, o grafite altera a disposição estética das cidades contemporâneas. 
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Arte – Unidade 1
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Atividade 3 Um projeto de grafite para mudar 
a paisagem
1. Aprecie os grafites da próxima página e responda às 
questões propostas.
• Quais são os espaços ocupados pelos grafites que 
você apreciou?
• Como você interpreta a expressão “imobilidade 
urbana” da segunda imagem, considerando que 
esse grafite se encontra em uma rua da cidade de 
São Paulo? 
• O primeiro grafite, do Projeto Imargem, tem 
relação com o meio ambiente. Na sua opinião, 
quais são os indícios dessa obra que evidenciam 
tal relação?
• Você diria que os dois grafites apresentam um 
tema social em comum? Se sim, qual? 
O grafite é considerado uma arte democrática e humanizadora, pois se vale dos es-
paços públicos para sua exposição. Ligado às periferias urbanas, vincula-se fortemente a 
movimentos sociais de contestação.
Além de artistas independentes, que vão ocupando os muros públicos da cidade, 
organizações não governamentais se valem do grafite para mobilizar jovens em ações de 
cidadania. Algumas delas trabalham com o aprendizado artístico e constroem cooperati-vas, abrindo oportunidades de trabalho para os grafiteiros que se associam a elas. 
Outras organizações fazem trabalhos de intervenção em vias públicas, transforman-
do-as em galerias a céu aberto que, em alguns casos, viram atrações turísticas. 
Essa modalidade de arte contribui para a preservação do espaço público, dando novos 
significados a ele. Veja o depoimento da grafiteira Ziza para a revista Viração (2011):
O graffiti mantém um diálogo muito rico entre os transeuntes e o poder público. Levanta ques-
tões sobre de quem é a cidade. Resgata o verdadeiro conceito de público.
Referência
GUTIERREZ, Carolina. Arte de rua, poesia e protesto. Viração. Ano 8, n. 69, p. 28, 2011. Disponível em: 
<http://issuu.com /viracao/docs/edicao_69/20?mode=a_p>. Acesso em: 8 nov. 2012.
O Projeto Imargem é uma 
intervenção multidisciplinar que, 
reunindo arte, meio ambiente e 
convivência, pretende enfrentar 
o isolamento das comunidades 
que vivem às margens da Represa 
Billings, Grajaú, São Paulo.
Entende-se, no Imargem, a 
arte como instrumento potente 
de expressão e interlocução; a 
convivência como mecanismo de 
explicitação de interesses, de cons-
trução de consensos e de enfrenta-
mento dos preconceitos; e o meio 
ambiente como o resultado da 
relação conflituosa entre a ocupa-
ção humana desordenada e as pai-
sagens da cidade.
IMARGEM. Disponível em: 
<http://imagemdamargem.blogspot.com.br>. 
Acesso em: 23 out. 2012.
18
Arte – Unidade 1
Projeto Imargem (produção coletiva). Grafite. Represa Billings, Grajaú (SP).
EVOL. Grafite inferior. / SUBTU. Grafite superior.
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2. A proposta agora é caminhar pela escola buscando espaços inusi-
tados, como o vão de uma escada, ou seu corrimão, ou ainda um 
canto isolado que não desperte a atenção das pessoas. 
 Com base nessas descobertas, proponha projetos para a realiza-
ção de pequenos grafites nesses lugares, considerando as seguintes 
questões: Por que você escolheu esses lugares? Que relação pode 
ser estabelecida entre os lugares escolhidos e os grafites? Que ma-
teriais, ferramentas e outros recursos serão necessários para fazer 
os grafites? Que técnicas você pretende utilizar?
 Em uma folha à parte, faça os esboços de sua proposta e apresente-
-os para seus colegas e seu professor, discutindo a possibilidade de 
realizá-los nos espaços previstos. 
Atividade 4 O grafite nas paredes de museus
1. Leia, a seguir, o trecho de uma entrevista.
UOL – A migração do grafite das ruas para 
museus e galerias faz com que o trabalho perca 
a sua essência?
OSGEMEOS – Em nosso trabalho ele não perde 
a essência. Podemos estar em qualquer lugar ilus-
trando nossa “história”, que será sempre a mesma 
“história”. O que muda é que o grafite tem a carac-
terística única de ser a arte feita na rua e apenas 
lá. Artistas de grafite podem ir para as galerias, 
mas a essência dessa arte está na rua e nos trens, 
e não em galerias de arte e museus. Quando ele 
passa para esse mundo, na nossa opinião, deixa de 
ser grafite e passa a ser arte conceitual, arte con-
temporânea.
UOL – Qual a diferença entre a técnica usada 
nas ruas e a usada nas galerias?
OSGEMEOS – Não há diferença, é a mesma téc-
nica e estilo. Só o que muda é a maneira de traba-
lhar. A rua te dá liberdade de improvisar e usar o 
espaço que já existe. Nas galerias e nos museus você 
cria esse ambiente, transforma-o. [...]
24/08/2007 – 19h00
“Grafite no museu vira arte contemporânea”, diz dupla 
OSGEMEOS, que grafitou castelo na Europa
RALSTON, Ana Carolina. Grafite no museu vira arte contemporânea. UOL Entretenimento, 24 ago. 2007. Disponível em: 
<http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2007/08/24/ult4326u330.jhtm>. Acesso em: 8 nov. 2012.
Uol EntrEtEnimEnto – Notícias
ANA CAROLINA RALSTON
Colaboração para o UOL, de Barcelona, Espanha
Um artista duplicado ou duas metades que se completam. Os grafiteiros e artistas plásticos Gustavo e 
Otávio Pandolfo, conhecidos como OSGEMEOS, transformaram a arte feita nas ruas de São Paulo em grandes 
obras que ganharam espaço em galerias de arte e museus do Brasil e do exterior. [...]
2. Em grupo, respondam:
a) Por que alguns museus de arte, na opinião do grupo, estão 
abrindo suas portas para a arte de rua?
20
Arte – Unidade 1
b) Vocês concordam com a opinião de OSGEMEOS de que 
quando o grafite sai das ruas ele deixa de ser grafite e passa a 
ser arte conceitual?
c) Na opinião de vocês, lugar de grafite é na rua ou no museu? 
Por quê?
Atividade 5 Grafite e pichação são iguais?
Leia o texto a seguir.
Imagens como essa podem ser vistas em muitos lugares em diversas cidades 
e são conhecidas como pichações. 
Discute-se muito sobre as diferenças entre pichação e grafite. A pichação é 
vista, em muitos casos, como um ato de vandalismo. Essa linguagem é considerada 
por muitos como mais “anárquica”, marcada pelo ato de transgredir, pela neces-
sidade de “marcar presença”, chamando atenção para o indivíduo que a produz.
Nesse sentido, alguns afirmam que o grafite é artisticamente elaborado, e a 
pichação não. Outra característica que diferencia essas expressões é o fato de o 
grafite privilegiar a imagem, e a pichação concentrar-se na palavra e/ou na letra.
Especialmente nas ruas de São Paulo, existe um tipo específico de pichação, 
escrito com “x”: a “pixação”. A “pixação” surgiu em meados dos anos 1980 e é 
a escrita de grupos e/ou nome de pessoas, normalmente feita com tinta spray 
ou com rolo de espuma usado com tinta látex. As letras são grandes, angulares e 
bem características. Acredita-se que foram inspiradas nos logotipos de bandas 
punk e de heavy metal.
Quanto às semelhanças, pode-se dizer que tanto o grafite como a pichação 
são movimentos de intervenção no espaço público, sobretudo o urbano.
Esse debate não se encerra e é tema de inúmeras discussões. 
Fachada de edifício 
abandonado da Rua Barão 
de Itapetininga, no centro da 
cidade de São Paulo.
Fonte: OLIVEIRA, Rogerio Alves. Linguagens visuais dos pichadores e grafiteiros em Alagoinhas (BA). 
III Encontro Baiano de Estudos em Cultura, 2012. Disponível em: <http://www.ufrb.edu.br/ebecult/wp-content/uploads/2012/04/ 
Linguagens-visuais-dos-pichadores-e-grafiteiros-em-Alagoinhas-BA.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2012.
E você, o que acha? Há diferença entre grafiteiros e pichadores? 
Por quê? Discuta com seus colegas.
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Arte – Unidade 1
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Muralismo: uma arte antiga
O muralismo é uma arte muito antiga que tem como suporte 
tanto muro e parede como chão e teto. 
Além do grafite, existem outras formas de pintura mural que uti-
lizam diferentes técnicas e materiais, como o afresco e a encáustica. 
Giulio Romano. Sala de Eros e Psiquê, 1526-1528. Afresco, Palazzo del te, 
Mântua, Itália.
Trabalho
7o ano/2o termo
Unidade 2
O afresco é um tipo de pintura 
realizado com pigmentos coloridos 
em pó, misturados com água, aplica-
dos sobre a argamassa. A superfície é 
preparada com algumas camadas de 
gesso, e o pigmento colorido é colo-
cado na argamassa ainda úmida, o que 
garante maior penetração da tinta. 
A encáustica é outra técnica uti-
lizada para a pintura mural. Inicial-
mente, ela era usada no Egito Antigo, 
em pinturas de sarcófagos. Essa téc-
nica, produzida com cera e calor para 
a fixação, é bastante resistente, consi-
derando que inúmeras pinturas se man-
tiveram preservadas até os dias de hoje.
Você sabia que o movimento muralista nasceu com a 
Revolução Mexicana de 1910-1920?
De feitio realista e um caráter monumental, com murais de dimensões 
enormes, o movimento muralista mexicano está diretamente ligado 
ao contexto social e político do país. Após 30 anos de ditadura 
militar, o México foi tomado por um movimento revolucionário forte, 
apoiado pela aliança entre camponeses e setores urbanos – entre eles, 
intelectuais e artistas.
Esse movimento surgiu com a intenção de trazer a arte para os espaços 
públicos. Em todo oMéxico foram pintados murais nos lugares mais 
variados, como palácios, igrejas coloniais, pátios e fachadas de prédios 
ministeriais, de edifícios modernos, escolas e museus.
Referência
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural: artes visuais. Muralismo. Disponível 
em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.
cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3190>. Acesso em: 8 nov. 2012.
Muralismo mexicano: outro olhar 
sobre a pintura mural
O muralismo mexicano da 
primeira metade do século XX, 
além de inovar com a utilização 
da tinta acrílica, surgiu como um 
movimento que marcou o papel 
político do artista diante da his-
tória e da sociedade. 
Os artistas Diego Rivera, 
David Alfaro Siqueiros e José 
Clemente Orozco são os que 
melhor representam a experiência 
muralista mexicana, mostrando a 
tensão entre política e estética. 
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O trabalho de Diego Rivera tem relação com o nacionalismo mani-
festado na arte mural do período. Rivera dedicou-se a mostrar os grandes 
acontecimentos da história mexicana, inspirado nos ideais do período e 
22
Arte – Unidade 1
em seu socialismo revolucionário, produzindo a expressão visual máxima 
do projeto de construção de uma identidade nacional mexicana.
O artista Siqueiros, em A marcha da humanidade na Terra e para 
o cosmos. Miséria e ciência, criou uma metáfora sobre as lutas de 
homens e mulheres através da história, na busca por uma sociedade 
melhor. Nessas obras, as figuras humanas são mostradas de modo agi-
tado, sempre em movimento, permitindo que se veja a marcha em ação.
Outro pintor mexicano que se dedicou ao mural foi José Clemente 
Orozco. O tema central das suas obras também se refere à luta do 
povo a favor de uma sociedade mais justa para todos.
David Alfaro Siqueiros. A marcha da 
humanidade na Terra e para o cosmos. 
Miséria e ciência (detalhe), 1966-1971. 
Pintura mural, 237,60 m2. Polyforum 
Siqueiros, Cidade do México, México.
David Alfaro Siqueiros. A marcha da 
humanidade na Terra e para o cosmos. 
Miséria e ciência (detalhe de mulheres 
com crianças), 1966-1971. Pintura 
mural, 237,60 m2. Polyforum Siqueiros, 
Cidade do México, México.
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Atividade 6 Siqueiros e a educação
1. Observe atentamente a imagem a seguir, de um mural de David 
Siqueiros. 
David Alfaro Siqueiros. O povo na universidade e a universidade para o povo. Painel, 1950-1954. Pintura mural e mosaico. Fachada da reitoria 
da Universidade Nacional Autônoma do México, Cidade do México.
• Observe o tamanho do mural em relação às pessoas que cami-
nham em frente a ele. Que tipo de sensação um mural desse 
tamanho provoca em você? 
• Como você imagina que seja a produção de um mural desse 
tamanho? Quais ferramentas e materiais são necessários? É 
possível produzir sozinho um mural tão grande?
• Você nota um efeito de tridimensionalidade na obra? Quais 
sensações esse efeito lhe traz?
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2. Agora, observe um detalhe dessa obra.
David Alfaro Siqueiros. O povo na universidade e a universidade para o povo (detalhe). Painel, 1950-1954. Pintura mural e mosaico. Fachada 
da reitoria da Universidade Nacional Autônoma do México, Cidade do México.
• A observação do detalhe provoca a mesma sensação que olhar 
o mural de longe? Quais aspectos do detalhe chamam a sua 
atenção?
• O que os personagens retratados possuem nas mãos?
3. Procure relacionar o lugar onde esse mural foi produzido e os per-
sonagens contidos nele. Quais aspectos políticos você imagina que o 
artista problematizou? O título pode contribuir para sua resposta?
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Arte – Unidade 1
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4. Escolha um tema político que chame sua atenção e, em uma folha de 
papel sulfite, produza um desenho sobre ele. Depois, junte sua pro-
dução com a de seus colegas, de modo a formar um grande mural ou 
um projeto para um grande mural. Se possível, montem a obra numa 
parede externa da sala de aula, para que as demais turmas possam 
apreciar a produção coletiva.
O muralismo no Brasil do século XX
O Brasil sofreu influências do muralismo mexicano, por exemplo, 
na obra de Di Cavalcanti e Candido Portinari. 
Portinari produziu grandes murais para a Organização das 
Nações Unidas (ONU), na sede dos Estados Unidos, além de obras 
importantes no Brasil. O imenso painel Tiradentes, que está no 
Memorial da América Latina, em São Paulo, foi feito em 1948-1949 
e tem aproximadamente 18 metros de largura por 3 metros de altura. 
Candido Portinari. Tiradentes, 1948-1949. Painel a têmpera, 3,09 m x 17,67 m. Coleção Fundação Memorial da América 
Latina, São Paulo (SP).
Candido Portinari. Tiradentes (detalhe), 1948-1949. Painel a têmpera, 3,09 m x 17,67 m. Coleção Fundação Memorial da 
América Latina, São Paulo (SP).
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Arte – Unidade 1
Entre os brasileiros que ficaram famosos por seus murais estão 
Clóvis Graciano, Poti, Caribé, Cláudio Tozzi, Maria Bonomi e 
Rubens Gerchman.
Mas há uma grande diferença entre o muralismo mexicano e o 
brasileiro: aqui no Brasil, a arte mural não chegou a se caracterizar 
como um movimento ativista. O muralismo brasileiro surgiu com o 
interesse de artistas em participar ativamente da remodelação e reur-
banização das cidades, aparecendo, inicialmente, em grandes edifícios 
públicos. O muralismo moderno tem, sobretudo, uma intenção estética. 
Alguns desses exemplos são os murais do projeto Muro das memó-
rias, de Eduardo Kobra. Espalhados pela cidade de São Paulo – como o 
que ocupa o muro da Igreja do Calvário, em Pinheiros, de 165 metros 
quadrados, feito para homenagear Alex Vallauri –, esses murais 
reproduzem cenas do cotidiano da cidade no início do século XX. 
Para esse trabalho, Kobra desenvolveu um procedimento técnico rico 
em sombra, luz e brilho, que produz um efeito tridimensional que dá 
realidade às imagens. Por serem feitas em espaços públicos, algumas 
dessas obras não existem mais.
Atividade 7 Eduardo Kobra e os murais no Brasil
Em grupo, façam uma pesquisa sobre os murais do artista Eduardo 
Kobra e de outros muralistas brasileiros.
Cada grupo registrará as técnicas utilizadas pelos artistas pesqui-
sados, os materiais e o local onde o mural foi produzido. Em seguida, 
apresentem o trabalho para o restante da sala. 
Você estudou
Nesta Unidade, você fez um estudo sobre o suporte geralmente utilizado na arte de 
rua, a parede. Viu também que, usando o mesmo suporte, grafiteiros e muralistas se 
valem de diversos materiais, ferramentas e técnicas para produzir sua arte. Conheceu 
o grafite, o muralismo mexicano e aprendeu um pouco sobre o muralismo no Brasil. 
O contexto histórico do muralismo mexicano pôde aproximá-lo das questões políticas e 
sociais do ponto de vista da arte. O grafite, por sua vez, mostrou que a cidade contem-
porânea pode ganhar novas paisagens por meio da expressão dos artistas. 
Arte – Unidade 1
27
Pense sobre
Leia um depoimento do artista Alex Vallauri:
Enfeitar a cidade, transformar o urbano com uma arte viva, popular, 
da qual as pessoas participem, é a minha intenção.
• Qual é o potencial transformador da arte que utiliza os espaços 
públicos como suporte?
• Uma pintura realizada em um espaçopúblico tem o mesmo signi-
ficado se for feita dentro de uma casa? Por quê?
28
Arte – Unidade 1
Esta Unidade dará continuidade ao estudo sobre os suportes e 
as matérias utilizados no fazer artístico. Você vai estudar como o 
corpo humano pode ser uma fonte quase inesgotável de possibilida-
des expressivas, empregado em modalidades artísticas como as artes 
visuais, o teatro, a performance e a música. 
Para iniciar...
• O que vem à sua mente quando você escuta a palavra “tatuagem”?
• Ao longo da história, sempre existiram pessoas tatuadas? Ou essa 
é uma “moda” dos dias atuais? 
• Você tem alguma tatuagem em seu corpo? Gostaria de ter uma? 
Qual é ou seria o desenho ou a escrita?
• O que, em sua opinião, faz uma pessoa querer ter o corpo tatuado 
com imagens ou letras?
História da tatuagem
2 O cOrpO cOmO supOrte 
e mAtériA dA Arte
Por toda a sua história, a tatuagem tem 
o corpo como suporte para o desenho e a 
escrita. Ela pode ser vista como uma forma 
de comunicação visual ou até mesmo como 
uma marca de identidade.
Entre os profissionais de estética corporal, 
a tatuagem é conhecida por outro nome: der-
mopigmentação (“dermo” significa pele; “pig-
mentação” é o ato de pigmentar ou colorir). 
Heinrich Rudolf Schinz. Homem tatuado de Nuku Hiva, 1824. 
Litografia integrante da obra História Natural dos Mamíferos, 
21 cm x 17 cm. Nuku Hiva é uma das maiores ilhas do 
Arquipélago da Polinésia Francesa, no Oceano Pacífico.
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Friederich Justin Bertuch. Nativos de Nuku Hiva com várias tatuagens, 1813. Gravura. 
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Arte – Unidade 2
Assim como o nome 
sugere, aplica-se na pele um 
pigmento (substância que 
dá cor aos tecidos), nor-
malmente por meio de uma 
agulha. O resultado que se 
obtém é um desenho per-
manente, embora na atua-
lidade já existam técnicas 
para remover as tatuagens.
Você sabia que a tatuagem já era praticada há 5 300 anos?
Em 1991, na cordilheira dos Alpes, entre a Itália e a Áustria, foi encontrado 
o corpo congelado de um homem, que ficou conhecido como Ötzi, com 57 
tatuagens. Como ele viveu há cerca de 5 300 anos, foi considerado o primeiro 
homem tatuado. Entre as tatuagens dele, destaca-se uma em forma de cruz, atrás 
do joelho esquerdo.
Já a primeira mulher tatuada foi encontrada no Egito. Trata-se da princesa 
Amunet, mumificada há 4 mil anos.
Fonte: CARVALHO, Eric de. Tattoo. Incorporações de produtos midiáticos por meio de tatuagens. 
Dissertação (Mestrado em Comunicação). São Paulo: Faculdade Cásper Líbero, 2010.
Disponível em: <http://www.casperlibero.edu.br/rep_ arquivos/2010/09/29/1285791802.pdf>. 
Acesso em: 8 nov. 2012.
Clã
Grupo de famílias 
(em sociedades tribais).
A tatuagem corporal é uma prática muito antiga, comum em diferen-
tes épocas, nas mais diversas partes do mundo e com inúmeros propó-
sitos, técnicas e resultados. Alguns dos primeiros registros da tatuagem 
estão vinculados a tribos primitivas, sendo seu uso diretamente relacio-
nado ao pertencimento de um indivíduo a um clã ou a uma tribo.
A difusão da tatuagem pelo Ocidente se deu no século XVIII, 
quando marinheiros entraram em contato com habitantes de algumas 
ilhas do Oceano Pacífico. Eles levaram a ideia das tatuagens usadas 
por esses ilhéus para a Europa, especificamente para os grupos com 
os quais conviviam. Esses grupos eram formados, em sua maioria, por 
pessoas estigmatizadas, como prostitutas e ladrões – motivo pelo qual, 
possivelmente, a tatuagem tenha sido vista de forma negativa pelos 
demais membros da sociedade europeia da época. 
Essa conotação negativa ainda existia na década de 1960, quando 
a tatuagem foi usada pela contracultura como forma de rebeldia. 
Grupos hippies e jovens se valeram dessa prática para questionar a 
sociedade do momento.
Somente em meados dos anos 1980 é que a tatuagem passou a 
ser reconhecida também como adorno corporal, estético, perdendo, 
de certo modo, essa conotação. Nos dias atuais, é cada vez mais 
comum encontrar corpos tatuados, em diferentes áreas profissio-
nais, em homens ou mulheres, nas mais variadas idades, em diver-
sos contextos culturais.
Além da questão estética, em muitos casos, a tatuagem pode sim-
bolizar uma identificação cultural ou ideológica. Por exemplo, se uma 
pessoa tatua uma imagem indígena brasileira em seu corpo, é bem pro-
vável que ela nutra alguma simpatia pela cultura desse povo. 
Arte – Unidade 2
31
Atividade 1 Marcas no corpo em foco
1. Observe as imagens das próximas páginas. Depois, em grupo, 
conversem sobre as questões a seguir.
• As imagens são fotografias. Quais relações podem ser estabe-
lecidas entre elas?
• Qual o foco principal de cada fotografia? Como foram feitas as 
marcas nos corpos das pessoas retratadas?
2. O corpo, nessas imagens, é o suporte? Em que sentido isso pode 
ser afirmado?
3. Por que essas fotografias podem ser consideradas obras de arte?
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Arte – Unidade 2
Mark Bentley Adams nasceu em 1949 na Nova Zelândia e é um dos fotógrafos mais famosos dessa região. 
Formado em Antropologia Cultural, iniciou a carreira de repórter fotográfico na faculdade. Há mais de 30 anos 
ele se dedica à documentação de tatuadores de Samoa, local onde a tatuagem é um rito de passagem necessário 
para os meninos adolescentes. 
Mark Adams. Tatuagem feita por Su’a Tavui Pasina Iosefo Ah Ken, 1982. West Auckland, Nova Zelândia. 
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Arte – Unidade 2
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Claudia Andujar. Sem título, 1976. Fotografia, 33 cm x 41,5 cm (Série Identidade).
Claudia Andujar nasceu em 1931 na Suíça, migrou para os Estados Unidos e em 1956 veio para o Brasil. 
Trabalhou como repórter fotográfica em várias publicações. A partir da década de 1970, passou a se dedicar 
à pesquisa de tradições e modos de vida dos índios ianomâmis, no Estado de Roraima. Desde essa época, seu 
trabalho é focado nesse tema.
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Arte – Unidade 2
Rosângela Rennó. Untitle (Tattoo 2), 1999-2003. Fotografias (Série Cicatriz).
Rosângela Rennó nasceu em Belo Horizonte (MG) em 1962. Formou-se em Arquitetura e Artes Plásticas. 
Um de seus primeiros trabalhos, no final da década de 1980, é composto de fotografias baseadas em fotos de 
álbuns de família. Em 1992, iniciou um projeto chamado Arquivo universal, no qual resgata histórias de pessoas 
desconhecidas que saíram em colunas sociais ou em páginas policiais de jornais. É considerada “a fotógrafa que 
não fotografa”, justamente porque seu trabalho é expor imagens fotográficas de arquivos públicos ou privados, 
revelando uma narrativa que havia sido esquecida. Entre 1996 e 2003 produziu uma série chamada Cicatriz, em 
que recupera negativos do arquivo da Penitenciária Estadual de São Paulo, no extinto Complexo do Carandiru. 
Em 2012, realizou inúmeros trabalhos coletivos e um individual intitulado Frutos estranhos, em Lisboa e na Suíça.
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Arte – Unidade 2
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4. Agora, veja uma nova imagem e responda às questões.
Nadador russo Nikita Konovalov no Campeonato Mundial de Natação FINA 2011 em Xangai, China.
a) Em sua opinião, o que levou o nadador a optar por fazer uma 
tatuagem em estilo tribal? 
b) Qual é a diferença entre as obras fotográficas que você apreciou 
anteriormente e a imagem do nadador retratada na fotografia?
Body art 
Body art é uma vertente da arte contemporânea que utiliza o 
corpo como suporte e matéria para vários tipos de experimentação 
corporal.
No Brasil, a artista e pesquisadora Priscilla Davanzo trabalha com 
body art e propõe constantes transformações no próprio corpo. 
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Arte – Unidade 2
Em 2000, a artista realizou o pro-
jeto de experimentação As vacas comem 
duas vezes a mesma comida, em uma 
crítica à superficialidade da condição 
humana. Priscilla fez tatuagens pelo 
corpo todo com manchas de vaca para 
questionar a falta de “ruminação” dosseres humanos, que aceitam tudo sem 
refletir muito e acabam destruindo o 
mundo sem pensar no futuro.
Priscilla Davanzo é artista plástica mul-
timídia e pesquisadora formada pelo Insti-
tuto de Artes da Universidade Estadual Pau-
lista (Unesp), onde desenvolveu a pesquisa 
de mestrado Corpo obsoleto: projetos artís-
ticos de novos corpos humanos (2006). Seu 
trabalho tem sido pontuado pelas questões 
ligadas às características performáticas dos 
objetos artísticos. Em suas atividades, utiliza 
diversas mídias, como o vídeo, a fotografia e 
as técnicas de animação. A artista é conhe-
cida pelo seu processo radical de tatuagem. 
Priscilla Davanzo. As vacas comem duas vezes a 
mesma comida, 2000. Body art.
Atividade 2 O corpo como suporte da tatuagem
Registre no quadro a seguir o que você já sabia sobre tatuagem, o 
que aprendeu até aqui e, na última coluna, o que ainda deseja saber.
O que sabia O que aprendi O que desejo saber
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Arte – Unidade 2
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O corpo como suporte e matéria nas artes 
do corpo
Quando você assiste a um espetáculo de dança, ou a 
uma peça teatral, está diante da presença do artista, que 
realiza seu trabalho naquele instante. Tanto você como 
o artista vivem uma experiência estética que acontece 
no imediato, no aqui-agora. Nessa experiência, o que 
se vê é o corpo expressivo do artista, que mostra uma 
linguagem sensível e que fala em cena. 
Essa linguagem do corpo, em cena, é diferente da lin-
guagem do corpo que se veste, que anda, que se comunica 
no cotidiano. Isso ocorre porque o corpo em cena é um 
corpo artístico que faz ações que criam uma realidade para 
os espectadores.
O corpo daqueles que trabalham nas artes do corpo – 
teatro, dança, circo – é expressivo e se prepara de diferen-
tes formas: com alongamentos, exercícios de expressão, 
de mímica, de movimento.
Você sabia que o coreógrafo e 
educador Ivaldo Bertazzo desenvolveu 
um projeto de dança com jovens da 
periferia de São Paulo?
O projeto do coreógrafo, chamado 
de Dança comunidade, iniciou-se 
em 2002, quando Bertazzo recrutou 
40 jovens de organizações sociais 
da periferia de São Paulo para 
desenvolver um projeto educacional, 
social e artístico. A ideia inicial era 
proporcionar o ingresso desses 
jovens no mercado de trabalho, 
mas o sucesso e o empenho dos 
participantes foi tamanho que o grupo 
se transformou numa companhia 
profissional, a chamada Cia. Teatro 
Dança Ivaldo Bertazzo.
Dentre os espetáculos realizados pela 
companhia, destacam-se Samwaad, 
a rua do encontro – que une a cultura 
brasileira e a indiana – e Milágrimas, 
que une a cultura brasileira e a 
africana. 
Nessa preparação antes de entrar em cena, o artista canaliza 
sua expressividade para comunicar o corpo do personagem: como 
ele sente, como age, como se manifesta, como intui, como respira. 
O que o espectador vê é o resultado: o corpo de atores, atrizes, 
bailarinos, bailarinas e clowns, que exprimem sentimentos, ideias, 
pensamentos, ações.
Atividade 3 Como age o corpo em cena? 
1. Faz parte da linguagem do teatro, da dança e do circo ter o corpo 
como suporte e matéria para a criação artística. Veja como isso 
acontece, olhando as imagens da próxima página.
2. Essas imagens documentam um detalhe, um momento de uma 
encenação teatral. Elas permitem observar com clareza deter-
minados gestos que podem ter passado despercebidos por quem 
assistiu ao espetáculo. Considerando esse aspecto, responda às 
questões:
• O que cada uma das cenas “congeladas” nas fotos comunica 
e significa para você?
• Nessas imagens, o corpo do(a) ator/atriz está fazendo alguma ação?
• O que o corpo do(a) ator/atriz comunica nessas cenas?
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Arte – Unidade 2
Palhaças Manela e Emily.
Cia EnvieZada. Caminhos, 2012. Pedro Cavalcante e Helen Miranda em cena. Intervenção urbana. 6o Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora (MG).
Cia EnvieZada. Caminhos, 2012. Intervenção urbana. 6o Festival 
Nacional de Teatro de Juiz de Fora (MG).
A Cia EnvieZada foi criada no Rio de Janeiro (RJ) em 2000, com a proposta de unir diversos profissionais de 
várias áreas para a prática teatral. O objetivo do grupo é democratizar o acesso às artes, promovendo a inclusão 
social com espetáculos gratuitos para estimular a formação de plateias e, também, capacitar jovens para o mer-
cado artístico. A companhia já encenou diversas peças de dramaturgos consagrados e desconhecidos, e trabalha 
com o desenvolvimento de novas formas de linguagem teatral. Seus membros acreditam no teatro como arte 
libertadora e mobilizadora para renovar a experiência humana.
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3. Observando as cenas “congeladas”, como você explicaria a diferença 
entre uma ação cotidiana do corpo e o corpo numa ação artística?
4. Em grupo, procurem em jornais, revistas, folhetos e/ou na inter-
net algumas imagens de espetáculos de dança, teatro ou circo. 
Pesquisem sobre esses espetáculos e depois montem um mural na 
sala de aula. Lembrem-se de construir legendas para identificar 
as imagens. 
Atividade 4 Jogo teatral
1. Leia o poema a seguir:
Língua Portuguesa
6o ano/1o termo
Unidade 3
Uma parte de mim 
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
– que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?
Traduzir-se
GULLAR, Ferreira. Traduzir-se. 
In: Na vertigem do dia. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 
2004, 2. ed., p. 12-13.
2. Escolha um trecho do poema que tenha mais significado para 
você e grife-o. Depois, você e seus colegas andarão pela sala, cada 
um segurando o texto em mãos e lendo silenciosamente a parte 
grifada. Ao sinal do professor, pare e busque o olhar de um cole-
ga. Em seguida, leia o trecho grifado para ele. 
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Arte – Unidade 2
Fica a dica
Raimundo Fagner 
musicou o poema de 
Ferreira Gullar, que 
tinha sido publicado 
no livro Na vertigem do 
dia (primeira edição 
de 1980). O músico 
lançou um disco em 
1981 que recebeu o 
nome do poema de 
Gullar – Traduzir-se – e 
tem a música entre 
as suas faixas. Se tiver 
oportunidade, aprecie 
as palavras do poeta na 
voz de Fagner.
 O jogo continuará por diversas vezes com o mesmo procedimen-
to, mas, cada vez que o professor der o sinal, você deve procurar 
um novo colega e dizer o trecho de forma diferente. Essa mo-
dificação pode ser por meio da entonação (em tom de pergun-
ta, de espanto, de curiosidade etc.); por meio do ritmo (rápido, 
lento, gaguejando etc.); por meio de sentimentos (medo, alegria, 
tristeza, inquietação); ou por meio de propostas de personagens 
(o velho, a criança mimada, a jovem malcriada, a madame, o 
mordomo, o guarda, o pastor, o político etc.). 
3. Após o término do jogo, discuta com os colegas sobre as seguintes 
questões: 
• Quais razões fizeram você escolher o trecho lido para os com-
panheiros?
• Você gostou do jogo? Por quê? Qual interpretação do trecho você 
mais gostou de fazer? Qual considerou mais interessante?
• Entre as interpretações que você ouviu, qual foi a que mais 
chamou sua atenção? Por quê?
• Você considera esse jogo uma experiência artística? Qual é a 
diferença entre esse exercício e uma simples leitura do texto 
em voz alta?
O corpo na arte da performance
A performance artística diz respeito a uma linguagem que é cen-
trada no corpo. 
Além disso, a performance é efêmera, ou seja, é temporária, 
imprevisível e subverte a relação do artista com a obra: ele se torna, 
ao mesmo tempo, o sujeito que produz a obra e o objeto dessa obra.
A body art, que você viu anteriormente, assim como a perfor-
mance, são exemplos do corpo como suporte e matéria da arte.
Na próxima atividade, vocêvai explorar outra experiência de 
performance, por meio da artista Marcela Tiboni.
Atividade 5 Retratos performáticos
1. No trabalho da brasileira Marcela Tiboni, o uso do corpo de ma-
neira performática acontece de modo muito singular para entrar 
em contato com a arte e sua história. Conheça um pouco das 
produções da artista, observando as imagens da próxima página. 
Depois, responda às questões.
Arte – Unidade 2
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Marcela Tiboni nasceu em São Paulo (SP) no ano de 1982. Ela estudou Artes Plásticas e fez mestrado em 
Estética e História da Arte. A artista usa o seu corpo para entrar em contato com a arte e sua história, trabalhando 
com performances, fotografias e vídeos. Marcela dramatiza sua fruição em relação às obras que escolhe e depois 
a registra fotograficamente.
Marcela Tiboni. Retrato e autorretrato de mulher jovem, 2010. Fotografia, 60 cm x 80 cm.
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Marcela Tiboni. Ataque surpresa a Archimboldo, com bazuca, 2010. Impressão Lambda, 50 cm x 100 cm.
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Arte – Unidade 2
• Como você imagina que a artista realiza esses trabalhos?
• Onde a obra acontece? 
• Essas imagens representam as obras ou o registro da performance?
• Qual das obras você achou mais interessante? Por quê?
2. Procure em um livro de arte, ou mesmo pela internet, uma pintu-
ra que mostre um retrato e escolha um detalhe dele. Pode ser um 
gesto ou a postura do retratado, um elemento de suas roupas, a 
forma do cabelo ou ainda o jeito de olhar. 
 Em sala de aula, realize uma performance que incorpore o detalhe 
que você escolheu da pintura. Em seguida, escolha um colega para 
fotografar você. A fotografia pode ser feita com um celular ou 
com uma câmera digital.
3. Organize com a turma uma exposição com o registro fotográfico 
dos retratos performáticos.
O corpo como suporte, instrumento e matéria de som... 
Você já pensou nisso?
O grupo brasileiro Barbatuques, de percussão corporal, utiliza o 
corpo como instrumento musical. Eles fazem apresentações explo-
rando sons produzidos no próprio corpo, como palmas, estalos, bati-
das, sapateados e outros tantos mais.
Grupo Barbatuques em 
apresentação.
Fica a dica
O grupo Barbatuques 
é formado por 13 
integrantes que 
trabalham com 
percussão corporal. Para 
eles, o corpo humano é 
visto como o primeiro 
instrumento musical 
das pessoas. Suas 
apresentações envolvem 
expressão corporal, com 
projeções de imagens e 
coreografias. Conheça 
mais sobre o grupo e 
ouça as músicas pelo site 
<http://som13.com.br/
barbatuques/biografia>. 
Acesso em: 8 nov. 2012.
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Arte – Unidade 2
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
Nesta Unidade, você teve oportunidade de conhecer mais 
sobre a materialidade da arte. Viu que o corpo pode ser suporte 
e matéria para as artes visuais, para o teatro, para a música e 
para a performance. 
Você estudou
Pense sobre
Ao assistir a um espetáculo – teatral, musical, de dança ou circo, 
por exemplo – existe a presença viva do artista. O que se vê é o corpo 
expressivo que fala em cena e que a cada espetáculo, na interação 
com o público, pode se alterar. 
Em sua opinião, quando se assiste a um filme ou a um capítulo de 
novela na televisão isso também ocorre? O que se vê nessa situação? 
O que diferencia o espetáculo de teatro ou dança, de um filme ou 
novela?
Barbatuques. Espetáculo Corpo do Show. 
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Arte – Unidade 2
Nesta Unidade, você continuará a estudar a materialidade, mas 
o foco agora será a matéria e os materiais inusitados na criação de 
obras artísticas.
Para estudar o tema, você vai conhecer artistas que usam objetos 
cotidianos nas artes visuais e no teatro. Por fim, você verá a importância 
do ready-made e do dadaísmo, um dos movimentos artísticos que rom-
peram com as formas tradicionais de produzir arte.
Para iniciar...
Entre os objetos do cotidiano de uma escritora ou de um escritor, é 
possível encontrar artigos triviais, como canetas, agendas, computador, 
mesa de trabalho, cadernos de anotações, papéis soltos, recibos de com-
pra, diários de viagem, livros etc. 
Para a maioria das cozinheiras e dos cozinheiros, por exemplo, os 
objetos cotidianos podem ser tábuas de carne, tacho para fritar, gar-
rafas, formas de queijo, engradados, sacos de batata, vasilhas de lavar 
legumes, vasilha de salada etc.
• Que tal você também fazer uma lista dos objetos cotidianos do 
seu trabalho ou do seu cotidiano escolar?
• Em grupo, leiam as listas e conversem sobre a seguinte questão: 
Esses objetos poderiam ser matéria para a arte?
Atividade 1 A metamorfose das coisas
1. Observe atentamente as imagens das próximas páginas e, depois, 
discuta as questões com os colegas e o professor.
3 mAtériA e mAteriAis 
inusitAdOs nA Arte
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José Damasceno Albues Júnior nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 1968. Come-
çou a estudar Arquitetura, mas não terminou o curso e se voltou para as Artes 
Plásticas. O artista cria objetos e instalações, utilizando materiais industriais, 
como madeira, concreto e alumínio, além de objetos do cotidiano que envol-
vem aspectos de superfície e profundidade, de solidez e gravidade. 
Por meio de materiais como peças de xadrez, capachos, giz e massa de modelar, o 
artista explora a relação de sentidos entre ideia, matéria e forma.
Fonte: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural: artes visuais. Damasceno, José (1968). Disponível em: <http://
www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_
verbete=2288&cd_idioma=28555&cd_item=1>. Acesso em: 8 nov. 2012.
• O que mais chamou a sua atenção nessas obras?
• Quais objetos foram usados para fazer essas obras? Descreva-os 
quanto à forma, à cor, à função, ao tamanho etc.
• Os objetos como matéria artística, nessas obras, expressam 
algum significado? Qual?
• Em sua opinião, por que os artistas escolheram esses objetos 
para compor suas obras? Será que a escolha tem alguma in-
tenção? Se, por exemplo, os martelos da primeira obra fossem 
substituídos por flores, o impacto seria o mesmo? Faça esse 
exercício para as demais obras, refletindo se a substituição 
dos objetos alteraria o sentimento despertado em você. Regis-
tre as conclusões em seu caderno.
2. Depois de observar as imagens, converse com seus colegas: De que 
maneira um objeto cotidiano passa a ser visto de forma artística/
poética? Qual é a relação entre ideia, matéria e forma? Registre a 
conclusão de vocês.
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Arte – Unidade 3
José Damasceno. Trilha sonora, 2002. Martelos de ferro e madeira, dimensões variáveis. Coleção Instituto Cultural Inhotim, Brumadinho (MG).
José Damasceno. Trilha sonora 
(detalhes), 2002. Martelos de ferro 
e madeira, dimensões variáveis. 
Coleção Instituto Cultural 
Inhotim, Brumadinho (MG).
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Arte – Unidade 3
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Marepe. Metamorfose, 2010. Bacias de metal, suportes de madeira, 70 cm x 380 cm x 70 cm. 
Marepe é uma abreviatura do nome completo do artista Marcos Reis Peixoto. Nasceu em Santo Antônio de 
Jesus, pequena cidade do interior da Bahia, em 1970 e há mais de dez anos vem se destacando no cenário artís-
tico. Marepe é um observador obstinado da inventividade e da estética próprias das ruas. Diversas vezes o artista 
afirmou que, para ele, os vendedores ambulantes e os pintores de parede são seus “verdadeiros mestres”.
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Arte – Unidade 3
Leda Catunda. Onça-pintada n. 1, 1984. Acrílica sobre cobertor, 1,92 m x 1,57 m.
Leda Catunda Serra nasceu na cidade de São Paulo (SP), no ano de 1961. Formou-se em Artes Plásticas em 
1984. Foi na faculdade que teve contato com a arte conceitual e quando fez sua primeira exposição: Pintura como 
meio, em 1983. Essa exposição foi proposta por Aracy Amaral, então diretora do Museu de Arte Contemporânea da 
Universidade de São Paulo (MAC–USP), que buscou divulgar o trabalhode jovens artistas. Leda conquistou a crítica e 
o mercado da arte com a exposição Geração 80, como vai você?, no ano de 1984, na Escola de Artes Visuais do Parque 
do Lage, no Rio de Janeiro (RJ). Fez parte de exposições nacionais e internacionais, e já participou de três Bienais de 
Arte em São Paulo.
A artista se vale de materiais industrializados, como lençóis, toalhas, cobertores, colchões, entre outros, 
aplica tinta sobre eles e lhes dá um acabamento artesanal, atribuindo assim uma particularidade e originali-
dade a cada um. Leda Catunda retira objetos do cotidiano e os ressignifica de maneira original. Suas obras são 
uma mescla de pintura e objeto.
Referências
ARTE do século XX/XXI. Visitando o MAC na web. Leda Catunda. Disponível em: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/
projetos/seculoxx/modulo6/leda/index.html>. Acesso em: 8 nov. 2012.
ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural: artes visuais. Catunda, Leda (1961). Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/
enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2427&cd_item=1&cd_idioma=28555>. Acesso em: 8 nov. 2012.
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Arte – Unidade 3
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O ready-made de Marcel Duchamp
O trabalho dos artistas que você apreciou na Atividade 1 exem-
plifica a apropriação de objetos cotidianos em expressões artísticas. 
Quando isso acontece, os objetos são deslocados de seu contexto con-
vencional e “desconstruídos” em seus significados, ou seja, eles passam 
a não ter mais seu significado corriqueiro. 
Mas em que momento a arte passou a se apropriar de objetos coti-
dianos como matéria para o fazer artístico? A resposta a essa pergunta 
está relacionada com as proposições do artista francês Marcel Duchamp.
A partir de 1913, Duchamp começou a trabalhar com elementos 
que até então eram incomuns no contexto da arte. O artista passou a 
utilizar objetos do cotidiano como material artístico, sem promover 
nenhuma ou quase nenhuma modificação na peça original: são os 
chamados ready-made, que se pode traduzir livremente como “encon-
trados prontos”. 
O ready-made foi uma maneira extrema de Marcel Duchamp 
romper com o fazer artístico. Em vez de produzir com as próprias 
mãos, ele transformava em obra de arte produtos que já estavam 
prontos e tinham sido fabricados com uma finalidade prática. 
Você sabia que Duchamp fez parte de um 
movimento artístico conhecido como Dadaísmo?
O movimento dadaísta (ou dada) surgiu por volta 
de 1916, durante a 1a Guerra Mundial, em Zurique 
(Suíça). Foi iniciado por um grupo de escritores e 
artistas plásticos que objetivavam romper com as 
formas tradicionais de fazer arte. 
“Choque” e “escândalo” são as palavras de ordem 
desse movimento. Nada mais teria uma ordem 
preestabelecida. O próprio nome “dada” foi escolhido 
aleatoriamente, sem a intenção de significar nada. 
Contrários à irracionalidade da 1a Guerra e à tentativa 
de explicar o ser humano, os dadaístas tiveram 
forte influência na arte que seria produzida depois 
deles: a surrealista. Até hoje a arte contemporânea é 
influenciada por suas ideias.
Fonte: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural: artes visuais. 
Dadaísmo. Disponível em: <http://www.itaucultural.
org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.
cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3651>. Acesso 
em: 8 nov. 2012. 
Com essa proposta, o artista iniciava uma 
revolução nas artes plásticas: o ato de escolha do 
artista passou a despertar a atenção do especta-
dor, que antes se voltava mais para a obra em si. 
Ao mesmo tempo, Duchamp problematizava a 
própria noção de “obra de arte”. Graças a isso, 
muitos artistas contemporâneos passaram a ques-
tionar: Será que o gesto do artista é o que cria a 
obra de arte? Ou há algo no objeto que o carac-
terizaria como obra de arte em qualquer tempo 
e lugar? 
Hoje em dia, esse processo de ruptura da 
matéria na produção artística tradicional pro-
porcionou a mistura de materiais e suportes dis-
poníveis aos artistas, provenientes de diferentes 
meios, como a cultura artesanal, a indústria 
mecânica, a indústria eletrônica, as telecomuni-
cações, a tecnologia computacional etc.
50
Arte – Unidade 3
Atividade 2 Um olhar para Duchamp e suas obras
Observe os ready-made nas próximas páginas. Depois, converse 
com seus colegas e responda às questões propostas.
1. O que você pensa sobre essas obras de Marcel Duchamp?
2. Qual explicação você daria a alguém que, ao olhar essas obras, 
perguntasse: “Isso é arte? Mas que arte é essa?”?
Marcel Duchamp nasceu na França, em 1887, e morreu em 
Nova Iorque (EUA), em 1968. Artista e teórico da arte, é visto 
como uma das figuras mais influentes da arte do século XX, 
devido à originalidade e à fertilidade de suas ideias. Começou a 
pintar suas primeiras obras aos 14 anos, influenciado pela pin-
tura impressionista, e foi o criador do ready-made. Duchamp, 
na verdade, não deixou uma grande quantidade de obras, mas 
seu legado artístico abriu caminho a novas formas de arte e até 
hoje inspira muitos artistas.
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Marcel Duchamp. Roda de bicicleta, 1913-1964. Roda de bicicleta e banco de madeira, 60,2 cm.
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Arte – Unidade 3
Marcel Duchamp. Fonte, 1917-1964. Urinol de porcelana, 36 cm x 48 cm x 61 cm.
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Marcel Duchamp. Escorredor (ou Porta garrafas), 1914-1964. Escorredor de ferro galvanizado, 62,4 cm.
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Arte – Unidade 3
Atividade 3 Explorando formas artísticas sobre objetos 
cotidianos
Agora, você vai explorar a ideia de ready-made.
• Leve para a sala de aula três objetos quaisquer e apresente-os à tur-
ma. Explique por que os escolheu, de que material são feitos, se são 
objetos industrializados ou manufaturados, se emitem cheiro ou som, 
qual a sua função e outras características que você queira apresentar.
• Após a apresentação de todos os objetos, escolham, em grupo, 
dois objetos e juntem-nos com fita crepe, barbante, linha, cola etc. 
• Depois, escolham um terceiro objeto para compor com aqueles dois 
que vocês juntaram. Nessa construção, vocês podem fazer intervenções 
como pinturas, colagens, desenhos, embrulhos ou outras que quiserem.
• A seguir, discutam com os colegas sobre o conjunto de trabalhos 
realizados. Como são percebidas as formas artísticas realizadas 
quanto à relação entre ideia, matéria e forma?
• Para encerrar, ainda em grupo, desenvolvam uma proposta de ex-
posição dos objetos produzidos. Em qual local da escola poderiam 
ser expostos? Qual a disposição dos objetos no espaço escolhido? 
Seriam agrupados por semelhança ou por diferença de forma, cor, 
tamanho, significado? Como as pessoas – o “público” – poderiam 
entrar em contato com os trabalhos? Eles poderiam olhar, tocar, 
mudar os objetos de lugar?
• Apresentem para a turma a proposta do grupo e criem, com a 
turma toda, uma proposta final. É possível realizá-la? 
Apropriação de objetos para criação teatral
Uma tesoura serve para cortar; um saca-rolhas para abrir garra-
fas; uma garrafa para conter o líquido; o coador para coar; a caneta 
para escrever. Se atribuíssemos novas funções e até novas significa-
ções aos objetos, o que poderíamos inventar?
Os artistas dadaístas utilizaram objetos cotidianos para produzir 
suas obras, rompendo com os modos tradicionais de fazer arte. No 
entanto, o rompimento das funções de objetos não é novidade no 
mundo das artes cênicas, do teatro. 
O teatro, principalmentede animação, trabalha com metáforas de um 
determinado objeto. O que está em jogo é a manipulação que o objeto 
sofre. Ou seja, uma tesoura só se transforma em uma pessoa quando um 
indivíduo faz isso. A transformação que o objeto sofre mexe com a ima-
ginação, que é uma imaginação dramática, pois são construídas pequenas 
cenas para explicitar essa alteração de significado do objeto.
Arte – Unidade 3
55
Alguns dramaturgos fizeram do teatro uma prática de cons-
cientização social e política. Dentre eles, destaca-se Bertolt Brecht, 
no início do século XX, na Alemanha. 
Augusto Boal, aqui no Brasil, também utilizou o teatro para 
uma prática política. Enquanto estava exilado na Europa, depois 
de ter sido preso em 1971, durante a ditadura militar, criou o Tea- 
tro do Oprimido, inicialmente na França. Quando retornou ao 
Brasil, em 1986, constituiu um método e ampliou seu trabalho.
O método teatral de Boal, além de ter inovado na prepara-
ção do ator (valendo-se de exercícios, jogos e técnicas diferen-
tes), tem o objetivo de democratizar o teatro e sua produção, 
tornando-o acessível às camadas sociais menos favorecidas. 
Além disso, o Teatro do Oprimido busca uma transforma-
ção social por meio do teatro, com a interação entre artista e 
público. Normalmente, em suas apresentações, os espectadores 
são convidados a participar ou propor um novo desfecho para 
a peça. Assim, alguns espectadores se transformam em atores.
A seguir, leia uma célebre frase do criador e realizador do 
Teatro do Oprimido (Folha Online, 2009):
[...] Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive 
em sociedade: é aquele que a transforma!
Se você quiser saber mais sobre o Teatro do Oprimido, entre 
no site <http://ctorio.org.br/novosite/>. Acesso em: 8 nov. 2012.
Referência
VEJA discurso de Augusto Boal sobre o dia mundial do teatro. Folha Online, 5 mar. 2009.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u540686.shtml>. 
Acesso em: 8 nov. 2012.
Atividade 4 Um olhar para o teatro de objetos
1. Olhe atentamente a imagem da próxima página. 
 Você identifica qual é o objeto cotidiano que dá forma e vida ao 
personagem? Se sim, qual?
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Malgosia Szkandera. The Bag Lady [A Mulher Sacola]. 
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2. Leia o texto a seguir, que conta a história e o processo de criação 
da peça ilustrada na imagem da página anterior.
O espetáculo tem como personagem principal uma mulher solitária que cole-
ciona sacolas plásticas e, por meio delas, a cada dia, relembra seu passado. A per-
sonagem ganha vida, delicadamente, com a manipulação de sacos plásticos, pela 
artista Malgosia Szkandera. 
Há uma magia nas transformações da matéria no teatro de objetos. As inven-
ções realizadas em cena, o uso de objetos inusitados e a simplicidade dos “acha-
dos” são surpreendentes, como acontece com o saco plástico no espetáculo The 
Bag Lady. 
Para que isso aconteça, há um ajuste perfeito entre matéria, materiais e a 
manipulação do ator, oferecendo uma poética singular aos objetos do cotidiano, 
acionando nos espectadores um aguçado imaginário simbólico e poético. 
a) Depois da leitura do texto, o que você aprendeu sobre teatro 
de objetos? 
b) Olhe novamente a imagem. Você ampliou seu olhar sobre ela? 
O que você não tinha percebido antes?
Fica a dica
Você já ouviu falar no 
Festival Internacional 
de Teatro de Objetos? 
Como o nome sugere, 
é um festival de teatro 
cujos espetáculos 
utilizam objetos como 
personagens. Conheça 
sobre ele e suas peças no 
site do evento, disponível 
em: <http://www.
fitofestival.com.br>. 
Acesso em: 8 nov. 2012.
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Arte – Unidade 3
2. Em sala de aula, formem grupos e apresentem aos colegas os 
personagens produzidos. Depois, ainda em grupo, construam 
coletivamente uma história em que todos os personagens sejam 
contemplados. Algumas perguntas podem orientar essa história:
 Utensílios domésticos, objetos de cozinha, objetos de ba-
nheiro, objetos naturais (galhos, folhas, pedras) ou obje-
tos de escritório. Petecas, funis, espanadores, leques, lu-
vas, garfos, espremedores de frutas, escorredores de arroz, 
escovas, baldes, vassouras, desentupidores de pia, tecidos 
são algumas sugestões para você criar seu personagem. Um 
saca-rolhas pode virar uma bailarina; uma panela de pipo-
ca pode ser uma mulher gorda; um funil pode ser o bico de 
um pássaro; uma escova pode ser...
Atividade 5 O objeto vira personagem
Esta atividade será feita em alguns passos.
1. Em casa, escolha um objeto cotidiano qualquer e invente um per-
sonagem com ele para ser apresentado em sala de aula. Veja algu-
mas dicas no quadro a seguir.
 Quem são os personagens? Onde estão? O que fazem? 
O que dizem? Como acaba a história?
 Faça com seu grupo um roteiro que servirá como base para a 
improvisação de uma cena com os objetos-personagens.
3. Apresentem a história para a turma. Vejam algumas possibilidades: 
 Se possível, criem focos de luz sobre os objetos-personagens, 
usando lanterna, abajur ou vela. 
 Na apresentação, no primeiro instante, os objetos-persona-
gens podem ficar estáticos no ambiente com uma luz móvel 
sobre eles. Em seguida, uma luz fixa pode incidir sobre os 
objetos-personagens em movimento, ao serem manipulados. 
4. Ao fim de cada apresentação, conversem com a “plateia”. Vocês 
podem falar sobre como os objetos-personagens foram percebidos; 
Arte – Unidade 3
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o modo de transformação dos objetos cotidianos em objetos-
-personagens; se o grupo conseguiu realmente tirar proveito 
da forma e da cor dos objetos cotidianos e a diferença entre os 
objetos-personagens quando estáticos e em movimento.
A ruptura de matérias para criar sons
Em geral, as músicas que tocam nas rádios ou as que se ouve em 
casa são executadas com instrumentos considerados mais comuns, 
ou tradicionais na cultura ocidental, como violão, guitarra, bateria, 
piano, teclado, entre outros. 
Você já bateu com uma colher, garfo ou faca na mesa esperando 
uma refeição? E com a caneta, lápis ou régua na mesa da sala de aula? 
Eles produzem sons, não é mesmo?
Quando se colocam diferentes quantidades de água dentro de gar-
rafas de vidro, por exemplo, é possível produzir diferentes sonorida-
des. Bambus ou tubos de PVC podem virar instrumentos de sopro. 
Garrafões de água podem se tornar tambores.
Esse é o ponto de partida para se pensar nos materiais, suportes e 
instrumentos também para a produção de sons. 
Há diversos grupos musicais que utilizam os mais variados objetos 
cotidianos para compor uma peça musical.
Esse é o caso do grupo britânico Stomp, que usa latas de lixo, 
vassouras, entre outros objetos para produzir músicas. Eles se apre-
sentam em Londres (Reino Unido) e Nova Iorque (EUA), mas já 
fizeram apresentações em muitos lugares do mundo. 
Aqui no Brasil, o grupo Uakti confecciona seus instrumentos com 
objetos do cotidiano, como vidros, metais, pedras, água, tubos de 
PVC, apito, buzina de bicicleta, entre muitos outros. 
Hermeto Pascoal é um artista que também utiliza objetos cotidia-
nos para produzir músicas. Seus experimentos começaram quando era 
criança e extraía sons dos mais diversos objetos. Em sua biografia, o 
músico afirma que tinha o hábito de pegar objetos cotidianos – como 
restos da oficina do avô, que era ferreiro –, estendê-los no varal e 
ficar extraindo sons.
Fica a dica
Conheça o trabalho 
do grupo Uakti pelo site 
disponível em: <http://
www.uakti.com.br/>. 
Acesso em: 8 nov. 2012.
Conheça a música 
de Hermeto Pascoal 
pelo site disponível 
em: <http://www.
hermetopascoal.com.br>. 
Acesso em: 8 nov. 2012.
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Arte – Unidade 3
Atividade 6 O som do barulho
A proposta desta atividade é fazer uma experimentação sonora na 
sala de aula.
1. Todos devem recolher diferentes materiais escolares ou trazidos 
de casa, como lápis, canetas, clipes, elásticos, réguas, latinhas, 
copos descartáveis, pedaços de madeira, talheres, pedras, con-

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